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CAPÍTULO 4

FRATURA FRÁGIL

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 2

2. AVALIAÇÃO NÍVEL 1 .......................................................................................................... 3

3. AVALIAÇÃO NÍVEL 2 ........................................................................................................ 15

4. REQUISITOS ADICIONAIS ............................................................................................... 16


1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste critério de avaliação é evitar uma fratura frágil catastrófica consistente com
a filosofia do código ASME. A intenção é prevenir a iniciação da fratura.

As seguintes condições podem ser motivos para a realização de uma avaliação do risco de
fratura:

1. Alterações no processo do equipamento, com o aumento da probabilidade de


ocorrências de temperaturas baixas;

2. Possibilidade de ocorrência de temperaturas inferiores à condição de projeto original,


mesmo sem alterações de condições operacionais;

3. A pressão no equipamento é aumentada, reduzindo a margem de segurança para


uma possível fratura;

4. O equipamento pode ser submetido a condições de pressão elevadas, em partidas e


paradas, ainda com temperaturas próximas à ambiente.

O proprietário poderá identificar outras circunstâncias onde uma avaliação da fratura frágil
seja importante de ser realizada.

O valor de CET (Critical Exposure Temperature) é definido como a menor temperatura


atuante na estrutura devido às condições operacionais. As seguintes condições podem ser
utilizadas para o estabelecimento do valor de CET :

1. Menor temperatura a que o componente é submetido para uma condição de tensão


primária generalizada maior que 55,2 Mpa (8,0 ksi);

2. Mínima temperatura a que o componente poderá estar sujeito em uma condição de


pressão superior a 40% da PMA do equipamento, para vasos fabricados pelo ASME
Seç.VIII – Div.1 em edições anteriores a 1999;

3. Mínima temperatura a que o componente poderá estar sujeito em uma condição de


pressão superior a 35% da PMA do equipamento, para vasos fabricados pelo ASME
Seç.VIII – Div.1 em edições posteriores a 1999;

4. Mínima temperatura a que o componente poderá estar sujeito em uma condição de


pressão superior a 30% da PMA do equipamento, para vasos fabricados pelo ASME
Seç.VIII – Div.2;

O valor de MAT (Minimum Allowable Temperature) é a mínima temperatura permissível para


um dado material e espessura, baseada na resistência do material à fratura frágil. A
determinação de MAT depende de informações sobre projeto mecânico, especificações e
testes de material.

O equipamento avaliado para a condição de fratura frágil deverá ser acompanhado e


mantido sua manutenção dentro dos requisitos exigidos pelos documentos API-510, API-570
e API-653, onde aplicável.

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Para permitir a utilização dos critérios de avaliação previstos no API-RP 579 devem ser
disponibilizadas informações sobre o projeto mecânico do equipamento e materiais de
construção dos componentes. Testes específicos do material, tais como valores de energia
Charpy V e ensaios de tração, se disponíveis, devem ser utilizados para avaliações de maior
Nível.

Em adição aos dados de projeto, informações pertinentes a reparos efetuados e condições


passadas, atuais e futuras de operação devem ser avaliadas. Todas estas informações
devem ser utilizadas para definição dos pontos críticos do equipamento e a combinação de
carregamentos mais desfavorável para a avaliação.

O Nível 1 de avaliação previsto no documento API-RP 579 tem como objetivo verificar a
adequação do equipamento aos requisitos de tenacidade exigidos pelo código original de
projeto. Esta avaliação pode ser realizada pela aplicação de curvas e critérios definidos por
estes códigos.

2. AVALIAÇÃO NÍVEL 1

Este Nível de avaliação é adequado para equipamentos que atendem aos requisitos de
tenacidade do código original de projeto.

Vasos de pressão que possuem o valor de CET igual ou superior que o valor de MAT, são
considerados adequados para operação dentro das condições estabelecidas pela análise.

