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Ano XIV – Número 61 – maio/julho de 2014

FONOAUDIOLOGIA
firma-se como
defensora da saúde
pública durante
Conasems

Teste da linguinha
Agora é lei
CFFa
sumário
4 Fonoaudiologia firma-se como defensora da saúde pública durante Conasems
5 Oficinas de Sensibilização em Saúde Mental e Fonoaudiologia continuam no segundo semestre
6 Teste da Linguinha em recém-nascidos agora é lei
Reivindicações da Fonoaudiologia passam nas etapas macrorregionais e estaduais das Conferências de Saúde do
7
Trabalhador e da Trabalhadora

Crefono 1
8 Campanha de 2014 no Rio de Janeiro discute a musicalidade da voz
Notificação em PAIR e Disfonia: caminho para o crescimento da Fonoaudiologia e melhoria das condições de trabalho no
10
Brasil

Crefono 2
12 Brasilcleft: uma força-tarefa nacional para o gerenciamento dos resultados da correção da fissura labiopalatina
14 COSEMS 2014 – “Fonoaudiologia: Quais as suas Contribuições”

Crefono 3
16 A Fonoaudiologia na Rede de Apoio ao Atendimento Educacional Especializado no Município de Itajaí/SC
19 Fonoaudiologia e voluntariado

Crefono 4
20 O trabalho fonoaudiológico no Serviço de Atenção Domiciliar
22 A importância do Telessaúde para a Fonoaudiologia

Crefono 5
24 Fonoaudiologia Empresarial mostra-se eficaz a empresas que buscam uma boa comunicação
26 Saúde e cultura juntas em projeto para desenvolver trabalho que utiliza a voz

Crefono 6
28 Crefono 6 participa de Ação Global em três cidades do Regional
30 Fonoaudiologia ganha destaque na Saúde Mental
31 Novo projeto do Crefono 6 aproxima os quatro estados

Crefono 7
32 Fonoaudiologia e Odontologia: atuação interdisciplinar em benefício do paciente
34 Entrevista com Sr. Airto Ferronato
35 Quem cuida do Cuidador?

Crefono 8
36 Política Nacional de Saúde Vocal é discutida na Assembleia Legislativa do Ceará
37 Fonoaudiologia e Saúde Mental: um campo profissional ainda pouco explorado
38 Fonoaudiólogos educacionais vivem experiências inesquecíveis dentro das escolas

2 As matérias da revista Comunicar são de responsabilidade de seus respectivos conselhos, conforme listado acima.
editorial
SISTEMA DE CONSELHOS FEDERAL
E REGIONAIS DE FONOAUDIOLOGIA

CFFa – 11º COLEGIADO


Gestão Abril 2013 a Abril de 2016
Presidente: Bianca Arruda Manchester de Queiroga Arquivo CFFa
Vice-Presidente: Maria Cecilia de Moura
Diretora-Secretária: Solange Pazini
Diretor-Tesoureiro: Jaime Luiz Zorzi
O protagonismo
Assessora da Comissão de Divulgação
Suzana Campos MTB 4390527 do Sistema de
CONSELHOS REGIONAIS
Gestão Abril 2013 a Abril de 2016 Conselhos na
defesa da saúde e
Crefono – 1ª Região
Presidente: Lucia Provenzano
Vice-Presidente: Mônica Karl

da educação dos
Diretora-Secretária: Katia Santana
Diretora-Tesoureira: Vanessa Jurelevicius

Crefono – 2ª Região
Presidente: Thelma Regina da Silva Costa
Vice-Presidente: Sandra Mª Freitas Murat P. Santos
Diretora-Secretária: Monica Petit Madrid
cidadãos

N
Diretora-Tesoureira: Silvia Tavares de Oliveira

Crefono – 3ª Região essa edição da Revista Comuni-


Presidente: Francisco Pletsch
Vice-Presidente: Josiane Borges
car temos o mais variado leque
Diretora-Secretária: Jozélia Duarte B. P. Ribas de informações sobre a Fono-
Diretor-Tesoureiro: Celso G. dos Santos Júnior
audiologia de norte a sul do País. Os Bianca Queiroga
Crefono – 4ª Região
Presidente: Sandra Mª Alencastro de Oliveira Conselhos Regionais trazem matérias Presidente do CFFa
Vice-Presidente: Silvia Damasceno Benevides
Diretora-Secretária: Mercia Mª Quintino Silva específicas de suas atividades locais. Vo-
Diretora-Tesoureira: Viviany Andrea Meireles Alves
cês podem conferir, por exemplo, as ma- Conversamos diretamente com os
Crefono – 5ª Região
Presidente: Silvia Maria Ramos
térias sobre as Oficinas de Sensibilização gestores de saúde. Tivemos a oportuni-
Vice-Presidente: Viviane Castro de Araújo em Saúde Mental que já aconteceram e dade de defender e cobrar a presença
Diretora-Secretária: Caroline Silveira Damasceno
Diretora-Tesoureira: Eliana Sousa da C. Marques o calendário das próximas oficinas. do fonoaudiólogo nas equipes mul-
Crefono – 6ª Região Trazemos também boas notícias das tidisciplinares em muitos municípios
Presidente: Rafaela Linhares Taboaba Gorza
Vice-Presidente: Paula Garibaldi Santos etapas macrorregionais e estaduais das brasileiros. Além disso, verificamos de
Diretora-Secretária: Thaís Moura Abreu e Silva
Diretora-Tesoureira: Joana Isabel D. de C. Penayo Conferências de Saúde do Trabalhador perto quais são os reais entraves para
Crefono – 7ª Região
e da Trabalhadora. Temos informações a contratação de profissionais no inte-
Presidente: Marlene Canarim Danesi de vários estados em que as reivindica- rior dos estados. Com o estreitamen-
Vice-Presidente: Luciana Kael de Sá
Diretora-Secretária: Nádia Mª Lopes de Lima e Silva ções do Sistema de Conselhos de Fo- to do diálogo do CFFa com os gestores
Diretora-Tesoureira – Daniela Zimmer
noaudiologia foram aprovadas para a de saúde, almejamos formar parcerias e
Crefono – 8ª Região
Presidente: Charleston Teixeira Palmeira etapa nacional. viabilizar melhores condições de traba-
Vice-Presidente: Ana Mª da Costa dos S. Reis
Diretora-Secretária: Fernanda Mônica de O. Sampaio Outra ação que nos orgulha é a par- lho para toda categoria.
Diretora-Tesoureira: Lia Mª Brasil de S. Barroso ticipação do Sistema de Conselhos no No campo das atividades parlamen-
REVISTA COMUNICAR PRODUÇÃO EDITORIAL
Congresso Nacional das Secretarias tares, a Revista Comunicar traz uma ma-
Municipais de Saúde, o Conasems. Pela téria sobre a publicação da Lei do Teste
terceira vez consecutiva, a Fonoaudio- da Linguinha – Lei nº 13.002/2014, e um
logia assume seu papel de protagonista resgate histórico de todo o processo de
SAUS Quadra 5 – Bloco N – Lote 2 – Edifício OAB – 10.º andar
na defesa do Sistema Único de Saúde. tramitação. Vale a pena conferir, nos ve-
Asa Sul – Brasília/DF – CEP 70070-913 Consideramos que a participação no mos na próxima edição já em formato
Tel.: (61) 3208 1155 • Fax: (61) 3208 1100
www.icomunicacao.com.br Congresso foi um momento muito im- totalmente digital.
Jornalista Responsável – Suzana Campos MTB – 4390527/PR portante para a categoria. Boa leitura!
Edição – Suzana Campos
Projeto Gráfico – Ana Helena Melo
Foto da capa – Flickr/Conasems
Revisão e diagramção – i-Comunicação

IMPRESSÃO A revista Comunicar agora pode estar no seu smartphone. Para


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acessar o conteúdo, seu aparelho precisa ter câmera fotográfica,
Revista em formato digital
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Tel. (61) 3322-3332 esses requisitos, basta aproximar a câmera da figura ao lado e esperar
E-mail: fono@fonoaudiologia.org.br que o aplicativo leia o símbolo. Pronto! Você poderá guardar as
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e-mail: imprensa@fonoaudiologia.org.br
Site: www.fonoaudiologia.org.br 3
CFFa

Fonoaudiologia firma-se como


defensora da saúde pública
durante Conasems
Pela quarta vez consecutiva, o Sistema de Conselhos sensibiliza gestores
de saúde em relação à atuação do fonoaudiólogo nos municípios
Conasems
assinala. Em sua avaliação, o estrei-
tamento desses contatos favorece
diretamente os profissionais.
De acordo com a presidente do
Conselho Regional de Fonoaudiolo-
gia 5ª Região, Silvia Ramos, a aproxi-
mação do Sistema de Conselhos com
os gestores da saúde de todo o Brasil
propicia, por meio de conversa dire-
ta, uma oportunidade de apresentar
a relevância da presença do fonoau-
diólogo nos diferentes programas e
políticas públicas de saúde que mui-
tos, inclusive, desconhecem.

STAND DA FONOAUDIOLOGIA
A visita ao stand do Sistema de
Conselhos, durante o Conasems,
foi intensa. A distribuição de mate-
Presidente do CNS, Socorro Sousa, defende 10% de receita bruta da União para a riais informativos rendeu novos con-
saúde, na abertura do Conasems tatos. Isso se deve ao trabalho dos
conselheiros no evento, com a sen-
Suzana Campos consolida a Fonoaudiologia como sibilização dos gestores em relação
Repórter protagonista na defesa da saúde pú- à atuação dos fonoaudiólogos nos
blica brasileira. municípios e à aproximação da ca-
A presidente do CFFa, Bianca

O
tegoria junto aos secretários munici-
Sistema de Conselhos Fede- Queiroga, pontua a importância do pais de saúde.
ral e Regionais de Fonoau- diálogo direto com inúmeros ges- O ministro da Saúde, Arthur
diologia participou no início tores, oportunidade que só o Cona- Chioro, o presidente do Conasems,
de junho, em Serra/ES, do XXX Con- sems proporciona. “O evento reúne Antônio Carlos Figueiredo Nardi, e
gresso Nacional de Secretarias Mu- as condições necessárias para pro- a presidente do Conselho Nacio-
nicipais de Saúde (Conasems). Na mover a profissão e dialogar dire- nal de Saúde, Maria do Socorro de
análise das conselheiras que par- tamente com quem gerencia as Souza, também visitaram o stand
ticiparam do evento, esta edição políticas de saúde nos municípios”, e dialogaram com as conselheiras

4
CFFa

Conasems

OFICINAS DE
SENSIBILIZAÇÃO
EM SAÚDE MENTAL
E FONOAUDIOLOGIA
CONTINUAM NO
SEGUNDO SEMESTRE
O Sistema de Conselhos Federal
e Regionais de Fonoaudiologia
continuam com as Oficinas de
Sensibilização em Saúde Mental.
Os eventos acontecem em parceria
com a Sociedade Brasileira de
Fonoaudiologia com o objetivo
“Se 40 anos mais tivesse, 40 anos lutaria pela saúde”, Maria Geni, 93 anos de sensibilizar profissionais da
categoria, docentes, discentes
e gestores a respeito das atuais
sobre as reais necessidades de saú- de orçamento ainda é o maior entra- políticas públicas.
de dos municípios e a interface ve para a contratação dos profissio- Na avaliação da coordenadora
com a Fonoaudiologia. nais em diversos municípios. das oficinas pelo CFFa,
O secretário de Saúde de Bela conselheira Giselle Kubrusly
MATERIAIS INFORMATIVOS Vista do Paraíso, município do nor- Sypczuk, as discussões das
O Sistema de Conselhos distribuiu te do Paraná, Ailthon Januário Perei- oficinas estão revelando práticas
fonoaudiológicas que precisam
uma publicação preparada especial- ra, revelou à presidente do CFFa que,
ser levadas em consideração para
mente para o evento, a cartilha “Con- mesmo após fazer convocação para garantir uma maior inserção do
tribuição da Fonoaudiologia para o contratação de fonoaudiólogo com profissional nas políticas públicas
avanço do SUS”, que pode ser baixa- salário de mais de R$ 3 mil, não apa- e nas equipes de saúde mental.
da no site do CFFa. Circulou também receram candidatos. E, segundo ele, a As oficinas já aconteceram nos
entre os congressistas a “Carta Aber- realidade não é diferente em outros Conselhos Regionais da 2ª, 3ª,
ta da Fonoaudiologia” endereçada municípios, como Alvorada do Sul, 4ª, 6ª, e 8ª Regiões. Acompanhe
abaixo o calendário das próximas
aos gestores e que ressalta a impor- Florestópolis e Tamarana.
edições:
tância da inserção do fonoaudiólogo
• OUTUBRO: 24/10
em todas as esferas do serviço públi- HOMENAGEM Conselho Regional de
co, entendendo que são necessários A conselheira municipal de saú- Fonoaudiologia 1ª Região –
diálogos abertos e francos sobre as de de Vila Velha/ES, Maria Geni, de CONFIRMADO.
reais necessidades de saúde dos mu- 93 anos, recebeu a Comenda de Di- • OUTUBRO: 17/10
nicípios, para que sejam assegurados reitos Humanos Dom Hélder Câmara Conselho Regional de
seus princípios e diretrizes. como reconhecimento pelos 40 anos Fonoaudiologia 5ª Região –
CONFIRMADO.
de militância no controle social. Em
CARÊNCIA DE FONOAUDIÓLO- seu discurso, Maria Geni também de- • NOVEMBRO: 29/11
Conselho Regional de
GOS NO INTERIOR DOS ESTADOS fendeu mais recursos para a saúde e
Fonoaudiologia 7ª Região –
A conselheira do CFFa Ana Cristi- aconselhou ao governo que deixe al- CONFIRMADO.
na Montenegro conta que os secre- gumas obras para segundo plano e • DEZEMBRO: 5/12
tários reconhecem a importância do invista mais na área. “Se 40 anos mais Conselho Regional de
fonoaudiólogo, e muitos informam tivesse, 40 anos lutaria pela saúde. O Fonoaudiologia 2ª Região –
que o profissional já faz parte de su- SUS foi o melhor plano de saúde que CONFIRMADO.
as equipes multiprofissionais. A falta foi criado”, defendeu.

5
CFFa

Teste da Linguinha
em recém-nascidos agora é lei
Maternidades e hospitais têm 180 dias para se adequar à nova legislação

Suzana Campos A fonoaudióloga Roberta Marti- não nutritiva e nutritiva.


