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CURSO ON-LINE – LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL

TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ICMS-DF


PROFESSOR: ROGÉRIO RIBEIRO
AULA 5

ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA E SISTEMA TRIBUTÁRIO DO


DISTRITO FEDERAL.

Olá amigos!

Chegamos, enfim, à nossa Aula 5, que aborda a parte da Lei Orgânica do DF que
trata dos tributos. Embora seja um assunto de extrema importância para os que
focam no concurso de Auditor Tributário do DF, a LODF não vai muito além do
que já diz a Constituição Federal. Aqui, por se tratar de um curso de Lei
Orgânica, vamos nos ater ao que está ali contido, com esclarecimento e
ensinamento de todos os conceitos necessários. Por isso, nossa aula será breve e
objetiva, e, para maior aprofundamento nos tributos do Distrito Federal, o Ponto
dos Concursos disponibiliza um Curso Regular de Direito e Processo Tributário
voltado para o concurso de Auditor Tributário do DF.

Introdução

Pessoal, antes de iniciarmos o estudo da matéria contida na LODF, acho


importante trazermos lá do Direito Tributário uma noção do sistema de normas
tributárias. Isso é fundamental para compreendermos até que ponto a Lei
Orgânica do DF pode regulamentar ou inovar em matéria tributária. De forma
resumida, a função predominante da Constituição Federal é estabelecer as
competências e suas limitações, além de fixar princípios e regras que devem
ser obedecidos. Ou seja, por um lado define a capacidade de cada ente federado
instituir tributos, por outro estabelece regras e princípios limitadores, que tendem
a assegurar proteção à sociedade.

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A competência para legislar sobre direito tributário está inserida na Constituição
como uma competência concorrente. Nesse caso, compete à União estabelecer
normais gerais e ao Distrito Federal suplementar, por meio de lei própria, as
normas gerais estabelecidas. Em caso de omissão legislativa da União, quanto às
normas gerais, pode o DF exercer a competência legislativa plena, e editar
norma geral, eficaz até o momento em que a União edite as normas gerais de sua
competência.

A CF reserva à lei complementar o estabelecimento de normas gerais em


matéria tributária, que são dispositivos de abrangência nacional e que
estabelecem conceitos não definidos na Constituição. Principal exemplo disso é o
Código Tributário Nacional. Já a instituição dos tributos, regra geral, pois há
exceções, cabe à lei ordinária.

Portanto, pessoal, nem a Lei Orgânica do DF, nem a legislação do DF, podem
dispor de forma contrária ao que consta tanto na Constituição Federal quanto nas
Leis Complementares federais que tratam das normas gerais em matéria
tributária. Tampouco a LODF institui tributos, apenas os regulamenta, de forma
simétrica à legislação nacional, uma vez que os tributos serão instituídos por leis
do Distrito Federal.

Tributos do Distrito Federal

É a Constituição Federal quem define a competência tributária, ou seja, que ente


federado (União, Estados, DF ou Municípios) tem o poder de instituir
determinado tributo. E instituir tributos significa uma competência legislativa, já
que a própria CF/88 define, conforme o princípio da legalidade, que a
instituição de qualquer tributo só pode ser estabelecida mediante lei. Nesse
contexto, já vimos, desde a Aula Demonstrativa, que, no federalismo brasileiro, o

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Distrito Federal ocupa uma posição sui generis, acumulando as competências
legislativas destinadas aos Estados e aos Municípios.

Portanto, compete ao Distrito Federal instituir, além das taxas em razão do


exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de
serviços públicos de sua atribuição, específicos e divisíveis, prestados ao
contribuinte ou postos a sua disposição, a contribuição de melhoria, decorrente
de obras públicas, e a contribuição cobrada de seus servidores para custeio, em
benefício destes, de sistema de previdência e assistência social. Também
compete ao DF, cumulativamente, os impostos reservados aos Estados e
Municípios, que são aqueles listados nos arts. 155 e 156 da Constituição Federal.

Tributos de competência do DF

Taxas
Contribuições de melhoria
Contribuição de seguridade social dos servidores públicos do DF

Impostos

Estaduais Municipais

ITCD – transmissão causa mortis e ITBI – transmissão "inter vivos", a


doação, de quaisquer bens ou qualquer título, por ato oneroso, de
direitos. bens imóveis, por natureza ou acessão

ICMS – operações à física, e de direitos reais sobre imóveis,


relativas
circulação de mercadorias e sobre exceto os de garantia, bem como
prestações de serviços de transporte cessão de direitos a sua aquisição.
interestadual e intermunicipal e de ISS – serviços de qualquer natureza,
comunicação, ainda que as operações não compreendidos no ICMS,
e as prestações se iniciem no exterior. definidos em lei complementar.

IPVA – propriedade de veículos IPTU – propriedade predial e


automotores. territorial urbana.

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1. (CETRO – DER/DF – 2009) Observe os seguintes impostos:

I. ICMS

II. IPTU

III. ITR

IV. IPVA

V. IPI

Sabendo-se o conceito de impostos seletivos e não-cumulativos, pode-se afirmar


que os impostos do DF são os contidos apenas nos itens:

(A) I e III

(B) II e III

(C) I e V

(D) I, II, e IV

(E) II, III, IV e V

Os conceitos de impostos seletivos e não-cumulativos serão vistos nessa aula


mais adiante, mas a verdade é que para a resolução dessa questão eles não são
necessários. Aqui, basta ter em mente quais são os tributos de competência do
DF, conforme o quadro esquemático apresentado. Dos itens listados, são de
competência do DF o ICMS, o IPTU e o IPVA. Os demais são tributos da
União.

Gabarito: D

2. (CESPE – PGDF – Procurador do Distrito Federal – 2007) O Distrito


Federal, entidade integrante da República Federativa do Brasil, pode instituir
contribuição para o custeio de sistemas de previdência e assistência social de
seus servidores; imposto sobre serviços de qualquer natureza; taxas, em razão do
exercício do poder de polícia.

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A questão faz referência aos tributos de competência do DF, e cita o ISS, as
taxas pelo poder de polícia e a contribuição de seguridade social dos
servidores públicos do DF, todos de competência do DF.

Gabarito: CERTO

3. (CESPE – PGDF – Procurador do Distrito Federal – 2007.2) O


Distrito Federal, com o advento da Constituição Federal de 1988, assumiu
titularidade de pessoa jurídica pública com capacidade política e gozo de ampla
autonomia e governabilidade. Deixou, portanto, de ser, apenas, sede
administrativa da União. Em conseqüência dessa nova estrutura constitucional
que lhe foi atribuída, assinale a opção correta.

