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Nitrato em Agua 1
Nitrato em Agua 1
INTRODUÇÃO
Os padrões podem ser divididos em três tipos: padrões para água potável, padrões
para efluentes e padrões de qualidade de água superficial.
Segundo Vesilind e Morgan (2013) nos Estados Unidos, a Environmental Protection
Agency (EPA) estabelece os padrões nacionais de água potável para contaminantes
físicos, químicos e bacteriológicos no Safe Drinking Water Act (SDWA). No Brasil a
Portaria no 2914, de 12 de dezembro de 2011, do Ministério da Saúde, dispõe sobre os
procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano
e seu padrão de potabilidade.
A Portaria n o 2914 do Ministério da Sáude estabelece que água para o consumo
humano é a água potável destinada à ingestão, preparação de alimentos e à higiene
pessoal, independentemente de sua origem, e água tratada, é a água submetida a
processos físicos, químicos ou uma combinação destes, com o propósito de atender ao
padrão de potabilidade (BRASIL, 2011).
Abastecimento de água
Nitrato (como N) 10 1, 2, 3
Nitrito (como N) 1 1, 2
___________________________________________
NITROGÊNIO
O nitrogênio é um importante elemento nas reações biológicas. Ele pode estar ligado
a componentes que produzem muita energia, como aminoácidos e aminas, e nessas
formas, o nitrogênio é conhecido como nitrogênio orgânico. Um dos elementos
intermediários formados durante o metabolismo biológico é o nitrogênio amoniacal.
Com o nitrogênio orgânico, o amoniacal é considerado um indicador de poluição
recente. A decomposição aeróbia finalmente leva à conversão de nitrogênio em nitrito e
depois em nitrato. Nitrogênio com alto teor de nitrato e com baixo teor de amônia
sugere que a poluição aconteceu há mais tempo (VESILIND; MORGAN, 2013).
A Figura 1 ilustra o efeito de um volume de poluentes orgânicos em um rio. As
alterações nos tipos de nitrogênio, de nitrogênio orgânico para amônia, para nitrito e
para nitrato podem ser observadas. Os orgânicos contem muita energia e são oxidados
para materiais mais inertes.
Nitrogênio e fósforo são fatores limitantes do crescimento de vegetais e, por isso,
tornaram-se alguns dos principais fertilizantes na agricultura.
O nitrogênio desempenha importante papel na constituição das moléculas, de
proteínas, ácidos nucléicos, vitaminas, enzimas e hormônios, elementos vitais aos seres
vivos (BRAGA et al., 2005).
Figura 1 Nitrogênio e organismos aquáticos a jusante de uma fonte de poluição orgânica de um
rio.
Nitrossomonas
2 NH4+ + 3 O2 → 2 NO2- + 2 H2O + 4 H+ (5)
Nitrobacter
-
2 NO2 + O2 → 2 NO3- (6)
que são reações lentas, necessitam de uma quantidade suficiente de gás oxigênio e de
um longo tempo de detenção no tanque de aeração.
Para remover as propriedades de nutriente do nitrogênio, o nitrato deve ser
convertido para nitrogênio, N2(g). Nas reações de nitrificação ocorre conversão do
amônio, NH4+, para nitrato, NO3- , e este poderá ser posteriormente reduzido para N2(g),
por bactérias anaeróbias e facultativas chamadas Pseudomonas. Esta redução
denominada desnitrificação, exige a presença de uma fonte de carbono, como o
metanol, CH3OH. Segundo Baird e Cann (2011) o lodo contendo nitrato é colocado em
uma condição anóxica, ou seja, sem o fornecimento de oxigênio, em que os
microorganismos utilizam o nitrogênio como o receptor de elétrons, conforme a
Equação (7),
O excesso de íon nitrato em água potável é um perigo potencial à saúde, uma vez
que pode resultar em metemoglobinemia em recém nascidos, bem como em adultos
com uma particular deficiência de enzimas. O processo patológico é desenvolvido em
frascos de alimentos não esterilizados ou no estômago de bebês. As bactérias reduzem
parte do íon nitrato em íon nitrito, conforme mostra a Equação (8):
NO3- + 2 H+ + 2 e- → NO2- + H2O (8)
N-nitrosamina NDMA
Fontes de contaminação
A água para consumo humano pode ser obtida tanto em mananciais de águas
superficiais, quanto de mananciais subterrâneos. O manancial subterrâneo é um recurso
amplamente utilizado por uma parcela da população brasileira. A água subterrânea pode
ser captada no aquífero confinado ou artesiano, localizado entre duas camadas
relativamente impermeáveis, o que dificulta a sua contaminação, ou ser captada no
aqüífero não confinado ou livre, que fica próximo à superfície, e está, portanto, mais
suscetível à contaminação. Em função do baixo custo e facilidade de perfuração, a
captação de água livre, mesmo que mais vulnerável à contaminação, é mais
frequentemente utilizada no Brasil (VARNIER; HIRATA, 2002).
O nitrato ocorre naturalmente em águas subterrâneas, mas a sua presença em
concentrações elevadas é geralmente resultante da atividade antrópica, dentre elas se
destacam principalmente a aplicação de fertilizantes orgânicos e inorgânicos e o uso de
sistemas de saneamento in situ. As substâncias nitrogenadas dos fertilizantes e dos
resíduos orgânicos são transformadas e oxidadas por reações químicas e biológicas e o
resultado é a presença de nitrato no solo. Sendo o nitrato extremamente solúvel em
água, move-se com facilidade e contamina a água subterrânea (BARBOSA, 2005).
O destino final do esgoto doméstico e industrial em fossas e tanques sépticos, a
destinação inadequada de resíduos sólidos urbanos e industriais, a modernização da
agricultura com o uso de fertilizantes agrícolas e a criação de animais representam fonte
de contaminação das águas subterrâneas por bactérias e vírus patogênicos, parasitas,
substâncias orgânicas e inorgânicas (Brasil, 2008a apud CAMPOS; ROHLFS, [2011?])
Entre os materiais encontrados em águas residuais, responsáveis por causar danos
para os cursos de águas naturais ou criar problemas para a saúde humana, está o
nitrogênio. As águas residuais são as descarregadas de domicílios, estabelecimentos
comerciais e indústrias por meio de esgotos sanitários.
A pesquisa nacional de saneamento básico (IBGE, 2000), informa que entre os
serviços de saneamento básico, o esgotamento sanitário é o que tem menor cobertura
nos municípios brasileiros. Em 2000, dos 5.507 municípios existentes, 47,8% não
apresentava nenhum tipo de serviço sanitário. Já a pesquisa nacional por amostra para
domicílio (IBGE, 2007), apresenta que 66,8% dos domicílios particulares permanentes
urbanos, segundo as Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas
apresentam existência de serviço de esgotamento sanitário - rede coletora. Apesar da
pesquisa, anteriormente citada, apontar para um crescimento importante da rede coletora
de esgoto, isso não significa que esse esgoto coletado receba tratamento (CAMPOS;
ROHLFS, [2011?]).
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
BAIRD, C.; CANN, M. Química Ambiental. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011.