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CESUSC

Disciplina: Interpretação e redação de textos.


Prof: MSc. Mônica N. de Abreu

REVISÃO PARA AVALIAÇÃO - N2

Todas as questões estão relacionadas à petição abaixo. Portanto, leia com atenção a petição inteira
antes de começar a responder.
Para ter certeza da resposta, é importante voltar ao texto e observar onde os recortes das frases
foram feitos.
Responda a caneta.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(ÍZA) DE DIREITO DA 8ª VARA CÍVEL DA


COMARCA DE SÃO LEOPOLDO - RS
 
 
JOÃO DA SILVA, brasileiro, solteiro, professor, inscrito no CPF sob o n. 670.670.770-87,
domiciliado na Rua João Correia, n. 1636, apto. 301, Edifício Solar, São Leopoldo – RS, por seus
procuradores judiciais signatários – ut instrumento de procuração anexo, onde consta o endereço
onde recebem intimações – vem diante de V. Exa., propor
 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS
 
em face de PEDRO DOS SANTOS, brasileiro, motorista, portador da CNH n. 00419343659,
domiciliado na Rua Bento Gonçalves, 302, Centro, Caxias do Sul – RS, pelas relevantes razões
de fato e de direito a seguir expendidas:

I – FATOS
Na data de 01 de janeiro de 2009, por volta das 11:30 horas da manhã, o autor trafegava
com seu veículo Ford/Fiesta, placa IJM2771, pela Rua Pedro Hammarstron, no sentido sul-norte.
No entanto, ao atravessar aproximadamente dois terços da rótula para entrar na Av. Getúlio
Vargas, foi abalroado pelo veículo Dodge Dakota Esport 3.9, placa HWG 9006, conduzido pelo
réu.
Com o impacto, o veículo do autor foi arremessado em direção à Av. David José Martins,
consoante croqui em anexo, elaborado pelos agentes de trânsito que assistiram ao acidente.
Após ter atingido o veículo do autor, o réu, sem controle, avançou ainda contra o
caminhão M. Benz de propriedade do Sr. Rodrigo Boefe, o qual estava parado na Av. Getúlio
Vargas, aguardando o momento de ingressar na rótula.
Com a colisão, o veículo do autor sofreu os danos descritos na ocorrência lavrada pelos
agentes de trânsito e no boletim de ocorrência policial anexos.
As fotografias anexas também demonstram o estado no qual o veículo do autor ficou após o
acidente.
O conserto dos danos acima referido foi orçado em R$ 7.488,60 (sete mil, quatrocentos e
oitenta e oito reais com sessenta centavos) e R$ 7.800,00 (sete mil e oitocentos reais), por duas
empresas com atuação nesta comarca, inobstante documentos anexos.
Em contato com o réu para composição amigável do litígio, não houveram quaisquer
acordos, tendo o réu evitado novos contatos com o autor, não atendendo celular e tampouco
retornando aos recados por este último deixados em sua caixa de mensagens. Em virtude disso, o
autor procedeu ao reparo do veículo, por conta própria, na oficina que ofereceu o melhor preço,
qual seja, R$ 7.488,60 (sete mil, quatrocentos e oitenta e oito reais com sessenta centavos),
consoante notas fiscais anexas.
Diante dos fatos narrados, a tutela jurisdicional é o caminho que resta ao autor para ver-se
indenizado pelos danos materiais que sofreu em função do acidente cuja causa está na não
observância das regras de trânsito pelo réu, como se demonstrará.

II – FUNDAMENTOS JURÍDICO-LEGAIS
De acordo com o art. 29, inciso III, alínea "b", do Código de Trânsito brasileiro, o veículo
que circula pela rotatória tem preferência de passagem, transitando os veículos por fluxos que se
cruzem.
Nesse sentido, o croqui do abalroamento sofrido pelo veículo do autor (veículo 2),
elaborado pelos agentes de trânsito que atenderam à ocorrência, não deixa dúvidas no sentido de
demonstrar que o autor já havia ingressado na rótula, tendo percorrido mais de dois terços da
mesma (PI) quando foi atingido pelo veículo do réu (veículo 3), o que fez com que mudasse sua
trajetória, tendo ido parar do outro lado da rotatória, ao passo que o veíuclo do autor acabou
colidindo, posteriormente, com o caminhão que se encontrava parado para ingressar na rótula
(veículo 1). Vejamos:
 
