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Introdução aos Sistemas de Comunicação

Folha Prática nº9 – “Realização experimental de uma antena direccional para WiFi 802.11b/g”

Walter Lopes dos Santos – 21271065

a) Cálculos para o dimensionamento da antena

Visto que há limitações dimensionais, vamos fazer alguns cálculos primeiro. Os valores aceitáveis para o
diâmetro D, da lata a transformar, estão entre 60 e 75% do comprimento de onda no vazio, λ0, do sinal a
utilizar. Calculemos então o comprimento de onda no vazio, considerando a frequência central do canal 13:

λ0 = c = 299992458 m/s = 0,12135617233 ≈ 0,1214 m ≈ 12,14 cm


f 2472 · 106 Hz
Temos então a lata com um diâmetro ideal entre 60 e 75% do valor calculado anteriormente:

0,60 · λ0 ≤ D ≤ 0,75 · λ0  72,814 mm ≤ D ≤ 91,017 mm

Tentei encontrar uma lata capaz, dentro destes valores, mas apenas encontrei uma ligeiramente maior,
cerca de 92,9 mm de diâmetro no seu interior, com 90 mm de diâmetro no bocal. Veremos como se
comporta, mas antes prosseguiremos com o dimensionamento do monopolo, a sua colocação na lata e as
restantes dimensões da lata.

Vejamos, para este diâmetro, o comprimento de onda no guia, λG, e o comprimento mínimo, Lmin, que a
lata deverá ter (considerarei o diâmetro interior, pois faco tenções de, no futuro, melhorar esta configuração,
diminuindo o diâmetro interior para o mesmo do bocal, anulando também um friso prensado e umas
estampagens que a lata apresenta, e que poderão afectar o desempenho da antena construída a partir dela)
e calcular para o diâmetro da lata que temos (9,29cm):

λG = λ0 = 0,188681486228 m ≈ 18,87 cm
2
√[1–(λ0/1,706 · D) ]

Lmin ≥ 0,75 · λG  Lmin ≥ 141,15 mm


Dado que a lata que vou usar tem cerca de 271,41mm de profundidade interior, nesta dimensão satisfaz
as condições (271,41 > 141,15). Estamos agora prontos para calcular o comprimento do monopolo
relativamente à face interior da lata, Lm, e o posicionamento do mesmo relativamente ao fundo da lata, S:

Lm = λ0 / 4 = 3,03339043083 ≈ 3,0334 cm ≈ 30,334 mm

S = 0,25 · λG = 4,7170371557 cm ≈ 47,17 mm

Procedeu-se à montagem da antena, como mostrado na figura seguinte:

Nota: a distância L da antena foi mantida nos 271,41 mm originais

Foi usado um fio de cobre de 1,50 mm2 de secção, com um diâmetro de 1,40 mm, visto não ter
conseguido encontrar fio de 2,00 mm de diâmetro (penso nem existir, as secções de 2,5 mm2 e 4,00 mm2 têm
diâmetros de 1,80 mm e 2,26mm, respectivamente). O fio da secção acima, 2,5 mm2, revelou-se demasiado
espesso para soldar na ficha BNC utilizada, será um ponto a rever num redimensionamento futuro.
A antena acabou por ficar com o aspecto da foto seguinte:

Admitindo desconhecer o procedimento experimental ou a metodologia empregue no ensaio da antena,


para além do que é dado a conhecer no enunciado, permiti-me pesquisar sobre o tema e penso que
poderemos comparar o ganho desta antena com outra de ganho conhecido, aplicando a seguinte fórmula
para a nossa antena e resolvendo em ordem a GRX :

GTX = PRX · (λ0/4πR)-2 · GRX-1 → GTXdB = 10 · log₁₀(PRX/PTX) – 20 · log₁₀(λ0/4πR) – GRXdB 


PTX
GRXdB = 10 · log₁₀(PRX/PTX) – GTXdB – 20 · log₁₀(λ0/4πR) → Gmax[ant/ant.ref] = GRXant – GRXa.ref

Quanto ao ganho esperado, podemos esperar valores entre um máximo e um mínimo, em que considerarei
uma eficiência mínima de 50% e máxima de 83,6% (de acordo com o enunciado), com D a representar a
maior dimensão da antena (que é o seu comprimento interior, ou profundidade), pelo que:

GRXmin = 10 · log₁₀[0,5 · (π · D / λ0)2] = 13,924 dB


GRXmax = 10 · log₁₀[0,836 · (π · D / λ0)2] = 16,156 dB
Também temos de ter em conta que o padrão de radiação na região mais próxima da antena não é o
mesmo que em regiões mais distante, pelo que devemos considerar a diferença entre campo próximo (near-
field), que se refere ao padrão de radiação registado junto à antena, e o campo afastado (far-field), que se
refere ao padrão registado a distâncias maiores.

Vulgarmente os padrões das antenas são medidos no campo afastado, pelo que será necessário escolher
uma distância suficientemente afastada entre emissor e receptor, para se considerar dentro do campo
afastado, e relativamente afastada do campo próximo. A distância mínima necessária depende das
dimensões da antena relativamente ao comprimento de onda no vazio. Entre outras, uma das fórmulas
aceitadas para a distância mínima, Rmin, é:

Rmin ≥ 2 · D2  Rmin ≥ 121,400315593 cm ≈ 1,214 m


λ0

em que D é a maior dimensão da antena, ou a maior esfera em que a antena se pode inserir, neste caso
o seu comprimento total (271,41 mm). Será 1,214 metros então a distância mínima a que teremos de
localizar a antena receptora do emissor.

Diagrama de radiação
dB
-5

-10

-15

-20

-25

-30

-35

-40

-45

-50
⁰ -90 -75 -60 -45 -30 -15 0 15 30 45 60 75 90

Walter Lopes dos Santos Mealhada, 2018

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