A Figura 3.3 do API-RP 579 (Fig. UCS-66 do código ASME Seç.VIII – Div.1) deve ser
tomada como base para a definição da mínima temperatura admissível para o equipamento
que dispense a adequação do material para a condição de baixa temperatura. Para
utilização dessa figura, seguir os passos seguintes:

A. Selecionar a curva correspondente ao material do equipamento. Para materiais


considerados obsoletos ou para equipamentos construídos com materiais conformes
com especificações diferentes da ASTM, tais como aços BS, ANF, DIN, classificar o
material como Curva A, se não conhecida a correlação equivalente a especificação
ASTM.

B. Entrar na Figura 3.3 com a espessura nominal do equipamento e encontrando a


Curva correspondente ao material, determinar a temperatura mínima permitida para o
equipamento;

C. Se a temperatura obtida pela Figura 3.3 for inferior à temperatura mínima de


operação, em sua condição mais crítica, o material do equipamento está adequado
para a manutenção de tenacidade. Ao contrário, o equipamento não estaria adequado
para a operação em condição de baixa temperatura, sendo possível a utilização da
Figura 3.5 do API-RP 579 (Fig. UCS-66.1 do código ASME Seç.VIII – Div.1) para a
determinação das condições limites de operação do equipamento.

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Notes:
1. Curves A through D define material specification classes in accordance with Tables 3.3
and 3.4.
2. Equipment whose CET is above the appropriate material curve is exempt from further
brittle fracture assessment.
3. This figure is from the ASME Code Section VIII, Division 1, paragraph UCS-66.
4. Curve A intersects the MAT axis at -8oC (18oF), Curve B intersects the MAT axis at -
29oC (-20oF), and Curves C and D intersect the MAT axis at -48oC (-55oF).
5. These curves can also be used to evaluate piping components designed to ASME
B31.3. In this case, Curve B should be shifted to the right so that 12.7 mm (0.5 in)
corresponds to a temperature -29oC (-20oF). To account for this shift in an assessment,
an effective governing thickness equal to the actual governing thickness minus 2.69 mm
(0.106 in) can be used to determine the MAT.
6. The equations of the curves in this figure are provided in Table 3.5.
7. A reduction in the MAT is permitted for components subject to PWHT (see paragraph
3.4.2.1.e).

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Table 3.3 - Assignment Of Materials To The Curves In Figure 3.3


Curve Material (1), (2), (6)
1. All carbon and all low alloy steel plates, structural shapes and bars not listed in
Curves B, C, and D below.
2. SA-216 Grades WCB and WCC if normalized and tempered or water-quenched
and tempered; SA-217 Grade WC6 if normalized and tempered or water-
quenched and tempered.
A 3. The following specifications for obsolete materials: A7, A10, A30, A70, A113,
A149, A150 (3).
4. The following specifications for obsolete materials from the 1934 edition of the
ASME Code, Section VIII: S1, S2, S25, S26, and S27 (4).
5. A201 and A212 unless it can be established that the steel was produced by a fine-
grain practice (5)
1. SA-216 Grades WCA if normalized and tempered or water-quenched and
tempered
SA-216 Grades WCB and WCC for thickness not exceeding 2 inches if produced
to a fine grain practice and water-quenched and tempered
SA-217 Grade WC9 if normalized and tempered
SA-285 Grades A and B
SA-414 Grade A
SA-442 Grade 55 > 1 in, if not to fine grain practice and normalized
SA-442 Grade 60 if not to fine grain practice and normalized
SA-515 Grades 55 and 60
B SA-516 Grades 65 and 70, if not normalized
SA-612 if not normalized
SA-662 Grade B if not normalized
2. Except for cast steels, all materials of Curve A if produced to fine grain practice
and normalized which are not listed for Curve C and D below;
3. All pipe, fittings, forgings, and tubing not listed for Curves C and D below;
4. Parts permitted from paragraph UG-11 of the ASME Code, Section VIII, Division 1,
shall be included in Curve B even when fabricated from plate that otherwise would
be assigned to a different curve;
5. A201 and A212 if can be established that the steel was produced by a fine-grain
practice
1. SA-182 Grades 21 and 22 if normalized and tempered
SA-302 Grades C and D
SA-336 Grades F21 and F22 if normalized and tempered
SA-387 Grades 21 and 22 if normalized and tempered
SA-442 Grades 55 < 1 in, if not to fine grain practice and normalized
C SA-516 Grades 55 and 60 if not normalized
SA-533 Grades B and C
SA-662 Grade A
2. All material of Curve B if produced to fine grain practice and normalized and not
listed for Curve D below

