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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

Maurício Cardoso de Castro Júnior

RESERVATÓRIOS EM CONCRETO ARMADO

JUAZEIRO-BA
2013
2

MAURÍCIO CARDOSO DE CASTRO JÚNIOR

RESERVATÓRIOS EM CONCRETO ARMADO

Trabalho apresentado a Universidade


Federal do Vale do São Francisco-
UNIVASF, Campus Juazeiro, como
requisito da obtenção do título de
bacharel em Engenharia Civil.
Orientador: Prof. MSc. Sérgio Luís de
Oliveira

JUAZEIRO-BA
2013
iii

UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

FOLHA DE APROVAÇÃO

Maurício Cardoso de Castro Júnior

RESERVATÓRIOS EM CONCRETO ARMADO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como


requisito parcial para obtenção do título de Bacharel
em Engenharia Civil, pela Universidade Federal do
Vale do São Francisco.

Aprovado em: ___ de _____________ de _______.

Sérgio Luís de Oliveira, MSc, (UNIVASF)

Bruno Ceotto Sobrinho, MSc, (UNIVASF)

Judas Tadeu Gomes de Sousa, MSc, (UNIVASF)


iv

A minha família...
v

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me dado força e sabedoria para enfrentar as


dificuldades percorridas durante toda a minha vida.

À minha mãe Alzany Vieira pelo apoio incondicional, sempre ao meu lado nos
momentos difíceis e por acreditar em mim e nos meus sonhos. A meu pai Maurício
Cardoso pelo carinho e pela humildade com que me ensinou a trilhar meus passos.
A minha irmã Monara pelo amor, carinho e por ser minha maior companheira
durante todos esses anos.

A minha amada Larissa pelo carinho, por ter sido minha melhor amiga,
sempre acreditando em meu potencial, sofrendo e vibrando junto comigo durante
todos esses anos.

Aos professores pelo conhecimento transferido, em especial meu orientador


Sérgio Luís pelo apoio, atenção, incentivo e pelo exemplo de profissional a mim
transferido.

Aos meus amigos, pois sem eles com certeza essa trajetória seria muito mais
difícil, estiveram comigo no meu dia-a-dia me incentivando e ajudando para que meu
sorriso fosse meu melhor amuleto.

A toda a minha família, pelo apoio e por terem entendido minha ausência em
muitos momentos importantes.
vi

RESUMO

O presente trabalho aborda o tema reservatórios em concreto armado, sendo dado


maior atenção aos reservatórios paralelepipédicos, e tem como objetivo servir de
texto base para estudantes e engenheiros entenderem o comportamento da
estrutura, classificá-las, analisar os fatores que influenciam no desempenho da
mesma, os carregamentos atuantes e as condições de vinculação das arestas, são
apresentados os métodos convencionais de análise estrutural, considerando a
estrutura como placas ou como vigas-parede, sendo feito o dimensionamento e
detalhamento das armaduras constituintes do reservatório, considerando o mesmo
constituído por placas isoladas.

Palavras-chave: Reservatórios. Concreto armado. Carregamentos. Vinculação.


Dimensionamento. Detalhamento. Placas. Vigas-parede.
vii

ABSTRACT

This paper addresses the issue in concrete reservoirs, being given greater attention
to rectangular reservoirs, and aims to serve as a basic text for students and
engineers understand the behavior of the structure, sort them, analyze the factors
that influence the performance of the same the operating loads and conditions for
linking edges, are presented the conventional methods of structural analysis,
considering the structure as slabs or as a wall-beams, being made and the
dimensioning of the reinforcement detailing components of the reservoir, considering
it consists of plates isolated.

Key- words: Reservoirs. Concrete. Shipments. Linking. Sizing. Detailing. Plates.


Beam-wall.
viii

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 2.1- SEÇÃO TRANSVERSAL DE UM RESERVATÓRIO SEMI-


ENTERRADO.............................................................................................................17
FIGURA 2.2- RESERVATÓRIOS ELEVADOS..........................................................18
FIGURA 2.3- RESERVATÓRIOS ELEVADOS COM AS CUBAS EM CASCAS
(COSTA, 1998)...........................................................................................................19
FIGURA 2.4- CUBAS TRONCO PIRAMIDAIS (MAIOLA)..........................................20
FIGURA 2.5- EXEMPLOS DE RESERVATÓRIOS PARALELEPIPÉDICOS
(MAIOLA)....................................................................................................................20
FIGURA 2.6- CUBA ACHATADA (COSTA, 1998).....................................................21
FIGURA 2.7- CUBAS ALONGADAS (COSTA, 1998)................................................21
FIGURA 2.8- CUBAS CÚBICAS (COSTA, 1998)......................................................22
FIGURA 2.9- DIAGRAMAS DE EMPUXOS EM REPOUSO SOBRE PAREDES DE
RESERVATÓRIOS APOIADAS PELAS LAJES (COSTA, 1998)...............................25
FIGURA 3.1- ARRANJO DOS RESERVATÓRIOS ELEVADOS
(VASCONCELOS,1998).............................................................................................29
FIGURA 3.2- CARREGAMENTO DEVIDO AO EMPUXO D’ÁGUA EM
RESERVATÓRIOS ELEVADOS (SOUZA E CUNHA,1998)......................................31
FIGURA 3.3- APARECIMENTO DE FISSURAS DEVIDO À INSOLAÇÃO (SOUZA E
CUNHA, 1998)............................................................................................................32
FIGURA 3.4- SITUAÇÕES DE CARREGAMENTO PARA RESERVATÓRIOS
ENTERRADOS...........................................................................................................33
FIGURA 3.5- EFEITO DA SUBPRESSÃO NO RESERVATÓRIO ENTERRADO
(VASCONCELOS, 1998)............................................................................................34
FIGURA 3.6- AÇÕES EM RESERVATÓRIOS ENTERRADOS CHEIOS
(VASCONCELOS-MODIFICADO, 1998)....................................................................34
FIGURA 3.7- RESERVATÓRIOS ENTERRADOS COM AÇÕES NA TAMPA
DEVIDO AO TRÁFEGO DE VEÍCULOS (VASCONCELOS, 1998)...........................35
FIGURA 3.8- CONFIGURAÇÕES DE CARREGAMENTOS PARA
RESERVATÓRIOS ENTERRADOS (SOUZA E CUNHA- MODIFICADO, 1998)......36
FIGURA 3.9- DEFORMADAS DAS LAJES, PARA CARREGAMENTOS VERTICAIS
E HORIZONTAIS, EM RESERVATÓRIOS ELEVADOS VAZIOS (SOUZA E CUNHA,
1998)..........................................................................................................................37
ix