Repórter nelli lutou para que o teste obtives- Em casos de alteração no frênu-
se status de lei. Segundo ela, com lo da língua, a pega do mamilo fica

A
Lei nº 13.002/2014, que tor- base na criação do protocolo que dificultada, o que acaba por inter-
na obrigatória a realização avalia o frênulo da língua, alguns ferir diretamente na amamentação,
do Protocolo de Avaliação municípios e até mesmo estados podendo ocorrer desmame preco-
do Frênulo da Língua em Bebês – tornaram lei o “teste da linguinha” ce. Outro possível problema que
Teste da Linguinha, foi publicada no em suas localidades. o frênulo lingual pode causar é a
Diário Oficial da União no dia 23 de Verificar o frênulo da língua em distorção em alguns sons da fala,
junho. O teste consiste na avaliação bebês não é algo novo, pois em ar- principalmente nos sons que neces-
do frênulo da língua em recém-nas- tigos publicados em 1868 e 1888 já sitam da mobilidade do ápice (pon-
cidos para verificar futuros proble- há o relato sobre as parteiras que li- ta) da língua para serem articulados.
mas na fala, sucção, deglutição e beravam a língua do bebê logo após Identificado o problema, o pro-
mastigação. De acordo com o que o parto para que não houvesse pro- fissional habilitado (médico ou den-
define a lei, maternidades e hospi- blema na amamentação. A partir tista) libera a língua utilizando o
tais têm até seis meses para se ade- da Lei Nacional o protocolo para ve- procedimento chamado de freno-
quar à nova legislação. rificação de possível alteração no tomia (cortar o frênulo). O proce-
A Sociedade Brasileira de Fono- frênulo lingual será obrigatório a to- dimento é extremamente rápido e
audiologia (SBFa), em acordo com dos os recém-nascidos da rede pú- simples de ser realizado possibilitan-
o deputado Onofre Santos Agostini blica. O teste é fácil de ser realizado, do, imediatamente, ao bebê mamar
de Santa Catarina, iniciou a campa- não causa nenhum desconforto pa- de forma adequada.
nha para que o teste desenvolvido ra o bebê e pode ser aplicado por Primeiro o profissional examina
pela fonoaudióloga Roberta Mar- qualquer profissional da área da com os dedos o movimento da lín-
tinelli em seu mestrado na USP – saúde que esteja habilitado. gua e a posição do frênulo, membra-
Bauru se tornasse lei. na que conecta a língua ao assoalho
O Conselho Federal de Fonoau- PROCEDIMENTO da boca. Em seguida, observa e gra-
diologia (CFFa) também acompa- O protocolo específico para o exa- va a amamentação da criança para
nhou todo o processo de tramitação me do frênulo da língua é fácil e rápi- depois analisar os detalhes.
do PL no Congresso. Na avaliação da do de ser aplicado. Ele contém fotos Nos casos em que o frênulo é
presidente do CFFa, Bianca Queiro- de frênulos normais e alterados, o curto demais, podem ocorrer al-
ga, “Assim como o teste da orelhinha que auxilia o profissional a identifi- terações na sucção, o que interfe-
e do pezinho, que já são obrigatórios car o que se espera como normali- re diretamente na amamentação
há mais tempo, o teste da linguinha dade ou alteração. O exame clínico em frequentes desmames e, futura-
é um avanço na garantia da saúde é composto da avaliação anatomo- mente, em problemas de fala. Faz-se
dos recém-nascidos”, considera. funcional e da avaliação das sucções então um “pique” no frênulo muito

6
CFFa

curto (frenectomia). “É um proces-


so indolor”, garante Roberta. Reivindicações da
TRAMITAÇÃO
O CFFa agradece aos parlamen-
Fonoaudiologia
tares que apoiaram e aprovaram o passam nas etapas macrorregionais e
PL e, em especial, ao autor do pro- estaduais das Conferências de Saúde do
jeto que deu origem à lei, deputado
catarinense Onofre Santos Agostini, Trabalhador e da Trabalhadora
pelo empenho e acompanhamento
da tramitação do PL na Câmara, e ao
senador Eduardo Amorim, de Sergi- Suzana Campos tem boas expectativas para a Con-
pe, relator do PL na casa. Repórter ferência Nacional, que acontece de
10 a 13 de novembro em Brasília.

O
PL 30 HORAS trabalho preparatório do “Divulgamos nossas reivindicações
O Projeto de Lei da Câmara (PLC) Sistema de Conselhos Fe- e vamos continuar trabalhando pa-
nº 119/2010, que confere 30 horas deral e Regionais de Fo- ra que os anseios da Fonoaudio-
semanais aos fonoaudiólogos, veta- noaudiologia para a Conferencia logia passem com êxito na etapa
do integralmente pela Presidência Nacional de Saúde do Trabalhador nacional”, aposta.
da República, continua na fila para e da Trabalhadora já está renden- Reivindicações da Fonoaudiologia:
análise dos vetos da Comissão Mis- do boas notícias. Até a finalização 1. Garantia de publicação do Pro-
ta. O Conselho Federal de Fonoau- da edição da Revista Comunicar o tocolo de Distúrbios da Voz relacio-
diologia continua sua articulação CFFa tem a informação de que as nados ao Trabalho (PDRVT);
para que o PL entre na pauta do reivindicações da Fonoaudiologia 2. Capacitação dos profissionais
Congresso. passaram nas fases macrorregio- de saúde quanto à Notificação da
Na análise da presidente do CFFa, nais e estaduais em Goiás, Rio de Perda Auditiva Induzida por Ruído
essa não será uma tarefa fácil. “Mes- Janeiro e Bahia. (PAIR);
mo sabendo que existem mais de A conselheira federal Ana Cristi- 3. Garantia de que a Audiometria
três mil vetos para serem analisa- na Montenegro acredita que outros Tonal Limiar seja realizada somente
dos, estamos em constante movi- estados e regiões também tenham por profissionais habilitados: fono-
mento na Câmara e Senado para inserido as pautas da categoria e audiólogos ou médicos.
Silvia Ramos
tentar reverter a situação”, afirma
Bianca.
O PLC das 30 horas foi vetado
em abril de 2013, com alegação de
que a medida, se aprovada, preju-
dicaria os cofres dos municípios e
o atendimento do SUS. No entanto,
a jornada de 30 horas é uma reco-
mendação da Organização Interna-
cional do Trabalho (OIT), que torna
possível ao fonoaudiólogo dedi-
car mais tempo ao seu desenvolvi-
mento profissional e científico. Isso,
por consequência, afetará direta-
mente a qualidade da prestação de Da esquerda para a direita: fonoaudiólogas de Goiás Caroline Damasceno, Mirian
serviço em saúde no Brasil. Gomes, Uliana Figueiredo e Silvia Ramos na etapa estadual das conferências

7
CREFONO 1
RJ

Campanha de 2014
no Rio de Janeiro discute a
musicalidade da voz
Rose Maria ao emocionar todos com um pocket falarmos de comunicação como qua-
Assessoria de Imprensa show, ao lado do violonista Rafael Oli- lidade de vida do ser humano. Se a
veira. A apresentação entusiasmou SBFa, em função da realização da Co-

“T
odos nós produzimos até a cantora Veraluz Miranda a subir pa do Mundo no Brasil, chamou a
canções. Cuide das es- ao palco, no encerramento do even- atenção para a necessidade de cui-
pontâneas entonações to. Veraluz, que estava na plateia, foi darmos da voz no palco e nos está-
da sua Voz”. Sob esse enfoque, ins- Prêmio Shell 2014 de Teatro, catego- dios, o Crefono 1 traz a musicalidade
pirado em Luiz Tatit, o Crefono 1 ria Melhor Trilha Sonora, interpretan- como meta. Quando você fala, no
promoveu, de 16 a 30 de abril, a X do composições de Gabriel Moura seu dia a dia, você não está cantan-
Campanha “Quem cuida da Voz sem- em “Cabaré Dulcina”. do, mas fazendo entonações com sua
pre tem o que Falar”, mais uma inicia- “Há 30 anos sou ator e cantor e, voz. A maneira como eu falo muda a
tiva dentro da campanha nacional da desde 2008, fonoaudiólogo. Venho minha vida”, afirmou Leila.
Sociedade Brasileira de Fonoaudio- construindo um trabalho muito efi- A divulgação da importância dos
logia (SBFa) “Seja Amigo da sua Voz”, caz com a Fonoaudiologia e minha cuidados com a Voz, no Rio de Ja-
em comemoração ao Dia Mundial da carreira artística. Venho aprenden- neiro, começou bem antes do lan-
Voz – 16 de abril. A Subcomissão de do muito, a cada dia, e aprofundan- çamento da campanha no CCBB. Em
Voz da 1ª Região preparou fôlder in- do cada vez mais minha relação com 10 de abril, uma Roda de Conversa
formativo e cartaz para a ação dos 48 a Fonoaudiologia. Afinal, trabalhar a para atualização na área reuniu 50
núcleos e, com apoio da cinegrafista pessoa é um privilégio”, afirmou Jor- profissionais e acadêmicos de Fono-
Marcela Horta, editou um vídeo para ge Maya. Para ele, esse movimen- audiologia, no auditório do Crefo-
divulgação da campanha. to de divulgação da importância no 1. Entre os palestrantes, além do
O lançamento da 10ª edição ocu- de cuidar da voz é um caminho lon- próprio Jorge Maya, os fonoaudió-
pou o Teatro I do Centro Cultural do go, mas importante. “E não vai parar. logos João Lopes, Lídia Becker, Glo-
Banco do Brasil (CCBB), no Centro Voz é emoção. A voz pode abraçar rinha Beuttenmüller e Leila Mendes.
do Rio, na manhã de 15 de abril. A ou matar. Por isso, para que cada um Lídia Becker apresentou casos sobre
presidente do Crefono 1, Lucia Pro- perceba isso, precisamos de união voz e fala no pré e no pós-implante
venzano, abriu oficialmente a cam- enquanto classe”, completou. coclear. João Lopes falou sobre voz
panha ao lado da representante do Leila Mendes ressaltou que, mui- cantada, gênero musical, estilo inter-
Conselho Federal de Fonoaudiolo- tas vezes, ninguém faz ligação en- pretativo e da relação da Fonoaudio-
gia Monica Marins, da presidente da tre abuso vocal e problemas de voz. logia com os cantores. Leila Mendes e
Subcomissão de Voz da 1ª Região, “Daí a importância de, juntos, divul- Glorinha Beuttenmüller discutiram a
Leila Mendes e da presidente da Co- garmos isso. As primeiras campanhas voz do ator, ressaltando o ser huma-
missão Regional de Divulgação, Már- estavam muito relacionadas à saúde, no como um todo. Um dos pontos al-
cia Thurler. O padrinho da ação em ao câncer de laringe, muito em fun- tos do encontro foi a homenagem a
2014, o fonoaudiólogo Jorge Maya, ção dos altos índices entre fuman- Glorinha Beuttenmüller, criadora do
que além de preparador vocal, é ator tes. Depois veio a ligação entre saúde método de preparação vocal Espaço
e cantor, deu um presente ao público, e voz. E essa campanha evoluiu para Direcional Beuttenmüller.

8
CREFONO 1
RJ

Crefono 1

Para promover as ações desen-


volvidas pelos cerca de 50 pólos de
orientação em 16 municípios, 10
outdoors em diversos pontos da ca-
pital do estado anunciaram a cam-
panha, além de entrevistas para
duas rádios e programa de TV da
MultiRio (Canal de TV da Prefeitura
do Rio de Janeiro).
Mas um dos principais desdobra-
mentos da 10ª edição da Campanha
da Voz na 1ª Região foi a parceria
com a Secretaria Estadual de Educa- Conselheiras do Crefono 1 e CFFa e o padrinho da Campanha da Voz 2014, Jorge Maya
ção, por meio da Assessoria de Saú-
de e Bem-Estar, para realização de estaduais a Indicação Legislativa nº falo de política partidária, porém de
oficinas com professores nas 14 co- 321/2013, de autoria dos deputados relações interpessoais que nos le-
ordenadorias regionais. Após le- Paulo Ramos (PSOL) e Comte Bitten- vem a abraçar o social e a colaborar
vantamento feito entre abril e maio court (PPS), que solicitava ao então para a construção de uma sociedade
pelo questionário on-line com cer- governador, Sérgio Cabral, envio de mais justa e igualitária”, arrematou.
ca de 85 mil servidores estaduais ati- mensagem ao Legislativo, dispon- Para a coordenadora do núcleo
vos, entre professores, funcionários do sobre a criação do cargo de fono- na Clínica da Família Antônio Gon-
de apoio e administrativos, as pales- audiólogo no quadro de pessoal de çalves da Silva (CFAGS), em Realen-
tras já estão acontecendo e vão até o apoio educacional. go, zona norte do município do Rio,
início do 2º semestre. Essas oficinas “Essa indicação legislativa foi inde- a fonoaudióloga Isa Maria Zagari Ri-
ajudam a consolidar um programa ferida pela SEEDUC, mas desde en- golon, as atividades realizadas com
em preparação, o Programa Estadu- tão estamos vendo surgir ações que usuários da clínica, agentes comu-
al de Saúde Vocal do Professor, des- contemplam a Fonoaudiologia na nitários de saúde, alunos da Acade-
dobramento prático da Lei Estadual Educação estadual. Nossa proposta mia Carioca e idosos do grupo de
nº 6.756/2014, sancionada em 15 de é bem mais ampla, pois pleiteamos convivência da Secretaria do Idoso
abril de 2014 pelo governador, Luiz a criação do cargo na Secretaria pa- superaram as expectativas. “As ativi-
Fernando de Souza, e que instituiu a ra cuidar não só da voz do professor, dades foram realizadas no auditório
Política Estadual de Saúde Vocal do como também contribuir com o pro- da clínica, um espaço que ficou pe-
Professor no Rio de Janeiro. cesso ensino-aprendizagem. Estou queno para tantos participantes. As
Para a presidente do Crefono 1, muito otimista e creio que estamos atividades corporais prepararam o
Lucia Provenzano, a criação de um conseguindo sensibilizar os gestores ambiente para o nosso tema, a Voz,
programa estadual voltado para a sobre os benefícios que a Fonoaudio- e foi perfeito! As orientações foram
voz do professor é uma notícia mui- logia pode trazer para uma Educação ouvidas com interesse e sintetizadas
to boa e pode ser a porta que o 10º de qualidade”, salientou. com o material de apoio distribuído.
Colegiado esperava abrir para con- Lucia Provenzano ressaltou que a Além da Campanha da Voz, havia a
solidar a inserção da Fonoaudiologia união dos fonoaudiólogos é funda- comemoração de Páscoa, o que jus-
na Educação estadual do Rio de Ja- mental para reinventar estratégias e tificou a escolha do repertório mu-
neiro. Lucia Provenzano lembra que criar condições para que não só os sical. Fizemos treino respiratório,
a partir da audiência pública que de- fonoaudiólogos dominem o conhe- aquecimento vocal e improvisação
bateu o tema na ALERJ (Assembleia cimento sobre Voz, mas também o de coral de vozes. A CFAGS pode,
Legislativa do RJ) ano passado, den- cidadão possa beneficiar-se dessas com certeza, viver uma experiência
tro da Comissão de Educação da Ca- informações. “Por isso, precisamos rica em noções de saúde vocal”, re-
sa, foi aprovada pelos deputados estar engajados politicamente. Não sumiu Isa Maria.