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Curve Material (1), (2), (6)


SA-203
SA-442 if to fine grain practice and normalized
SA-508 Class 1
SA-516 if normalized
D SA-524 Classes 1 and 2
SA-537 Classes 1 and 2
SA-612 if normalized
SA-738 Grade A
Notes:
1. When a material class or grade is not shown, all classes or grades are included.

2. The following apply to all material assignment notes.


a. Cooling rates faster than those obtained in air, followed by tempering, as permitted by
the material specification, are considered to be equivalent to normalizing and tempering
heat treatments.
b. Fine grain practice is defined as the procedure necessary to obtain a fine austenitic
grain size as described in SA-20.

3. The first edition of the API Code for Unfired Pressure Vessels (discontinued in 1956)
included these ASTM carbon steel plate specifications. These specifications were
variously designated for structural steel for bridges, locomotives, and rail cars or for boilers
and firebox steel for locomotives and stationary service. ASTM A 149 and A 150 were
applicable to high-tensile-strength carbon steel plates for pressure vessels.

4. The 1934 edition of Section VIII of the ASME Code listed a series of ASME steel
specifications, including S1 and S2 for forge welding; S26 and S27 for carbon steel plates;
and S25 for open-hearth iron. The titles of some of these specifications are similar to the
ASTM specifications listed in the 1934 edition of the API Code for Unfired Pressure
Vessels.

5. These two steels were replaced in strength grades by the four grades specified in ASTM A
515 and the grades specified in ASTM A 516. Steel in accordance with ASTM A 212 was
made only in strength grades the same as Grades 65 and 70 and has an accounted for
several known brittle failures. Steels in conformance with ASTM A 201 and A 212 should
be assigned to Curve A unless it can be established that the steel was produced by fine-
grain practice, which may have enhanced the toughness properties.

6. No attempt has been made to make a list of obsolete specifications for tubes, pipes,
forgings, bars and castings. Unless specific information to the contrary is available, all of
these product forms should be assigned to Curve A.

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Table 3.4
Impact Test Exemption Temperature For Bolting Materials
Impact Test Exemption Temperature
Specification Grade
(oC) (oF)

SA-193 B5 -29 -20

SA-193 B7 {Diam 63.5 mm (2.5 in)} -46 -50

SA-193 B7 {Diam > 63.5 mm (2.5 in)} -40 -40

SA-193 B7M -48 -55

SA-193 B16 -29 -20

SA-307 B -29 -20

Impact Tested per Impact Tested per


SA-320 L7, L7A, L7M, L43
Specification Specification

SA-325 1, 2 -29 -20

SA-354 BC -18 0

SA-354 BD -7 +20

SA-449 --x-- -29 -20

SA-540 B23/24 -12 +10

SA-194 2, 2H, 2HM, 3, 4, 7, 7M, and 16 -48 -55

SA-540 B23/B24 -48 -55


Note: Bolting materials are exempt from assessment due to loading conditions.

