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Título original: Tarot fü r Zauberhexen.

Copyright © 2001 Kònigsfurt Verlag.

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzi­
da ou usada de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecâni­
co, inclusive fotocópias, gravações ou sistema de armazenamento em banco
de dados, sem permissão por escrito, exceto nos casos de trechos curtos cita­
dos em resenhas críticas ou artigos de revistas.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Terhef, Rena
Tarò para magos e bruxas /Rena Terhef ; tradução Luiz
A. de Araújo. — São Paulo : Pensamento, 2004.

Título original: Tarot für Zauberhexen


Bibliografia.
ISBN 85-315-1371-5

1. Arcanos maiores (Tarò) 2. Arcanos menores (Tarò)


3. Bruxaria 4. Magia 5. Tarò 6. Tarò - Cartas I. Título.
04-6440
cdd-133.32424

índices para catálogo sistemático:


1. Tarò para magos e bruxas : Artes divinatórias 133.32424

O prim eiro núm ero à esquerda indica a edição, ou reedição, desta obra. A prim eira
dezena à direita indica o ano em que esta edição, ou reedição, foi publicada.

Edição
_____________________ Ano
1 -2 -3 -4 -5 -6 -7 -8 -9 -1 0 -1 1
0 4 -0 5 -0 6 -0 7 -0 8 -0 9 -1 0 -1 1

Direitos de tradução para a língua portuguesa


adquiridos com exclusividade pela
EDITORA PENSAMENTO-CULTRIX LTDA.
Rua Dr. Mário Vicente, 368 — 04270-000 — São Paulo, SP
Fone: 6166-9000 — Fax: 6166-9008
E-mail: pensamento@cultrix.com.br
http://www.pensamento-cultrix.com.br
que se reserva a propriedade literária desta tradução.

Impresso em nossas oficinas gráficas.


Sumário

Introdução.................................................................................. ^

A história das cartas de Tarò................................................... 9

O primeiro contato com o Tarò................................................ 12

A estrutura do Tarò...................................................................... 13

Sobre o uso das cartas isoladas................................................. 22

Os 22 arcanos maiores................................................................ 24

Os 56 arcanos menores
Paus............................................................................................... ^8
Espadas......................................................................................... 96
Ouros............................................................................................. 134
Copas............................................................................................. 132

Consulta ao oráculo.................................................................. 130

Sistemas de disposição............................................................... 135


Título original: Tarot fü r Zauberhexen.

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co, inclusive fotocópias, gravações ou sistema de armazenamento em banco
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dos em resenhas críticas ou artigos de revistas.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Terhef, Rena
Tarò para magos e bruxas /Rena Terhef ; tradução Luiz
A. de Araújo. — São Paulo : Pensamento, 2004.

Título original: Tarot für Zauberhexen


Bibliografia.
ISBN 85-315-1371-5

1. Arcanos maiores (Taró) 2. Arcanos menores (Taró)


3. Bruxaria 4. Magia 5. Tarò 6. Tarò - Cartas I. Título.

04-6440 cdd-133.32424

índices para catálogo sistemático:


1. Tarò para magos e bruxas : Artes divinatórias 133.32424

O prim eiro núm ero à esquerda indica a edição, ou reedição, desta obra. A prim eira
dezena à direita indica o ano em que esta edição, ou reedição, foi publicada.

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que se reserva a propriedade literária desta tradução.

Impresso em nossas oficinas gráficas.


Sumário

Introdução.................................................................................. 2

A história das cartas de Tarò.................................................... 9

O primeiro contato com oTarò............................................... 12

A estrutura do Tarò................................................................... 12

Sobre o uso das cartas isoladas............................................... 22

Os 22 arcanos maiores.............................................................. 24

Os 56 arcanos menores
Paus............................................................................................... 68
Espadas......................................................................................... 96
Ouros............................................................................................. ^24
Copas............................................................................................. 122

Consulta ao oráculo.................................................................. 180

Sistemas de disposição.............................................................. 185


Introdução

ocê quer ser uma bruxa de verdade? E, ainda por cima,


V uma bruxa encantadora? Pois aprender a lidar correta­
mente com as cartas de Taró é o melhor começo.
Afinal, é comum uma bruxa sentir-se muito sozinha, sem
saber o que fazer, e é aí que as cartas de Taró se mostram exce­
lentes na busca de novas soluções e possibilidades.
Além disso, elas ajudam muito a preencher o requisito mí­
nimo necessário a uma boa bruxa! Quanto a isso, aliás, convém
saber como é uma bruxa e como se pode reconhecê-la. O que a
caracteriza? Lois Bourne é uma famosa bruxa inglesa, que es­
creveu livros muito originais e engraçados sobre a sua vida de
bruxa. Ela diz com toda a convicção:
“As bruxas de nascença têm uma irradiação muito forte,
são inteligentes, cultas, talentosas, atraentes e falam bem; pos­
suem o maior de todos os dons: o da magia, do saber e da cla­
rividência.”
Pois é. Além disso, as bruxas encantadoras não vivem se ga­
bando do seu trabalho, pois, se o fizerem, ele não dá certo. Pro­
vavelmente, é dificílimo observar a máxima das bruxas que diz:

SABER, QUERER, OUSAR, CALAR.

E a parte mais difícil de todas é a última!

7
forma teatral, típica da cenografia. Assim como qualquer outro
pintor que concebeu as imagens de Tarò, ela exprimiu as suas
idéias pessoais aqui e ali, numa simbolização nem sempre com­
preensível para todos. Por isso não é tão fácil rastrear a história
das cartas de Tarò. Havia tanto indivíduos isolados, com o seu
conhecimento específico, quanto grupos altamente motivados,
como é o caso do clube esotérico “The Order of thè Golden
Dawn” e outros, cujos nomes e propósitos só os conhecem os
membros das sociedades secretas e os estudiosos das religiões.
No contexto histórico da sociedade ocidental, o apareci­
mento do Taró pode ser datado. Por volta de 1450, surgiram na
Itália cartas maravilhosamente pintadas à mão, inicialmente
destinadas aos círculos aristocráticos. Produzidas por um pin­
tor italiano desconhecido, essas primeiras cartas, que recebe­
ram o nome de tarocchi, já continham todos os elementos do
Tarò atual: quatro naipes com quatorze cartas cada um e 22
triumphi, ou seja, os nossos arcanos maiores. Entre elas figura­
va inclusive o E n f o r c a d o , que, além de ser uma das cartas mais
estranhas, é a primeira evidência comprovada da atribuição de
um significado esotérico a esse baralho.
Na Europa, o baralho já existia no segundo terço do sécu­
lo XIV, como se depreende, entre outras coisas, da legislação
francesa proibindo os jogos de azar, inclusive o de cartas.
O belíssimo Tarò de Visconti, cuja reprodução ainda está
disponível no mercado, surgiu na metade do século XV A par­
tir de 1500, o Tarò Marselhês se disseminou por toda a Europa,
principalmente na França. E resistiu a todas as inovações dos
séculos subsequentes.
Percebe-se, pois, que a propagação das cartas de Tarò na
Itália e na França foi impulsionada por um determinado “espí­
rito da época”. Do ponto de vista histórico, trata-se da época do
Renascimento, uma transformação cultural que, tendo partido
da Itália, no século XIV, influenciou todos os aspectos da vida
e do espírito. Uma nova visão da vida, a tomada de consciência
.I i p i .mi,ilicLuir individuai e a recuperação dos valores da An-
ii uni. idi live ram um papel tão importante quanto o esforço
Imi uni.t experiência objetiva da natureza.
I Ven to os renascentistas viam no Tarò, antes de mais na­
da, uni interessante jogo que mostrava, de modo bem genérico,
i prv.oa trilhando um caminho do destino. Tendo partido da
llalla e da França, o baralho tarock ficou conhecido e passou a
i i jogado por muita gente em toda a Europa nos séculos se­
go tules.
Na opinião de eruditos como Antoine Court de Gébelin
i I /.>'), Nìmes — 1784, Paris), um teòlogo apaixonado pelo es-
i in In das mitologias antigas, foram os egípcios que nos legaram
Mconhecimento acerca do destino da humanidade, e este foi-
lios transmitido pelas cartas de Tarò. Para ele, a disposição das
i artas representava um possível caminho de iniciação.
O fato de a história do Tarò não ser conhecida em todos os
detalhes e de haver muitas explicações para a origem do pró­
prio nome “Tarò” torna ainda mais interessante lidar com essas
cartas.
Com tudo o que você agora sabe sobre o Tarò, vai ser um
desafio e tanto descobri-las, brincando, como possibilidade de
licar conhecendo melhor a si mesmo, aos seus pensamentos e
aos seus desejos.
O primeiro contato com o Taro

ara iniciar a sua amizade com o Taró, abra o baralho e exa­


P mine as cartas urna a urna.
Em primeiro lugar, você vai encontrar os chamados arca­
nos maiores (a palavra latina arcanus significa “segredo”), a co­
meçar pelo M a g o , que leva o número I. Os arcanos maiores to­
talizam 22 cartas. A vigésima segunda é o Louco, cujo número
é zero.
Convém enfileirar todas as cartas, lado a lado, e procurar
gravá-las na memoria como os grandes trunfos do baralho.
As 56 restantes, chamadas arcanos menores, subdividem-
se em quatro grupos.
O primeiro deles é o de paus. Tal como os demais grupos,
ele abrange dez ou quatorze cartas, ou seja, do Ás de paus (o Ás
sempre representa o número um) ao X; à parte isso, há as cha­
madas cartas da corte (figuras): o Pajem/Valete, o Cavaleiro, a
Rainha e o Rei. Ao todo, são quatorze cartas por grupo. Alinhe-
as em ordem sobre a mesa. O segundo grupo é o de espadas.
Nele você encontra as cartas de Ás a X desse naipe e, natural­
mente, também o Pajem/Valete, o Cavaleiro, a Rainha e o Rei.
Depois de enfileirar esse grupo sobre a mesa, faça o mes­
mo com os dois seguintes: primeiro as cartas de ouros, depois
as de copas.

12
A estrutura do Taro

s cartas são ordenadas segundo alguns princípios que, na­


A turalmente, você deve conhecer:

i:<
Os arcanos maiores
' .in 22 ;io lodo, numerados com algarismos romanos de I
' I i iulo O l.ouco uma carta adicional correspondente ao
I io
Os arcanos maiores (ou superiores) também se chamam
nimios. Como num antigo dicionário ilustrado, eles represen-
i.im Iodas as instâncias sociais de uma época passada: do impe-
i.idoi aos Lribunais, do poder eclesiástico (O H ie r o f a n t e ) às
loir as “celestiais” ou às “do mal”, como A J u st iç a ou O D ia b o .
M as certas cartas, como O E n f o r c a d o e O M a g o , mostram que
nao se trata apenas da enumeração de tais instituições.
A carta do E n f o r c a d o foi a primeira a que se atribuiu um
significado esotérico. Sua postura, com uma perna dobrada so­
bre a outra, era vista como uma referência a certos símbolos de
antigas sociedades secretas. A série começa com O M a g o , a car­
ia número I, que nos baralhos antigos também aparecia como
jogador ou curinga.
14
Os arcanos maiores
Sao 22 ao todo, numerados com algarismos romanos de I
a XXI, sendo O Louco uma carta adicional correspondente ao
zero.
Os arcanos maiores (ou superiores) também se chamam
Ininfos. Como num antigo dicionário ilustrado, eles represen­
tam todas as instâncias sociais de uma época passada: do impe­
rador aos tribunais, do poder eclesiástico (O H ie r o f a n t e ) às
forças “celestiais” ou às “do mal”, como A J u st iç a ou O D ia b o .
Mas certas cartas, como O E n f o r c a d o e O M a g o , mostram que
não se trata apenas da enumeração de tais instituições.
A carta do E n f o r c a d o foi a primeira a que se atribuiu um
significado esotérico. Sua postura, com uma perna dobrada so­
bre a outra, era vista como uma referência a certos símbolos de
antigas sociedades secretas. A série começa com O M a g o , a car­
ta número I, que nos baralhos antigos também aparecia como
jogador ou curinga.
Os arcanos menores
São designados também como arcanos inferiores. Deles há
um total de 56 cartas numeradas de I a X em cada um dos qu'a-
tro grupos. Além disso, cada naipe conta com quatro cartas da
corte: um Pajem/Valete, um Cavaleiro, uma Rainha e um Rei de
cada naipe.
No Tarò de Waite, os arcanos menores apresentam muitas
cenas. Até podiam ser expostos no saguão de um cinema para
que nos motivassem a assistir a um filme repleto de ação: do
grande amor à dor da despedida, do conquistador antigo ao he­
rói carinhoso, do sofrimento da pobreza ao conforto da vida
abastada. No centro, ficaria o herói ou heroína: você.
A princípio, ninguém teria a idéia de encarar os arcanos
menores como diversas mudanças de cena, pois antigamente
essas cartas não passavam de representações muito estilizadas.
Somente os cartomantes profissionais eram capazes de reco­
nhecer determinados significados nas copas e nos ouros geo­
metricamente distribuídos entre espadas e paus cruzados.
Cada um dos quatro grupos ou naipes dos arcanos meno­
res expressa uma determinada qualidade. No caso, qualidade
significa uma força especial. Pode-se dizer também que todas
as cartas de um naipe são dominadas por um princípio e devem
ser classificadas conforme a sua força ou hierarquia (ver As car­
tas da corte).
A seguir, vamos explicar como essas forças atuam , isto é,
de que se trata, afinal.

Paus
Este naipe representa o elemento Fogo ou, n a linguagem
e na simbologia atuais, a energia. Também é adequado designá-
lo por “força” ou “alegria de viver”.

16
Espadas
( Corresponde ao elemento Ar ou, na linguagem e na sim-
I" '!•'gin atuais, ao intelecto e à razão. Veja que outros termos lhe
0 ni rem, talvez diferenciação e decisão.
Ademais, este naipe apresenta muitas situações extremas,
Un lusive aquelas que nos parecem negativas como a dor, a afli-
1 lo e a cólera. Outro conceito que convém respeitar, no trato
ali este naipe, é o de verdade e o de busca da verdade a ele
ligado.

Ouros
Representa o elemento Terra ou, na linguagem e na sim-
bolngia atuais, a realidade e o senso de realidade, o material -
o eslar com os dois pés firmemente plantados no chão.

Copas
Corresponde ao elemento Água ou, na linguagem e na sim­
bologia atuais, ao sentimento. Outros conceitos são, por exem­
plo, romantismo, sensibilidade, alma e amor.

As cartas da corte
As cartas (ou figuras) da corte aparecem em todos os nai­
pes e despertam uma atenção especial. Remetem à individuali­
dade e à sabedoria em cada princípio. Ademais, assinalam uma
das suas próprias ambições e indicam encontros com outras
pessoas. Ao tirar uma carta da corte, você mesmo deve tratar de
sentir se está prestes a fazer uma “jogada de xadrez” ou se ou-
Ha pessoa vai entrar - simbolicamente, é claro - no seu palco,
no seu espaço.
Há o Pajem/Valete, que assume o papel do iniciante e, em
Iterai, experimenta, ensaia ou executa alguma coisa mental­
mente.

17
Há o C a va leir o , que já ultrapassou a fase de principiante.
O planejamento já se transformou em começo da ação. Você o
vê atuando; transcorre uma ação ou talvez um encontro.
Há a R a in h a , que corporifica a grande soberania, sobera­
nia esta que parte da certeza absoluta. Ela enfatiza um objetivo
alcançado.
Há o Rei , que assumiu a responsabilidade e uma obrigação
concreta. A sua soberania implica a aceitação completa do seu
próprio eu e do dos outros.

IB
19
20
21
Sobre o uso das cartas isoladas

ntes de aprofundar as explicações de cada carta do Taró,


A convém levar em conta alguns esclarecimentos auxiliares.
Em primeiro lugar, você vai encontrar a reprodução de to­
das elas, que vem acompanhada de quatro segmentos explica­
tivos.
O primeiro descreve a situação pictórica e como com-
preendê-la. Decerto lhe ocorrerão algumas outras interpreta­
ções ou talvez você descubra detalhes não totalmente explica­
dos. Deixe que esses pensamentos continuem atuando sobre
você e, se os achar importantes, use-os para si mesmo.
O segundo segmento, sob a rubrica “[...] lhe permite sa­
ber...”, deve dar respostas claras às suas perguntas. Você vai ver
que, em geral, são diversos pensamentos que podem estar rela­
cionados entre si.
O terceiro segmento procura ajudá-lo a entender o que se
passa entre você e determinada pessoa. Talvez se trate de al­
guém que o irrita, o enerva, provoca-lhe raiva ou o atemoriza.
Essa explicação se propõe a ajudá-lo a ter uma imagem clara da
motivação dessa pessoa. Tal afirmação se apresenta de forma
um pouco menos concreta, descrita sobretudo com pontos de
interrogação imaginários, para que você, ao mesmo tempo,
possa descobrir alguma coisa sobre você mesmo.
Para concluir, todas as cartas vêm acompanhadas de um bre­
ve resumo, caso você tenha urgência em descobrir alguma coisa.

22
Neste segmento, você encontra três símbolos: o pequeno
príncipe i- conta-lhe o que fazer quando você estiver se sentin­
do desamparado; o coração mostra o que é mais importante,
caso você esteja apaixonado; e a casa M dá dicas para a solução
de problemas na escola, no trabalho, com os amigos e no lar.
Antes, porém, há mais uma frase da bruxa inteligente que
é preciso levar a sério. Aqui você é convocado a assumir uma
relação com a pessoa que um dia pode vir a ser ou sempre foi.
Até certo ponto, a bruxa ou o mago inteligente é a parte
oculta e cada vez mais forte da sua personalidade, que nunca fi­
ca desconfiada, não perde o equilíbrio e encara com serenidade
todos os acontecimentos da vida.
O bom observador tem muita autoconsciência, é irônico e
mantém certa distância de tudo.