(A) O Distrito Federal, por meio de sua Câmara Legislativa, tem competência
para editar lei sobre o pagamento de IPVA, quando ausente Lei Complementar
da União estabelecendo normas gerais.

(B) O exercício da competência tributária do Distrito Federal pode ser limitado


por Lei Complementar Nacional.

(C) A Câmara Legislativa do Distrito Federal tem ampla competência, em


concreto, para instituir só os impostos que a Constituição autoriza os Estados e
cobrá-los.

(D) O Distrito Federal não tem competência concorrente para instituir a cobrança
de custas dos serviços forenses prestados pelo Poder Judiciário local, mesmo
quando a União permaneça omissa em estabelecer, por Lei Complementar,
normas gerais a respeito.

(E) A inércia da União em regulamentar a matéria prevista no art. 24 da


Constituição Federal, redação atual, impedirá o Distrito Federal de, exercendo
competência concorrente, legislar, de modo específico, sobre atualização do valor
do ICMS.

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A respeito da letra “B”, é a Constituição Federal quem define a repartição de
competências, enquanto as normas gerais que regulamentam a matéria devem ser
tratadas em lei complementar nacional (federal). Isso não significa que essa lei
possa limitar as competências tributárias do DF, por ferir o pacto federativo e a
autonomia do Distrito Federal.

Já a letra “C” não está correta, pois sabemos que o DF acumula as competências
legislativas (e tributárias) reservadas aos Estados e aos Municípios.

Na letra “D”, apesar de um pouco fora do contexto da nossa aula, as custas dos
serviços forenses são definidas como competência concorrente da União, Estados
e DF, e portanto se inclui como competência distrital. Ainda, no caso da omissão
da União, o DF poderá exercer a competência plena e legislar sobre as normas
gerais omissas.

A letra “E” faz novamente referência às competências concorrentes. Uma delas é


a competência para legislar sobre direito tributário. Como o DF é competente
para suprir a omissão legislativa da União, não está impedido de legislar sobre a
atualização do valor do ICMS. Pelo contrário, pode, além disso, legislar sobre as
normas gerais necessárias à regulamentação da matéria.

Por último, a letra “A” está correta. Diz respeito exatamente à competência
plena que o DF pode exercer na ausência da Lei Complementar federal
estabelecendo normas gerais.

Gabarito: A

Receita Pública Tributária

Todos esses tributos (ou melhor, sua arrecadação) irão compor parte da Receita
Pública do DF, mais especificamente a Receita Tributária. O que acontece é
que por conta da repartição das receitas tributárias estabelecida na CF, o Distrito

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Federal novamente acumula o que se destina tanto aos Estados quanto aos
Municípios, e, além das receitas arrecadas com os tributos de sua competência,
constituem receitas do DF:

• 100% do Imposto de Renda – IR incidente na fonte sobre rendimentos


pagos, a qualquer título, pelo DF, suas autarquias e pelas fundações que
instituir e mantiver.

• 20% do produto da arrecadação de eventual imposto residual (exercício


da competência residual quanto a impostos) que a União venha a
instituir, mediante lei complementar.

• 50% do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade


territorial rural – ITR, relativamente aos imóveis nele situados, ou 100%
na hipótese da opção por ser fiscalizado e cobrado pelo DF, na forma da
lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma
de renúncia fiscal.

• A parcela que lhe couber do Fundo de Participação dos Municípios –


FPM e do Fundo de Participação dos Estados e do DF – FPE.

• A parcela que lhe couber, proporcional a exportação de produtos


industrializados, do montante de 10% do IPI.

• 100% do IOF sobre o Ouro.

4. (FUNIVERSA – ADASA/DF – 2009 – adaptada) O imposto sobre


propriedade rural será fiscalizado e cobrado pelos municípios que assim optarem,
na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra
forma de renúncia fiscal.

A questão faz referência a um tributo de competência da União, o ITR. Mas é


importante saber que há a opção de o município (no caso o DF) fiscalizar e
cobrar o referido imposto. Nesse caso, a participação da receita tributária do DF
aumenta de 50% para 100% da arrecadação com o ITR.

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Gabarito: CERTO

Administração Tributária

Quanto à Administração Tributária, além de definir que sua organização e


funcionamento, bem como a organização e estruturação da carreira de auditoria
tributária, devem ser objeto de lei específica, a LODF já reserva à carreira de
auditoria tributária a competência privativa das funções de lançamento,
fiscalização e arrecadação dos tributos de competência do Distrito Federal e o
julgamento administrativo dos processos fiscais. Sendo que o julgamento de
processos fiscais em segunda instância é de competência de órgão colegiado,
integrado por servidores da carreira de auditoria tributária e representantes dos
contribuintes.

Atenção! Não se incluem nessa competência privativa dos Auditores


Tributários o lançamento, a fiscalização e a arrecadação das taxas que
tenham como fato gerador o exercício do poder de polícia, bem como o
julgamento dos processos administrativos fiscais decorrentes dessas
funções.

Isso não afasta a previsão da LODF de que o DF pode, por meio de convênios
com a União, Estados e Municípios, delegar ou deles receber encargos de
administração tributária.

5. (FUNIVERSA – ADASA/DF – 2009 – adaptada) É vedado ao DF


delegar sua capacidade tributária.

Acabamos de ver que pode o DF, por meio de convênios com os demais entes da
federação, delegar ou deles receber encargos de administração tributária. O que
não pode ser objeto de delegação é a competência tributária. A capacidade, que
no caso diz respeito ao direito de cobrar o tributo, pode ser delegada a outro ente.

Gabarito: ERRADO

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Sistema Tributário do DF

Princípios Gerais

A Lei Orgânica do DF traz em seu texto, de forma explícita, os princípios gerais


do Sistema Tributário Nacional, dispostos na Constituição Federal, e acrescenta
outras disposições.

De início, a LODF define que a função social dos impostos deve incorporar o
princípio de justiça fiscal e o critério de progressividade. O que se quer dizer
aqui é que para se obter uma maior justiça social, com redistribuição de renda
entre a população, deve-se valer da justiça fiscal, onde paga mais quem pode
pagar mais. Guarda forte relação com o princípio da capacidade contributiva que
veremos adiante. E uma forma de alcançar essa função social e justiça fiscal é
valer-se do critério de progressividade. Ou seja, as alíquotas (um percentual
maior, e não apenas um montante de recursos maior) dos impostos devem ser
maiores para aqueles que podem contribuir mais.