FIGURA 3.10- DEFORMADAS DAS LAJES, PARA CARREGAMENTOS VERTICAIS


E HORIZONTAIS, EM RESERVATÓRIOS ELEVADOS VAZIOS (SOUZA E CUNHA,
1998)..........................................................................................................................38
FIGURA 3.11- TENDÊNCIA DE DEFORMAÇÃO PARA RESERVATÓRIOS
ENTERRADOS VAZIOS (SOUZA E CUNHA-MODIFICADO,1998)..........................39
FIGURA 3.12- TENDÊNCIA DE DEFORMAÇÃO PARA RESERVATÓRIOS
ENTERRADOS CHEIOS (SOUZA E CUNHA- MODIFICADO, 1998)........................39
FIGURA 3.13- USO DE ABAS EXTERNAS À CAIXA D’ÁGUA.................................41
FIGURA 4.1- DISTRIBUIÇÃO DE ARMADURA DO BANZO TRACIONADO
(ARAÚJO, 2003).........................................................................................................44
FIGURA 4.2- ARMADURA DE SUSPENSÃO PARA CARGAS INDIRETAS
CONCENTRADAS (ARAÚJO, 2003).........................................................................45
FIGURA 4.3- ARMADURA COMPLEMENTAR, REGIÃO DE APOIO
(VASCONCELOS, 1998)............................................................................................47
FIGURA 4.4- REGIÃO DE APOIO DE EXTREMIDADE (VASCONCELOS, 1998)...49
FIGURA 4.5- REGIÃO DE APOIO INTERMEDIÁRIO (VASCONCELOS, 1998).......49
FIGURA 4.6- MOMENTOS FLETORES RESULTANTES DO CÁLCULO DAS LAJES
ISOLADAS (ARAÚJO, 2003)......................................................................................51
FIGURA 4.7- MOMENTOS APLICADOS NAS BORDAS DA LAJE DE FUNDO PARA
A CORREÇÃO DOS MOMENTOS POSITIVOS (ARAÚJO, 2003)............................52
FIGURA 5.1- VÃO TEÓRICO- DEFINIÇÃO USUAL (ARAÚJO, 2003)......................54
FIGURA 5.2- RESERVATÓRIO ELEVADO A SER DIMENSIONADO......................54
FIGURA 5.3- MOMENTOS FELTORES E REAÇÕES DE APOIO NA LAJE DE
TAMPA.......................................................................................................................56
FIGURA 5.4- MOMENTOS FLETORES E REAÇÕES DE APOIO, NA LAJE DE
FUNDO.......................................................................................................................57
FIGURA 5.5- MOMENTOS FLETORES E REAÇÕES DE APOIO NAS PAREDES 01
E 02............................................................................................................................59
FIGURA 5.6- MOMENTOS FLETORES E REAÇÕES DE APOIO NAS PAREDES 03
E 04............................................................................................................................60
FIGURA 5.7- DETALHAMENTO DAS ARMADURAS- TAMPA.................................63
FIGURA 5.8- DETALHAMENTO DAS ARMADURAS- FUNDO.................................64
FIGURA 5.9- DETALHAMENTO DAS ARMADURAS- PAREDES 01 E 02...............65
FIGURA 5.10- DETALHAMENTO DAS ARMADURAS- PAREDES 03 E 04.............66
x

FIGURA 5.11- DETALHAMENTO DAS ARMADURAS- LIGAÇÃO PAREDE-PAREDE


(4X).............................................................................................................................67
FIGURA 5.12- MOMENTOS FLETORES E REAÇÕES DE APOIO NA LAJE DE
TAMPA.......................................................................................................................69
FIGURA 5.13- MOMENTOS FLETORES E REAÇÕES DE APOIO NA LAJE DE
FUNDO.......................................................................................................................70
FIGURA 5.14- MOMENTOS FLETORES E REAÇÕES DE APOIO NAS PAREDES
01 E 02.......................................................................................................................71
FIGURA 5.15- MOMENTOS FELTORES NAS PAREDES 03 E 04..........................72
FIGURA 5.16- DETALHAMENTO DAS ARMADURAS- TAMPA...............................75
FIGURA 5.17- DETALHAMENTO DAS ARMADURAS- FUNDO...............................76
FIGURA 5.18- DETALHAMENTO DAS ARMADURAS- PAREDES 01 E 02.............77
FIGURA 5.19- DETALHAMENTO DAS ARMADURAS- PAREDES 03 E 04.............78
FIGURA 5.20- DETALHAMENTO DAS ARMADURAS- LIGAÇÃO PAREDE-PAREDE
(4X).............................................................................................................................79
xi

LISTA DE TABELAS

TABELA 3.1- VALORES DOS COEFICIENTES DE EMPUXO.................................33


TABELA 5.1- ARMADURAS......................................................................................62
TABELA 5.2- ARMADURAS......................................................................................74
12

LISTA DE SÍMBOLOS

m³: Metros cúbicos


V: Volume

𝐾0 : coeficiente de empuxo em repouso


𝜎ℎ : Tensões efetivas principais horizontais
𝜎𝑉 : Tensões efetivas principais verticais
𝛾𝑠 : Peso específico aparente do solo
h: Altura
q: Sobrecarga na superfície do terreno (KN/m²)
ℎ1 : Altura de terra acima do apoio superior da parede (m)
ℎ2 : Altura de terra acima do apoio inferior da parede (m)
𝜎ℎ1 : Pressão no apoio superior da parede ou no nível do solo (KN/m²)
µ : Coeficiente de atrito estático

∅ : Ângulo de atrito interno do solo


G: Soma de todas as cargas permanentes de cálculo

𝛾𝑎 : Peso específico da água


ℎ𝑎 : Altura máxima de água no reservatório
𝑃𝑡 : Peso da laje de tampa
𝐺𝑃 : Peso próprio
𝐺𝑟 : Peso do revestimento
𝑃𝑓 : Peso da laje de fundo
𝐾1 𝑒 𝐾2 : Coeficiente de empuxo
𝑞𝐿 : Subpressão
ℎ𝐿 : Diferença entre o nível do lençol e a cota de fundo
𝐴𝑓 : Área da laje de fundo
𝐴𝑠 : Área da armadura longitudinal de tração
𝑀𝑑 : Momento fletor de cálculo
𝑓𝑦𝑑 : Tensão de esoamento de cálculo do aço
13

Z: Braço de alavanca
ℎ𝑒 : Altura efetiva
𝑅𝑠𝑑 : Reação de apoio de cálculo
𝑎𝑠𝑣 : Seções de armadura vertical
𝑎𝑠ℎ : Seções de armadura horizontal
𝑉𝑘 : Esforço cortante com valor característico
𝑙0 : Vão livre
𝑞𝑑 : Ação de cálculo uniformemente distribuída
𝑏𝑤 : espessura da viga-parede
ℎ𝑓 : espessura da laje de fundo
𝑋𝑝 : Momento negativo: ligação parede-parede
Y: Momento negativo: ligação fundo- parede 01 e 02
X: Momento negativo: ligação fundo- parede 03 e 04

∆𝑀𝑋 𝑒 ∆𝑀𝑌: Incrementos nos momentos positivos no centro da laje


𝛾𝑥1 , 𝛾𝑥2 , 𝛾𝑦1 , 𝛾𝑦2 : Coeficientes fornecidos pela Tabela 4.5 para correção dos momentos
14

SUMÁRIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES .......................................................................................................................... viii


LISTA DE TABELAS.................................................................................................................................... xi
LISTA DE SÍMBOLOS............................................................................................................................... 12
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 15
GENERALIDADES.................................................................................................................................... 16
2.1- Classificação dos reservatórios .................................................................................................. 16
2.1.1- Posição em relação ao terreno ........................................................................................... 17
2.1.2- Formato da cuba ................................................................................................................. 19
2.1.3- Tipo da fundação................................................................................................................. 22
2.1.4- Volume de água armazenado ............................................................................................. 22
2.2- Conceitos complementares para elaboração de projetos de reservatórios.............................. 23
2.2.1- Mecânica dos Solos ............................................................................................................. 24
2.2.2- Materiais e Técnicas de Construção ................................................................................... 27
3- RESERVATÓRIOS PARALELEPIPÉDICOS.............................................................................................. 28
3.1- Estudo das Cargas ...................................................................................................................... 29
3.1.1- Ações em reservatórios elevados ....................................................................................... 30
3.1.2- Ações em reservatórios Térreos ......................................................................................... 32
3.2- Condições de contorno nas arestas dos reservatórios .............................................................. 36
3.2.1- Reservatórios elevados ....................................................................................................... 37
3.2.2- Reservatórios enterrados desvinculados da estrutura do edifício ..................................... 38
3.3- Condições de estabilidade dos reservatórios enterrados desligados da estrutura do prédio .. 40
3.3.1- Tensões no terreno ............................................................................................................. 40
3.3.2- Verificação da flutuação...................................................................................................... 40
4- MÉTODOS CONVENCIONAIS DE ANÁLISE ESTRUTURAL ................................................................... 41
4.1- Método de análise como vigas-parede (chapas) ....................................................................... 41
4.1.1- Critérios de dimensionamento das vigas-parede de concreto armado.............................. 42
4.1.2- Cálculo da espessura mínima para as paredes ................................................................... 48
4.2- Consideração para o cálculo como placas ................................................................................. 50
5- Exemplo de cálculo de um reservatório, considerando como lajes isoladas.................................... 53
5.1- Dimensionamento utilizando as tabelas de PINHEIRO (1993) ................................................... 67
CONCLUSÃO .......................................................................................................................................... 80
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................. 81
ANEXO A- TABELAS UTILIZADAS NOS DIMENSIONAMENTOS ............................................................... 83
15