9
CREFONO 1
RJ

Notificação em PAIR e Disfonia: caminho


para o crescimento da Fonoaudiologia e
melhoria das condições de trabalho no Brasil

suas equipes todos os profissionais


de saúde, incluindo fonoaudiólogos.
Duas moções de apoio também fo-
ram aprovadas na conferência reali-
zada em Copacabana, de 28 a 30 de
maio: redução da jornada do fono-
audiólogo para 30 horas semanais e
garantia de publicação do Protoco-
lo de Distúrbios da Voz relacionados
ao Trabalho (PDRVT), uma das dire-
trizes apontadas pelo CFFa como
fundamental para a Fonoaudiologia
contemporânea.
“Não realizo atendimento clíni-
co, terapêutico ou exame. Atuo na
promoção da saúde do trabalhador
e prevenção das doenças relaciona-
das ao trabalho por meio de orienta-
ções, palestras, capacitação da rede
A notificação dá visibilidade a agravos e doenças e é dever de todo o fonoaudiólogo
do SUS na região que a minha uni-
dade é responsável, com vistas às
Rose Maria de Caxias, um CEREST regional, que notificações e apoio aos trabalha-
Assessoria de Imprensa abrange os municípios de Caxias, dores, além de apoio às ações de vi-
Magé, São João de Meriti e Queima- gilância em saúde do trabalhador,

A
dos, na Baixada Fluminense. pesquisas na área de saúde do tra-
fonoaudióloga Priscilla Galin- A 4ª Conferência Nacional Saú- balhador e na contribuição para for-
do Villas Boas foi eleita dele- de do Trabalhador e da Trabalhado- mulação de políticas públicas. Me
gada pela 4ª Conferência de ra, Direito de Todos e Todas e Dever dispo do olhar exclusivo das ques-
Saúde do Trabalhador e da Trabalha- do Estado acontece de 10 a 13 de tões de Fonoaudiologia e amplio a
dora do RJ, no final de maio, para a 4ª visão também para os processos e
novembro na capital federal e o ei-
Conferência Nacional, que acontece condições de trabalho que nos cir-
xo principal é “A Implementação da
em Brasília, em novembro. Priscilla cundam”, explicou Priscilla Galindo.
Política Nacional de Saúde do Tra-
Embora o Rio de Janeiro tenha si-
Galindo é servidora da Secretaria balhador e Trabalhadora”. Priscilla do pioneiro nas notificações de disfo-
Municipal de Saúde de Duque de apresentou uma proposta, apro- nia ocupacional, segundo a Vigilância
Caxias e desde novembro de 2011, vada por unanimidade pela plená- Sanitária do estado, poucos fonoau-
quando aprovada em concurso pú- ria da 4ª Conferência Estadual, para diólogos notificam agravos como
blico, atua no Centro de Referência ser levada a Brasília: a reafirmação PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ru-
em Saúde do Trabalhador de Duque de que todos os CEREST tenham em ído) ou disfonia. Priscilla lembra que o

10
CREFONO 1
RJ

protocolo de PAIR foi criado pelo Mi- “Temos uma equipe de fonoaudió- sanitária mais próxima todos os casos
nistério da Saúde e a Perda Auditiva logos atuantes na área de saúde do de doenças de notificação compul-
Induzida por Ruído já está incluída na trabalhador, espalhada pelo esta- sória que compõem a lista brasileira,
lista brasileira de doenças de notifica- do, muito competente, atualizada e independentemente de sua confir-
ção compulsória pela Portaria GM/MS consciente de seu papel nesse pro- mação diagnóstica, bem como as
nº 2.325, de 8/12/2003 (atualizada pe- cesso todo”, elogiou Priscilla. que foram acrescentadas nos âmbi-
la Portaria nº 1.271, de 6/6/2014) e na Para ela, a notificação dá visibilida- tos estaduais e municipais”, opinou.
lista de doenças relacionadas ao Tra- de aos agravos e doenças que afetam A profissional que representará a
balho, definida pela Portaria nº 777 o trabalhador para fins de adoção de Fonoaudiologia do Rio de Janeiro na
GM/MS, de 28/4/2004 (revogada pe- medidas pertinentes, ou seja, auxilia 4ª Conferência Nacional da Saúde do
la Portaria nº 104 de 25/1/2011). Mas no planejamento da saúde (inclusive Trabalhador e da Trabalhadora en-
a disfonia ocupacional, não. “Porém, alocação de recursos financeiros), de- tende que é importante a publicação
é facultado aos estados e municípios fine prioridade de intervenção para a do PDRVT para nortear o diagnóstico
incluir outros problemas de saúde im- vigilância em saúde do trabalhador, e tratamento da patologia em ques-
portantes em sua região”, assinalou a além de permitir que seja avaliado o tão, além de reforçar a promoção da
fonoaudióloga. impacto das intervenções. saúde e prevenção das doenças, bem
A iniciativa pioneira em relação Priscilla Galindo acredita que é de- como reconhecer nacionalmente a
aos demais estados brasileiros quan- ver de todo fonoaudiólogo notificar disfonia relacionada ao trabalho co-
to à disfonia ocupacional veio da Se- PAIR e Disfonia. “Penso que das noti- mo uma questão de saúde pública
cretaria Estadual de Saúde e Defesa ficações em casos de surdez ou dis- e inseri-la na lista nacional de doen-
Civil do Estado do RJ (SESDEC/RJ) – fonia ocupacional podem advir leis ças de notificações compulsórias e
Resolução SES nº 674 de 12/7/2013, e fiscalizações mais rígidas, a fim de de doenças relacionadas ao trabalho.
por meio da equipe de Fonoaudiolo- obter melhorias nos ambientes e “Não podemos nos esquecer de
gia do Centro de Referência Estadual processos de trabalho, contratação que a notificação em surdez ou dis-
em Saúde do Trabalhador (CEREST/ de mais mão de obra especializada fonia ocupacional pode ampliar o
CRESAT) e de técnicos da Divisão por parte do SUS, alocação de recur- campo de atuação do fonoaudiólo-
de Saúde do Trabalhador do RJ (DS- sos financeiros para políticas públicas go, porque fornecerá subsídios pa-
TRAB/RJ), que solicitou, por meio voltadas a PAIR, entre outras conquis- ra justificar a contratação de mão de
da CI SS/Sesdec/SAS/CVS/CVAST/ tas. É dever de todo o profissional de obra especializada tanto na rede pú-
DSATrab nº 518/2008, a inclusão, saúde da rede pública, conveniada blica (SUS, Educação etc.) quanto na
no SINAN NET, do sintoma disfonia. ou privada comunicar à autoridade rede privada (empresas, clínicas de
Crefono 1 – Divulgação saúde ocupacional, escolas) e ou-
tros espaços ainda não abertos para
a Fonoaudiologia”, ressaltou Priscilla.
Diante da importância da pre-
sença efetiva da Fonoaudiologia na
elaboração e discussão de políticas
públicas voltadas para a saúde do
trabalhador, o Crefono 1 vem par-
ticipando da CIST (Comissão Inter-
setorial de Saúde do Trabalhador),
ligada ao Conselho Estadual de Saú-
de, por intermédio da conselheira
Rosangela Mendonça, presidente
da Comissão de Saúde do Regional.
Eleições para a nova composição do
Priscilla Galindo na 4ª Conferência Estadual de Saúde do Trabalhador CES/RJ acontecem em julho.

11
CREFONO 2
SP

BrasilCleft: uma força-tarefa nacional para o


gerenciamento dos resultados da correção da
fissura labiopalatina

Jeniffer C. R. Dutka
PhD, Fga. CRFa. 2-13582

T
anto a fissura labiopalatina (FLP) quanto à condição conhecida como
disfunção velofaríngea são associadas a um distúrbio de fala caracteri-
zado pela presença de hipernasalidade, escape de ar nasal, fraca pres-
são intraoral e uso de pontos articulatórios atípicos. Essas alterações de fala
podem acarretar comprometimento grave da inteligibilidade de fala trazen-
do sequelas importantes para a vida social, educacional e profissional dos
indivíduos. Na maioria dos centros ao redor do mundo, a correção da FLP
ocorre no primeiro ano de vida da criança, e, de uma forma geral, os resul-
tados das cirurgias primárias são avaliados por meio de análise de três ca-
tegorias de dados: 1) identificação de alterações da comunicação oral com
comprometimento para inteligibilidade e aceitabilidade da fala; 2) identifi-
cação de desfiguramento facial associado a alterações da relação entre arcos
dentários e discrepâncias do crescimento facial; e 3) identificação de desa-
justes psicossociais com prejuízo para a aprendizagem e a inserção social e
vocacional.

No Brasil, equipes de vários centros e hospitais que oferecem serviços de


saúde a pacientes com FLP têm se reunido desde 2011 para trabalhar numa
iniciativa que visa a estabelecer e implementar a documentação sistemáti-
ca e padronizada dos resultados do tratamento primário da FLP. A iniciati-
va é denominada BrasilCleft (“Brasilfissuras” em tradução literal) e segue as
diretrizes das forças-tarefas conduzidas na Europa, América do Norte e Ásia,
como Scandcleft, Eurocleft, Americleft, Japancleft, entre outros, todos enga-
jados mais recentemente no grupo de trabalho Worldcleft. Embora a pro-
posta vise a possibilitar a realização de projetos de pesquisa intercentros,
nacionais e internacionais, antes da elaboração de estudos retrospectivos e
prospectivos, é necessário estabelecer um sistema de Documentação Siste-
mática Universal dos Resultados das Cirurgias Primárias na FLP. Inicialmente
três áreas foram envolvidas no desenvolvimento dos protocolos de docu-
mentação: a cirurgia plástica, a Fonoaudiologia, e a Odontologia.

12
CREFONO 2
SP

A equipe da Fonoaudiologia no BrasilCleft, em particular, tem reunido pro-


fissionais de vários estados brasileiros, buscando nessa primeira etapa da força-
-tarefa: 1) definir e implementar um protocolo padrão de captura das amostras
de fala, descrevendo-se estímulos e procedimentos; 2) definir e implementar
procedimentos para edição, apresentação e análise das amostras de fala para
julgamentos perceptivos por juízes de múltiplos centros; 3) estabelecer e com-
parar a concordância intrajuízes e interjuízes durante análise de amostras de
fala capturadas usando-se o protocolo estabelecido para amostragem, edição,
apresentação e análise de amostras de fala; e 4) comparar os resultados de fa-
la entre os diferentes serviços brasileiros que atuam no gerenciamento da FLP
e fazem parte do BrasilCleft.

Os resultados de fala combinados ao levantamento dos protocolos de tra-


tamento e das complicações cirúrgicas (realizados pelos cirurgiões plásticos)
e também combinados aos resultados do crescimento facial e relação inte-
rarcos (determinado pelos dentistas), poderão ser usados como indicadores
da qualidade do tratamento permitindo às equipes engajarem em estudos
multicêntricos. Esforços também estão sendo conduzidos para implemen-
tar a avaliação da qualidade de vida e do “burden of care”. Uma vez que os
protocolos de documentação implementados pelos profissionais envolvidos
no BrasilCleft seguem o padrão internacional do Worldcleft, estudos multi-
cêntricos poderão ser conduzidos entre equipes nacionais e internacionais.

Mais de 20 centros brasileiros participam da iniciativa, sendo que o encon-


tro mais recente do grupo ocorreu em novembro de 2013, em Bauru, antes e
durante o III Simpósio Internacional de Fissuras Orofaciais e Anomalias Rela-
cionadas, conduzido no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais
da Universidade da Flórida reunindo profissionais de dez estados brasileiros
(BA, MA, MG, MT, PE, PR, RJ, RS, SC, SP), para desenvolvimento e implementa-
ção das ferramentas de avaliação nas diversas áreas profissionais. Os protoco-
los e ferramentas de avaliação de resultados serão em breve disponibilizados
a todos os interessados.

Jeniffer C. R. Dutka, PhD, Fga. CFFa 13582/SP, CCC-SLP


Universidade de São Paulo, Campus Bauru, Brasil
Pós-Graduação do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais
Graduação do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Odon-
tologia de Bauru

13
CREFONO 2
SP

CRFa. 2ª Região/SP apresenta trabalho


no COSEMS 2014 – “Fonoaudiologia:
Quais as suas Contribuições”
Monica Petiti Madrid – CRFa. 2-6324
Kátia de Cássia Botasso – CRFa. 2-6386 temas: Promoção em Saúde; Atenção gestores durante as rodas de conversa.

O
Básica; Redes de Atenção à Saúde; Ges- O Conselho Regional de Fonoau-
Cosems/SP (Conselho de Se- tão de Pessoas, do Trabalho e Educa- diologia 2ª Região/SP apresentou um
cretários Municipais de Saú- ção em Saúde; Saúde Mental; Gestão trabalho com o tema: “Fonoaudiolo-
de do Estado de São Paulo) em Saúde e Vigilância em Saúde. O tra- gia: quais as suas contribuições”, com o
promoveu, nos dias 2, 3 e 4 de abril de balho intitulado: “Oficina Música e Lin- objetivo de esclarecer quem é o profis-
2014, no município de Ubatuba/SP, o guagem para crianças de 2 a 4 anos em sional fonoaudiólogo; apontar as ativi-
XXVIII Congresso de Secretários Mu- UBS”, apresentado no tema da Promo- dades e contribuições do profissional
nicipais de Saúde do Estado de São ção em Saúde, da fonoaudióloga Iara no âmbito escolar; e relatar as possi-
Paulo. Com o tema “SUS 25 anos”: de- de Cássia Romano Garcia Ruiz, com a bilidades de ações desenvolvidas na
safios e prioridades com o objetivo de psicóloga Débora Priscila Panhoto, da Atenção Básica, tendo como foco a
favorecer espaços para troca de expe- Prefeitura Municipal de Suzano, rece- escola. Essa abordagem vem ao en-
riências e conhecimentos, entre ges- beu destaque de menção honrosa. contro de vários questionamentos re-
tores e profissionais de saúde, em prol Diversos cursos foram ofereci- cebidos pela comissão de orientação e
de um sistema de saúde de qualidade. dos aos participantes do evento: fiscalização relativa à prática do fono-
Foram reunidos mais de 1.300 Atenção Básica, Atenção Hospitalar, audiólogo no âmbito escolar.
participantes, 190 gestores e 236 ci- Consórcio Intermunicipal, Contratu- Vale ressaltar alguns pontos refleti-
dades estavam representadas. Além alização e Regulação dos e discutidos durante todo o even-
disso, estiveram dos serviços em Saú- to: 1. A importância de mostrar aos
presentes autori- de, Controle Social, gestores e profissionais da saúde a re-
dades como o mi- Desafios da imple- levância da Fonoaudiologia no SUS;
nistro da Saúde, mentação dos dispo- 2. Parte do incentivo financeiro do
Arthur Chioro e o sitivos do Decreto nº PMAQ (Programa Nacional de Melho-
secretário de Esta- 7.508/2011, disposi- ria do Acesso e da Qualidade da Aten-
do da Saúde de São tivos para constru- ção Básica) pode ser utilizada pelo
Paulo, David Uip. ção de uma rede viva município, para educação permanen-
O evento contou com trabalhadores te; 3. A valorização de todas catego-
Crefono 2

com diversos cursos, e usuários, Financia- rias profissionais, não somente dos
rodas de conversa mento Público em médicos, na composição das equipes
para discussão, apre- Saúde, Gestão da e no fazer saúde; 4. Aumento do nú-
sentação de trabalhos inscritos e um Assistência Farmacêutica, Gestão da mero de inscrição de fonoaudiólogos
Luau com Ideias. No decorrer do even- Informação e Saúde, Rede de Aten- para participação nos cursos e inscri-
to, aconteceu ainda a XI Mostra de Ex- ção Psicossocial, Rede de Cuidados à ção de trabalhos, em relação ao ano
periências Exitosas dos Municípios e o Pessoa com Deficiência, Rede de Ur- de 2013; 5. A importância da partici-
IV Prêmio David Capistrano. gência e Emergência, Vigilância em pação no controle social; 6. O NASF se
Foram expostas 402 experiências Saúde nas Redes de Atenção à Saúde. mostra importante para a inserção da
exitosas, dos diversos municípios do Além da reflexão e troca de expe- Fonoaudiologia na Atenção Básica; 7.
estado de São Paulo, sendo que os tra- riências nos cursos, os participantes A importância do planejamento, mo-
balhos apresentados pela Fonoaudio- também tiveram a oportunidade de nitoramento e avaliação das ações e
logia concentraram-se nos seguintes dialogar com diferentes profissionais e programas, no fazer saúde.

