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Dólar sobe pelo 7º dia e fecha a R$ 4,12,

maior patamar em quase 3 anos


Na véspera, a moeda norte-americana subiu 0,42%,
vendida a R$ 4,0529. Foi o valor mais alto desde o dia 16 de
fevereiro de 2016.

Por G1
23/08/2018 09h02 Atualizado há menos de 1 minuto

Notas de dólar (Foto: REUTERS/Dado Ruvic)

O dólar fechou em alta pelo 7º pregão seguido nesta quinta-feira (23), acima de R$
4,12, maior patamar em quase três anos. A tentativa de correção da moeda norte-
americana foi ofuscada pelo cenário externo, após Estados Unidos e China
aplicarem nova rodada de tarifas comerciais entre si, e pelo cenário eleitoral nos
últimos dias, com os investidores repercutindo as primeiras pesquisas de intenção
de voto.
A moeda norte-americana encerrou o dia vendida a R$ 4,1222, uma valorização de
1,71%. Na máxima, chegou a R$ 4,1272. Veja mais cotações.
A última vez que o dólar havia fechado acima de R$ 4,12 foi em 23 de setembro de
2015 (R$ 4,1455), segundo o ValorPro. O dólar turismo, sem a cobrança de IOF,
fechou a R$ 4,30.
"É o conjunto da obra. Problemas lá fora, China e Estados Unidos, eleição no Brasil e
ainda o fator especulação", afirmou a Reuters o operador da Advanced Corretora,
Alessandro Faganello.
"O investidor corrige um pouco, mas não quer ficar vendido em dólar (apostar na
queda da moeda). Não há muito espaço para realização maior com as notícias atuais",
emendou à agência o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner
Investimentos, José Faria Júnior, para quem o 'piso' nesse momento seria de pelo
menos R$ 4.
Desde o início do ano, a moeda norte-americana já acumula avanço de mais de 26%.
A tendência de alta, que havia perdido fôlego a partir de junho, voltou em agosto em
meio às incertezas eleitorais e ao cenário externo menos favorável, fazendo o dólar
saltar do patamar de cerca de R$ 3,70 para o atual de R$ 4.
Investidores têm comprado dólares em resposta a pesquisas que mostram uma
fraqueza de candidatos voltados a reformas alinhadas com o mercado. A busca pela
moeda indica que o mercado prefere ativos mais seguros em momentos de incerteza,
o que leva ao enfraquecimento do real.
Nesse cenário turbulento, o principal índice de ações da bolsa brasileira opera em
queda nesta quinta-feira (23).

Cenário externo
No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas impulsionado pela incerteza
política, nova rodada de tarifas comerciais e pela ata da última reunião do banco
central dos Estados Unidos que sinalizou aumento da taxa de juros em setembro.
Os Estados Unidos e a China intensificaram a sua guerra comercial que já dura
meses, implementando tarifas de 25% sobre US$ 16 bilhões em produtos um do
outro, abalando os investidores que buscavam segurança no dólar.
O dólar também subia ante divisas de países emergentes, com destaque para o rand
sul-africano, depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, expressou no
Twitter suas preocupações sobre a reforma agrária do país, e o rublo, com o aumento
do risco de mais sanções dos EUA à Rússia.

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