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TUTORAS:
Apresenta distribuição geográfica mundial, tendo sido descrito pela primeira vez em 1907,
em camundongos, nos Estados Unidos. Desde a descoberta deste protozoário, cerca de 20
espécies desse gênero já foram mencionadas em diferentes espécies de hospedeiros animais, mas
ainda há divergências quanto à sua taxonomia.
Os oocistos eliminados com as fezes são a principal fonte direta de infecção, a qual é
adquirida por ingestão de oocistos que estejam contaminando água potável, alimentos, água de
piscina, rios e lagos. Outro modo seria o contato pela via fecal-oral de pessoa para pessoa ou entre
pessoas e animais contaminados.
Muitos fatores podem contribuir para a falta de conhecimento sobre a sua epidemiologia.
Entre eles destaca-se a ausência da prática de notificação da doença por parte dos médicos e dos
laboratórios. Além disso, as técnicas diagnósticas utilizadas pela maioria dos laboratórios não
permitem a identificação do parasita em um exame parasitológico de fezes rotineiro. Muitos testes
foram desenvolvidos para identificar os oocistos do parasita, entretanto a realização destes só é
feita mediante requisição do médico assistente.
1.1. Características do agente
Nos últimos anos, Cryptosporidium foi reconhecido como uma das principais causas de
diarreia em crianças pré-escolares e particularmente em infantes, assim que deixam de receber
alimentação exclusivamente do seio materno.
A transmissão faz-se pela passagem de oocistos, de um hospedeiro para o outro por via
fecal-oral. A fonte infectante pode ser tanto uma pessoa como um animal que esteja contaminado
com oocistos. Estes também podem ser veiculados pela água e pelos alimentos (penetração por
via digestiva) ou pela poeira (via respiratória). Chegando ao estômago e intestinos, os esporozoítas
são liberados e se fixam ao epitélio, onde tem lugar a esquizogonia e a esporogonia.
No transcorrer destes estágios, dois tipos de oocistos são formados, sendo um destes de
parede espessa, eliminados na forma infectante através das fezes e resistentes às condições
ambientais, sendo responsável pela transmissão do parasito para outros animais; e aqueles de
parede delgada, os quais se rompem no hospedeiro e liberam esporozoítos que invadem células
epiteliais não infectadas, responsáveis por autoinfecções.
O ciclo assexuado tem início quando o oocisto é formado e eliminado, sendo que após a
sua eliminação se dá a esporulação. A esporulação é caracterizada pelo aumento de volume do
parasito e pela produção de esporozoítos no seu interior. Após a ingestão, o oocisto esporulado
rompe no intestino liberando os esporozoítos que invadem os enterócitos. No fim do crescimento
do esporozoíto o núcleo começa a se dividir várias vezes, de forma assexuada, o que resulta em
uma forma multinucleada, o esquizonte. Depois da formação do esquizonte, ocorre uma repetição
da etapa anterior, processo que passa a se denominar esquizogonia. Sua função é produzir
merozoítos, permitindo a invasão de novas células hospedeiras. A partir desses merozoítos pode
recomeçar outro ciclo assexuado ou iniciar um processo de reprodução sexuada (esporogonia).
A liberação de oocistos presentes nas fezes dos hospedeiros infectados pode acarretar na
contaminação de águas superficiais ou reservatórios, os quais têm sido reconhecidos como
maiores veiculadores do patógeno pela possibilidade de atingir um imenso contingente de
hospedeiros, afinal enquanto o contato direto de pessoa a pessoa ou de animal a pessoa
normalmente gera um pequeno número de infectados, a contaminação de um manancial pode
afetar milhares de pessoas.
A contaminação da água pode ocorrer por cruzamento de águas de poço ou encanada por
água de esgoto, falha nos procedimentos operacionais durante o tratamento da água, desvios de
filtro de areia, contaminação de águas superficiais por esterco bovino e influências de efluentes
industriais e agrícolas nas águas de recreação.
CICLO CRIPTOSPORIDIOSE: Ciclo considerado como monoxeno, o qual inclui uma fase assexuada e outra fase
sexuada. O oocisto do Cryptosporidium é o estágio infectante (A), responsável pela transmissão e pela
manutenção do parasito no ambiente. Após a ingestão, os oocistos liberam quatro esporozoítos infectantes (B)
no lúmen intestinal. Estes penetram nas células intestinais, onde amadurecem assexuadamente (C) no interior
de vacúolos, formando os merontes de tipo 1 (D e E), os quais liberam merozoítas que também invadem os
enterócitos, dando origem aos merontes de tipo 2 (F). Alguns merontes de tipo 2 se diferenciam em
macrogametócitos e em microgametócitos (G e H). Estes últimos fertilizam os macrogametócitos, o que irá dar
1.3. Formas de transmissão
origem ao zigoto (I). O zigoto se transforma em oocisto (J e K). Milhões de oocistos maduros são liberados nas
fezes, contaminando o meio ambiente, e permanecendo viáveis durante vários meses. Ao contrário do que
ocorre com a maioria dos coccídios, os oocistos de Cryptosporidium são capazes de esporular no lúmen
intestinal, e de liberar os esporozoítos, iniciando uma reinfecção.
A transmissão pode ocorrer diretamente entre animais, entre humanos, de animais para
humanos, ou indiretamente através da ingestão de água ou alimentos contaminados com oocistos
viáveis. A transmissão ocorre via fecal-oral, onde oocistos de tamanho reduzido (4 a 6 µm) são
eliminados nas fezes. Alguns animais podem eliminar milhões de oocistos esporulados em um
grama de fezes, contaminando o ambiente.
A infecção se inicia através da ingestão destes oocistos. Oocistos eliminados por humanos
têm capacidade de infectar bovinos, ovinos, caprinos, felinos e caninos. Oocistos eliminados de
felinos, bezerros e suínos aparentam ser infecciosos para humanos. Oocistos de C. parvum podem
alcançar a superfície das águas, atingindo os suprimentos hídricos estando infectantes. Bovinos de
corte e leiteiros, em particular bezerros, são considerados importantes reservatórios de oocistos,
devido ao grande número de animais, distribuição, incidência de infecção e ao elevado número de
oocistos por eles excretados.
Ela se torna importante quando atinge pessoas com deficiência imunológica (crianças com
marasmo ou desnutrição, com hipogamaglobulinemia congênita, pacientes usando drogas
imunossupressoras e indivíduos com AIDS). De 58 casos notificados nos Estados Unidos, até
1983, 33 tinham AIDS e sofriam de diarreia que era geralmente intensa e irreversível.
3. ALMEIDA, A.J, STABENOW, C.S, BRAGA, R.S – Contaminação por Cryptosporidium spp.
Às margens do rio Paraíba do Sul em Campos dos Goytacazes, RJ.
8. SPÓSITO FILHA, E.; FUJII, T.U.; REBOUÇAS, M.M. Cryptosporidium spp. em bovinos e
búfalos do Vale do Ribeira, São Paulo,Brasil. Arquivos do Instituto Biológico, v.65, n.1, p.97-
101, 1998.
9. SPÓSITO FILHA, E.; REBOUÇAS, M.M.; PEREIRA, J.R. Cryptosporidium spp. em bezerros
do Vale do Paraíba, São Paulo, Brasil. Arquivos do Instituto Biológico, v.65, n.1, p.123-125,
1998.