INTRODUÇÃO

O concreto devido a sua impermeabilidade e resistência às ações de águas


agressivas, aliado a sua flexibilidade para execução de elementos estruturais com
formas diversas, segundo KUEHN apud METHA e MONTEIRO (1994), é
considerado o material ideal para elaboração de estruturas destinadas a controlar,
estocar e transportar água. Sendo por isso, predominantemente utilizado na
construção de reservatórios.

Neste trabalho, na linha de pesquisa sobre “Reservatórios em concreto


armado” estuda-se a classificação de suas estruturas e os conceitos
complementares de outras áreas da Engenharia civil que contribuem na elaboração
de bons projetos. É dada maior ênfase aos reservatórios paralelepipédicos,
analisando as ações e os carregamentos atuantes, as condições de contorno nas
arestas da estrutura e os métodos convencionais utilizados para análise estrutural.

Visando alcançar os objetivos previstos nesse trabalho, essa monografia será


dividida em algumas etapas. Inicialmente abordaremos às classificações pertinentes
aos reservatórios, dando maior importância à classificação das estruturas em
relação a sua posição no terreno. Em seguida, analisaremos as condições que
influenciam no desempenho da estrutura, tais como conceitos complementares de
outras áreas da engenharia civil, como mecânica dos solos e materiais e técnicas de
construção.

Em uma etapa seguinte, definiremos os carregamentos atuantes nos


reservatórios paralelepipédicos, para assim, analisarmos a tendência de giro nas
arestas da estrutura e, utilizando métodos convencionais, realizarmos a análise
estrutural para os esforços atuantes, podendo, posteriormente, efetuar o
dimensionamento e detalhamento das armaduras.
16

2- GENERALIDADES

Reservatórios são estruturas cuja finalidade é o armazenamento de materiais,


sejam eles sólidos, gasosos ou líquidos, sendo denominados de silos quando o
conteúdo armazenado se encontra no estado sólido.

Segundo MAIOLA (apud KIRBY et al. 1956), os primeiros reservatórios foram


as cisternas construídas em rochas sãs, datadas do século XXV a.C., por uma
civilização que posteriormente tornou-se a comunidade grega. No Brasil, de acordo
com MAIOLA (apud TELES, 1984), em 1880 foi inaugurado no estado do Rio de
Janeiro um grande reservatório na cidade de Pedregulho, com capacidade para 80
milhões de litros, construído em alvenaria de pedra com arcadas e tetos abobadados
que até hoje causam admiração.

Atualmente existe uma grande variedade de reservatórios, diferindo entre si


pelos materiais constituintes, sistemas estruturais utilizados, formas etc. Neste
trabalho, no entanto, serão abordados apenas os reservatórios construídos em
concreto armado e destinados ao armazenamento de água.

De acordo com COSTA (1998) os reservatórios são compostos por cuba,


fundações e torre. A cuba é formada por elementos estruturais de superfície e tem
por finalidade armazenar água. A fundação pode ser direta (sapatas ou radier) ou
profunda (estacas ou tubulões) e tem por objetivo transmitir os esforços atuantes na
estrutura para uma camada resistente do solo. As torres só existem em reservatórios
elevados e são projetadas com a finalidade de transferir cargas das cubas e as
forças exercidas pelo vento para a fundação, sendo compostas por pilares ou fustes
(parede maciça de concreto armado de seção vazada, fechada e constante).

2.1- Classificação dos reservatórios

Devido à grande diversidade das estruturas encontradas é possível classificá-


las em função de vários parâmetros. A seguir serão definidas as classificações mais
usuais, ou seja, abordando a posição em relação ao terreno, a forma da superfície
17

média da cuba, o tipo da fundação, processo construtivo, e o volume de água


armazenada.

2.1.1- Posição em relação ao terreno

Quanto ao seu posicionamento em relação a uma superfície, neste caso o


solo, podemos classificar os reservatórios em térreos e elevados.

Nos reservatórios térreos as cargas oriundas da água armazenada são


diretamente transmitidas para o terreno. Quanto à denominação térreos, não se
particulariza a posição da estrutura em relação ao solo, abrangendo reservatórios
enterrados, semi-enterrados e ao nível do terreno. Na Figura 2.1 é mostrado um
exemplo de um reservatório semi-enterrado.

FIGURA 2.1 – SEÇÃO TRANSVERSAL DE UM RESERVATÓRIO SEMI-


ENTERRADO
18

Já os reservatórios elevados, geralmente apoiados em pilares, utilizam


elementos estruturais, ou mesmo toda uma estrutura, para transferir os esforços
para a fundação, sendo utilizados em situações em que é necessário a atuação da
pressão para suprir aparelhos hidráulicos e equipamentos.

É possível ainda dividir os reservatórios elevados de acordo com a sua


estrutura portante em: compostos por torres com fuste (indicados para grandes
reservas de água); sustentado por pilares, e os que possuem sua estrutura
vinculada ao esquema estrutural dos edifícios no qual serão instalados, como pode
ser visto na Figura 2.2.

FIGURA 2.2- RESERVATÓRIOS ELEVADOS (MAIOLA)


19

2.1.2- Formato da cuba

Em relação ao formato da cuba os reservatórios podem ser classificados em


três grupos: grupo das cascas, grupo dos piramidais e grupo dos prismáticos. De
acordo com COSTA (1988) essa classificação é muito importante, pois separa os
reservatórios quanto aos aspectos estruturais e construtivos.

Com suas superfícies médias em curvas, os reservatórios pertencentes ao


grupo das cascas apresentam um maior grau de dificuldade na elaboração dos
projetos e na execução das estruturas. Conforme pode ser visto na Figura 2.3.

FIGURA 2.3- RESERVATÓRIOS ELEVADOS COM AS CUBAS EM CASCAS (COSTA, 1998)

Outro grupo é o dos piramidais, COSTA (1998) os define como “superfícies


médias planas em forma de troncos de pirâmides, eventualmente com pequenos
trechos prismáticos”. Neste grupo o mais comum de ser encontrado são os elevados
de base quadrada. Na Figura 2.4 temos um exemplo de um reservatório piramidal.
20

FIGURA 2.4- CUBAS TRONCO-PIRAMIDAIS (MAIOLA)

Dentre os grupos mais utilizados destaca-se o dos prismáticos, projetados


com seção de base octogonal, hexagonal, triangular e com mais frequência em
seção retangular, os quais são denominados de paralelepipédicos. Sua utilização
mais comum é na construção de reservatórios térreos e reservatórios elevados
pequenos para edifícios. Conforme pode ser visto na Figura 2.5.

FIGURA 2.5- EXEMPLOS DE RESERVATÓRIOS PARALELEPIPÉDICOS (MAIOLA)

Segundo COSTA (1998), é possível classificar os reservatórios


paralelepipédicos de acordo com o formato de sua cuba, sendo divididos em
21

reservatórios de cuba achatada, alongada e cúbica. Essa classificação é importante


para o cálculo e análise dos esforços nos reservatórios.

