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Em primeiro grau, foi proferida sentença que julgou improcedentes os pedidos, por
entender que a indenização pleiteada somente serviria para desfalcar o já combalido patrimônio público,
em total consonância com a defesa fazendária apresentada em juízo pelo procurador do
Estado Thiago Pucci Bego, da Procuradoria Regional de Ribeirão Preto (PR-6).
A decisão levou em conta que, diante da grave crise econômica pela qual passa o país,
de fato, é admissível que os entes públicos envolvidos passam por dificuldades no atendimento de
demandas da área da saúde, que afastam qualquer dolo em sua atuação, menos ainda para retardar o
cumprimento das decisões judiciais, nos prazos assinalados.
E finaliza: “... não se pode acreditar que o Estado, que tem por finalidade o bem comum, tenha
atuado ao arrepio do ordenamento jurídico, de valores e direitos fundamentais, com espírito meramente
emulativo ou com intuito de lucro predatório, em detrimento de seus cidadãos que necessitavam de serviços
de saúde”.
Inconformada, a DPE interpôs recurso de apelação contra a sentença, o qual não foi
provido por acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (6ª Câmara de Direito
Público), que, ao manter a sentença proferida em primeiro grau, confirmou a tese fazendária,
quanto à inexistência de nexo causal a fundamentar a responsabilidade civil do Estado de São Paulo.
3. PGE OBTÉM VITÓRIA EM AÇÃO QUE QUESTIONAVA A ANULAÇÃO DE TAM (23.05.2018).
A Procuradoria Geral do Estado (PGE) obteve mais uma vitória na ação promovida pela
CONCESSIONÁRIA VIANORTE S/A em face da AGÊNCIA DE TRANSPORTE DO ESTADO DE SÃO
PAULO (ARTESP) e do próprio Estado, com a finalidade de questionar a anulação de Termo
Aditivo Modificativo (TAM) que havia celebrado e que implicava uma indevida majoração do
seu faturamento.
O TAM em questão havia sido celebrado em dezembro de 2006 e foi anulado porque se
constatou que a metodologia adotada para apurar o desequilíbrio econômico-financeiro
ocorrido à época se mostrava equivocada, na medida em que levou em consideração as
projeções de tráfego, em vez de analisar o fluxo real de veículos, causando graves prejuízos ao
Estado.
A ação civil pública proposta, ajuizada pela Apeoesp – Sindicato dos Professores do
Ensino Oficial do Estado de São Paulo, tinha por finalidade estender a todos os professores da
rede estadual de ensino o percentual de reajuste fixado por Portaria do Ministério da Educação
para o Piso Nacional do Magistério, estabelecido pela Lei Federal nº 11.738/08.
Tais recursos, no entanto, por não serem dotados de efeito suspensivo, não impediam a
execução da decisão proferida, que traria prejuízos significativos ao erário, uma vez que
resultaria em um acréscimo de R$ 1,6 bilhão nos gastos de pessoal do Estado, elevando o valor
total da despesa com pessoal para aproximadamente R$ 72 bilhões, o equivalente a 46,73% da
receita corrente líquida, percentual superior ao limite imposto pela Lei de Responsabilidade
Fiscal (LRF).
O feito foi julgado improcedente tendo sido denegada a ordem, mas a devedora interpôs
apelação.
Já em sua fala inicial, o procurador geral explicou que “pareceres não criam direito,
quem cria direito é a legislação”. Ele alertou que não agir dessa forma em situações
semelhantes seria prevaricar. E que tal ação não está isenta de, uma vez que alguém entenda a
legislação de forma diferente, ser questionada judicialmente.
Ramos lembrou que não se poderia deixar de levar em conta o sucesso da chamada
“autotutela”, uma vez que, com ela, foram suprimidos os confrontos típicos das reintegrações
de posse, que acontecem sempre com dia e hora marcados, inclusive tornando-se eventos
midiáticos. Isso sem contar o benefício de evitar o enfrentamento entre privados, ocupantes e
demais membros da própria comunidade que gostariam de ver respeitados seus direitos de
frequentarem regularmente os estabelecimentos de ensino.