Para terminar, mais uma dica:

Caso uma informação da bruxa inteligente lhe pareça par­


ticularmente enigmática ou adequada, anote-a num cartão e le-
ve-a sempre com você até finalmente compreender o que ela
significa.
o O Louco

zero (cifra árabe, tem origem no indiano e significa “nada")


O dá muito que pensar no interior da rigorosíssima nume­
ração romana.
Talvez essa “mudança de estilo” signifique algo muito es­
pecial - quem sabe a passagem do velho para o novo?
Alegre, despreocupado e cheio de confiança, o louco (tam­
bém conhecido como o bobo) avança com seu cachorrinho
branco. Olha para o futuro e, embora esteja à beira de um abis­
mo, não cai. Ele mostra que nós podemos ter novas experiên­
cias sem correr o perigo, nesse estágio, de nos precipitarmos no
vazio.
A cadeia de montanhas, no fundo, apresenta geleiras relu­
zentes. Para chegar a esse mundo tão alto e puro, o louco teve
de abandonar muita coisa. Só leva consigo uma trouxinha. A
rosa branca em sua mão e o cachorro indicam uma relação de
amor com a natureza, sobretudo com a natureza cultivada, do­
mesticada.
O Louco lhe permite saber...
...que cada um entende a natureza ao seu modo.
...que, na sua família, você é a exceção.
...que uma rápida mudança de sonhos pode lhe ser perigosa.
...que a sua realidade é um tanto excêntrica para este tempo.
...que você pode ter a felicidade de um dançarino sonhador,
mas não deve confiar muito nisso.

Caso você tenha perguntado sobre outra pessoa: não é de admi­


rar que esteja fascinado ou indignado...

Em tal situação, uma bruxa inteligente fica animadíssima.

Não se preocupe.

Pode ser que sim, pode ser que nao.

Fique tranqüilo.
ma pessoa impressionante está à sua frente, fita-o, enxer­
U ga através de você. Seus olhos são destemidos; seu corpo,
ereto. Está em um mar de lírios brancos e rosas vermelhas, sím­
bolo da pureza da alma e do amor (espiritual) divino.
Na mesa quadrada diante dele, há quatro objetos mágicos:
a taça, o bastão, a espada e a moeda.
O mago conhece os seus instrumentos e se serve desse co­
nhecimento para resolver as tarefas. Entra e sai do labirinto da
vida. Ergue a mão direita, com a vara de condão, e, com a es­
querda, aponta para baixo: sabe onde está o em cima e o embai­
xo e nunca perde a visão geral. É destemido porque sabe que se
preparou bem; enfrenta os desafios da vida com a consciência
aguçada.
C) Mago lhe permite saber:
...que você está ou logo estará numa situação muito significativa.
...que o equilíbrio entre sonho e realidade lhe é importante.
...que você está sendo convocado a agir.
...que é mais bem dotado do que talvez imagine.
...que não deve agir antes de escolher as ferramentas: sentimen­
to e razão, energia e o material necessário.

Caso você tenha perguntado sobre outra pessoa: há um mestre


à sua frente.

Uma bruxa inteligente olha bastante antes de julgar.

Não há motivo para desespero, o mundo lhe pertence.

Você deve ser ativo - se quiser.

Você afirma o seu lugar.


qui o mundo está repleto de segredos, a sacerdotisa tem o
A olhar penetrante como o do mago. No entanto, está insta­
lada num lugar bem protegido. É suficientemente paciente e sá­
bia para esperar. Sua atitude calma no trono mostra que o saber
pode se desenvolver a partir da serenidade. Assim como a Lua
aos seus pés é um crescente, ela sabe que as coisas estão sem­
pre em transformação e vão se arredondar. Junto dela, há duas
colunas, uma branca e uma preta. Representam as trevas e a luz.
As letras B e J lembram as colunas do Templo de Salomão, um
dos governantes mais sábios da Antigüidade. O B é de Boaz e
significa “Nele está a força”, e o J quer dizer Jachin, que signi­
fica algo como “Ele fundará”. As romãs na cortina estão dispos­
tas na forma da Árvore da Vida e simbolizam a beleza, a pleni­
tude e a fecundidade femininas. A sacerdotisa sabe que está sob
a proteção dessa cortina e tem algo interessante para ler: a To­
rà, os cinco livros de Moisés.
A Sacerdotisa lhe permite saber:
...que é preciso esperar tranqüilamente.
...que as respostas já estão a caminho.
...que é necessário dar uma atenção homogênea aos elementos.
...que você não deve agir.
...que precisa prestar atenção aos seus sonhos.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: ela é uma


boa mestra; procure aprender a resistir ao seu olhar.

Uma bruxa inteligente pode consentir em ser observada.

Algo vai mudar em breve.

Fique passivo por enquanto e aguarde.

Ninguém pode obrigá-lo a agir.

29
Ili - A Imperatriz

m meio a um trigal, a imperatriz está reclinada numa almo­


E fada de felpa. Decerto é uma mulher muito romântica; afi­
nal, descansa sobre um coração, ainda que na forma de um ban­
co de pedra. Leva uma coroa de estrelas, um cetro e um globo,
que simboliza o nosso planeta. Portanto, é senhora do decorrer
do ano e da Terra.
Tudo ao seu redor representa a força vital que ela corpori­
fica; é o símbolo das energias do crescimento e do solo fértil, on­
de brota tudo quanto é novo. Essas propriedades também se ex­
pressam claramente no símbolo de Vênus no coração de pedra.
Uma vez mais, estamos diante de uma pessoa que mantém
a serenidade. Porém, algo em seu olhar mostra a sua disposição
para agir. É fácil imaginar que nela há raios e trovões. Por ou­
tro lado, estamos diante de uma pessoa muito tranqüila.
A IMPHRATRiz lhe permite saber:
..que você se encontra em uma fase muito positiva e criativa.
...que tudo está ao seu dispor em abundância,
que você deve instalar o seu trono no devido lugar, seja num
campo de futebol, seja num salão de balé, seja simplesmente
no seu quarto.
...que, além disso, você deve se sentar no trono.
...que, no momento, trata-se da sua esperança, da sua coragem
e da sua alegria.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: deixe-se


impressionar, mas não ofuscar.

Uma bruxa inteligente é capaz de usar até uma cadeirinha de


praia como trono.

Talvez lhe convenha deixar de lado certos admirado­


res e procurar um amigo de verdade.

Você está com os trunfos na mão.

Há um lugar especialmente bom para você.

31
IV - O Imperador

le não se mostra tão sereno e relaxado quanto a rainha.


E Aliás, seu trono é bem grande e não tem almofada, de modo
que o imperador não deve passar muito tempo sentado ali. Do
contrário, teria vestido uma roupa mais còmoda e tirado a ar­
madura de ferro que aparece por baixo de seu manto vermelho.
Será que ele está à espera de um visitante indesejável? Parece
que pretende impressioná-lo. Afinal, segura com firmeza tudo
que o caracteriza como imperador: o cetro e o globo; portanto,
ele incorpora o poder, o direito e a ordem. A força e a determi­
nação expressas em seu olhar mostram claramente a sua dispo­
sição em defender o que conquistou. No fundo, há uma cadeia
de montanhas desconhecida, indicando que o trono do impe­
rador se acha num lugar muito elevado. É um sinal da sua po­
sição superior. Percebe-se que ele não acha graça nisso. O rio,
ao fundo, pode ser o limite do seu reino. No trono, vêem-se
quatro cabeças de carneiro, outro símbolo do imperador. São
sinais da erupção da força e do poder. Em termos simbólicos,
correspondem a Marte, o deus da guerra, e enfatizam o elemen­
to combativo pela tentativa de transformar em realidade planos
há muito tempo cultivados.

i2
I ) ImpiírADOR lhe permite saber:
,quc a luta só termina quando você se dispõe a despir a “arma­
dura”.
,que talvez você pareça inatingível.
..que precisa traçar os limites onde o seu reino começa e ter­
mina.
que deve reconhecer os limites dos outros.
. .que ser o manda-chuva nem sempre é um trabalho agradável.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: deixe-se


impressionar, mas não permita que mandem em você.

Uma bruxa inteligente sabe que um trono só é bom/agradável


quando a gente pode se sentar nele de jeans.

Talvez você deva descobrir se é importante ser sem­


pre o chefe.

No momento, você anda realmente indiferente.

Imponha-se.
qui nós estamos em plena inauguração da cultura ociden­
A tal. Há cerimônias e rituais. Há um que sabe e um que, evi­
dentemente, tem perguntas a fazer.
O hierofante (em grego: “aquele que explica as coisas sa­
gradas”) também é denominado sumo sacerdote. Tal como a sa­
cerdotisa, aparece sentado entre duas colunas.
As duas chaves cruzadas, aos pés do sumo sacerdote, mos­
tram que ele tem acesso ao âmbito do consciente e do incons­
ciente. Leva na mão esquerda um báculo de bispo. Isso signifi­
ca que, ao contrário do imperador, ele governa primeiramente
com o coração. Tem a mão direita erguida num juramento, ges­
to que simboliza o significado oculto das coisas, a fé. As duas
pessoas à frente parecem sujeitar-se à autoridade do hierofante;
ouvem suas explicações acerca das coisas desconhecidas e das
doutrinas da fé.

M
O Hierofante lhe permite saber:
...que você está à procura do significado da vida em dois tipos
de companhia.
...que, para você, os rituais e as cerimônias podem ser uma ne­
cessidade. (Tenha cuidado ao escolher.)
...que você, com as suas perguntas, talvez se dirija com exces­
siva freqüência às autoridades.
...que há questões abertas a esclarecer.
...que você tem mais liberdade quando não está no alto de um
pedestal.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: seja aber­


to, mas não absorva tudo feito uma esponja.

Uma bruxa inteligente sabe que não vale a pena perguntar na­
da a quem precisa de um pedestal.

Desça do pedestal.

Há algo que aprender.

Seja leal e seja o seu próprio mestre.


o ver esta carta, pensa-se imediatamente em Adão e Eva.
A A historia de Adão e Eva é urna das historias de amor mais
antigas do mundo. Na verdade, trata-se de um mito ocidental.
As duas árvores, a do conhecimento e a da vida, simbolizam as
oposições extremas que, quando estão em nós, determinam a
nossa vida e podem ser superadas pelo amor. A presença do an­
jo realça a imperiosa necessidade humana de amar.
Os Enamorados representam o encontro amoroso de duas
pessoas, mas também uma decisão do coração. Só quando to­
mamos uma decisão plenamente consciente e somos conse-
qüentes com ela é que conseguimos ser felizes. Isso é especial­
mente válido quando se trata da decisão por um amigo ou uma
amiga.

ih
Os E n a m o r a d o s l h e p e r m ite s a b e r :
...que um dos dons especiais do ser humano é o de designar o
amor como um dos maiores.
...que é possível que o amor venha ao seu encontro.
...que uma ligação amorosa muito próxima de você o influencia.
...que você está muito ligado a outra pessoa.
.. .que o amor é urna coisa com que você sempre voltará a se en­
contrar.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: existe al­


guém que pode sentir exatamente como você.

Uma bruxa inteligente sabe que, sem amor, a vida seria terrivel­
mente maçante.

Não pode ser, pois, no momento, você é muito impor­


tante.

Sentimentos profundos o definem, e ocorre um en­


contro importante.

Você precisa tomar uma decisão.

37
V II - O C arro

izem que, no Egito antigo, os faraós, com a sua vontade


D mágica, mandavam os leões puxarem as carruagens reais.
Nesta carta, uma esfinge preta e uma branca estão diante do car­
ro, aguardando a ordem do condutor. Platão considerava tal
Carro a imagem da própria alma humana.
Lembre-se do que dissemos na introdução ao exame das
imagens. É preciso usar a fantasia para “pintar” as rédeas nas
duas criaturas carrancudas que olham para a frente. E, de fato,
as rédeas representam a nossa imaginação. O condutor é um be­
lo rapaz com duas Luas nos ombros e um amuleto quadrado no
peito, que o caracterizam como governante terreno. Presume-
se que ele ainda não decidiu qual há de ser o destino da viagem:
no mínimo, para fora da cidade.
O Carro lhe permite saber:
...que há mudanças iminentes.
...que talvez você se mude ou faça uma viagem.
...que não é preciso ter carteira de habilitação para avançar.
...que as esfinges só sairão do lugar se você tiver as respostas
certas.
...que, no entanto, elas também reagirão se você fizer as pergun­
tas certas.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: alguém es­


tá se aproximando ou se afastando de você.

Uma bruxa inteligente sabe que basta uma imaginação firme


para pôr as coisas em movimento.

Você tem um objetivo.

Alguma coisa pode começar a mudar.

Há uma mudança iminente.

39
V IH - A F o rça

o centro, há uma mulher com um leão. Nós aprendemos


N a arte de abrir ou fechar a boca do leão no sinuoso cami­
nho da nossa própria força.
Aqui se trata de força de vontade, ou seja, de uma força
associada a um pensamento vigoroso e grande. A energia desse
pensamento é tão forte quanto o leão. Às vezes, nós temos algo
semelhante a um leão dentro de nós, e ele é mais forte do que
imaginamos. Nós queremos fazer algo, mas não conseguimos -
pelo menos é o que pensamos.
Na carta, a delicada moça vestida de branco mostra que é
através de nós mesmos que desenvolvemos a força e que pode­
mos dominar o leão em nós, ou seja, fazer aquilo que nos jul-
gávamos muito fracos para fazer.
O Taró atribui um grande significado a essa carta: tradicio­
nalmente, estampando o número romano XI, ela ocupava um
lugar central entre os arcanos maiores.

40
A F orça lhe permite saber:
...que a decidida brandura é a base do poder.
...que os sentimentos podem nos tolher nas situações difíceis.
...que a concentração serena corresponde à força do leão.
...que conhecer a própria força faz com que valha mais a pena
viver a vida.
...que medir forças com os outros nunca dá certo se você não
tiver medido a sua força em si mesmo.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: os outros


também se exercitam na arte da autodisciplina.

Uma bruxa inteligente sabe que essa força pode demorar um


pouco a se desenvolver.

Mostre quem você realmente é.

Você encontra o seu desafio.

Agora se trata do todo.


IX - O E r e m ita

ós compreendemos de pronto que esse homem tranquilo


N não precisa de muita variedade. Não parece estar sentin­
do falta de nada. Com a lanterna erguida, tem o olhar voltado
para o chão. É possível que sob seus pés haja uma camada de
gelo que se desprendeu. Mas talvez ele apenas tenha descober­
to algo que lhe é desconhecido. No entanto, ele não mostra ne­
nhuma disposição em se inclinar e soltar a lanterna ou o caja­
do. Nesse isolamento, está protegido da influência alheia.
Um eremita é um solitário, uma pessoa que se apartou das
outras por tempo indefinido. Quer sossego, quer viver a si mes­
mo e chegar a um novo conhecimento. Todas as culturas conhe­
cem o eremita. Eles se refugiam na solidão da natureza e geral­
mente são respeitados como sábios. Mas, com muita frequência,
zomba-se deles, pois as pessoas não conseguem aceitar que, a
sós, talvez se aprenda mais sobre si do que no interior de um
grupo.
O E remita lhe permite saber:
...que você pode escolher um período de solidão.
...que há uma força oculta no estar sozinho.
...que a luz que ilumina aguarda junto de você.
...que lhe é necessário afastar-se do excesso de atividade.
...que você está no caminho da sua própria força.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: pode ser


alguém que está precisando de sossego tanto quanto você.

Uma bruxa inteligente sabe que a distância adequada permite


ver melhor.

Você não está abandonado, apenas distante.

Com um pouco mais de distância, você enxerga melhor.

Não se deixe dobrar: você precisa de mais distância.


X - A R o d a d a F o rtu n a

s criaturas nos quatro cantos desta carta gostam de livros.


A Elas lêem, apóiam-se neles, escrevem: anjo, águia, touro e
leão. Na astrologia, essas figuras simbolizam os quatro elemen­
tos Ar (espadas), Água (copas), Terra (ouros) e Fogo (paus).
Um ser humano com cabeça de chacal leva um disco enorme
nas costas, que lembra um relógio de sol. Esse disco represen­
ta a roda da fortuna. Sobre ele há uma esfinge azul com uma es­
pada. Está sentada acima do T da palavra Taró escrita na circun­
ferência do disco. Vêem-se símbolos astrológicos e letras
hebraicas. Os homens sempre se empenharam em guardar pa­
ra si os seus segredos e, para tanto, os adornaram com muitas
designações e símbolos especiais.
Nesta carta tudo parece fora da realidade; um mundo de
seres fabulosos que as pessoas conceberam a fim de dar signifi­
cado à sua vivência cotidiana. Talvez, por medo de inimigos po­
derosos, também para criar protetores benignos para si.
A Roda da fortuna lhe permite saber:
...que agora é uma boa hora para mudar.
...que um desafio o aguarda.
...que você pode ter muita sorte.
...que precisa conhecer os seus objetivos.
...que deve aproveitar as oportunidades.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: ela pode se


envolver de modo decisivo.

Uma bruxa inteligente sabe que é preciso esperar a hora certa.

As mudanças fazem com que o seu coração bata mais


depressa.

Boas oportunidades para novos sentimentos na vida.

Aventure-se no novo.

