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Revista Borges: ciências sociais aplicadas em debate

V. 7, N. 1, Florianópolis, outubro de 2017.

ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA
DAS MAIORES EMPRESAS DO SEGMENTO DE
CARNES E DERIVADOS DO BRASIL LISTADAS NA
BM&FBOVESPA
____________________________________________

RESUMO
O segmento de carnes e
derivados vem se
desenvolvendo e aumentando
sua escala de produção e
comercialização. Neste sentido
o setor tem aumentado sua
participação no PIB nacional,
gerando empregos, além de ser
um importante segmento
exportador, responsável por um
Autores
superávit na balança comercial.
Pela representatividade do Mara Cristine Kich
setor, o presente trabalho tem Mestre em administração
como objetivo geral analisar o em estratégia e
desempenho econômico e desempenho
financeiro das empresas de organizacional (UNISUL),
capital aberto do setor do Especialista em
agronegócio, BRF – Brasil Controladoria e Finanças
Foods SA e JBS SA, listadas na (ULBRA) e em Gestão
Escolar (IESDE) e docente
BM&FBOVESPA em uma série
das Faculdades Borges de
histórica que compreende o Mendonça e do Centro
período de 2013 a 2015. A Universitário Municipal de
pergunta de pesquisa foi São José. E-mail:
identificar qual desempenho marakich@gmail.com
econômico-financeiro do setor
de carnes e derivados no Brasil. Cintia Raquel Utzig
Neste sentido foi realizada uma Bacharela em Ciências
análise dos indicadores Contábeis pelas
econômico-financeiros mais Faculdades Borges de
Mendonça. E-mail:
relevantes para as empresas do
Cintiarutzig@gmail.com
setor com base em estudos
anteriores. A metodologia de
pesquisa utilizada para a presente pesquisa é de natureza básica,
com abordagem quantitativa e qualitativa, objetivos descritivos e
exploratórios e os procedimentos utilizados são técnicos
bibliográficos e documental. Pelos resultados, conclui-se que a BRF
e a JBS no que se refere aos índices de liquidez, endividamento,
rentabilidade e EBITDA possuem bons indicadores, porém a BRF foi
a empresa que teve melhores indicadores econômico e financeiro no
período analisado. É importante ressaltar a importância dos
indicadores econômico-financeiros como recurso de tomada de
decisão das empresas de carnes e derivados.
Palavras-chave: Indicadores econômico-
financeiros. Carnes e derivados. Tomada de
decisão. EBITDA.

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1 INTRODUÇÃO

C
om a globalização, conforme Sehnem et al. (2012) e Tavares
e De Castro (2013) o cenário de produção e comercialização
atual de alimentos, tem exigido uma nova postura por parte
das empresas, ou seja, a dinâmica da indústria vem
passando por intensas transformações.
Corroborando, a produção e comercialização vivem em
incessante transformação. Os procedimentos em relação aos
recursos utilizados e a tecnologia, mudando visivelmente, a fim de
alcançar um nível superior de qualidade aos até então utilizados
pelas organizações, obtendo um diferencial, para que possam
permanecer sólidas no mercado, visto que a concorrência é bastante
acirrada nos dias atuais (SEHNEM et al., 2012; TAVARES; DE
CASTRO, 2013).
Complementando, para que as organizações de grande porte
possam se manter competitivas, as mesmas precisam produzir em
grande escala, ter agilidade para transferir os produtos acabados
para os consumidores, em relação a tal aspecto, as empresas
sofrem muitas exigências relacionadas à padronização, qualidade,
durabilidade, responsabilidade econômica, social e ambiental,
lucratividade entre outras (HERRERA; ABREU; SIQUEIRA et al.,
2004; SEHNEM et al., 2012; TAVARES; DE CASTRO, 2013).
Deste modo, com as constantes transformações ocorridas no
setor de carnes e derivados, as empresas dependem cada vez mais
da confiabilidade das informações geradas pela contabilidade para
que possam tomar suas decisões e, dessa forma, garantir não só a
sua sobrevivência, mas também o seu crescimento e
desenvolvimento (HERRERA; ABREU; SIQUEIRA et al., 2004;
SEHNEM et al., 2012; TAVARES; DE CASTRO, 2013).
Nesse sentido as empresas do setor do agronegócio estão
inseridas nas exigências atuais do mercado, em que as organizações
necessitam aprimorar as suas atividades de modo a alcançar o
máximo de eficácia, rendimento e competência (BORTOLUZZI et al.,
2011; TANAKA; TAMAKI, 2014).
Segundo Tanaka e Tamaki (2014), neste processo o gestor
usa métodos, conhecimentos e recursos que lhe permitem dirigir o
andamento das atividades na direção dos objetivos estabelecidos.
Neste aspecto, De Camargos e Barbosa (2005) expõem que as
demonstrações contábeis auxiliam na identificação do desempenho
econômico-financeiro da organização o que compreende os variados
indicadores que são fontes de dados para a tomada de decisão.
A partir deste contexto, apresenta-se o seguinte
questionamento: Qual o desempenho econômico-financeiro do setor
de carnes e derivados no Brasil? Para responder a esta questão, o
objetivo geral do estudo é analisar o desempenho econômico-
financeiro do segmento de carnes e derivados das maiores
companhias abertas do setor, BRF – Brasil Foods SA e JBS/SA, em
uma série histórica que compreende o período de 2013 a 2015, sob
a perspectiva da análise dos índices de Liquidez, Rentabilidade,
Endividamento, Estrutura de capital e EBITDA.
Pretende-se também através dos objetivos específicos: i)
relatar o comportamento do desempenho econômico-financeiro ao

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longo do período selecionado; ii) analisar o comportamento dos


principais indicadores econômico-financeiros das companhias,
associando-o ao desempenho; e, iii) comparar através dos
indicadores econômico-financeiros a empresa mais rentável.
A presente pesquisa justifica-se pela representatividade do
segmento de carnes e derivados das maiores companhias do setor,
JBS/SA e BRF – Brasil Foods SA, pois, ambas disputam a liderança
em vários segmentos alimentícios no mercado interno, são grandes
exportadoras e estão entre as maiores companhias de alimentos do
mundo. Justifica-se ainda para ampliar o conhecimento acadêmico
sobre o processo de avaliação de desempenho econômico-financeiro
das empresas do setor de carnes e derivados no Brasil.
Na sequencia, para atingir o objetivo levantado, apresenta-se
o referencial teórico das técnicas de análise do desempenho
econômico-financeiro, após, apresenta-se a metodologia da
pesquisa, seguida pela interpretação e discussão dos relevantes
resultados alcançados. Por fim, são apresentadas as considerações
finais do presente estudo.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nesta seção apresentam-se os seguintes assuntos: as


empresas do setor de carnes e derivados do Brasil e do mundo; as
demonstrações financeiras das mesmas; a avaliação de desempenho
financeiro; e, os indicadores de desempenho econômico-financeiros.