14
CREFONO 2
SP

Crédito ?

15
CREFONO 3
PR | SC

A Fonoaudiologia na Rede de Apoio


ao Atendimento Educacional
Especializado no Município de Itajaí/SC
Crefono 3

Mariana de Souza
CRFa. 3-6297

A
Constituição Federal de 1988
dispõe, no seu artigo 205, a
educação como direito de
todos, garantindo o pleno desen-
volvimento da pessoa, o exercício
da cidadania e a qualificação para o
trabalho. No artigo seguinte, inciso
I, estabelece a “igualdade de condi-
ções de acesso e permanência na es-
cola”, como um dos princípios para o
ensino, e garante, como dever do Es-
tado, a oferta do Atendimento Edu-
cacional Especializado (AEE).
O AEE refere-se a um atendimen-
to que é necessariamente diferente
do ensino escolar, sendo suplemen-
tar ou complementar a esse. É indi-
cado para suprir as necessidades e
atender as especificidades dos alu-
nos com deficiências, de forma a
eliminar ou diminuir barreiras que
possam interferir no seu pleno de-
senvolvimento no ambiente escolar.
Em 2008, por meio do Decre-
to nº 6.571, foi viabilizada, com o
apoio técnico e financeiro da União,
a ampliação nacional da oferta obri-
gatória de AEE aos alunos com de-
ficiências, transtornos globais de
desenvolvimento e altas habilida-
des, mediante a implantação de sa-
las de recursos multifuncionais nas
escolas públicas, as quais devem Atendimento clínico individual
oferecer atendimentos no turno

16
CREFONO 3
PR | SC

inverso ao da escolarização, por um ações envolvendo profissionais da professora de língua portuguesa para
professor com formação na área. saúde e educação em prol da qua- surdos; dois tradutores intérpretes da
De acordo com as diretrizes ope- lidade no processo de inclusão es- Língua de Sinais; seis professoras com
racionais para o atendimento edu- colar, bem como da prevenção de formação em educação especial (sub-
cacional especializado na educação deficiências e distúrbios de aprendi- divididas nas áreas de estimulação;
básica, modalidade educação espe- zagens. As ações visam, sempre que deficiência visual; intelectual e pro-
cial, diante do Parecer do Conselho possível, à parceria entre famílias, dução de materiais adaptados para
Nacional de Educação/Câmara da sujeitos e escolas. O Cemespi, em ar- as escolas regulares); seis agentes de
Educação Básica, nº 13/2009, o AEE ticulação com 102 unidades escola- apoio em educação especial; profis-
tem como função complementar res municipais, incluindo centros de sionais da equipe diretiva e adminis-
a formação do aluno com deficiên- educação infantil, e mais 23 salas de trativa e dois motoristas responsáveis
cias por meio da disponibilização de recursos multifuncionais, maximiza pelo transporte gratuito às crianças
serviços e recursos de acessibilidade a oferta do AEE ao disponibilizar a carentes ou residentes em bairros
que eliminem ou diminuam as bar- todas as escolas municipais e comu- afastados. Todos os profissionais da
reiras para a sua plena participação nidade o serviço e parceria de uma área de educação e saúde foram efeti-
na sociedade e o desenvolvimento equipe multiprofissional da saú- vados por meio de concurso público,
de sua aprendizagem. de e da educação. O serviço clínico promovido pela Secretaria de Educa-
Nesse contexto foi fundado, em e educacional de Fonoaudiologia é ção do município.
1999, o Centro Municipal de Educa- parte integrante da instituição. A equipe de Fonoaudiologia, em
ção Alternativa de Itajaí (Cemespi), Atualmente contamos com uma interface com os diferentes AEE da
no estado de Santa Catarina. Atual- equipe de sete fonoaudiólogas; cin- instituição, desenvolve inúmeras
mente, a instituição funciona como co fisioterapeutas; seis psicólogas; ações, como: a) formações conti-
uma rede de apoio às escolas do en- seis especialistas em psicopedagogia nuadas e palestras a professores da
sino regular municipal no âmbito do (professores e psicólogos); um assis- rede de ensino (incluindo os de sa-
Atendimento Educacional Especiali- tente social; quatro instrutores de Lín- las multifuncionais) com temas re-
zado (AEE), o qual articula inúmeras gua Brasileira de Sinais (Libras); uma ferentes à linguagem oral e escrita,
Crefono 3

17
CREFONO 3
PR | SC

Crefono 3

Atendimento interdisciplinar área estimulação infantil

fala, comunicação alternativa, mo- pelas unidades escolares e de bebês Os educandos que recebem o
tricidade oral, funções neurovegeta- oriundos da comunidade. As ela- atendimento fonoaudiológico no
tivas e audição; b) ações educativas borações das estratégias de ações, Cemespi são subsidiados no am-
aos educandos do ensino regular e sempre que possível, são enrique- biente escolar, no qual o enfoque
comunidade; c) assessoria e orien- cidas pela interdisciplinaridade do diverge do clínico e passa a ser edu-
tação às escolas referentes aos alu- grupo. cacional e tende a incluir família,
nos atendidos na instituição, com O atendimento clínico fono- educando, professor e demais profis-
contribuição em estudos de casos audiológico individual é volta- sionais da escola, no auxílio de adap-
e suporte às necessidades específi- do a educandos com deficiências tações e estratégias facilitadoras ao
cas no contexto escolar; d) projetos e a crianças consideradas de risco seu pleno desenvolvimento no con-
de atendimentos coletivos e inter- a alterações do desenvolvimento, texto escolar. Ainda nas escolas, há
disciplinares; e) pesquisas e ações desde que apresentem comprome- uma infinidade de oportunidades
de prevenção e promoção de saúde timentos na área da linguagem oral de ações, na qual a Fonoaudiologia
nas áreas das deficiências e distúr- e escrita, fala e audição. A delimi- muito tem a contribuir e, em contra-
bios específicos de aprendizagem; tação da clientela foi ampliada pa- partida, a diversidade encontrada
f ) atendimentos clínicos individuais; ra atendimentos a educandos com nesse espaço proporciona experiên-
g) participação nos planejamentos necessidades educativas especiais cias infinitas e enriquecedoras a nos-
e nas mediações dos atendimen- que apresentem distúrbios especí- sa prática. A educação é um campo
tos educacionais em grupos nas áre- ficos de linguagem oral, distúrbios fértil ao profissional da Fonoaudio-
as de estimulação, com intuito de de processamento auditivo central logia, que antes de tudo precisa en-
otimizar habilidades de comunica- e dislexias. As alterações menciona- tender de educação, ser parceiro da
ção nas diferentes linguagens, es- das são, na maioria dos casos, bar- equipe escolar e usar de criatividade
timular habilidades auditivas e de reiras que interferem no processo para adaptar o conhecimento técni-
motricidade oral; g) triagens e avalia- de inclusão e de ensino/aprendiza- co da profissão à dinâmica escolar
ções de educandos encaminhados gem no contexto escolar. em suas diferentes esferas.

18
CREFONO 3
PR | SC

Fonoaudiologia
e voluntariado
Ângela Marques Duarte e Josiane Mayr Bibas se formaram na 1a Turma de
Fonoaudiologia da PUC/PR.

Angela Marques Duarte – CRFa. 3-2138 Encerraram atividades em con- Esse trabalho voluntário facilita o
Josiane Mayr Bibas – CRFa. 3-1750 sultório e, após 25 anos de práti- acesso a livros, favorece que as pes-
ca, havia o desejo de dispor dos soas, pela leitura, entendam melhor o

A
livros que acumularam como mães seu mundo e possam expressar mais
trajetória de Josiane foi se e fonoaudiólogas e que tinham ti- claramente seu pensamento. Ângela
encaminhando para um tra- do papel fundamental no proces- e Josiane, na Freguesia do Livro, con-
balho voltado para o aten- so terapêutico com seus pacientes. tinuam privilegiando a linguagem, a
dimento a crianças com Síndrome Partilhando do amor pelos livros, comunicação, o desenvolvimento da
de Down (SD) e participou da fun- queriam levá-los para quem não cultura, da inteligência e do senso crí-
dação da Associação Reviver Down. tinha o hábito da leitura, e idea- tico. Ou seja, continuam atuando na
Ali atuou como voluntária duran- lizaram a Freguesia do Livro, um Fonoaudiologia, mesmo que de um
te 18 anos, cuidando da divulgação movimento literário que recebe li- jeito diferente.
da SD e da instituição, palestras so- vros em doação e com eles ajuda O trabalho voluntário cabe em
bre inclusão e momento da notícia a manter bibliotecas comunitárias qualquer vida. Abrace uma causa e
e do site da instituição. Nesse con- ou cria pontos de leitura por Curi- faça algum movimento.
texto voluntário, continuou fazendo tiba, região metropolitana e litoral Para saber mais:
aquilo para que tinha estudado, co- do Paraná e que, sobretudo, quer www.freguesiadolivro.com.br
municação. incentivar a leitura. facebook.com/freguesiadolivro
Ângela foi voluntária no Ambula-
Crefono 3
tório da SD, um dos serviços ofere-
cidos pela Associação Reviver Down
no HC-UFPR. Percebendo as dificul-
dades enfrentadas pelas famílias,
as fonoaudiólogas desenvolveram
uma campanha propondo o atendi-
mento, por parte de profissionais da
área de saúde e educação, de uma
criança com SD carente de forma
gratuita e voluntária.
Conciliando o trabalho voluntário e
com os respectivos consultórios, escre-
veram o livro “Estimulação da Criança
com Síndrome de Down – Brincando e
se desenvolvendo em casa”. Projeto recebe livros de doação e mantém bibliotecas comunitárias

19
CREFONO 4
AL | BA | PB | PE | SE

O trabalho fonoaudiológico no
Serviço de Atenção Domiciliar
Como a Fonoaudiologia está inserida no Serviço e quais as perspectivas
para o futuro

Maurício Junior
Repórter SUS, que consiste numa modalidade visto que o ‘problema’ já está instala-
de atenção complementar aos servi- do”, explicou a fonoaudióloga Sthe-

C
ços já existentes, caracterizada por fany Pessoa, que trabalha no SAD
om o objetivo de humanizar o
ações de prevenção, promoção, tra- do Hospital Maria Lucinda, no Reci-
atendimento de saúde e dimi-
tamento e recuperação da saúde. As fe/PE, desde a implantação do Servi-
nuir o sofrimento dos pacientes
equipes que o compõem têm o pa- ço, em 2011.
acamados e de seus familiares, evitar
pel de cuidar dos pacientes com difi- As equipes do SAD são compos-
as internações e o risco de infecções
culdades ou impossibilidades físicas tas por médicos de diversas espe-
em leitos hospitalares, o governo fede-
de locomoção até uma Unidade de cialidades, além de enfermeiros,
ral criou, por meio da Portaria nº 2.029,
Saúde, em circunstância aguda que fonoaudiólogos, psicólogos, fisio-
de 2011, a lei que institui o Serviço de
necessite de maior frequência de terapeutas, assistentes sociais, tera-
Atenção Domiciliar (SAD) no âmbi-
cuidado. “É um paciente diabético, peutas ocupacionais, farmacêutico e
to do Sistema Único de Saúde (SUS).
hipertenso (descompensados), com nutricionistas.
O Serviço de Atenção, por meio da
feridas, sequelados de AVC recen- A solicitação para inclusão de
Portaria nº 963/2013, redefine a
tes, TRM e que, no momento, pre- um paciente acamado no SAD deve
Atenção Domiciliar no âmbito do
cisam de uma intervenção focal, partir do Programa Saúde da Famí-
Divulgação lia (PSF) ou da Unidade de Saúde do
distrito ao qual o paciente faz parte.
A partir daí a equipe da SAD realiza
a visita à casa do paciente e obser-
va se aquele paciente tem indicação
ou não para se inserir no programa.
Após a avaliação do médico do SAD,
dependendo da situação do pacien-
te, outros profissionais da equipe
interdisciplinar poderão ser solicita-
dos e, com isso, realizarem suas ava-
liações e possíveis intervenções.
O fonoaudiólogo inserido no SAD
realiza visitas com o objetivo de ava-
liar, orientar – prevenir e promover a
saúde – e, diante das necessidades e/
ou dificuldades do paciente, criar um
Equipe do SAD é composta por diversos profissionais de saúde

20
CREFONO 4
AL | BA | PB | PE | SE

Divulgação
referência e Clínicas Escola (UFPB e
Unipê), caso contrário retorna ape-
nas aos cuidados da Unidade de
Saúde.
“Conseguimos desenvolver um
trabalho muito interessante aqui em
João Pessoa. Apesar de ser um servi-
ço novo, conquistamos credibilidade
junto aos profissionais do nosso servi-
ço e da rede municipal de saúde. Ne-
nhum procedimento que diz respeito
a nossa área de atuação é realizado
sem que antes passe pela nossa ava-
liação”, afirmam as fonoaudiólogas
Marcela Leiros e Soledade Torreão.

