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DIREITO EMPRESARIAL
EMPRESÁRIO, ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL, PROPRIEDADE INDUSTRIAL E
DIREITO DA CONCORRÊNCIA
NOTAS INTRODUTÓRIAS
• Num primeiro momento pode-se ter a idéia errônea de que direito comercial de
que este seja o ramo do direito reservado somente ao comércio e aos
comerciantes. Esta idéia, entretanto, não corresponde à realidade, mas pode
ser explicada através da evolução histórica do Direito Comercial.
•Durante o séc. XVII, sob o mercantilismo, a França produziu duas ordenações, uma
sobre o comércio terrestre (Code Savary) e outras atinente ao comércio marítimo.
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•A base do sistema francês é a teoria dos atos de comércio, ou seja, uma forma de
objetivação do tratamento jurídico da atividade mercantil. Ou seja, com a teoria dos
atos de comércio, o direito comercial deixa de ser o direito de apenas uma categoria
de profissionais, organizados em corporações próprias, para se tornar a disciplina de
um conjunto de atos que poderiam ser praticados por qualquer cidadão.
•Isto não significa, entretanto, que antes da teoria dos atos de comércio, não haviam
regras sobre a matéria mercantil, sendo que haviam normalizações desde épocas
remotas, como no Código de Hamurabi. No entanto, não havia um sistema de direito
comercial, ou seja, um conjunto de normas sobre o comércio coordenadas por
princípios comuns. Tais regras comuns só surgem na época medieval, no seio de
feudalismo.
•Assim, a historia do Direito Comercial pode ser dividida em quatro fases. Vejamos
cada qual.
há cerca de dois anos a.C. o Código do Rei Hammurabi, tido como a primeira
codificação de leis comerciais. São conhecidas diversas regras jurídicas, regulando
instituições de direito comercial marítimo, que os romanos acolheram dos fenícios,
denominadas Lex Rhodia de lactu (alijamento), ou institutos como o foenus nauticum
(câmbio marítimo).
Mas essas normas ou regras de natureza legal não chegaram a formar um corpo
sistematizado, a que se pudesse denominar "direito comercial". Nem os romanos o
formularam. Roma, devido à organização social estruturada precipuamente sobre a
propriedade e atividade rurais, prescindiu de um direito especializado para regular as
atividades mercantis. Os comerciantes, geralmente estrangeiros, respondiam perante
o praetor peregrinus, que a eles aplicava o jus gentium.
O direito civil romano, que era admitido internacionalmente, cede ao direito territorial,
que passa a prevalecer, embora abeberando-se nas conquistas e fórmulas enunciadas
pelos antigos juristas, mescladas então pelo direito canônico. As relações jurídicas no
feudo são eminentemente locais, sob a influência do direito romano e do direito
canônico.
direito romano voltado para a defesa do devedor, ainda agravado pelos preceitos
canônicos, de aversão e proscrição das atividades lucrativas, inspirados no versículo
bíblico do Deuteronômio: "Ao teu irmão não emprestarás com usura. . . ".
•A primeira fase se inicia a partir da segunda metade do séc. XII com a reunião dos
artesãos e comerciantes em corporações de ofício. Tais corporações se constituíam em
jurisdições próprias cujas decisões vinham fundamentadas em usos e costumes
praticada por seus membros. Neste período, o direito comercial se caracterizava pelo
acento subjetivo e apenas era aplicado aos comerciantes associados às corporações.
•Deste modo, a primeira fase do direito comercial é caracterizada pelo fato de ser um
direito de classe ligado aos comerciantes e por eles dirigido, sendo aplicado pela figura
do cônsul nas corporações de oficio. Nesta época, o comercio era itinerante, ou seja, o
comerciante levava mercadorias de uma cidade para outra, sempre em direção às
grandes feiras, nas quais antigas praticas converteram-se em usos e normas por todos
reconhecidos, como por exemplo, a letra de cambio. Em sua evolução as feiras se
especializaram, surgindo os mercados (nada mais que feiras cobertas). Foi com as
feiras que uma serie de serviços surgiram, como cambio, títulos de credito, bancos e
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• Por fim, a ultima fase do direito comercial se inicia no ano de 1942 com a
promulgação do Código Civil italiano e a adoção da teoria da empresa.
• Assim, este novo diploma italiano passa a disciplinar tanto matéria civil quanto
comercial, ocorrendo a unificação do direito privado. Vem substituir a teoria dos
atos de comércio pela teoria da empresa.
•O sistema italiano, por sua vez, reserva uma disciplina especial para tais atividades,
como a dos profissionais liberais, por exemplo.
•No entanto, é somente com a vinda do Príncipe Don João VI ao Brasil, em virtude do
bloqueio continental imposto por Napoleão Bonaparte à Inglaterra e com a abertura
dos portos brasileiros às nações amigas, que surge um legítimo Direito Comercial
brasileiro. Deste modo, no ano de 1808, aos 28 de janeiro, é decretada a Carta Régia,
“édito de caráter expressamente provisório, acabou, no entanto, criando condições
econômicas de fato irreversíveis” (COELHO: 2006, 21).
•No mesmo ano três novos diplomas comerciais são editados e que terão grande
relevância no cenário econômico. São eles: o Alvará de 1º de abril, permitindo o livre
estabelecimento de fábricas e manufaturas; o Alvará de 23 de agosto, instituindo, na
cidade do Rio de Janeiro, a Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegações
e; por fim, o Alvará de 12 de outubro, o qual criou o Banco do Brasil (FERREIRA: 2005,
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•De acordo com Coelho, a edição de tais Alvarás teve o intuito de propiciar as
condições de vida exigidas pela corte portuguesa instaladas em solo brasileiro, bem
como atender as exigências do imperialismo inglês.