O princípio da capacidade contributiva e pessoalidade dos impostos está


expresso na LODF de forma simétrica ao que consta na CF. Ou seja,
expressamente, o princípio é restrito aos impostos. Sempre que possível, os
impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte. A doutrina do Direito Tributário costuma distinguir
aqui duas normas, ou dois princípios:

• Princípio da pessoalidade dos impostos – Considerada a classificação


doutrinária que diferencia os impostos em reais e pessoais. Por um
imposto com caráter pessoal, deve-se compreender aquele imposto cuja
legislação leva em conta a figura do contribuinte, suas condições pessoais.
Ocorre que impostos como o ICMS ou o IPVA dificilmente serão capazes
de levar em conta as características pessoais do contribuinte, por isso, a

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LODF afirma que os impostos devem ter caráter pessoal, sempre que
possível.

• Princípio da capacidade contributiva – Ou princípio da capacidade


econômica, pelo qual os impostos sejam conexos a alguma manifestação
de riqueza do contribuinte. Em outras palavras, paga mais quem pode
mais.

Limitações ao Poder de Tributar

Diversos outros princípios decorrem das limitações ao poder de tributar, como


espécie de garantias asseguradas ao contribuinte. Assim, estão expressos na
LODF os seguintes princípios:

• Legalidade (LODF, art. 128, I) – Decorre da CF e é reproduzido na Lei


Orgânica do DF. Estabelece que a instituição ou majoração de tributos
só pode ocorrer por meio de lei. Apenas lembrando que se a instituição é
feita por lei, uma redução do tributo, que vise modificar essa lei, só poderá
ocorrer por meio de outra lei, embora a LODF não faça essa exigência
expressamente.

• Isonomia (LODF, art. 128, II) – Nos termos da Lei Orgânica, é vedado
instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em
situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação
profissional ou função por eles exercida, independentemente da
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. Ou seja, o que
se deseja é impedir que se trate de forma diferente aqueles que se mostrem
iguais, e, de forma análoga, permitir que se trate de forma diferente
aqueles que são diferentes.

• Irretroatividade (LODF, art. 128, III, “a”) – Como se diz, o tempo rege o
fato. Quando ocorrer um fato gerador, é a lei vigente naquele momento

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que regrará o acontecimento. Se não há, nesse momento, lei que tenha
instituído ou aumentado certo tributo, não é possível que uma lei posterior
venha a cobrar tributos sobre esse fato gerador.

• Anterioridade (LODF, art. 128, III, “b”) – Para que o contribuinte não
seja atingido de surpresa por um aumento de alíquota ou mesmo por um
novo tributo, fica vedado cobrar tributos no mesmo exercício financeiro
em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Por isso é
conhecido também como princípio da não-surpresa.

• Não-confisco (LODF, art. 128, IV) – É proibido utilizar tributo com


efeito de confisco. Em outras palavras, as alíquotas tributárias (seja
imposto, taxa ou contribuição) não podem ser tão elevadas a ponto de
serem abusivas, ou mesmo confiscatórias, ferindo a garantia de
propriedade do contribuinte. Os contribuintes devem ser capazes de
suportar os tributos exigidos. Não há um limite absoluto definido, e por
tanto, deve haver razoabilidade no momento da instituição ou majoração
de tributos.

• Não-limitação ao tráfego (LODF, art. 128, V) – Nossa Constituição


garante a liberdade de locomoção, e não pode o Estado utilizar tributos
como meio para estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou de bens.
Nada impede que sejam cobrados tributos sobre a circulação de
mercadorias (ICMS) ou ainda que seja cobrado pedágio pela utilização de
vias conservadas pelo DF, desde que seja obedecido o princípio anterior
do não-confisco, e não caracterize uma limitação na circulação de bens ou
pessoas.

• Não-discriminação tributária (LODF, art. 128, VII) – Esse princípio


decorre da CF e é valido para Estados, Municípios e para o Distrito
Federal, por isso se encontra positivado na LODF. Fica proibido
estabelecer diferença tributária entre bens e serviços de qualquer

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natureza, em razão de sua procedência ou destino. Tem como objetivo a
manutenção do pacto federativo, impedindo que os entes federados se
discriminem entre si. Busca-se evitar a chamada “guerra fiscal” e zonas de
favorecimento à circulação de bens ou serviços, ou seja, evita a formação
de comunidades econômicas parciais dentro do País. O Distrito Federal
não pode, por exemplo, estabelecer normas que privilegiem mercadorias
vindas de certos Estados ou Municípios, ou destinadas a eles.

• Anterioridade nonagesimal (LODF, art. 128, §5º) – O que a LODF


prevê é apenas a necessidade de aguardar 90 dias da vigência da lei que
houver instituído ou modificado a contribuição de seguridade social
dos servidores públicos do DF. A regra da noventena, que exige o
mesmo prazo de 90 dias entre a publicação da lei que institui ou aumenta
tributo e sua exigência, passou a vigorar no País com a Emenda
Constitucional nº 42/2003. A LODF não teve seu texto atualizado ainda,
embora a regra que consta na CF/88 atualmente deva ser observada pelo
Distrito Federal.

Pessoal, vimos na Aula 4 que uma das funções da Lei de Diretrizes


Orçamentárias – LDO é dispor sobre as alterações da legislação tributária.
Portanto, o texto da LDO deve trazer regras e previsões sobre as alterações
previstas em matéria tributária para cada exercício financeiro. Diante disso, a Lei
Orgânica do DF impõe que, nos casos que não estejam ali previstos, os projetos
de lei que instituam ou majorem tributos só serão apreciados pela CLDF, no
mesmo exercício financeiro, se a ela encaminhados até 90 dias de seu
encerramento.

6. (FUNIVERSA – ADASA/DF – 2009 – adaptada) O princípio da


anterioridade constitui-se na proibição de se instituir tributos no mesmo exercício
financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, que
pode deixar de ser aplicado no caso de iminência de guerra externa.

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O princípio da anterioridade, ou da não-surpresa, impede a cobrança (e não a
instituição) do tributo no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada
a lei que os instituiu ou aumentou. Além disso, a iminência de guerra externa
não é razão lícita para afastar o princípio da anterioridade.

Gabarito: ERRADO

7. (CESPE – CLDF – CONSULTOR LEGISLATIVO – 2006) O


princípio da anterioridade tributária significa que nenhum tributo pode ser
instituído ou majorado no mesmo exercício em que venha a ser cobrado pelo
fisco; a razão desse princípio deriva da necessidade de que as receitas tributárias
decorrentes dessa cobrança estejam previstas na lei orçamentária, a fim de se
ordenarem a receita e a despesa do poder público.

A definição do princípio da anterioridade na questão está correta. O problema é


a razão atribuída ao princípio. Como vimos, sua existência se deve como uma
forma de proteção ao contribuinte, para que este não seja pego de surpresa pelo
fisco com um aumento ou mesmo um novo tributo.