45
X I - A Ju s tiç a

omo entrar em contato com o mundo dessa mulher seve­


C ra que tudo decide? Que é justiça? Todos nós já dissemos
pelo menos urna vez na vida: “Que injustiça!” Nota-se o apru­
mo da mulher, o seu olhar firme, a posição equilibrada de seus
braços: com a mão direita, ela empunha uma espada poderosa;
com a esquerda, segura uma balança. Dizem que a metade es­
querda do corpo obedece aos impulsos do hemisfério direito do
cérebro, que corresponde à estrutura de pensamento feminina,
ao passo que a metade direita do corpo obedece aos impulsos
do hemisfério esquerdo do cérebro, associado à estrutura de
pensamento masculina. Neste caso, pode ser que os pratos da
balança tendam para a esquerda ou para a direita conforme as
impressões que vão surgindo, mas a espada torna visíveis as de­
cisões tomadas.
No Taró, as Espadas representam a razão e, muitas vezes,
as decisões e as incisões ou cortes. Aqui há muita serenidade.
No fundo, uma cortina violeta encobre o mundo luminoso do
Sol. Ela dá a necessária proteção à justiça.
A J ustiça lhe permite saber:
...que você só deve tomar decisões se estiver tranquilo.
...que, para avaliar uma situação, tanto a razão quanto a capa­
cidade de sentir são importantes.
...que a justiça não precisa de regras nem de códigos legais.
...que a justiça é impossível numa situação conturbada.
...que a justiça é rara na nossa época e sempre precisa ser exer­
citada.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: não faça


nada que lhe perturbe a serenidade.

Uma bruxa inteligente sabe que o julgamento que fazem de vo­


cê nunca é tão importante quanto o que você mesmo faz.

Trate de confiar tanto nos seus sentimentos quanto na


sua razão.

De nada serve ruminar sozinho.

Fique totalmente no seu centro.


X II - O E n fo rc a d o

0 E n fo rca d o

ara entender esta carta, é bom virá-la de cabeça para baixo,


P de modo que o nome fique no alto. Observe esse belo ra­
paz apoiado a uma armação de troncos de árvore; seu cabelo dá
a impressão de ter sido esticado à custa de muito gel, a auréola
luminosa em sua cabeça pode muito bem vir de um refletor. Ele
parece prestes a estender os braços e dar um salto gracioso dian­
te da platéia. Agora torne a colocar a carta na posição correta.
O laço no pé direito é que prende o rapaz, mas o impede
de mudar de posição. É possível que, com as mãos às costas, ele
esteja se segurando no madeiro vertical. Em tal situação, não
pode fazer perguntas nem dar respostas. Seus pensamentos se
dissolvem em muitas imagens; ele se sente como uma pessoa
que sonha; sonha-se a si mesmo e se reinventa.
O E nforcado lhe permite saber:
...que todas as possibilidades de reviver estão em você mesmo.
...que uma fase de relaxamento perfeito é o pré-requisito para
entrar no mundo dos sonhadores.
...que técnicas como a ioga podem lhe proporcionar esse rela­
xamento.
...que a permanência no mundo dos sonhadores sempre é tem­
porária.
...que o mundo dos sonhadores significa um processo criativo
de transformação.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: em sua ca­


beça, agora, estão surgindo muitas imagens novas.

Uma bruxa inteligente sabe que, para nos encontrarmos a nós


mesmos, não há necessidade de enfiar o pé no laço e tampou­
co há necessidade de um madeiro. No entanto, é preciso con­
tar com um apoio firme.

Agüente-se até que as imagens se modifiquem dentro


de você.

No momento, você não tem muito ímpeto.

Mude de ângulo e, eventualmente, também de ponto


de vista.
X III - A M o rte

sta carta mostra uma antiga representação da morte corno


E cavaleiro apocalíptico. Por morte, nós entendemos o firn:
firn da vida e da vivência. O medo se vincula à idéia de morte. A
morte não é concebível. Eia é incerta e, no entanto, certissima.
Nós enfrentamos permanentemente o certo e o incerto.
Quanto você já não receou uma situação nova? Como tudo pa­
receu incerto durante alguns dias, mas com que certeza você sa­
bia que encontraria um lugar novo ! O fim de uma coisa sempre
significa o começo de outra. Nem mesmo um zero na prova fi­
nal tem o poder de abatê-lo, apenas significa o fim de uma luta
exaustiva e uma chance de recomeçar. Nada mais natural, se es­
ta carta sair quando houver um caso de morte próximo de vo­
cê. Mas ela não significa que a morte está por perto.
A rosa branca no estandarte da Morte simboliza clarifica-
ção e pureza. As diferentes atitudes das pessoas apresentadas
mostram que tudo tem a ver com processos de clarificação.

50
A Morte lhe permite saber:
...que começo e fim se complementam.
...que suportar a incerteza nos dá força.
...que certeza e incerteza se complementam.
...que você quer concluir uma coisa e iniciar outra nova.
...que você teme um fim, embora um novo começo o aguarde.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: esteja dis­


posto a terminar para recomeçar.

Uma bruxa inteligente sabe que podemos usar os medos para


avançar.

Você está vivendo uma grande mudança.

Talvez alguma coisa termine para que outra nova co­


mece.

Você sabe que agora precisa haver mudanças.

SI
X IV - A T em p eran ça

o observar esta luminosa forma angelical, alta e com duas


A taças de ouro nas mãos, deve ser difícil imaginar o que ela
tem a ver com você. Ademais, no jardim do palácio também há
tanques românticos, com lírios amarelos. Perto de nós, geral­
mente não há colinas distantes nem um longo caminho rumo
ao horizonte.
Portanto, a imagem deve ser encarada, simbolicamente,
como um lugar entre a água e a terra. A temperança está com
um pé na água e o outro tocando a margem. Pode-se imaginar
que o anjo veio pelo longo caminho a fim de experimentar al­
guma coisa neste pequeno tanque. Talvez queira saber se o con­
teúdo de uma taça cabe na outra. Ou quem sabe quer misturar
o conteúdo das duas.
Aqui se alcança a temperança quando se acha a medida
certa, por exemplo, entre sentimento e razão ou entre os pró­
prios desejos e os alheios, ilusão e realidade. E, possivelmente,
convém lembrar que a temperança tem a ver com exame e me­
dição.
A T emperança lhe permite saber:
...que você não deve deixar para os outros o exame da sua pessoa.
...que precisa descobrir o que há na sua taça.
...que está disposto a se comportar adequadamente.
...que o lugar que você escolher é importante para a qualidade
do seu equilíbrio.
...que o seu pé esquerdo pode perfeitamente sentir a terra; e o
seu pé direito, a água.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: não se dei­


xe desviar.

Uma bruxa inteligente sabe que existem elementos misturáveis


e imisturáveis.

Agora você tem uma oportunidade de encontrar o seu


equilíbrio.

Não se engaje demais.

Você tem de ponderar e averiguar o que está em ques­


tão aqui.
X V - O D ia b o

ma mulher e um homem se encontram numa situação de­


U sagradável. Ambos estão acorrentados a um aro de ferro
fundido preso a um bloco irremovível, que simboliza o obstina­
do pensamento material. No entanto, as correntes estão tão
frouxas em seu pescoço que eles podem se livrar a qualquer mo­
mento. Nenhum deles se interessa pelo outro; nem se olham;
cada qual está sozinho, absorto nos próprios pensamentos.
O diabo, acocorado no bloco, aparece com asas de morce­
go. Ele incorpora o nosso lado obscuro, ou seja, todas as coisas
que nós não queremos reconhecer. Os chifres que nascem na
testa das duas pessoas significam a presunção de levar demasia­
das correntes. E a cauda de folha de parreira simboliza o apego
exagerado ao prazer, enquanto a de fogo chama claramente a
atenção para a excessiva proximidade do diabo. O que se mos­
tra aqui é o quanto a dependência limita a nossa liberdade.
O Diabo lhe permite saber:
...que as correntes servem para ser retiradas.
...que nós precisamos nos olhar se quisermos conversar.
...que você tem tendencia a se entregar.
...que em épocas obscuras, você se sente mais dependente do
que é.
...que você está sendo convocado a testar a sua liberdade na sua
realidade.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: as corren­


tes dela são um retrato das suas.

Uma bruxa inteligente sabe que nós todos ficamos acorrenta­


dos às vezes.

Você está enredado em uma dependência. Liberte-se

Diga para si mesmo: eu sou livre e gosto de ser livre.

Não se deixe ofuscar.


X V I - A T o rre

A Torre

s duas pessoas, na carta, não instalaram pára-raios quan­


do ainda era possível. Uma torre alta num penhasco mais
alto ainda, que significa isso? Estar lá em cima, ter uma vista
que ninguém tem. Ser insuperável. Parece óbvio que é o tipo da
coisa que vale a pena tentar. Muitas pequenas chamas acompa­
nham a queda de ambos. Símbolo da muita energia que não os
abandona, mas que, no pânico, ainda não foi reconhecida.
Os dois parecem mais irritados do que assustados. Talvez
já contassem com essa queda. Anuncia-se um temporal. Tudo
lembra o poder superior. Como a carta não os mostra estatelan­
do-se no chão, é de supor que o que importa é a queda em si.
E, além disso, partimos do princípio de que os habitantes
da torre continuarão caindo. Só que já não da torre.
A T orre lhe permite saber:
...que, no momento, a sua autoconsciência está passando por
uma grande crise.
...que está acontecendo uma coisa com a qual você já contava.
...que a queda consciente protege contra o estatelamento.
...que, nas situações perigosas, convém abrir bem os olhos.
...que você deve manter as suas energias em movimento.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: cuidado.

Uma bruxa inteligente sabe que os melhores livros não teriam


sido escritos e as melhores músicas não teriam sido compostas
se não fosse possível sobreviver às quedas.

Solte seja lá o que for.

Por ora, pode haver uma desilusão.

Não se deixe atropelar.

57
XVII - A Estrela

ntre os arcanos maiores, constata-se que certos temas rea­


E parecem com variações. Esta carta lembra muito a “Tempe­
rança”. Uma figura feminina aparece com um pé na água e o ou­
tro na margem, onde está ajoelhada. Com um jarro de barro em
cada mão, ela verte água. Verte-a onde já há água e verte-a on­
de é necessária. E observa com atenção o que a mão direita faz,
mas, ao mesmo tempo, deixa a esquerda trabalhar sem nenhum
controle. O consciente e o inconsciente são representados da
mesma forma. A direita sabe o que a esquerda faz. A carta mos­
tra a união com a natureza, enquanto a razão instiga a agir. Mos­
tra que aqui a autoconsciência está madura, que essa pessoa sa­
be que pode confiar em si própria. Simultaneamente, também,
se apresenta o fazer lúdico, que, tal como o brincar com água e
areia na praia, desperta a nossa criatividade e nos permite viver
o presente com mais satisfação.
A E streia lhe P'™“ e ^ “ metrla fantastiea e pode d e s c a e r .

r irr :w— *>— ^pode


voltar a esse boni estado.
há de alcançá-lo no momento.
...que nmguem
ensiua o
...que a brincadeira que ensina wfasana.
----------
período tão bom para aprender quanto
...que nunca houve um
agora.
r. ela está
Caso você tenha perguntado acerea de outra pessoa:
deslumbrada.

v ntp sabe aue a atividade lúdica é indispen-


Uma bruxa inteligente sabe q
sável para a descoberta do novo.

Que bom que você pode descansar.

á relaxado e, por isso mesmo, feliz.


il Você esta

SI Aproveite esse tempo favorável.

59
X V III - A L ua

A L ua

e o Sol acompanha o nosso pensamento ligado à atividade,


S a Lua estimula em nós a capacidade de sentir, de sonhar e
de descobrir a que aspiramos.
Na carta, vemos uma paisagem árida, montanhas distan­
tes, torres distantes, enfim, um objetivo igualmente distante.
Um cachorro, um lobo e um caranguejo olham, fascinados, pa­
ra a Lua.
As torres significam a passagem para metas desconheci­
das. A Lua faz com que o real pareça irreal; e o irreal, real. A vi­
da acontece entre a irrealidade e a realidade: a vivência do dia-
a-dia, a vivência dos sonhos noturnos. Os raios de luz que
cercam a Lua indicam que algo dela permanece mesmo muito
depois do nascer do Sol. O caranguejo na água simboliza o ins­
tinto vital primordial. O lobo recorda o instinto que vive em ca­
da um de nós, ao passo que o cão é ajustado, desenvolveu a ami­
zade e a capacidade de aprender. O ser humano também deve
provar constantemente que não é um ser primitivo, que faz jus
à sua humanidade.

60
A Lua lhe permite saber:
...que, no momento, surge algo muito esquisito ou que lhe dá
medo.
...que você está vivendo uma inquietude ligada a metas distantes.
...que a sua percepção não se pode explicar pelo palpável.
...que esta não é uma boa hora para planos reais.
...que você tem oportunidade de aprender algo que só mais tar­
de conseguirá compreender totalmente.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: a irrealida­


de dela não é a sua realidade.

Uma bruxa inteligente pode, sob o luar, olhar o próprio


coração.

Procure ser o mais realista possível.

Não se deixe enganar.

Seja o melhor amigo de si mesmo.


X IX - O So l

ol e girassóis, que bela imagem de fim do verão! Aqui, os gi­


S rassóis não se voltam para o Sol, mas se sentem atraídos pe­
la criança nua que cavalga seu cavalo branco. Adornada com
plumas vermelhas, ela é forte o bastante para agitar uma bandei­
ra triunfal. O que dá a essa criança uma radiancia vigorosa a pon­
to de igualá-la ao Sol? Ela se encontra do outro lado do muro, is­
to é, está livre. Graças a essa liberdade, está feliz e contente.
O Sol nos dá a luz, o calor, o dia, o verão, a energia. A
criança encontrou tudo isso em si mesma. Por isso agita uma
bandeira enorme, para proclamar que é facílimo se sentir livre
por dentro. Com os braços abertos, ela exprime a sua abertura
para tudo e para todos, uma atitude positiva e muita alegria de
viver.
O Sol lhe permite saber:
...que ser criança é uma arte que os adultos precisam reaprender.
...que uma atitude aberta para tudo quanto é novo faz milagres.
...que, mesmo sem bandeira vermelha, não há dúvida quanto a
quem é o vencedor.
...que você pode viver um período maravilhoso, sem problemas.
...que a sua liberdade não procura ser exterior, e sim interior.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: que bom


que ela existe!

Uma bruxa inteligente de vez em quando agita uma bandeiri-


nha vermelha, mas uma bandeira invisível.

Tenha confiança, tudo vai de vento em popa.

Aproveite o momento ensolarado.

Não há por que se preocupar.


X X - O Ju lg a m e n to

imaginação do mundo ocidental medieval culmina na pro­


A fecia do Juízo Final; o dia em que os mortos ressuscitarão
para ser julgados juntamente com os vivos. Tal idéia do fim do
mundo sempre influenciou os homens. No entanto, a imagem
estampada na carta não causa nenhuma inquietação. A atitude
serena e relaxada das pessoas mostra que elas estão de acordo
com a intervenção celestial. Os braços estendidos da mulher, à
direita, mostram que ela está em estreito contato com o ressus-
citador celestial. A criança ressuscitada, no primeiro plano, pa­
rece totalmente concentrada na outra criança à sua frente. O ho­
mem continua admirado com o anjo, talvez ainda não consiga
acreditar em seus próprios olhos. Mas ninguém se sente sozinho
em sua percepção. Aqui há um poder mais forte do que todos os
outros. Um poder capaz de libertar as pessoas até mesmo da es­
curidão do túmulo —por pesada que seja a laje sobre ele.
O J ulgamento lhe permite saber:
...que o “Juízo Final” não produz necessariamente uma sensa­
ção de fim do mundo.
...que há diversas formas de consciência.
...que o indivíduo desperta e, com ele, as pessoas que lhe são
estreitamente ligadas.
...que estar desperto dá alegria.
...que você deve pensar nas pessoas que fazem parte da sua ex­
periência atual.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: talvez ela


esteja precisando da sua ajuda.

Uma bruxa inteligente já viu vários “Juízos Finais”.

Em breve tudo será diferente.

Você está vendo alguém com outros olhos.

Muitas boas oportunidades para uma convivência


sincera.
coroa de louros, que desde a Antigüidade simboliza o fe­
A liz vencedor, serve de digna moldura para a mulher que
percorre o Universo com passos de dançarina, aparentemente
sem destino certo. Ela tem nas mãos dois bastões brancos. O
mundo pertence a essa pessoa otimista. Não foi por acaso que
se escolheu uma mulher para compor a imagem: trata-se do la­
do feminino do ser humano, que se afirmou ludicamente.
Isto se refere a um dom especial do homem, a sua inteli­
gência criativa, que se orienta pela percepção sutil e não se dei­
xa abalar por nenhuma insegurança. A pessoa se movimenta
na lei da harmonia do Universo. “O Mundo” nos mostra o que
significa presença consciente, viver confiando na própria voz
interior.
Com esta carta, chegamos ao fim dos arcanos maiores e,
assim, em sentido figurado, também nós vivenciamos um aca­
bamento. Contudo, tanto como meta final quanto como esta­
ção intermediária - em breve tudo recomeçará do zero.
O Mundo lhe permite saber:
...que as suas percepções estão certas.
...que você pode se sentir protegido.
...que está vivendo um período muito feliz.
...que soube escolher bem a sua posição.
...que lhe é possível um avanço.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: é a pessoa


certa, na hora certa, no lugar certo.

Uma bruxa inteligente já não consegue imaginar a vida sem a


experiência aqui acumulada.