2.1 CONTEXTO HISTÓRICO

A história do setor alimentício no mundo teve seu início nos


primórdios da vida humana, no qual segundo Harari (2015) os
primeiros seres pré-históricos alimentavam-se apanhando plantas,
como ervas daninha e figos e caçando animais, como ovelhas
selvagens.
Em relação a tal aspecto, o setor foi se aperfeiçoando, há
cerca de dez mil anos, em que os seres humanos otimizavam o seu
tempo e esforço para manipular a vida de algumas espécies de
animais e vegetais, desta forma, teriam mais frutas, grãos e carne,
este período foi chamado de Revolução Agrícola, onde aconteceu a
partir de então, o plantio e a colheita (MAZOYER; ROUDART et al.,
2010; HARARI, 2015).
Como afirma Harari (2015), a agricultura surgiu por volta de
nove mil e quinhentos anos no interior da Turquia, Irã e Levante,
em que começaram com a plantação de trigo, lentilhas, ervilhas,
oliveiras e com o passar dos tempos iniciou a domesticação de
cavalos, camelos e a produção de castanha de caju (MAZOYER;
ROUDART, 2010).
Já no Brasil, a agricultura iniciou por volta do século XVI,
com os índios, e após a chegada dos colonizadores onde se plantava
milho, hortaliças, legumes, frutas, feijão e arroz, nessa época já
havia também o cultivo de bovinos, equinos e de aves (BENINCASA,
2010). Em concordância, Balsan (2010) coloca que a agricultura
brasileira teve seu processo de modernização a partir da década de

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1960, conhecida como Revolução Verde, acarretando


transformações significativas tanto na agricultura como na
pecuária.
No Brasil, os diversos setores industriais surgiram das
tendências de apoderar-se dos processos agrícolas, ou até mesmo
de substituir o produto agrícola, ou
seja, a ideia era a de abordar o ___________________
consumidor e proporcionar uma Como afirma
visão dinâmica dos produtos (MIOR Harari (2015), a
et al., 2007; WILKINSON, 2013). agricultura surgiu por
Nesse processo a área
volta de nove mil e
alimentícia estabelece uma das
principais atividades humanas, por
quinhentos anos no
razões que envolvem as interior da Turquia, Irã
perspectivas sociais, culturais e e Levante, em que
essencialmente econômicas na começaram com a
execução da ascensão das plantação de trigo,
sociedades, os recursos econômicos lentilhas, ervilhas,
que envolvem este setor são oliveiras e com o
propícios, fazendo-o com que se passar dos tempos
sobressaia em relação a outros iniciou a domesticação
(PROENÇA, 2010). de cavalos, camelos e a
Neste aspecto Luchiari
produção de castanha
(2006) expõem que grandes
transformações marcaram o ramo
de caju (MAZOYER;
de carnes e derivados no Brasil, ROUDART, 2010).
resultantes principalmente da ___________________
aplicação de técnicas modernas de
produção, da utilização dos
cruzamentos e de uma estabilização da economia nacional que
permitiu ao setor, ganhos de volume e produtividade e, foram
definitivos para colocar o país em condição de destaque como um
grande produtor mundial.
O mesmo autor coloca ainda que as transformações levaram
a alterações importantes em toda a cadeia produtiva que impacta
significativamente no Produto Interno Brasileiro (PIB), neste
contexto é necessário o entendimento do mercado nacional de
carnes e derivados (LUCHIARI, 2006). Após esse contexto faz-se
necessário o entendimento do mercado nacional e internacional de
carnes e derivados.

2.1.1 Mercados Nacional e Internacional


As maiores empresas brasileiras são a JBS S/A com sede em
São Paulo/SP, seguida pela BRF – Brasil Foods SA, sediada em
Itajaí/SC e por fim a empresa Marfrig de São Paulo/SP. As
empresas JBS e BRF – Brasil Foods são as que lideram o segmento
de carnes e derivados no Brasil, ambas as empresas possuem
representatividade nas vendas mundiais e apresentam ganhos de
mercado a cada ano (PIGATTO; SANTINI; DE SOUZA, 2011).
Em se tratando de mercado nacional, o setor do agronegócio,
segundo o Ministério da Agricultura (MAPA) correspondia em 2014
o percentual de 22% do PIB, onde o crescimento da produção de

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carnes foi um dos fatores responsáveis pelos resultados do PIB e do


Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBPA, 2016).
Deste modo, conforme dados da Associação Brasileira das
Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), a cerca de dez anos, a
carne brasileira lidera o setor mundial, em que no ano de 2010
atingiu a cifra de US$ 5,3 bilhões, aumentando em 10 vezes o valor
de suas exportações em um período inferior a 10 anos (ABIEC,
2016).
Nesse sentido conforme pesquisa realizada pela Associação
Brasileira de Proteína Animal (ABPA), baseada em dados publicados
em 2016 pela ABIEC, demonstra que a produção Brasileira tem
aumentado nos últimos anos, conforme demonstrado na tabela 1.

Tabela 1 - Produção Brasileira (em mil toneladas)


CARNE 2014 2015 VAR (%)

FRANGO 12,75 13,00 1,96


BOVINA 10,23 10,26 0,29
SUÍNA 3,47 3,52 1,44

PEIXE 2,22 2,28 1,44


TOTAL 28,67 29,06 1,36
Fonte: Adaptado de ABPA (2016).

Conforme dados apresentados na tabela 1, a evolução da


produção brasileira de carnes teve um crescimento de 1,36% de
2014 para 2015 representando um aumento de 390 mil toneladas a
mais em carnes, onde 45,29% foram de carne de frango, 34,94%
carne bovina, 12% carne suína e 7,76% peixes, em relação ao ano
anterior. Assim, em se tratando da exportação, segundo o MAPA, o
Brasil ocupa o primeiro lugar em exportação de carne bovina e
frango (aves), e o quarto maior exportador de carne suína (MAPA,
2016).
Além das informações citadas acima, grandes
transformações marcaram o ramo de carnes e derivados no Brasil,
especialmente resultante das práticas modernas de produção. Estas
práticas possibilitaram que o setor tivesse ganhos de produtividade
e volume, fazendo com que o país se tornasse um grande produtor
mundial (LUCHIARI, 2006).
Sob o ponto de vista de Brandão (2009) no Brasil o
crescimento das exportações de carne se deu em 1994, onde foram
iniciadas significativas mudanças no setor da pecuária nacional.
Com a concorrência, o autor expõe que o setor teve que buscar
novos mercados e a partir de 1996 o aumento da exportação
tornou-se constante, desta forma os frigoríficos tiveram o número
de pedidos ampliados (BRANDÃO, 2009).
Corroborando, na afirmação de Pigatto, Santini e De Souza
(2011) a vasta procura pelo consumo de carnes e derivados em todo
o mundo revela que o Brasil apresenta um vasto crescimento
econômico neste setor. Quanto a esse pressuposto, conforme dados
apresentados pela ABPA (2016) em conjunto com a ABIEC (2016),
as exportações brasileiras em expansão, foi de uma variação de
2,35%, somente 150 mil toneladas a mais, conforme exposto na
tabela 2.