Gabarito: ERRADO

Imunidades

As imunidades tributárias são verdadeiras limitações ao poder de tributar.


Portanto, são limitações às competências tributárias, e como quem as define é a
Constituição Federal, só ela pode restringir. Impedem que o legislador defina
determinada situação como hipótese de incidência. Abaixo estão aquelas
imunidades reproduzidas diretamente no texto da Lei Orgânica do DF.

• Imunidade Recíproca (LODF, art. 128, VI, “a”) – Pessoal, atenção ao


fato de que, diferente dos princípios que vimos anteriormente, a
imunidade recíproca se aplica apenas aos impostos, e não aos tributos de

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maneira geral. O DF não pode instituir impostos sobre patrimônio, renda
ou serviços da União, Estados e Municípios. Por se dirigir a uma
determinada pessoa, é classificada pela doutrina como uma imunidade
subjetiva. Sua aplicação é extensiva a autarquias e fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, no que se refere a patrimônio, renda e
serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou delas decorrentes.
Mas não se aplica a patrimônio, renda e serviços relacionados com a
exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a
empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou
pagamento de preços ou tarifas pelo usuário. Lembrando que, conforme o
entendimento do STF, essa exceção deve ser lida de forma restritiva, pois
a imunidade recíproca atinge empresas prestadoras de serviço público,
ainda que seus serviços sejam remunerados por preço público, como é o
caso dos Correios – ECT. Essa imunidade também não exonera o
promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao
bem imóvel. Ou seja, caso haja contrato de promessa de compra de
compra e venda de um bem imóvel de propriedade de um ente público a
um particular, este já se torna contribuinte de IPTU, antes mesmo da
transferência da propriedade do imóvel.

• Imunidade Religiosa (LODF, art. 128, VI, “b”) – Não pode o DF instituir
impostos sobre templos de qualquer culto. Novamente, a regra vale
apenas para os impostos, e por se dirigir a uma pessoa é também
classificada como uma imunidade subjetiva. É interessante acrescentar
que por “templos” não deve ser entendido apenas as instalações físicas e
os prédios, mas sim a entidade religiosa como um todo. Logicamente,
como o objetivo da imunidade é promover a liberdade de crença e
religião, é necessário que haja relação com a atividade fim das entidades,
ou seja, a manifestação religiosa.

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Desde que sem fins lucrativos, ou seja,


sem distribuição dos lucros em favor dos
fundadores, sócios ou administradores.

• Imunidade dos partidos políticos, sindicatos dos trabalhadores, das


instituições de educação e assistência social (LODF, art. 128, VI, “c”)
– Tal qual as anteriores, é uma imunidade subjetiva, que se restringe aos
impostos. Em razão do pluralismo político, abrange os partidos políticos
e suas fundações, que são aquelas destinadas ao estudo e pesquisa, à
doutrinação e à educação política. Abrange também os sindicatos dos
trabalhadores, e só eles, não enquadrando os sindicatos das empresas, os
patronais. Contanto que o patrimônio, renda e serviços sejam relacionados
com as finalidades essenciais dessas entidades.

• Imunidade cultural, ou imunidade dos livros, jornais, periódicos e o


papel destinado a sua impressão (LODF, art. 128, VI, “d”) – Agora já
estamos diante de um caso de imunidade objetiva, pois a referência é feita
a certos objetos, mercadorias, e não a pessoas. Essa imunidade se
fundamenta na liberdade de pensamento e de imprensa e se restringe aos
impostos. Importante destacar que por se tratar de uma imunidade
objetiva, que diz respeito a mercadoria, não está imune a banca de jornal,
a livraria ou a gráfica. Portanto, não há que se falar em imunidade de IR
ou de ISS (importante aqui no caso do DF).

8. (FUNIVERSA – ADASA/DF – 2009 – adaptada) São isentas do


pagamento de impostos as entidades de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos legais.

Uma das imunidades subjetivas que acabamos de estudar inclui as entidades de


assistência social (junto com as de educação), desde que não tenham fins
lucrativos.

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Gabarito: CERTO

9. (FUNIVERSA – ADASA/DF – 2009 – adaptada) A imunidade tributária


diz respeito aos impostos, não alcançando as contribuições.

Conforme observamos, todas as imunidades listadas no art. 128, VI, da LODF,


referem-se tão-somente aos impostos, e não aos tributos em geral. Por isso não
alcançam as taxas e contribuições.

Gabarito: CERTO

Isenções

A LODF isenta dos impostos de competência do DF as operações de


transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.

O DF pode, por meio de lei, isentar, reduzir ou agravar tributos, para


favorecer atividades de interesse público ou para conter atividades
incompatíveis com o interesse público.

As isenções, anistias, remissões, benefícios e incentivos fiscais que envolvam


matéria tributária e previdenciária, inclusive as que sejam objeto de convênios
celebrados entre o DF e a União, Estados e Municípios, observarão o seguinte:

• Só poderão ser concedidos ou revogados por meio de lei específica,


aprovada por dois terços dos membros da CLDF.

• Não serão concedidos no último exercício de cada legislatura, salvo os


benefícios fiscais relativos ao ICMS, definidos em lei complementar
federal e homologados pela CLDF, e no caso de calamidade pública.

• Não serão concedidos às empresas que utilizem em seu processo


produtivo mão-de-obra baseada no trabalho de crianças e de
adolescentes.

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Outra regra que a LODF importa da CF é que as taxas não poderão ter base de
cálculo própria de impostos. Isso porque, ao menos do ponto de vista teórico, a
base de cálculo de uma taxa deve estar relacionada como custo do serviço
público prestado ao contribuinte ou da atividade de polícia. Já os impostos são
classificados doutrinariamente como tributos não-vinculados, ou seja, cujo fato
gerador em nada se relaciona com qualquer atividade estatal, e por isso sua base
de cálculo não pode ser relacionada ao custo de uma atividade do Estado. O que
acontece é que nem sempre há possibilidade de quantificar precisamente o custo
da atividade estatal, mas a base de cálculo das taxas deve possuir uma correlação
razoável com a atividade prestada e seu custo.

Atenção! Há mais uma classificação doutrinária, que diz respeito ao destino do


dinheiro arrecadado com os tributos, e os divide em duas espécies: Tributo de
arrecadação vinculada e tributo de arrecadação não-vinculada. O importante
aqui é destacar que, diferente da União, o DF optou por vincular a aplicação dos
recursos obtidos com suas taxas. A LODF dispõe que nenhuma taxa, à exceção
das decorrentes do exercício do poder de polícia, poderá ser aplicada em
despesas estranhas aos serviços para os quais foi criada. Ou seja, todo recurso
arrecadado por meio de taxa relacionada à prestação de serviços públicos no
DF deve ser aplicado nessa atividade estatal.

Aproveitando o assunto, lembremos que pelo princípio da não afetação, ou não


vinculação (e aqui é um princípio do Direito Financeiro, e não exatamente do
Direito Tributário), a CF proíbe que se vincule a receita de impostos a órgão,
fundo ou despesa.
Atenção! A vedação se aplica aos impostos,
não alcançando os demais tributos. Por isso
foi possível que a LODF vinculasse a receita
arrecadada com as taxas de serviço público.

Portanto, apenas quem pode criar exceção à essa regra é a própria CF/88.
Dispositivos como o art. 241 da LODF, que trata da aplicação mínima de 25%

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das receitas resultantes de impostos na manutenção e desenvolvimento do ensino
são mera reprodução de regra estabelecida na Constituição Federal.

Por fim, embora sequer fosse necessário, a Lei Orgânica do DF expressamente


dispõe que o sistema tributário do DF obedecerá ao disposto no art. 146 da
Constituição Federal, em resolução do Senado Federal, na própria LODF e em
leis ordinárias, no tocante a:

I – conflitos de competência em matéria tributária entre pessoas de


direito público;

II – limitações constitucionais ao poder de tributar;

III – definição de tributos e de suas espécies, bem como em relação


aos impostos constitucionais discriminados, dos respectivos fatos
geradores, bases de cálculo e contribuintes;

IV – obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência


tributários;

V – adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas


sociedades cooperativas.

Esses incisos são mera reprodução das matérias que a Constituição Federal
reserva à lei complementar federal. Atenção! O que é importante destacar aqui é
que a Emenda Constitucional 42/2003 acrescentou algumas matérias ao art. 146,
como o tratamento diferenciado para as Micro e Pequenas Empresas, e, embora a
LODF não trate expressamente, o Sistema Tributário do DF deve obedecer o
texto atualizado da CF/88.

10. (CESPE – CLDF – CONSULTOR LEGISLATIVO – 2006) Ao


estabelecer, em determinado projeto de lei, a vinculação de receitas, a Câmara
Legislativa do DF deve submeter-se ao princípio da não afetação. A Constituição
Federal permite que lei do Distrito Federal vincule parte da receita de impostos a
determinado órgão.

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Conforme observamos, o princípio da não afetação, ou não vinculação, é restrito
exatamente aos impostos. O DF pode vincular suas receitas oriundas dos demais
tributos, mas não as receitas de impostos.

Gabarito: ERRADO

11. (FUNIVERSA – ADASA/DF – 2009 – adaptada) As taxas podem ter


base de cálculo própria de impostos.

Vimos que a LODF reproduz a vedação constitucional de que as taxas não


poderão ter base de cálculo própria de impostos.

Gabarito: ERRADO

Impostos do Distrito Federal

A Lei Orgânica do Distrito Federal traz alguma normatização para cada um dos
impostos de sua competência. Embora não haja grandes novidades em relação ao
que já dispõe a Constituição Federal e o Código Tributário Nacional, é
importante ter conhecimento daquilo que dispõe a LODF.

Atendendo aos princípios da publicidade e transparência, a LODF obriga o DF


a divulgar, até o último dia do mês subseqüente ao da arrecadação, os montantes
de cada um dos tributos arrecadados e dos demais recursos recebidos, inclusive
os transferidos pela União. E deve orientar os contribuintes com vistas ao
cumprimento da legislação tributária, que conterá, entre outros princípios, o da
justiça fiscal, bem como determinará mediante lei medidas para esclarecer os
consumidores acerca de impostos que incidam sobre mercadorias e serviços,
fazendo ainda publicar anualmente a legislação tributária consolidada.

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O texto da LODF coloca como competência do DF instituir imposto sobre a
venda a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, exceto óleo diesel, e até
normatiza esse imposto nos artigos 138 e 139. Acontece que esse imposto,
conhecido como IVVC, foi extinto pela Emenda Constitucional nº 3/93.
Portanto, devemos desconsiderar os dispositivos da LODF que tratam do IVVC,
uma vez que não possuem mais qualquer validade jurídica, ainda que não tenham
sido declarados inconstitucionais.

Da mesma forma, a EC nº 3/93 suprimiu o adicional de até 5% sobre o IR,


cessando sua cobrança a partir de 1º de janeiro de 1996, embora a LODF ainda
trate desse tributo.

ITCD – transmissão causa mortis e doação, de


quaisquer bens ou direitos.

Antes de tudo, a alíquota do ITCD no DF deve obedecer ao limite máximo de


8%, estipulado pelo Senado Federal, por meio da Resolução nº 09/92. O
regramento do ITCD constante da LODF resume-se aos casos de incidência do
tributo e quando a competência para sua instituição deve ser regulada por lei
complementar federal. Nesses termos, o ITCD incidirá sobre:

• Bens imóveis situados no Distrito Federal e respectivos direitos.

• Bens móveis, títulos e créditos quando o inventário ou arrolamento se


processar no Distrito Federal ou o doador nele tiver domicílio.

Enquanto terá a competência para sua instituição regulada por lei complementar
federal:

• Se o doador tiver domicílio ou residência no exterior.

• Se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado, ou teve o seu


inventário processado no exterior.

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12. (CESPE – PGDF – Procurador do Distrito Federal – 2007) Não há
incidência de qualquer imposto quando há doação apenas de direitos.

O ITCD é um exemplo de imposto que incide não só na transmissão de bens


como também na transmissão de direitos, de forma não onerosa.

Gabarito: ERRADO

IPVA – propriedade de veículos automotores.

No âmbito da LODF, não há qualquer novidade ou regulamentação específica do


IPVA. O ponto que é interessante destacar é que no DF, por haver a acumulação
das funções de Estados e Municípios, toda a arrecadação do IPVA compõe sua
Receita Tributária, já que a Constituição define que 50% da receita com IPVA
pertence aos Estados enquanto os outros 50% pertencem aos Municípios em
cujos territórios os veículos automotores se encontram licenciados.

ICMS – operações relativas à circulação de


mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação, ainda que as operações e as prestações
se iniciem no exterior.

De forma semelhante ao que acontece com o IPVA, a primeira característica do


ICMS em que o Distrito Federal se diferencia das demais unidades federativas é
que, por não haver sua divisão em municípios, toda a receita arrecadada com o
imposto vai para seus cofres públicos.

