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UNIVERSIDADE FEDERAL E CAMPINA GRANDE- CAMPUS PATOS PB

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL


UNIDADE ACADÊMICA DE MEDICINA VETERINÁRIA
DISCIPLINA: DOENÇAS PARASITÁRIAS

Tristeza Parasitária Bovina- TPB

Patos-PB
2018
Etiologia

A Tristeza Parasitária Bovina (TPB) é decorrente, principalmente da associação de


protozooses, determinadas pela B. bigemina e pela B. bovis, associadas a rickettsiose
causada pela A. marginale. Estes agentes podem apresentarem-se em conjunto com outros
hematozoários com a Rickettsia Ehrlichia bovis que parasita leucócitos e monócitos, que
levam o agravamento da TPB.

Ciclo

O carrapato B. microplus, durante o repasto sanguíneo, inocula no hospedeiro os


esporozoítos, estas formas penetram nos eritrócitos, se diferenciam em trofozoítos e
multiplicam-se dando origem aos merozoítos. Estes rompem as hemácias e invadem
novos eritrócitos continuando o processo de divisão do tipo merogônica. Durante o
hematofagismo, o carrapato ingere células sanguíneas e com estas os eritrócitos que
contem trofozoítos. Na luz intestinal do carrapato ocorre o rompimento dos eritrócitos
com liberação dos zoítos que evoluem para corpos raiados (gametas). Estes corpos,
contendo material genético e sem dimorfismo sexual, se fusionam dois a dois originando
os zigotos. Esta fase representa a gametogonia das babesiideos.

Epidemiologia

O Brasil é considerado como um país enzoótico devido à constante transmissão


dos agentes, porém existem algumas regiões como sertão e sul brasileiro, em que as
condições edafoclimáticas não favorecem o desenvolvimento do R. microplus.
Em condições de clima tropical e subtropical, a babesiose assume características
de estabilidade enzoótica, os bezerros são infectados durante os primeiros meses de vida,
Em condições de clima tropical e subtropical, a babesiose assume características de
estabilidade enzoótica, os bezerros são infectados durante os primeiros meses de vida,
Pode ocorrer uma situação de instabilidade enzoótica em determinado período do ano,
tendo uma probabilidade de infecção baixa devido à presença do carrapato ser inconstante
ou insuficiente para manter elevado o nível de imunidade dos animaisPode ocorrer uma
situação de instabilidade enzoótica em determinado período do ano, tendo uma
probabilidade de infecção baixa devido à presença do carrapato ser inconstante ou
insuficiente para manter elevado o nível de imunidade dos animais.
Patogenia

A integração entre o agente da doença, o vetor e o hospedeiro determina a


dinâmica da infecção. A presença de citocinas e outros compostos farmacologicamente
ativos têm uma função importante na resposta imune contra a Babesia spp. e o excesso
de produção do agente infeccioso contribui para o progresso da doença causando
vasodilatação, hipotensão, aumento da permeabilidade capilar, edema, colapso vascular,
distúrbios de coagulação, lesão endotelial e estase circulatória. A B. bigemina parasita
com mais frequência as hemácias da circulação periférica, enquanto a B. bovis é
encontrada em capilares de órgãos centrais como cérebro, cerebelo, meninges, e nas
vísceras como rins, baço, fígado, coração e pulmões, e apresenta um curso de três a sete
dias para a forma aguda da doença. A B. bigemina é capaz de desencadear um mecanismo
que provoca danos celulares e tissulares, envolvendo inicialmente uma hemólise
intravascular, de forma que os animais infectados por este agente tendem a apresentar
hemoglobinúria mais cedo e de forma mais consistente, determinando anóxia e
secundariamente lesões em vários órgãos, principalmente, rins e fígado.