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Tabela 2 - Exportação Brasileira (em mil toneladas)


CARNE 2014 2015 VAR (%)

FRANGO 4,00 4,10 2,50


BOVINA 1,88 1,90 1,06

SUÍNA 0,50 0,52 4,00


TOTAL 6,38 6,52 2,35
Fonte: Adaptado de ABPA (2016).

Neste contexto, a tabela 2 aponta que a exportação brasileira


no segmento de carnes, cresceu de 2014 para 2015, sendo 62,88%
são de carne de frango, 29,14% exportação bovina e 7,98% suína.
Vale ressaltar que o maior crescimento de 2014 para 2015 foi de
carne suína, onde o Ministério do Desenvolvimento Indústria e
Comércio Exterior (MDIC) revelam que o principal destino da carne
suína brasileira, em volume, é a Rússia. Posterior aos dados
apresentados dos mercados nacional e internacional faz-se
necessário a compreensão dos indicadores de desempenho.

2.2 INDICADORES DE DESEMPENHO


A análise por meio de índices econômico-financeiros e de
dados coletados na estrutura das demonstrações contábeis é
considerada relevante e o seu uso, bastante apreciado, conforme
colocam Antunes e Martins, (2007). Complementando por analogia,
inúmeros são os trabalhos na literatura que tratam dessa temática
com diferentes abordagens, tais como o artigo de Sehnem et al.,
(2012) que aborda uma análise do desempenho financeiro das
empresas de carnes e derivados, listadas na BM&FBOVESPA no
qual foram analisados os seguintes indicadores: estrutura de
capital, rentabilidade, endividamento e liquidez.
O estudo de Ucchesi e Barros Filho (2016) teve como objetivo
ampliar a pesquisa de Sehnem et al. (2012), nas variáveis
operacionais e no qual os indicadores de rentabilidade, liquidez,
estrutura de capital e endividamento serviram de fundamentação
para uma análise do segmento de carnes e derivados. Os
respectivos autores evidenciaram dois pontos importantes: as
grandes empresas do setor (JBS/SA, BRF - Brasil Foods e Marfrig)
ocupam a liderança na maioria dos indicadores financeiros
analisados, sendo que as empresas de menor porte são mais
voláteis e apresentaram desempenhos inferiores.
Dos Santos (2013) argumenta que algumas pesquisas, nos
últimos anos, tiveram como propósito analisar os instrumentos
derivativos (estes são instrumentos financeiros que derivam de um
ativo, utilizados para gerenciar riscos) nas demonstrações
contábeis, constatando que as companhias não estão apresentando
de maneira apropriada às informações relevantes com as operações
de derivativos. O mesmo autor recomenda que novas pesquisas
sejam feitas com as informações divulgadas, com uma análise
qualitativa.

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O estudo de Barros (2015) teve como objetivo analisar os


principais indicadores contábeis de empresas de capital aberto do
setor do agronegócio listadas na BM&F BOVESPA S.A e verificou-se
que as empresas apresentaram variações importantes em seus
indicadores de liquidez, rentabilidade e endividamento, sendo este
último o que apresentou maiores diferenças durante a apuração dos
resultados encontrados.
Não obstante, a análise de ___________________
Martins (2010) traz o entendimento A vasta procura
das inter-relações de insumos, pelo consumo de carnes
exportações e preço da matéria-prima, e derivados em todo o
sendo relevante no que diz respeito à mundo revela que o
tomada de decisão que envolve a
Brasil apresenta um
produção, gerando, assim, melhor
previsibilidade da rentabilidade do vasto crescimento
setor. Já a pesquisa de De Oliveira econômico neste setor.
Carlos, De Souza Neto e Nascentes (PIGATTO; SANTINI,
(2015) analisa os índices econômico e 2011)
financeiro das empresas do setor de _______________
carnes e derivados do Brasil que
passaram por uma junção em 2009, analisando os indicadores
econômico-financeiros mais relevantes. A pesquisa considerou
aspectos referentes à liquidez, a estrutura de capital e a
rentabilidade, comparando a situação das organizações a partir das
demonstrações contábeis.
A esse respeito, Bezerra e Corrar (2006) ressaltam que os
estudos feitos dentro das companhias referentes aos indicadores
financeiros para avaliar o seu desempenho já são realizados há
bastante tempo, onde é feito um comparativo entre as organizações
ou entre as mesmas companhias.
Macedo, Silva e Santos (2006) salientam que quando é feita a
análise de desempenho de uma organização, ela é suscetível à
debates e indagações sobre quais indicadores econômico-financeiros
aplicar e como os solidificar. Corroborando com o pensamento,
Chaves, Alcântara e Assumpção (2008) elucidam que as ações e os
indicadores a serem utilizados contribuem para a avaliação da
situação econômico-financeira da organização. Neste contexto,
torna-se imprescindível a análise das demonstrações contábeis e
financeiras das empresas.

2.3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DAS S.A


A contabilidade é uma ciência que tem como objeto o
patrimônio. Nesse sentido, Quinteiro e Medeiros (2005, p. 2)
conceituam que o papel da contabilidade está vinculado aos
“objetivos qualitativos da informação contábil, tais como
compreensibilidade, relevância/materialidade, confiabilidade e
comparabilidade, permeando todo o sistema da contabilidade
confundindo-se com os próprios objetivos da ciência contábil”.
No entendimento de Nascimento (2010) as demonstrações
contábeis podem ser visualizadas como uma ferramenta na qual a
administração de uma empresa explana aos seus usuários internos
e externos, as informações sobre a situação patrimonial financeira.

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Estas informações são fundamentais ao processo decisório da


organização e de como aplicar os recursos de um exercício social.
Corroborando com o pensamento, Silva (2012) salienta que
as demonstrações contábeis, também chamadas de demonstrações
financeiras, tornam presente o estado financeiro da organização em
certo espaço de tempo, e contribuem para que o retorno e os riscos
sejam ponderados. No entendimento de Matarazzo (2010, p.15) “as
demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre a
empresa, de acordo com regras contábeis”. A esse respeito, segundo
De Lacerda Moreira et al., (2013) e De Oliveira Carlos, De Souza
Neto e Nascentes (2015), é visível como a contabilidade e as suas
demonstrações são importantes, pois produzem dados provenientes
de informações que são significativas para as tomadas de decisões.
A contabilidade caracteriza uma das principais fontes de
informação para que as empresas, com maior nível de eficácia e
eficiência adotem medidas e tomem decisões, por meio de seu corpo
administrativo. Face a isso, para que isso seja plausível, é
indispensável a utilização das informações econômico-financeiras
tiradas das demonstrações contábeis ratificadas assim em
indicadores, que serão, por sua vez, o reflexo do desempenho da
organização (DE OLIVEIRA CARLOS; DE SOUZA NETO;
NASCENTES, 2015).
Baptista et al., (2011) e Assaf Neto (2012) fundamentam que
ao final de cada exercício social, conforme a lei 11638/07, os
administradores da organização deverão estruturar, de acordo com
a escrituração comercial da empresa, as demonstrações contábeis
obrigatórias que devem apresentar de forma clara sua situação
patrimonial e as suas modificações ocorridas no exercício, com o
objetivo de corroborar com as informações repassadas a seus
acionistas.
A primeira demonstração contábil é o Balanço Patrimonial
(BP), que, como afirma Iudícibus et al., (2010) e Marion (2012),
expõe a posição patrimonial da organização em certa data, onde é
composto por três componentes principais: o ativo, que são os
recursos e beneficíos futuros da entidade; o passivo, sendo as
obrigações; e o patrimônio líquido que são os recursos que os sócios
depositaram na empresa para que tenha o início de suas atividades.
A segunda demonstração é a Demonstração do Resultado do
Exercício (DRE), sendo o conjunto das receitas obtidas pela
organização, subtraindo as despesas e o custo total da venda, desta
forma demonstra se a empresa teve lucro ou prejuízo em
determinado exercício (BAPTISTA, 2011).
Neste sentido a contabilidade através das demonstrações
contábeis fornece aos investidores, administradores, agências
reguladoras, acionistas e credores informações e dados para realizar
a análise das demonstrações financeiras contribuindo para que
essas entidades possam avaliar as tendências futuras, a saúde
financeira e o desempenho organizacional (BOMFIM et al., 2011; DA
SILVA et al., 2014; OMRANI; BEIRAGH; KALEIBARI, 2015).
Com isso, faz-se necessário o entendimento dos indicadores
econômico-financeiros utilizados e identificar os principais para as
devidas tomadas de decisão.

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2.3.1 Indicadores de Desempenho


Duarte e Lamounier (2007) fundamentam que a mensuração
de desempenho das entidades sempre foi um tema de preocupação
da contabilidade desde o seu princípio, pois essa ciência procura
aperfeiçoar a interpretação da realidade das ações praticadas por
seus gestores. Em suma, procura entender os demais fatos que as
atingem, com o objetivo de fornecer a seus usuários com informação
expressiva e favorável, bem como oferecer efetiva contribuição para
a continuidade dos empreendimentos (MIRANDA, 2005).
Macedo, Silva e Santos et al., (2006), assim como Chaves,
Alcântara e Assumpção (2008) e ainda Bortoluzzi (2011) destacam
como é importante a avaliação de desempenho corporativo, onde os
autores salientam que os indicadores contribuem para a avaliação
da situação econômico-financeira da organização.
Complementando Macedo, Silva e Santos et al., (2006) e
Chaves, Alcântara e Assumpção (2008) citam alguns indicadores de
desempenho como sendo os mais utilizados para avaliação da
situação econômico-financeira da organização, sendo eles:
Rentabilidade, Índice de Liquidez e Estrutura de Capital. Da mesma
forma, Frezatti e De Aguiar (2007) acrescentam o indicador
chamado EBITDA (Earnings Before Interest, Tax, Depreciation and
Amortization).
Da Silva (2008) coloca que a Rentabilidade, é um indicador
conhecido também como Quocientes de Retorno do Investimento.
Não obstante, Matarazzo (2010) salienta que a rentabilidade
demonstra o retorno do investimento realizado pela entidade e a sua
lucratividade advinda de vendas. Este índice Da Silva (2008) e
Matarazzo (2010) serve para estimar o lucro obtido em determinado
período, quanto maior for este índice melhor para a organização. O
Índice de Rentabilidade pode ser subdividido em: Giro do Ativo,
Margem Líquida, Rentabilidade do Ativo e Rentabilidade do
Patrimônio Líquido.
O Giro do Ativo, segundo Da Silva (2008), informa o
desempenho da receita da organização em comparação ao aumento
do ativo e, quanto maior for melhor explanará o retorno sobre o
capital investido. Este índice demonstra se os recursos utilizados
pela empresa foram empregados de forma eficiente (PASSAIA, 2011).
Ribeiro et al., 2009 e Matarazzo (2010), definem que a
Margem Líquida mede a capacidade de efetuar sobras líquidas em
relação às vendas, ou seja, revela o percentual de lucro adquirido
sobre as vendas.
Já a Rentabilidade do Ativo, segundo Da Silva (2008),
esclarece este índice tem a mesma função do índice citado
anteriormente, porém, seu comparativo é feito em relação ao total
do ativo. Corroborando, Matarazzo (2010) comenta que este
indicador evidencia o quanto a entidade gerou de lucro, que poderá
ser investido no ativo.
Para Perez Jr. e Begalli (1999, p. 202) a Rentabilidade do
Patrimônio Líquido “representa o nível de remuneração do capital
investido pelos sócios acionistas, quotistas, proprietários”. Este
indicador consiste em demonstrar os resultados obtidos na gestão
de recursos de terceiros e recursos próprios (COELHO, 2005).

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De acordo com Da Silva (2008) os Índices de Liquidez,


evidenciam a capacidade financeira da entidade para honrar seus
débitos, de curto e/ou a longo prazo, assumidos com terceiros, ou
seja, são índices que comprovam se a organização está sólida
financeiramente para honrar suas obrigações (MATARAZZO, 2010).
Será a seguir abordado a definição dos Índices de Liquidez Corrente,
Seca e Geral.
O Índice de Liquidez Corrente mensura a capacidade de a
organização honrar as suas obrigações de curto prazo, utilizando os
recursos aplicados no ativo circulante (PASSAIA, 2011). Já o Índice
de Liquidez Seca, mede a capacidade de a empresa honrar suas
obrigações com o uso de seu ativo circulante, porém sem contar
com os seus estoques (PASSAIA, 2011). Para Marion (2012) este
índice é bastante conservador, justamente pelo método de utilização
do ativo circulante sem o estoque.
O Índice de Liquidez Geral que segundo Pagliato (2009)
confronta as obrigações totais da entidade (de curto e longo prazo)
com a soma de todos os recursos aplicados no ativo circulante e do
realizável a longo prazo, evidenciando assim a sua capacidade de
liquidar suas dívidas.
Para Soares e Corrar (2006), os índices de Estrutura de
Capital são instrumentos de monitoramento do endividamento,
imobilização, e também avaliam o potencial financeiro de cada
organização. Para Matarazzo (2010) os índices de Estrutura de
Capital são os princiapis indicadores para que a empresa tome
decições a cerca da aplicação e aquisição de recursos.
A este respeito, Brito, Corrar e Batistella (2007) argumentam
que a Estrutura de Capital é constituída por capitais próprios e
capitais de terceiros. Os capitais próprios são obtidos junto aos
sócios ou acionistas, já os capitais de terceiros são obtidos junto ao
mercado financeiro. Corroborando com o pensamento, Marion
(2012) ressalta que esses indicadores nos mostram se a organização
utiliza mais de recursos de terceiros ou de recursos próprios. Além
disso, Silva (2012) conclui que a Estrutura de Capital ilustra o
endividamento e o incremento de
_____________ uma entidade.
Para Perez Jr. e Não obstante, a composição
Begalli (1999, p. 202) a do endividamento demonstra o
Rentabilidade do percentual de obrigações contraídas
Patrimônio Líquido de capitais de terceiros em relação
“representa o nível de às obrigações adquiridas a curto
remuneração do capital prazo (MATARAZZO et al., 2010;
investido pelos sócios MARION, 2012). Em última análise
acionistas, quotistas, o EBITDA, também conhecido como
LAJIDA (Lucro Antes dos Juros,
proprietários”.
Impostos, Depreciações e
_____________
Amortizações) incide no potencial de
caixa produzido pelos ativos
operacionais, ou seja, é uma medida utilizada para diversos
propósitos, podendo assim, evidenciar a potencialidade do fluxo de
caixa operacional de uma organização (VASCONCELOS et al., 2001;
SALOTTI; YAMAMOTO, 2005).
Neste contexto, torna-se imprescindível verificar os
procedimentos metodológicos do estudo.

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Revista Borges: ciências sociais aplicadas em debate
V. 7, N. 1, Florianópolis, outubro de 2017.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para o desenvolvimento deste artigo, empregou-se uma


pesquisa de natureza básica, sendo que o problema foi abordado de
forma quantitativa e qualitativa. Os objetivos são descritivos e
exploratórios, os procedimentos utilizados são técnicos
bibliográficos e por fim a pesquisa documental.
Referente à pesquisa realizada, ela enquadra-se como básica,
pois conforme afirma Moresi (2003, p. 8) “objetiva gerar
conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação
prática prevista. Envolve verdades e interesses universais”.
A pesquisa quantitativa de acordo com Silva e Menezes
(2005) é traduzida em dados, conceitos e informações que podem
ser analisadas e classificadas, ou seja, ela é quantificada, variando
em informações que possam ser avaliadas, esta forma de pesquisa
utiliza-se de recursos e técnicas estatísticas (KAUARK; MANHÃES;
MEDEIROS, 2010).
Na presente pesquisa, a análise utilizada foi quantitativa,
pois foram analisados os dados das entidades mencionadas no
problema de pesquisa, tais como os indicadores econômicos
financeiros para analisar qual organização encontra-se mais
rentável no mercado, ou seja, foram traduzidas em números as
informações pertinentes para a análise dos dados.
Quanto à pesquisa qualitativa, ela está relacionada a uma
etapa exploratória da pesquisa, é adequada para uma análise
formativa, visando a efetividade de um projeto (ROESCH, 2007).
Dessa forma, para o estudo realizado, a análise qualitativa foi feita
através de referencial teórico e da coleta, classificação e
interpretação dos dados que embasam a ideia de propor uma
análise econômico-financeira das entidades. Sendo assim, esta
pesquisa pode se classificar tanto como qualitativa, quanto como
quantitativa.
Gil (2002, p.42) afirma que “as pesquisas descritivas têm
como objetivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento
de relações entre variáveis”. A presente pesquisa classifica-se
quanto aos seus objetivos como descritiva, pois visa a descrever as
empresas do setor de carnes e derivados listadas na
BM&FBOVESPA, visto interpretar e analisar a realidade observada
no presente estudo.
Já a pesquisa exploratória, segundo Silva e Menezes (2005, p.
21) “visa proporcionar maior familiaridade com o problema com
vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses”. A presente
pesquisa pode ser classificada como exploratória, visto ter como
objetivo analisar o desempenho econômico-financeiro do segmento
de carnes e derivados das maiores companhias abertas do setor,
JBS/SA e BRF – Brasil Foods SA, em uma série histórica que
compreende o período de 2013 a 2015, desta forma, torna-o mais
claro, uma vez que o tema objeto de estudo não se esgotou em
estudos anteriores.
Além disso, referente aos procedimentos técnicos este
trabalho utilizou-se de bibliográfica e documental. Na visão de Gil
(2002, p.44) a “pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos

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Revista Borges: ciências sociais aplicadas em debate
V. 7, N. 1, Florianópolis, outubro de 2017.

científicos”. O mesmo autor salienta que ainda que a maioria dos


estudos exija algum tipo de trabalho desse gênero, há pesquisas
estruturadas unicamente a partir de fontes bibliográficas.
Fonseca (2002) define que a pesquisa documental, recorre a
variadas fontes e elaborada a partir de material que não recebeu
tratamento analítico, como revistas, relatórios, tabelas estatísticas,
entre outras. Neste artigo, a pesquisa documental foi elaborada
através dos sites das duas empresas do segmento de carnes e
derivados do Brasil, e também no site da CVM, onde constam as
informações contábeis das entidades, analisando assim, a
importância da análise dos indicadores econômico-financeiros para
a tomada de decisões.
Posterior ao fundamento teórico e a análise documental e
bibliográfica da DRE e BP, foi aplicado as fórmulas para mensurar
as informações dos índices de análise econômico-financeira
específicos do setor de carnes e derivados, faz-se necessário
apresentar os procedimentos utilizados para a coleta de dados
utilizados na pesquisa, através da aplicação de fórmulas,
objetivando quantificar as informações do segmento.

3.1 VARIÁVEIS UTILIZADAS NOS ESTUDOS

Para a realização da pesquisa foram utilizados indicadores


econômico-financeiro coletados nas demonstrações contábeis dos
anos de 2013 a 2015 de empresas do setor de carnes e derivados,
disponibilizados no site do Instituto Assaf, CVM e BMF&Bovespa.
Vale ressaltar que a escolha da JBS/SA e BRF – Brasil Foods
SA, participantes do estudo, é devido ao fato de serem as duas
maiores empresas do setor e a definição do período teve como
objetivo de realizar um estudo recente sobre o segmento, nesse
sentido contribuindo com os estudos anteriores que foram
realizados em períodos anteriores.
Para que a pesquisa fosse realizada, foi indispensável a
escolha dos indicadores econômico-financeiros mais relevantes para
a avaliação das organizações da presente pesquisa. É imperativo
ressaltar que os indicadores selecionados tiveram como base os
estudos de Bezerra e Corrar (2006), Macedo, Silva e Santos (2006),
Chaves, Alcântara e Assumpção (2008), Martins (2010), Nascimento
(2010), Sehnem (2012), Dos Santos (2013), De Oliveira Carlos, De
Souza Neto e Nascentes (2015), Barros (2015), Lucchesi e Barros
Filho (2016).
Concomitante às pesquisas supracitadas, também foram
utilizados os estudos referentes aos indicadores de desempenho de
diversos autores, tais como, Perez Jr. e Begalli (1999), Vasconcelos
(2001), Coelho (2005), Miranda (2005), Salotti e Yamamoto (2005),
Macedo, Silva e Santos (2006), Soares e Corrar (2006), Brito, Corrar
e Batistella (2007), Duarte e Lamounier (2007), Frezatti e De Aguiar
(2007), Chaves, Alcântara e Assumpção (2008).
Sendo assim, conforme mencionado pelos autores, o quadro
1 apresenta os indicadores para elaboração da análise econômica e
financeira, apresentando um diagnóstico da real condição da saúde
financeira de uma determinada entidade.

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Revista Borges: ciências sociais aplicadas em debate
V. 7, N. 1, Florianópolis, outubro de 2017.

Quadro 1: Indicadores Financeiros


ÍNDICES DE LIQUIDEZ FÓRMULA
Liquidez Geral (Ativo circulante + Ativo não circulante)
/ (Passivo circulante + Passivo não
circulante)
Liquidez Corrente Ativo circulante / Passivo circulante
Liquidez Seca Ativo circulante – Estoques / Passivo
circulante
Estrutura de Capital Fórmula
Participação de Capital de Capital de terceiros / Patrimônio líquido
Terceiros
Composição do Passivo circulante / Capital de terceiros
Endividamento
Imobilização do Ativo permanente / Patrimônio líquido
Patrimônio Líquido
Imobilização dos Recursos Ativo permanente / (Patrimônio líquido
Não-Correntes + Passivo não circulante)
Índices de Rentabilidade Fórmula
Giro do Ativo Venda líquida / Ativo total
Margem Líquida Lucro líquido / Venda líquida x 100
Rentabilidade do Ativo Lucro líquido / Ativo total x 100
Rentabilidade do Lucro Líquido / Patrimônio líquido x
Patrimônio Líquido 100
EBITDA Fórmula
Margem EBITDA EBITDA / Receita líquida
Fonte: Adaptado Assaf Neto (2002) e Marion (2012).

Conforme exposto no quadro 1, Bortoluzzi (2011) destaca


como é importante a avaliação de desempenho corporativo. Macedo,
Silva e Santos (2006) salientam que quando é feito a análise de
desempenho de uma organização, ela sucinta de debates e
indagações sobre quais indicadores econômico-financeiros aplicar e
como os solidificar.
Corroborando Chaves, Alcântara e Assumpção (2008)
elucidam que as ações e os indicadores a serem utilizados
contribuem para a avaliação da situação econômico-financeira da
organização.
A seguir apresenta-se a análise de dados, onde foram
analisados os índices mencionados acima, aplicando cada fórmula e
desta maneira podendo ser apurado qual o desempenho das
organizações e qual é a empresa mais rentável do setor de carnes e
derivados do Brasil no mercado atual.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A seguir será apresentado o histórico das empresas
participantes do presente estudo, seguido pela análise dos
resultados. A pesquisa foi fundamentada através da consulta e
análise nos sites das respectivas empresas: BRF – Brasil Foods S.A.
e JBS S.A e no site da CVM (2016) onde consta obter-se o melhor
entendimento no estudo do gerenciamento das organizações.

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Revista Borges: ciências sociais aplicadas em debate
V. 7, N. 1, Florianópolis, outubro de 2017.

4.1 APRESENTAÇÃO DAS EMPRESAS

A empresa BRF – Brasil Foods S.A. foi formada em maio de


2009, pela junção das empresas Perdigão S.A e Sadia S.A, a mesma
é sediada na cidade de Itajaí/SC e é configurada como sendo uma
companhia de capital aberto que atua no ramo alimentício. A
companhia é formada por aproximadamente 105 mil funcionários
que são distribuídos em 35 unidades industriais no Brasil, 16
fábricas no exterior, sendo 9 fábricas na Argentina, 4 na Tailândia,
1 no Reino Unido e 1 nos Emirados Árabes, e por fim 40 centros de
distribuição (BRF, 2016).
A BRF – Brasil Foods S.A é líder mundial na exportação de
proteína animal e produz alimentos que são fornecidos para mais de
120 países em todo o mundo. Suas principais marcas são Sadia,
Perdigão e Qualy onde são mais de 5 mil produtos que variam entre
frios, lácteos, margarinas, empanados, pratos prontos, salsicha,
hambúrguer, frango, linguiça entre outros. No ano de 2015, seu
faturamento líquido foi de R$ 3.130.858,00 (BRF, 2016).
Já a empresa JBS S.A foi fundada no ano de 1953, na cidade
de Anitápolis/GO, hoje sua sede é situada na cidade de São
Paulo/SP. A empresa tem seu capital aberto e sua atuação é no
setor alimentício. A organização com o passar dos anos, adquiriu
diversas outras empresas, aumentando assim seu capital (JBS,
2016).
A JBS S.A possui aproximadamente 216 mil funcionários em
todo o mundo, sendo em torno de 340 unidades, divididas entre
escritórios comerciais e fábricas. Atualmente a empresa é a maior
produtora de proteína animal do mundo, operando no
processamento de carne bovina, suína, ovina e de frango (JBS,
2016). Suas principais marcas são Friboi, Seara, Excelsior e
Doriana, os produtos comercializados são variados, sendo carnes,
margarinas, frios, salsicha, pratos prontos, entre outros. Os
produtos atendem mais de 300 mil clientes em mais de 150 países
em todo o mundo. No ano de 2015 a empresa teve um faturamento
líquido de R$ 5.128.647,00 (JBS, 2016).
Após uma breve explanação das empresas selecionadas para
o presente estudo, torna-se indispensável a análise geral dos
indicadores econômico-financeiro mencionados neste trabalho de
pesquisa.

4.2 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DOS


INDICADORES DAS EMPRESAS BRF – BRASIL
FOODS S.A E JBS S.A.
O objetivo da pesquisa é analisar o desempenho econômico-
financeiro das empresas de capital aberto do segmento de carnes e
derivados do Brasil, que foram apresentadas na seção anterior. A
seguir serão apresentados os resultados dos indicadores econômico-
financeiro das organizações, conforme demonstrado a partir da
tabela 3.

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Revista Borges: ciências sociais aplicadas em debate
V. 7, N. 1, Florianópolis, outubro de 2017.

Tabela 3: Indicadores de Liquidez


BRF JBS
ÍNDICES DE
2013 2014 2015 2013 2014 2015
LIQUIDEZ
GERAL 1,83 1,77 1,52 1,51 1,45 1,32
CORRENTE 1,57 1,83 1,65 1,63 1,51 1,25
SECA 1,20 1,52 1,30 1,24 1,18 0,97
Fonte: Adaptado de Instituto Assaf (2015), dados do balanço
patrimonial, adaptado pela autora (2016).

Em referência ao índice de Liquidez Geral apresentado na


tabela 3, o qual mensura a capacidade de a empresa pagar suas
dívidas a curto e longo prazo, percebe-se que tanto a BRF quanto a
JBS tiveram um decréscimo nos últimos três anos, porém ainda
mantém um índice estável em relação a este indicador, pois
conseguem honrar seus compromissos de curto e de longo prazo. O
decréscimo deste índice se dá ao fato das empresas, com o decorrer
dos anos, contraírem dívidas, principalmente o aumento das
obrigações a longo prazo, conforme dados encontrados na análise
no balanço patrimonial de ambas aas empresas. Vale ressaltar que
a BRF apresenta média de 1,71 no período em análise apresentando
melhor resultado que a JBF de 1,43.
Quanto ao Índice de Liquidez Corrente, que demonstra a
capacidade de liquidação das obrigações de curto prazo, tanto a
BRF quanto a JBS tiveram uma diminuição neste índice na
comparação de 2014 para 2015, devido ao aumento das dívidas,
informação esta encontrada no Balanço Patrimonial, com uma
média de 1,68 e 1,46 respectivamente. Porém, as duas companhias
possuem disponibilidades sobre suas obrigações, sinalizando desta
maneira que conseguem honrar seus compromissos de curto prazo.
Com relação ao Índice de Liquidez Seca, o qual demonstra a
capacidade da organização de liquidar suas dívidas de curto prazo,
utilizando seu ativo circulante sem seus estoques, observa-se que a
BRF se mantém consistente neste indicador em média de 1,34, ou
seja, consegue saldar suas obrigações. Já a empresa JBS teve uma
queda no decorrer dos anos, e no ano de 2015 apresenta índice
abaixo do esperado 0,97, indicando que a mesma não consegue
honrar por completo com suas obrigações sem considerar os
estoques.
Com os resultados dos índices de liquidez analisados, pode-
se observar nos estudos anteriores de Sehnem et al., (2012) e
Barros (2015) que ambas as empresas tiveram, nos últimos anos,
decréscimo nestes indicadores, devido a investimentos realizados
conforme dados apresentados no parecer publicado no site da
Bovespa. Na sequência, conforme exposto na tabela 4, será
ilustrado a Estrutura de Capital das empresas.

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Revista Borges: ciências sociais aplicadas em debate
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Tabela 4: Índices de Estrutura de Capital


BRF JBS
ÍNDICES DE 2013 2014 2015 2013 2014 2015
ESTRUTURA DE
CAPITAL
Participação de Capital 1,20 1,30 1,92 1,97 2,20 3,16
de Terceiros
Composição do 0,48 0,47 0,44 0,39 0,44 0,43
Endividamento
Imobilização do 1,30 1,19 1,53 1,72 1,74 2,46
Patrimônio Líquido
Imobilização dos 0,66 0,70 0,89 0,78 0,78 0,88
Recursos Não-
Correntes
Fonte: Adaptado de Instituto Assaf (2015), dados do balanço
patrimonial, adaptado pela autora (2016).

Ao comparar a proporção entre o capital próprio e o capital


de terceiros exibidos na tabela 4 (participação de capital de
terceiros) percebe-se que a cada ano, tanto a BRF quanto a JBS
utilizam acima do indicado o capital de terceiros, ou seja,
comprometem o patrimônio total da empresa, podendo prejudicar a
aquisição de recursos junto ao mercado financeiro. Outro fator a ser
observado é que a BRF aumentou em 47,69% a participação de
capital de terceiros em comparação a 2014 para 2015.
Conforme dados do parecer da empresa publicado no site da
Bovespa, isso se deve ao fato da empresa ter obtido recursos
adicionais para financiar projetos sustentáveis nas áreas de
eficiência energética, redução da emissão de gases de efeito estufa,
energia renovável e diversos outros projetos. Já a JBF aumentou em
43,64% a participação de capital de terceiros em comparação a
2014 para 2015, onde conforme dados do parecer da empresa
publicado no site da Bovespa essa variação se da pelo fato da
empresa possuir linhas de crédito rotativas em dólar das operações
da empresa (JBS USA) fora do país (BOVESPA, 2016).
No que se refere à composição do endividamento (tabela 4),
que caracteriza o percentual de obrigações de curto prazo em
relação às obrigações totais, observa-se então que as duas
organizações se mantém estáveis nos três anos apresentados, tendo
maior percentual de dívidas a longo prazo, onde a BRF teve média
de 54% e a JBS de 58% de dívidas a longo prazo.
Sobre o Índice de Composição do Endividamento, observa-se
qual o percentual de obrigações de curto prazo em relação às
obrigações totais, sendo desejado o menor percentual possível. Ao
observar os estudos de Sehnem et al., (2012) e Barros (2015) e De
Oliveira Carlos, De Souza Neto e Nascentes (2015) a BRF e JBS nos
últimos anos tem melhorado o perfil de suas dívidas. Onde a BRF
de 2014 para 2015 decaiu de 47% para 44% e a JBS de 44% para
43% nesse período.
Ao analisar a Imobilização do Patrimônio Líquido, (tabela 4),
verifica-se que a BRF, tem na média dos três anos analisados 134%
do PL imobilizado e a JBS tem uma média, no mesmo período, de
197% para financiar seus investimentos, apresentando déficit de

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Revista Borges: ciências sociais aplicadas em debate
V. 7, N. 1, Florianópolis, outubro de 2017.

recursos próprios, ou seja, as duas companhias possuem


dependência de terceiros para cumprir com seus compromissos.
Com isso se percebe que, em geral, as empresas possuem um
endividamento total superior a 100% do seu patrimônio total,
contribuindo para fomentar a alavancagem operacional, porém, com
riscos eminentes das ampliações no endividamento.
Quanto à Imobilização dos Recursos Não-Correntes, (tabela
4), ela indica que as duas companhias estão sólidas em relação a
este índice, pois apresentam indicadores abaixo de 100%, logo,
demonstra que o patrimônio líquido e o passivo não circulante são
suficientes para cobrir os investimentos e o ativo permanente.
De acordo com o relatório anual da empresa BRF a dívida
líquida foi negativamente impactada pela variação cambial na dívida
bruta e pelo programa de recompra das ações. Na sequência,
conforme exposto na tabela 5, será ilustrado os índices de
Rentabilidade das empresas.

Tabela 5: Índices de Rentabilidade


BRF JBS
ÍNDICES DE
2013 2014 2015 2013 2014 2015
RENTABILIDADE
Giro do Ativo 0,94 0,80 0,80 1,35 1,47 1,34
Margem Líquida 3% 8% 10% 1% 2% 3%
Rentabilidade do Ativo 3% 6% 8% 2% 3% 4%
Rentabilidade do
7% 14% 23% 5% 9% 18%
Patrimônio Líquido
Fonte: Adaptado de Instituto Assaf (2015), dados do balanço
patrimonial, adaptado pela autora (2016).

Iniciando as análises pelo Giro do Ativo (Tabela 5) e tendo a


empresa BRF como ponto de partida desta análise, percebeu-se que
ela em média apresenta o índice de 0,85, ou seja, para cada R$1,00
de investimento total a empresa vendeu R$0,85, demonstrando um
cenário preocupante, haja vista o baixo valor das receitas se
comparado com a JBS que possui um índice estável (em média de
1,39), indicando que o volume de vendas atingido foi
correspondente aos investimentos totais feitos pela companhia. Ao
observar os estudos de Sehnem et al., (2012) e Barros (2015) e De
Oliveira Carlos, De Souza Neto e Nascentes (2015) a BRF e JBS
mantém um padrão de desempenho em relação a esse índice em
relação as pesquisas anteriores.
Em se tratando da Margem Líquida, (tabela 5) observa-se que
a BRF possui os índices superiores aos da JBS. Conforme parecer
publicado no site da Bovespa a BRF ampliou a Margem Líquida
através do aumento da Receita Operacional Bruta (ROL)
consolidado das operações nacionais 4% e internacionais 19%
(BOVESPA, 2016).
A JBS conforme parecer da Bovespa teve nos anos em
análise uma melhora em relação à margem líquida relacionado
principalmente em relação à redução nas despesas com vendas e
despesas administrativas, aumentando de 1% em 2013, para 3%
em 2015 (BOVESPA, 2016).
No tocante à Rentabilidade do Ativo, (tabela 5) este indicador
demonstra quanto a empresa obteve de lucro líquido em relação ao

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Revista Borges: ciências sociais aplicadas em debate
V. 7, N. 1, Florianópolis, outubro de 2017.

seu ativo total, ou seja, quanto a empresa poderá investir no seu


ativo. Observa-se que a BRF teve média de 6% e a JBS com média
de 3%, ou seja, tiveram aumento nos últimos três anos. Esse
aumento demonstra a eficiência e rentabilidade das operações das
empresas.
Quanto à rentabilidade do Patrimônio Líquido (tabela 5) tanto
a BRF quanto a JBS tiveram um aumento considerável no decorrer
dos anos, o que se refere ao ganho percentual que os proprietários
obtiveram em relação ao capital investido na empresa. Esse
indicador procura verificar como está a gestão de recursos próprios
e de terceiros, em benefício dos acionistas maximizando o valor da
empresa no mercado. Na sequência, conforme exposto na tabela 6,
será ilustrado o EBITDA das empresas.

Tabela 6: EBITDA
BRF JBS
2013 2014 2015 2013 2014 2015
Margem EBITDA 10,80% 15,40% 17,20% 6,6% 9,2% 8,2%
Fonte: Adaptado de Instituto Assaf (2015), dados do balanço
patrimonial, adaptado pela autora (2016).

O índice da margem EBITDA (tabela 6) demonstra se os


ativos operacionais estão gerando caixa. Nesse aspecto a BRF
atingiu R$ 5,525 bilhões em 2015, aumento de 17% em relação a
2014, com margem EBITDA de 17,2%, positivamente impactado por
uma geração de resultado operacional mais forte, principalmente
nos mercados internacionais conforme dados publicados no site da
Bovespa do relatório financeiro disponibilizado para os acionistas.
O EBITDA da JBS (tabela 6) em 2015, foi de R$13,3 bilhões
onde a margem EBITDA de 2015 teve um decréscimo de 1%, em
relação a 2014, devido à diminuição desse indicador das empresas
do grupo PPC (Pilgrim’s Pride Corporation) e JBS USA Carne
Bovina. Vale destacar que a JBS USA compensou parcialmente dos
resultados do período do grupo, mas não foi o suficiente para gerar
margem EBITDA superior a 2014, conforme dados publicados no
site da Bovespa do relatório financeiro disponibilizado para os
acionistas. Por fim, apresentam-se as considerações finais do
presente trabalho.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste artigo fez-se uma análise do desempenho econômico-
financeiro das maiores companhias do setor de carnes e derivados
listadas na BM&F BOVESPA, tendo como base dar continuidade ao
trabalho desenvolvido por Sehnem et al., (2012), Barros (2015) e De
Oliveira Carlos, De Souza Neto e Nascentes (2015) e de Lucchesi e
Barros Filho (2016).
Neste sentindo contribuindo com os estudos anteriores o
objetivo do presente estudo consiste em analisar o desempenho
econômico-financeiro das empresas de capital aberto do setor do
agronegócio, BRF – Brasil Foods SA e JBS SA, listadas na
BM&FBOVESPA em uma série histórica que compreende o período
de 2013 a 2015. Foi possível constatar que houve uma variação no

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Revista Borges: ciências sociais aplicadas em debate
V. 7, N. 1, Florianópolis, outubro de 2017.

desempenho das empresas, sendo que ora uma ora outra


apresentaram os indicadores melhores para cada categoria
analisada de liquidez, rentabilidade, endividamento, estrutura de
capital.
No que se refere aos índices de endividamento, a BRF e JBS
nos últimos anos tem melhorado o perfil de suas dívidas em
comparação com pesquisas anteriores. O estudo também amplia as
pesquisas anteriores por analisar o desempenho do EBITDA de
ambas as empresas, não sendo realizada essa análise em outras
pesquisas sobre o setor.
Durante o período em análise a BRF foi a empresa que teve
melhores indicadores econômicos e financeiros. No ano de 2015, em
virtude da crise econômica nacional as empresas analisadas BRF e
JBS tiveram seus indicadores econômicos e financeiros
prejudicados, tendo ocorrido nesse período o pior índice de
eficiência.
Vale destacar que o problema de pesquisa foi respondido,
uma vez que os indicadores econômicos e financeiros apresentados
neste artigo possibilitaram evidenciar o desempenho das empresas,
demonstrando sua relevância no processo de tomada de decisão e
de futuros investimentos no setor.
O presente estudo contém, no entanto, algumas limitações,
pois se restringiu à análise das informações contidas nas
demonstrações contábeis, especificamente no balanço patrimonial e
na demonstração de resultado de exercício das empresas em
análise. Além disto, a pesquisa se limitou a restringir a apenas duas
maiores empresas do setor carnes e derivados no Brasil e no
período específico de 2013 a 2015.
Por fim, considera-se que a pesquisa apresentou informações
que contribuem para o tema, denotando relevância para estudos
futuros que venham a abranger empresas do setor de carnes e
derivados e como sugestão futura incorporar a análise de outros
indicadores econômico-financeiros, a fim de evoluir o entendimento
de particularidades mais específicas, como indicadores de eficiência
na gestão de custos, solidez financeira e análise de atividade. Além
disso, é possível explanar mais empresas do setor de carnes e
derivados e por um período maior aos três anos estudados,
podendo, dessa forma obter novas variáveis a serem analisadas e
interpretadas.

ECONOMIC AND FINANCIAL ANALYSIS OF THE


LARGEST MEAT SEGMENT BUSINESS AND
DERIVATIVES OF LISTED IN BRAZIL BM &
FBOVESPA

ABSTRACT
The segment of meats and derivatives has been developing and
increasing its scale of production and commercialization. In this
sense, the sector has increased its share in the national GDP,
generating jobs, besides being an important export segment,
responsible for a surplus in the trade balance. The main objective of
this paper is to analyze the economic and financial performance of
publicly traded companies in the agribusiness sector, BRF - Brasil

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Revista Borges: ciências sociais aplicadas em debate
V. 7, N. 1, Florianópolis, outubro de 2017.

Foods SA and JBS SA, listed on the BM & FBOVESPA in a historical


series comprising the period of 2013 To 2015. The research
question was to identify the economic-financial performance of the
meat and derivatives sector in Brazil. In this sense, an analysis of
the most relevant economic-financial indicators for the companies of
the sector was carried out based on previous studies. The research
methodology used for this research is basic in nature, with a
quantitative and qualitative approach, descriptive and exploratory
objectives and the procedures used are bibliographical and
documentary techniques. Based on the results, it can be concluded
that BRF and JBS have good indicators for liquidity, indebtedness,
profitability and EBITDA, but BRF was the company with the best
economic and financial indicators in the period analyzed. It is
important to emphasize the importance of economic-financial
indicators as a decision-making resource for meat and meat
products companies.
KeyWords: Economic and financial indicators. Meat and meat
products. Decision making. EBITDA.

REFERÊNCIAS
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entendimento e seus impactos no desempenho de grandes empresas
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