•Posteriormente, com o retorno de D. João VI à Portugal, criam-se as condições
políticas para a independência do Brasil. É neste contexto que, em 7 de setembro de
1822 é proclamada a independência brasileira. Para suprir a carência de uma
legislação comercial própria, é eleita no ano de 1823 a Assembléia Constituinte e
Legislativa, determinando que continuam em vigor as leis portuguesas vigentes até 25
de abril de 1821. Deste modo, o direito comercial brasileiro continua a ser regido pela
“Lei da Boa Razão”, de 1769, a qual autorizava a invocar, subsidiariamente, nas
questões mercantis, as normas legais de outras nações, como França, Espanha e
mesmo Portugal, que passam, sem a autoridade da Lei da Boa Razão, a constituir a
verdadeira legislação mercantil nacional.
•No entanto, em virtude do crescimento econômico vivido pelo Brasil neste período, a
utilização da Lei da Boa Razão mostrou-se insuficiente, constatando-se pela
necessidade de se elaborar um verdadeiro Código Comercial nacional. Para tanto, no
ano de 1832 foi nomeada pela Regência uma comissão de comerciantes para a
elaboração do diploma legislativo.
•Os trabalhos da presente comissão findaram-se no ano de 1834, sendo que o estatuto
elaborado continha 1299 artigos, divididos em três partes, assim dispostas: primeira
parte trazendo disposições acerca das pessoas do comércio, dos contratos e das
obrigações; segunda parte disciplinando o comércio marítimo e; a terceira parte
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processo nas causas comerciais, mas que acabaria sendo a lei de regência de quase
todo o direito processual civil, por expressivo espaço de tempo. O art. 19 do
mencionado diploma legal, acaba elencando quais são os atos comerciais, definindo-se
as atividades sujeitas à jurisdição dos Tribunais do Comércio.
•Este dispositivo (art. 966, p.u, CC) se refere, de um modo geral, ao profissional
liberal (advogado, dentista, médico, engenheiro, etc.), que apenas se submete ao
regime geral da atividade econômica se inserir sua atividade especifica a uma
organização empresarial. Em situação diversa encontram-se os empresários rurais,
que são dispensados de inscrição no registro de empresa e dos demais deveres
impostos aos inscritos (art. 970).
•No entanto, ainda antes da entrada em vigor do novo Código, o direito pátrio já vinha
adotando a teoria da empresa, uma vez que as ultimas inovações legislativas já não
prestigiavam mais o sistema francês, como o Código de Defesa do Consumidor, onde
todos os fornecedores submetem-se ao mesmo sistema, independente de atuarem no
ramo imobiliário, industrial ou prestador de serviço.
Mas o espírito nacional do jovem Império passou a exigir, como afirmação política de
sua soberania, a criação de um direito próprio, consentâneo com os seus interesses e
desenvolvimento. A Real Junta de Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação desde
logo resolvera encarregar Silva Lisboa de organizar o Código de Comércio. A iniciativa
recrudesceu em 1832, quando a Regência nomeou uma comissão de comerciantes,
como era de bom-tom, composta por Antônio Paulino Limpo de Abreu, José Antonio
Lisboa, Inácio Ratton, Guilherme Midosi e Lourenço Westin, este cônsul da Suécia,
para elaborar um projeto de Código Comercial. Essa comissão, presidida por Limpo de
Abreu e depois por José Clemente Pereira, desincumbiu-se do encargo, tendo sido o
projeto enviado à Câmara em 1834.
Após a morosa tramitação desse projeto, acuradamente debatido nas duas Casas
Legislativas, foi sancionada a Lei n° 556, de 25 de junho de 1850, que promulgava o
Código Comercial brasileiro. Esse diploma, até hoje elogiado pela precisão e técnica de
sua elaboração, teve como fontes próximas o Código francês de 1807, o espanhol de
1829 e o português de 1833. Foi compilado, como registram os autores, em grande
parte do Código português, mas J. X. Carvalho de Mendonça acentua que "não era
cópia servil de nenhum deles", mas foi "o primeiro trabalho original que, com feição
nova, apareceu na América".
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OBJETO
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•Relação jurídica mercantil definida pelo critério objetivo, ou seja, definida pela
natureza do objeto: teoria dos atos de comércio;
•No Brasil, o Código Comercial de 1850 não elencou quais eram os atos de comércio,
disposição esta que ficou por conta do Regulamento 737, em seu art. 19, como já visto
anteriormente.
CONCEITO
• A diferenciação entre:
Empresa ≠ empresário ou sociedade empresaria ≠estabelecimento
Ex; João da Silva é um empresário, cujo sua atividade empresária é fabricar bolças e
seu estabelecimento conta com vários aparelhos de ultima geração e uma excelente
localização.
•Código Civil
•Código Comercial – parte não revogada: direito marítimo
•Leis extravagantes
•Tratados e convenções internacionais.
• São elas:
• Jurisprudência;
• Costumes;
• Analogia;
• A principal fonte do direito comercial são as leis comerciais. Cite-se como exemplo
de lei especial fonte do direito comercial a Lei n. 6404 (LSA).
• O direito comercial é um dos ramos do direito privado, tendo intima vinculação com
o direito das obrigações. A partir da promulgação do novo código civil, há
disposições que ordena normas comuns aos empresários e aos não empresários.
