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Muitas pessoas não sabem, mas a legislação trabalhista brasileira prevê o

pagamento de adicional sobre o salário para os casos em que é constatado que o


trabalhador exerce suas atividades exposto a riscos.

Pensando nisso, no post de hoje, esclarecemos as principais dúvidas sobre o


adicional de insalubridade. Continue a leitura!

O que é o adicional de insalubridade?


O adicional de insalubridade é um instrumento legal de compensação ao
trabalhador por períodos de trabalho exposto a agentes nocivos, com potencial
para prejudicar a sua saúde de alguma forma.

Esse benefício é reconhecido pelo Ministério do Trabalho e está previsto


na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT nos artigos 189 a 197. Além disso,
a Norma Regulamentadora NR-15 determina quais são os riscos passíveis de
gerar o benefício.

Como é definido quem receberá o adicional?


A NR-15 define os critérios a serem observados de acordo com o risco a que o
trabalhador está exposto. Atualmente, ela considera que devem receber adicional
de insalubridade aqueles que exercem atividades que envolvem os seguintes
riscos:

 Ruído contínuo e de impacto;


 Calor e frio;
 Radiações ionizantes e não ionizantes;
 Condições hiperbáricas;
 Vibrações;
 Umidade;
 Agentes químicos (caracterizados por limite de tolerância ou por atividade);
 Poeiras minerais;
 Agentes biológicos.

É importante ressaltar que cada tipo de risco considerado na norma será avaliado
através de parâmetros específicos. Cada tema é tratado em um anexo diferente da
norma, totalizando treze anexos vigentes.

Atividades que envolvem o risco de ruído contínuo, por exemplo, só são


consideradas insalubres após a realização de estudos que comprovem a relação
entre o nível do ruído com o tempo de exposição. Assim, trabalhadores em
atividades que tenham níveis altos de ruído, mas em que o tempo de exposição
seja curto, podem não se encaixar nos critérios para o adicional de insalubridade.

Por outro lado, no caso dos ruídos de impacto (aqueles sons de batidos ou
estampidos, que apresentam picos com 1 segundo ou menos de duração), avalia-
se somente se o trabalhador está ou não exposto ao risco, independentemente do
tempo de exposição. Os anexos tratam tanto dos limites de tolerância quanto das
metodologias de análise e aferição, quando for o caso.

Como o adicional de insalubridade é calculado?


O adicional de insalubridade pode variar de acordo com o grau da mesma,
prevendo o pagamento de 10% para o grau mínimo, 20% para o médio e 40% para
o máximo. O artigo 192 da CLT aponta como referência o salário-mínimo da
região, mas o tema é polêmico: há decisões judiciais que obrigam o pagamento
adotando como referência o salário do trabalhador, ou até mesmo o salário-base
da categoria.

Como dito anteriormente, cada anexo da NR-15 determina qual percentual será
pago para cada situação de risco. O anexo 8, por exemplo, determina que a
exposição à vibração acima dos limites de tolerância caracteriza insalubridade de
grau médio, independentemente do excesso. Já o anexo 13 diz que o percentual
depende do agente químico e da atividade, não cabendo avaliação quantitativa.

Insalubridade ou periculosidade?
Existe, ainda, outro dispositivo legal que prevê pagamento de adicional nas
atividades consideradas perigosas. O conceito de periculosidade é diferente da
insalubridade, pois o trabalhador não fica exposto diretamente ao agente nocivo,
embora exista possibilidade de se ferir ou morrer em decorrência da sua atividade.
As atividades perigosas são abordadas na NR-16.

É importante que toda empresa esteja atenta às condições em que seus


trabalhadores exercem suas atividades para que, assim, busque formas de
amenizar possíveis riscos. Isso preserva a saúde dos colaboradores e,
consequentemente, evita o pagamento de multas e outras despesas altas, como
sentenças judiciais.

E então, conseguiu entender melhor como funciona o adicional de insalubridade?


Que tal compartilhar esse conhecimento com seus colegas nas redes sociais?

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