Cuba achatada: Grande ocorrência em reservatórios térreos e grandes


piscinas, possuem a característica de ter a altura muito menor do que os outros dois
lados, conforme mostra a Figura 2.6.

FIGURA 2.6- CUBA ACHATADA (COSTA, 1998)

Cubas Alongadas: Presente em reservatórios especiais para captação de


água, tanques, canais, etc. Neste tipo de cuba, o comprimento é bem maior do que a
largura e a altura, ver Figura 2.7.

FIGURA 2.7- CUBAS ALONGADAS (COSTA, 1998)

Cubas cúbicas: Utilizada em reservatórios térreos dos edifícios, pequenos


reservatórios elevados de indústrias, escolas e residências etc. Para essa
configuração os dois lados e a altura possuem a mesma ordem de grandeza.
COSTA (1998) explica que por mesma ordem de grandeza, entende-se aqui uma
relação entre dois comprimentos que não sejam inferiores a 1/3 e nem superem 3.
Ver Figura 2.8.
22

FIGURA 2.8- CUBAS CÚBICAS (COSTA, 1998)

2.1.3- Tipo da fundação

Para solução de fundações dos reservatórios podem ser projetadas as


fundações diretas (sapatas isoladas, sapatas corridas ou radier) ou fundações
profundas (estacas e/ou tubulões).

A NBR 6122- Projeto e execução de fundações, define fundações profundas


como aquelas cujas bases estão implantadas a uma profundidade superior a duas
vezes sua menor dimensão e a pelo menos 3m de profundidade.

“Só se usam tubulões em reservatórios elevados, evidentemente, se for a


solução técnica e economicamente mais indicada” (COSTA, 1998)

2.1.4- Volume de água armazenado

Reservatórios térreos e elevados são estruturas bem diferentes, segundo


COSTA (1998) as dificuldades para elaboração de um projeto estrutural bem como
para execução de um reservatório térreo de 5000 m³, nem de longe se comparam
com as dificuldades correspondentes ao reservatório elevado com essa mesma
capacidade.

De acordo com COSTA (1998), podemos dividir as estruturas, quanto ao


volume de água armazenado nos seguintes grupos:

 Para os elevados
Pequenos------------V< 50 m³
23

Médios------------50 m³ ≤ V < 500 m³


Grandes---------------V≥ 500 m³

 Para os Térreos
Pequenos-------------- V< 500 m³
Médios-------------500 m³ ≤ V ≤ 5000 m³
Grandes------------ V≥ 5000 m³

2.2- Conceitos complementares para elaboração de projetos de


reservatórios

Para a concepção de projetos de reservatórios eficientes, que atenda às


necessidades a qual são submetidos e não venham a apresentar problemas
estruturais, é necessário a aplicação de conhecimentos de diversas áreas da
engenharia civil.

É importante ter bons conhecimentos em mecânica dos solos, materiais e


técnicas de construção e estruturas de concreto armado e protendido, os quais
contribuirão no processo de elaboração e execução do projeto. Em resumo, é
necessário que a estrutura a ser construída obedeça às exigências técnicas
previstas, alcance os objetivos desejados e tenham bom desempenho ao longo de
sua vida útil.

A não consideração de critérios das áreas citadas acima podem resultar em


patologias consideráveis na estrutura que vão desde fissuras, vazamentos ou até
mesmo colapso total. A seguir serão mostrados os principais elementos a serem
considerados nos projetos dos reservatórios.
24

2.2.1- Mecânica dos Solos

O processo de prospecção geotécnica do solo o qual irá receber a estrutura


faz parte das etapas preliminares e essenciais para a concepção de um reservatório,
seja ele elevado ou térreo.

Conhecendo o comportamento do material do terreno é possível determinar


os parâmetros necessários para o correto dimensionamento das estruturas a serem
instaladas, lembrando sempre que o grau de incerteza envolvido em parâmetros
geotécnicos é maior do que os encontrados para estruturas de concreto armado.

Não se deve considerar nenhuma ajuda da coesão do solo, adotando sempre


c = 0. Tal ponderação se justifica pela possível ruptura de tubulações existentes em
taludes, ou vazamento dos reservatórios, o que levaria à inundação do maciço de
terra, comprometendo a estabilidade até mesmo em solos muito coesivos; e para
solos não colapsíveis a contribuição da coesão é muito pequena, não se justificando
sua influência.

É necessário entender o comportamento do maciço de terra em toda a


estrutura do reservatório, podendo agir como ação nas paredes ou atuando como
elemento resistente:

a) O solo atuando como carga nas paredes

A interação entre o solo e as paredes dos reservatórios enterrados ou


semienterrados é verificada a partir do estudo dos diagramas de empuxo.

O empuxo de terra não é normalmente o pior carregamento a ser considerado


no dimensionamento da estrutura, quase sempre, as paredes são pré-
dimensionadas considerando os empuxos da água.

Analisando paredes de reservatórios com e sem lajes de cobertura, tanto em


regiões de canto como em regiões centrais, não é usual o cálculo do empuxo ativo
de terra, utilizando para a determinação do esforço exercido pelo terreno, os
diagramas de empuxo em repouso.
25

O coeficiente de empuxo em repouso é a razão entre tensões efetivas


principais horizontais e verticais, onde não ocorre nenhuma alteração nas tensões
horizontais. Assim sendo:

𝜎ℎ
𝐾0 = , (1)
𝜎𝑣

como: 𝜎𝑣 = 𝛾𝑠 . ℎ ( 2 )

substituindo ( 2 ) em ( 1 ) temos:

𝜎ℎ1 = 𝐾0 . (𝑞 + 𝛾𝑠 . ℎ1 ), e 𝜎ℎ2 = 𝐾0 . (𝑞 + 𝛾𝑠 . ℎ2 ) ( 3 )

Onde:

q = sobrecarga na superfície do terreno (KN/m²)

𝛾𝑠 = peso específico aparente do solo (KN/m³)

ℎ1 = altura de terra acima do apoio superior da parede (m)

ℎ2 = altura de terra acima do apoio inferior da parede (m)

𝜎ℎ1 = pressão no apoio superior da parede ou no nível do solo (KN/m²)

𝜎ℎ2 = pressão no apoio inferior da parede (KN/m²)

A Figura 2.9 ilustra alguns diagramas de empuxos em repouso sobre paredes


de reservatórios.

FIGURA 2.9- DIAGRAMAS DE EMPUXOS EM REPOUSO SOBRE PAREDES DE RESERVATÓRIOS


APOIADAS PELAS LAJES (COSTA, 1998)
26

b) O solo atuando como elemento resistente

O solo como elemento resistente, pode atuar como força de atrito ou como
tensões normais.
Segundo COSTA (1998) a primeira situação deve ser considerada apenas
em reservatórios em fundação direta deve-se contar com a força de atrito estático
𝐴 = 𝜇. 𝑁 como reação aos esforços horizontais não-equilibrdos , sendo µ= tgØ e N=
0,9.G, para o reservatório vazio, onde:
Ø= ângulo de atrito interno do solo;
G= soma de todas as cargas permanentes de cálculo.
Atuando como tensões normais, deve ser levada em consideração a rigidez
do elemento de fundação:
 Em elementos de fundações rígidos

“Ocorrem nos casos de reservatórios projetados em fundação direta, quando


esta ou parte dela é composta de elementos estruturais rígidos suficientes para
provocar no solo deformações uniformes ou linearmente variáveis”. (COSTA 1988).

Para esta situação cabe ao calculista projetar as sapatas rígidas com


dimensões em planta que obedeçam as tensões admissíveis do solo.