Tudo no lugar certo na hora certa.

Deve ser sempre assim.

67
O Mundo lhe permite saber:
...que as suas percepções estão certas.
...que você pode se sentir protegido.
...que está vivendo um período muito feliz.
...que soube escolher bem a sua posição.
...que lhe é possível um avanço.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: é a pessoa


certa, na hora certa, no lugar certo.

Uma bruxa inteligente já não consegue imaginar a vida sem a


experiência aqui acumulada.

Tudo no lugar certo na hora certa.

Deve ser sempre assim.

67
O Ás de Paus

os quatro ases do Taró, dois têm orientação ativa; e dois,


D passiva. O Ás de paus faz parte das cartas ativas. A mão
saindo da nuvem representa o princípio do direcionamento pa­
ra a meta. As folhinhas verdes que brotam do grosso bastão de­
notam uma madeira ainda fresca, cortada recentemente. A ver-
dejante paisagem primaveril, o brando correr do rio mostram,
possivelmente, o trabalho humano e o cultivo da terra. Com to­
da a certeza, o castelo erigido num lugar alto testemunha a in­
tenção humana de aqui se fixar durante muitas gerações e do­
minar o panorama. A luminosidade, que também neste Ás
acompanha a misteriosa mão nebulosa, indica um campo ener­
gético cheio de tensão, sugerindo vigor e determinação. O nai­
pe de paus representa o elemento Fogo e, por isso, também o
reforço da nossa vontade e de nossas convicções.
O Ás d e pa us lh e p e r m i t e s a b e r:
...que um objetivo concreto exige muita energia.
...que você pode empreender tranqüilamente algo a longo prazo.
...que vai conseguir aquilo a que se propuser.
...que a energia que aqui lhe é dada de presente visa o seu cres­
cimento interior.
...que, em primeiro lugar, você precisa conhecer bem essa
energia.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: repare bem


como a energia dela anda.

Uma bruxa inteligente sabe que energia usada precipitadamen­


te é energia desperdiçada.

Não há tempo para ficar ruminando, mãos à obra.

Toda a sua energia é necessária.

V
Uma boa ocasião para você se impor.

6V
O II de Paus

erá que este é o dono do castelo que nós vimos na carta do


S Ás de paus? Pouco importa; sem dúvida, ele também vê o
mar ou um grande lago. Em todo caso, a extensão de agua de­
ve ser vastíssima, pois, para se orientar, ele levou consigo um
globo portátil à torre do castelo.
Um de seus símbolos energéticos, um bastão, está bem
preso à ameia com uma braçadeira de metal. O outro parece lhe
servir de vara de medir, move-se livremente, mas dá apoio.
Ele parece refletir sobre os ajustes necessários ao seu glo­
bo, à sua visão de mundo, para que lhe seja possível reconhecê-
lo como válido. Possivelmente, quer estar bem preparado para
conhecer outras dimensões da vida, do mundo. Mas ainda não
sabe ao certo aonde o caminho há de levá-lo: para fora, para a
vida além do muro, ou para dentro, para a reclusão do castelo.
O bastão preso indica que ele considera o castelo o seu do­
micílio permanente, não o exterior. O globo mostra que o évi-
dente e o inteligível sempre são importantes para ele.

70
O Dois de paus lhe permite saber:
...que lhe interessam novos reconhecimentos.
...que você está começando a fazer comparações.
...que, em todo caso, convém partir daquilo que é evidente.
...que você já estabeleceu a base do novo, naquilo que quer co­
nhecer.
...que sabe lidar muito bem com as suas energias.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: talvez va­


lha a pena emprestar-lhe o globo para ver se serve para alguma
coisa.

Uma bruxa inteligente sabe que, afinal de contas, cada qual usa
um globo diferente.

Com o tempo, você vai encontrar o que procura.

Não seja impaciente.

É bom ter certeza de quais são as suas intenções.


ma atmosfera tranquila envolve o homem moreno que,
U apoiado num dos três bastões fincados no chão, observa,
do alto de um morro, os três barcos quase invisíveis no brilho
dourado do largo rio ao entardecer.
Acaso ele está entregue à sensação profunda de bem-estar,
de descanso, depois de muito trabalho ou muito esforço? As
energias simbolizadas pelos três bastões parecem achar-se nu­
ma relação de equilíbrio. É impossível saber se ele está contem­
plando o horizonte, os três barcos ou tudo de uma vez. Talvez
sinta que pôs muita coisa em movimento e que, depois de uma
trabalhosa subida, pode olhar para o horizonte longínquo. Che­
gou um breve momento de descanso. Também pode ser que es­
teja aguardando a chegada de visitantes que se anunciaram ou
que ele deseja ver. Mas também é possível que queira empreen­
der viagem num desses barcos e esteja se perguntando qual é o
sentido ou o destino dessa viagem.

72
O T rês de paus lhe permite saber:
...que você sente que algo novo quer se afirmar em você.
...que uma porta está se abrindo para uma melhor compreen­
são de si mesmo.
...que você quer ir ou quer mandar alguma coisa para longe.
...que está disposto a receber gente nova em sua vida.
...que nada lhe falta para ter mobilidade.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: pode ser


que os novos propósitos dela o surpreendam.

Uma bruxa inteligente sabe que, à primeira vista, as portas


abertas parecem comuns e correntes.

Um tempo novo o aguarda.

Tudo é um pouco incerto, mas entusiasma.

De vez em quando, é bom observar as coisas a distância.


m dia luminoso, especial. Sob a proteção do sólido caste­
U lo, pessoas alegres saem ao ar livre para festejar ao sol. No
primeiro plano, guirlandas exuberantes unem as quatro altas
estacas, formando um portal amplo. Dois festeiros se encontra­
ram e ostentam sua alegria erguendo buquês de flores.
Esta carta transmite a coragem de se atrever à liberdade
junto com um bom amigo ou uma boa amiga. Os dois podem
passar pelo portal florido, conscientes de que a atmosfera do dia
favorece o aceitar-se reciprocamente e da alegria que isso pro­
voca. Ademais, ao fundo, ainda há muita gente disposta a par­
ticipar dessa experiência.
O Quatro de paus lhe permite saber:
...que estão aparecendo boas amizades para você.
...que você terá novas idéias sobre a liberdade.
...que, atualmente, está transbordante de boas energias.
...que pode se afastar do seu grupo ou de sua família sem se se­
parar deles.
...que sabe festejar os pontos culminantes da vida.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: vocês dois


estão no mesmo plano de conhecimento.

Uma bruxa inteligente não perde essas oportunidades de se re­


carregar de energia.

Saia do seu cantinho solitário.

Misture-se com as pessoas - você vai gostar.

Reconheça as suas boas oportunidades e aproveite-as.

75
O V de Paus

qui cinco pessoas se encontram para medir forças numa


A luta. A imagem lembra um pouco Robin Hood. Ele foi um
proscrito que se pôs acima da lei para impor a sua. Com suas
peripécias de valentão, alegrava a gente humilde que sofria a
opressão dos conquistadores e senhores. Devolveu-lhe o senti­
mento de superioridade interior.
Restaurar a superioridade interior, provocando situações de
luta, é coisa que se vê todos os dias, principalmente nos noticiá­
rios. No entanto, esses conflitos se iniciam dentro das pessoas,
tanto nos indivíduos quanto nos grupos. As mágoas fazem ferver
e explodir as ardentes energias de paus. Na vida cotidiana, é fá­
cil reconhecer esta carta: nem sempre nós nos lançamos numa
luta externa. Geralmente esse conflito ocorre dentro de nós.
O C inco de paus lhe permite saber:
...que as suas energias estão rumando para um conflito.
...que convém separar as suas energias conflituosas do senti­
mento básico que as originou.
...que é possível estabelecer a superioridade interior através da
briga interior ou do conflito exterior: a escolha é sua.
...que você deve escolher a sua verdadeira posição independen­
temente do grupo do qual quer fazer parte.
...que o tema “superioridade interior” pode ser o tema básico
de um “labirinto”.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: as provo­


cações têm origem na inferioridade interior.

Uma bruxa inteligente sempre procura aprender a arte de ser


uma narradora imparcial.

Prove que você pode ser esperto - e sereno.

Pense em quanto stress você quer para si.

Deixe para escolher depois de ter refletido bem sobre


todas as suas idéias até o fim.
sta imagem nos remete ao mundo das justas medievais. Os
E cavaleiros nobres gostavam de enfrentar adversários fortes
para aumentar sua fama e seu prestígio. Por vezes, a vitória tam­
bém os ajudava a conquistar o coração de uma donzela. Aqui,
nosso cavaleiro retorna triunfante. Ao fundo, vemos os seus pa-
jens ou torcedores reunidos. Ele conseguiu o que queria. Em
seu bastão, amarraram uma coroa de louros, o símbolo do ven­
cedor. E ele traz outra coroa na cabeça.
Naturalmente, está satisfeitíssimo consigo mesmo. Pode-
se dizer que sabe muito bem o que significa atingir um objeti­
vo importante. Talvez já esteja pensando em aproveitar a pri­
meira oportunidade para enfrentar um novo desafio e, é claro,
ganhar novas coroas de louros.

78
O Seis de paus lhe permite saber:
...que você está à beira de uma mudança.
...que menos pessimismo é o pré-requisito para mais otimismo.
...que, no momento, você está se propondo a enfrentar dema­
siados desafios.
...que tem uma boa chance de ganhar.
...que a coragem faz com que as suas energias aumentem.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: procure


não mostrar muita admiração.

Uma bruxa inteligente gosta de aplauso, mas sai logo do palco.

Você está no centro.

Você pode ouvir o seu coração bater - simplesmente


acredite nisso.

Por que não ganhar e ser maravilhoso pelo menos de


vez quando?
julgar pela expressão combativa, parece que o homem es-
A tá sendo atacado e precisa se defender. É óbvio que isso
não chega a ser um grande problema, pois ele está firmemente
plantado no chão e empunha energicamente o bastão com am­
bas as mãos. Parece decidido a defender sua posição. A postu­
ra ofensiva mostra claramente que, no momento, não há tem­
po para outras decisões. Simultaneamente, fica claro que as
próximas energias serão desviadas para outra direção - e que,
com isso, empregar-se-ão forças mais conscientes.

80
O Sete de paus lhe permite saber:
...que você está treinado para agüentar uma situação que esti­
mula a energia.
...que, no entanto, gostaria de ter novos planos.
...que lutou para chegar a uma situação adequada a você e quer
se impor também nela.
...que pode ser que você se admire com o quanto é capaz de rea­
lizar.
...que talvez valha a pena dar uma olhada no quanto já conse­
guiu.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: ela vai con­
seguir fazer aquilo a que se propôs, seja lá o que for.

Uma bruxa inteligente tem reconhecimento por si própria nu­


ma fase repleta de provas de força.

Agora você precisa de nervos novos.

No momento há muito redemoinho, e você não sabe


o que quer de fato.

Conclua aquilo a que você se propôs.


sta carta apresenta um enigma: de onde vieram esses bas­
E tões? Quem os lançou? Naturalmente, é impossível respon­
der a essas perguntas. Simplesmente porque estamos muito
perto do acontecimento. Se quisermos saber mais sobre os bas­
tões voadores, temos de tomar distância para verificar, mas
também para participar do que se passa. Há algo prestes a acon­
tecer. Também podemos participar de um fato incerto fechan­
do os olhos e aprendendo a sentir o que ocorre.
Como os paus representam nossa força, nossa vontade de
viver e de vivenciar, esta carta mostra que a energia está sempre
em movimento, mesmo sem o fazer consciente.
O Oito de paus lhe permite saber:
...que você está sentindo o cutucar do desconhecido.
...que é preciso recuar para reconhecer um contexto maior.
...que você pode participar de uma experiência.
...que, no momento, a vida lhe interessa muito.
...que algo está se aproximando muito da sua pessoa.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: tente des­


cobrir em que lugar ela se acha agora.

Uma bruxa inteligente se entusiasma quando os bastões voam,


pois as energias desconhecidas indicam novas oportunidades.

No momento, você não é o único que não consegue


ver tudo.

Talvez haja sentimentos fortes: resta saber se estão no


lugar e na hora certos.

Respire fundo, tudo muda.


O IX de P au s

Nove de paus também nos mostra uma cena. O herói to­


O mou uma atitude cheia de expectativa. Os músculos trei­
nados mostram que ele emprega muito a sua força. Em seu
mundo há luta e, sobretudo, uma realidade: vencer. Como este
é o seu principal desejo, ele não pretende sair do palco. A me­
nos que surja um adversário que escolha uma forma de luta
desconhecida para ele.
Infelizmente, a atadura na cabeça indica que ele também
sofreu ferimentos psíquicos. Se não aparecer nenhum outro
adversário, talvez fique muito inseguro. Afinal, que mundo lhe
serve de palco?
O Nove de paus lhe permite saber:
...que lhe convém pensar muito em mudar de apresentação.
...que você devia procurar um adversário de bom tamanho.
...que agora lhe cabe decidir se quer uma apresentação ou se
não prefere renunciar a ela por questão de inteligência.
...que, para você, o papel de lutador não pode ser permanente.
...que uma eterna atadura na cabeça incomoda muito.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: não ofere­


ça nenhum ponto vulnerável.

Uma bruxa inteligente trata, secretamente, de mudar de roteiro.

Procure a solução que você não enxergou até agora.

Primeiramente, tente se distanciar.

Tome muito cuidado.


O X de P au s

esmo tendo de fazer uma força quase sobre-humana, o ra­


M paz trata de carregar os dez bastões. Todavia, eles lhe en­
cobrem a visão; o rapaz já não sabe aonde está indo, e a casa,
tão próxima, parece estar a uma distância inatingível.
Apesar disso, ele reúne forças, pois sente que é o que se
exige dele. Mas, na verdade, é muito fraco para a tarefa.
Se considerarmos que os bastões representam energia, pa­
rece verdadeiramente paradoxal gastar ainda mais energia na
tentativa de enfeixar essa “falsa” energia.
Em compensação, tudo é muito melhor no Ás de paus:
uma mão firme e um só bastão. O rapaz ainda há de tomar cons­
ciência e ter mais clareza sobre a sua meta.
O Dez de paus lhe permite saber:
...que você exige demasiado de si.
...que lhe convém escolher só um bastão, talvez dois...
...que não é preciso desistir de tudo, basta selecionar cada pro­
blema em velocidade de câmera lenta.
...que não convém permitir que os seus limites determinem on­
de acaba a sua força, você deve, isto sim, enfrentar os seus li­
mites com força, a fim de retraçá-los.
...que às vezes é necessário o emprego da força, mas não deve
durar uma eternidade.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: por que ela
tem de ser sempre responsável por tudo?

Uma bruxa inteligente conhece os seus limites e, de vez em


quando, se livra de um fardo.

Não faça tudo sozinho. Peça ajuda.

No momento, isso é simplesmente demais para você.

Ninguém tem o direito de sobrecarregá-lo além do


que você pode suportar.
esmo tendo de fazer uma força quase sobre-humana, o ra­
M paz trata de carregar os dez bastões. Todavia, eles lhe en­
cobrem a visão; o rapaz já não sabe aonde está indo, e a casa,
tão próxima, parece estar a uma distância inatingível.
Apesar disso, ele reúne forças, pois sente que é o que se
exige dele. Mas, na verdade, é muito fraco para a tarefa.
Se considerarmos que os bastões representam energia, pa­
rece verdadeiramente paradoxal gastar ainda mais energia na
tentativa de enfeixar essa “falsa” energia.
Em compensação, tudo é muito melhor no Ás de paus:
uma mão firme e um só bastão. O rapaz ainda há de tomar cons­
ciência e ter mais clareza sobre a sua meta.
O Dez de paus lhe permite saber:
...que você exige demasiado de si.
...que lhe convém escolher só um bastão, talvez dois...
...que não é preciso desistir de tudo, basta selecionar cada pro­
blema em velocidade de câmera lenta.
...que não convém permitir que os seus limites determinem on­
de acaba a sua força, você deve, isto sim, enfrentar os seus li­
mites com força, a fim de retraçá-los.
...que às vezes é necessário o emprego da força, mas não deve
durar uma eternidade.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: por que ela
tem de ser sempre responsável por tudo?

Uma bruxa inteligente conhece os seus limites e, de vez em


quando, se livra de um fardo.

Não faça tudo sozinho. Peça ajuda.

No momento, isso é simplesmente demais para você.

Ninguém tem o direito de sobrecarregá-lo além do


que você pode suportar.
O P a je m / V a le t e d e P a u s

a cabeça, o chapeuzinho de aventureiro e, na mão, um


N bom bastão ainda fresco. Não há a menor dúvida: algo no­
vo vai começar, algo que exige energia e ação.
Apesar de tudo, a atitude do rapaz é de espera. Mostra que
ele ainda não concluiu suas reflexões. Seu propósito ainda não
está totalmente claro, mas já se delineia.
Que rumo ele há de tomar então? Os três grandes montes
de areia, que vemos em todas as cartas da corte de paus, lem­
bram as pirâmides egípcias, que já inspiraram os mais estra­
nhos cálculos em muitos pesquisadores. Mesmo assim, pare­
cem conservar um resto de segredo para o rapaz. Talvez o seu
caminho o leve para lá. Talvez não.

BB
O Pajem/Valete de paus lhe permite saber:
...que um desafio o anima.
...que você sente que agora é a sua vez.
...que tem dúvidas sobre as suas metas.
...que não lhe faltam motivos para otimismo.
...que testar as suas energias trará bons resultados para você.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: alguém es­


tá sentindo algo inteiramente novo.