Segundo a LODF, o ICMS deve atender aos seguintes preceitos:

• Será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada


operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços

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com o montante cobrado nas anteriores pelo DF ou outro Estado. Ou seja,
por se tratar de um imposto plurifásico (ou multifásico), cujo pagamento é
feito várias vezes em relação à mesma mercadoria, há um mecanismo de
compensação dos valores pagos anteriormente. Dessa forma, o ICMS
incide, na verdade, sobre o valor agregado do produto, para que, ao final
do ciclo, a soma dos impostos pagos várias vezes a cada etapa representa
exatamente a alíquota aplicada ao valor final do produto.

• Poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos


serviços. Ou seja, ter alíquotas menores ou maiores conforme a
mercadoria seja mais ou menos essencial, respectivamente. Atenção ao
fato de que, diferente do IPI, a seletividade do ICMS é uma mera
faculdade: “poderá ser seletivo”. Portanto não há qualquer obrigação para
que a legislação faça essa diferenciação de alíquotas.

• A isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da


legislação:

o Não implicará crédito para compensação com o montante devido


nas operações ou prestações seguintes. Portanto, em regra, o fato
de um produto ter sido isento ou não haver incidido o ICMS sobre
ele não permite que seja considerado crédito nas etapas posteriores.
Caso alguma mercadoria que passou por uma situação de isenção
ou não-incidência seja objeto de cobrança de ICMS em outra etapa
do seu ciclo, a cobrança será feita sobre o valor da mercadoria, já
que não há crédito a ser considerado, e, com isso, perde-se o efeito
da isenção ou não-incidência.

o Acarretará a anulação do crédito às operações anteriores. Já esse


caso refere-se à mercadoria que já foi objeto de cobrança de ICMS
em etapas anteriores e agora se enquadra em situação de isenção ou
não-incidência. Nesse caso, o imposto pago nas etapas anteriores
não é recuperado, havendo a anulação do crédito, uma vez que não
há mais incidência do imposto.
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• Terá as alíquotas aplicáveis a operações e prestações interestaduais e de
exportação fixadas por resolução do Senado Federal, conforme já previa
a CF/88. Essa resolução é de iniciativa do Presidente da República ou de
2/3 dos Senadores, e deve ser aprovada por maioria absoluta de seus
membros (Resoluções nos 22/89 e 95/96).

• Terá as alíquotas internas fixadas pelo DF, observado o seguinte:

o Limite mínimo não inferior ao estabelecido pelo Senado Federal


para as operações interestaduais, salvo deliberação em contrário
pelo CONFAZ ou haja definição de limite mínimo para operações
internas em resolução do Senado Federal.

o Limite máximo definido em resolução do Senado Federal.

• Como a regra é que a alíquota interestadual é o piso mínimo da alíquota


interna, esta é, em regra, maior que aquela. Por isso, em relação a
operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final
localizado em outro Estado, adotar-se-á:

Nesse caso, quando a mercadoria vier de outro


Estado, com destino ao DF, a diferença das alíquotas
interna e interestadual é receita do DF.

o A alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do


imposto. Porque haverá mais uma etapa na cadeia produtiva que
permitirá a cobrança da diferença das alíquotas.

o A alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte do


imposto. Pois no caso de destino a consumidor final, não
contribuinte de ICMS, não haveria como ser recuperada a parcela
do imposto que deixou de ser cobrada na origem por conta da
alíquota interestadual mais reduzida.

• Sua base de cálculo deve deduzir o montante do IPI quando a operação,


realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado a

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industrialização ou a comercialização, configure fato gerador dos dois
impostos.

Incidências

Com a finalidade de evitar controvérsias e demandas judiciais a respeito da


incidência ou não do ICMS, algumas hipóteses foram definidas na própria
Constituição Federal, e, seguindo esses moldes, a LODF também as adotou em
seu texto. Atenção! O texto da LODF não está atualizado conforma a mudança
efetuada pela Emenda Constitucional nº 33/2001, mas vale o que está na CF/88.
São duas as hipóteses:

• Com o objetivo de equilibrar a concorrência entre fornecedores do exterior


e do país, o ICMS incidirá sobre a entrada de bem ou mercadoria
importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja
contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim
como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao DF
quando nele estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do
destinatário da mercadoria, bem ou serviço. Cuidado! Apesar da
inclusão dos que não sejam contribuintes habituais, o STF manteve a
Súmula 660 válida, e segundo seu entendimento “Não incide ICMS na
importação de bens por pessoa física ou jurídica que não seja
contribuinte do imposto”.

• Sobre o valor da operação (mercadoria + serviços), quando mercadorias


forem fornecidas com serviços não sujeitos ao ISS.

13. (CESPE – PGDF – Procurador do Distrito Federal – 2007) Na entrada


de mercadoria importada do exterior, é legítima a cobrança do ICMS por ocasião
do desembaraço aduaneiro.

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É uma das hipóteses de incidência asseguradas pela CF/88 e pela LODF. Com o
objetivo de equilibrar a concorrência do produtor nacional com o os produtos
importados do exterior, deve haver a cobrança do ICMS sobre todos eles.

Gabarito: CERTO

Não incidências

Da mesma forma que os casos de incidências, a LODF reproduz as disposições


constitucionais acerca das imunidades específicas do ICMS. Atenção! O texto da
LODF não está atualizado conforma a mudança efetuada pela Emenda
Constitucional nº 42/2003, mas vale o que está na CF/88. Assim, não incidirá o
imposto:

• Sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre


serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção
e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e
prestações anteriores. Ou seja, o legislador buscou desonerar as
exportações, com o objetivo de tornar o exportador brasileiro mais
competitivo no mercado internacional.

• Sobre operações que destinem a outro Estado petróleo, lubrificantes,


combustíveis líquidos e gasosos dele derivados e energia elétrica.
Portanto, no caso das fontes primárias de energia, o ICMS pertence
exclusivamente ao Estado de destino, já que não há tributação nas
operações interestaduais que destinem esses produtos a outros Estados.
Como o DF não é produtor desses produtos, esse dispositivo não afeta sua
receita tributária.
Além do ICMS, nenhum outro tributo de
competência do DF incidirá sobre operações
relativas à energia elétrica, combustíveis líquidos
e gasosos, lubrificantes e minerais do País.

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• Sobre o ouro, quando for tratado como ativo financeiro ou instrumento
cambial, e não mercadoria. Nesse caso, ele se sujeita exclusivamente ao
IOF, estando imune do ICMS.

Como já vimos no inicio dessa aula, no tocante ao sistema de normas


tributárias, o DF deve observar as leis complementares federais (uma vez que
a CF/88 reservou essas matérias à lei complementar), que tratam das normas
gerais de direito tributário. No tocante ao ICMS, a LODF dispõe que essas leis
complementares devem ser observadas, em especial para:

• Definir seus contribuintes.

