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CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM

Sistema abstrato: língua regulada por normas


arbitrárias, desvinculada de suas condições de
realização

Sistema-em-função: tendência centrada na


língua enquanto atuação social, enquanto atividade
e interação verbal, vinculada às circunstâncias
concretas e diversificadas de sua atualização
CONCEPÇÃO INTERACIONISTA DE
LINGUAGEM

Ao invés de um olhar monológico sobre a relação


do ser humano com a linguagem, temos uma
proposta que assume, mesmo que implicitamente,
que o aprendizado com a linguagem se dá por meio
do uso que fazemos dela na interação (oral ou
escrita) que estabelecemos com o outro, seja ele
real ou virtual.

(Faraco & Castro)


CONCEPÇÃO INTERACIONISTA DE
LINGUAGEM

BAKHTIN estuda a linguagem enquanto fenômeno


de interlocução viva pautado na relação
indissociável entre o ser humano, a sociedade e a
linguagem

“As pessoas não trocam orações, assim como não


trocam palavra (numa acepção rigorosamente
linguística), ou combinações de palavras, trocam
enunciados constituídos com a ajuda das unidades
da língua – palavras, conjunto de palavras,
orações”
CONCEPÇÃO INTERACIONISTA DE
LINGUAGEM

Na realidade não são palavras o que pronunciamos


ou escutamos, mas verdades ou mentiras, coisas
boas ou más, importantes ou triviais, agradáveis ou
desagradáveis, etc. A palavra está sempre
carregada de um conteúdo ou de um sentido
ideológico ou vivencial. É assim que
compreendemos as palavras e somente reagimos
àquelas que despertam em nós ressonâncias
ideológicas ou concernentes à vida.

(Bakhtin & Voloshinov)


CONCEPÇÃO INTERACIONISTA DE
LINGUAGEM

A utilização da língua efetua-se em forma de


enunciados (orais e escritos), concretos e únicos,
que emanam dos integrantes duma ou outra esfera
da atividade humana (…) Qualquer enunciado
considerado isoladamente é, claro, individual, mas
cada esfera de utilização da língua elabora seus
tipos relativamente estáveis de enunciados, sendo
isso que denominamos gêneros do discurso.

(Bakhtin)
CONCEPÇÃO INTERACIONISTA DE
LINGUAGEM
 Entendimento de língua como atividade de
interação verbal entre dois ou mais
interlocutores

 Concepção funcional e contextualizada para


fundamentar um ensino da língua que seja,
individual e socialmente, produtivo e relevante

 A língua só se atualiza a serviço da


comunicação intersubjetiva, em situações de
atuação social e por meio das práticas
discursivas, materializadas em textos orais e
escritos
PRÁTICAS DISCURSIVAS

LEITURA – o leitor, como um dos sujeitos da


interação, atua participativamente recuperando os
sentidos do texto, por meio da compreensão e
interpretação.
ESCRITA – a escrita é uma atividade interativa de
expressão, de manifestação verbal das ideias,
informações, intenções, crenças ou sentimentos
que queremos partilhar com alguém.
PRÁTICAS DISCURSIVAS

ORALIDADE – fala adequada às situações de uso


social da língua, seja formal ou informal,
respeitando os padrões gerais da conversação

QUAL O PAPEL DA GRAMÁTICA NESTA


PERSPECTIVA DE ENSINO?
ANÁLISE LINGUÍSTICA

Nenhuma regra gramatical tem importância por si


mesma. Nenhuma regra gramatical tem garantida
a sua validade incondicional. O valor de qualquer
regra gramatical deriva de sua aplicabilidade, da
sua funcionalidade na construção dos atos sociais
da comunicação verbal, aqui e agora.
(Irandé Antunes)

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