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Marcelo Gullo A insubordinagdo fundadora Prolago de Halo Jaguabe ‘Sumario: Pralogo. Introdugao 1=Teora da subordinagio [Agénese do sistema intemaciona ‘A figo da ualdade juidica dos Estados. © poder como mada do todos as coisas. ‘As regras do ogo do sistema intemacional Comma compreendera ntureza do sstoma 2 ue gras do jogo? Estado, cura e poder Estudar 0 sets em seu conjunto O procesto histc. (0 Esta continua sendo 0 ator central Estrturas hegeménicas. 1 dupa subordinagio. ‘A subordnagio ideolgeo-cutural come eatratgiapanipal Avwnerablidedeieolégca 0s movinentos ant hepeménios. 2 Olimar de poder (© concato de imar de poder ‘Aconstrugh do poder nacional e oimpulso est ‘As correntes do poder. Desenvolvimento econémio, nqueza nacional 2 poder nacional 3-0 Estado-nagio como primeiro liar de poder 120 ile da ylobaleayse Aigo da dobalcio, Avertur portuguesa Salto teencgieo, vantagen estiatigcae impuiso estat Pa BRRe 26 20 31 22 33 3 36 41 43 45 45 4 st 5 58 30 ot ‘Aventura castahara. (0 declnio do poder lamico. 0 ocaso do poder dae cidedes Estado da peninsula ca 0 sigiieade histrco das prmeias viagens ocetnicas A Gri-Breranha e 0 novo limar de poder. ‘A Gris Beatanha oa Revolugbo Indust Equivacos sobre as causae da Revolugo Industral A Gri Brotanha como arauétpo. ‘segunda onde de glbakeasio. - A ineubordinago estaduniden (© ici da primeira incuborinago bor sucess 0 veto britnico &industrazagio ‘Aut pla industakagio| 0 primero impulso estat {As primates lois protecionstas. A querm de 1812 ©. svbettuigb de importegSes. Divergtia de iteresses« euborinagdotecnobgica 0 sul genha 9 botahaideolegea 0 sspifcado econtmico da quota cil 0 trun do proteionismo econtico. [grande So iti estan - A insubordinagdo aloma da integragio econémica 8 unidade politica ‘Uma Alsmanha desconhecda (0 despertar da conssénca nacional 8 privena induatiakzagto. Subordnagto idaliges e desindustseaso. A incubornago ideo a fagnontagdo 8 unidode lavavesca ntogrogac economics (De pais agricola poten indus ‘Aigaoaloma as gee eeees 102 107 107 110 m MT rat 7-0 Japito @ 0 mpulso estat (© Jopio dante ds poténcos octntas Realsmo eracionsta ¢subordnagio aia ‘A ineubordinagéo slonciosa: 3 Revolugio Mey O desenvoWimento da indicia naval 0s primes empristimos - A planiicago da da econdmica polis. Da catétrofe & recuperanio. (0 Minstro de Comérciantemacional eda nisia fa planfeagso do impulso etal {8A China © 08 lmiares de poder contemportneos ‘reconstugio do poder nacional chines ‘A figura politica do Sun Yt Sen. (© pensamento positco de Sun Yat Sen z= A matoriaagio ds dees 8 Novos atores e novos desatios pra um novo cenéno interacion ‘As categories de impéro ede multido, (© poder parade nove sobre a Asia ‘A China, um nove stor que agp 20 protagonis. Nacional eglobalizngSo na Chin (s desaios ue chegun do Extromo Orne [A América do Su entre a retrocesso eo desorvcviment. 10-0 cendro futuro ‘As coordenada de nosso método de anise. (0s Estados Uridos © o nove ior de poder. Avigéneia do impulso estat como ‘ho desencadeante do poder nacional. ‘As consaquincias da revlug tecnolgice sobre o condo ntomacional ‘rise de transido © 0 retoma de impenasme, [AI Fra a hipstese do retomo do impeiirna ‘Ge matrias primas estates... 125 ver 129 133 135 136 138 142 145 145 147 181 155 159) 159 12 68 105 168 170 173 173 174 176 v8 186 Conclusdes - Pensar a partir da peniferie para sir da peniferia bloga Artigos 1089 195 199 Prélogo tio Jaguaribet boilhante ealizagio de seu propito de estuda,histreae anal camente, a parti da prieia as relagesinteracionais. 0 eonceito de periferi, pars Gullo, adguire um dplo significado: se tata, por wn Lado, ‘de uma perspective, por out, de um conti. ‘Com perspectiva, correspond ao olhar do mundo por pate de um ite lectalsul-americano, a partir do Mercosule, mas eesritivamente, do an ‘ito angentno-besile, ‘Como conteido,correxponde & andise de como palsespeifricos, em teal, ¢, mais especficamente 0s Estados Unidos, a Alemanha,o Japio € 4 China ~ citados por ordem cronolgica de suas respectivas revolugSes hacionais ~ conseguram sair de sua condiglo periférica e se converteram em pases efetivamenteautSnomos, em importantes interdoeutores intern cionaisindependentes. Este excelente livro condu, em sua conclsto, a uma relevantediscus- soda stuago da América do Sule de como a regido pads, por sua ver, superar sua condo peiférca e se converter, também ~ como fizeram 05 meneionados paises -, em um importante interlocutor internacional inde pendente Ceio que haveria que destacar neste magnifico estudo, és aspectos Principat 1) seu relevante sistema de eategrias analitcas, 2) sua ampla informapohistrea; 3) sua tes ental de que todos os proessoseman paris de sucesso foram resultado de uma convenient conjugagdo de una atitude de insubordinago ideolgica para com o pensamento dominante © de um efcaz iempulso estat eC ‘om 4 insubontinagdo fandadora, Marcelo Gullo aleanga. plena © Tnwitto Superior de Estudos Brsileves (ISEB) secret geal do Inito Basie de Esonomi, Sociologia Poca Tes Leino na Universtade fs Haran, Unvesdade de Stanford, Mastachants nse of Tesnoloy € Univerdaie Caio Mendes. ‘De modo geral, Gullo se situ no Ambito da escola relista de Hans Mor- enthaue Raymond Aron. Sto as condigdes reais de poder que determina poder dos Estados, ncluldasnessascondigdesa cultura de uma sociedade Ta picolegia coletiva. Assim contemplada as relagOes internacional, observa, desde a Antiguidade oriental até 0s nossos dia, 0 ato de que Fe earacterizam por ser relagBes de subordinaglo na quais se diferen- sm povos « Estados subordinadore ¢ outros subordinados, Este [to leva formaglo, em cada eeimeno e em cada periodo histérico, de um sist a cento-perifei marcado por uma forte asimetria, na qual provém do rent as dtetrzesreguladors das relapBes interacionas,e para este se -caminham os beneicios, enquanto a periferia€ formecedora de servigos bens de menor valor fica, deste modo, submetia is normas reguladoras Jo cent, ‘As eatacterstcas que determinam o poder dos Estas eas relies en- re centro e perferia tmudam hstoricamente, adquirindo uma notive dite rnciag a patie da Revolugdo Industral. Para meneionar sum exemplo “0 do mundo osidetal da Idade Moderna -, se pode observar que a hege- rvoniaespannola dos séeulos XVLa XVI, seguida pela francesa, até meados do século XVII, se Fundava,economicamente, em um mercaniliso com base agricole, miltarente, na capacidade de sustentar importantes Forgas permanentes 'Aparirés RevolugdoIndustal, se produz uma profunda mudanga n03 fatotes de psc, e 4 Gri-Bretana, como dnica napo industrial durante um longo perioco, pasou a deter uma inegivel hegemonia. Algo similar acon- teer, jt noséeulo XX, com os Estados Unidos ‘Nese marco histric, o estudo de Gullo mostra como, para compreen- der os procesos em curs, é neessrio empregar um apropriado sistema de categorias. Entre esss categoria, sobressaem as de “limiar de poder”, que deicrminao nivel minimo de poder necessirio para participa do centro, 8 de “estrtur hegeminica”, ade “suhordinago ideoldgica” ea de “insubor- dina fundadora” ‘Uma dat mais signifiatvas observagdes deste livro se refere a0 fo dle que pstir de sua industilizaso, a Gra-Bretana passou a agir com eliberadtcupliciade, Uma coisa era o que efetivamentefazia para se i- dstalizasprogredir industiament,e outa, o que ideotogicamentepro- ‘agava, com Adam Smith e outos pora-vozs. Algo similar a agit que sualmente,fazem os Estados Unidos ‘A industializaso bitinic,inciiente desde o renasimento isabelino « fortemente desenvolvida desde fins do século XVIII com a Revolusso Industrial, teve, como condiglo fundamental, o restrto proteionismo do mercado doméstico © convenient aunlio do Estado ao process de indus- ttialzagdo, Obtendo para si bons resultados dessa police, a Gri-Bretanhs se esmerari cm sslentar, para os outros, 0 prinepios do live-comereio © livre atuago do mercado, e condenard, como contraproducente, qualquer imtervenglo do Estado, Impriindo a esa ideologia de preseragdo de st hhgemonia a8 aparéncias de um principio cientfio universal de economia, conseguiu com sucesso convencer por si originlidade, por um lngo tm po (de fito, mas tendo como centro os Estados Unidos, a6 os nssos dis), 0s demais povos que, asim, se constituiram, pssivamente, em mereado ‘ara os produto industriis britinicos e depois para os estadunidenss, © ermaneceram como simples produtores de matériasprimas. 'Nesse context, Gullo presenta outra de suas mais elevantesconribui- es: suas teoras da “insubordinagdo fundadora” © do “impulso estat ‘Nest sentido, analisa os bem-sucedidos processos de industialzaglo con seguidos no curso da istria por pases como os Estados Unidos, a Ale tmanha, o Japto e a China. Mostra quc a superasSo da condigdo peritérica dependeu, em todos 08 catos, de uma vigorosa contestagdo ao dominante pensamento do lve-comérco, identicando-o como ideologia de dom ragio e, mediante uma “insubordinalo ideolgica",consegu promover, ‘com o impulso do Estado e com a adoggo de um satsitro proteionismo do mereado domestic, wma deliberad politic de industializago, “Assim fizeram os Estados Unidos com aaifa Hamilton de 1789, qual sepuram novas e mais fortes restrigies tarifrias, como, para mencionar ‘uma das ris notris, a arifa Mackinley de 1890, Assim, também, secon ‘duzu a Aleman de Friedrich List, comegando com o Zollveren de 1844 (0 Japio, mais tardiamente, seguird 0 mesmo exemplo com a Revolusao Meiji de 1868. A Chia, fnalmente,comepar a fazé-lo com Mao Ts-Tong, ‘embora sua politica sofa negativas perturbagesideolgicas como “Grande salto adiante” (1978-1988) e depois com a "Revolugo Cultural” de 1966 ‘6, praticamente, a morte de Mao em 1976, Coube, assim a ess extor indo estaista, Deng Xiaoping, adotar racioalment, em seu periodo de toverno (1978-1988), 0 prinepio do impuso estatal,combinando-0 com lima politica de iberdade de mercado “seletiva” sob a orientagio do Esta- do. Gragas iso, a China mantém, dese ento e innterruptamente,txas anuais de cresimentoecondmico da ordem de 10 por cent, ej chepa a se ‘converter ns tereeia economia do mundo, ste estiéndid estudo de Gullo culmina com reflexdes exemamente perinentes acerca das posibildades que a América do Sul tem de realizar «ssa “insubrdinagdo findadora e, com 0 apoio