Como exemplo final, o procurador geral lembrou que durante a aplicação do ENEM
(Exame Nacional do Ensino Médio) no ano passado, o Estado de São Paulo foi o único
membro da Federação a participar com todas as unidades escolares solicitadas, uma vez que
não havia mais uma única escola ocupada na oportunidade.
Presidida pela deputada Beth Sahão (PT), a reunião da CEC contou ainda com as
presenças dos deputados Adilson Rossi (PSB), Carlos Giannazi (PSOL), Davi Zaia (PPS), Leci
Brandão (PC do B), Luiz Turco (PT), Marcos Vinholi (PSDB), Pedro Tobias (PSDB) e Rita
Passos (PSD).
10. PGE OBTÉM REVOGAÇÃO DAS TABELAS DE HONORÁRIOS PERICIAIS DO CAJUFA. Desde
2012, os procuradores do Estado da Procuradoria do Contencioso Ambiental e Imobiliário
(PCAI) realizam trabalho de extrema relevância para a liberação das áreas necessárias às obras
de construção do Rodoanel – Trecho Norte.
Nos termos do então vigente Regulamento do Centro de Apoio aos Juízes das Varas da
Fazenda Pública de São Paulo (Cajufa) – publicado no Diário Oficial de 4 de novembro de
2004, que disciplinava a forma de cálculo dos honorários dos peritos nas avaliações de imóveis
em ações judiciais, a base de cálculo dos honorários levava em consideração, em regra, o
valor do próprio imóvel avaliado, nos termos do respectivo item 2º: “2º) Nas perícias que têm
por objetivo a apuração do valor de mercado de um imóvel, parcial ou total, os honorários serão estimados
em função do valor desse bem, segundo a tabela que este acompanha”.
Tendo em vista que tal vinculação entre a avaliação dos imóveis e a remuneração de
peritos judiciais vislumbrava-se, em tese, colidente com o interesse público, já que atribuía um
total arbítrio nas mãos do beneficiário da norma, colocando em cheque o nível de
impessoalidade indispensável ao desempenho desta relevantíssima função, pois o cálculo com
base no valor do imóvel representava incentivo a que o imóvel fosse sempre superavaliado, já
que, quanto maior o valor avaliado, maior seria a remuneração do perito responsável pela
avaliação, o procurador geral do Estado, Elival da Silva Ramos, em junho/2014, oficiou ao
então presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), José Renato Nalini,
expondo o problema e solicitando providências no sentido de se rever a forma de cálculo dos
honorários periciais.
Por determinação de Nalini, foi formada comissão pela Portaria nº 9.044/2014, voltada
à formalização de proposta de regulamentação de parâmetros a orientar o arbitramento de
honorários periciais nos processos de desapropriação no âmbito desse Egrégio Tribunal. A
PGE foi representada no referido colegiado pelo procurador do Estado assessor da
Subprocuradoria Geral do Contencioso Geral, Fábio Trabold Gastaldo.
O segundo caso, julgado no dia 12 de junho pelo Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo (TJSP), também envolveu empresa que se vale do instituto da recuperação judicial para,
à margem do cumprimento de suas obrigações tributárias, manter-se no mercado. Nesse caso,
a devedora Smar Equipamentos Industriais Ltda., cujo débito com o Estado de São Paulo
supera 250 milhões de reais, questionou judicialmente o regime especial de tributação imposto
pelo fisco paulista. Dias após o TJSP negar-lhe razão, a empresa novamente acionou a Poder
Judiciário, desta vez por meio de um pedido de recuperação judicial, através do qual postulou
exatamente suspender a atuação fiscal outrora confirmada pelo Poder Judiciário. O
deferimento desse pedido, em sede de recuperação judicial, fez com que a empresa, mais uma
vez, deixasse de recolher os tributos devidos, chegando sua inadimplência a quase 100%.