Uma bruxa inteligente tem o seu já meio usado chapeuzinho de


aventureira sempre à mão.

Na verdade, você queria empreender uma coisa deter­


minada.

Você tem ótimas chances.

Os outros já estão esperando que você entre em açao.


O Cavaleiro de Paus

Cavaleiro de P aus

s-
isso mesmo que acontece às vezes: a gente está no melhor
E do galope e, de repente, tem de puxar a rédea com toda a
força para deter o fogoso ginete.
O nosso impetuoso cavaleiro viu alguma coisa e precisa
observá-la com muita atenção antes de retomar a cavalgada in­
terrompida.
Um herói viajando em defesa não só de causa própria,
cheio de alegria de viver, de energia e vigor, que se sente obri­
gado a honrar o compromisso assumido. A temeridade não lhe
basta. Ele também quer cumprir a sua missão, seja qual for, com
segurança instintiva. Impetuoso, mas não cego de ardor, ele vai
galopando no calor do deserto e impulsionando certas situa­
ções comuns.
O Cavaleiro de paus lhe permite saber:
...que a sua coragem provém da certeza de ser um bom parceiro.
...que você sabe esperar, mesmo quando “fecha o tempo”.
...que precisa prestar atenção.
...que se sente à altura da sua missão.
...que tem um bom domínio das suas energias.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: que obstá­


culo ela está observando agora?

Uma bruxa inteligente sempre conta com obstáculos, mas age


como se eles não existissem.

Não desanime, use o bom poder de que você dispõe


agora.

Você pode fazer com que alguém fique muito entu­


siasmado com você.

Você será alvo de muita atenção.

91
A Rainha de Paus

R ainha de P aus

Q
uando ela está presente, tudo vai bem. A postura da rai­
nha, ereta e cheia de confiança, embora distante, não dá
margem a discussão. Numa das mãos, traz um bastão e, na ou­
tra, um girassol. E é disso mesmo que ela gosta.
O Sol é o seu símbolo energético e remete ao elemento Fo­
go, representado pelos leões do trono e o girassol, símbolo da
força vital e do calor, que ninguém corporifica melhor do que
ela.
Ela se impõe uma dedicação de corpo e alma à vida. E, se
acaso arrisca olhar para o lado, o gato preto, símbolo da saga­
cidade, encarrega-se de protegê-la contra visitantes ou aconte­
cimentos indesejáveis. Os gatos são voluntariosos e obstinados.
Por isso é sensato recorrer à assistência dessa rainha: ela é in­
corruptível!
A Rainha de paus lhe permite saber:
...que, atualmente, você pode acertar várias coisas.
...que ninguém se atreve a atacá-lo de frente.
...que o segredo da sua força consiste em compreender instin­
tivamente uma parte das suas informações importantes.
...que você é uma pessoa solicitada.
...que tem força suficiente para realizar tudo a que se propuser.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: se topar


com um par de olhos brilhantes, faça o favor de não confundi-
lo com o de um gato.

Uma bruxa inteligente sabe que uma postura ereta tem lá as


suas vantagens.

Confie na boa impressão que você causa.

Você é objeto de muita atenção.

qãl No momento, você é a pessoa que dá os sinais.

n
O Rei de Paus

le é um soberano do tipo que apresenta uma serenidade cla­


E ra e simples. Não faz força para segurar o bastão; seu gesto
é de relaxada concentração.
Ele é o senhor do elemento Fogo. Na linguagem tradicio­
nal dos símbolos, isso se expressa por meio da salamandra ilus­
trada no trono e no estampado do seu manto.
A pequena e fiel salamandra aos seus pés parece querer
perguntar: Que houve, chefe? Seja lá o que for, o Rei de paus
não teme nenhum risco. É espontaneamente aberto às mudan­
ças e sempre chega com a rapidez de um raio lá onde pode
obter alguma coisa, seja para si, seja para os demais.
O Rei de paus lhe permite saber:
...que você tem pleno domínio da situação.
...que a qualidade das suas energias atuais está na sua concen­
tração.
...que a presença de espírito o caracteriza.
...que você está interessado no que acontece.
...que se sente muito bem.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: talvez se­


ja justamente a energia que o prende e que você mesmo tem.

Uma bruxa inteligente olha para baixo, às vezes, para ver se a


sua salamandra continua por perto.

Não perca de vista a hora de agir.

Aproveite a oportunidade e coloque-se na luz certa.

Você sabe o que quer.

95
O Á s de E sp ad as

Ás de espadas, tal como o de paus, é um dos dois ases do


O Taró que têm orientação ativa.
A mão que sai da nuvem representa o propósito de tomar
decisões. Uma palma e (talvez) um ramo de erva-de-passarinho
pendem da coroa que paira na ponta da espada. A palma é um
dos símbolos do poder real; a erva-de-passarinho, uma planta
parasitária à qual se atribuem muitas propriedades medicinais.
A paisagem sombria e melancólica realça a atmosfera erma
da carta, apartada das atribulações do dia-a-dia. As pequenas
chamas douradas, três de cada lado da espada, geralmente in­
dicam, no Taró, uma energia especial, quase cósmica. A própria
espada se concentra, equilibrada e objetivamente, no próprio
núcleo daquilo que é importante.
O Ás de espadas lhe permite saber:
...que você está sendo chamado a tomar uma decisão concreta.
...que essa decisão não deve ser tomada à custa de outrem.
...que a sua decisão será, por consequência, um triunfo para vo­
cê e para os demais.
...que você não deve tomar nenhuma decisão apenas para al­
cançar uma vitória.
...que, no entanto, cabe-lhe uma vitória.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: aqui se to­


marão decisões e as cartas voltarão a ser embaralhadas.

Uma bruxa inteligente sabe que a espada é pesada.

Agora você tem oportunidade de tomar uma decisão


clara.

Aliás, você pretendia abandonar as ilusões.

Chegou a hora de parar de hesitar diante das decisões


e das questões que o preocupam.
O II de E sp ad as

em dúvida, quando observada mais detidamente, esta car­


S ta lembra a bela e discreta sacerdotisa. Ela não está olhan­
do para o mar nem para você. A gente sente que, de olhos ven­
dados e com as costas voltadas diretamente para o mar, há de
ouvir o poderoso rumor das ondas. As enormes espadas que ela
empunha exigem muita força física e muita concentração.
Com os olhos fechados, ampliam-se as imagens do mun­
do interior armazenadas pela nossa alma quando estávamos
ocupados com outras atividades. As espadas são dois pontos
cardeais que se cruzam no lugar do nosso corpo em que bate o
coração. Elas nos exortam a separar os pensamentos confusos
dos claros.
Ü Dois de espadas lhe permite saber:
...que é preciso muita força para conhecer e tomar consciência
das imagens interiores.
...que, em tempos de olhos vendados, convém aceitar as suas
noções do mundo como imagens interiores.
...que você pode, sem dúvida, voltar as costas para o mundo in­
terior da sua alma, mas ela o convoca a uma busca.
...que as suas espadas são a intuição e a razão.
...que a sua postura ereta é exemplar nessa vivência.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: no mo­


mento, você é um ator no palco dela.

Uma bruxa inteligente descobre as imagens que a sua alma acu­


mula.

Tome consciência dos seus pensamentos: por exem­


plo, registrando-os em um diário.

No momento, não convém dar rédeas soltas aos seus


sentimentos.

Estabeleça um prazo para o esclarecimento.

99
O III de E sp ad as

três de espadas apresenta uma ligação indireta com a im­


O peratriz. Lá havia um coração na forma de um banco de
pedra. Aqui temos o coração pintado de vermelho vivo, ferido
e atravessado por três espadas. No céu, pairam nuvens tristes e
cinzentas, sendo que a chuva torrencial também favorece a sen­
sação de infelicidade.
Sem dúvida: aqui a vida causou feridas profundas com
uma simetria assombrosa. Mas, como por sorte, o coração não
está sangrando, o ferido consegue preservar o que ele tem de vi­
vo e precioso. A vitória é da razão ou do sentimento? A dor há
de durar enquanto as espadas não forem retiradas. Só quando
isso acontecer é que o processo de cicatrização se iniciará. Po­
de ser que várias circunstâncias infelizes colaborem para pro­
vocar esse sentimento de dor e aflição.

100
O T rês de espadas lhe permite saber:
...que uma dor profunda lateja em você.
...que é preciso se entregar a essa dor para reconhecê-la deveras.
...que você deve admitir essa aflição perante si mesmo.
...que convém investigar a origem real dessas espadas e, assim,
procurar ajuda tranqüilamente.
...que você está sendo convidado a dizer “está certo” ao aqui e
agora.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: dizem que


o índio não conhece a dor. Mas quem é esse índio?

Uma bruxa inteligente sabe que é mais discreto participar uma


aflição do coração do que ocultá-la.

Não deixe uma experiência dolorosa envenenar a sua


vida.

É presumível que você tenha problemas sentimentais,


mas pode ter certeza: eles não são eternos.

Não se deixe vencer: defenda-se.

101

O IV de Espadas

s espadas são quatro, mas só três pairam em forma de re­


A levo sobre o cavaleiro adormecido. Protegido contra o
mundo exterior, ele está totalmente recolhido em si mesmo. As
espadas não foram e não serão usadas - mas apontam para a ba­
se do sono profundo de que o cavaleiro necessita. Com a espa­
da deitada, encerrou-se uma experiência de vida que também
inclui as outras três.
Depois de passar por uma ou várias experiências, o cava­
leiro precisa de sossego para elaborá-las. Lá fora, por trás das
paredes espessas, o Sol brilha, radiante, iluminando o tema da
generosidade e do cuidado no vitral colorido da janela. Ele es­
colheu o recolhimento para não ser perturbado. As mãos uni­
das simbolizam o concentrar-se na energia vital do coração.

102
O Quatro de espadas lhe permite saber:
...que, após um período de inquietação, você está se estabilizando.
...que precisa de muito sossego.
...que só recuperará a alegria de viver quando tiver elaborado
certos golpes de espada da vida.
...que acharia muito bom se alguém o ajudasse.
...que você não tem de ser a eterna “Princesa da ervilha”.

Caso tenha perguntado acerca de outra pessoa: talvez você con­


siga tirar as três espadas da parede.

Uma bruxa inteligente não deixa de fazer as necessárias pausas


para descanso.

Você pode fazer uma pausa e está precisando disso.

Uma boa oportunidade de escrever poemas. Uma


época ruim para novos vínculos amorosos.

Aproveite para pensar no que lhe daria mais alegria.


s fiapos de nuvem no céu são comuns depois de um tem­
O poral. Dois perdedores depuseram as espadas; o vencedor
somou duas outras espadas à sua, como troféus. No plano mé­
dio, um dos vencidos, cheio de indiferença, dá as costas para o
vencedor. Ao fundo, o outro não oculta a tristeza e o sentimen­
to de derrota.
Aqui não é necessário que tenha havido uma luta real, mas
uma ostensiva demonstração de força e superioridade. Olhando
esta imagem, é difícil acreditar que vencer sempre vale a pena.
Principalmente quando fica claro que a vitória foi obtida me­
diante o embuste e a maldade. Por isso, não é raro o lutador que
se afasta na hora certa se sair melhor do que o ganhador —e aca­
bar sendo o verdadeiro vencedor. Atualmente, a espada repre­
senta sobretudo as disputas com palavras e com a linguagem.

104
O Cinco de espadas lhe permite saber:
...que você só deve insistir numa discussão áspera enquanto os
seus argumentos o permitirem.
...que pode usar a linguagem como arma.
...que ninguém é invencível e que as suas armas também podem
receber a resposta de alguém mais forte.
...que o perdedor muitas vezes pensa em vingança.
...que o vencedor muitas vezes se torna leviano.

Caso tenha perguntado acerca de outra pessoa: deixe que se


abram diversos caminhos para você.

Uma bruxa inteligente nunca mostra toda a sua força.

Seja forte e não se deixe dobrar.

Aqui alguém está quebrando alguma coisa, talvez


porque não pode fazer mais nada.

Tomara que o motivo da briga valha as tantas perdas


que ela acarreta.
O V I de E sp ad as

ma mulher e uma criança dependem totalmente do bar­


U queiro que as conduz de um lugar conhecido ao novo e
desconhecido. Nenhuma dessas pessoas revela a sua identida­
de. Seis espadas enormes emprestam um sentimento de opres­
são e tristeza à atmosfera da barca. É uma viagem silenciosa.
Nem mesmo o croque que impulsiona a embarcação parece fa­
zer barulho. A água não deve ser profunda. Talvez tirar as espa­
das abra buracos perigosos no fundo da barca. O lento deslizar
na água, rumo à margem próxima, é suave. Quando lá chega­
rem, o barqueiro dará meia-volta. E não restará nenhum vestí­
gio dos seus dois calados passageiros.
Mas o que acontecerá com as espadas? Elas pertencem às
três pessoas? Ou aos dois passageiros? Ou ao barqueiro? Só vo­
cê pode desvendar o mistério.
O Seis de espadas lhe permite saber:
...que você só chegará à outra margem com uma mescla de sen­
timentos.
...que avançar lentamente, tateando, é a única possibilidade no
momento.
...que você está dando as costas para alguém ou alguma coisa.
...que se sente desconfortável numa comunidade.
...que precisa descobrir se ocupa um lugar no barco e qual de­
les ou se vai ficar apenas observando.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: no mo­


mento, os gracejos não são aconselháveis.

Uma bruxa inteligente viaja, uma vez ou outra, numa barca


cheia de espadas, mas procura descobrir o mais depressa possí­
vel qual é o destino dessa viagem.

Algo está em curso, e você tem de permanecer firme


sem saber de que se trata.

Você ou outra pessoa está a caminho - infelizmente


incógnito.

As circunstâncias vão mudar, mas vagarosamente.

107
O V II d e E sp a d a s

onsiderando a grande quantidade de espadas pesadas que


C leva consigo, o estranho soldado se mostra assombrosa­
mente ágil. Totalmente despreocupado, ele escolhe um rumo, o
caminho se afasta do acampamento militar fortificado. Sua gra­
ça e sua leveza se devem à segurança interior com que ele os­
tenta a maior “inocência” possível. Acaso já se envolveu em al­
gum tipo de conflito? Será que pensou um pouquinho em si
próprio pelo menos uma vez ? Uma pessoa tão inocente pode
zanzar tão alegremente por aí, com tantas espadas nas mãos?
Antes que se ache uma resposta para as perguntas, ele já terá saí­
do da imagem. E restarão duas espadas que não chegam a repre­
sentar uma ameaça. Mas talvez haja outro acampamento mais
adiante, invisível para o observador, que está precisando de al­
gumas espadas, e ele tenha traído os velhos amigos para con­
quistar novos! Ou, quem sabe, tudo não passe de uma ilusão...
O Sete de espadas lhe permite saber:
...que você talvez se saia bem no papel de espertalhão.
...que não adianta fechar os olhos para não ser observado.
...que as inspirações repentinas exigem um comportamento ha­
bilidoso.
...que é necessário abrandar uma situação.
...que uma situação limitada experimenta uma visão completa­
mente nova.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: por ora, ela
deseja permanecer totalmente incógnita.

Uma bruxa inteligente transmite a todos a deliciosa sensação de


inocência, contanto que ela saiba o que quer e qual será o pro­
vável resultado de tudo.

Você gostaria muito de se safar - e talvez consiga.

Tome cuidado - pode ser que alguém jogue o jogo da


confusão.

Faz parte da nossa época ter um pouco de malandra­


gem de vez em quando.
•w

O V ili d e E sp a d a s

ão é ilusão: o seu pé esquerdo está sentindo água e, ao


N mesmo tempo, o direito toca a terra. Às vezes, quando não
sabemos como isso é possível e, ademais, estamos amarrados e
com os olhos vendados (em sentido figurado), o que esta carta
diz é que pelo menos não estamos amordaçados. Exatamente
como a moça retratada. Se ela abrir a boca, o que há de dizer?
Pode pedir socorro. Mas será que a ouvirão? Também pode fa­
zer perguntas: Que estou fazendo aqui? Por que me amarra­
ram? Por que me sinto tão ameaçada? Quem está se aproveitan­
do da minha situação?
Naturalmente, ela pode também tratar de fugir o mais de­
pressa possível. Mas, nesta paisagem pantanosa, corre o risco
de escorregar e se machucar muito nas espadas rijas e afiadas.
Talvez a sua vontade de viver triunfe e ela se deixe orientar pe­
lo instinto. Então procurará sair desta situação aos poucos, pas­
so a passo. E um dia ficará livre. A liberdade será o resultado do
instinto e da reflexão.
O Oito de espadas lhe permite saber:
...que a sua situação atual foi causada por outrem.
...que convém pensar mais na sua força interior.
...que você deve se apoiar totalmente em si mesmo.
...que precisa usar a inteligência para se libertar.
...que tem de ouvir a sua voz interior.

Caso tenha perguntado acerca de outra pessoa: talvez você te­


nha uma idéia de como ajudá-la.

Uma bruxa inteligente treina a sua habilidade exatamente em


situações como esta.

No momento você está precisando de mais críticas de


bons amigos.

Você nao sabe o que quer, esse é o problema.

