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Nos termos do artigo 335 do Código Civil, “a consignação tem lugar: I - se o credor
não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na
devida forma; II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo
e condição devidos; III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido,
declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; IV -
se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento”. O inciso I diz respeito às dívidas
portables (o devedor deve levar ao credor a prestação devida); o inciso II, às
dívidas quérables (o credor deve buscar a prestação devida no domicílio do
devedor).
Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre
eles.
Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar
determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor.
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia
do credor relativamente ao previsto no contrato.
Observe-se que, nos termos do citado artigo 327, presume-se que a dívida seja
quérable.
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome
e à conta do devedor, salvo oposição deste.
Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem
direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor.
O devedor, ainda que em mora (mora debitoris) pode consignar em pagamento, havendo
recusa do credor. O princípio é o de que o devedor não pode ser mantido, mau grado seu, na
Na petição inicial, que deve atender aos requisitos do artigo 282 do CPC, o autor,
se não tiver efetuado o depósito em banco oficial, requer o depósito da quantia ou
da coisa devida, bem como a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer
resposta.
O depósito das prestações vincendas é possível até que seja prolatada a sentença.
Não depois, porque o juiz deverá declarar de quais prestações está liberado o
credor.
Na ação fundada em dúvida sobre quem deva legitimamente receber (CPC, art.
895), comparecendo mais de um pretendente, o juiz declara extinta a obrigação,
continuando o processo unicamente entre os sedizentes credores, observado o
procedimento ordinário (art. 898, segunda parte). Instaura-se, nesse caso, “conflito
semelhante ao criado nos casos de execução concursal” (Ovídio A . Baptista da
O artigo 896 do CPC indica possíveis defesas do réu, o que não exclui o
oferecimento de exceções processuais e de alegações de falta de condições da
ação.
É amplo o âmbito da defesa baseada em justa recusa (art. 896, II). Negativa da
obrigação, nulidade ou extinção do contrato, má-interpretação de cláusula
contratual são exemplos.
O réu que alega insuficiência do depósito tem o ônus de indicar o montante devido
(art. 896, parágrafo único), a fim de que se propicie ao autor sua complementação,
na forma do artigo 899.
Santos [8] e Vicente Greco Filho [9] ; agravo, segundo Adroaldo Furtado Fabrício.
Complementado o depósito, nos termos do artigo 899, parágrafo 1º, do CPC, o devedor libera-
se, mas é condenado nos ônus da sucumbência, por haver praticado ato que implicou
reconhecimento de que era justa a recusa do credor, por insuficiência da quantia oferecida.
O artigo 900 do CPC determina a aplicação do procedimento da ação de consignação em
pagamento ao resgate de aforamento. O artigo 2.038 do atual Código Civil proibiu a
constituição de enfiteuses e subenfiteuses, determinando a aplicação das disposições do
Código anterior, e leis posteriores, aos aforamentos pré-existentes, verbis:
II - constituir subenfiteuse.
[7] Comentários ao Código de Processo Civil. 4. ed., Rio de Janeiro, Forense, 1992.
v. VIII, t. III. 4ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 1992, p. 95.
p. 95.
[8] Ernane Fidelis dos Santos, Dos procedimentos especiais do Código de Processo
Civil, Rio de Janeiro, Forense, 1999. v. VI, p. 33.
[9] Vicente Greco Filho, Direito processual civil brasileiro, São Paulo: Saraiva, 1995,
p. 213.