do Estado sar de sua com {igo perifcia pra se converter, desse modo, em um important interlocu- tor intemacionalindependente Consider exe livro de Marcelo Gullo uma litura indispensivel para todos 0s st-americanos, comegando pelos seus lideres politicos. Introdugao ns as tentam et om pena» pc peti ma Fire ei an snes maior apse, conve Sido te camo sexta nly Hofman: "asi forme Soot Katia do Nore spin ds relage terasions Sate, pon demi Tod ue "nesta ua la eaten area tard sontempoanco uo a psd, 6 aia doume superatncianente onervadon) une 3 8 care curren fara a mponsiel bade rc stor nips toma pia aba ate hon came au os nrognes ropes pl esa po- Tia dona signe finan, 99,38) et au ire «timate poi a aunt Somor soso pan ano a Sate ane pcr em see us peer sees ee Se rere an appraise 6 ae censor egss plo rp Hina hore saacnte de enc dnp sets Prion eV er mena att dese wes, eps eum fen ttn deduce eco, prs err de una or ies ts mums Ass to Seas ns pines ioe eros secession ens pst ic flo ie een contains sens rm om Hoc Go posto care aon pc cons prlerment3 rod n re ln pr demon os eres com Ears tt Nuns an etn da oe naa fe seer pear seme sot ast” de or esac nn pls ua A een eo pos Same FSemt ma mewn gst comment nos ae co mbm denae an, eects om eae atu cm Smaart a0 mes servilment:¢ com algum atraso as “mas” estadunidenses os debates e as categorias de andlise em voga~¢, a fazi-o, efletem e servem, também, 40 interesse politico dos Estados Unidos, dada conexio exstnte nese pals entre © mundo académico eo mundo do poder, ue coloct + um grande rnimero deacadémicos e pesquisadores no meramente nos “orredoes” do poder, mas também em sua “eoinha” DDeveros também esclarecer que a0 tentareluborar estas nots para uma ‘sora ert das relages interacionas, somos plenamenteconscientes de ‘que Raymond Aron demonstou,indubitavelmentee ja hi muito anos, que nenhum tehico das relagdes internacionais jamais poder chegar i elabo- raga de ks gerais que tornem possvel a pedieo e que & pouco 0 que se pode fazeralém de waar de tornaritaigivelo campo de anise, mediante 8 defini tanto de conceitos bisicos como da anilise de configurastes lessens € 0 esbopo dos tragos permanentes de uma Logica eonstante de comportmento Depo mos propomos a realizar uma viagem ao pass, uma viagem sumo as fentes das quaisemana a tual configuragSo do poder mundial e srande pate dos fendmenos mais importantes do cenrio internacional. AS Tigdes que buscamos e tentamos extar da histra so, necessariamente, Aierenes das buseadas pelos estudiosos dos paises centais, porque nos: sas necesslades sto diferentes. Temos que aprender a olar& histria com nossos propos olhos.Tratamos deexploraro mar da histra entando en contrar nel as pds que nos ajudem a explica e superar noso presente, 3 ‘mesma nos supe como eri Sobmergimos na histéria, eno, com um objetivo preciso: « ani do desenolvinento htirieo da consrueto do poder nacional de alguns dos principe atore do sistema internacional desde o comego do processo de slobalizagio, desde hi mais de quinhentos anos, até os noses dias. O iei- tor deve tr presente ques trataremos de ver alguns exemplos de Estados ‘bem-sueedides a consrugdo de seu poder nacional para tnt extrair des “sir da periferia”, com vistas a contre nosso poder nacional e uments como consequéncia, nosso grat de autonomia, O letor deve ter presente, também, que nossa ateng sera entrada 56 em alguns os fatores que con. ‘ebuiram rara gear poder as Estados que analsaremos, ou sa que eae caremos nossa ateng, unicaments,naguelesfatores que, a nosso entender hes permiliram alcangar os limiares de poder que cala momento histrico foi requerendo. Concentramo-nos,consequentement, nagueles flores que consideramos decisis, stbendo que deixamos fora da anise elementos importatisimos na construgdo do poder e de qu todos os foes que co formam o poder de um Estado se encontram inter-relacionados es influe ‘iam uns aos outros de forma constant. "Nesta parte de nosso estado, as hipoteses que guiam a nossa pesquisa consistem em afirmar que: 1) os Estados que se encontram na periferia da estrtura do poder mun dial s6 podem mudar sua condigio de “objeos”,convertndo-se em “sujeitos” da politica internacional, a partir de um processo de ins ordinagofandadora 2) na orgem do poder dos Estados est presente, gerlmente, 0 impulso stata, que 60 que provocaareago em cakeia de todos os elementos poder de um Estado: «que comple, em poncia, 3) todos os processos emancipatéros bem-sucedides foram 0 resulla- do de uma adequada conjugagt de un attude de nsubordinacdo lideoligca contra 0 pensamento hegembaico ede um efcazimpulso stata ‘Se observarios a verdadeira hisiia dos pases que hoje conformam o ‘entro do poder mundi, descobriemos que estes, gralmente,cheyaram ‘a consruito seu oder ual através do impulso estatalem suas diferentes formas: os subsidios estatas ~cobertos ou encobertos~ para as aividades ciemtifco-ecnologicas, os investimentospublices ea potegio do mereado interno, para citar alguns dos mais relevantes. Hoje, esses mesmos pases ‘culm importncia que © impulso estatal teve na contro de seus respectivos poderesnacionais, ao mesmo tempo em que critica, ridiculr- ‘Zam ¢fustgam qualquer Estado da perifria que queitasepuir os pasos que les mesmos seguiram em seu momento para aleanar sua situa atual de pode. Através da propaganda idcolgica,engendrad em algumas de suas tniversidadese difundida em todo 0 planeta pelos meios de comunicasio ‘conirolados pelos paises poderosos, procuram “chutar” a escada que eles tilizaram, primi pra alcanyar sis respectivasautonomias naionas, ‘depois, para subir a topo do poder mundial = taremos comreeder 0 presente condo internacional eprojearhipteses mdse objetiva das grandes tn entiiarem forms de sobre o futuro, Trataremos de realizar um ‘encasestruturis do sistema internacional e dei hhip6tesesclguns dos mas perigosos desafos e das mais importantes oports- nidades qu nos serio apresetadas neste sécul, Passando, eno, do campo 4a tora a campo da doutina, nosso objetivo sera centrado no que fazer, ro que deveriam fazer a Argentina, a Bolivia, o Brasil, o Chile, 0 Peni e resto dos piss que inepram a América do Sul nas nova condi do ce nro intemacional para superar sua respectvascondigtespeifricas. Esta superagdo permit, entre outas cosas, liberar miles de eriangas das villas misria, das favelas, dos cantegrlesurugusios, dos pueblos Jovenes {do Pera do fageo da pobreza extrema, daviolincia eda droga, eYacorporar csrutural¢ no circunstancialmente as grandes massa de desemprepados ‘ou subempregados que povoam as petiferias das grandes cidades da Amé- rica do Sul ao process econdiico mediante o aumento de sua capacidade produtiva, em vez de manté-Ls sobrevivende atavés de um asistencalis- ‘mo indigno que, a privi-los de wma vida cultural eespiritualelevada, 0s deixa vegeando ante a pequena tela do tlevisor “rats, ento, de pensar a partir da peri ara air da periira, Teoria da subordinagao [A génese do sistema internacional ‘Quando os contnentescomoyaram a intragir hi aproximadamente cin- «0 séculos, comegou ase formar, enlamente, 0 que hoje denominamos “ss- tema intemaciona”, Em uma tentativa de romper o creo iskimico ~ que ameagavaestrangula estatogicamente os pequenos¢divididosreinos exis- tos da Europa, Portugal ¢Castela se langaram a navezaroAtlnteo para chogar & Asia bordejando © poder mogulmano, Na Euriss, tribos, reins «© impérios, através da guerra do comérco, estavam, hi séculs, em um contato mais ou menos intenso,influenciando-se de alguma manera uns aos outros. Entrtano, aé 1521, em um caso, e 1533, no outro, dos grandes impérios,oastca eo inca ~ que no continent americanohaviam unificad, pela fora, mliplos povos e varias Hnguas-, a tnkam sofrido jamais ‘inlugnca da Bursia, Astecaseineas no sabiam da exstncia de Roma, CConstantinopla, Damasco, Mesa ou Pequim e do sofriam nenhura itu- fncia dos centros de poder eurasiticos. Sé a partir da chegada de Hernin Cortes a0 México ¢ de Francisco Pizaro 20 Peru pode-seafrmar que to- as as grandes unidades politicas do mundo integram um mesmo sister, © “sistema mundo”, e que, potato, a ages de uma unide pois inluem sempre, direta oW indtetamente, sobre as outasunidadespolticas de ma- eis mais ou menos intensa, conform o grau de vulnerbilidade que cada uma poss! "Como stent Arnold Toynbee en clilzago posta prov, a viagens oct ‘cas de descebrmestoprogoniadae pelos marnhsrs de Cases, Portugal depois da Inglaterra, a Holanda eda rane foram um acntecimento is fico motive qu fez Epes, ora, a partir de 1500,» humane foi eunia ‘Geman soctodade univers A éifereng de Toynbee —emborcoieiin {ilemessencin com ss ane este vo, sepido vente ae among ‘Aton nao ulizamosoconcito de soiedade nternaioal ou universal ms ‘Ode “usta interacona™ Em nosso cite, todos os ores das relays ineracinai a ner eo 08 pertencem Sul que denominamos “Sse [Neste momento histrico, nascem, com a escola teoligica espantola ‘que questonae analisa a legalidae ou a ilegaldade da conguisahispinica dda Amie as semente do dieta internacional que, depois de um irduo procestohistrico,consagra em 1945, com a Carta de Sto Francisco, a ‘gualdadejuridia ds Estados ea proibigto da guerra. Enuctanto,conguan to 0 principio de igualdadejuridca dos Estados proclamad pelo direito i ‘ermacional sea uma feo juridica, que apenas serve par fins decoratives, no cenrio internacional o poder ser sempre a medida de todas as cosas. (Estados no sto iguais uns aos outros, simplesmente porque guns tem mais poder do que outros. A ficcio da igualdade juridica dos Estados 1a simples observagio objetva do cendrio internacional, se depreende que a igualdade juridica dos Rstados & uma flepo, pela simples razio de {que uns Estados ttm mais poder do que outros, o qual leva aque 6 dieito ‘nteracioral sea uma tein de aranha que captra a mosca mas rac, mas ‘que deixa passar a mais fort, Os Estados exstem como sujitos atv do sistema internacional conquant posstam poder. S6 0s que possuem poder so capazes de construir seu prOpri destino; aguels sem poder suiciente para resistr & imposigio da vontade de outro Estado resultam objeto da histéria porque sto incapazes de dirigr seu proprio destino. Pela propria nature d> sistema internacional ~ no qua, de certa forma, rege uma si- tuagio que se assemelha ao estado de natureza 05 Estados com poder