Deste modo, empresários ou não empresários, ao exercerem atividade econômica
organizada, em nome próprio, praticam atos jurídicos, ou seja, atos que visam
adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos.
Novo código civil
Obrigações iguais
• Assim, são fontes do direito comercial: fontes primarias (Constituição, códigos civil
e comercial e legislação especial); fontes secundarias (analogia, costumes e
princípios gerais do direito – ex.: tratamento paritário entre os credores na
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Cosmopolitismo
Solidariedade
presumida Individualismo
Direito
Comercial
Fragmentarismo Onerosidade
Informalismo
Fase atual: art. 966, p.u: considera-se empresário quem exerce profissionalmente
atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços,
excluída a profissão intelectual, de natureza cientifica, literária ou artística, ainda com
o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir
elemento de empresa.
Na teoria dos atos de comercio, se fazia distinção entre atos civis e atos comerciais. No
sistema da empresarialidade tem-se atividade empresarial e não empresarial,
sociedade empresaria e sociedade simples (veio para substituir a antiga sociedade
civil, mas são muito parecidas. De acordo com Ricardo Negrão esta nova nomenclatura
é inócua).
O EMPRESÁRIO
•O CC não traz o conceito de empresário, mas assim considera aquele que exerce
profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de
bens ou serviços. Este é o conceito de empresário individual, segundo o art. 966.
•O art. 982, por sua vez, traz o conceito de sociedade empresaria, como sendo aquela
que tem por objeto o exercício de atividade própria do empresário.
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•No entanto, para que se caracterize o empresário individual, alguns requisitos devem
ser preenchidos:
•Capacidade jurídica;
•Ausência de impedimento legal para o exercício da empresa;
•Efetivo exercício profissional da empresa;
•Regime jurídico peculiar regulador da insolvência
•Registro.
• Assim, empresária é a pessoa que toma iniciativa de organizar uma atividade
econômica de produção ou circulação de bens ou serviços, podendo tanto ser uma
pessoa física quanto uma pessoa jurídica.
• Assim, a empresa pode tanto ser explorada por uma pessoa física ou jurídica. No
primeiro caso, o exercente da atividade econômica se chama empresário individual;
no segundo, sociedade empresaria. Como é a pessoa jurídica que explora a
atividade empresarial, não é correto chamar de empresário o sócio da sociedade
empresaria.
•Mas o empresário veio meramente substituir o antigo comerciante? Evidente que não.
O empresário comercial corresponde de certa forma ao antigo comerciante e não ao
empresário em geral, ou seja, há correspondência entre os dois, no que se refere ao
fato de que ambos exercem atividade econômica organizada de intermediação, e há
diferença, no fato de que é considerado empresário porque é agente de produção e
não mero espectador.
•Perfil funcional: empresa aparece como aquela força em movimento que é a atividade
empresarial dirigida para um determinado escopo produtivo. É um fato apto a produzir
efeitos jurídicos, embora, no sistema pátrio atual, só se admitam fatos jurídicos que
independem da vontade humana e atos jurídicos dela decorrentes.
E o que é empresa?
Perfil É a pessoa que integra a empresa, ou seja, a pessoa física (empresário
subjetivo
individual) ou a pessoa jurídica (sociedade empresária) que exerce
atividade empresarial.
Perfil São os objetos utilizados pelo empresário individual ou pela sociedade
funcional
empresária para executar sua atividade. São os bens corpóreos e
incorpóreos que instrumentalizam a atividade.
Perfil É o desenvolvimento da atividade do empresário ou da sociedade
objetivo ou
empresária, em seu cotidiano de negócios.
patrimonial
Perfil São os colaboradores(empregados). Matéria mais trabalhada no direito
coorporativo
do trabalho.
INDIVIDUAL COLETIVO
INDIVIDUAL COLETIVO
Profissional (autônomo): Associações; fundações e
atividades não sociedade simples.
empresariais. Ex.:
intelectuais, cientificas.
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•Para finalizar: aspecto patrimonial: todo o conjunto de bens organizado para exercício
da empresa, por empresário ou sociedade empresaria, não sendo possível a existência
de empresário e empresa sem estabelecimento.
•CAPACIDADE JURÍDICA: todo ato, para que seja válido, deve ter sido praticado por
um agente capaz. Assim como ocorre no âmbito civil, no âmbito comercial só serão
idôneos os atos praticados por agente capaz.
•O empresário casado em regime de comunhão de bens não pode ser empresário, pois
pode comprometer o patrimônio do casal em decorrência da atividade empresarial.
Direito Empresarial e Processual Civil. Recurso especial. Violação ao art. 535 do CPC.
Fundamentação deficiente. Ofensa ao art. 5º da LICC. Ausência de prequestionamento. Violação
aos arts. 421 e 977 do CC/02. Impossibilidade de contratação de sociedade entre cônjuges
casados no regime de comunhão universal ou separação obrigatória. Vedação legal que se aplica
tanto às sociedades empresárias quanto às simples.
- A liberdade de contratar a que se refere o art. 421 do CC/02 somente pode ser exercida
legitimamente se não implicar a violação das balizas impostas pelo próprio texto legal.
- As restrições previstas no art. 977 do CC/02 impossibilitam que os cônjuges casados sob os
regimes de bens ali previstos contratem entre si tanto sociedades empresárias quanto
sociedades simples. Negado provimento ao recurso especial.
Acórdão
•DESPACHANTES ADUANEIROS: de acordo com o art. 10, I, Decreto 646 não podem
manter empresa de importação ou exportação de mercadorias nem podem
comercializar mercadorias estrangeiras no país.