Ora, age com culpa o condutor do veículo que atravessa a rotatória sem respeitar a
sinalização – e nesse sentido o croqui deixa claro a existência de sinalização da rotatória no local,
exigindo velocidade máxima de 30 km/h –, vindo a colidir com veículo que trafegava pela
preferencial, revelando desatenção ao trânsito que lhe precedia.
Além disso, a localização dos danos no veículo do autor, que denota a dinâmica do acidente,
indica que ele já estava em meio à manobra, no interior da rotatória, tendo-a já praticamente
ultrapassado, quando foi atingido, na parte frontal de seu veículo, pelo automóvel do réu, que não
observou o dever de cuidado e a preferência do veículo que já transitava na rotatória.
Quanto à culpa do réu, consubstanciada na sua desatenção ao trânsito e à sinalização, resta
evidenciada no relato prestado aos agentes de trânsito, em função da ocorrência anexa:

"o condutor do veículo (03) Dodge/Dakota disse


que trafegou pela Av. David José Martins no sentido
leste/oeste e ao ingressar na rótula não viu o
veículo (02) Ford/Escort proveniente da Rua
Pedro Hammarstron abalroando-o. Em seguida,
colidiu frontalmente com o veículo (01) caminhão
que provinha da Av. Getúlio Vargas."

Ou seja, não agiu o réu de acordo com as prescrições do Código de Trânsito brasileiro e
tampouco observou a sinalização de trânsito existente no local, pois confirma não ter avistado o
veículo do autor.
Além disso, o fato de ter o réu perdido o controle após abalroar o veículo do autor, vindo a
colidir com o caminhão de propriedade do Sr. Rodrigo Boefe, denota que a velocidade com a
qual trafegava o réu era em muito superior àquela permitida no local dos fatos (30 km/h).
Resta, portanto, comprovada a culpa exclusiva do réu, que não observou as regras de
trânsito, assumindo o risco de acarretar a colisão, ao promover manobra de ingresso na rótula sem
observar o veículo do réu, que já se encontrava na rótula.
Não resta dúvida, portanto, que a responsabilidade pelo sinistro foi do veículo do réu,
devendo este arcar com os prejuízos materiais ocasionados ao autor, os quais, nos termos dos
orçamentos anexos, apresentam-se em valores razoáveis e compatíveis com os danos
demonstradas nas fotografias acima.
Ademais, incide no presente caso a norma do art. 186 do Código Civil, que preceitua que
toda pessoa que, "por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito."
Como conseqüência da prática de ato ilícito, o ordenamento civil brasileiro impõe o dever
de indenizar, embora o disposto no art. 927 do Código Civil, sendo que o valor da indenização,
nos termos do art. 944 do referido Diploma Legal, mede-se pela extensão do dano.
Nesse sentido, o valor a ser ressarcido pelo réu ao autor é aquele apontado pelo orçamento
de menor valor, qual seja, R$ 7.488,60 (sete mil, quatrocentos e oitenta e oito reais com sessenta
centavos), relativo ao conserto do veículo.
O entendimento do E. Tribunal de Justiça riograndense, não discrepa da pretensão
indenizatória do autor, vejamos:

RECURSO INOMINADO. RESPONSABILIDADE CIVIL. REPARAÇÃO DE DANOS.


ACIDENTE DE TRÂNSITO. ROTATÓRIA. VEÍCULO QUE INTERCEPTA A TRAJETÓRIA
DE OUTRO, QUE DETINHA A PREFERENCIALIDADE. CULPA DA AUTORA
CARACTERIZADA. I - As provas carreadas aos autos evidenciam que a autora, provindo de
faixa anterior à rotatória, interceptou a trajetória do réu, que nela já se encontrava, detendo,
portanto, a preferência. II - Localização dos danos nos veículos, que denotam a dinâmica do
acidente, a indicar que a parte demandada já estava em meio à manobra, no interior da rotatória,
quando foi atingida, na parte frontal de seu veículo, pelo automóvel da autora, que não observou
o dever de cuidado e a preferência do veículo que já transitava na rotatória. III - Culpa da autora,
que não observou as regras de trânsito, assumindo o risco de acarretar a colisão, ao promover
manobra de ingresso na rótula sem observar o fluxo de veículos antes de adentrar nesta. IV -
Danos materiais no automóvel do réu que restaram comprovados pelos orçamentos acostados.
RECURSO PROVIDO. (Recurso Cível Nº 71002541399, Segunda Turma Recursal Cível,
Turmas Recursais, Relator: Fernanda Carravetta Vilande, Julgado em 23/06/2010).