tendem a s constr como lieres ou se transforma em subordinadores, €, por consequénca gia, os desprovidos dos arbutos do pode suficiente Para manter sua autonomia tendem a se tomar vassalos ou suboedinads, ‘mesmo qu: consgam conservar os aspectos formas da soberania, Nesses stados, qeando so democritios, a grandes decsbes sto tomadas de cos tas & maiora da popula e, quase sempre, de fra do seu teritério. Os Estados democrticos subordinados possuem uma democracia de baa in tensidade. Lopieamente,existem graus na relago de subordinagso, que & ta intacioa”. Net seid, ado sores qe ine sister eto Tigados ene pela nfscia que eada um exces sobre o out. Em ima ‘nth moan om res ena de mica dor dons Mare poss exclarecee como oe Arn, qe inf rcs os fre ur negra o sistema no ko snes, mas ima, oder ett soe 0 cnjunto J siema “ tama rlapto dindmica,¢ to estitica.E importante nto confundr oconceito ‘dc interdependénciaecondmica com o de suborlinago. Os Estados Unidos ‘dependem do peti sauita, mas no esti subordinado Ardbia Sauita Em toca, a Aribia Saudia, da qual os stados Unidos dependem em grande ‘medida para seu abastecimento de petleo, esté subordinada 30s Estados Unidos tal pont que, apesar de que monarguia sauditaseja guard dos Iugares santos do si, se vi obrigads, quando os Estados Unidos 0 reque~ reram. a permitir no sigrado solo islimico vedado por mandato religioso 2 todo exérvtoestrangeiro ~ a presenga massiva do exéreitoestadunidens. ‘Ainterdependénca econdmica nto alter a divsto fundamental do sistema {internacional em Estados subordinadorese Estados subordinados (© poder como medida de todes as coisas (0 poder foie 4 condi necessiria para minimizar,neutaiza ou ev tar a subordinagto politica & explorapo econimica, Para toda unidade politic, desde s cidades-Estado grgas até os Estados nacionais do mundo fmodemo, o poder € » condig sine qua non para garam a seguranca € feutralizar cobiga. A riquera dos Estados que nio tém poder & sempre transtii,tende a ser efémera, Porque a iqueza de algumas nagbes cost ima desperar em outa o deseo veemente de possi os bens alcos, desejo ‘que leva a0 roubo, ao fro ed espoiago. Ou sj, sofer a subordinago nilitar, a subondinago esonmica ou a subordinagd ideolgico-clt «que constituem forma mais pereita para avasalar um Estado porque se {tata de uma explora ideologica, de wm engano ou um aril ~consruido através da ideologia para obter suas riquezas esa subordinagto politi ‘pacifiea, sem que se pereeba tal situags0, ‘Lamentavelmente, a primazia do direito intemacional eo seri por umn Tongo periodo histrico, uma linda topia inalcangive. A terceia etapa da slobalizagdo nasida com os grandes descobrimentos martimos nfo alters 4 hipstese sobre a qual repousam concetualmente as relagdesinternacio- ais que, como afirmava Raymond Aron, est dada pelo fto de as widades politics se esfrgarem em impor umas is outras a sua vontade. A poiica Interaciona, afirmva Aron, comport sempee um chogue de vontades ‘vontade para impor os para nose deixar impor uma vontade do outro ~ por {qe etd comatitulda por Estados que pretend se determina Hivemente* “As widades politss,orgulhoras de sua indepennca,zloss de su Capua de omar ls propria se grandes deine, so als pelo propio Em tna instincia, dado que, como afrmava Aron, na relagoente 05 E> tados, cade um guanla¢reiviniea 0 dieito de fazer justiga por suas prprias mio € 0 cireito de decidir se deja ou mo combater, rege a Vgica deseity por Hegel de como nascem os aos eos servos. Em sua Fenomenologia do ‘sprite, Hegel deserve como nascem o senhor €0 servo. Os homens querem ‘se lives, ao estar obrigados aviver segundo as imposigdes de outros. Por isso, se confrontam etre si, em uma Iuta mortal, Mort, iteralmente, porque 16 ence aquele que esti disposto & morer pela iberdade. Quem tem medo «busca grantr sua sobrevivénca sien se retire dexa o campo bata Amero de “out”, que se tra, deste modo, “enor” el, seu "servo" ‘0 ravisinio hegeliano pode se aplicado, or analogia, xo exnéro intet- nacional, bora, certaments, deva set maizado, dado qu oenfrentamento ‘mortals 4 produ em uma limitada série de instante decisvos da histria, [No ceniri internacional, existe seniors e servos Estados subordinadores ‘Estados subordinados. para o exercci de seu dominio, os subordinadoes lizam tanto 0 poder militar, © econsmica, quan o cultural. A modo de exemple digamos que guera pela independéncia, protagonizad plas treze coins eon Inglaterra, fi um desss instants dcisvos da histria no ‘qual a senenga de Hegel resulta inapelével, quando se véclaramente que 56 fuels sueitos (homens ou Estados) que esto dspostos a moeer pela sua Tiberdade poem ser livres. Entretanto, esa iberdade que as treze colinias ‘ongustatm no campo de baal, tveram que garan-la tanto econémica quanto culuralmente {ato deere autinomss. Cada una spose, em ima insti, conta com th prin Ql nto, primiroobeivo que logscarent una unde pull pe pereguir? A rapota 0s € dada por Hobbes, em sun anise fo esdo de atures Toda unidade politica air a sobrevier[.] cada Cidade politica tem como pimeio objetivo a segura] A segura, ‘ru undo de amides pollocas autnors, pode estar funda sobre 3 {shade