•PREPOSTOS: art. 1170 (CC), os prepostos, salvo autorização expressa, não podem
negociar por conta própria ou de terceiro, nem participar, ainda que indiretamente, de
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operação do mesmo gênero da que lhes foi cometida, sob pena de responder por
perdas e danos e de serem retidos pelo preponente os lucros da operação.
•MÉDICOS: de acordo com a Lei 5991 e o Decreto 20.877 os médicos são proibidos de
manter simultaneamente com o exercício da profissão industria farmacêutica.
•A Lei 8934 revogou a proibição de registro de empresa com sócio, gerente ou diretor
condenados criminalmente, mantendo somente a proibição no que se refere ao crime
falimentar.
• Aqueles que estão proibidos de exercer a empresa, ainda que passiveis de punição
na esfera administrativa e criminal, não praticam atos nulos. Praticam atos validos
e, se exercem profissionalmente a empresa, em nome próprio, receberão da lei o
mesmo tratamento dispensado ao empresário irregular, podendo incidir em
falência.
•De acordo com o art. 973 (CPC) dispõe que a pessoa impedida de exercer atividade
própria de empresário, se o fizer, responderá pelas obrigações contraídas.
Militares da ativa das três Forças Armadas e O sócio incapaz não exercerá cargo de
das Polícias Militares administrador da sociedade.
EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA EMPRESA: ainda que não seja incapaz, que não esteja
impedida de exercer a empresa, a pessoa física só será considerado empresario se
exercer profissionalmente a empresa em nome próprio, com intuito lucrativo.
Assim, é essencial que:
REGISTRO
Finalidades do
registro
Segurança e eficácia
Dar publicidade Autenticidade aos atos jurídicos
•De acordo com a Lei 8934, regulamentada pelo Decreto 1.800, o registro público de
interesse para os empresários leva a denominação de “registro de empresas mercantis
e atividades afins”. Existe uma Junta Comercial em cada unidade federativa.
•Dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das
empresas;
•Proceder à matricula dos agentes auxiliares das empresas, bem como seu
cancelamento.
• Em qualquer caso, deve possuir, por força de lei: presidência, plenário, turmas,
secretaria geral e procuradoria.
•A presidência é responsável pela direção administrativa da Junta, bem como pela sua
representação.
•O plenário é composto por vogais (no mínimo 11 e no máximo 23, de acordo com a
Lei 10.194), que representam empresários, advogados, economistas, contadores e a
administração pública. Trata-se de órgão deliberativo de maior hierarquia dentro da
estrutura da Junta.
Sinrem
Departamento
Nacional de Registro Junta comercial
do Comércio
(DNRC),
ATOS DE REGISTRO DE EMPRESAS: são três os atos compreendidos pelo registro das
empresas: matrícula, arquivamento e autenticação (Lei 8934, art. 32).
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• Assim, será arquivado qualquer documento que, por lei, deva ser registrado na
Junta Comercial, como, por exemplo, as atas de assembléias gerais de sociedades
anônimas.
• Ainda existem aqueles documentos cujo registro não é obrigatório, mas fica a
critério do empresário.
• Por fim, há que se falar no terceiro ato do registro de empresas, qual seja, a
autenticação, relacionada aos instrumentos de escrituração impostos pela lei aos
empresários em geral.
• Tais atos de registro têm alcance formal, ou seja, a Junta não aprecia o mérito do
ato praticado, apenas observa se foram cumpridas as exigências determinadas em
lei.
•Os atos sujeitos à arquivamento devem ser enviados à Junta nos 30 dias seguintes à
assinatura.
•Caso constate pela existência de vicio sanável, será concedido o prazo de 30 dias para
que o interessado corrija o ato. Ultrapassado tal prazo, o saneamento do vicio será
tratado como novo pedido, incidindo novamente as custas correspondentes.
•Se o vicio for insanável, o pedido será arquivado, podendo o interessado valer-se dos
meios revisionais e procedimentos administrativos cabíveis no caso de vícios sanáveis.
•Já o regime da decisão singular é reservado aos atos de registro menos complexos, a
todos os demais atos. Ex.: alteração do contrato da limitada. Neste caso, a analise do
atendimento às formalidades legais é feita individualmente por um vogal ou mesmo
por funcionário da Junta com comprovados conhecimentos de direito comercial e
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registro de empresa, devendo, em ambos os casos ser designado pelo Presidente (art.
42, Lei 8934).
• Os atos submetidos a registro devem ser apreciados pela Junta no prazo legal, ou
seja, para os atos sujeitos ao regime da decisão colegiada o prazo é de 10 dias
úteis. Para os demais, 03 dias, sempre a contar da data do protocolo na Junta. Se
referido prazo não é observado, considera-se o ato registrado para todos os efeitos
legais.
•Alem disto, não tem legitimidade ativa para pedido de falência de outro comerciante e
não pode requerer a recuperação judicial.
•A agricultura familiar, por sua vez, se utiliza da mão de obra do proprietário da terra e
seus familiares, vez ou outra, o auxilio de outros empregados.
•Assim, caso o empresário rural não requeira sua inscrição no registro de empresas,
não se considera juridicamente empresário e seu regime será o do direito civil.
Mas como o empresário individual deve proceder para efetuar seu registro na
Junta Comercial?
Requerimento padrão e protocolo de documentos
Quatro vias do formulário Declaração de firma individual
CGC – ficha de inscrição do estabelecimento sede
CIC e RG do responsável
Copias das segundas-vias das guias TCEC e Darf, bem como comprovante de
seus pagamentos.