 Em elementos de fundações flexíveis

Ocorre em reservatórios térreos projetados em fundação


direta, sempre quando esta ou parte dela recebe as reações verticais
do solo através de elementos estruturais flexíveis e, também, em
reservatórios térreos ou elevados em fundações sobre estacas, que
também devem absorver os empuxos desequilibrados de terra ou de
água ou, ainda, no caso dos elevados, a força do vento (COSTA,
1998).
Como os elementos de fundações são flexíveis, eles apresentam
deformações diferentes ao longo dos seus eixos, provocando tensões diferentes no
solo. Devido ao comportamento elástico do solo é possível calcular a tensão máxima
que atuará no solo e compará-la com a tensão admissível.
27

2.2.2- Materiais e Técnicas de Construção

O uso de materiais de construção adequados e técnicas construtivas


eficientes são fundamentais para garantir que reservatórios em concreto armado
possuam seu desempenho e durabilidade assegurados.

Segundo a Associação Brasileira de Normas técnicas. NBR 6118-Projeto de


estruturas de concreto-procedimentos, para garantir o bom desempenho de uma
estrutura em serviço, deve-se, usualmente, respeitar limitações de flechas, de
abertura de fissuras, ou de vibrações, sendo muito importante, no caso de
reservatórios, levar em consideração a estanqueidade.

A estanqueidade é a característica que o reservatório deve ter de se manter


impermeável. Caso isto não se confirme, a estrutura pode sofrer com a evolução de
algumas manifestações patológicas. De acordo com BORGES (2008), a umidade
por infiltrações pode levar à corrosão da armadura quando associada à exposição
da mesma e/ou a outros fatores, pois, todas as condições para que esse ataque
químico ocorra, estariam existindo.

A dosagem adequada do concreto, a execução correta das técnicas


construtivas no canteiro e análise da rigidez das ligações entre as paredes e das
lajes de fundo e tampa com as paredes contribuem para aumentar o tempo de vida
útil da estrutura e buscam a otimização da impermeabilidade, característica essa
fundamental para os reservatórios.

A grande maioria dos vazamentos nos reservatórios em concreto armado


ocorrem nas juntas de concretagem, sendo necessária uma atenção especial à
escolha dos sistemas de fôrmas e escoramentos.

Determinadas decisões durante a execução da obra colaboram para o bom


desempenho do modelo estrutural planejado e permitem que sejam minimizados os
riscos inerentes às possíveis falhas construtivas. Quanto às juntas de concretagem,
segundo COSTA (1998), quando possível, indica-se que o fundo do reservatório seja
executado de uma só vez, concretando-se até um pequeno trecho das paredes, tal
técnica evita juntas de concretagem na laje de fundo, propicia uma cura ideal para a
28

estrutura executada e transpõe a junta para a parede, afastando-se da posição onde


os esforços são máximos.

Não sendo possível executar toda a laje de fundo de uma só vez, deve-se
planejar a concretagem em etapas compatíveis com as limitações existentes e que
apresentem menor comprimento de junta possível.

3- RESERVATÓRIOS PARALELEPIPÉDICOS

Os reservatórios paralelepipédicos são os mais utilizados nas edificações,


sendo caracterizados por terem a forma de um prisma sendo constituídos por um
conjunto de placas, podendo ter uma ou mais células, as quais têm por finalidade
permitir a limpeza do mesmo sem que ocorra uma interrupção no abastecimento de
água do edifício.

Nos edifícios, geralmente, são projetados dois reservatórios: um superior e


um inferior. O reservatório inferior é abastecido diretamente pela rede pública, e, por
um sistema de bombas de recalque, bombeia-se a água para o reservatório
superior, o qual, usualmente, é construído aproveitando-se da estrutura utilizada
para as escadas.

Segundo VASCONCELOS (apud FUSCO, 1995) os problemas de projetos


dos reservatórios elevados e enterrados são análogos, mas os detalhes dos
reservatórios superiores são sujeitos a restrições mais exigentes.

Após definido o volume de água a ser reservado, determinam-se as


dimensões do reservatório. Deve-se, sempre que possível, projetar caixas d’água
com alturas reduzidas, geralmente, cerca de 2,0 a 2,5 metros, de modo a não
sobrecarregar desnecessariamente fundo e paredes, como pode ser visto na Figura
3.1 abaixo:
29

FIGURA 3.1- ARRANJO DOS RESERVATÓRIOS ELEVADOS (VASCONCELOS,1998)

3.1- Estudo das Cargas

De acordo com a ABNT, NBR 8681: Ações e segurança nas estruturas-


Procedimento, ações são as causas que provocam esforços ou deformações nas
estruturas, sendo do ponto de vista prático, as forças e as deformações impostas
pelas ações consideradas como se fossem as próprias ações.

De acordo com ARAÚJO (2003) as lajes que compõem o reservatório estão


submetidas a cargas perpendiculares ao seu plano médio, bem como a cargas
atuando no próprio plano da laje, apresentando assim um funcionamento simultâneo
como placa e como viga ou viga-parede.

Para representar corretamente os esforços atuantes nos reservatórios, deve-


se considerar o funcionamento conjunto de todas as lajes que o compõem. Por
simplificação, não comprometendo a análise estrutural, é usual a separação das
lajes constituintes da estrutura em lajes isoladas, engastadas ou simplesmente
apoiadas em suas bordas.

Nos reservatórios, as ações a serem consideradas dependem da posição da


estrutura em relação ao solo, sendo necessário definir as cargas atuantes e o
comportamento dos reservatórios térreos e elevados, separadamente.
30

3.1.1- Ações em reservatórios elevados

De acordo com SOUZA E CUNHA (1998), as cargas que solicitam os


reservatórios elevados são:

 Peso próprio
 Revestimento
 Cargas acidentais (previstas na NBR 6120-Cargas para o cálculo de
estruturas de edificações)
 Empuxo de água

O peso próprio é calculado como nas lajes e vigas. O revestimento pode ser
estimado como:

a) Tampa:
- revestimento superior (prevendo caimento): 1,0 KN/m²;
- revestimento inferior (para proteger contra ataque do cloro contido na
água): 0,3 KN/m²;
b) Paredes:
- revestimento externo: 0,3 KN/m²;
- revestimento interno (impermeabilização): 0,6 KN/m²;
c) Fundo:
- revestimento superior (impermeabilização): 1,0 KN/m²;
- revestimento inferior: 0,0.

A sobrecarga, ou carga acidental, é, em geral, considerada como a que atua


em local não acessível ao público e tem o valor de 0,5 KN/m², devendo ser
considerada para o cálculo da tampa, em qualquer situação.
A pressão de água na laje de fundo é função da altura de água, representada
por um carregamento uniformemente distribuído de intensidade 𝛾𝑎 . ℎ𝑎 , onde ℎ𝑎 é a
altura máxima de água na caixa e 𝛾𝑎 o peso específico da água.
Nas paredes, o empuxo de água é um carregamento triangular, que atua
normalmente à parede e, em qualquer ponto, será equivalente a 𝛾𝑎 . ℎ𝑎 , como está
representado na Figura 3.2.
31

FIGURA 3.2- CARREGAMENTO DEVIDO AO EMPUXO D'ÁGUA EM RESERVATÓRIOS ELEVADOS


(SOUZA E CUNHA, 1998)

Para os reservatórios elevados é importante levar em consideração o efeito


do vento agindo perpendicularmente a cada uma das fachadas e deve ser feita a
verificação da segurança dos pilares de sustentação da estrutura.