dos sais ou sobre a propia fre. [A ela ete esses dois {mor segura fora —apezenta mlpos palma [-] Que home, inaivul ow olsivaente, gus sobrvver, lo hs dvi agora. Mat © indvdue io subordina todos os eur desjo 4 éica paso de vive. Ha ‘Shjton pelos gui ndvioaceitaum isco de monte O mesmo acne Soma uniades pleas ls ao querer se fortes some pra desalenia ‘agro gorara pa, els queen Ser fre paa sere emia, espa { nimsadse Em tna. cas querer scr podeross, ov sla, capzes ‘icing sa vsade ow vzioeeaoe vai deflect sbre Soe da Imardaey sore futuro da civlizg. Entat, neste iel abst, ‘nunerago de objevonnio ae purcce ainda completa acescentria um {eri te, que ev camara de loi (Azon, 1984 p82). Para um Estado peritérico, querer decidir sobre o seu proprio destino in plca sempre uma tens diltica entre o femoris sanges que poder eceber ‘Co desso de alcangar a liberdade, entendida como maxima eapacidade de ‘utonomia possivel que for capa de congusta.O temor conduz ao realiso colaboracionista ou claudicante, pelo qual © Estado abdica da capacidade de fonduziro seu destino, se coloca em wma stuago de subordinago passive, tando sua sorte boa vontade do Estado subordinador. O deseo de aleangar ‘&capacidade de dirgito sew proprio destino leva ao relismo liberacion ta, pelo qual o Estado, patindo da situag0 real, ou sea, a subordnasio, se decide a tansformar a realidade para iniciar wm processohistrico no transcurso do qual buscard ser dotado dos elementos de poser necesirios para alcangar a autonomia. Ness processo de constr d primeir estigio¢ oda “subordinao ativa™ ‘As rogras do jogo do sistema internacional [Afirmar que no cenirio internacional o poder &« medida de toda a co- ‘sas mo implica postuar ausénca de limites como um ideale uma repre ‘de conduta para os Estados, nem desconhecer a importncia da moral in nacional, da opinito piblicaintemacionl e do dieitointemacional como "es do poder dos Estados, mas sim partir de wma leitura realista das egras do jogo da interagoente estes. 'No sistema internacional, a lei nfo escritaé to ou mais importante do {que excita. O sistema tende sempre a se ordenar,ineitavelment, a pat tir do inferesse das grandes poténcis, ou sea, dos Estados que tém mais poder Apesr de ser certo que o peso da opinido pla nacional einterna- ‘onal — inspira, agora, pelo principio da igualdade urtica dos Estados © 0 respeito pelos direitos humanos imp cera estrigbes aso intermacional insolent dos Estados mais poderosos, também & certo que existe pror- dades absoutas vineladas aos interesses vias das grandes potncia que ‘ulrapassam tds consierago de jstiga ideal absrata, Como numerosos ‘exemplos histrios demonstra, quando esto em jogo os interests Vitis as grandes poténcas,o principio da igualdad juridica dos Estados se tans- forma em uma fleglo gue apenas serve a ins decoratvos. As grandes potén- 70s stores princi afirma Aron (1984, p. 108), “no pessuem jamais 0 ‘entineno Je estar tubmcides so stoma 4 manera como uma empresa 3 timensdes eis eth wubretida is Ii do meread. A estrada sistemas Imemacionis € sempre oligopsicn. tm cada epoca, os ales principals ‘dcrminam essa mas do dues deteminados po le” ‘as fendem impor em suas respecivas reas de inlugnca ou ma pita em seu conjmto, quando existe consenso entre elas -, determinadas reas <4 jog, inipiradas em seus itreses vias muitas veres convenientemente ‘exmuflados de rinipios cose joridicos.E dbvio que nos momentos em _que as granies poncas se enfentam sioaguees ons momentos histricos Pare que urn Estado situado na periferia do sistema tenteconsoliar se poder hacionl eacangaro miximo de auonomia posivel, As teze eolbias, como ‘eritirioscloniais dependents, puderam aleangar a independénca gragas 8 «que a Franga ea Espanha se confontavam coma Inglaterra * ‘© process de industrializago na Argentina eno Brasil, indispensivel para que estes pases dessem o primeiro pass pars conquisa ua autonomia ma onal, se vi faciliado pelo enfrentamento balco produzido entre 1939 © 1945 no ceatrohegembnivo do poder mundi ‘Como compreends 8 natureza do sistema e sues regras do ogo? Pois bem, come se chega a compreenderanatureza do sistema interna: ‘nal eas rgras do jogo io explicita através das quais os Estados mais poderososentam ordenaro sistema? Karl vor Clausewitz, em quem tanto se inspirou Raymond Aron para escrever sua monumental obra Pais ef guerre entre es ations, nos roper- ions um principio fundamental para tai, quando afr: Sera um ero incotestive querer se serve dos componentes quimicos de um gro de igo para estuda a forma da espa thst aos campos para verasesign 6 formadas. A pesquisa ‘ca observa, a Hilosfa a experincia, ado devem se s- prezads nese esclui mutament jamais: las se garantem ene (Clausewitz, 1994, p.27) £ evidente que © primeito paso para a compreenso do sistema ea ela boragio de uma mctodologiae uma teria das relaptes internacionais 8 pode ptr da observago da realidade, Hoje, como nos tempos da Roma Petia, continua sendo vido oapotegma do grande histociador rego Poli- bio de Megalopois, quem, através de seu esforgo para criar um sistema con “Tes exp pata ds ports da Fran (1778, 1780 ¢ 1781 para oar {ndeperdacia ds were colnins. A segunda fvou seis mi yteranosfanceses [bla do exec se Watinglon. Na tins, vine dls mass de pera ‘omnpashar nquaea que fr ested armada ingle. Alm dso, €pocno ‘onside gus, em odo moment, «ajuda econich proporionadn pela Fraga subsanci tas globlistas, tem, enretant, um contedido de verdade.E certo que, desde 1s prSprias oxigens do sistema intemacional, junto aos Estados existiram ‘outros atoresinteracionais de grande importinia ~ basta mencionar como cexemplo a liga de hanguetos alemdes,encabogada pelos Fugger e os Wel- Ser, que possibilitaram que Carlos Ida Espanha se transformase em Carlos V da Alemanha ~ entretanto, os interessados pontos de vita que falam do desaparecimento do Estado, com afr Samuel Piheieo Guimardes, {.