SAD da Prefeitura de João Pessoa/PB é considerado uma referência FUTURO


“Por se tratar de um serviço ain-
plano terapêutico – individual para profissões de saúde proporciona co- da ‘novo’, e por estarmos sempre em
cada paciente – e, posteriormente, nhecimento, respeito entre as clas- busca de aperfeiçoamento dentro
realizar a sua intervenção – com ob- ses e dá a oportunidade de cada do serviço, creio que nos próximos
jetivos e metas. área mostrar por que o seu trabalho anos a inserção do fonoaudiólogo
“É um trabalho em que entramos é tão importante e que a interdis- no SAD seja ampliada, visto que a
no dia a dia do paciente e não po- ciplinaridade acaba enriquecendo demanda está crescendo a cada dia”,
demos deixar de citar que esse pa- muito mais o serviço. No final, todos finaliza Sthefany Pessoa, única fo-
ciente não está sozinho. Ele faz parte – pacientes e profissionais – saem noaudióloga do Serviço de Atenção
de uma família, de uma comunida- ganhando. Domiciliar do Hospital Maria Lucin-
de, de um todo, e tudo isso precisa da, no Recife/PE.
ser levado em consideração. As prin- REFERÊNCIA “É crescente o número de mu-
cipais atividades além da realização O Serviço de Atendimento Do- nicípios que estão implantando o
de exercícios, orientações, criação miciliar da Prefeitura de João Pes- Serviço de Atenção Domiciliar, is-
de estratégias facilitadoras para as soa, na Paraíba, é considerado uma so significa que o cenário futuro pa-
habilidades ‘perdidas’ e/ou inade- referência. Lá, duas fonoaudiólogas ra nossa profissão deve ser melhor
quadas, não só da Fonoaudiologia, – Soledade Torreão e Marcela Leiros nessa área”, complementa Marcela
mas de todas as outras áreas den- – atuam como equipe multidiscipli- Leiros. “A população está envelhe-
tro do SAD é a de resgatar a união, nar há dois anos, desde que o servi- cendo e a necessidade de cuidados
autoconfiança, autoestima, perseve- ço foi implantado. especializados no conforto e segu-
rança e força de vontade, não só do Na capital paraibana, os aten- rança do seu lar é a cada dia mais re-
paciente, como também da sua fa- dimentos são realizados semanal- levante. O fonoaudiólogo, quando
mília, peça fundamental para o pro- mente e, durante o processo de presta atendimento domiciliar, inse-
gresso da terapia e do paciente, e alta fonoaudiológica, a visita po- re-se no contexto da patologia, da
que muitas vezes está esquecida pe- derá ter frequência quinzenal e/ou família e, consequentemente, preci-
la dor e sofrimento”, detalha a fono- mensal dependendo do caso. Após sa oferecer ao paciente a habilitação
audióloga Sthefany. alta fonoaudiológica, caso o pacien- e/ou reabilitação de dois prazeres
A integração entre as áreas de te necessite ainda de acompanha- que restam ao paciente acamado:
saúde é outro fator positivo para mento fonoaudiológico contínuo, alimentar-se e comunicar-se”, finali-
o SAD. O convívio entre as demais é encaminhado para os centros de za Soledade Torreão.

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CREFONO 4
AL | BA | PB | PE | SE

A importância do Telessaúde
para a Fonoaudiologia
Conheça o trabalho exitoso que vem sendo desenvolvido na UFPE
Divulgação
pelo Núcleo de Telessaúde da Uni-
versidade Federal de Pernambuco
(Nutes/UFPE), sediado no Hospital
das Clínicas em Recife.
O programa utiliza a internet e re-
cursos tecnológicos para oferecer
serviços de teleassistência, tele-edu-
cação e telegestão para profissionais
da rede pública de saúde, priorita-
riamente da Estratégia de Saúde da
Família, contribuindo para o fortale-
cimento do Sistema Único de Saú-
de (SUS), na perspectiva de ampliar
e melhorar o acesso à saúde para a
população.
Há aproximadamente um ano, a
Há mais de um ano, Nutes da UFPE oferta serviço de Telessaúde na área de
Fonoaudiologia Rede Nutes iniciou a oferta de servi-
ços de telessaúde na área de Fono-
Maurício Júnior de Pernambuco (Nutes) tem se de- audiologia. Os serviços nessa área
Repórter dicado ao ensino, pesquisa e de- são coordenados pela fonoaudiólo-
senvolvimento de projetos e ações ga Tatiana de Paula. São ofertados
serviços de teleconsultoria síncrona

D
para aplicação de Tecnologias da
efine-se Telessaúde em Fo- Informação e Comunicação (TIC) na (em tempo real) e assíncrona (com
noaudiologia como o exercí- área da Saúde. Um de seus proje- respostas em até 72 horas úteis),
cio da profissão por meio do tos que merecem destaque é a Re- além de seminários por webconfe-
uso de tecnologias de informação e de de Núcleos de Telessaúde (Rede rência, viabilizando a colaboração
comunicação, com as quais se pode- Nutes), que desenvolve o Progra- multiprofissional por meio de tec-
rá prestar serviços em saúde como ma Telessaúde Brasil Redes em Per- nologias interativas.
teleconsultoria, segunda opinião for- nambuco, uma ação do Ministério O principal objetivo do progra-
mativa, teleconsulta, telediagnóstico, da Saúde do Brasil. ma é estreitar a relação de profis-
telemonitoramento e tele-educação, A Rede Nutes é constituída por sionais de áreas rurais e remotas
visando ao aumento da qualidade, núcleos, unidades e pontos de te- com outros da rede de referência,
equidade e da eficiência dos serviços lessaúde implantados em municí- oferecendo-lhes a possibilidade de
e da educação profissional. pios de todas as Gerências Regionais discutir casos clínicos de pacientes,
Há mais de dez anos, o Núcleo de de Saúde (GERES) do estado de Per- ampliando o acesso a serviços de
Telessaúde da Universidade Federal nambuco. Foi criada e é coordenada diagnóstico e terapia de qualidade

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CREFONO 4
AL | BA | PB | PE | SE

para pacientes, qualificando enca-


minhamentos e diminuindo custos prescrição diagnóstica e
SEGUNDO A RESOLUÇÃO terapêutica fonoaudiológicas;
para o SUS.
Para participar dessa rede, o fo-
DO CFFA Nº 427/2013, A c) consulta entre paciente e

noaudiólogo precisa cadastrar-se no PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS fonoaudiólogo, ambos a distância.


Essa modalidade engloba
portal da Rede Nutes (http://www. FONOAUDIOLÓGICOS EM ações fonoaudiológicas de
redenutes.ufpe.br/) e solicitar sua TELESSAÚDE PODE SER orientação, esclarecimento de
adesão. “Todas as sextas-feiras, das
8h às 10h, estou on-line realizando DIVIDIDA EM: dúvidas, condutas preventivas
e não permite avaliação clínica,
teleconsultoria em Fonoaudiologia prescrição diagnóstica ou
com profissionais e seus pacientes. I) Teleconsultoria – comunicação terapêutica.
Esse serviço é voltado prioritaria- registrada e realizada entre IV) Telediagnóstico – consiste na
mente para profissionais que atuam profissionais, gestores e outros utilização registrada de recursos
na atenção básica, mas pode ser uti- interessados da área da Saúde e da tecnológicos a distância que permitam
lizado por profissionais que atuem Educação, por meio de instrumentos realizar serviços de apoio diagnóstico.
em outros níveis da atenção à saú- de telecomunicação bidirecional, Na ausência de um fonoaudiólogo
de”, explica Tatiana de Paula. com o fim de esclarecer dúvidas presencial essa modalidade só é
Mensalmente, a Rede Nutes tam- sobre procedimentos clínicos, ações permitida no âmbito acadêmico para
de saúde e questões relativas ao realização de pesquisas científicas, até
bém realiza seminários por web-
processo de trabalho. comprovada sua eficácia.
conferência com temas na área da
II) Segunda Opinião Formativa – V) Telemonitoramento – envolve
Fonoaudiologia. “O profissional cadas-
consiste em resposta sistematizada, o acompanhamento a distância de
trado poderá assistir aos seminários e paciente atendido previamente de
fundamentada em revisão
se capacitar em temas voltados à Fo- bibliográfica e evidências clínico- forma presencial. Nessa modalidade o
noaudiologia na atenção primária”. científicas, advindas de dúvidas de fonoaudiólogo pode utilizar métodos
Os profissionais cadastrados ain- teleconsultorias. síncrono e assíncrono, como também
da dispõem de um serviço de tele- III) Teleconsulta – consulta deve decidir sobre a necessidade de
consultoria assíncrona (plataforma clínica registrada e realizada pelo encontros presenciais para reavaliação,
de telessaúde HealthNet), disponí- fonoaudiólogo a distância. A sempre que necessário, podendo
vel 24h a partir de qualquer equi- teleconsulta é realizada nas seguintes também ser feito, de comum acordo,
pamento (computador, tablet ou situações: por outro fonoaudiólogo local.
smartphone) conectado à internet, a) consulta envolvendo o VI) Tele-educação – engloba ações
em que este pode enviar suas dú- fonoaudiólogo e o paciente, com a distancia de ensino-aprendizagem.
vidas na área de Fonoaudiologia ou outro fonoaudiólogo a distância. Entre os recursos utilizados estão a
Essa modalidade engloba ações teleconferência, a disponibilidade de
em áreas correlatas (Otorrinolarin-
fonoaudiológicas, tanto de apoio conteúdos na plataforma eletrônica
gologia, Odontologia etc.) e receber
diagnóstico quanto terapêutico; e as ações de teleconsultoria
suas respostas em até 72 horas úteis,
b) consulta envolvendo outro educacional. Nessa modalidade
destaca a coordenadora da área de o ensino de procedimentos
profissional de saúde e
Fonoaudiologia da UFPE. paciente, ambos presenciais, e diagnósticos e terapêuticos, exclusivo
A maior expectativa dos fonoau- fonoaudiólogo a distância. Essa da Fonoaudiologia, restringir-se-á
diólogos que atuam nessa área é modalidade engloba ações de a fonoaudiólogos e a estudantes
consolidar, em um futuro próximo, orientação e condutas preventivas de Fonoaudiologia com a devida
essas novas ferramentas para aten- e não permite ao fonoaudiólogo comprovação.
ção da saúde a distância, visando a distância realizar diagnósticos
sempre a melhorar o nível de reso- e terapia fonoaudiológica, bem
* Extraído da Resolução do CFFa nº 427/2013,
lubilidade da rede pública de saúde, como delegar a outro profissional que dispõe sobre a regulamentação da
não fonoaudiólogo a função de Telessaúde em Fonoaudiologia e dá outras
por meio da promoção, educação providências.
permanente e suporte assistencial.

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CREFONO 5
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Fonoaudiologia Empresarial
mostra-se eficaz a empresas que
buscam uma boa comunicação
Katiúscia Pessoni no aprimoramento e aperfeiçoa- atitude interior inata (dom/disposi-
Repórter mento da comunicação como ferra- ção para a comunicação) e atos de
menta estratégica das relações. comunicação passíveis de aquisição,

O
Na Fonoaudiologia Empresarial, treinamento ou melhoria. É uma ha-
principal objetivo da comu- muda-se o foco. Os processos de re- bilidade que pressupõe a utilização
nicação humana é promover abilitação dos distúrbios e comuni- de comportamentos preferidos tan-
mudança de comportamen- cação ficam em um segundo plano to de fala como de escuta dirigida.
to nos indivíduos. Quando duas ou (o que não significa ignorá-los) e, De acordo com o fonoaudi-
mais pessoas se encontram, elas se em primeiro plano, tem-se o de- ólogo Danilo Mantovani, com o
conectam uma a outra e iniciam um senvolvimento das habilidades de desenvolvimento das habilidades co-
processo de troca de informações. competência comunicativa. Deve- municativas, a Fonoaudiologia Em-
Elas se olham, percebem-se, obser- -se compreender a competência co- presarial pode ser aplicada a todos
vam-se e entram (ou não) em uma municativa como uma somatória de os funcionários de uma empresa. “Os
situação conversacional. É possí- Arquivo pessoal
vel perceber sentimentos e estados
dos indivíduos até mesmo na ausên-
cia de oralidade. E é no início do pro-
cesso de comunicação que o locutor
assume a responsabilidade de pro-
mover, no interlocutor, as respostas
coerentes àquela situação comuni-
cativa. Ou seja, promover mudanças
no comportamento do interlocu-
tor com o intuito de influenciá-lo na
busca de seu objetivo, como alcan-
çar uma meta, por exemplo.
No universo corporativo, a comu-
nicação é um processo pelo qual a
empresa dirige-se ao público interno
e externo desenvolvendo funções de
planejamento, organização, lideran-
ça e controle das ações e operações
envolvidas e influenciar os clientes.
Nesse cenário, o fonoaudiólogo atua Fonoaudiologia empresarial auxilia universo corporativo

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treinamentos podem ser dirigidos que a Fonoaudiologia empresarial controlador de comunicação, está
aos empresários e gestores que usam pode suportar dentro da empresa, proporcionando a conscientização,
a comunicação para desenvolver ha- aprimorando as relações de traba- em sua zona de conforto, do uso de
bilidades e motivar seus colaborado- lho e potencializando os resultados, um alto grau de assertividade e bai-
res à busca de resultados alinhados surgindo oportunidades de atua- xo grau de receptividade. “A pessoa
aos valores e missão da empresa, aos ção para o fonoaudiólogo consul- começa a se perceber como muito
vendedores visando à maior asser- tor entre os mais diversos setores da eficiente, pragmático, decisivo, in-
tividade e à conquista de metas, às empresa. Sou muito otimista em re- cisivo e pouco persuasivo, espontâ-
pessoas que lidam diretamente com lação ao crescimento e desenvolvi- neo, motivador”, acredita ele.
o público externo em busca da fideli- mento dessa área”, justifica. O resultado desse tipo de análi-
zação do ciente etc.”, assegura ele. O foco da Fonoaudiologia Em- se, que interage com a comunica-
As principais atividades realiza- presarial é desenvolver o compor- ção, o profissional fonoaudiólogo e
das na Fonoaudiologia Empresarial tamento de comunicação em busca a empresa, de acordo com Manto-
são ligadas a consultoria e assesso- de resultados empresariais que le- vani, permitem-se entender que os
ria, de acordo com Mantovani. Além vem o indivíduo à conquista de seus comportamentos do indivíduo são
disso, objetiva o aprimoramento e objetivos e à sensação de sucesso. dirigidos pelo hemisfério esquer-
acompanhamento das atividades de Cada sessão de aprimoramento da do do cérebro. “Baseado nisso, po-
trabalho que possuem a comunica- comunicação com foco em com- de-se começar a usar estratégias
ção como ferramenta de assertivida- petência comunicativa abre novas de treinamento que estimulem o
de e receptividade. percepções no indivíduo e fornece lado criativo do cérebro, o direito,
Para entrar na área de Fonoaudio- empoderamento de estratégias de e até estratégias de integração in-
logia Empresarial, deve-se estudar e utilização de recursos linguísticos ter-hemisféricas. A vantagem des-
treinar a habilidade de comunicação e vocais. “Observo melhores resul- se treinamento é que o indivíduo
competente. Entender os recursos tados quando atuo na perspecti- poderá utilizar-se, com maestria,
de comunicação e ter maestria na va do coaching. O trabalho inicia-se dos diversos tipos de comunica-
aplicação deles. “O fonoaudiólogo com a tomada de consciência do pa- ção e aumentará significativamen-
deve conhecer gestão empresarial, drão atual de comunicação e o de- te a sua assertividade e atenuará a
análise comportamental, desenvol- lineamento do padrão desejado, quantidade de conflito que ele ge-
vimento de pessoas, programas de observando as necessidades mer- ra, diminuindo o desgaste físico e
qualidade e produtividade. Creio ser cadológicas e empresariais de cada emocional”.
impossível atuar no mundo dos ne- indivíduo. Nessa perspectiva, o fo- Mantovani dá dica para outros
gócios sem entender de gestão”, de- co do treinamento é alcançar a ex- fonoaudiólogos que buscam essa
creta Mantovani. celência do padrão desejado. Se área, em que ele cita indubitavel-
houvesse como mensurar esse tipo mente que em primeiro lugar está
EXPANSÃO E FUTURO de melhoria, ela seria de no mínimo a empatia. “Mas não digo empatia
A Fonoaudiologia Empresarial é 100%. Dentro dessa visão, o treina- no sentido de se colocar no lugar
uma área que está em crescimen- mento se dá em 10 a 12 sessões de do outro e imaginar o que vai acon-
to, em que o fonoaudiólogo ober- treinamento de 1,5h cada”, explica tecer. Mas sim o movimento de as-
va que atualmente é uma demanda Mantovani. sumir verdadeiramente as crenças
de empresários e gestores que bus- Entender de comportamento e e valores do outro e entrar no mes-
cam o desenvolvimento de suas co- comunicação de acordo com o fo- mo estado. Ter percepções sobre a
municações com a finalidade de noaudiólogo, implica, entre outras sensação de seu interlocutor. Quan-
liderança e motivação de colabora- coisas, conhecer o conceito de do- do se consegue entrar nesse estado
dores. “No entanto, quando se inicia minância cerebral. Quando se têm em que se cria uma conexão, fica fá-
o processo de desenvolvimento de recursos para analisar a comunica- cil usar a assertividade, objetividade,
tal habilidade, há a tomada de cons- ção de um indivíduo e afirmar que clareza, condução e ter um relacio-
ciência de muitos outros recursos ele tem um estilo autoritário ou namento eficiente”, finaliza.