Outro efeito importante é a variação de temperatura. Segundo SOUZA e


CUNHA (1998), em caixas d’água de grandes dimensões é comum o aparecimento
de fissuras devidas à variação de temperatura, como mostrado na Figura 3.3 em que
a laje de tampa aquece devido à insolação, causando fissuração das paredes. Para
evitar esses efeitos indesejáveis, as seguintes soluções são propostas:

- dividir a caixa d’água em caixas menores, separadas entre si;

- criar juntas de dilatação na caixa de grandes dimensões (caso excepcional,


com possível uso em reservatórios industriais, devendo ter-se em conta o alto custo
da solução e os possíveis problemas de manutenção que possam vir a ocorrer);

- isolar termicamente a laje da tampa;

- protender as paredes e a laje da tampa.


32

FIGURA 3.3- APARECIMENTO DE FISSURAS DEVIDO À INSOLAÇÃO (SOUZA E CUNHA, 1998)

3.1.2- Ações em reservatórios Térreos

Segundo SOUZA e CUNHA (1998) o estudo dos valores e da distribuição das


cargas em reservatórios térreos dependem do esquema estrutural adotado. Um
reservatório enterrado ligado à estrutura do edifício terá um esquema de cargas
completamente diferente do apresentado em uma caixa d’água desligada da
estrutura. Neste trabalho serão abordados os reservatórios enterrados desligados da
estrutura, sendo os mesmos mais utilizados atualmente.

Para as caixas d’água enterradas, desligadas da estrutura do edifício, tem-se:

a) Cargas atuantes na tampa:


 Peso próprio
 Revestimento
 Cargas acidentais
 Peso de aterro (quando a tampa estiver abaixo do nível do terreno);
b) Cargas atuantes nas paredes
Quando o reservatório estiver vazio, atuarão nas paredes:
 Empuxo de terra (depende da natureza e propriedade do terreno)
33

 Subpressão (trechos abaixo do lençol freático)


Os diagramas esquemáticos destes carregamentos estão representados
na Figura 3.4.

FIGURA 3.4-SITUAÇÕES DE CARREGAMENTO PARA RESERVATÓRIOS ENTERRADOS

Para os valores dos coeficientes de empuxo 𝐾1 e 𝐾2 , que aparecem na


Figura 3.4, podem ser adotados os valores recomendados por ROCHA (1978), que
estão listados na Tabela 3.1.

TABELA 3.1- VALORES DOS COEFICIENTES DE EMPUXO


Tipo de Terreno 𝐾1 𝐾2
Arenoso 0,4 a 0,5 1,0 a 1,2
Argiloso 0,6 a 0,7 1,3 a 1,5

A subpressão ( 𝑞𝐿 ) é um carregamento que depende do nível do lençol

freático. Sendo ℎ𝐿 a diferença entre o nível do lençol e a cota de fundo do

reservatório e 𝛾𝑎 o peso específico da água (10 KN/m³), o valor desta ação sobre a

laje de fundo e sobre as paredes é proporcional à altura ℎ𝐿 e pode ser calculado


pela expressão 3.1, estando o carregamento representado na Figura 3.5.

𝑞𝐿 = 𝛾𝑎 . ℎ𝐿 (3.1)
34

FIGURA 3.5- EFEITO DA SUBPRESSÃO NO RESERVATÓRIO ENTERRADO (VASCONCELOS,


1998)

Para a estrutura cheia, teríamos os mesmos empuxos atuando externamente


ao reservatório, e um empuxo d’água interno. Por questões de segurança, prevendo
a possibilidade de construções futuras escavarem o terreno em volta do reservatório,
costuma-se ignorar os empuxos externos para esta situação de carregamento, como
pode ser observado na Figura 3.6

FIGURA 3.6- AÇÕES EM RESERVATÓRIOS ENTERRADOS CHEIOS (VASCONCELOS-


MODIFICADO, 1998)
35

De acordo com VASCONCELOS (1998), outra situação que deve ser


considerada em reservatórios abaixo do nível do terreno é a ação na tampa devido à
circulação de veículos, situação essa comum em garagens no subsolo de edifícios,
podendo ser visualizada na Figura 3.7.

FIGURA 3.7- RESERVATÓRIOS ENTERRADOS COM AÇÕES NA TAMPA DEVIDO AO TRÁFEGO DE


VEÍCULOS (VASCONCELOS, 1998)

c) Cargas atuantes na laje de fundo:


 Peso próprio da laje
 Peso da coluna de água

Para SOUZA e CUNHA (1998) neste tipo de reservatório, a laje de fundo


funcionará como radier e, desta forma, as cargas atuantes não ocasionarão esforços
de flexão, mas apenas de compressão, já que serão diretamente reagidos pelo solo.

Entretanto, a laje de fundo será o elemento que vai distribuir ao solo as


cargas oriundas da tampa, transmitidas pelas paredes, e o peso próprio das
paredes. Assim, o carregamento será de baixo para cima e pode ser calculado por:

𝐺𝑝
𝑝𝑓 = 𝑝𝑡 + (3.2)
𝐴𝑓

Onde:

𝑝𝑓 = carga no fundo, que se deseja determinar;

𝑝𝑡 = carga total que solicita a tampa do reservatório (por m²);


36

𝐺𝑝 = peso total das paredes (peso próprio + revestimento);

𝐴𝑓 = área da laje do fundo.

A Figura 3.8 mostra as possíveis configurações de cargas nestes


reservatórios.

FIGURA 3.8- CONFIGURAÇÕES DE CARREGAMENTOS PARA RESERVATÓRIOS ENTERRADOS


(SOUZA E CUNHA-MODIFICADO, 1998)

3.2- Condições de contorno nas arestas dos reservatórios

É importante verificar as condições de ligação entre as placas do reservatório


(vinculação). Estas são determinadas através do estudo das rotações das arestas da
estrutura em função dos carregamentos atuantes na laje de tampa, laje de fundo e
nas paredes do reservatório.

Para proceder a análise das condições de vinculação das placas que


compõem a estrutura, devem ser consideradas duas condições separadamente, que
são: reservatório cheio e reservatório vazio.

Os esforços devem ser calculados para as condições de vinculação citadas, e


para o cálculo das armaduras, devem ser adotadas sempre os maiores esforços
atuantes em cada placa resultantes destas análises.
37

De acordo com VASCONCELOS (apud ROCHA, 1969), quando as ações


tendem a produzir rotações no mesmo sentido, a vinculação é considerada
articulada, e, quando as rotações são em sentidos contrários, a consideração é de
engastamento.

3.2.1- Reservatórios elevados

De acordo com SOUZA e CUNHA (1998), para reservatórios elevados vazios,


a tampa e o fundo tendem a se deformar, e as paredes a se manterem
indeformadas, como pode ser visto na Figura 3.9. Assim, têm-se as seguintes
condições de vinculação das placas:

 Tampa: totalmente engastada;


 Fundo: totalmente engastado;
 Paredes: indiferente (não há carregamento).

FIGURA 3.9- DEFORMADAS DAS LAJES, PARA CARREGAMENTOS VERTICAIS E HORIZONTAIS,


EM RESERVATÓRIOS ELEVADOS VAZIOS (SOUZA E CUNHA, 1998)

Par a caixa d’água cheia, a tampa tende a girar juntamente com as paredes,
enquanto o fundo tende a girar em sentido oposto às paredes. As paredes tendem a
girar em sentidos opostos entre si, como é mostrado na Figura 3.10. Assim,
38

 Tampa: totalmente rotulada;


 Fundo: totalmente engastado;
 Paredes: engastadas com o fundo e as outras paredes e rotuladas com
a tampa.