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ESCRITURAÇÃO
•Atualmente, existem três outros instrumentos para que seja feita a escrituração –
conjunto de fichas ou folhas soltas, conjunto de folhas contínuas e as microfichas
geradas por microfilmagem de saída direta do computador. Mas, ainda assim, utiliza-
se, comumente, a expressão livro, no sentido genérico para designar o instrumento de
que o empresário se vale para cumprimento do dever legal de escrituração de seu
negócio.
•No entanto, nem todos os livros que o empresário deve possuir são livros contábeis.
Ou seja, alguns livros registram operações de compra e venda (livro mercantil) e
outros registram acontecimentos diversos, como livro de empregados ou ata das
assembléias gerais (livros memoriais).
•Há ainda que se falar em outro livro contábil: Registro de Duplicatas (Lei n. 5474, art.
19 – Duplicata: título de crédito de emissão em vendas mercantis a prazo e prestação
de serviços, realizadas entre partes domiciliadas no Brasil. É ordem ou promessa de
pagamento emitida obrigatoriamente pelo credor contra o devedor, sendo título causal
por somente poder ser emitida em certos casos. Seu modelo é vinculado, como o do
cheque, sendo determinado pelo Conselho Monetário Nacional).
• Assim, independente do porte, o empresário que não emite duplicatas não esta
obrigado à escrituração no Registro de Duplicata.
•Por fim, há que se falar nos livros facultativos – onde são registrados qualquer tipo de
registro uniforme e ordenado que o empresário realiza, para o controle e andamento
de seu negócio, ou memória de suas decisões. Esta prática não é comum no meio
empresarial.
•O livro facultativo tem valor meramente gerencial e, ainda que autenticado pela
Junta, não terá a eficácia probatória que os Livros Obrigatórios têm.
• São requisitos intrínsecos aqueles que dizem respeito à técnica apropriada para sua
elaboração. Em primeiro lugar: idioma português é obrigatório. Também não
podem haver entrelinhas, rasuras, borraduras, emendas, anotações em notas de
rodapé. Qualquer um destes indícios de adulteração, compromete a confiabilidade
do registro.
•O art. 1183 (CC) elenca quais os requisitos intrínsecos dos livros contábeis, quais
sejam: moeda nacional, individuação, clareza e ordem cronológica de dia, mês e ano.
•Os requisitos extrínsecos, por sua vez, visam conferir segurança jurídica às relações.
São as formalidades que definem a responsabilidade pela escrituração – identifica
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Em primeiro lugar é
necessário que se publique, Após estas providencias, o A segunda via do livro
em jornal de grande circulação empresário deve recompor sua produzirá, em principio, os
na sede do estabelecimento, escrituração. mesmos efeitos do primeiro.
informando o ocorrido.
• O art. 1190 (CC) dispõe sobre o principio do sigilo dos livros comerciais.
Considerava-se que o comerciante, antigamente, tinha o direito de manter em sigilo as
informações que lhe diziam respeito.
•No entanto, no decorrer do séc. XX, o principio do sigilo foi sendo paulatinamente
excepcionado, sendo que hoje em dia não pode ser imposto contra autoridades fiscais
(art. 1193) ou contra ordem do juiz (art. 1191).
• Caso se verifique que os livros estejam em situação irregular, será lavrado auto de
infração, que abrangerá, alem dos valores sonegados, multas e encargos da lei.
• Para fazer prova a favor de seu titular (art. 379, CPC) duas condições são
necessárias: a regularidade na escrituração e a isonomia das partes litigantes.
•Para fazer prova contra o empresário que o escriturou (art. 378, CPC) estas condições
não se exigem. Ou seja, mesmo que o livro apresente irregularidades na escrituração,
mesmo que a demanda não envolva somente empresários, a perícia contábil ou a
exibição judicial dão fundamento suficiente para se considerar realizada a prova
contrária ao interesse do autor da escrituração examinada.
• Como já dito, existem conseqüências pela falta de escrituração, sendo que estas
conseqüências são de duas ordens: as sancionadoras e os motivadores, ou seja,
nem todas geram sanções.
•As conseqüências motivadoras, por sua vez, são aquelas que geram a inacessibilidade
à recuperação judicial e a ineficácia probatória da escrituração.
• Livros;
•De acordo com o art. 1184 pode haver a escrituração resumida, devendo ser utilizados, para
tanto, livros auxiliares devidamente autenticados.
• O art. 1185, por sua vez, admite a substituição do Diário pelo Livro de Balancetes Diários e
Balanços para quem adotar o sistema de fichas.
• Vimos, ainda, que a escrituração não serve somente ao empresário, também dá ciência aos
demais interessados e da fiscalização publica.
• O empresário é dono de sua escrituração e por ela responde, sendo o sigilo da escrituração
mais um direito do que uma obrig5ação do empresário.
critérios de apropriação das contas e avaliação dos bens e direitos adotados pelo
balanço ordinário (mantidos pelo balanço especial).
• De acordo com o art. 1188, o balanço patrimonial deve ser o retrato fiel da
situação real da empresa, indicando, com clareza, seu ativo e passivo.
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
•Alem dos bens necessários ao exercício da atividade (ex.: roupas, balcões, araras), o
empresário deve encontrar um ponto para o seu estabelecimento, ou seja, um imóvel
em que exercerá o comércio.
•E por que ele irá gastar mais se já comprar o estabelecimento organizado? Porque ele
não estará apenas pagando pelos bens ali encontrados, mas também pela organização,
ou seja, um serviço valorizado pelo mercado.