Possivelmente, os outros estão longe de ter o enorme


poder que você lhes atribui.
O IX de E sp ad as

ada indica que essa pessoa teve um sono reparador. Talvez


N nem tenha dormido e não consiga dormir porque está
com a cabeça repleta de imagens assustadoras. O medo é o pior
inimigo do bom sono. Principalmente o medo que inconscien­
temente sentimos e ainda não identificamos. Ele pode ser o re­
sultado de algumas perdas e experiências tristes. É claro que o
medo não bate na porta nem pede licença para entrar. Simples­
mente nos invade o coração sem ser convidado, destrói a nos­
sa coragem e, com ela, todos os sonhos bons e a alegria de es­
tar desperto.
Fica-se tão concentrado na lembrança das coisas tristes
que estas acabam por se repetir: e a vida se transforma num ver­
dadeiro pesadelo.
É bem provável que a mulher sentada na cama, tão triste
sob as nove espadas, queira se levantar. Mas está absolutamen­
te convencida de que isso é impossível.
O Nove de espadas lhe permite saber:
...que não adianta fugir da realidade.
...que às vezes é dificílimo acordar de certos sonhos.
...que chorar geralmente ajuda muito.
...que você pode levar o tempo que for necessário para conhe­
cer os seus medos e se livrar deles.
...que está na hora de mudar alguma coisa.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: quem sa­


be ela não está precisando de um pouco de apoio?

Uma bruxa inteligente tem bons modos e, quando o medo ba­


te na porta, convida-o educadamente a entrar e pergunta o seu
nome.

Para sermos corajosos, precisamos conhecer o medo.

Tem certeza de que essa pessoa merece tanta aflição?

Procure o interlocutor que combina com você e livre-


se das pressões de grupo.
O X de E sp ad as

dez de espadas poderia ser o auge da vida de qualquer


O dramaturgo: um final absolutamente superlativo: não
uma, e sim dez espadas espetam a pessoa que aparece na carta.
Imagine se esta fosse a cena final de um filme de aventura
e as palavras The End começassem a aparecer lentamente na te­
la... Poderiamos ter certeza de que, finalmente, o vilão tinha si­
do castigado. Ou vai ver que, no fim, aquele que a gente passou
o tempo todo pensando que era o mocinho acabou se revelan­
do o bandido! Seja como for, ele não conseguiu chegar ao mar,
que seria a sua salvação.
Mas, por escura que seja, toda noite chega ao fim, como
nesta carta, na qual se vê o primeiro fulgor do amanhecer.

114
O Dez de espadas lhe permite saber:
...que, no momento, você não está usando o pensamento lógico.
...que você não se sente incomodado embora saiba que as espa­
das o prendem ao solo.
...que precisa decidir se é o mocinho ou o vilão.
...que o m elhor sempre é inimigo do bom.
...que convém pensar no The End que realmente lhe agrada e cor­
responde a você.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: se ela for


uma boa pessoa, este não será o seu fim.

Uma bruxa inteligente sabe que a superioridade permanente


não tem graça e, de vez em quando, fica farta disso.

Use a razão, mas também a fantasia, para que lhe


ocorra uma supersolução - você é capaz disso.

Você mergulha numa profundidade de vivência difí­


cil de dar conta.

Pense em quem você era h á dois anos. Pense em


quem era seis meses atrás. Projete um retrato de quem
você vai ser daqui a seis meses.
O Pajem/Valete de
Espadas

qui se mergulha na tradição do espadachim. Dela fazem


A parte a coragem, muito preparo e a vontade de aprender
todos os truques que os lutadores experimentados costumam
aplicar com sucesso. O destemor, a disposição para a luta e o
otimismo são também essenciais.
Que pode acontecer afinal? Acariciado pelo vento fresco,
quase gelado, da primavera, o herói está atento a tudo. Olhan­
do por cima do ombro direito, empunha a espada com muita
determinação.
Deseja dizer alguma coisa e desafiar ao duelo. Qual é a me­
lhor maneira de lidar com esse rapaz? Talvez primeiro agasa-
lhar-se bem e confiar nas próprias forças. Afinal de contas, vo­
cê não é bobo.

116
O Pajem/Valete de espadas lhe permite saber:
...que um sujeito teimoso se interpôs no seu caminho.
...que você pode muito bem comprar uma briga.
...que o vento da primavera dispersa rapidamente as nuvens.
...que você deve se preparar para muita friagem.
...que ela, no entanto, não vai durar eternamente.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: por que ela
há de se mostrar conciliadora se não é isso o que quer?

Uma bruxa inteligente recorre ao seu sorriso mais charmoso


para desarmar esse tipo de espadachim.

Você é valente e audacioso - vá em frente.

Você finge ser mais frio do que é.

Não dê excessiva importância aos desafios.


O Cavaleiro de
Espadas

*
impossível detê-lo. Com a espada erguida, ele arremete con­
E tra qualquer obstáculo. É evidente a sua vontade de lutar.
Devido à velocidade com que passa, é impossível saber se
está lutando por uma causa justa ou não. Em todo caso, avan­
ça com muita determinação. A verdade é que, pelo menos uma
vez na vida, quase todo mundo acredita ter enfeixado toda a
força deste mundo e acumulado um ódio tão maciço que é pre­
ciso extravasar.
Só depois da ação, ao constatar que o número de amigos
diminuiu subitamente ou que não atingiu o objetivo pretendi­
do, é que o furioso cavaleiro desarreia a cavalgadura e se põe a
meditar. Antes disso, não.
O Cavaleiro de espadas lhe permite saber:
...que é possível que você esteja mirando acima do alvo.
...que está com muita raiva.
...que talvez precise viver a experiência de um “ódio cego”.
...que, mediante esse ato, você vai se conhecer melhor.
...que a raiva é uma consequência natural do excesso de con­
tenção.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: quando os


outros avançam com ímpeto, trate de ficar bem equilibrado.

Uma bruxa inteligente às vezes reflete sobre a tranquilidade e a


harmonia.

Não se deixe dominar pela raiva.

Você tem de decidir o que precisa mesmo ser dito - e


o que não precisa.

Demasiada impetuosidade pode atrapalhar.

119
A R a in h a de E sp ad as

R ainha de E spadas

coroa de borboletas que lhe cinge a cabeça é um símbolo


A com diversos significados. Para a rainha, trata-se de liber­
tação e transformação. A borboleta se abre para a vida depois
de ser larva e pupa durante muito tempo. O cordão partido em
seu pulso indica a primeira e recente desatadura das antigas vi­
sões ou das situações de vida inadequadas. Há algo especial
com sua cabeça, que se alteia acima das nuvens: as decisões cla­
ras propiciam um céu desejado.
Ela é mestra não só em desenvolver idéias claras como em
reconhecê-las e em se empenhar na sua afirmação conseqüen-
te. Disso fazem parte muita determinação e muita fé no futuro.
Como nem todas as decisões podem ser tomadas por um grê­
mio celestial, cada um de nós ocupa esse trono pelo menos uma
vez e empunha a espada.

120
A Rainha de espadas lhe permite saber:
...que chegou a sua vez.
...que você devia se animar a arriscar uma mudança.
...que tem uma chance de ser bem tranqüilo.
...que se sentiría muito bem como borboleta.
...que deixe a sua razão prevalecer.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: ela está vi­
vendo um processo de transformação.

Uma bruxa inteligente não se precipita, espera até ficar com a


cabeça acima das nuvens para tomar decisões.

Liberte a borboleta que há em você.

Livre-se de uma situaçao complicada.

Não deixe as preocupações se instalarem durante mui­


to tempo.
O Rei de Espadas

R ei de E spadas

endo o senhor do elemento Ar, representado pelas espadas,


S ele se mostra muito lúcido e sereno até o fundo do coração.
Parece que não foi o destino que o desterrou no trono. Pelo con­
trario, ele mesmo se nomeou senhor no reino da lógica fria. As
nuvens também indicam a sua relação com d aéreo. A espada
em sua mão não parece muito acolhedora. Afinal, este rei dese­
ja que todos estremeçam diante dele.
É curioso que a espada se incline um pouco para a direita
dele. Seu processo de raciocínio ainda não se concluiu, prova­
velmente nunca se concluirá.
Ele é aquele que duvida e jamais considera um pensamen­
to absolutamente válido e definitivo. Olha para você com total
indiferença. Acaso uma pessoa assim pode errar? Quem não se
colocar uma vez no seu papel nunca saberá.
O Rei de espadas lhe permite saber:
...que você está sendo chamado à serenidade.
...que precisa ordenar os pensamentos.
...que pode aplicar golpes duríssimos com as palavras.
...que, atualmente, você só se deixa guiar pela razão.
...que talvez esteja se sentindo um pouco sozinho.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: alguém es­


tá se fechando numa carapaça maciça.

Uma bruxa inteligente, neste caso, usa a espada para se separar


de idéias incômodas.

Você anda desconfiado. Talvez também andem des­


confiando de você.

Uma fase bastante glacial.

Se estiver farto, procure sair.


O Á s d e O u ro s

sta carta é um dos ases passivos do Taró. Num gesto cuida­


E doso e protetor, a mão branca sai da nuvem para segurar
urna enorme moeda dourada com o pentagrama, isto é, uma es­
trela de cinco pontas.
Saindo de um belo jardim de lírios brancos, o caminho
passa pelo portal aberto na cerca viva de exuberantes roseiras e
se estende rumo à montanha longínqua.
A imagem inspira um sentimento bom de segurança e
abertura, pois, em vez de ficar encerrado por trás de muros es­
pessos e portões maciços, é possível escolher livremente entre
continuar nesse lugar seguro ou trilhar o caminho de novos e
atraentes objetivos.
Isso deixa claro que a moeda não é apenas um símbolo de
segurança material. E um jardim é sempre um lugar de sosse­
go, cuidado e crescimento permanente.

124
O Ás de ouros lhe permite saber:
...que você goza da proteção de que, aliás, precisa.
...que já alcançou muitos objetivos.
...que a grande liberdade não lhe interessa tanto assim no mo­
mento.
...que um ambiente seguro e protegido é importantíssimo para
você.
...que você contribui com essa tranquilidade, essa segurança e
essa proteção.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: ela tam­


bém está precisando de um pouco de sossego, paz e segurança.

Uma bruxa inteligente sabe que esse jardim também pode ser
instalado interiormente.

O que você procura já está ao seu alcance - abra os


olhos!

Tudo está aberto...

Uma boa época para todos os afetados.

125
O II d e O u ro s

al como no teatro, os navios balançam no mar do pano de


fundo. No “palco”, no primeiro plano, o garoto faz hábeis
malabarismos com duas moedas. Seus movimentos são dinâmi­
cos e fluidos como a água, precisos e harmônicos como o ritmo
das ondas.
A água simboliza os sentimentos, e o mar, em todas as suas
formas, seja a do plácido lençol, seja a do furor das vagas, é a
própria imagem da alma humana. O jovem malabarista repre­
senta a vida interior. É bem verdade que ele está de costas para
o mar e se recusa a ver o que se passa lá atrás; porém, mesmo
assim, não lhe faltam sensibilidade e destreza para tentar se
adaptar ao “movimento das ondas”, que às vezes agita a sua
própria alma.
A faixa verde em torno das duas moedas - símbolo da in-
finitude - mostra que ele procura não perder o equilíbrio e sem­
pre manter o controle.
O Dois de ouros lhe permite saber:
.. .que você tem muita sensibilidade para solucionar os problemas.
...que a felicidade depende da sua capacidade de perceber o
equilíbrio de que necessita.
...que, apesar do símbolo da infinitude, o malabarismo, por ha­
bilidoso que seja, não vai durar eternamente.
...que convém verificar se não é preciso apaziguar o mar.
...que o seu ato de equilíbrio está fadado a causar admiração.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: não ocul­


te a sua admiração.

Uma bruxa inteligente sabe que o malabarismo não é só para as


horas livres.

Mesmo desejando mais estabilidade, não deixe de


curtir a leveza.

Enquanto gostar de todo mundo, você não precisa se


comprometer.

Por ora, você consegue tudo com essa atitude mais re­
laxada.
O III d e O u ro s

pedreiro mostra o resultado do seu trabalho a um monge


O e a um arquiteto. Nesse ambiente monacal, a colaboração
de diversas pessoas envolvidas no mesmo projeto evoca o tema
da coletividade unida, pois todos os que atuam nesta carta es­
tão plenamente conscientes de sua mútua dependência, sabem
que têm um objetivo comum.
Assim, o Três de ouros também ilustra, em sentido figura­
do, mas muito concretamente, a força com que o presente e o
futuro são influenciados pelo passado: à medida que perseguem
uma meta comum, os diversos seres humanos, apesar de todas
as diferenças pessoais, trabalham com perseverança num pro­
jeto concebido no passado a fim de atingir essa meta no futuro
próximo ou distante.
O T rês de ouros lhe permite saber:
...que, para atingir o seu objetivo, você precisa se empenhar
agora.
...que encontrará amigos que o ajudarão nisso.
...que os amigos o procurarão e encontrarão a sua ajuda.
...que os detalhes também são importantes para você.
...que você deve sempre testar a sua dependência com relação
às outras pessoas e aos outros objetivos.

Caso tenha perguntado acerca de outra pessoa: nunca se consi­


dere insubstituível. Mas pense muito bem no lugar que você
quer ou deve ocupar aqui.

Uma bruxa inteligente só pega as ferramentas depois de estu­


dar muito bem o plano da obra.

Você sabe que precisam de você.

A sua realidade está marcada pelo trabalho concreto


- portanto, não pense de modo exageradamente ro­
mântico.

A sua contribuição será apreciada e também aprovei­


tada.

129
O IV d e O u ro s

postura e o olhar dizem tudo: aqui alguém cruza os bra­


A ços e se distancia obstinadamente, mas com consciência
de si mesmo. Diante da poderosa cidade repleta de torres, te­
lhados e muros, ao fundo, o jovem não tem medo de nada. Ao
observador, que ele olha diretamente nos olhos, dá a entender,
clara e nitidamente, que conhece bem a sua força. Ou acredita
conhecer. A posição das moedas indica: seus pensamentos são
só dele, seu coração não mostra nenhum lado fraco, seus pés
parecem firmemente enraizados. Embora ele não tenha a me­
nor intenção de aceitar um desafio, tampouco o desdenha. Sim­
plesmente aguarda.
De modo que o preferível é uma considerável porção de
estabilidade demonstrada. Mas isso também pode significar
que a pessoa está muito apegada a alguma coisa ou quer se cer­
car de uma muralha protetora para que ninguém se aproxime
nem tente se aproximar. Quando falta cuidado, o apego aos
bens pode levar à imobilidade espiritual.
O Quatro de ouros lhe permite saber:
...que você não está disposto a mostrar um lado fraco visível ou
palpável.
...que se protegeu ou se sente protegido.
...que não ab riria mão da sua posição por nada neste mundo.
...que tem prazer ou vontade de “puxar o tapete” dos outros.
...que se diverte com a rapidez com que os demais se deixam
enganar pelo seu show.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: talvez con­


venha lhe dar um espelho.

Uma bruxa inteligente sabe que a segurança fingida às vezes se


transforma em segurança de verdade.

Por ora, você encapsulou alguma coisa. Mas talvez se­


ja melhor assim.

Qualquer tentativa de aproximação é indesejável.

Você precisa ser mais aberto se quiser ter companhia.


O V d e O u ro s

situação é dramática logo à primeira vista: doentes e can­


A sadas, duas pessoas descalças se arrastam na neve de uma
escura noite de inverno, passando por uma janela iluminada. Se
admitirmos que se trata do vitral de uma igreja, talvez elas este­
jam procurando a entrada a fim de se agasalhar um pouco. Mas
também é possível que tenham desistido dessa busca e simples­
mente aceitem, resignada e passivamente, a sua triste situação.
A igreja é um lugar de paz espiritual, de promessas, de
consolo. Mas aqui não se vê a entrada. Isso pode significar que
ainda não se encontrou a entrada interior de uma situação de
fé. O Cinco de ouros geralmente indica a carência material e a
perda de toda esperança de receber auxílio. No entanto, tam­
bém mostra que, mesmo nas piores situações, é possível encon­
trar novos caminhos que, por ora, ainda não se abriram.
O C inco de ouros lhe permite saber:
...que, atualmente, você está achando difícil confiar na vida.
...que sente a realidade do presente deveras desalentadora.
...que está procurando, com muito empenho pessoal, novos ca­
minhos e saídas.
...que não tem senão uma idéia vaga daquilo que lhe falta agora.
...que prefere aceitar muitos problemas a trilhar caminhos
errados.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: acenda a


luz, por favor!

Uma bruxa inteligente sempre leva uma lanterna no bolso.

Uma dura prova de paciência o aguarda - mas você


vai achar a solução e o caminho certo. Procure!

Vocês estão se desencontrando. Mesmo assim, não


vale a pena forçar.

Veja a coisa como um quebra-cabeça: de repente, tu­


do se encaixa.

133
O V d e O u ro s

situação é dramática logo à primeira vista: doentes e can­


A sadas, duas pessoas descalças se arrastam na neve de uma
escura noite de inverno, passando por uma janela iluminada. Se
admitirmos que se trata do vitral de uma igreja, talvez elas este­
jam procurando a entrada a fim de se agasalhar um pouco. Mas
também é possível que tenham desistido dessa busca e simples­
mente aceitem, resignada e passivamente, a sua triste situação.
A igreja é um lugar de paz espiritual, de promessas, de
consolo. Mas aqui não se vê a entrada. Isso pode significar que
ainda não se encontrou a entrada interior de uma situação de
fé. O Cinco de ouros geralmente indica a carência material e a
perda de toda esperança de receber auxílio. No entanto, tam­
bém mostra que, mesmo nas piores situações, é possível encon­
trar novos caminhos que, por ora, ainda não se abriram.
O C inco de ouros lhe permite saber:
...que, atualmente, você está achando difícil confiar na vida.
...que sente a realidade do presente deveras desalentadora.
...que está procurando, com muito empenho pessoal, novos ca­
minhos e saídas.
...que não tem senão uma idéia vaga daquilo que lhe falta agora.
...que prefere aceitar muitos problemas a trilhar caminhos
errados.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: acenda a


luz, por favor!

