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Universidade Federal de Minas Gerais

Escola de Belas Artes


Ateliê II de Artes Digitais - 2018/1

Thiago Moreira Faria. Belo Horizonte 13 de Julho de 2018


2014123610

“The Book is on the Table”


Ambientes Narrativos e Fotogrametria para Realidade Virtual.

Introdução.
Este é um trabalho de vídeo em Realidade Virtual, onde explora um ambiente
imersivo na qual se é deixado levar, navegando pela espacialidade virtual. O
trabalho parte de dois princípios técnicos para um tema em específico. Parte da
experiência de criação de um ambiente narrativo, de realidade virtual, onde a
possibilidade dentro do próprio meio de poder contemplar o vídeo em 360 graus,
sendo olhando a direita ou à esquerda, para cima ou para baixo, de modo que
esses pontos de visão possam conduzir a narrativa. Outro princípio técnico
importante no trabalho é o modo de uso da fotogrametria, escaneamento 3D, para a
realidade virtual, que contrário ao resultado das câmeras de captura em 360º a
fotogrametria permite uma imersão de maior qualidade, onde ao olhar para
extremos dentro do ambiente imersivo não o terá interrompido por linhas de costura,
além de também contar com um maior poder de textura gráfica.
“The Book is on the Table” é um título que faz uma referência cômica paralela
ao que quero representar ao todo no tema deste trabalho. A tradução direta para
esse bordão muito usado em cursos de idioma é “O Livro está sobre a Mesa”, onde
faço o paralelo entre o livro e a educação, o sobre a mesa e a divisão política e
geográfica entre norte e sul no planeta. Sabendo disso parto a compor toda a cena
espacial com elementos que sempre apresentem um suporte onde denota o lugar
de cima e o lugar abaixo, daquela estrutura que sustenta.

Proposta Narrativa.
O vídeo tem 2500 frames numa taxa de quadros de 29,7 fps, onde a cada
500 frames há uma passagem. Sendo então cinco passagens: a primeira tem a
representação de produtos da Europa sobre a exploração no sul asiático como na
Índia ou China e a produção com trabalho escravo; já na segunda passagem
estaremos navegando por interseções, a exploração do petróleo nos países do
oriente médio sob as grandes empresas de petróleo como a “Shell”; na terceira
voltamos a observar o sul Africano, a exploração mineral e os portos de
embarcações navais herdados da época da exploração naval europeia sob cenas
de praias artificiais europeias e grandes castelos; na quarta passagem estamos
agora olhando para as fronteiras, para além do norte e sul, mas o que está entre e a
relação desse entre norte e sul e a migração, já que é nessa perspectiva de fronteira
que se tende a ideia de limites geográficos e políticos; a quinta passagem volta a
olhar para um todo onde elementos culturais dos Estados Unidos tendem sempre a
se sobrepor a todo resto da América.
Elementos de norte, sul e de interseções serão representados através de
vídeos e imagens bidimensionais. São esses colhidos na internet, todos em um
aspecto de documentação, seja a exploração através de reportagens e imagens
colhidas e o norte através de comerciais e elementos visuais que denotam suas
riquezas e esbanjam as suas culturas.

Fotogrametria de Paisagem.
A fotogrametria é uma técnica capaz de extrair fotografias métricas, dando ao
objetivo fotogrametrado propriedades de dimensões, volumes, cor e coordenadas
espaciais. Tendo como resultado modelos tridimensionais com sua informações de
textura e dimensão, a fotogrametria pode então ser uma técnica ideal para a criação
em ambientes tridimensionais, podendo oferecer texturas mais realistas, entretanto
esse trabalho pretende usar a técnica para uma construção de montagens junto a
elementos bidimensionais, pensando a colagem digital.
Pensando na paisagem narrativa, os modelos tridimensionais da
fotogrametria se tornam então estrutura base para o trabalho de colagem de
elementos. A fotogrametria de uma paisagem permite com que possa compor alí
uma cena inteira, onde percorrendo-a com a câmera se tem demais elementos para
uma colagem digital. Ainda tendo a paisagem como objetivo para a fotogrametria,
elementos tridimensionais topográficos dos respectivos lugares que denotam o
norte, sul e interseções compõem um plano de fundo a cena, tal como também um
céu opressor, aludindo a sombria história de guerra da fotogrametria.
A paisagem e o que se observa nela é o suporte que sustenta a ideia de
norte e sul, elementos do norte sempre estarão sobre os elementos tridimensionais
enquanto o sul abaixo ou sob. O vídeo é conduzido por uma câmera, entretanto está
na disposição dos elementos que compõem as cenas, que se tem a propriedade
narrativa diante a imersão do campo de visão na realidade virtual.

Conclusão.
O processo de trabalho no Ateliê II de Artes Digitais me permitiu rascunhar
todos os elementos fundamentais para esse trabalho, sendo a fotogrametria de
paisagem aplicada em um ambiente de realidade virtual e a colagem digital por meio
da interação de elementos bidimensionais e tridimensionais.
Notei complicações na técnica de fotogrametria para espaços grandes,
observando que ambientes menores e bem iluminados seriam melhores modelos de
criação. Desde a interação de elementos bidimensionais com os tridimensionais, tal
como os ambientes sobrepostos também encontrei problemas com a iluminação do
espaço de modo a manter ali uma estabilidade. A solução me veio a cair na poética
do tema onde aproveitei para deixar as partes baixas da cena mais escura enquanto
as partes mais acima onde estão representações do norte com maiores pontos de
iluminação, sendo assim o sul mal visto e ofuscado pelo norte.
Esse trabalho terá saída em sites e redes sociais de domínio público, de
modo a servir de primeiro experimento de vídeo em realidade virtual, dentro do meu
trabalho. Os processos de estudos neste Ateliê serviu de laboratório para uma
pesquisa mais profunda em temas como: realidade virtual, fotogrametria de
paisagem, ambientes narrativos e colagem digital. Temas esse na qual pretendo
levar adiante nas minhas pesquisas acadêmicas no meio da arte e tecnologia.

Fotos do processo:
Render das cenas em Realidade Virtual abertas.

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