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Saúde e cultura juntas em projeto para


desenvolver trabalho que utiliza a voz
Katiúscia Pessoni um Workshop de Voz e Comunica- Fonoaudiologia, segundo Gabrie-
Repórter ção, ocorrido na Escola de Educa- la. “Para isso, foram feitos usos de
ção Profissional Campos Pereira, técnicas de voz e de comunicação,

N
nos dias 1º e 2 de fevereiro, desti- trabalhando a expressividade do
o dia 15 de fevereiro em nado a um público de 50 pessoas. corpo, da fala e da voz, valorizando
Rio Branco/AC, no Cine Te- A noite foi repleta de muita ar- assim a comunicação verbal e o po-
atro Recreio, aconteceu o te e cultura, na qual os participan- tencial vocal de cada participante,
“Sarau Arte de Comunicar”, um tes tiveram a oportunidade de na tentativa de aperfeiçoar sua for-
evento aberto ao público de to- livre expressão e manifestação ar- ma de comunicar-se com o público
das as idades, com apresentações tística, por meio de poemas, ver- e com o outro”, reafirmou ela.
faladas e cantadas dos alunos que sos e poesias, de leitura de textos, Para um melhor aperfeiçoa-
concluíram as Oficinas de Voz e de contação de histórias e de in- mento vocal e comunicativo des-
Comunicação. terpretações de músicas. O even- ses participantes, foram alternados
O projeto “Arte de Comunicar – to contou também com sorteio de momentos de teoria e prática, pos-
Oficinas de Voz e Comunicação” brindes e distribuição de folders sibilitando a vivência de exercícios
esteve em sua quinta edição e foi sobre cuidados com a voz. de propriocepção, relaxamento
financiado pela Prefeitura de Rio “Nessa edição o projeto contou corporal, respiração, sons vocais, de
Branco, por meio da Fundação de com duas oficinas, a Oficina de Voz ressonância, projeção vocal, de ar-
Cultura Garibaldi Brasil, tendo si- e Comunicação – Nível Básico, di- ticulação e interpretação vocal (ên-
do contemplado no edital 2013 da recionada aos novos alunos, e a fases, pausas, variações de volume,
Lei Municipal de Incentivo à Cultu- Oficina de Voz e Comunicação – entonação e ritmo).
ra. O projeto teve como proposta Nível Avançado, dirigida às pesso- Por sua vez, a Oficina de Nível
principal desenvolver um traba- as que já participaram de edições Avançado teve como objetivo dar
lho de aperfeiçoamento de profis- anteriores, um Workshop de Voz e continuidade ao processo de forma-
sionais e estudantes que utilizem Comunicação e um Sarau de En- ção iniciado em anos anteriores, por
a voz e a comunicação como ins- cerramento, ambas gratuitas”, des- meio de projetos aprovados em ou-
trumento de trabalho/estudo, de creveu Gabriela. tros editais de fomento à cultura lo-
acordo com Gabriela Lima, mestre cal, realizados desde 2005. “As aulas
em Fonoaudiologia pela USP-Bau- SOBRE O PROJETO foram ministradas por mim, que,
ru e formada em Coaching pelo A Oficina de Nível Básico consis- além de fonoaudióloga, tenho forma-
Instituto Brasileiro de Coaching e tiu num programa de aperfeiçoa- ção de Analista Comportamental e
idealizadora do projeto. mento da voz e comunicação como em Professional & Self Coaching pe-
Gabriela ainda contou que as estratégia para alcançar bons re- lo Instituto Brasileiro de Coaching –
oficinas ocorreram durante os sultados em qualquer tipo de ati- IBC”, descreveu a fonoaudióloga.
meses de janeiro e fevereiro des- vidade que envolva o ato de falar Ambas oficinas tiveram 30h de
te ano, na Usina de Arte João Do- em público e na conscientização carga horária, destinadas a um pú-
nato, grande parceira do projeto. do uso da voz como instrumen- blico de 20 pessoas cada, que se
Além das oficinas, o projeto tam- to de trabalho e da sua utilização cruzaram nos saberes na maioria
bém contemplou a realização de correta, trabalhada no âmbito da dos aspectos a serem abordados,

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de acordo com Gabriela. Porém, a valorizando as potencialidades de tenho a oportunidade de vivenciar


Oficina de Nível Avançado, segun- cada participante. a experiência de ser facilitadora de
do ela, teve o intuito de fazer uma Um outro diferencial da Oficina um dos cursos de especialização do
breve revisão teórica do conteú- de Nível Avançado foi a participa- Projeto Gestão das Clínicas do SUS
do já abordado anteriormente e ção de uma facilitadora do Instituto do IEP/HSL”, contou.
dar um enfoque maior nas vivên- Sírio Libanês de Ensino e Pesquisa, Gabriela descreveu ser um mun-
cias e atividades práticas de voz e Cibele Sales, que conduziu um en- do novo de aprendizagem que
comunicação. “Além disso, essa ofi- contro sobre Metodologias Ativas se abriu, uma construção e des-
cina contou com a abordagem de de Aprendizagem. construção da ideia e do papel
Coaching de Comunicação”, explicou. Para o futuro, o projeto prevê a de educador, longe da metodolo-
Coaching é um termo muito co- continuidade das ações para os pró- gia tradicional e da pedagogia da
nhecido no meio das empresas e nos ximos editais nos anos sequentes, transmissão. “Me sinto desafiada a
recursos humanos, tendo como tra- com uma nova roupagem, por meio criar novas formas de ensinar, com
dução literal o significado de treina- de uma metodologia que se apro- base nesse enfoque inovador que
mento. “É considerado por muitos xime mais das Metodologias Ati- venho aprendendo e experimen-
como uma ferramenta poderosa de vas de Aprendizagem, envolvendo to em cada experiência enquanto
aceleração de metas e resultados, e mais estratégias como a problema- facilitadora. E trazendo essa expe-
atualmente vem ganhando grande tização, utilização de situações-pro- riência para a Fonoaudiologia e as
visibilidade no meio fonoaudiológi- blemas. “Atualmente esse tem sido Oficinas de Voz, tenho um grande
co, com o Coaching Vocal e de Comu- meu foco de aprendizagem. Conco- desafio pela frente, que é o de ten-
nicação”, descreveu a fonoaudióloga. mitante à realização do projeto no tar diminuir o espaço entre a teoria
Dentro dessa metodologia, um dos início do ano, estava concluindo o e prática no meu fazer profissio-
objetivos desse trabalho, conforme Curso de Aperfeiçoamento em Pro- nal, enquanto educadora. Um gran-
Gabriela ressaltou, é buscar envol- cessos Educacionais na Saúde, pe- de desafio, que me mobiliza e me
ver treinamento e exercícios que ca- lo Instituto Sírio Libanês de Ensino impulsiona na busca do aprimora-
racterizem o mais próximo possível o e Pesquisa – IEP/HSL, pré-requisito mento profissional e pessoal, e que,
cotidiano e o meio em que o parti- para a Especialização em Processos ao mesmo tempo, constitui-se co-
cipante está inserido, possibilitando Educacionais na Saúde da mesma mo uma experiência extremamen-
o desenvolvimento de habilidades instituição, a qual atualmente estou te prazerosa. Afinal, trabalhar com
e competências comunicativas, cursando. Durante a especialização, prazer não tem preço”, finalizou.
Arquivo pessoal

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CREFONO 6
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Crefono 6 participa de Ação Global


em três cidades do Regional
Crefono 6
Isadora Dantas
Repórter

D
ia 26 de abril foi o dia escolhi-
do pela Federação das Indús-
trias, SESI e Rede Globo para
a realização do Ação Global 2014,
um evento já consolidado em todo
o território nacional que acontece
simultaneamente em todos os esta-
dos da federação. O grande objetivo
do evento é promover a cidadania
oferecendo os mais diversos servi-
ços à população em maior vulnera-
bilidade social.
Pela primeira vez o Crefono 6 foi
convidado a participar da ação. Ini-
cialmente o convite foi realizado
apenas para Belo Horizonte/MG,
no entanto, após algumas reuni-
ões, a oportunidade de participar
As inspeções do conduto auditivo externo foram as avaliações mais procuradas pela
em mais duas cidades logo apa-
população participante do Ação Global 2014
receu. De acordo com a Diretoria
do Regional, essa foi uma excelen- idealizando que todos seriam ofe- PUC Minas e Centro Universitário
te oportunidade para disseminar a recidos em cada cidade participan- Metodista Izabela Hendrix disponi-
Fonoaudiologia em um evento de te, dando maior força às ações. No bilizaram acadêmicos e professo-
grande proporção. entanto, com as reuniões e parce- res para colaborarem com as ações,
As cidades que receberam a par- rias feitas, verificou-se que cada ci- o que promoveu aos futuros pro-
ticipação do Crefono 6 foram Be- dade tinha necessidades específicas fissionais experiência prática. No
lo Horizonte/MG, Serra/ES e Ponta e, sendo assim, serviços diferentes estande, os visitantes receberam
Porã/MS. A conselheira Paula Gari- precisaram ser oferecidos”, esclarece orientações sobre uso inadequado
baldi (CRFa 6-3790), presidente da a presidente. do fone de ouvido e seus malefícios
Comissão de Divulgação, esclarece Belo Horizonte contou com o para a saúde auditiva, além de pas-
que os serviços oferecidos em ca- maior número de atividades, devi- sarem por triagem em que eram de-
da cidade foram definidos de acor- do ao maior número de participan- tectadas suas principais queixas e
do com as possibilidades e parcerias tes, que teve público estimado em encaminhados para avaliação. Fo-
realizadas em cada uma delas: “ini- 30.000 pessoas. As faculdades de ram oferecidas avaliações de fala,
cialmente estruturamos os serviços Fonoaudiologia da capital mineira, voz, audição e equilíbrio, sendo a

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CREFONO 6
ES | MG | MS | MT

Crefono 6

sete horas. Nesse evento o Crefono


6 contou com o apoio de três fono-
audiólogos locais que se engajaram
e proporcionaram atividades à po-
pulação sob supervisão das Conse-
lheiras representantes do Crefono 6
no MS, Ellen de Freitas (CRFa 6-4025)
e Simone Pinilla (CRFa 6-607). Em
Ponta Porã os visitantes receberam
orientações sobre a saúde fonoau-
diológica em geral.
Todos os conselheiros partici-
pantes nessa ação descreveram a
atividade como sendo muito be-
As avaliações de fala foram oferecidas aos participantes, tendo sido mais efetivas em
crianças de até 5 anos néfica para a Fonoaudiologia. Para
Renata Jacques (CRFa 6-2200), con-
avaliação auditiva por inspeção do acadêmicos de Fonoaudiologia para selheira efetiva em Belo Horizonte,
conduto auditivo externo a mais realização de orientações e avalia- foi um momento muito produtivo
procurada e as queixas auditivas tais ções sob supervisão dos Conselhei- para a população: “o fato de nos-
como baixa acuidade e zumbido as ros do Crefono 6 representantes sas limitações, no que se refere à re-
mais frequentes. no estado, Mariana Brandão (CRFa alização de exames audiométricos
No Espírito Santo, a cidade de 6-3606) e Frederico Varejão (CRFa no ambiente ruidoso, não impediu
Serra recebeu o evento dimensio- 6-3461). Em Serra as avaliações ofe- que pudéssemos oferecer um ser-
nado para menor público em rela- recidas foram a auditiva, também viço de qualidade à população por
ção à capital mineira. No estado, as com maior procura, e equilíbrio. meio da inspeção do conduto audi-
parcerias do Crefono 6 ocorreram Ponta Porã, na divisa do Brasil tivo externo. Todos os participantes
também com as faculdades de Fo- com o Paraguai, recebeu um even- avaliados tiveram suas dúvidas sa-
noaudiologia, Universidade Federal to de menor proporção com dura- nadas e seus devidos encaminha-
do Espírito Santo e Centro Universi- ção de quatro horas, diferente dos mentos realizados aos serviços de
tário Vila Velha, que disponibilizaram demais, que tiveram duração de saúde locais. Oferecemos à popu-
lação um serviço diferenciado que,
Crefono 6
muitas vezes, devido à alta deman-
da dos serviços de saúde, não tem
a viabilidade de receber”, pontua a
conselheira. Outro ponto observa-
do pelos conselheiros participantes
foi o conhecimento de grande parte
da população acerca das áreas mais
difundidas da Fonoaudiologia, co-
mo linguagem e audição.
O 6º colegiado do Crefono 6 es-
clarece que eventos como esse, que
visam à promoção da saúde fonoau-
diológica, são prioritários para a ges-
tão, e que a participação do órgão
em demais ações como a Ação Glo-
A boneca robô Teena, uma parceria do Crefono 6 e uma clínica da capital mineira, bal serão pleiteadas pelo colegiado.
chamou atenção dos jovens que tiveram seus fones de ouvido avaliados pelos
fonoaudiólogos e receberam orientações sobre seu uso.
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CREFONO 6
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Fonoaudiologia ganha destaque na

Saúde Mental
Isadora Dantas comunicação desses pacientes. dos órgãos pertinentes para estru-
Repórter Em documento publicado pe- turarmos nossa atuação. Ficamos
la Sociedade Brasileira de Fono- muito satisfeitas com a iniciativa da

