Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
René Descartes (1596 – 1650) foi um filósofo francês, além de matemático e físico, que
estudou com os jesuítas. Abandonou o método escolástico e quis “começar novamente” o saber
humano, por outro princípio, provindo da matemática, a clareza e a distinção, partindo das coisas
simples para as mais complexas. Esteve com o exército de Mauricio de Nassau, mas não veio ao
Brasil (é curioso o filme Ex-isto, Cao Guimarães, baseado no livro Catatau, de Paulo Leminski; é
vida tropical).
Descartes foi radical em sua época, pois provou racionalmente que Deus existe, tirando
a autoridade da Igreja e das Escrituras. A época era de Inquisição. Com todo um jogo de
autocensura, contatos importantes e muita perspicácia retórica, acredita-se que Descartes passou
Acostumado a acordar meio dia, Descartes terminou a vida dando lições para a rainha
real entre alma e corpo são demonstradas são a obra mais importante de Descartes no âmbito da
consiste em colocar em dúvida tudo o que antes era tomado como certo, para assim “limpar” o
pelos sentidos. Exemplo: não conseguimos discernir o sonho da vigília, o que nos garante que não
estamos sonhando?
Se abstrairmos tudo das coisas corpóreas, resta sua extensão. Exemplo da cera: muda
de cheiro, de formato, de cor, mas continua sendo um pedaço de cera devido à extensão, que é
Ora, ainda restam as verdades das matemáticas. Mas e se houver um Deus enganador,
ou um gênio maligno que faz com que acreditemos que 2 mais 2 são 4, mas isso na verdade for um
erro?
enquanto corpo não temos certeza ainda de nossa existência). Essa é a primeira certeza, mas não a
mais importante.
Analisando meu pensamento, percebo que tenho a ideia de infinito, apesar de ser um
ser finito. Por ser um ser finito, eu não poderia ter concebido a ideia de infinito: ela só pode me ter
sido colocada por um ser infinito. Só há um ser infinito, que é Deus; então, DEUS EXISTE. Essa é a
verdade mais importante, que vai edificar todo o conhecimento a partir dessa base.
Deus existe e é consequentemente bom, perfeito, infinito; logo, ele não me engana.
Mesmo assim, me engano. Isso acontece pois sou um ser finito, não sou Deus. Mas
Deus não quer que erremos: por isso nos deu um entendimento finito e uma vontade infinita. A
vontade infinita é uma perfeição, o entendimento finito nos diferencia de Deus, pois se fosse
infinito seríamos o próprio Deus. Erramos pois não colocamos a vontade infinita dentro do
entendimento finito. Se assim o fizermos, podemos tirar conclusões verdadeiras, inclusive das
coisas materiais.
Certamente aquilo de que não se pode falar nada de maior não pode estar só no intelecto. Porque, se estivesse
só no intelecto, poder-se-ia pensar que também estivesse na realidade, ou seja, que fosse maior. Se, portanto,
aquilo de que não se pode pensar nada de maior está só no intelecto, aquilo de que não se pode pensar nada de
maior é, ao contrário, aquilo que se pode pensar algo de maior. Mas certamente isso é impossível. Portanto,
não há dúvida de que aquilo que não se pode pensar algo de maior existe tanto no intelecto como na realidade.
Filmes: