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Uma apresentação da eletrônica digital,


com circuito, teoria e aplicações
FELIPE CARNEIRO 30/09/2016 3 COMMENTSELETRÔNICA DIGITAL

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Como o primeiro artigo da categoria eletrônica digital, achei


interessante criar esse conteúdo mais geral, que apresenta alguns
tópicos do assunto.

É uma apresentação do que se estuda, de aplicações e teoria na


medida certa, apenas para começarmos a conversa.

Para alguns, eletrônica digital não é eletrônica de verdade, por


trabalhar com conexões de blocos representados por circuitos
integrados e programação. Para estas pessoas a eletrônica é o que
está dentro dos CIs, a eletrônica analógica dos transistores, por
exemplo.

Assim, diferente do que acontece em geral no estudo da analógica, na


qual os antigos fundamentos ainda são utilizados, na eletrônica
digital muita coisa mudou em poucos anos.

Mesmo assim, quando falamos no ensino em cursos técnicos e


faculdades, os conceitos fundamentais da eletrônica digital ainda
continuam sendo ensinados e aplicados nas aulas de laboratório.

Em muitos casos, por falta de condições de investimento por parte


da instituição de ensino, as aulas práticas não possuem módulos de
hardware para programação.

As práticas de laboratório envolvem utilizar os


antigos circuitos integrados de portas lógicas, contadores,
multiplexadores etc.

Quando o estudante entra no mercado de trabalho, pode encontrar


dificuldades. Para contornar esta situação, o profissional deve
buscar bons cursos que complementem sua formação, mas de
acordo com sua atuação no mercado de trabalho.

Estas reflexões são bem úteis, não é mesmo?! Então compartilhe


este conteúdopara ajudar outras pessoas a também refletirem sobre
estas questões. Clique nos seguintes
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Diferença entre eletrônica digital e analógica


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A eletrônica digital utiliza sinais que só podem assumir valores


discretos ou inteiros. A eletrônica analógica utiliza sinais que
podem ter qualquer valor entre dois limites.

As diferenças básicas entre as eletrônicas estão relacionadas,


inicialmente, ao tipo de sinal e ao que elas podem fazer com estes
sinais.

A divisão da eletrônica digital


Sistemas combinacionais
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Circuitos Combinacionais possuem como principal característica ter


seus resultados de saída determinados pela combinação de valores
de entrada naquele instante, ou na mesma linha da tabela verdade.
Exemplos de circuitos combinacionais:

 Decodificadores: apresentam uma linha do código de saída


para cada linha do código de entrada;
 Circuitos Aritméticos: apresentam um resultado na saída para
cada grupo de operandos, isto é, para cada linha de uma tabela
verdade.

Sistemas sequenciais

Para determinar o resultado da saída em certas combinações é


necessário conhecer os resultados das saídas de etapas anteriores,
além da combinação das entradas no instante em que se deseja
obter a saída.

Em circuitos sequenciais pode-se reter o valor armazenado, isto é,


memorizá-lo.

Alguns tópicos da eletrônica digital


Numeração binária
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O sistema numérico utilizado em eletrônica digital é o sistema binário


(apenas “0” e “1”). As regras que regem estes circuitos são muito mais
simples.

É mais fácil diferenciar dois estados de elementos indicadores como


uma lâmpada “acesa” ou “apagada”, uma campainha em silêncio ou
tocando.

Por exemplo, se um conjunto de LEDs é utilizado como um código de


erro em máquinas, a sequência exibida poderia ser 1010110. LEDs
acesos são os “1”s.

Existem formas diferentes de usar o sistema binário em muitas


aplicações envolvendo circuitos digitais, exemplos:

 Sistema BCD (decimal codificado em binário): transforma


cada dígito decimal de um número em um grupo de quatro
dígitos binários (bits).
 Código Gray.
 Códigos de paridades de bits.
 Código de excesso de 3.

Álgebra de Boole
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Desenvolvida por George Boole, esta álgebra é uma série


de postulados e operações simples para resolver muitos problemas.
Sua maior importância só foi percebida com o surgimento da
eletrônica.

Para Boole, só existiam duas condições possíveis ou estados para


analisar qualquer situação. As variáveis lógicas só podem adquirir dois
estados:

 0 ou 1
 Verdadeiro ou falso
 Aberto ou fechado
 Alto ou Baixo

Existem porém, outras lógicas utilizadas em eletrônica digital, como a


lógica Fuzzy, na qual admite-se um terceiro estado (pode ser, mais ou
menos ou sei lá). É utilizada em dispositivos de controle, em robótica e
em dispositivos com inteligência artificial.

Lógica combinacional

Em eletrônica digital existem operações que podem ser


implementadas usando a álgebra de Boole. A união de muitas
operações simples leva a operações complexas, como as utilizadas
em microprocessados.

Um bloco de operação básico na eletrônica digital é conhecido como


porta lógica. Veja quais são estas funções básicas que servem de
referência:

 Função lógica NÃO (NOT – ou inversora): se a entrada for


“sim” ou nível lógico “1”, a saída será “não” ou nível lógico “0”.
 Função lógica E (AND): a saída será 1 se e somente
se todas as variáveis de entrada forem 1.
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 Função lógica OU (OR): a saída estará no nível alto se


uma ou mais das entradas estiverem no nível alto.
 Função NÃO-E (NAND): é a negação da função E, isto é, o
contrário do que ocorre na função E. A saída será 1 se todas as
entradas forem 0.
 Função NÃO-OU (NOR): a saída será 1 se e somente se todas
as entradas forem 0.
 Função OU-Exclusivo: a saída será 1 se e somente se as
variáveis de entrada forem diferentes. Por isso o nome
exclusivo, já que só uma das entradas será 1 – diferente da
lógica OU, em que ambas entradas poderão ser 1, sem existir
exclusividade.
 Função NÃO-OU Exclusivo ou coincidência: é o inverso da
anterior, isto é, a saída será 1 quando as entradas forem iguais.

Flip-Flops ou multivibradores biestaveis

São elementos de circuito que apresentam só dois estados estáveis:


nível alto e nível baixo. As situações intermediárias são instáveis e só
ocorrem em transições ou mudanças de estado. Podem ser utilizados
para:

 Armazenar bits de informação;


 Fazer o sequenciamento de informações digitais;
 Fazer a divisão de frequências de sinais digitais;
 E outras funções.

Principais tipos de Flip-Flops:

 R-S
 R-S com clock e mestre-escravo
 J-K Mestre-Escravo
 Tipo D
 Tipo T

Multivibradores astáveis e monoestáveis

Astáveis

É uma das configurações utilizadas para geração de sinais de clock


(sinais retangulares). Não apresenta um ou dois estados estáveis,
mas sim muda constantemente de estado.

A geração do sinal de clock é uma parte muito importante da


eletrônica digital. Uma alteração na forma de onda do clock pode levar
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o circuito a não reconhecê-lo ou apresentar comportamento instável, o


que afeta o seu funcionamento.

Monoestáveis

Como o nome indica, estes circuitos possuem apenas um estado


instável. Assim que disparados, eles ficam no estado instável por um
tempo determinado; depois deste tempo eles voltam automaticamente
ao estado inicial estável.

Contadores

Contadores podem ser criados aproveitando a importante função dos


Flip-Flops de fazer a contagem do número de pulsos produzidos por
um circuito.

Em eletrônica digital separa-se os circuitos lógicos sem qualquer


sincronismo daqueles que usam algum sincronismo externo (usam um
sinal de clock). Assim, existem circuitos com lógica simples e com
lógica sincronizada.

A lógica sincronizada é utilizada na maioria dos aparelhos, porque o


instante em que uma operação deve ser realizada é muito importante.
Os circuitos devem ser habilitados no instante exato em que
determinados níveis lógicos são aplicados na entrada.
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Contadores assíncronos

O sinal de clock é aplicado só ao primeiro estágio. Os estágios


seguintes são sincronizados pelos estágios anteriores. Cada estágio
só inicia sua operação depois de terminada a operação do estágio
anterior.

Contadores síncronos

Todos os estágios são sincronizados pelo mesmo clock. Os


contadores são muitos mais rápidos, com a velocidade sendo
independente do número de etapas.

Conversor Digital-Analógico

Esta é uma aplicação importante dos contadores: converter valores


digitais (numero de pulsos) em uma saída analógica (tensão)
correspondente.

Registradores de deslocamento

Quando conectados de forma diferenciada, Flip-Flops (FF) podem


formar os registradores de deslocamento. Estes registradores podem
deslocar, a cada pulso de clock, uma informação (bit) aplicada na
entrada de uma posição de um FF.

Exemplo: o bit 1 aplicado na entrada aparece na saída do primeiro FF


no primeiro pulso de clock; depois o mesmo bit, no segundo ciclo de
clock, aparece na saída do segundo FF.
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Decodificadores

As informações utilizadas pelos circuitos digitais estão na forma


binária ou em outras que não podem ser utilizadas por outros circuitos
do aparelho.

Assim, decodificadores “pegam” um informação codificada e a


transformam em uma informação que pode ser utilizada por
dispositivos ou circuitos que não são digitais.

Multiplexadores (MUX)

Com muitas aplicações importantes em eletrônica digital, o MUX


seleciona a informação de uma das entradas e aplica na saída o nível
lógica desta entrada.

Programação em eletrônica digital e hardware


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A linguagem VHDL é utilizada em universidades para descrever


circuitos de hardware. Assim, em vez de ficar trocando conexões de
fios entre CIs para realizar novas funções, basta alterar o código em
VHDL.

A linguagem VHDL permite:

 Verificar o comportamento do sistema digital através de


simulação;
 Descrever o hardware em níveis de abstração, como em
algoritmo, comportamental ou transferência entre registradores
(RTL);
 Simulação e síntese.

O programa MODELSIM é muito conhecido para escrita do código e


simulação, com visualização das formas de onda dos sinais.

A imagem abaixo mostra um módulo:


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Como escrevi na introdução, ainda é comum em escolas técnicas e


faculdades a prática de laboratório em que os alunos projetam
circuitos em mapas de Karnaugh e montam circuitos na protoboard,
com aquele amontado de fios.

Simulação de circuitos em eletrônica digital


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Nos melhores programas de simulação de circuitos eletrônicos você


pode simular também circuitos digitais, com portas lógicas, contadores
e outros conceitos citados até aqui.

Na imagem acima eu mostro um exemplo de busca por porta lógica no


programa Proteus 8. Eu desenhei as linhas laranjas para indicar onde
clicar.
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Para exibir a janela com componentes, clique no “P” com fundo azul.
Dentro da janela, na parte superior, digite, por exemplo, a palavra
“digital”. Eu selecionei a porta OR (OU).

Conclusão: a abordagem da eletrônica digital pode


melhorar.
O assunto é extenso e você pode ver aqui uma breve apresentação de
assuntos ensinados e utilizados em eletrônica digital.

A falta de recursos financeiros pode ser o principal obstáculo à adoção


de de um ensino moderno de eletrônica em faculdades e até em
cursos técnicos.

Na indústria de equipamentos de Automação Industrial, no início do


desenvolvimento de um novo sistema digital, fabricantes
gastam muitas horas na definição de características técnicas,
demandas de usuários.

Com isso em mente, os alunos em geral poderão não estar


preparados para atuar na indústria apenas com o que é ensinado nos
cursos tradicionais.

A eletrônica digital é uma matéria muito legal, que pode ser facilmente
vista até como um passatempo depois de ser dominada.

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