A
audiologia, que tem desenvolvido SBFa e CFFa em compartilhar tama-
atuação fonoaudiológica na um grande estudo sobre a atuação nho conhecimento com nossos pro-
saúde mental tem opini- profissional nessa área, é ressalta- fissionais”, pontuam as conselheiras.
ões diversas e tem sido re- do que o desafio do fonoaudiólogo Membros da SBFa e CFFa apre-
discutida diante do atual cenário é incorporar-se não só à atenção sentaram a dinâmica das oficinas
psicossocial brasileiro. A já conhe- infantil, mas sim à população adul- e a estruturação do modelo de
cida “Reforma Psiquiátrica Brasilei- ta. A SBFa dispõe de um Grupo de atenção psicossocial brasileiro em
ra”, pautada na Lei nº 10.216/2001, Estudos para tratar do assunto. vigor, bem como a atenção fonoau-
que reestrutura a atenção aos doen- diológica nele inserida, despertan-
tes mentais e dispõe sobre os direi- OFICINAS DE SENSIBILIZAÇÃO do a atenção do público presente,
tos dessas pessoas, consolida uma EM FONOAUDIOLOGIA E SAÚDE constituído grande parte por aca-
atenção psicossocial pautada na in- MENTAL dêmicos de Fonoaudiologia.
clusão. As alterações nesse modelo Com o objetivo de pautar e es- As avaliações do evento aponta-
têm sido realizadas desde antes da truturar a atenção fonoaudiológica ram a grande satisfação dos partici-
publicação da lei; no entanto, ainda aos doentes mentais, a Sociedade pantes em receber conhecimentos
é possível encontrar locais com tra- Brasileira de Fonoaudiologia e Con- dessa área e reafirmou o desejo dos
tamento inadequado. selho Federal de Fonoaudiologia, participantes em terem acesso a
A Portaria do Ministério da Saú- juntos, organizaram os Oficinas de mais informações sobre Fonoaudio-
de nº 336/GM, de 2002, que re- Sensibilização em Fonoaudiologia logia e Saúde Mental e outras atua-
gulamenta o novo modelo de e Saúde Mental que visitaram três ções. A Comissão de Divulgação do
atenção psicossocial e institui os capitais dos oito Conselhos Regio- Crefono 6 esclarece que, embora os
Centros de Atenção Psicossocial nais de Fonoaudiologia e passaram conselhos tenham funções estabe-
(CAPSI) cita que o fonoaudiólogo por Belo Horizonte/MG em maio. Pa- lecidas em lei de fiscalizar e orientar
compõe a equipe multidisciplinar ra as conselheiras da Comissão de o exercício profissional, o 6º cole-
de tais centros. A Fonoaudiolo- Saúde do Crefono 6, Joana Penayo giado está empenhado em realizar
gia está inserida junto a essa atu- (CRFa 6-5173) e Cristiane Peçanha eventos, em parceria com órgãos
ação multidisciplinar que propõe (CRFa 6-1808), organizadoras da ofi- pertinentes, a fim de atender às de-
a participação da família do do- cina em Minas Gerais, esse projeto mandas de seus profissionais. Para
ente mental como forma primor- foi muito enriquecedor para os par- o segundo semestre de 2014 estão
dial a um tratamento adequado. ticipantes: “Acreditamos que esta é planejados alguns eventos não só
As intervenções fonoaudiológicas uma área ainda pouco discutida e para Belo Horizonte, mas para ou-
estão pautadas nas alterações da que necessita de um olhar especial tras cidades da 6ª Região.

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CREFONO 6
ES | MG | MS | MT

Novo projeto do Crefono 6


aproxima os quatro estados
Isadora Dantas dentre outras demandas, analisarem fonoaudiólogos. De acordo com Pau-
Repórter a inserção do fonoaudiólogo nos ser- la Garibaldi as reuniões foram mo-
viços de saúde e educação. De acor- mentos para conhecer a realidade da

U
do com Lucila o município dispunha saúde e da educação em ambas as ci-
m novo projeto idealizado de muitas vagas ociosas para a reali- dades visitadas e para firmar algumas
pela Comissão de Conselho zação da Triagem Auditiva Neonatal e parcerias. Nos conselhos de Medicina
Itinerante do Crefono 6 pre- os bebes não eram encaminhados pa- e Enfermagem do ES, propostas de
tende levar o Regional à visitas aos ra a realização do exame. Como fruto parcerias nas fiscalizações bem co-
seus quatros estados, que recebeu da visita do Crefono 6 à cidade, a con- mo campanhas instrutivas aos profis-
o nome de Delegacia Itinerante. As selheira esclarece que algumas provi- sionais foram sugeridas como forma
cidades selecionadas para as visitas dencias já foram tomadas: “Após nossa de diminuir algumas irregularida-
serão levantadas de acordo com de- reunião com os gestores de saúde e des encontradas pela Comissão de
mandas dos fonoaudiólogos inscri- educação, já observamos o encami- Orientação e Fiscalização, como por
tos na 6ª Região. nhamento dos bebês para a realiza- exemplo, os exames audiológicos re-
A conselheira Gabriela Januário ção da Triagem Auditiva Neonatal, que alizados por profissionais que não
(CRFa 6-3314), presidente da Comis- antes não acontecia. Além disso, os os fonoaudiólogos, caracterizando
são de Conselho Itinerante, expli- professores da rede municipal serão exercício ilegal da profissão.
ca o projeto: “Dada a nossa extensa capacitados pelo Ministério da Saúde Em encontro com os gestores, to-
dimensão territorial, vislumbramos à respeito do Sistema FM. Capacitação dos os conselheiros participantes
uma maneira de atender às deman- ocorrida quando publicada a portaria, concordam que as atribuições do fo-
das de nossos inscritos em cidades mas não realizada pelos professores à noaudiólogo nos serviços de saúde
distantes de nossa sede. Este pro- época”, esclarece, Lucila. são claras, mas na educação a pro-
jeto levará serviços administrativos, Seguindo o projeto, Vitória (ES) re- fissão ainda é vista como alocada
de orientação, fiscalização e funcio- cebeu a segunda Delegacia Itineran- no campo da saúde. Paula Garibal-
nará também como uma ouvidoria. te, que devido a uma reestruturação di esclarece que a demanda por um
Além dessas propostas, visitaremos necessitou ser realizada em dois mo- maior esclarecimento da atuação fo-
serviços de saúde, gestores estadu- mentos. No início de maio, a cidade noaudiológica no âmbito educacio-
ais e municipais, a fim de apresentar também recebeu a visita da Conse- nal será levada ao Conselho Federal
a importância de nossa profissão”. lheira Paula Garibaldi acompanhada de Fonoaudiologia, pois se acredita
A primeira cidade visitada pela De- da conselheira efetiva local, Maria- que esta é uma realidade nacional.
legacia Itinerante foi Uberlândia (MG) na Brandão (CRFa 6-3606) para reali- Ainda para 2014 a Delegacia Iti-
que recebeu as conselheiras Paula Ga- zação de reuniões com gestores. No nerante visitará Cuiabá (MT), além
ribaldi (CRFa 6-3790) e Lucila Olivei- final de maio recebeu os conselhei- de levar toda a estrutura do proje-
ra (CRFa 6-1436), conselheira suplente ros André Lage (CRFa 6-3788) e Joa- to acontecerá também uma Reu-
local. As representantes do Crefono 6 na Penayo (CRFa 6-5173), presidentes nião Temática sobre Audiologia.
se reuniram com o Secretário Munici- das Comissão de Audiologia e direto- A Delegacia Itinerante em Cuiabá
pal de Saúde, vice-prefeito, gerentes ra-tesoureira, respectivamente, pa- acontecerá posterior à data de fe-
de educação e saúde municipais para, ra a realização do encontro com os chamento desta edição.

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CREFONO 7
RS

Fonoaudiologia e Odontologia:
atuação interdisciplinar em
benefício do paciente
Fernando Feiden

Fonoaudióloga Bárbara Aleixo em atendimento na Clínica de Odontologia

Fernando Feiden a fonoaudióloga Erissandra Go- que os acadêmicos de Fonoaudiolo-


Repórter mes, docente do curso de Fonoau- gia atuem em conjunto com acadê-
diologia da UFRGS, transformou o micos de Odontologia com objetivo

A
trabalho iniciado em 2009 pela fo- de dar um diagnóstico mais comple-
tuar de maneira conjunta noaudióloga Bárbara de Lavra Pinto to para o paciente e buscar uma so-
buscando um melhor diag- Aleixo em um projeto de extensão: lução adequada.
nóstico para os pacientes. Consultoria Fonoaudiológica na “Parte do curso de Fonoaudio-
Foi com esse objetivo que, em 2010, Odontologia. Esse projeto preconiza logia fica dentro da Faculdade de

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CREFONO 7
RS

Fernando Feiden
Odontologia e a minha área de atu-
ação, que é a motricidade orofacial,
tem uma relação muito forte com a
Odontologia”, explica Errisandra.
A fonoaudióloga da UFRGS, Bár-
bara Aleixo, explica que o projeto
tem atuação nas clínicas Infanto-Ju-
venil, Bebê Clínica, Ortodontia, Dor
e Disfunção Temporomandibular e
também no curso de especialização
de Odontopediatria. “O trabalho é
integrado. Os acadêmicos de Odon-
tologia nos chamam para saber qual
o melhor momento para encami-
nhar para Fonoaudiologia ou se será
preciso. O caso é discutido em con- Da direita para esquerda, odontopediatras Cd. Jorge Michel e Prof. Jonas Rodrigues,
junto e isso é um benefício para o fonoaudióloga Profa. Erissandra Gomes, odontopediatras Prof. Fernando Borba
paciente, os alunos da Odontologia de Araújo e Profa. Adriela Mariath, ortodontista Profa. Karina Mundstock e
odontopediatra Prof. Luciano Casagrande.
questionam sobre quais aspectos
miofuncionais podem estar influen-
ciando na questão odontológica. Há mas que o trabalho em conjunto são encaminhados para avaliação
uma troca enriquecedora de infor- no mesmo local facilita. “Trabalhan- otorrinolaringológica e/ou para tra-
mações”, explica Bárbara. do no mesmo local, as duas equipes tamento na clínica onde ocorrem os
“Como trabalhamos com o siste- conseguem ver e discutir in loco a atendimentos da área da motricida-
ma orofacial e respiratório, acompa- melhor conduta. Se o tratamento fo- de orofacial com os alunos do curso
nhamos os alunos mostrando qual noaudiológico deve ser feito antes, de Fonoaudiologia, supervisionados
o nosso trabalho e o porquê de es- durante ou depois do tratamento pela professora Erissandra Gomes.
tarmos ali. A nossa intenção com odontológico é uma questão dis- “Na maioria das outras universi-
esse projeto é formar tanto acadê- cutida de forma interdisciplinar. Es- dades não existe essa relação entre
micos de Fonoaudiologia como de sa troca de informações beneficia a a Odontologia e Fonoaudiologia; a
Odontologia com essa visão e co- saúde do paciente”, concluiu. ideia é mostrar a importância do tra-
nhecimento interdisciplinar”, com- É importante que toda a comu- balho desde a graduação. Na UFRGS
plementa Erissandra. nidade acadêmica, formada por fomos aos poucos mostrando a im-
Em 2012, no Salão de Iniciação alunos e docentes, entenda a im- portância do trabalho interdisciplinar
Científica da UFRGS, a fonoaudió- portância desse trabalho para que a e, desde o final de 2009, vem se cons-
loga da UFRGS, Bárbara Aleixo, re- comunidade em geral que é atendi- truindo, assim, já temos certa con-
cebeu um prêmio ao apresentar o da nas clínicas odontológicas saiba solidação, principalmente na área
projeto e como o trabalho interdis- o porquê desse trabalho conjunto. infantil na qual atuamos mais dire-
ciplinar entre os cursos de Odonto- Nem todo paciente passa pelo fo- tamente. Atuando nas clínicas, com
logia e Fonoaudiologia é realizado, noaudiólogo, muitas vezes há um o tempo, fomos convidadas para mi-
o qual envolve docentes e alunos de problema específico odontológi- nistrar aulas no curso de Odontologia
ambos os cursos. co, que não compete ao fonoaudió- para que os alunos passassem a co-
Erissandra destaca que quando o logo. Na clínica odontológica, além nhecer melhor o trabalho do fonoau-
trabalho é multidisciplinar, dentista de orientações aos pais e discussão diólogo. Além disso, já estamos com
e fonoaudiólogo em locais diferen- a respeito do diagnóstico, o profis- orientações de trabalhos de gradu-
tes, a troca de informações para um sional da Fonoaudiologia realiza, em ação e pós-graduação em parceria”,
bom diagnóstico pode funcionar, alguns casos, uma triagem. Muitos concluiu Erissandra.

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CREFONO 7
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Entrevista com Vereador


Airto Ferronato
Fernando Feiden o comando da construção e aqui na de buscar recursos para ações pú-
Repórter Câmara, como casa do povo de Por- blicas, praticamente todas elas pa-
to Alegre, onde as demandas che- ra questões viárias. E nós estamos

O
gam diariamente, nós tivemos essa vivendo hoje um momento em que
vereador Airto Ferronato foi oportunidade de acompanhar to- existe um volume intenso de gran-
o criador da Comissão de dos os processos. des e médias obras viárias e todas
Apoio e Acompanhamen- Comunicar – Que resultados a elas no aproveitamento desse viés
to das obras da Copa do Mundo em Comissão teve? Copa do Mundo. Então, Porto Alegre
2009 e a presidiu por dois anos. Ferronato – A época da criação teve bons resultados, ainda que pre-
da Comissão foi no início da discus- liminarmente a Copa.
Revista Comunicar – Qual foi o são das ações para a Copa. E Porto Comunicar – A população tem
objetivo da criação da Comissão? Alegre tinha uma característica es- mostrado interesse?
Airto Ferronato – Porto Alegre pecial, pois naquele momento inicia- Ferronato – A comissão mandou
teve uma facilidade de captação de va-se o projeto da Arena do Grêmio convites à sociedade para participar
recursos para fazer as obras, princi- e falava-se na indicação do estádio dos nossos encontros da Comissão e
palmente na parte viária, em que Beira-Rio, do Internacional, para os sempre tivemos uma boa adesão da
foram captados aproximadamen- jogos do torneio. Então, Porto Ale- população. Recebemos diversas ideias
te um bilhão de reais. Todas essas gre se encaminhava, de forma dife- e sugestões durante a Copa, que fo-
obras estão hoje em andamento. renciada em termos de Brasil, por ter ram encaminhadas ao executivo. Em
Portanto, constituir em Porto Ale- duas grandes estruturas com capa- certa reunião eu recebi do grupo de
gre na Câmara de Vereadores um cidade de sediar a Copa do Mundo. dança “Andanças” da UFRGS e fizemos
espaço de acompanhamento e fis- Com base nessas estruturas, tínha- alguns contatos. A última informação
calização desses processos, eu com- mos que acompanhar o que Porto que tenho é que está praticamente
preendi como fundamental para Alegre trouxe com a Copa, e a cida- certo um festival de folclore em Porto
que a cidade tivesse lá no executivo de teve uma facilidade interessante Alegre no período da Copa.
Comunicar – Se fala muito no
Vicente Carcuchinski
legado que a Copa deixará. Qual
ficará para Porto Alegre?
Ferronato – A Copa colocará os
olhos do mundo voltados para o Bra-
sil, e com isso, Porto Alegre. O que é
interessante para mostrar o que Por-
to Alegre e o Rio Grande do Sul têm,
e levar isso para diferentes países do
mundo para fazer com que os turis-
tas não só venham para Copa, mas
que se fidelizem e venham outras
Deputado em Sessão na Câmara dos Vereadores vezes trazendo amigos e familiares.