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•Um outro fator a ser observado são as perspectivas de lucro, importante elemento de
avaliação que também se leva em conta no momento da venda.
•Não é sujeito de direito porque não é dotado de personalidade jurídica, não tendo os
efeitos da personalização. Sujeito de direito é a sociedade empresaria.
ELEMENTOS
•Ainda que se fale em direito à clientela, não há que encará-la como parte integrante
do estabelecimento empresarial.
AVIAMENTO
CLIENTELA
•Clientela pode ser considerada como o conjunto de pessoas que, de fato, mantém
com o estabelecimento relações continuado de procura de bens e de serviços,
constituindo manifestação externa do aviamento. É o conjunto de fatores reais e
pessoais (local, mercadorias, habilidade pessoal do empresário) que resulta em maior
ou menor aviamento. Inexiste, contudo, relação de conseqüência entre aviamento e
clientela.
•Freguesia, por sua vez, supõe a viabilidade de atrair futuros clientes, em decorrência
da organização de fatores que compõem o estabelecimento.
• A atual Lei de Locação (Lei n. 8245, art. 51) manteve o instituto, aprimorando-o.
Com a entrada do novo Código Civil pode-se dizer que titularizam o direito à
renovação compulsória do contrato de locação os empresários (individual ou
sociedade empresaria) e a sociedade simples.
•De acordo com a Lei de Locação, as locações prediais se dividem em residencial e não
residencial.
•Durante este período a locação existiu, bem como as obrigações relacionadas. Mas
não havendo instrumento escrito, deve-se considerar o vinculo contratual sem prazo
determinado.
• De acordo com a LL qualquer lapso temporal entre os contratos, ainda que curto,
impede a soma dos respectivos prazos.
•Os arts. 52 e 72, II e III (LL) traz, num rol meramente exemplificativo, as hipóteses
em que a oposição dos interesses das partes se resolve em favor do locador. Rol
exemplificativo porque sempre que a renovação compulsória da relação locatícia
importar a impossibilidade de o locador exercer plenamente seu direito de propriedade,
ainda que não especificada, a ação renovatória não poderia ocorrer, pois caso contrario
uma norma constitucional estaria sendo descumprida.
• E na hipótese de retomada por alegação que o imóvel será para uso do próprio
locador. Esta hipótese foi prestigiada pelo legislador, vedando a exploração no
prédio de atividade idêntica a que era explorada pelo locatário.
•Assim, se no prazo assinalado o locatário não conseguir negociar com seu locador,
deve promover a ação renovatória para ter seu direito assegurado. Como trata-se de
prazo decadencial, não se interrompe nem se suspende.
• Note-se que a perda do prazo para a ação renovatória não importa no fim do
vinculo locatício. Caso as partes continuem cumprindo suas obrigações, considera-
se prorrogado o contrato. No entanto, em tal hipótese, a locação perde sua
característica empresarial, estando o locatário sujeito à retomada do bem pelo
locador mediante simples aviso com 30 dias de antecedência.
•A petição inicial deve vim instruída com os documentos que demonstrem que os
requisitos da locação empresarial foram cumpridos, bem como o cumprimento do
contrato, alem de nova proposta de aluguel para o novo período.
• Já na ultima hipótese, o juiz fixará o prazo para desocupação do imóvel, caso assim
deseje o locador.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos.
Acordam os Desembargadores integrantes da Décima Sexta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado,
à unanimidade, em dar provimento ao recurso.
Custas na forma da lei.
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Participaram do julgamento, além do signatário, os eminentes Senhores Des.ª Ana Maria Nedel Scalzilli
(Presidente) e Des. Ergio Roque Menine.
Porto Alegre, 27 de agosto de 2015.
DES. PAULO SERGIO SCARPARO,
Relator.
RELATÓRIO
Des. Paulo Sergio Scarparo (RELATOR)
Trata-se de agravo de instrumento interposto por PASSEO KOLMANN NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS LTDA
contra decisão de fl. 30 proferida nos autos da ação renovatória de aluguel que lhe move EDSON SANTOS
DE GODOI, que autorizou o depósito judicial dos locativos.
Em suas razões de recurso, a parte agravante alega que o objeto da ação ajuizada pelo agravado é tão
somente a renovação do contrato, e não há qualquer divergência das partes quanto ao valor dos locativos.
Sustenta que o depósito judicial dos alugueres é impertinente na medida em que não há recusa do credor
em recebê-los na forma em que pactuado.
O recurso foi recebido à fl. 39.
Contrarrazões às fls. 44-46.
É o relatório.
RESUMO:
•Ponto empresarial é o local onde o empresário fixa seu estabelecimento para ali
exercer sua atividade, sendo um dos elementos incorpóreos do estabelecimento
empresarial.
•Renovação compulsória – requisitos: três são os requisitos exigidos pela lei (Lei 8245)
visando garantir a permanência ou indenização.
•São requisitos processuais: a lei prevê a decadência do direito tutelado pela ação
renovatória que, para mantê-lo, deve ser aforada entre um ano e seis meses ao
termino do contrato de renovar. São alguns pontos: as ações tem curso durante as
férias forenses; foro competente é a situação do imóvel, salvo estipulação contratual
diversa; o valor da causa corresponde a doze meses de aluguel.
NOME EMPRESARIAL:
•Hoje, o nome empresarial não tem mais esta função. O nome civil do empresário vem
sendo, paulatinamente, substituído pela marca.