Sinais Clínicos

A doença clínica está relacionada a ciclos repetidos de invasão e de multiplicação


dos protozoários em eritrócitos do hospedeiro, seguidos de lise eritrocitária e invasão de
outros eritrócitos. Os sinais clínicos iniciam 2 a 3 semanas após a inoculação do agente
pelo carrapato. As infecções por Babesia spp. em bovinos caracterizam-se por febre (41ºC
a 41,5ºC), anemia, apatia, ataxia, palidez de mucosas, icterícia, taquipnéia, prostração e
inapetência, desidratação, tremores 27 musculares, ranger de dentes, hemoglobinemia,
hemoglobinúria e em muitos casos, morte.

Prevenção

O descanso e a rotação da pastagem, por no mínimo 30 dias também, pode


auxiliar no controle dos carrapatos, principalmente nos meses de seca, quando grande
quantidade de larvas morrerá de fome por não encontrar seus hospedeiros e estarão
expostas às condições adversas do ambiente. É importante a utilização de esterqueiras ou
biodigestores para evitar a proliferação de moscas hematófagas que se desenvolvem nas
fezes e restos alimentares dos animais, o que auxiliará na prevenção da ocorrência da
anaplasmose bovina. A esterilização dos instrumentais cirúrgicos e agulhas é recurso
necessário para evitar a propagação da anaplasmose e outras doenças entre os animais de
rebanho por meio de fômites, devendo também se evitar vacinar um grande número de
animais com uma única agulha.

Aspectos econômicos

A TBP é de grande importância em todo o mundo devido as grandes perdas


econômicas. Está responsável por prejuízos diretos e indiretos. A morbidade determinada
pela TPB é alta nos país tropicais e subtropicais e em áreas de instabilidade a taxa de
mortalidade é alta. Além das consequências decorrentes da patogenia, deve- se levar em
consideração a onerosidade do tratamento, pois as drogas são especificas e de alto custo.

Controle

Os métodos de controle modificam-se entre diferentes regiões geográficas, e


incluem o controle de vetores, através da aplicação de acaricidas, administração
profilática de quimioterápicos e vacinação. No que diz respeito ao controle de vetores,
especialmente de R. (B.) microplus, este é realizado através da aplicação de produtos
carrapaticidas, o que demanda altos investimentos e pode ainda implicar na aquisição de
resistência dos carrapatos aos princípios ativos utilizados em caso de uso prolongado, e
principalmente devido 35 ao uso indiscriminado, tornando os animais susceptíveis à
infecção. A estratégia a ser escolhida apresenta relação direta com a situação
epidemiológica da região, e dessa forma pode ser realizado através da erradicação ou do
controle estratégico desses vetores.
A imunização natural ocorre pela inoculação dos hemoparasitos nos bovinos a
campo, através do carrapato, de forma que o gado convive normalmente com o carrapato
tornando os animais adultos imunes ou resistentes.

Diagnóstico

O diagnóstico da TPB deve considerar os dados epidemiológicos, sinais clínicos,


lesões observadas à necropsia e principalmente exames laboratoriais. O diagnóstico
clínico nos casos de suspeita de TPB torna-se de suposição uma vez que os sinais clínicos
podem ser confundidos com os de outras doenças.
O exame direto consiste em uma ferramenta importante para confirmação do
diagnóstico clínico, sendo um dos principais métodos de diagnóstico empregado nesta
situação. Este é realizado por meio de esfregaços sanguíneos colhidos de sangue de
animais na fase aguda com parasitemia elevada, corados com corantes do tipo Giemsa,
Leishman, Wrigth e Panótico.
Técnicas sorológicas para pesquisa de anticorpos específicos são ferramentas
imprescindíveis em estudos epidemiológicos da babesiose e anaplasmose, sendo possível
definir a situação epidemiológica das diferentes regiões de ocorrência dessas
enfermidades baseando-se no status imunológico dos animais, funcionando como
indicador indireto da presença do agente.
Atualmente a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), tem sido bastante utilizada
na investigação desses parasitas, uma vez que apresenta sensibilidade cerca de 100 vezes
maior que a técnica de esfregaço sanguíneo

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