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Quem cuida do Cuidador?


O objetivo da revista é contribuir
para o aperfeiçoamento social e infor-
macional dos cuidadores. Além disso,
orientar para reduzir a doença deno-
minada síndrome de Burn-Out, tida
como a que resulta da exaustão do
cuidador. Cuidar do cuidador para que
este cuide melhor é o maior objetivo.
A maioria dos cuidadores entra nessa
profissão, ou obrigatoriamente no ca-
so de um familiar, esquece de si e aca-
ba adoecendo. Marilice destaca que
seu trabalho é mostrar para essas pes-
soas o que pode ser feito para não che-
gar a adoecer também. “Porque aí não
é uma, mas duas pessoas doentes, por
vezes uma família inteira”, conclui.
Arquivo/O Cuidador

Os colaboradores são convida-


dos, podem ser profissionais com co-
nhecimento técnico para orientar o
entendimento do público quanto à
complexidade da temática, fornecen-
Acesse www.ocuidador.com.br e conheça a revista do informação para profissionais e lei-
gos ou então pessoas que passem por
Fernando Feiden A revista é de interesse social, com essa situação com um familiar. “Eu dou
Jornalista abrangência nacional, e é direcionada voz a qualquer pessoa que queira es-
a profissionais da área da saúde, pro- crever na revista, não precisa ter acade-

C
uidar de quem cuida de pes- fissionais e responsáveis por atendi- mia, eu até prefiro que sejam pessoas
soas com transtornos mentais mento especial, cuidadores de idosos, da comunidade porque elas contam
ou qualquer deficiência crôni- cuidadores de pessoas com necessida- histórias ricas de vida”, conta Marilice.
ca é um projeto que persegue Mari- des de atendimento especial, familiares Marilice conta que procurou o Cre-
lice Costi, criadora e editora-chefe da e interessados em geral. Com o tempo, fono em razão da amiga Alda Leite
revista O Cuidador. Ao participar de perceberam que o seu perfil era mui- Rodrigues (falecida há alguns anos),
uma reunião de familiares no Centro to maior do que imaginavam. “Todos com quem tinha um projeto para fa-
de Atenção Psicossocial Centro em os que se responsabilizam por alguém miliares, mães em especial. “Ela era
Porto Alegre, percebeu ali a falta de são cuidadores. Pais, filhos, amigos, re- fonoaudióloga e resolvi buscar apoio
perspectivas dos familiares que en- ligiosos, arquitetos, funcionários públi- na área dela, como uma forma de ho-
frentavam essa dificuldade. Por expe- cos, avós, primos, os profissionais do menagem. Ela era uma pessoa muito
riência própria de vida, Marilice, que cuidado, os cuidadores invisíveis pas- especial”, explica Marilice.
tem um filho com deficiência, apren- saram a ter importância. Todos os seres Para saber mais sobre a revista ou
deu o valor do cuidador. que tivessem empatia”, explica. assinar acesse, www.ocuidador.com.br.

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Política Nacional de Saúde


Vocal é discutida na Assembleia
Legislativa do Ceará

Márcia Catunda e promover ideias para o referido e ressaltou a mportância de haver


Repórter projeto de lei que estará na pauta fonoaudiólogos trabalhando den-
da Comissão de Educação. Segun- tro das escolas para acompanhar o

N
a primeira semana de maio, do dados do Instituto de Previdên- trabalho dos professores.
foi discutido na Assembleia cia do Município (IPM), cerca de 50% “Esse é um assunto que deve
Legislativa do Ceará o Proje- da licença dos professores da Prefei- ser debatido em vários municí-
to de Lei nº 2.776/2011, de autoria tura de Fortaleza é devido a proble- pios. Infelizmente o professor só é
do deputado federal Saraiva Felipe mas na voz. visto quando está ausente. Faltam
(PMDB), que institui a “Política Na- “A Fonoaudiologia estuda há cer- políticas preventivas, acredito que
cional de Saúde Vocal”. O intuito do ca de 30 anos a saúde vocal do pro- a Fonoaudiologia é uma parceira
projeto é instituir uma política des- fessor. E este profissional ainda sofre fundamental para os professores”,
tinada a avaliar e tratar questões com as adversidades do seu local afirmou a presidente da Confede-
relativas à saúde vocal dos profissio- de trabalho”, explicou o presidente ração dos Trabalhadores no Servi-
nais de ensino público e privado de do Crefono 8, Charleston Palmeira. ço Público Municipal (Confetam),
todos os níveis, no âmbito do Siste- Ele apresentou alguns dados: “pes- Vilani Oliveira.
ma Único de Saúde – SUS. quisas indicam elevados índices de Após os comentários dos con-
Estiveram presentes na audiên- alterações de voz em professores, selheiros e sindicalistas, o relator
cia pública o deputado federal Artur que prejudicam o desempenho em do projeto, deputado Artur Bruno,
Bruno (PT), relator do projeto; o pre- sala de aula e a saúde geral do pro- fez suas considerações a respei-
sidente do Crefono 8, Charleston Pal- fessor, podendo implicar licenças e to do debate. “Há consciência de
meira; a presidente do Sindicato dos readaptações de função”. que esse projeto se torne lei. In-
Fonoaudiólogos do estado do Cea- Para a presidente do Sindfo- felizmente o poder público ainda
rá (Sindfono), Danielle Levy; a repre- no Ceará, fonoaudióloga Danielle não reconhece o valor da Fonoau-
sentante do CFFa, Hyrana Frota; além Levy, o projeto é um sonho antigo diologia, por isso deve inserir a Fo-
de deputados, vereadores, represen- dos fonoaudiólogos e sua aprova- noaudiologia no serviço público”,
tantes sindicais, fonoaudiólogos e ção trará mais oportunidades de defendeu o deputado.
estudantes de Fonoaudiologia. trabalho para a Fonoaudiologia. As sugestões referentes ao proje-
A audiência pública teve iní- A conselheira Hyrana Frota (CFFa) to podem ser enviadas para o e-mail
cio às 15h e o objetivo foi debater compartilhou da mesma opinião arturbruno@arturbruno.com.br.

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Fonoaudiologia e Saúde Mental:


um campo profissional pouco explorado
Márcia Catunda promover a socialização e resgatar a poucos profissionais atuando na área
Repórter autoestima dos pacientes. Além disso, da saúde mental e o fonoaudiólogo
o fonoaudiólogo atende a alterações tem que entender que o trabalho de-

C
línicas, hospitais, escolas, veícu- fonoaudiológicas em quadros de au- le não se restringe apenas a clínicas e
los de comunicação... São vários tismo, demências, transtornos de hu- afins”, opina a fonoaudióloga, que tra-
os campos de atuação da Fono- mor, entre outros. Por ser uma área balha há 15 anos na Prefeitura de Tauá,
audiologia. Porém, existe um em que ainda pouco explorada na matriz cur- no Ceará. “Todas as ações do municí-
há demanda de profissionais, mas que ricular dos cursos de Fonoaudiologia, pio possuem a minha participação.
ainda é pouco explorado: a Fonoau- o Sistema de Conselhos de Fonoau- Meu trabalho é interpretar a necessi-
diologia na Saúde Mental. diologia e a Sociedade Brasileira de Fo- dade da população e entender sua lin-
Para a Organização Mundial de Saú- noaudiologia promoveram oficinas de guagem, além de elaborar e monitorar
de (OMS), o conceito de Saúde Mental Saúde Mental em várias universidades projetos da prefeitura”, acrescenta.
é bem mais amplo que a ausência de do País, entre elas a Universidade de Apesar de a atuação dos fonoaudi-
transtornos mentais e a área não pos- Fortaleza (Unifor). ólogos ainda ser restrita nesse ramo, a
sui uma definição oficial. Os proble- A Oficina de Sensibilização para Do- Saúde Mental desperta interesse e é
mas mais comuns de Saúde Mental centes e Discentes e Profissionais que alvo de pesquisas acadêmicas em mo-
são estresse, ansiedade, depressão, fo- atuam na Área da Fonoaudiologia em nografias e trabalhos de mestrado e
bia, síndrome do pânico, transtorno bi- Saúde Mental contou em torno de doutorado. “É um trabalho específico,
polar, esquizofrenia, entre outros. 100 participantes que discutiram te- que exige cuidado, atenção integral e
A Fonoaudiologia brasileira come- mas como políticas públicas, redes de continuada às pessoas com necessi-
çou a atuar nas instituições psiquiá- atenção, realidades locais e relatos de dades em decorrência do uso de álco-
tricas em 1992, a partir da criação da experiência. A fonoaudióloga, Eveline ol e drogas”, explica o fonoaudiólogo
Portaria nº 224/1992, em que uma Lanzellotti, foi uma das palestrantes Alex Sampaio, que trabalha no CAPS
das diretrizes é a multiprofissiona- convidadas para o evento. O tema da Álcool e Drogas de Juazeiro do Norte,
lidade na prestação de serviços aos sua palestra foi “Diretrizes Políticas Na- no Ceará.
doentes mentais. cionais e Regionais para a Saúde Men- A demanda por profissionais no
O trabalho do fonoaudiólogo que tal”, que atraiu bastante a atenção do serviço púbico e privado é cada vez
atua na Saúde Mental consiste em público. “O mercado é promissor, há maior, portanto o fonoaudiólogo que
desejar atuar na Saúde Mental deve
Crefono 8

estar preparado para enfrentar desa-


fios e investir em conhecimento.
Ao final, a oficina cumpriu seu pa-
pel de sensibilizar os participantes pa-
ra desenvolverem estratégias para
uma maior inserção da Fonoaudiolo-
gia na Saúde Mental, principalmente
na esfera pública.

Conselheiros debatem no fórum “Fonoaudiologia para a Saúde Mental” na


Universidade de Fortaleza
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Fonoaudiólogos educacionais
vivem experiências inesquecíveis
dentro das escolas
Crefono 8

Márcia Catunda
Repórter

U
ma das atuações mais requi-
sitadas e desejadas pelos fo-
noaudiólogos é trabalhar em
escolas. Apesar da responsabilida-
de, o trabalho fonoaudiológico com
crianças sempre proporciona mo-
mentos marcantes aos profissionais
da área.
No início de 2014, o Sistema de
Conselhos Federal e Regionais de
Fonoaudiologia promoveu a campa-
nha da Fonoaudiologia Educacional,
que teve o intuito de esclarecer pais,
educadores e gestores da importân-
cia do papel do fonoaudiólogo no
ambiente, pois o profissional agre-
ga conhecimentos tanto na área de
educação como de saúde.
A Fonoaudiologia Educacional
pode atuar em escolas comuns ou
especiais. Além de fazer o acompa-
nhamento de alunos, o fonoaudiólo-
go orienta professores a terem uma
melhor expressividade com as crian-
ças e a facilitar o desenvolvimento
infantil. Os fonoaudiólogos também
podem detectar pequenos distúr-
bios que dificultem o aprendizado
da criança e assim realizar o acom-
panhamento necessário.
De acordo com a Lei nº 6.965, san-
cionada em 9 de dezembro de 1981, Fonoaudióloga Socorro Timbó explica o funcionamento da laringe às crianças da
que regulamenta a profissão, é de escola onde trabalha

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Crefono 8

competência do fonoaudiólogo,
que trabalha em escolas, desenvol-
ver trabalho de prevenção no que
se refere à área da comunicação oral
e escrita, voz e audição e também
participar da equipe de orientação e
planejamento escolar, inserindo as-
pectos preventivos ligados a assun-
tos fonoaudiológicos. O trabalho do
fonoaudiólogo nas escolas é pre-
ventivo, enquanto em clínicas e hos-
pitais é terapêutico.
Cada vez mais o trabalho dos fo-
noaudiólogos escolares é reconheci-
do e valorizado, o que provoca mais
desejo e motivação dos profissionais
em trabalharem na área. Esses profis-
sionais proporcionam e vivem expe-
riências inesquecíveis em seu campo Fonoaudióloga Bárbara Dantas orienta professores sobre a importância dos cuidados
com a voz
de atuação. “Vivi muitos momentos
marcantes durante a minha vida pro- de que um fonoaudiólogo educa- serão as chances de se desenvolver
fissional em escola, entre eles foi ver o cional tem muito a oferecer, tanto alguma doença grave na voz”, jus-
resultado positivo das ações e estra- para crianças que apresentam difi- tifica. Socorro promove nos locais
tégias planejadas para os alunos com culdades no processo de aprendiza- de trabalho a “Semana de Atenção
Necessidades Educacionais Especiais, gem, como também para as que não e Conscientização do Ruído”. Outro
a Semana da Voz, que sempre envol- apresentam essas dificuldades”. projeto é “A Fonoaudiologia vai até
ve toda a instituição, as reuniões te- A fonoaudióloga Socorro Timbó você”, em que ela envia para os pais,
máticas nas quais posso orientar os atua na área educacional há 16 anos na agenda, textos e assuntos infor-
pais sobre vários aspectos, e ver que em Fortaleza. Todos os anos Socorro mativos sobre a Fonoaudiologia. “Já
aquele momento está sendo signifi- promove uma ação durante a Sema- recebi muitos elogios e retorno dos
cativo para eles, são exemplos de al- na do Dia Mundial da Voz para atrair pais por essa iniciativa”.
guns momentos que fazem com que a atenção das crianças e fazê-las en- Socorro revela ainda que duran-
eu me sinta realizada na minha pro- tender a importância de iniciar os te esses anos viveu ótimas experi-
fissão”, relata a fonoaudióloga Bárba- cuidados vocais o mais cedo possí- ências, mas que o reconhecimento é
ra Dantas, que trabalha há cinco anos vel. Esse ano ela criou uma laringe o que mais a motiva a continuar de-
em uma escola de Natal. em forma de balões para explicar de senvolvendo seu trabalho. “O mais
Bárbara revela que na escola onde forma simples como é o seu funcio- gratificante de tudo é perceber que
trabalha a atuação do fonoaudiólo- namento às crianças. A fonoaudiólo- posso contribuir de forma positi-
go educacional é bastante signifi- ga explica que no começo a ideia era va na vida da criança nos encontros
cativa e valorizada para o processo apenas orientar os professores da com os pais. O retorno e os agrade-
de aprendizagem e no processo de escola, porém depois ela percebeu cimentos dos pais são muito bons.
integração de alunos com Necessi- que também deveria conversar com Ouvi deles que, depois da conver-
dades Educacionais Especiais, po- as crianças sobre o assunto: “É im- sa comigo tudo ficou mais claro. Já
dendo colaborar para melhorar a portante conversar sobre isso com percebem a mudança nas crianças e
autoestima e a vida dos alunos no as crianças para que elas se tornem que eu ajudei no desenvolvimento
processo de aprendizagem. “A di- adultos conscientes. Quanto an- de aprendizagem delas”.
reção da escola tem consciência tes tiver essa consciência, menores

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