• Dispor sobre substituição tributária.

• Disciplinar o regime de compensação do imposto.

• Fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento


responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e
das prestações de serviços. Uma vez que o ICMS é um imposto estadual,
deve ficar bem definido o critério espacial a ser adotado, para que se tenha
definição dos casos em que compete ao DF ou a outros Estados a cobrança
do imposto.

• Excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior,


serviços e outros produtos além dos mencionados anteriormente nos casos
de não incidência. Pessoal, vimos que atualmente, após a EC 42/03, todas
as operações e prestações destinadas ao exterior estão imunes. Assim, não
há espaço para que a não incidência seja ampliada, e esse dispositivo da
CF/88 e da LODF não possui efeito prático.

• Prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para


outro Estado de serviços e de mercadorias. Embora o dispositivo trate
também de exportação para o exterior, como atualmente há uma não
incidência genérica para as exportações, não há que se falar em
manutenção de crédito.
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• Regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito
Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e
revogados. Essa deliberação é de competência de um conselho formado
por representantes das unidades federadas, denominado Conselho
Nacional de Política Fazendária (CONFAZ), que conta ainda com a
participação, na presidência dos trabalhos, sem direito a voto, de
representantes do Governo Federal. Os convênios autorizativos (com
permissão para que cada ente federado conceda ou não determinado
benefício em seu território) somente produzirão efeito no Distrito Federal
após sua homologação pela Câmara Legislativa.

14. (CESPE – PGDF – Procurador do Distrito Federal – 2007) É


constitucional ato governamental do Executivo Estadual que concede isenção do
ICMS em operações internas, haja vista ser desnecessário para tal a existência de
convênio e regulação por Lei Complementar.

Para que haja isenção, incentivo ou benefício fiscal concedido ou revogado, ainda
que em operações internas, é necessária a regulamentação em Lei
Complementar federal, bem como a deliberação do CONFAZ, conforme
vimos anteriormente.

Gabarito: ERRADO

15. (CESPE – PGDF – Procurador do Distrito Federal – 2007) A


concessão de isenções do ICMS só é admitida quando existir, a respeito,
deliberação dos Estados-membros e do DF, mediante convênio.

Essa é a regra a ser seguida. Deve haver deliberação do CONFAZ, com anuência
de todos os Estados-membros presentes, para que possa ser concedida ou
autorizada a concessão de isenções do ICMS.

Gabarito: CERTO

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ITBI – transmissão "inter vivos", a qualquer título,
por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou
acessão física, e de direitos reais sobre imóveis,
exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a
sua aquisição.

Quanto ao ITBI, a LODF repete a regra constitucional da não incidência sobre a


transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica
em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos
decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se,
nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda
desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.

Por exemplo, a incorporação de um imóvel ao patrimônio de uma pessoa


jurídica, em realização de capital nela subscrito, não está sujeita a cobrança de
ITBI. Também não incide quando esse imóvel retorna ao mesmo transmitente
em caso de desincorporação. Porém, caso a desincorporação ocorra em
benefício de um terceiro, a transação se sujeita regularmente ao ITBI.

16. (FUNIVERSA – Auditor de Controle Interno/AFC – 2009) O Distrito


Federal poderá estabelecer a incidência de Imposto de Transmissão de Bens
Imóveis, na incorporação de imóveis ao patrimônio de indústria automotiva em
realização de capital.

Pessoal, acabamos de estudar que a LODF, bem como já dizia a CF/88, define
que não deve incidir o ITBI quando se tratar de incorporação de bens ao
patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital.

Gabarito: ERRADO

ISS – serviços de qualquer natureza, não


compreendidos no ICMS.

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A LODF determina que as alíquotas máximas do ISS serão aquelas fixadas em
lei. E, segundo o Código Tributário do DF, ficam aplicadas, no âmbito do
Distrito Federal, as disposições da Lei Complementar federal nº 116/03.
Portanto, lá se encontram as alíquotas máximas aplicáveis ao DF. A Lei Orgânica
também dispõe que a haverá definição da exclusão da incidência do ISS em
exportações de serviços. Nesse sentido, o Decreto nº 25.508/05, dispõe que o
ISS não incide sobre as exportações de serviços para o exterior do País, assim
entendidas as prestações de serviços com destino a tomador localizado no
exterior, cujo pagamento seja feito em moeda estrangeira.

IPTU – propriedade predial e territorial urbana.

A Lei Orgânica do DF define que o IPTU será progressivo, nos termos de lei
específica, de forma a assegurar o cumprimento da função social da propriedade,
considerados, entre outros aspectos:

• Valor real do imóvel, corrigido a cada ano fiscal. A base de cálculo do


IPTU no DF é o valor venal do imóvel, apurado, anualmente, por meio de
avaliação da Secretaria de Estado de Fazenda – SEF/GDF.

• Existência ou não de área construída. A área construída, além de ser


considerada como parâmetro de avaliação do valor venal do imóvel,
interfere na alíquota aplicada. A legislação do DF define, por exemplo,
que terrenos não edificados possuem a alíquota de 3%, enquanto um
imóvel residencial edificado possui a alíquota de 0,3%. Percebe-se,
inclusive, que essa diferenciação de tarifa segue os critérios de
progressividade, buscando assegurar o cumprimento da função social da
propriedade. Busca desestimular a aquisição de terrenos com fim
especulativo.

• Utilização própria ou locatícia. Há essa previsão na LODF, embora a


legislação local não utilize esse critério para qualquer tipo de

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diferenciação na tributação do IPTU. Também entende o STJ que o
locatário não é parte legítima para figurar no pólo passivo em demandas
acerca da cobrança do IPTU.

RESUMO

Tributos de competência do DF

Taxas
Contribuições de melhoria
Contribuição de seguridade social dos servidores públicos do DF

Impostos

Estaduais Municipais

ITCD – transmissão causa mortis e ITBI – transmissão "inter vivos", a


doação, de quaisquer bens ou qualquer título, por ato oneroso, de
direitos. bens imóveis, por natureza ou

ICMS – operações à acessão física, e de direitos reais


relativas
circulação de mercadorias e sobre sobre imóveis, exceto os de garantia,
prestações de serviços de transporte bem como cessão de direitos a sua
interestadual e intermunicipal e de aquisição.
comunicação, ainda que as operações ISS – serviços de qualquer natureza,
e as prestações se iniciem no exterior. não compreendidos no ICMS,

IPVA – propriedade de veículos definidos em lei complementar.


automotores. IPTU – propriedade predial e
territorial urbana.