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Table 3.5
Equations For The Curves Included In Figure 3.3
Figure Equation (see Note 1)
Curve A
MAT = 18 for 0 < t 0.394
(3.2)
− 76.911 + 248.85.t − 27.560.t 2
MAT = for 0.394 < t 6.0
1.0 + 1.7971 .t − 0.17887 .t 2
Curve B
MAT = -20 for 0 < t 0.394
0.5 (3.3)
MAT = −135.79 + 171.56.t + 103.63.t −
for 0.394 < t 6.0
− 172.0.t 1.5 + 73.737.t 2 − 10.535.t 2.5
Curve C
3.3
MAT = -55 for 0 < t 0.394
255.50 287.86
MAT = 101.29 − + − (3.4)
t t2
for 0.394 < t 6.0
196.42 69.457 9.8082
− + −
t3 t4 t5
Curve D
MAT = -55 for 0 < t 0.5
MAT = −92.965 + 94.065.t − 39.812.t + 2 (3.5)
for 0.5 < t 6.0
+ 9.6838.t 3 − 1.1698 .t 4 + 0.054687 .t 5
TR = 100.(1.0 – Rts) for Rts 0.6
TR = −9979.57 − 14125 .0.R1ts.5 +
for 0.6 > Rts > 0.3
ln[R ts ]
+ 9088 .11. exp[R ts ] − 17.3893. (see Note 2)
3.5 R 2ts (3.6)
TR = 105.0 for Rts 0.4 (see Note 3)
TR = 140.0 for Rts 0.35 (see Note 4)
TR = 200.0 for Rts 0.30 (see Note 5)
TRH = 20.0 for HR 0.8 (see Note 6)
TRH = 26.0 for HR 0.75 (see Note 7)
TRH = 35.0 for HR 0.67 (see Note 8)
3.6 TRH = 20.411 + 16.811.HR − (3.7)
21.078 for 0.67 > Rts 0.25
− 62.805.HR2 +
HR
TRH = 105.0 for HR 0.25
TS = 30.0 for 0 < t 0.5
TS = 191.03 − 0.48321 .t 2 −
3.8 133.75 10.775 for 0.50 < t 0.875 (3.8)
− +
t 0.5 t 1.5
TS = 60.0 for 0.875 t 2.0

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Notes:
1. Units for the equations in this table are as follows:
t - The shell thickness is in inches,
MAT - The Minimum Allowable Temperature is in degrees Fahrenheit
TR - The Reduction in MAT based on available excess thickness is in degrees Fahrenheit
TRH - The Reduction in MAT based on the operating-to-hydrotest ratio is in degrees
Fahrenheit
TS - The shell metal temperature is in degrees Fahrenheit.
2. A temperature cut-off is assigned to this equation based on the room temperature design
allowable stress of the original construction code, see notes 3, 4, and 5 below.
3. See Note 2 of Figure 3.5.
4. See Note 3 of Figure 3.5.
5. See Note 4 of Figure 3.5.
6. See Note 1 of Figure 3.6, HR is defined in Figure 3.6.
7. See Note 2 of Figure 3.6, HR is defined in Figure 3.6.
8. See Note 3 of Figure 3.6, HR is defined in Figure 3.6.

A Figura 3.5 pode ser utilizada para verificar os limites operacionais do equipamento em
uma tentativa de adequá-lo à condição de baixa temperatura. Para obtenção desse limite
operacional, seguir os seguintes passos:

A. Determinar qual a diferença de temperatura entre o valor obtido através da Figura 3.3
e a temperatura mínima de operação do equipamento;

B. Entrar na Figura 3.5 com essa diferença de temperaturas, obtendo-se a razão :


Rts = tr.E*/(tg – Loss – FCA),

Onde:
tr – espessura mínima requerida do componente;
E* - eficiência de junta soldada do equipamento, limitado a um mínimo valor de 0,8;
tg – espessura efetiva nominal do componente;
Loss – perda de espessura associada ao componente;
FCA – perda de espessura futura no componente.

Quando utilizada a curva de exceção da figura 3.3, para materiais P1 Group number 1 e 2, a
temperatura obtida poderá ser reduzida de 17oC (30oF) para equipamento que possuam
tratamento térmico de alívio de tensões, sem que seja obrigatório devido a espessura do
equipamento.