ACIDENTE DE TRÂNSITO EM RÓTULA. PREFERÊNCIA DE QUEM JÁ SE ENCONTRA


POR ELA TRANSITANDO. O acidente de trânsito objeto do feito ocorreu na rótula existente na
esquina das Ruas Rui Ramos e Arnoldo Schneider. Da prova dos autos se infere que a autora já se
encontrava transpondo a rotatória no momento em que houve a colisão, pois esta ocorreu quando
o veículo desta já estava praticamente terminando de contorná-la. Neste sentido o croqui de fl. 22
e as fotos de fl. 13. Ademais, diante das versões conflitantes apresentadas pelas partes e da
contradição existente na prova oral coligada aos autos, é de ser mantida a convicção firmada pelo
juiz natural da causa, uma vez que este possui melhores condições de avaliar o depoimento dos
envolvidos no acidente posto em discussão. Em razão da peculiaridade da simplificação que se
reveste o rito dos Juizados Especiais, é de ser valorado e prestigiado o princípio da imediação,
adotando a conclusão formulada pelo juízo singular. No caso concreto, o depoimento da
testemunha, que assevera que foi o réu quem adentrou na rotatória quando a autora já estava por
ela circulando, mostra-se mais veraz, sendo de rigor a responsabilização do demandado pelos
danos sofridos pelo autor. SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS.
RECURSO IMPROVIDO. (Recurso Cível Nº 71002353282, Primeira Turma Recursal Cível,
Turmas Recursais, Relator: Leandro Raul Klippel, Julgado em 13/05/2010).
Exsurge, assim, cristalino, o dever de reparação do réu, diante dos danos materiais que
culposamente ocasionou ao autor.
 
III – DOS PEDIDOS:
Ante o exposto, PEDE:
- a procedência dos pedidos, com a condenação do réu para pagar o requerente no valor de R$
7.488,60 (sete mil, quatrocentos e oitenta e oito reais com sessenta centavos), correspondente ao
valor do orçamento de menor valor para conserto do veículo, corrigido monetariamente pelo IGP-
M a partir da data da elaboração do orçamento e acrescido de juros legais de 1% ao mês a contar
da data do fato;
a condenação do réu ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios;

IV – DOS REQUERIMENTOS:
Ante o exposto, REQUER:
- ao recebimento e ao processamento da presente na forma da lei;
- a citação do réu no endereço declinado no intróito para que apresente resposta, querendo, sob
pena de confissão e revelia;
- a produção de todas as provas que se fizerem necessárias para o deslinde do processo, em
especial o depoimento testemunhal (rol abaixo), a prova documental e pericial;
- a concessão do benefício da assistência jurídica gratuita, por ser pessoa pobre na acepção
jurídica do termo, não dispondo de condições financeiras para arcar com as despesas processuais,
custas e honorários, consoante declaração e documentos comprobatórios anexos.

Dá a causa o valor de R$ 12.000,00.

Termos em que pede deferimento.


São Leopoldo, 1 de maio de 2012.
  
Joaquim Oliveira
OAB/RS

1. No texto há vários problemas de crase. Correlacione:


(a) O uso da crase está correto. ( ) Quanto à culpa do réu, consubstanciada na sua
desatenção ao trânsito [...]
(b) Foi utilizada crase, mas, de ( ) Dá a causa o valor de R$ 12.000,00.
acordo com a norma culta, não ( ) [...]denota que a velocidade com a qual trafegava o réu era
deveria existir. em muito superior àquela permitida no local dos fatos [...]

