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JORNAL CATARSE NÚMERO 100 DO MÊS JULHO NÚMERO 101

Sexta-feira, 23 de Fevereiro de 2018

Juliana Borges lança “O que é


encarceramento em massa?” dia
01/03 em São Paulo

Foto: André Zanardo/Justificando

No primeiro dia de março, na Livraria Tapera Taperá, no Centro de São Paulo, será
lançado a obra “O que é Encarceramento em Massa?”, escrito pela
pesquisadora Juliana Borges. O livro é o segundo da coleção “Feminismos Plurais”,
organizada por Djamila Ribeiro e que tem como editora o Grupo Editorial
Letramento, além do selo do Justificando. A entrada é um pacote de absorvente, que
será revertido para mulheres encarceradas. Em homenagem a um dos marcos dos
lançamentos da coleção, e com vistas à democratização do acesso à leitura por
populações economicamente vulneráveis, as primeiras 75 pessoas que chegarem
ganharão a obra, em um oferecimento do Fundo Baobá.

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Juliana é colunista do Justificando, onde começou seu primeiro espaço, e hoje também
coluna no Blog da Boitempo; Fundação Perseu Abramo e Revista Fórum. Além disso,
foi articuladora política da Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas
(INNPD), assessora da Secretaria de Governo Municipal e Secretária-Adjunta da
Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres da Prefeitura de São Paulo.

Clique aqui para adquirir a obra

Sobre a obra

Em um primeiro momento, pode parecer estranho ligar feminismo negro e


encarceramento em massa como pautas que se encontram e interseccionam.
Infelizmente, a realidade do Brasil e do mundo tem trazido à tona que o reordenamento
sistêmico para manter desigualdades baseadas em hierarquias raciais tem operado suas
engrenagens na interseccionalidade cada vez mais profunda das opressões racista,
machista e classista.

Entre 2006 e 2014, a população feminina nos presídios aumentou em 567,4%, nos
colocando no ranking dos países que mais encarceram no mundo, ficando no 5º lugar.
67% destas mulheres são negras e 50% são jovens.

Então, como podemos falar em democracia racial no Brasil, quando os dados nos
mostram um sistema prisional que pune e penaliza prioritariamente a população negra?
Como podemos negar o racismo como pilar das desigualdades no Brasil sob este
quadro? Simplesmente, não podemos.
O Sistema de Justiça Criminal tem profunda conexão com o racismo, sendo o seu
funcionamento mais do que perpassado por esta estrutura de opressão.

Além disso, tem sido dos principais aparatos de uma reordenação sistêmica para
garantir a manutenção do racismo e, portanto, das desigualdades baseadas na
hierarquização racial.

Neste livro, a autora apresenta e discute essas questões, colocando as principais visões
de especialistas e ativistas sobre o tema, notadamente mulheres e homens negros. Passa
também, com isso, pelos pensamentos de Sueli Carneiro, Thula Pires, Angela Davis,
Michelle Alexander, Achille Mbembe, Vilma Reis, Ana Flauzina e uma série de outros
pensadores e pensadoras que nos colocam como este momento de grave crise sistêmica
tem operado para que se reordene as hierarquias de opressão, em modelos e
funcionamento que só garantem a vida dos 1% mais ricos.

Juliana esteve nos estúdios do Justificando, onde gravou um drops com um dos recortes
de seu livro. Confira:

Sobre a coleção

Reconhecendo a importância do reconhecimento da multiplicidade de vozes, nasce a


coleção Feminismos Plurais, parceria da Editora Letramento com o Justificando.
Organizada por Djamila Ribeiro, a coleção visa abordar diversos aspectos e perspectivas
dos feminismos, tendo como pilar principal mulheres negras e indígenas e homens
negros como sujeitos políticos. Comumente, esses sujeitos são tratados como implícitos
ou relegados a condição de “mero recorte” dentro de uma história única e excludente.
Feminismos Plurais segue a responsabilidade histórica de romper silêncios.

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