FIGURA 3.10-DEFORMADAS DAS LAJES, PARA CARREGAMENTOS VERTICAIS E HORIZONTAIS,


EM RESERVATÓRIOS ELEVADOS CHEIOS (SOUZA E CUNHA, 1998)

3.2.2- Reservatórios enterrados desvinculados da estrutura do edifício

Para o reservatório vazio, a tampa e o fundo tendem a girar em sentidos


opostos aos das paredes, e as paredes tendem a girar em sentidos opostos entre si,
como pode ser visto na Figura 3.11. Assim:

 Tampa: totalmente engastada;


 Fundo: totalmente engastado;
 Paredes: totalmente engastadas.
39

FIGURA 3.11- TENDÊNCIA DE DEFORMAÇÃO PARA RESERVATÓRIOS ENTERRADOS VAZIOS


(SOUZA E CUNHA-MODIFICADO,1998)

Para a caixa d’água cheia, a tampa e o fundo tendem a girar no mesmo


sentido das paredes, e as paredes tendem a girar em sentidos opostos entre si,
como pode ser visto na Figura 3.12, assim:

 Tampa: totalmente rotulada;


 Fundo: totalmente rotulado;
 Paredes: rotuladas com a tampa e o fundo e engastadas com as outras
paredes

FIGURA 3.12- TENDÊNCIA DE DEFORMAÇÃO PARA RESERVATÓRIOS ENTERRADOS CHEIOS


(SOUZA E CUNHA-MODIFICADO,1998)
40

3.3- Condições de estabilidade dos reservatórios enterrados desligados


da estrutura do prédio

Para as caixas d’água enterradas desligadas da estrutura do edifício, torna-se


necessário verificar suas condições de estabilidade: tensões no terreno e flutuação

3.3.1- Tensões no terreno

De acordo com SOUZA e CUNHA (1998) as tensões transmitidas ao terreno


são devidas a todas as cargas verticais atuantes, no sentido de cima para baixo,
incluindo aquelas que não foram consideradas no dimensionamento da laje de fundo
(peso de água e da laje de fundo).

Caso o fundo da caixa esteja abaixo do lençol freático, deve-se descontar


destas ações a subpressão, que tende a aliviar as pressões no solo. Calculada a
tensão atuante no terreno, deve-se compará-la com a tensão admissível para aquele
tipo de solo, de modo a evitar recalques e uma possível ruptura da fundação.

Geralmente estas tensões encontram-se dentro de limites toleráveis, para a


maioria dos terrenos. Em terrenos muito ruins (argilas moles), e em reservatórios
semi-enterrados, as tensões atuantes no terreno podem superar as tensões
admissíveis. Para o primeiro caso, indica-se projetar o reservatório ligado à estrutura
do edifício, já para o segundo, recomenda-se aumentar as dimensões da caixa em
planta, diminuindo sua altura.

3.3.2- Verificação da flutuação

Quanto à flutuação, deve-se analisar a situação crítica. Geralmente é aquela


em que atuam, de cima para baixo, somente as cargas permanentes. Todas as
sobrecargas acidentais não devem ser consideradas, pois a verificação estaria
contra a segurança.
41

Calculada a resultante de ações permanentes (carga vertical, para baixo),


esta deve ser inferior à resultante vertical de subpressão, majorada por coeficiente
de segurança adequado (geralmente um valor entre 1,2 e 1,5)

Caso não seja atendida a solicitação quanto à flutuação, pode-se usar abas
externas à caixa d’água, como as mostradas na Figura 3.13, e considerar um
determinado volume de terra contribuindo para a estabilização da estrutura.

FIGURA 3.13 -USO DE ABAS EXTERNAS À CAIXA D'ÁGUA

4- MÉTODOS CONVENCIONAIS DE ANÁLISE ESTRUTURAL

4.1- Método de análise como vigas-parede (chapas)

Segundo KUEHN (2002) vigas-parede são elementos estruturais utilizados


nos projetos de engenharia, principalmente em paredes de reservatórios e silos, em
fachadas de edifícios, como elementos de transição suportando a carga de pilares,
etc.

Ainda segundo KUEHN (2002), a diferença essencial entre vigas (elementos


lineares) e vigas-paredes (chapas) está relacionada com o diferente
desenvolvimento das tensões principais para a solicitação de flexão; enquanto nas
vigas lineares o diagrama de tensões normais é retilíneo, no caso de vigas-parede
42

este diagrama possui grande curvatura com uma pequena zona de tração e uma

grande zona de compressão, sendo esta diferença perceptível a partir de 𝑙⁄ = 2,



aumentando à medida que esta relação diminui, sendo 𝑙 o vão teórico e ℎ a altura
total da viga.

Para ARAÚJO (2003) a delimitação entre vigas-parede e vigas esbeltas é


feita de acordo com a relação 𝑙/ℎ, sendo 𝑙 o vão de cálculo e h a altura da viga. Os
limites de esbeltez convencionados para as vigas-parede são os seguintes:

 Vigas biapoiadas: 𝑙⁄ < 2,0;



 Vigas de dois vãos: 𝑙⁄ < 2,5;

 Vigas contínuas com mais de dois vãos : 𝑙⁄ < 3,0.

4.1.1- Critérios de dimensionamento das vigas-parede de concreto


armado

Segundo ARAÚJO (2003) os ensaios realizados em vigas-parede de concreto


armado indicam os seguintes modos de ruptura:

 Escoamento da armadura longitudinal do banzo tracionado;


 Ruptura da ancoragem da armadura longitudinal do banzo tracionado;
 Esmagamento do concreto nas diagonais comprimidas próximas aos
apoios;
 Ruptura da armadura de suspensão para as cargas penduradas.

Assim, o cálculo e o detalhamento das armaduras devem ser feitos de acordo


com modelos que levem em conta esses possíveis tipos de ruína. A seguir, são
apresentados os usuais critérios de projeto das vigas-parede de concreto armado.
43

A) Cálculo da armadura do banzo tracionado

A área da armadura longitudinal de tração, 𝐴𝑠 , é obtida com o emprego da


expressão:
𝑀𝑑
𝐴𝑠 = (4.1)
𝑍𝑓𝑦𝑑

Onde 𝑀𝑑 é o valor de cálculo do momento fletor, determinado como nas vigas

esbeltas, 𝑓𝑦𝑑 é a tensão de escoamento de cálculo do aço e Z é o braço de

alavanca. Para o braço de alavanca, adotam-se os seguintes valores:


1) Viga-parede biapoiada

𝑍 = 0,15ℎ(3 + 𝑙⁄ℎ), se 1 < 𝑙⁄ℎ < 2 (4.2)

𝑍 = 0,6𝑙 , se 𝑙⁄ℎ ≤ 1 (4.3)

2) Viga-parede de dois vãos

𝑍 = 0,10ℎ(2,5 + 2𝑙⁄ℎ), se 1 < 𝑙⁄ℎ < 2,5 (4.4)

𝑍 = 0,45𝑙, se 𝑙⁄ℎ ≤ 1 (4.5)

3) Viga-parede contínua com mais de dois vãos


Para os vãos extremos e para os primeiros apoios intermediários, adotam-se
os valores dados nas equações 4.4 e 4.5. Para os demais vãos e apoios, tem-se:

𝑍 = 0,15ℎ(2 + 𝑙⁄ℎ), se 1 < 𝑙⁄ℎ < 3 (4.6)

𝑍 = 0,45𝑙, se 𝑙⁄ℎ ≤ 1 (4.7)

Nas vigas-parede de um só vão, a armadura do banzo deve ser distribuída


em uma altura de 0,15ℎ𝑒 a 0,20ℎ𝑒 , devendo ser levada de apoio a apoio sem

escalonamento e deve ser ancorada, na zona do apoio, para uma força 𝑅𝑠𝑑 ≥

0,8 𝐴𝑠 𝑓𝑦𝑑 . Conforme pode ser observado na Figura 4.1.