Em ambos os casos, o trabalho realizado pela PGE, por meio do Gaerfis, com a
apresentação de memoriais aos desembargadores que julgaram as causas, foi determinante
para as vitórias do Estado de São Paulo.
Alegou que a prova pericial produzida na ação de desapropriação não condizia com a
realidade do imóvel, diante das inconsistências dos métodos e parâmetros utilizados, que não
observaram as características de inacessibilidade do local, inviabilidade da exploração
econômica, da duplicidade na valoração da cobertura vegetal e sua hipervalorização, o que
redundava em nítida violação aos dispositivos legais e constitucionais da justa e prévia
indenização e defesa ao meio ambiente.
Constou do acórdão proferido que "o valor da mata atribuído ao imóvel corresponde a nada
menos do que 98,78% do valor total do imóvel compreendidos o valor das construções e benfeitorias,
conforme se depreende da tabela apresentada (fl. 2017). Em que pese a extensa discussão travada nos autos
quanto à determinação do valor da cobertura florestal, com base nas espécies encontradas no local e no
diâmetro considerado hábil para a extração, forçoso reconhecer não ser este elemento da propriedade
passível de indenização. E isso justamente porque a própria condição do terreno constituído de 59% de
terreno montanhoso e 41% de área plana somente acessível por barco inviabiliza a atividade
econômica de extração de madeira. A propósito, é exatamente esta realidade do imóvel que impede a
exploração do local, tanto assim, que todas as perícias realizadas no imóvel não verificaram nenhuma
atividade econômica voltada ao extrativismo florestal. Inserida a propriedade em área montanhosa,
compreendida na região da Serra de Itatins e com área de planície somente acessível por barco, o alto
custo empregado no corte, retirada e transporte até a região consumidora mais próxima, distante a
140 km do local tornam absolutamente inviável a extração como atividade econômica. Deste modo, a
atribuição do valor do imóvel, preponderantemente, com base no valor atribuído a cobertura vegetal,
apenas e tão somente, com base no método de aplicação do volume médio da floresta, incluindo-se os
valores médios de tora, lenha e palmito, entretanto, sem considerar a viabilidade econômica do imóvel,
acabaram por tornar os laudos periciais produzidos incorretos (...) Desta forma, escorreito o valor do
imóvel inicialmente atribuído pela Fazenda Pública em janeiro de 1992, nos autos da desapropriação,
porquanto o valor de Cr$ 128.857.135,96 (cento e vinte e oito milhões, oitocentos e cinquenta e sete mil,
cento e trinta e cinco Cruzeiros Reais e noventa e seis centavos), o que equivale ao montante devidamente
atualizado pela tabela prática para cálculo de atualização monetária IPCA-E deste E. Tribunal de
Justiça corresponde a R$ 686.333,21 (seiscentos e oitenta e seis mil, trezentos e trinta e três Reais e
vinte e um centavos), atualizado até outubro de 2016, data da entrega do laudo."
Assim, a indenização que girava em torno de R$ 45 milhões foi reduzida para pouco
mais de R$ 686 mil.
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), porém, entendeu não haver
provas de que o imóvel não foi afetado, já que era uma área destinada à mineração. Sob esse
argumento, indeferiu o pedido de desistência, mantendo o dever de indenizar os proprietários.
Antevendo uma possível derrota bilionária, a CESP solicitou o auxílio da PGE, que
interveio nos autos, o que veio a ser admitido em 17.11.2016.
Benjamin acrescentou que obrigar o poder público a ficar com o imóvel é uma decisão
que não atende à supremacia do interesse público e beneficia apenas o interesse do particular
expropriado. O acolhimento do pedido de desistência impede “prosseguir com a expropriação de
uma área de que o poder público não precisará, evitando o indevido gasto de dinheiro público”.