Você está na página 1de 2

No Brasil, apenas 8% têm plenas condições de compreender e se

expressar

Foi isso mesmo que você leu no título: apenas 8% das pessoas em idade de
trabalhar são consideradas plenamente capazes de entender e se expressar por meio
de letras e números. Ou seja, oito a cada grupo de cem indivíduos da população.

Eles estão no nível "proficiente", o mais avançado de alfabetismo funcional em um


índice chamado Inaf (Indicador de Alfabetismo Funcional).

Um indivíduo "proficiente" é capaz de compreender e elaborar textos de diferentes


tipos, como mensagem (um e-mail), descrição (como um verbete da Wikipedia) ou
argumentação (como os editoriais de jornal ou artigos de opinião), além de
conseguir opinar sobre o posicionamento ou estilo do autor do texto.

Também é apto a interpretar tabelas e gráficos como a evolução da taxa de


desocupação (veja que tipo de gráfico é nesta notícia) e compreende, por exemplo,
que tendências aponta ou que projeções podem ser feitas a partir desses dados.

Outra competência que o "proficiente" tem é resolver situações (de diferentes tipos)
sendo capaz de desenvolver planejamento, controle e elaboração.

Numa situação ideal, os estudantes que completam o ensino médio deveriam alcançar
esse nível -- no Brasil, o ensino médio completo corresponde a 12 anos de
escolaridade.

Fala-se em educação, hoje, evidenciando um caráter amplo, democrático, plural e


irrestrito. A escola brasileira garantiu (e ainda garante) o ingresso do aluno à educação
de base, cumprindo um dos pilares da sociedade moderna. Mas, a permanência de
crianças e jovens no espaço educacional, é um desafio gigantesco, demonstrando
uma triste realidade.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), publicada em 2014
pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o analfabetismo tem caído no
país, mas ainda alcança 13 milhões de brasileiros acima de 15 anos, o que
corresponde a 8,3% da população. “O ponto mais preocupante revelado pelo estudo é
que o analfabetismo atinge todas as regiões do país. Isso mostra que é urgente o foco
em políticas públicas para erradicá-lo, como já foi feito em outros países.
De acordo com o diretor de relações com o mercado do Instituto Monitor, Eduardo
Alves, mais do que limitar a inclusão da pessoa enquanto cidadão, o analfabetismo
restringe o desenvolvimento profissional. “Isso reflete no país como um todo. Vivemos
em um momento de ‘apagão de talentos’, de falta de mão-de-obra especializada, e
está tudo relacionado com a base da educação brasileira, que ainda deixa a desejar”,
explica Alves.
Para a professora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Ana Lúcia
Guedes-Pinto, essa defasagem reflete as desigualdades socioeconômicas históricas
no país e aponta para a necessidade de mais investimento na educação básica e
pública.
"Ainda não atingimos [bons] níveis de alfabetismo", diz a docente do departamento de
ensino e práticas culturais da Faculdade de Educação. "[Os proficientes] ainda é um
grupo muito pequeno, de elite", completa Guedes-Pinto.

Há cinco níveis de alfabetismo funcional, segundo o relatório "Alfabetismo e o Mundo


do Trabalho": analfabeto (4%), rudimentar (23%), elementar (42%), intermediário
(23%) e proficiente (8%). O grupo de analfabeto mais o de rudimentar são
considerados analfabetos funcionais.

O estudo foi conduzido pelo IPM (Instituto Paulo Montenegro) e pela ONG Ação
Educativa. No conjunto, foram entrevistadas 2002 pessoas entre 15 e 64 anos de
idade, residentes em zonas urbanas e rurais de todas as regiões do país.

Fonte: <https://educacao.uol.com.br/noticias/2016/02/29/no-brasil-apenas-8-escapam-
do-analfabetismo-funcional.htm>

Você também pode gostar