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%

Notes:
1. See Table 3.2 for definition of parameters.
2. Use this curve for components with a design allowable stress at room temperature
less than or equal to 120.8 MPa (17.5 ksi). This curve can be used for vessels
designed and constructed to the ASME Code, Section VIII, Division 1, Editions prior to
1999.
3. Use this curve for components with a design allowable stress at room temperature
less than or equal to 137.8 MPa (20 ksi) but greater than 120.8 MPa (17.5 ksi). This
curve can be used for vessels designed and constructed to the ASME Code, Section
VIII, Division 1, 1999 Edition and later.
4. Use this curve for components with a design allowable stress at room temperature
less than or equal to 172.5 MPa (25 ksi) but greater than 137.8 MPa (20 ksi). This
curve can be used for vessels designed and constructed to the ASME Code, Section
VIII, Division 2, and piping designed to ASME B31.3.
5. The equations for the curves in this figure are provided in Table 3.5.
6. The starting point for the MAT for use with the temperature reduction provided for in
this figure is -48oC (-55oF). Note that this starting point cannot be below -48oC (-55oF)
for components subject to PWHT (see paragraph 3.4.2.1.e).
7. The ending point for the MAT after application of the temperature reduction permitted
by this figure is a function of Rts and the code allowable stress basis as defined in
notes 3, 4, and 5 below. When Rts is less than or equal to 0.4, 0.35, and 0.3 on the
applicable curve, then MAT = -104oC (-155oF).

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3. AVALIAÇÃO NÍVEL 2

O Nível 2 de avaliação pode ser dividido em 3(três) métodos :

Método A - O equipamento estará adequado para a operação, se for comprovado que as


condições de pressão e temperaturas a que o equipamento está sujeito estão localizadas
dentro de um envelope seguro com respeito a combinações de pressões e temperaturas
admissíveis. O método descrito no API RP-579 para o Nível 2A é similar ao Nível 1,
generalizando a aplicação para todos os eventos operacionais do equipamento e não
apenas para a condição mais crítica.

Método B – A adequação do equipamento é obtida através da realização de teste


hidrostático em pressão que permita a operação em pressões inferiores e temperaturas mais
reduzidas que a de realização do teste. Uma temperatura mínima de operação abaixo da
condição de teste hidrostático pode ser determinada através da figura 3.6. A pressão de
teste deve ser corrigida para a relação entre tensões admissíveis, mas não deverá gerar
tensões de membrana primárias superiores a 90% da tensão de escoamento do material.

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Método C – O equipamento poderá ser considerado adequado para operação contínua


baseado nos materiais de construção, condições de operação, meio e experiência passada.
Baseado na experiência na utilização de vasos de pressão projetados e fabricados conforme
ASME Seç.VIII – Div.1, equipamentos com espessuras iguais ou inferiores a 12,7 mm ou
que atendem aos requisitos abaixo listados podem ser considerados adequados para a
operação na condição de baixa temperatura.

O Nível 3 é utilizado quando os Níveis 1 e 2 não são atendidos. Este Nível envolve uma
análise detalhada através da mecânica da fratura das condições de falha do equipamento.

4. REQUISITOS ADICIONAIS

Vasos fabricados conforme código ASME Seç.VIII – Div.1, que atendem aos requisitos
abaixo descritos não necessitam ter avaliado o valor de MAT para a determinação da
adequação do equipamento.