-] lo levam em conta qu o interests cconimieos da ran dss empress sempre estveram vinculados ap Estado de una forma ou de uta desde o Comité dos 21 da Replica Holan dos af as srandescompanhis ingles de comercn as eo porages tanantionusetadunidenses de oj, Entetanto, as ‘cgacmpress ats no tim como se transforma em organs ‘mos legilativos esapionadoeslegitimos, oe, acto pa Sociedade, que sero sempre indispnsiveis enganto houver ‘ompetgtoe confitos entre empress, grupos sci, nos ‘eligiwos ee. As prinspas fangs Jo Estado alm da de fora do triton e de sus soberania 0 lilt, ou sj, rit owas de cond dri confitos Sobre sua interpreta, finlmente, defender os interesses de seus cxados de sus ‘impress quando extas ne encontarem sb risdigoesrange: fa Estas fungdes so radicalmente diferentes das fangs das ‘mpreas, que consis em produ edsribuir bens deforma privada, apr do mercado (Pnboito Guimares, 205, p.28) Estruturas hegeménicas ‘Quando afirmamos que as megaempress so atoressecundirios ds - lagSes ternacionais © ue, comments, necesita dos Estados pra ai ro desconhecemos que as mepaempresas, Banco Mundal eo Fundo Mo- retro Internacional, assim como ouras agéncias intemacionis com dite ‘eles graus de autonomia,integram um sistema de subordinagdo cua real ‘dade ¢ volta diariamente pelos Estados pritfricos. Por isso, acreitamos {que o conceit de “estruturas hegemnicas de poder”, laborado por Samuel Piaheir Guimardes, &© mas apropriado para abranger os complexos meca- nisms de subordinagho que exstem no sistema internacional. As estatras hogemsnicas sto resultado de um processo histérico, nascem juntamente ‘om sistema iternacional durante o periodo hstrice da primeira onda da tloblizagio que se iniiou com os descobrimentos markios impusions- os por Portugal e Castle cujosprotagonisasprincipais fram, ete ou tro, Ifante Henrique, o Navegador, Vasco da Gama, Cristovdo Colombo, Femio de Magalies e Sebastian Elcano, & precismente a partir de 1492 {quand se inci 0 processo de subordinagdo do mundo extrcuropeu, Este proceso se desenvolveu em ts fses. A primeina consist na subordina- ‘Go docontinente americano, A segunda gravitou na subordinagao da As aos marcos principais, pr sua importinciaestratéyico-econdmica,s80 8 ‘ubordinagao da India eda China. A teeera por fim, consstiv na subordi- ‘ago dos pases skimicos eda Africa subsaariana "0 conceit de estrutura hegerica de poder, defini por Pineico Gui- mares, di conta de que ocenio ea dindmicaintemacionais em que agem os Estadc perifics se organiza em tomo de estutuashegemdnicas de po- dee potice«econtmica, exjo misao 6 formado pos Fane cena. Fssas ‘estas soo resultado de um process histrico, fayorecem os paises que ts intyram etém com objetivo principal us peopea perpetsg30. Assim, © onceto de estrturas hegemenica incu, para Pinheiro Guar, 2] winculos de intcresse € diteito, onganizages interac tai, miltiplos aloes pablicos eprivadon, «posibilidade de inoorporagdo de novos participants a elaborago permanen- te de normas de condi, mat no nico desta estar es to sempre 08 Estados nacionas. As esruturs hegemsinias tm orgem na expansio econdaicae politica da Europa, que Se inca com a frmaplo dos grandes Estados nacionas. Na Espana, com a congusta de Granada © »expulsio dos mou: tos (1492). Na Franga, com o fim ét Guerra dos Cem Anos (1453), aexpulsto dos ingleses€ a criagto, por Henrique IV, td Rstado unit, ena Inglater patie da ranba Isabel (1558-1603) A expansio europea se aelera com o ciclo dos ‘escobvimentos, depois da queda de Constantinople (1453), {ue intensica a sea dra martina rumo a0 Oriente ea Conseguene expansio mercantile acumulago de riguczas com ‘conformasio dos impioscolonaisapatc de Cont (1521) de Piao (1533), 0 Brasil parti da cana-de-apear em Pemambaco. A revolugto tecnolica, militar e industrial dos seulon XVIILe XIX, com a miguina a vapor, consolida a st inno cenrioineracional. A dinimica dos ago capitalista eda relagdes ete o grande Capital pivado eo Estado, e entre tecnologia, forgas armada © Sociedade expla, em grande parte, os procestos de formas das estas hegemonic de per, Estes process pass fam, ente 1917 € 1989, por uma fase crcial de disput com 0 ‘modelo socialist alterativo de orgnizag da sociedad edo Estado, interrompida de 1939 21946, pelo confitosurgido no imtevior das pris extrtars, com 0s Estados conetatios ‘Aleman, Jap e Hila (1999-1946). Ao se superar ess se uci as esruturs hegemnias