•No que se refere à estrutura, a firma tem por base um nome civil (ou do próprio
empresário ou de um dos sócios da sociedade). O nome civil vem escrito por extenso
ou abreviado acompanhado ou não de menção do ramos de atividade. Ex.: Antonio
Silva Comércio Têxtil / A. Silva / Silva .
•Já se Antonio Silva e Benedito Souza contratam uma limitada, e optam pela adoção
da firma, o nome empresarial será formado pelo nome civil deles, por extenso ou
abreviado, admitindo-se a substituição de nome de um dos sócios por Cia., bem como
a referencia ao ramo explorado.
•Ex.: Silva e Souza Ltda. / A. Silva e B. Souza Ltda. / Souza e Cia. Ltda.
• A denominação, por sua vez, pode ser formada por um signo lingüístico, seja ou
não o nome civil de sócio ou acionista. Quando o signo lingüístico não é formado
pelo nome civil, designa-se nome fantasia.
•As identificadas por firma são as formadas pelos nomes pessoais dos sócios, de forma
completa ou abreviada. São as sociedades em nome coletivo e em comandita simples.
•As identificadas por denominação são aquelas que usam expressão lingüística não
vedada por lei. São as sociedade anônimas.
• As identificadas por firma ou denominação são as que podem optar pelo uso de firma
ou denominação. São as sociedades limitadas. Em comandita por ações e a sociedade
simples (art. 997, II e VIII, e art. 1157, CC).
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•De acordo com o art. 34, Lei 8934, a formação do nome empresarial deve atender
dois requisitos: veracidade e novidade.
• Quanto à diferenciação pelo âmbito material, a marca tem sua proteção restrita,
em razão do principio da especificidade, ou seja, encontra-se restrita ao segmento
de produtos ou serviços passiveis de consumo pelo consumidor, ao passo que o
nome empresarial é protegido independentemente do ramo da atividade econômica
a que se dedica o empresário.
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•E se houver conflito entre nome empresarial e marca? A lei não trata desta questão,
mas a jurisprudência tem normalmente prestigiado a tutela da marca mesmo quando o
registro do nome empresarial é anterior. Exige-se, em função do principio da
especialidade, que o titular da marca e o do nome colidentes operem no mesmo
segmento do mercado (salvo se a marca for de alto renome, quando o empresário
goza de proteção em todos os segmentos).
• Sociedade em nome coletivo = firma social, formada pelo nome de um, alguns
ou todos os sócios. No caso de não usar todos os nomes, deve-se aditar a expressão &
Cia. Ou & Companhia (art. 1157). A lei prevê a possibilidade de acréscimos
facultativos, mas, a exemplo do empresário individual, parece possível a designação do
gênero de sua atividade. É obrigatório o termo Cia. ou Companhia após o nome dos
sócios, somente quando o nome de todos não for aproveitado na formação da firma
social. Alem disto, quando for micro empresa ME e empresa de pequeno porte EPP.
• Sociedade em comandita simples: firma social formada pelo nome de um,
alguns ou todos os sócios comanditados, acrescidos da expressão Cia. ou Companhia
(art. 1157). É obrigatório o termo Cia. ou Companhia após o nome dos sócios,
somente quando o nome de todos não for aproveitado na formação da firma social.
Alem disto, quando for micro empresa ME e empresa de pequeno porte EPP.
• Sociedade em comandita por ações: firma (formada pelo nome de um, alguns
ou todos os sócios, acrescidos, quando não forem usados todos os nomes, a expressão
& Cia. Comandita por ações, ou, sendo utilizados todos os nomes, & Companhia
Comandita por ações, sendo obrigatório ME ou EPP) ; ou denominação (formada por
qualquer expressão lingüística não vedada em lei, admitindo-se o uso do nome do
fundador ou de pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação da empresa,
sendo obrigatório a denominação do objeto social mais comandita por ações (art.
1161), bem como ME ou EPP).
SHOPPING CENTER
• Caso construa o prédio com diversos espaços relativamente autônomos para fins
de alugá-los a pessoas interessadas em explorar atividade econômica, continua não
sendo empresário. É proprietário de uma galeria, por exemplo.
•Conclui-se que, de acordo com o art. 54 (LL), nas relações entre empresários lojistas
e empreendedores de shopping center, as condições de locação podem ser avençadas
livremente, sendo, entretanto, estabelecidas algumas ressalvas, como elenca tal artigo
algumas responsabilidades que não são do locatário, como: reformas inerentes à
estrutura do imóvel, indenizações previdenciárias, etc.
• O estabelecimento empresarial pode ser vendido por seu dono, sendo que o
contrato de compra e venda do estabelecimento empresarial tem nome específico,
qual seja – trepasse.
•De acordo com o art. 1146, o adquirente do estabelecimento responde por todas as
obrigações relacionadas ao negocio ali explorado, desde que regularmente
contabilizadas, sendo que tal responsabilidade do adquirente cessa no prazo de um
ano.
As partes acima identificadas têm, entre si, justo e acertado o presente Contrato de Compra e Venda de
Estabelecimento Comercial, que se regerá pelas cláusulas seguintes e pelas condições de preço, forma e
termo de pagamento descritas no presente.
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DO OBJETO DO CONTRATO
Cláusula 1ª. O presente contrato tem como OBJETO a venda de estabelecimento comercial (CASA DA
FLORA) pelo VENDEDOR ao COMPRADOR, situado na Rua (JETULHO VARGAS), nº (762), bairro
(SAMAMBAIA), Cep (80000), UF (D.F.)., compreendendo as mercadorias, os móveis e os utensílios,
constantes do inventário em anexo, que passa a fazer parte deste instrumento e estará sujeito à verificação
nos termos da cláusula 6ª.