(c) Não foi utilizada, mas, de


acordo com a norma culta,
deveria existir.
2. Verifique as frases abaixo. Considerando a concordância verbal e nominal, marque C para as
corretas e I para as incorretas. Corrija aquelas que estão erradas. (2,5)
( ) “O conserto dos danos acima referido foi orçado em R$ 7.488,60 (sete mil, quatrocentos e
oitenta e oito reais com sessenta centavos) e R$ 7.800,00 (sete mil e oitocentos reais) [...]”
______________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
( ) “Em contato com o réu para composição amigável do litígio, não houveram quaisquer
acordos, tendo o réu evitado novos contatos com o autor, não atendendo celular e tampouco
retornando aos recados por este último deixados em sua caixa de mensagens [...]”
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
( ) “Ora, age com culpa o condutor do veículo que atravessa a rotatória sem respeitar a
sinalização – e nesse sentido o croqui deixa claro a existência de sinalização da rotatória no local,
exigindo velocidade máxima de 30 km/h [...]”
______________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
( ) “ [...] os quais, nos termos dos orçamentos anexos, apresentam-se em valores razoáveis e
compatíveis com os danos demonstradas nas fotografias acima.”
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
( ) “Ademais, diante das versões conflitantes apresentadas pelas partes e da contradição
existente na prova oral coligada aos autos, é de ser mantida a convicção firmada pelo juiz natural
da causa [...]”
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

3. A pontuação está CORRETA em: *Não serão considerados resultados parciais*


(1) Na data de 01 de janeiro de 2009, por volta das 11:30 horas da manhã, o autor trafegava com
seu veículo Ford/Fiesta, placa IJM2771, pela Rua Pedro Hammarstron, no sentido sul-norte.
(2) Ou seja, não agiu o réu de acordo com as prescrições do Código de Trânsito brasileiro e
tampouco observou a sinalização de trânsito existente no local, pois confirma não ter avistado o
veículo do autor.
(4) Nesse sentido, o valor a ser ressarcido pelo réu ao autor é aquele apontado pelo orçamento de
menor valor, qual seja, R$ 7.488,60 (sete mil, quatrocentos e oitenta e oito reais com sessenta
centavos), relativo ao conserto do veículo.
(08) O entendimento do E. Tribunal de Justiça riograndense, não discrepa da pretensão
indenizatória do autor, vejamos:
(16) O acidente de trânsito objeto do feito ocorreu na rótula existente na esquina das Ruas Rui
Ramos e Arnoldo Schneider.
(32) No caso concreto, o depoimento da testemunha, que assevera que foi o réu quem adentrou na
rotatória quando a autora já estava por ela circulando, mostra-se mais veraz, sendo de rigor a
responsabilização do demandado pelos danos sofridos pelo autor.
RESULTADO :

4. Regência verbal diz respeito à relação estabelecida entre o verbo e os termos que os
complementam (objeto direto ou indireto) ou o caracterizam (adjunto adverbial).
Considere as seguintes frases:
I) JOÃO DA SILVA, brasileiro, solteiro, professor, inscrito no CPF sob o n. 670.670.770-87,
domiciliado na Rua João Correia, n. 1636, apto. 301, Edifício Solar, São Leopoldo – RS [...]
II) Em virtude disso, o autor procedeu ao reparo do veículo, por conta própria, na oficina que
ofereceu o melhor preço [...]
III) Com o impacto, o veículo do autor foi arremessado em direção à Av. David José Martins,
consoante croqui em anexo, elaborado pelos agentes de trânsito que assistiram ao acidente.
IV) a procedência dos pedidos, com a condenação do réu para pagar o requerente no valor de
R$ 7.488,60 [...]

Está correta a alternativa: (1,0)


a) as frases III e IV estão corretas.
b) as frases I e III estão corretas.
c) apenas a IV está correta.
d) as frases I e II estão corretas.
e) apenas a II está correta.

5. Vimos que para um texto manter coerência e coesão são necessários elementos de ligação, que
“costuram” as ideias apresentadas no texto, levando o leitor a determinada interpretação, de
acordo com a intenção do autor. Quando as conjunções são utilizadas de forma equivocada,
temos correlações mal estruturadas. Indique uma conjunção que une dois períodos de forma
equivocada.

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Qual a relação entre os períodos deveria ser estabelecida?


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Em vista disso, você substituiria o termo em questão por qual conjunção?

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