Uma bruxa inteligente sempre leva uma lanterna no bolso.

Uma dura prova de paciência o aguarda - mas você


vai achar a solução e o caminho certo. Procure!

Vocês estão se desencontrando. Mesmo assim, não


vale a pena forçar.

Veja a coisa como um quebra-cabeça: de repente, tu­


do se encaixa.

m
O V I d e O u ro s

ste personagem proeminente lembra o das pinturas medie­


E vais e das aulas de historia: o rico mercador e banqueiro ao
estilo dos Fugger: mestre em receber, calculista no dar. Na mão
esquerda, segura uma balança tareada - sinai de que, no dar e
no receber, eie se preocupa com o equilíbrio e não permite que
um dos pratos da balança fique com mais peso que o outro. Co­
mo não leva nenhuma bolsa cheia de dinheiro, pode-se con­
cluir que ele só dá as moedas que tem na mão direita.
Os dois mendigos, além de ajoelhados, têm uma atitude
cheia de expectativa humilde, submissa até. O da esquerda es­
tá se saindo bem, as moedas tilintam em suas mãos abertas. O
outro parece ter ficado a ver navios. Pelo menos, tudo indica
que vai sair de mãos abanando.
O seis de ouros deixa claro que o dar e o receber têm certas
posições básicas como ponto de partida, mas que sempre existem
variantes. Estas são determinadas pela tática e pelo fato de a pes­
soa levar a cabeça baixa ou erguida (em sentido figurado).
O Seis de ouros lhe permite saber:
...que agora você se encontra numa das três posições apresen­
tadas.
...que, por enquanto, não acha ruim esse papel, seja ele qual for.
...que está se decidindo por uma determinada atitude de expec­
tativa.
...que a sua atitude de expectativa não precisa ser submissa.
...que, no dar e no receber, é preciso conservar a medida certa.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: verifique a


postura que ela assume.

Uma bruxa inteligente pode vestir diversas fantasias sem, com


isso, se identificar com o que elas representam.

O que você recebe não é o que você quer.

Aqui você conta com simpatia e apoio.

Tolerância e respeito mútuo já sao alguma coisa.


carta exibe um homem na lavoura. Apoiado na enxada, ele
A constata com satisfação que trabalhou bem: a planta exu­
berante, carregada de frutos sadios, cresceu e se desenvolveu.
Pela postura, o agricultor mostra o quanto é bom simples­
mente ter a calma e a paciência necessárias para contemplar o
que brotou. Ele se pergunta seriamente se o trabalho valeu mes­
mo a pena e indaga sobre a melhor maneira de usar os frutos
que nasceram. Muita coisa passa por sua cabeça. Ao mesmo
tempo, o lavrador percebe quejá não tem muito o que fazer -
essa planta continuará crescendo por si só...
O Sete de ouros lhe permite saber:
...que você pode ficar satisfeito com o seu trabalho.
...que está se perguntando o que há nesta planta.
...que pode começar outra coisa com o fruto do seu trabalho.
...que os resultados práticos e palpáveis são importantes para
você.
...que você sabe quando é melhor intervir e quando é melhor
aguardar.

Uma bruxa inteligente vive percorrendo a sua horta exterior, as­


sim como a outra, a interior e espiritual, para verificar com to­
da calma o que brotou.

Nem tudo tem de ser para já. Certas coisas demoram


um pouco.

Você precisa de tempo para observar.

Afinal, tudo está indo bem, muito bem.

137
s cartas de ouros insistem muito em enfatizar o tema tra­
A balho nas suas mais variadas formas. Há quem trabalhe
demais e há quem sofra por falta de trabalho; há quem deteste
trabalhar, mas não faltam os que são praticamente “viciados”
em trabalho. Pouco importa se você trabalha demais ou de me­
nos, pouco importa se foge do batente ou se ele o atrai como
um ímã: todo mundo pode adoecer por conta de qualquer ex­
tremo dessas variantes.
Ninguém deve deixar de encarar o trabalho como uma coi­
sa importante e enriquecedora na vida. É o que mostra muito
bem este artesão à sua banca: indiferente e alheio às influências
externas, ele consegue concentrar totalmente o pensamento no
trabalho. Por isso, os valores que só se impõem de fora para
dentro continuam do lado de fora: para que a gente não se dei­
xe dominar por eles. Quem quiser trabalhar com eficácia, no
que quer que seja, precisa se isolar e concentrar-se na sua voz
interior. Só assim poderá desenvolver e observar escalas de va­
lores próprias.

i3B
O Ori o de ouros lhe permite saber:
que, no seu trabalho, você tenta ir de fora para dentro.
...que o seu conceito de trabalho pode melhorar.
.que você reflete sobre a palavra “trabalho” e o seu significado,
.que o seu entendimento do valor do esforço pode ser destruí­
do muito em breve.
...que você é muito exigente em termos de qualidade.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: essa pes­


soa descobriu exatamente um segredo semelhante ao seu.

Uma bruxa inteligente cunha as suas moedas ao seu modo.

Você tem algo valioso para dar: trate de descobrir o


que é.

Por ora, você prefere se ocupar dos seus próprios


assuntos.

O seu ambiente é ideal para desenvolver exatamente


aquilo que há em você.
O IX d e O u ro s

estida com leveza, mas também com esmero, uma dama


friamente elegante e de aparência inacessível está postada
no centro de um jardim enorme e repleto de exuberantes videi­
ras. Talvez possua tudo que se pode desejar e que o dinheiro é
capaz de comprar. Dificilmente outro motivo conseguiría apre­
sentar com mais clareza o tema desta carta: a liberdade e a in­
dependência, assim como o bem-estar espiritual e material, o
lado agradável da vida, que se pode gozar plenamente. Seu
acompanhante é um falcão. Traz a cabeça coberta pelo caparão
que o deixa cego e submisso à dona. Só ela decide quando ele
pode voar livremente; só ela tem o controle e só ela determina
as incursões predadoras que há de empreender. Basta um mero
sinal dela para que ele retorne. A solidão profunda que esta car­
ta exprime não deve causar preocupação, pois resulta de uma
escolha deliberada e é conscientemente vivida.
O Nove de ouros lhe permite saber:
...que você criou para si uma situação muito diferente.
...que a sua voz interior lhe aconselha a não fazer concessões.
...que, apesar dos muitos desejos não realizados, você tem a
chave da felicidade.
...que o tempo lhe dará razão.
...que a sua inacessibilidade é a sua força.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: o que diz


o seu falcão? Pense sobre isso depois.

Uma bruxa inteligente não conhece nenhuma dama com falcão,


e o seu próprio falcão tem um caparão invisível.

Você está criando o seu próprio mundo e precisa de


sossego.

Belos sentimentos. Apesar disso, você deseja torcer


por você mesmo.

Dia a dia, você se torna mais independente e confiante.

141
O X d e O u ro s

omo se pretende que o cotidiano deva funcionar é coisa


C que se vê diariamente na publicidade. O quadro é bonito,
mas as aparências enganam. Há muito que esta família, em seu
latifúndio, compreendeu as regras do jogo e se ajustou a nor­
mas desenvolvidas por outrem. É difícil compreender o signifi­
cado desta carta. Um homem e uma mulher estão sob a curva
do batente de um portal, o filhinho se agarra à saia da mãe. Dois
cães brancos parecem fascinados por um ancião sentado a sós
diante do portal. Três gerações estão reunidas. Pode-se ter cer­
teza de que cada uma das pessoas tem uma percepção diferen­
te. A comunhão provém de um mundo puramente material, fi­
nanceiramente seguro.
O dez de ouros é abundantíssimo em símbolos: aqui estão
as moedas que, em sua geometria, representam a árvore da vi­
da cabalística; aqui estão os escudos entalhados na pedra, a ba­
lança na parede e muitos ornamentos no manto do ancião. Ele
é que tem o conhecimento dos segredos ocultos no dia-a-dia.
O Dez de ouros lhe permite saber:
...que você também vive num de vários mundos, no aqui e agora.
...que descobre em que mundo vivem os seus semelhantes.
...que sente na proximidade imediata os segredos da vida.
...que imagina de outro modo a realização dos seus desejos.
...que está indo maravilhosamente bem.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: procure


descobrir se ela sabe a diferença entre publicidade e realidade.

Uma bruxa inteligente se orienta pela publicidade, mas de vez


em quando se senta diante do portal.

Quando o mundo em que você vive lhe parecer exces­


sivamente perfeito, procure outro, que você mesmo
possa influenciar e modificar.

Uma boa época para amizades tranqüilas e novas.

Não há nada capaz de perturbar a sua segurança.

m
O Pajem/Valete de
Ouros

P ajem de O uros

Q
ue está fazendo o rapaz com essa roupa tão ousada, sozi­
nho no alto de uma colina, segurando uma moeda? Pode-
se imaginar que ele acaba de achá-la, que o seu tamanho lhe pa
rece extraordinário e que isso lhe causa muita admiração. Sem
dúvida, ele pergunta: Quem será o dono dela? Será preciso de­
volvê-la? Ora, como ninguém a está procurando, agora ela lhe
pertence, é claro.
Também está claro que alguma coisa o rapaz precisa fazer
com ela. É o que exige esta situação extraordinariamente rara:
achar uma moeda não menos rara no alto de um morro distan­
te. Talvez o destino a tenha colocado ali para testar a inteligên­
cia do rapaz. Talvez a tarefa do rapaz consista em ter muito “je i­
to ’ para lidar com ela. Pode ser que haja uma mensagem ligada
a essa moeda, uma missão que só diz respeito a ele.
O Pagem/Valete de ouros lhe permite saber:
...que você achou um rasto que o leva a si mesmo.
...que está lançando a pedra fundamental de um grande sucesso.
...que achou um rasto que o levará adiante.
...que deve observar bem o que se lhe oferece no momento.
...que convém aceitar o que lhe oferecerem.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: não é à toa


que ela cruza o seu caminho.

Uma bruxa inteligente não se esquece da primeira moeda que


achou.

É melhor pensar bem e procurar saber do que se tra­


ta agora.

Pode ser que chegue uma carta.

Alguma coisa está a caminho, e você vai ter uma no­


va oportunidade.
O C a v a le ir o d e O u ro s

Cavaleiro de O uros

om uma moeda na mão, o cavaleiro monta seu cavalo pre­


C to, que parece quase plantado no chão. Irradia calma, so­
lidez e segurança.
Ele contempla as plantações bem cuidadas, que represen­
tam o seu bem mais precioso. Um lembrete: no Taró, este nai­
pe, ouros, incorpora o elemento Terra e, portanto, a autonomia.
Aqui se trabalha com empenho e dedicação, e o cavaleiro,
apoiado em si mesmo, deve estar satisfeitíssimo: a uniformida­
de dos campos cultivados atesta a diligência, a constância e a
perseverança.

146
C) C avaleiro de ouros lhe permite saber:
...que você tem prazer em contemplar as coisas que realizou.
...que prefere fazer demais a fazer de menos.
...que não esperava que tudo desse tão certo.
...que a sua situação atual traz muita clareza.
...que você tem paciência para esperar as coisas crescerem.

Caso tenha perguntado acerca de outra pessoa: ela não está com
pressa, e é bom que seja assim.

Uma bruxa inteligente conhece períodos lentos e períodos ace­


lerados.

Você está simplesmente entediado, procure dar um


jeito para que lhe ocorra alguma coisa.

Pode ser que ainda demore um pouco até que os sen­


timentos sejam correspondidos.

Uma boa ocasião para pôr tudo em ordem e jogar fo­


ra o que já não é importante para você.
A Rainha de Ouros

sesta! Sua majestade resolveu descansar um pouco no par­


A que. Por que não?
As rosas, ela mesma as plantou com paciência, deixando
crescer ali por perto tudo quanto quisesse crescer. Sabe que te­
ve muita sorte e observa com gratidão a sua moeda de ouro.
Mas também sabe que deu muita sorte e que não lhe faltam mo­
tivos de satisfação.
A esquerda do trono, descansa um coelho que se sente
muito bem na companhia da rainha. Sendo um bicho que mo­
ra em tocas, ele mostra a relação com o elemento Terra e, além
disso, é um símbolo de fertilidade.
A Rainha de ouros lhe permite saber:
...que você está bem protegido.
...que a sua paciência e a sua dedicação lhe rendem bons frutos.
...que você é capaz de uma contribuição especial.
...que o sucesso sem coerência interna não lhe é importante.
...que algo fantástico se delineia para você.

Caso tenha perguntado acerca de outra pessoa: trata-se de al­


guém que você respeita muito e que o respeita igualmente.

Uma bruxa inteligente desfruta essa situação extraordinária.

Você vai receber o que deseja sinceramente.

Você está sendo observado e colhendo admiração.

Se você não existisse, algumas pessoas ficariam mui­


to tristes.
O Rei de Ouros

o contrário da rainha de ouros, aqui a pausa para descan­


A sar é apenas aparente. O trono está encostado no muro no
parque, permitindo avistar o castelo ou fortificação.
O rei parece tranquilo. No entanto, é de se notar a sua
grande concentração e o seu olhar pensativo no que é essencial
para ele: a moeda. Em seu manto e no jardim crescem parreiras
em grande quantidade. Este homem também parece ser um tí­
pico bon vivant, procura gozar a vida ao máximo.
A serenidade que o rei irradia provém de uma grande au­
toconfiança. Ele sabe conservar o equilíbrio interior e não per­
mite que nada nem ninguém perturbe essa calma.

150
I
O Rei de ouros lhe permite saber:
...que você aproveita bem a sua segurança interior.
...que agora sabe que os objetivos são realizáveis.
...que não só tem sucesso como se satisfaz com ele.
...que raramente você se sentiu tão independente.
...que deve a si mesmo essa grande tranqüilidade.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: ela não vai
se deixar levar por nada que não corresponda aos seus próprios
objetivos.

Uma bruxa inteligente não deixa de plantar algumas parreiras,


pois nunca se sabe...

Poucas vezes você esteve tão soberano e tranquilo.

Você recebe atençao suficiente para se sentir maravi­


lhosamente bem.

Imponha o seu lugar, isso lhe fará bem.

ISI
O Á s de C op as

Ás de copas apresenta a mão da nuvem, tão passiva e tão


O aberta para receber, como doadora da água benta que
transborda da taça (ou copa) incessantemente.
No Tarò, a água representa o sentimento, e aqui há uma
abundância de sentimentos. A pomba branca, com a sua obla­
ta (hóstia), indica que esses mundos dos sentimentos têm uma
dimensão altíssima.
O lago com nenúfares sempre tem fundo pantanoso. A re­
novação da água parada se dá por meio de uma força superior
invisível para nós.
As gotas de chuva sugerem a natureza estimulante da si­
tuação, e você sente que pode criar com essa taça transbordan­
te e tem oportunidade de encontrar a felicidade interior.
O Ás de copas lhe permite saber:
...que, para você, é fácil aceitar esse presente.
...que você gosta de sentir semelhante leveza.
...que o seu sentir provém de um setor que lhe é novo e, ao mes­
mo tempo, familiar.
...que as pessoas notam que você não retém nada.
...que você se sente e é precioso.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: “forças


mágicas” estão operando.

Uma bruxa inteligente sabe que os bons sentimentos não pro­


cedem apenas de fontes visíveis.

Pouco a pouco, vai chegando a hora de você se sentir


mais feliz.

Compreensão silenciosa.

Tudo ocorre fácil e agradavelmente.


O II de C o p as

qui há um encontro extraordinariamente intenso. Sobre a


A mão do belo rapaz, paira uma cabeça de leão com asas de
águia, em vermelho vivo, com um bastão no qual as cobras se
enroscam.
A moça segura a taça com as duas mãos e parece fascina­
da com o fato de o rapaz à sua frente possuir uma igual. Olha
para a mão que ele estende.
No fundo, vê-se uma doce paisagem montanhosa, uma ca­
sinha entre árvores e arbustos. Chega a parecer um cenário pin­
tado, pois ambos se encontram num plano estranhamente or­
denado, apartados da tranqüilizadora miscelânea do dia-a-dia.
A energia elétrica do leão se espalha uniformemente sobre
as duas pessoas. É evidente que elas se acham na órbita de uma
força que lhes toca profundamente os sentimentos.
O Dois de copas lhe permite saber:
...que você vai ter ou já está tendo um encontro fascinante.
...que pode viver o sentimento aí nascido como paixão.
...que deve comparar com muito cuidado a sua taça com a de
quem está à sua frente.
...que não tem a menor possibilidade de escapar ao fascínio.
...que está compreendendo o significado do “agora”.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: a sua “ta­


ça” está sendo observada com muito cuidado.

Uma bruxa inteligente sabe que os encontros, na vida, são re­


flexos de sua alma e, por isso mesmo, preciosíssimos.

Abra os olhos.

Você está vivendo a sua história de amor.

Época de boas parcerias.


O III de C op as

m meio aos frutos do fim do verão, três mulheres festejam


E a colheita. Sua dança exprime a alegria de ver o resultado
da dedicação ao trabalho. Decerto o seu concerto harmônico foi
o pré-requisito desta safra.
Erguer as taças é um gesto de triunfo muito freqüente
quando os vencedores dos torneios esportivos são premiados
com um troféu. Foi um trabalho coletivo, não há pódio com de­
graus para a primeira, a segunda e a terceira colocadas.
Vê-se nitidamente que não se trata de uma competição.
Mesmo que nem tudo tenha transcorrido em harmonia antes da
colheita, o resultado é, sem dúvida, impressionante.
C) T rês de copas lhe permite saber:
...que uma festa reforça ainda mais uma boa comunidade.
...que, nas grandes alegrias coletivas, os resultados individuais
perdem a importância.
...que o objetivo comum pode substituir o individual.
...que você não está sozinho.
...que precisa descobrir a que grupo pertence.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: o grupo


dela pode ser o seu.