Parágrafo único. A presente transação compreende somente os itens indicados no caput da presente
cláusula, não estando incluído o imóvel no qual encontra-se instalado o estabelecimento.
DAS OBRIGAÇÕES
Cláusula 2ª. Obriga-se o VENDEDOR a efetuar a baixa de sua firma nos órgãos competentes, inclusive
respondendo por evicção.
Cláusula 3ª. Obriga-se o VENDEDOR a liquidar todas as dívidas, sejam estas fiscais, trabalhistas, ou débitos
perante terceiros, entregando assim ao COMPRADOR, o estabelecimento objeto do presente contrato, livre e
desembaraçado de quaisquer ônus (1).
Cláusula 4ª. O VENDEDOR responderá pela evicção do estabelecimento, perante o COMPRADOR e seus
herdeiros e sucessores.
Cláusula 5ª. O COMPRADOR se responsabilizará pelas despesas com a venda do estabelecimento comercial
(2).
Cláusula 6ª. As chaves do estabelecimento comercial deverão ser entregues pelo VENDEDOR ao
COMPRADOR, no momento do pagamento do valor acertado neste instrumento.
Parágrafo segundo. Caso seja constatada e comprovada a improcedência do inventário, poderá ocorrer a
rescisão do presente instrumento, obrigando-se o VENDEDOR ao pagamento da multa estipulada na cláusula
9ª deste contrato.
DO IMÓVEL
DO TÍTULO DO ESTABELECIMENTO
Cláusula 8ª. Ficam transferidos ao COMPRADOR os direitos sobre o título do Estabelecimento Comercial
(CASA DA FLORA).
DA MULTA
Cláusula 9ª. Caso alguma das partes não cumpra o disposto nas cláusulas estabelecidas neste instrumento,
responsabilizar-se-á pelo pagamento de multa equivalente a (15)% do valor da venda do estabelecimento
comercial.
DO PAGAMENTO
Cláusula 10. Por força deste instrumento, o COMPRADOR pagará ao VENDEDOR a quantia de R$
(500,000,00) QUINHETOS MIL REAIS, em parcela única, na seguinte data (25/08/2016).
DO FORO
Cláusula 11. Para dirimir quaisquer controvérsias oriundas do CONTRATO, as partes elegem o foro da
comarca de (GOIANIA - GO);
Por estarem assim justos e contratados, firmam o presente instrumento, em duas vias de igual teor,
juntamente com 2 (duas) testemunhas.
(GOIANAIA – GO 25/08/2016).
(BRUNA TELES)
Testemunha
(RAFAEL OLIVEIRA)
Testemunha
(LEONARDO MARTINS)
•A anuência do locador pode ser expressa ou tácita, caracterizando-se esta ultima pela
sua inércia no prazo de 30 dias após a notificação do trepasse.
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•Por isto, é normal que nos contratos de trepasse (e também nos demais tipos, como
cessão de participação societária, locação em shopping, rescisão de franquia) há a
inserção de clausula proibitiva de restabelecimento do alienante.
FRANQUIA
•Com o crescimento das franquias no Brasil, a partir de 1990, em 1994 foi promulgada
a Lei n. 8955, que tem como objetivo disciplinar a formação do contrato de franquia.
• De acordo com referida lei, o contrato de franquia é atípico porque a lei não define
os direitos e deveres dos contratantes, mas apenas obriga os empresários que
pretendem franquear seu negocio a expor, anteriormente à conclusão do contrato,
aos interessados algumas informações essenciais.
•No que se refere ao perfil do franqueado ideal, devem ser fixados na COF os
requisitos que este deve preencher.
• Os contratos de franquia devem ser registrados no INPI, de acordo com o art. 211
(LPI). A franquia não registrada produz efeitos entre franqueado e franqueador,
sendo que sua ausência não pode ser invocada por qualquer uma das partes a
pretexto de descumprimento de obrigação contratual. O registro é uma condição
para que se produza efeitos em relação a terceiros.
PROPRIEDADE INDUSTRIAL
•A historia do direito industrial tem inicio no ano de 1623, na Inglaterra, com a edição
do Statute of Monopolies. A segunda norma de direito positivo a se destacar foi a
constituição dos Estados Unidos, quando atribui poderes ao congresso da Federação
poderes para assegurar aos inventores, por prazo determinado, o direito de
exclusividade sobre a invenção. A França foi o terceiro país a legislar sobre
propriedade industrial.
•No Brasil o tema vem disciplinado pela Lei 9279, a qual se aplica às invenções,
desenhos industriais, marcas, indicações geográficas e concorrência desleal, mas não
trata do nome empresarial, instituto disciplinado pela Lei 8934.
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•Sua principal característica é a futilidade, ou seja, a alteração trazida não amplia sua
utilidade, apenas o reveste de aspecto diferente.
•A marca, por sua vez, é definida como o sinal distintivo, suscetível de percepção
visual que identifica, direta ou indiretamente, produtos ou serviços (art. 122, LPI). Os
sinais sonoros, no Brasil, não são suscetíveis de registro, como ocorre em outros
países, como Alemanha, por exemplo.
•Figurativas são as que se formam por desenhos ou logotipos. Ex.: Chevrolet / Audi.
•As mistas seriam as palavras escritas com letras revestidas de uma particular forma,
ou inseridas em logotipos. Ex.: Coca cola / Mc Donald’s.