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Boletim Informativo Mensal

Ano II / No 14/ Março 2018

PANORAMA MACROECONÔMICO
O ambiente internacional apresentou desempenho positivo em fevereiro contribuindo favoravelmente
aos países emergentes. A tensão observada nos mercados financeiros internacionais no começo deste
mês recuou ao longo dos últimos dias. Os ativos acionários sofreram correção moderada, entretanto,
num contexto de crescimento sólido da economia mundial, o movimento de aversão global ao risco deve-
rá ser limitado.

Adicionalmente, mesmo com as incertezas políticas e fiscais, o cenário externo favorável também tem
contribuído para manter estabilizadas as taxas domésticas de risco e câmbio. Tanto que, a agência inter-
nacional de risco Fitch cortou a nota de crédito soberano do Brasil de "BB" para "BB-" e não houve mu-
dança no nível dos indicadores de risco. O rating do Brasil foi colocado agora 3 degraus abaixo do grau
de investimento, mesma classificação dada pela Standard&Poor's (S&P), que em janeiro também anunci-
ou o rebaixamento do rating do país.

Quanto à atividade econômica interna, os números seguem indicando recuperação lenta e gradual. Em
2017, o PIB, indicador que representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país,
registrou expansão de 1% após dois anos consecutivos de recessão. Todavia, o elevado grau de ociosi-
dade de recursos produtivos combinado com o alto patamar de desemprego possibilita que pressões
sobre a inflação permaneçam restritas por um tempo. Até janeiro, em 12 meses, o IPCA acumula varia-
ção de 2,86%.

Por outro lado, a baixa taxa de juros e de inflação também tem permitido a retomada gradativa da con-
cessão de crédito com a melhora do perfil de endividamento e do comprometimento de renda das fa-
mílias, o que beneficiará o consumo posteriormente.
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Ano II / No 14/ Março 2018


PALAVRA DO GESTOR

O mês de fevereiro foi bastante influenciado por fortes oscilações dos ativos de risco do exterior, em es-
pecial a bolsa americana. No acumulado do mês, estes ativos mantiveram os retornos acima do CDI
(0,47% em fevereiro). O índice Ibovespa fechou o mês com leve alta, de 0,52%. Quanto aos demais índi-
ces de renda variável, o índice Dividendos (IDIV) fechou negativo em 0,61% e o índice Small Caps (SMLL),
apresentou variação negativa de 0,37%.

O grande debate se deu em torno do ciclo de aperto monetário dos EUA. Discussões dos investidores
mostram que as opiniões divergem quanto a velocidade e magnitude da elevação de juros americanos,
causando oscilações nos ativos e com reflexos em todo o globo.

Internamente, a agenda política mais fraca em função do período de férias do congresso e dados positi-
vos da atividade econômica do país compensaram movimentos negativos vindos do exterior.

A safra de resultados corporativos tem, em sua média, vindo positivos, com excelentes perspectivas para
as empresas. Soma-se a isso o fato de que diversas empresas acessaram o mercado de crédito tanto
interno quanto externo, aproveitando juros em níveis historicamente baixos, possibilitando melhores re-
sultados no médio e longo prazo. Por fim, o interesse de novas empresas em abrir capital em bolsa refor-
ça o momento positivo brasileiro.

O fluxo de investidores estrangeiros na bolsa de valores continuou positivo acumulando mais de R$ 6


bilhões no ano mesmo com a indefinição da reforma da previdência e do rebaixamento da nota de crédi-
to por outra agência de risco, desta vez a Fitch e incertezas no cenário político.

Sobre a estratégia dos fundos multimercados, aumentamos a alocação em renda variável no principal
índice da Bolsa brasileira, o IBOVESPA com relativa redução nos demais índices de ações. Tecnicamente
é preferível maior exposição aos ativos de maior liquidez (no caso IBOVESPA). Fundamentalmente, as
empresas que compõe esse índice conseguem se beneficiar mais diretamente das condições favoráveis
de abundância de liquidez internacional, inflação controlada e juros baixos. Por fim, a diversificação pro-
movida por outros ativos dentro da classe de renda variável, como o investimento no exterior, nos permi-
te maior flexibilidade e melhor administração do risco.

Quanto à parcela de renda fixa, aumentamos a exposição de longo prazo, buscando captar o prêmio exis-
tente nos trechos intermediário e longo da curva. Tal estratégia se beneficiou da redução dos juros ob-
servado em todos os vértices da curva. Adicionalmente, demos preferência às posições pré-fixadas em
detrimento aos títulos indexados a inflação de duração semelhante, uma vez que a inflação deverá per-
manecer em patamares abaixo do esperado, podendo patrocinar quedas adicionais na taxa de juros.
Boletim Informativo Mensal
28/02/2018

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