1 – O material é limitado ao P-No 1, Gr.no1 ou 2, como definido pelo código ASME Seç.IX, e
a espessura, não excede aos valores abaixo.
- 12,7 mm para materiais listados na Curva A da Figura 3.3;
- 25,4 mm para materiais listados nas Curvas B, C ou D da Figura 3.3.
2 – O vaso foi testado hidrostaticamente em uma pressão 1,5 vezes maior que a pressão de
projeto do equipamento, para vasos fabricados anteriores a 1999, e 1,3 vezes para vasos
fabricados após 1999.
3 – A temperatura de projeto é inferior a 343oC (650oF) e superior a –29oC (-20oF).
Temperaturas ocasionais abaixo de –29oC (-20oF) são aceitáveis quando ocorrem devido a
variações da temperatura ambiente.
4 – Carregamentos de choque térmico ou mecânico não são previstos ocorrerem;
5 – Não ocorrem variações de carregamento caracterizando um serviço sujeito à fadiga.

Independente da Categoria em que o equipamento se enquadra, sua segurança operacional


requer o atendimento das seguintes exigências:

a) O equipamento deve atender aos requisitos de segurança estabelecidos na Norma


Regulamentadora NR-13, inclusive no que se refere à atualização do Prontuário e das
inspeções de segurança;
b) Todos os reparos e alterações aplicados ao equipamento devem apresentar
conformidade com a Prática Recomendada API RP-510;
c) O equipamento deve ter sido submetido a um teste hidrostático recente com o objetivo de
adequar a condição de pressão máxima de operação;
d) O equipamento deve ter sido submetido a uma inspeção recente com o objetivo de
identificar, dimensionar e avaliar descontinuidades que possam se propagar, pondo em
risco a segurança;

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e) Reparos de solda no equipamento devem ser adequados para manter, a tenacidade da


junta soldada pelo menos como fabricada;
f) Quando em operação nenhum vazamento que provoque redução de temperatura local
deve ser tolerado, sendo recomendada a eliminação imediata do mesmo, ainda que para
tanto seja necessário parar a unidade;
g) Esforços excessivos sobre regiões de bocais dos equipamentos devem ser estudados e
as condições que os originam alteradas de forma a minimizar a ocorrência de tensões
não previstas no projeto do costado.

EXEMPLOS :

1 – Um vaso de pressão, com 1,0 in de espessura, é fabricado com material SA-285 Gr.C
para serviço cáustico e submetido a tratamento térmico após soldagem quando de sua
construção. O vaso foi projetado e construído segundo ASME Seç.VIII – Div.1. Determinar o
valor de MAT.

Solução:
Baseado na Curva A da UCS-66, o valor de MAT é de 68oF para uma temperatura de 1,0 in.
Com a redução admissível definida para equipamentos com TTAT, temos: MAT = 68,0 –
30,0 = 38,0oF

2 – Um reator fabricado em SA-204 Gr.B (C – ½ Mo) possui as características abaixo.


Tensão admissível = 17.500 psi Pressão de projeto = 390 psi
Diâmetro interno = 234 in Pressão de operação = 240 psi
Espessura de parede = 2,72 in Pressão de startup = 157 psi
Eficiência de junta = 1,0 Sobrespessura de corrosão = 1/16 in
MAT na condição de projeto = 110oF (conforme Curva A da UCS-66)

Desenvolva uma tabela de MAT em função da pressão atuante no equipamento.

Solução:
Rc = 234,0 / 2 – 0,0625 = 116,9 in
tc = 2,72 – 0,0625 = 2,66 in
S*E* = P.(Rc / tc + 0,6) = P.(116,9 / 2,66 + 0,6) = 44,6.P

Utilizando esta relação, uma tabela de MAT em função da condição de pressão pode ser
estabelecida.
P S*E* ∆T MAT
Rts = S*E* / SE
[psi] [psi] o
[ F] [oF]
390 17.400,0 1,00 0 110
240 10.700,0 0,61 38 72
157 7.000,0 0,40 105 a 260 5 a -155

As temperaturas de operação e os valores correspondentes de MAT da tabela devem ser


comparados para análise da adequação do equipamento e o risco de fratura frágil.

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3 – Um vaso horizontal com 1,5 in (38 mm) de espessura de parede é fabricado com o
material A-516 Gr.70, fornecido pela usina na condição normalizado. Não existem dados
sobre a tenacidade do material. O vaso foi projetado pelo ASME Seç.VIII – Div.1. Determinar
o valor de MAT.