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Receita Pública Tributária

Composta por todos os tributos de competência do DF, acrescido de:

• 100% do Imposto de Renda – IR incidente na fonte sobre rendimentos


pagos, a qualquer título, pelo DF, suas autarquias e pelas fundações que
instituir e mantiver.

• 20% do produto da arrecadação de eventual imposto residual


(exercício da competência residual quanto a impostos) que a União
venha a instituir, mediante lei complementar.

• 50% do produto da arrecadação do imposto da União sobre a


propriedade territorial rural – ITR, relativamente aos imóveis nele
situados, ou 100% na hipótese da opção por ser fiscalizado e cobrado
pelo DF, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou
qualquer outra forma de renúncia fiscal.

• A parcela que lhe couber do Fundo de Participação dos Municípios –


FPM e do Fundo de Participação dos Estados e do DF – FPE.

• A parcela que lhe couber, proporcional a exportação de produtos


industrializados, do montante de 10% do IPI.

• 100% do IOF sobre o Ouro.

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QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

1. (CETRO – DER/DF – 2009) Observe os seguintes impostos:

I. ICMS

II. IPTU

III. ITR

IV. IPVA

V. IPI

Sabendo-se o conceito de impostos seletivos e não-cumulativos, pode-se afirmar


que os impostos do DF são os contidos apenas nos itens:

(A) I e III

(B) II e III

(C) I e V

(D) I, II, e IV

(E) II, III, IV e V

2. (CESPE – PGDF – Procurador do Distrito Federal – 2007) O Distrito


Federal, entidade integrante da República Federativa do Brasil, pode instituir
contribuição para o custeio de sistemas de previdência e assistência social de
seus servidores; imposto sobre serviços de qualquer natureza; taxas, em razão do
exercício do poder de polícia.

3. (CESPE – PGDF – Procurador do Distrito Federal – 2007.2) O


Distrito Federal, com o advento da Constituição Federal de 1988, assumiu
titularidade de pessoa jurídica pública com capacidade política e gozo de ampla
autonomia e governabilidade. Deixou, portanto, de ser, apenas, sede

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administrativa da União. Em conseqüência dessa nova estrutura constitucional
que lhe foi atribuída, assinale a opção correta.

(A) O Distrito Federal, por meio de sua Câmara Legislativa, tem competência
para editar lei sobre o pagamento de IPVA, quando ausente Lei Complementar
da União estabelecendo normas gerais.

(B) O exercício da competência tributária do Distrito Federal pode ser limitado


por Lei Complementar Nacional.

(C) A Câmara Legislativa do Distrito Federal tem ampla competência, em


concreto, para instituir só os impostos que a Constituição autoriza os Estados e
cobrá-los.

(D) O Distrito Federal não tem competência concorrente para instituir a cobrança
de custas dos serviços forenses prestados pelo Poder Judiciário local, mesmo
quando a União permaneça omissa em estabelecer, por Lei Complementar,
normas gerais a respeito.

(E) A inércia da União em regulamentar a matéria prevista no art. 24 da


Constituição Federal, redação atual, impedirá o Distrito Federal de, exercendo
competência concorrente, legislar, de modo específico, sobre atualização do valor
do ICMS.

4. (FUNIVERSA – ADASA/DF – 2009 – adaptada) O imposto sobre


propriedade rural será fiscalizado e cobrado pelos municípios que assim optarem,
na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra
forma de renúncia fiscal.

5. (FUNIVERSA – ADASA/DF – 2009 – adaptada) É vedado ao DF


delegar sua capacidade tributária.

6. (FUNIVERSA – ADASA/DF – 2009 – adaptada) O princípio da


anterioridade constitui-se na proibição de se instituir tributos no mesmo exercício

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financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, que
pode deixar de ser aplicado no caso de iminência de guerra externa.

7. (CESPE – CLDF – CONSULTOR LEGISLATIVO – 2006) O


princípio da anterioridade tributária significa que nenhum tributo pode ser
instituído ou majorado no mesmo exercício em que venha a ser cobrado pelo
fisco; a razão desse princípio deriva da necessidade de que as receitas tributárias
decorrentes dessa cobrança estejam previstas na lei orçamentária, a fim de se
ordenarem a receita e a despesa do poder público.

8. (FUNIVERSA – ADASA/DF – 2009 – adaptada) São isentas do


pagamento de impostos as entidades de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos legais.

9. (FUNIVERSA – ADASA/DF – 2009 – adaptada) A imunidade tributária


diz respeito aos impostos, não alcançando as contribuições.

10. (CESPE – CLDF – CONSULTOR LEGISLATIVO – 2006) Ao


estabelecer, em determinado projeto de lei, a vinculação de receitas, a Câmara
Legislativa do DF deve submeter-se ao princípio da não afetação. A Constituição
Federal permite que lei do Distrito Federal vincule parte da receita de impostos a
determinado órgão.

11. (FUNIVERSA – ADASA/DF – 2009 – adaptada) As taxas podem ter


base de cálculo própria de impostos.

12. (CESPE – PGDF – Procurador do Distrito Federal – 2007) Não há


incidência de qualquer imposto quando há doação apenas de direitos.

13. (CESPE – PGDF – Procurador do Distrito Federal – 2007) Na entrada


de mercadoria importada do exterior, é legítima a cobrança do ICMS por ocasião
do desembaraço aduaneiro.

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PROFESSOR: ROGÉRIO RIBEIRO
14. (CESPE – PGDF – Procurador do Distrito Federal – 2007) É
constitucional ato governamental do Executivo Estadual que concede isenção do
ICMS em operações internas, haja vista ser desnecessário para tal a existência de
convênio e regulação por Lei Complementar.

15. (CESPE – PGDF – Procurador do Distrito Federal – 2007) A


concessão de isenções do ICMS só é admitida quando existir, a respeito,
deliberação dos Estados-membros e do DF, mediante convênio.

16. (FUNIVERSA – Auditor de Controle Interno/AFC – 2009) O Distrito


Federal poderá estabelecer a incidência de Imposto de Transmissão de Bens
Imóveis, na incorporação de imóveis ao patrimônio de indústria automotiva em
realização de capital.

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CURSO ON-LINE – LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL
TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ICMS-DF
PROFESSOR: ROGÉRIO RIBEIRO

GABARITO

1. D

2. CERTO

3. A

4. CERTO

5. ERRADO

6. ERRADO

7. ERRADO

8. CERTO

9. CERTO

10. ERRADO

11. ERRADO

12. ERRADO

13. CERTO

14. ERRADO

15. CERTO

16. ERRADO

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