wataram de consoliar sua ntaodindra viii ideldgica, politic eecondica median te a expanio de sua inflneia¢ a9 em todo o mando, espe ‘lalate sobre os teriios que estivessem até hava pouco {empo antes sob a arganizagdo socialite sobre aqueesteri> trios da peifera aoe qua ele nam permit taticamente tenvios de organizago econtimiea «politica no peiodo mais nramsigente da disputa com 0 modelo sovalista alterativo. (Pinheio Guimaraes, 2005, p30) Seguindo, pois, Pineiro Guimartes, podemos afrmar que s estuturas ‘negemnicas geram as grandes endéncias do cendrio interacional eo pri= prio cenirio internacional. Fst tendéncas so, por sua vez aquelas que depois influem sobre as prprias esruturas hegemOnicas em um processo ‘dinkmice de multiplas vincuagSes nos diferentes niveis de atividade das Soviedadese dos Fstados, Se no ncleo das estruturas hegemsnicas esto fempee os Estados nacionais, no cenio do nicleo se encontram as grandes potéacias, Na primeira onda globalizante,alieranga das esruturashege Innis foi conduzida pela Espanba e desaiada pela Inglaterra; est, por ua ve, lderon a segunda fase da globalizaso. Por sua vez lideranga inglesa fi desafiada prineito pela Frangae depois pela Alemanba, Hoje, na tercera capa da glbalizaslo, a lideranga &exercida pelos Esfados Unidos, tum “Estado continente™convertido em superpoténcia e nico, enre as gan ls poténcia,cujos inleresses econdmicos, politicos e militares abrangem todas as areas da superficie terrestre. Esta ideranga ~ hoe, indscutivel ~ serd, muito possivelmente, desafada pelo emergente poder chines ‘A duple subordinagso ‘Com exratdgiae preserva e expunsdo de poder, as estruturas hege- nas realizar, segundo Guimaries, quatro estratégias fundamentas 1) a lvisdo interna a fragmenta territorial dos Estados peniicos: 2) a gered de ideologias, 0 sj, a elaborago de coecios, ‘ister do mundo estuagtes especies 4) a formagio de elites, 0 se), a conformagto, 10s piss da perf, d elites e quadro polis losis, admiradres das Enrutures hegeménicas de poder e das ieologiasproduidas por estas 4) fs ideolgica das ideas grads no centro das estate as hegeminias de poder, gue tem coro objetivo a dfuso ‘Go modo de vida e de pensar ds socieddes gue interam 0 ‘certo das estrutrashepeménicas de poder Logicamente, em prot de alcangar 6 objetivo de sua propria perpetua- «to atavés do tempo, as estruturas hegerdnias de poder mundial buscam Sempre reforsar ot aprofunda a subordinagho dos Estados peiferios. preciso destacar que 6 proesso de subordinagdo & permanente, dado que ubordinagde da perfeia a condigao necessvia para a propria subsistencia das estutrashegemonicas de poder Por sua vez as esruturashegemdnies de poder — que, normalments, se mostvam mus ou seasamenteflexiveis &acitagdo, dentro de seu seo, de ‘novos participants sto, ao contro, abertamentepragmticas como para permitir aceder a ele os rar Estados periféicos que conseguem constu tim poder nacional tal que mpeg continuartratando-os como “objets” do sistema internacional, acetando que estes acumularam um quantum de poder fal que se faz necessirio aceit-los como integrantes novos dessas sruturas. Este fi, sem vida, o caso que permit que se incorporassem ‘com sucess, por exemplo, no séulo XX, os Estados Unidos, depois de sua ‘Guerra Civil © 4 Alemanta de Bismarck, paises que depos dsputariam & ‘propria condo das estrus hegemnicas de poder. “Mais contemporaneamente, a China de fins do século XX eprinepios do XXL ¢, em menor medida, a india contemporinea, sto exemplos de Estados petifericns que hater nas ports das estruturas hegeminicas com golpes tauda vez mas fortes 0 tempo por ve dicta quem correspond o sucesso € ‘quem o facasso em suas respestivastentativas. Em consequéneis, quando afrmamos que at estuturas hegemdnicas de poder esto conformads por una rede de vinculos de interessee direito {que liza entre si milipls stores publicos eprivados,euja atividadetende | permanente laboraeo de normas de conduta que vo conformar o que se ‘denomina “ordem intemacional", estamos afirmando, também, que no n= ‘leo desta estruturas estho sempre as grandes potncias. Por isso, € preciso pontuar, eguindo novamente 0 pensamento de Pineiro Guimares, que as ‘grandes potécias sto, também, conscientes ~ e por isso coinidem com 0 resto dos intgrants da estrtura de poder mundial ~ de que a realizado otencal, em terms de poder, dos Estados perifvicos alteraia a correlagao ‘de forgas nos nivel regional e mundial em seu detimento, Por consequen- ‘ia gies, objetivo das grandes potéeias em relago aos Estados pevité- {.: esrantr que seu desenvolvimento politi, militar «eso ‘mice nfo ate seus inteesses locas, reionise mundi. ‘Assim, rocuram,iiiamente,alravés do meios de comun ‘igo de ase © de programas de forage das futra tes convencer a populag © eoopl as lis para um proto ‘de comuniade tteracional no gual esses grandes Estados da perieriaiclidoo Bras se contentem com una posi st ondinada eno gust se marten o privy Je ue Bo zam os interests comerciais, nancirs ede investimentos Sstrangeios nesses Estados peiricos. (Pinheiro Gumaris, Preficio a Moniz Bandi, 2004, p. 17)

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