Uma bruxa inteligente sabe que só com objetivos comuns é


possível participar de uma sociedade ou de um grupo.

Desfrute a comunidade que quer acolhê-lo.

Você não imaginou que seria tudo tao lindo.

Você pode se sentir bem por aí.

157
esta carta, vê-se um rapaz pensativo, sentado na relva de
N uma elevação, ao pé de uma árvore alta. À sua frente, há
três taças enfileiradas. De pernas e braços cruzados, ele cochila.
Por isso não se dá conta de que uma pequena “mão de nuvem”
se aproxima para lhe oferecer uma quarta taça. Trata-se de um
presente. Os braços cruzados dão a entender que esse presente
será menosprezado ou só será aceito depois de muita reflexão.
O rapaz ainda não viveu a boa experiência da confiança
mútua, na comunidade, que aparece no Três de copas. A carta
também mostra que, no momento de realizar os nossos desejos,
é fácil perder o bom humor. A quarta taça quer evitar que, por
causa do nosso fastio, deixemos de enxergar uma oportunidade.

158
O Quatro de copas lhe permite saber:
...que alguma coisa vem ao seu encontro e você não sabe o que é.
...que está indeciso sobre como lidar com uma aproximação.
...que algo está se aproximando de você agora.
...que você gosta de manter livre o seu caminho.
...que alguma coisa é boa demais para ser verdade.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: não seja


impaciente.

Uma bruxa inteligente abre os olhos na hora certa e decide es­


pontaneamente.

Foi você que quis assim.

Talvez seja necessário um pouco mais de distância.

No momento, você não tem nenhum sentimento bom.


“ator” desta cena se encontra em um campo limitado por
O uma risca preta. Três taças estão caídas; duas estão de pé.
O tema tristeza se manifesta no manto escuro e na cabeça incli­
nada entre os ombros encolhidos.
As taças caídas lembram o vôo alto dos sentimentos que
aparece no Três de copas. As que continuam erguidas, para as
quais a personagem dá as costas, lembra o Dois de copas, liga­
do a um encontro fascinante. Mostram que mesmo na tristeza
há uma saída, ainda que nós, na nossa dor, não a consigamos
ver direito.
No fundo, vêem-se um rio em movimento constante, uma
ponte e, do outro lado do rio, uma casa não muito convidativa.

160
O C inco de copas lhe permite saber:
...que você é ator na peça que você mesmo escolheu.
...que um monólogo dramático não faz senão realçá-lo nesse
papel.
...que você pode agradar ao seu público se, depois de “sofrer” o
seu papel até o fim, despir o manto escuro.
...que ainda pode fazer bom proveito das suas taças erguidas.
...que lhe é importante conhecer todos os seus sentimentos.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: ela apare­


ce na sua peça e você aparece na dela.

Uma bruxa inteligente conserva todas as experiências impor­


tantes, mesmo a da perda.

Talvez ouvir música triste, ler livros tristes e vestir um


pulôver preto.

Pelo jeito, há problemas sentimentais.

Talvez ouvir música animada, ler gibis e vestir roupa


colorida - e procurar secretamente um interlocutor
confiável.
O VI de Copas

ma suave luz dourada envolve igualmente os prédios, a


U praça, as taças e a mulherzinha: calor banhado de sol.
Esta é a carta que lembra a época da vida em que a nossa ca­
sa fica impregnada pela sensação cálida e segura de ser amado e
bem-vindo. As flores nas taças representam o amor vivido na in­
fância e que nos acompanha até bem entrada a idade adulta.
A carta mostra que estamos numa fase da existência em
que é preciso entrar em contato com as nossas raízes e talvez
também encontrar pessoas cercadas por aquelas taças que nós,
na infância, achavamos tão indispensáveis. Agora que cresceu,
o menino agradecido entrega uma taça de flores à mãe. Como
é inverno - a mulher calça luvas grossas - , pode ser que se tra­
te da evocação de recordações num período “glacial” da vida.
t ) Si is di copas lhe permite saber:
c|iu\ também interiormente, você deseja estar em casa.
,<|U(‘ está vivendo um sentimento que o leva de volta a um pas­
sado remoto.
.que os seus sentimentos estão muito protegidos.
...que algo se repete na sua vivência.
..que você não quer confundir quem está à sua frente.

( aso tenha perguntado acerca de outra pessoa: procure desco­


brir de que planta se trata.

Uma bruxa inteligente trata de ter uma “florzinha” mesmo no


inverno.

Compre um vaso com o seu próprio dinheiro e dê um


nome à flor: que ela seja o seu oráculo.

Muitos sentimentos doces zumbem no ar.

Já não é exatamente como antes, mas resta algo de


bom.
O VI de Copas

ma suave luz dourada envolve igualmente os prédios, a


U praça, as taças e a mulherzinha: calor banhado de sol.
Esta é a carta que lembra a época da vida em que a nossa ca­
sa fica impregnada pela sensação cálida e segura de ser amado e
bem-vindo. As flores nas taças representam o amor vivido na in­
fância e que nos acompanha até bem entrada a idade adulta.
A carta mostra que estamos numa fase da existência em
que é preciso entrar em contato com as nossas raízes e talvez
também encontrar pessoas cercadas por aquelas taças que nós,
na infância, achavamos tão indispensáveis. Agora que cresceu,
o menino agradecido entrega uma taça de flores à mãe. Como
é inverno - a mulher calça luvas grossas - , pode ser que se tra­
te da evocação de recordações num período “glacial” da vida.
O S e is d e c o pa s lh e p e r m i t e s a b e r :

...que, também interiorm ente, v o c ê deseja estar em casa.


...que está vivendo um sentim ento que o leva de volta a um pas­
sado remoto.
...que os seus sentim entos estão m u ito protegidos
...que algo se repete na sua vivência.
...que você não quer confundir q u e m está à sua frente.

Caso tenha perguntado acerca de outra pessoa: procure desco­


brir de que planta se trata.

Uma bruxa inteligente trata de te r urna “florzinha” mesmo no


inverno.

Compre um vaso com o seu próprio dinheiro e dê um


nome à ñor: que ela seja o seu oráculo.

Muitos sentimentos doces zumbem no ar.

Já não é exatamente com o antes, mas resta algo de


bom.
O VII de Copas

esta carta, você é o “lanterninha” do cinema e acompanha


N a si mesmo num filme da sua escolha. Enquanto você olha
fascinado para a tela, a luz do projetor, repleta de imagens, en­
gole o seu corpo, transformando-o numa sombra de irrealidade.
As sete taças apresentam símbolos de deuses desconheci­
dos: a Felicidade e o Perigo, a Beleza, a Riqueza e a Sedução, o
Respeito e Poderes Primordiais arcaicos. Mas tome cuidado: as
imagens irreais podem ser um engano, uma ilusão, e levá-lo a
criar falsas esperanças e idéias.
O Sete de copas lhe permite saber:
...que você se deixa levar por sonhos ou devaneios.
...que uma inundação de novas idéias o fascina.
...que você precisa descobrir que filme quer ver no momento.
...que você pode se decidir a seu favor ou contra você.
...que você mesmo escolheu o seu filme.

Caso tenha perguntado acerca de outra pessoa: tomara que ela


não pense que você se sente em casa dentro de uma taça.

Uma bruxa inteligente gosta do seu filme.

Acorde, acorde!

Deixe-se seduzir, mas não acredite em tudo.

Não deixe que o enganem nem que mintam para você.


m momentos raros, mediante um acontecimento especial,
E a natureza nos conduz a uma descoberta extraordinária.
Nesta carta, verifica-se uma transformação, a Lua se põe dian­
te do Sol, encobrindo-o.
Um homem se afasta, deixando para trás uma bem orde­
nada fileira de taças. Mas na disposição há uma brecha. Essa
pessoa sente falta de alguma coisa na vida e, por isso, abando­
na o ambiente costumeiro para iniciar uma busca. Essa incur­
são ao desconhecido dói no coração, como mostra o eclipse do
Sol.
O homem se separa da segurança e da rotina cotidiana pa­
ra usar todas as possibilidades de conhecer a si próprio.
Para tanto é preciso muita coragem e um grande amor pe­
la vida.

166
O Oito de copas lhe permite saber:
...que lhe falta alguma coisa.
...que você tem de escolher entre a rotina e o desconhecido.
...que você conserva as suas taças.
...que precisa de segurança interior para partir.
...que está disposto a seguir adiante.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: ela está in­
do para o seu caminho.

Uma bruxa inteligente sabe que cada pessoa tem a sua hora do
eclipse do Sol.

Você tem razão em partir.

Este não foi o grande sucesso. Mas ele ainda pode


chegar.

Escolha o seu caminho e vá.


m estranho desfile de taças cerca esta pessoa, que se mos­
U tra satisfeitíssima. As nove taças estão muito bem distribuí­
das sobre o pedestal, que está coberto com uma toalha azul e que
se ergue como um muro arredondado em torno do proprietário.
Lembre-se de que este naipe, copas, simboliza os nossos
sentimentos. Aqui alguém conseguiu pôr tudo em ordem. Ca­
da taça tem o seu lugar, coisa que informa o visitante de que
aqui se obtiveram relações claras.
O herói da cena está de braços cruzados. Sinal de que, por
ora, está descansando e não tem intenção de ser ativo. É hora
de festejar. Com efeito: simbolicamente, ele cobre o plexo so­
lar, o lugar do corpo em que ficam guardados os sentimentos.

1611
O Nove de copas lhe permite saber:
...que agora você quer gozar a vida.
...que você pode se enganar.
...que conserva muitos bons sentimentos.
...que, para você, alegria compartilhada é melhor do que nada.
...que precisa de um pouco mais de caos para ser feliz.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: não se dei­


xe contagiar por esse fanático pela ordem.

Uma bruxa inteligente prefere limpar as suas taças, mas não


precisa delas num pedestal.

yTY Se você vive afirmando que está indo superbem, não


ynj se admire se os outros acreditarem.

Tudo está bem contanto que você esteja bem.

Talvez não seja exatamente o que você quer, em com­


pensação, é simples, tranquilo e sem problema.
O X de Copas

casal que se encontrou para a vida saúda, feliz, o arco-iris,


O que mostra dez imaculadas taças num céu imaculada­
mente azul. As crianças dançam livremente, na certeza de que
são amadas.
A carta simboliza a realização dos desejos inspirados pelos
nossos sentimentos. Há uma liberdade especial nessa consciên­
cia da ligação com o outro e de poder criar a partir de um po­
tencial energético comum. Que isso é raro, demonstra-o o ar­
co-íris que, até hoje, quando aparece no céu, é visto como sinal
de felicidade. Esta carta também mostra que o presente, quan­
do vivido conscientemente, oferece muitos arco-íris.
O Dez de copas lhe permite saber:
...que você está particularmente bem sintonizado com o seu
meio.
...que pode ser livre com os outros e eles com você.
...que os seus desejos serão realizados.
...que, atualmente, você está gozando muito a vida.
...que não está sozinho.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: os desejos


dela são os seus.

Uma bruxa inteligente sabe a diferença entre uma miragem e


um arco-íris.

O arco-íris aparece especialmente para você.

O que mais você quer? Bons tempos se anunciam.

Bons tempos, bons mesmo.


O Pajem/Valete de
Copas

P ajem de Copas

estranho nesta imagem é a historia que eia conta: a curio­


O sa história de um rapaz que estava com uma taça vazia e,
de repente, dá com um peixe dentro dela. Ou será a história de
um peixe que ainda há pouco estava feliz da vida no mar, livre
e sossegado, e então, sem querer, acabou pulando dentro de
uma taça? Pouco importa a história, o que importa é que o ho­
mem e o peixe se descobriram mutuamente e estão encarando
um ao outro.
Talvez se trate de um ser encantado que teve a coragem de
tomar forma de peixe e entrou de propósito na taça. Talvez o
peixe seja um guardião das coisas antigas; e o rapaz, um arau­
to especial dos novos tempos, que precisa aprender a entender
certos segredos.
O Pajem/Valete de copas lhe permite saber:
...que os seus sentimentos lhe transmitem novas e ótimas men­
sagens.
...que um novo tipo de sentimento se inaugura para você.
...que os seus sentimentos o estimulam.
...que alguém está fazendo o possível para lhe mostrar que a
coisa é com você mesmo.
...que pode ser que se trate de urna historia de amor.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: é possível


que ela já esteja na sua taça.

Uma bruxa inteligente sempre se alegra com os acasos estra­


nhos da vida.

Você simplesmente está mais vulnerável que de cos­


tume, mas não faz mal.

Atreva-se a viver um belo período apaixonado.

Algo novo acontece e o encanta.

173
Cavaleiro de Copas

Cavaleiro de Copas

O cavaleiro montado no seu cavalo branco parece um


mensageiro, a caminho de ofertar um gesto de reconciliação.
Ou também um convite para onde houver festa e alegria. Tal­
vez ele também tenha sido enviado para dar formas mais con­
cretas às idéias obscuras. Naturalmente, ele também pode estar
a caminho de resolver os próprios negócios.
Seu elmo alado de cavaleiro indica que ele pode “dar asas
aos seus pensamentos”. Isto é, que as suas intenções devem ser
buscadas no plano da fantasia e da criatividade - pintura, mú­
sica, cinema, etc.
Quando o observamos mais de perto, chama a nossa aten­
ção o fato de ele parecer um pouco acanhado e estar muito co­
movido com a mensagem que transmite. Também poderiamos
defini-lo como introvertido e concentrado.
Em todo caso, ele concretizará sua pretensão e levará a sua
taça ao lugar predeterminado. Esse lugar pode ser um ponto de
interseção entre a realidade e a fantasia.
O Cavaleiro de copas faz você saber que:
... novos tempos se anunciam para você.
...que você realiza um sonho.
...que você está ou ficará enredado em um belo encontro.
...que você tem de dar um presente especial, que só você pode dar.
...que lhe será dado um presente como esse.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: nesse caso al­
guém nutre pensamentos muito amigáveis e amorosos por você.

Uma bruxa esperta já cumprimenta o cavaleiro de longe e fica


ansiosa pelo presente.

Você está a caminho, e você chegará ao seu destino.

Aproveite um belo encontro.

Uma boa oportunidade para deixar todas as brigas pa­


ra trás.

175
A Rainha de Copas

rainha sabe que a sua taça é diferente de todas as outras.


A É complicada na forma e parece ter sido feita exclusiva­
mente para ela. Talvez nem todos saibam que a taça dela é di­
ferente. Tem muita semelhança com um cálice sagrado. A rai­
nha está sentada num trono que forma um nicho protetor ao
seu redor: uma gruta com anjinhos entalhados. Segura a taça
com carinho, com ambas as mãos, e a observa atentamente. Is­
so é que é uma verdadeira concentração no enxergar interior.
Durante essa contemplação meditativa, a rainha parece
tornar-se cada vez mais forte, a água lhe banha os pés, seu man­
to se assemelha a um véu aquático.
Ela descobre um segredo fundamentado no “ser diferen­
te”. Esse “ser diferente” lhe dá uma força enorme. Será que ela
tem condições de transformar isso numa coisa concreta ou se­
rá que vai guardar o segredo só para ela?

176
A Rainha de copas lhe permite saber:
...que você tem um grande fascínio pelo fantástico.
...que está disposto, sem compromisso, a se aproximar de si
mesmo.
...que está começando a pensar por imagens.
...que se anuncia uma estranha fase de grandes alterações.
...que você deseja se ocupar do lado meditativo.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: olhe-a nos


olhos, pode ser que assim você descubra o seu segredo.

Uma bruxa inteligente sempre topa com taças lacradas que


aguardam ser decifradas.

Deixe que algo se abra e adquira nova forma dentro


de você.

Talvez só uma bonita fantasia, talvez um tempo de


descoberta de segredos.

Há muitos desejos, idéias e sonhos novos...

177
O Rei de Copas

R ei de Copas

ssa majestade parece inalcançável. Seu trono real se acha


E em meio às ondas, sobre uma base de pedra. Peixes salti-
tantes, um veleiro distante: é perceptível que esse rei executa
uma tarefa complicada no seu mundo aquático. A firmeza do
seu trono contrasta com a fluidez do mundo aquático para o
concreto e o material.
Uma pessoa que quer ou mesmo tem de dominar mundos
de sentimentos difíceis de definir, como parece que aqui se exi­
ge desse rei, precisa de solidão, de força e de lucidez.
Rei é aquele que vive na ilha distante da beleza, que vive
os seus sonhos e permite que a fantasia sobreviva.
O Rei de copas lhe permite saber:
...que neste momento você tem uma percepção excepcional.
...que com certeza você se movimenta num mundo de magia.
...que você só pode ser alcançado por pessoas escolhidas.
...que o chão firme que você sente sob seus pés só é destinado
para você.
...que você se assegura de um lugar que nem sequer existe para
os outros.

Caso você tenha perguntado acerca de outra pessoa: você pre­


cisará de um barco a vela especial para alcançá-la.

Uma bruxa inteligente já viu muitos desses “rochedos flutu­


antes” e afirma seu respeito pelo “habitante da ilha”.

Você sente-se muito distante de tudo e de fato está.

Você sente proximidade, apesar de estar muito longe


da pessoa da sua escolha.

Tente se expressar de forma mais clara e faça com que


o vejam.

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