Solução:
Como o material A-516 Gr.70 para a condição normalizado corresponde a Curva D da Figura
3.3 do API RP-579, o valor de MAT encontrado é de -15oF (= -26oC).

4 – Uma esfera fabricada com o material BS 1501 – 213 Gr. 32A LT (equivalente ao SA-414
Gr.G) tem as propriedades de material e dimensões indicadas abaixo. O equipamento foi
projetado e construído pelo ASME Seç.VIII – Div.1. Desenvolver uma tabela de MAT em
função da pressão.

Informações do equipamento:

Tensão admissível = 25.000 psi (172.4 MPa)


Pressão de projeto = 205 psig (1.41 MPa)
Diâmetro interno = 585,6 in (14874,2 mm)
Espessura de parede = 1.26 in (32 mm)
Eficiência de junta soldada = 1.0
Sobrespessura de corrosão admissível = 1/16 in (1.6 mm)
MAT na pressão de projeto = 80oF (26.7oC), conforme Curva A da figura 3.3 do API RP-579)
Não são disponíveis dados de impacto do material.

Solução:
Deve ser calculada a tensão atuante de membrana na esfera em função da pressão interna.

Rc = 585.6” / 2 – 0,0625” = 292.7”

tc = 1.26” – 0.0625” = 1.198”

S*.E* = (P / 2).(Rc / tc + 0.2) = (P / 2).(292.7 / 1.198 + 0.2) = 122.P

Utilizando a relação acima, uma tabela de MAT em função da pressão pode ser
estabelecida.

P S*.E* ∆T MAT
Rts = S*.E* / S.E o
psi (MPa) psi (MPa) o
F (oC) F (oC)
205 (1.41) 25000 (172.5) 1.0 0 (0) 80 (27)
143 (0.99) 17500 (121) 0.7 31.5 (17.5) 48.5 (9.2)
100 (0.69) 12500 (86.3) 0.5 58.5 (32.5) 21 (-6)
57 (0.39) 7000 (48.3) 0.3 200 (111) -120 (-84)

Os valores de pressão e MAT da tabela acima devem ser comparados com as condições de
operação da esfera, e obedecer a relação de CET igual ou superior a MAT.

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5 – Uma esfera possui as informações descritas abaixo e foi submetida a um teste
hidrostático. O vaso foi projetado pelo ASME Seç.VIII – Div.1. Preparar uma tabela
relacionando a pressão de operação com o respectivo valor de MAT.

Pressão de teste hidrostático = 300 psi (2.07 MPa), ou equivalente a 150% da pressão de
projeto da esfera.
Pressão de projeto = 200 psi (1.38 MPa)
Temperatura de metal durante o teste hidrostático = 50oF (10oC)

Solução:
A temperatura máxima de metal medida durante o teste hidrostático foi de 50oF. Para tornar
a avaliação conservativa, foi adicionado um valor de 10oF nessa temperatura de metal, de
forma que a temperatura considerada durante o teste hidrostático foi de 60oF.

Pressão de Redução de
Pressão de Operação / MAT
Operação Temperatura o
Pressão de Teste o F (oC)
psi (MPa) F (oC)
200 (1.38) 0.67 35 (19.4) 25 (-4)
180 (1.24) 0.60 43 (24) 18 (-8)
150 (1.04) 0.50 55 (31) 5 (-15)
120 (0.83) 0.40 70 (39) -10 (-23)
90 (0.62) 0.30 90 (50) -30 (-34)
75 (0.52) 0.25 105 a 210 (58 a 117) -45 a -155 (-43 a -104)

Os valores de pressão e MAT da tabela acima devem ser comparados com as condições de
operação da esfera, e obedecer a relação de CET igual ou superior a MAT.

CAPÍTULO 4 – FRATURA FRÁGIL

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