44

FIGURA 4.1- DISTRIBUIÇÃO DA ARMADURA DO BANZO TRACIONADO (ARAÚJO,2003)

Para as vigas-parede contínuas, deve-se dispor a armadura do banzo inferior


corrida ao longo de todo o comprimento da parede. A ancoragem de extremidade e
a distribuição da armadura na zona tracionada são feitas como para as vigas-parede
de um só vão.

B) Armadura de suspensão

De acordo com ARAÚJO (2003) se a viga-parede for solicitada por uma carga
de cálculo 𝑝𝑑 distribuída uniformemente ao longo do vão 𝑙 e aplicada na face
inferior, deve-se empregar uma armadura de suspensão formada por estribos
verticais que envolverão a armadura longitudinal inferior, alcançando uma altura não
𝑝𝑑
inferior a ℎ𝑒 . A área da armadura de suspensão necessária é 𝐴𝑠 = ⁄𝑓 (em
𝑦𝑑

cm²/m).

Para cargas concentradas elevadas pode-se empregar estribos verticais ou a


combinação de estribos com barras dobradas. Para este último caso, as barras
45

devem ter uma inclinação entre 50° e 60° em relação à horizontal e devem absorver
no máximo 60% da carga concentrada. A área das barras dobradas é calculada com
a expressão:

𝐹′𝑑
𝐴𝑠 = (4.8)
2𝑠𝑒𝑛𝛼𝑓𝑦𝑑

Onde 𝐹′𝑑 ≤ 0,6 𝐹𝑑 é a parcela da força a ser levantada pelas barras


dobradas e α é o ângulo de inclinação dessas barras, como pode ser visualizado na
Figura 4.2.

FIGURA 4.2- ARMADURA DE SUSPENSÃO PARA CARGAS INDIRETAS CONCENTRADAS


(ARAÚJO,2003)
A região restante da parede deve ter, em ambas as faces, armadura de pele
em malha, com espaçamentos não maiores que duas vezes a espessura da parede
nem que 30 cm. A taxa geométrica dessa armadura deve ser no mínimo igual a
0,10% em cada face, nas duas direções.

C) Armadura de alma

De acordo com VASCONCELOS (1998) a armadura de alma pode ser


também chamada de armadura de pele e é constituída por estribos verticais, ou
barras verticais isoladas, e são utilizadas com o objetivo de absorver as tensões de
46

tração inclinadas, possuindo como função principal minimizar os problemas


decorrentes da fissuração, retração e variação de temperatura.

As indicações de VASCONCELOS (1998) apud MONTOYA (1973), para o


cálculo dessas armaduras, por face da viga-parede, por faixa unitária, para aço CA-
50 e CA-60, é dada por:

𝑎𝑆,𝑉 = 𝑎𝑆,𝐻 = 0,20 . 𝑏 (𝑐𝑚2 ⁄𝑚) (4.19)

Onde: 𝑎𝑆,𝑉 e 𝑎𝑆,𝐻 representam, respectivamente, as seções de armadura


vertical e horizontal.

Em virtude das disposições construtivas, geralmente, as espessuras efetivas


das vigas-parede resultam maiores que a espessura necessária para assegurar a
sua estabilidade lateral e resistência às solicitações de esforço cortante. De posse
do esforço cortante ( 𝑉𝑘 ) é possível determinar a espessura necessária para a
estrutura, como se descreve abaixo:

Valor último da força cortante de cálculo, segundo VASCONCELOS (1998),


apud MONTOYA (1973):

𝑉𝑑,𝑢 = 0,10 . 𝑏 . ℎ𝑒 . 𝑓𝑐𝑑 (4.20)

Fazendo 𝑣𝑑 = 𝑣𝑑,𝑢 , obtém-se então, o valor da espessura necessária:

𝑣𝑑
𝑏𝑛𝑒𝑐 = (4.21)
0,10 .ℎ𝑒 .𝑓𝑐𝑑

Alguns escritórios de projeto estrutural, no cálculo das armaduras de pele,


empregam b= 𝑏𝑛𝑒𝑐 , mas para tanto, a armadura de alma, para ambas as faces,
deve ser maior ou igual a um dos limites indicados por VASCONCELOS (1998) apud
LEONHARDT (1982):

𝑎𝑆,𝑉,𝑚𝑖𝑛 = 𝑎𝑆,ℎ,𝑚𝑖𝑛 = 0,15% . 𝑏𝑤 . ℎ = 0,15 . 𝑏𝑤 (𝑐𝑚²⁄𝑚) (4.22)

Para a verificação da armadura mínima, vertical e horizontal temos:

𝑎𝑆,𝑉,𝑚𝑖𝑛 = 𝑎𝑆,ℎ,𝑚𝑖𝑛 = 0,10% . 𝑏𝑤 . ℎ = 0,10 . 𝑏𝑤 (𝑐𝑚2 ⁄𝑚) (4.23)


47

De acordo com VASCONCELOS (1998) adotar-se-á para a direção vertical


(estribos), a maior área da seção transversal entre as armaduras de suspensão e a
armadura de alma.

D) Armadura complementar

VASCONCELOS (1998) apud MONTOYA (1973), afirma que vigas-parede


apoiadas diretamente (sobre pilares) terão nas regiões de apoios, uma armadura
complementar (horizontal e vertical) constituída por barras de igual diâmetro da
armadura de alma, e intercaladas entre esta última, conforme visto na Figura 4.3.

FIGURA 4.3- ARMADURA COMPLEMENTAR, REGIÃO DE APOIO (VASCONCELOS, 1998)


48

4.1.2- Cálculo da espessura mínima para as paredes

No dimensionamento das vigas-paredes é necessário garantir a estabilidade


lateral da estrutura e a resistência ao esforço cortante solicitante, assim, no que diz
respeito à espessura das paredes, as seguintes condições, determinadas pelas
equações 4.9 e 4.10, devem ser atendidas.

𝑙0 3 𝑞𝑑
𝑏𝑤 ≥ .√ , (4.9)
8 𝑓𝑐𝑑.ℎ𝑒

5 . 𝑙0 .𝑞𝑑
𝑏𝑤 ≥ , (4.10)
𝑓𝑐𝑑 . ℎ𝑒

Onde:

𝑙0 = vão livre;

𝑞𝑑 = ação, de cálculo, uniformemente distribuída;

ℎ𝑒 = altura efetiva, onde ℎ𝑒 corresponde ao menor valor entre 𝑙 , (vão teórico) e


h (altura total) ;

Conforme observado por VASCONCELOS (1998), a reação de apoio também


deve ser verificada, de forma que não resulte em uma compressão excessiva para o
concreto da viga-parede. Sendo limitados, para os apoios de extremidade, pela
expressão 4.11 (mostrado na Figura 4.4) e para os apoios intermediários
determinados pela expressão 4.12 (mostrado na Figura 4.5).

𝑅𝑑 ≤ 0,3 . 𝑏𝑤 . (𝑐 + ℎ𝑓 ). 𝑓𝑐𝑑 , (4.11);

𝑏𝑤 = espessura da viga-parede;

C = dimensão do pilar;

ℎ𝑓 = espessura da laje de fundo;


49

FIGURA 4.4- REGIÃO DE APOIO DE EXTREMIDADE (VASCONCELOS, 1998)

Para os apoios intermediários, tem-se:

𝑅𝑑 ≤ 1,2 . 𝑏𝑤 . (𝑐 + ℎ𝑓 ). 𝑓𝑐𝑑 , (4.12);

𝑏𝑤 = espessura da viga-parede;

C = dimensão do pilar;

ℎ𝑓 = espessura da laje de fundo;

FIGURA 4.5- REGIÃO DE APOIO INTERMEDIÁRIO (VASCONCELOS, 1998)


50

4.2- Consideração para o cálculo como placas

Na classificação geral das peças estruturais, segundo KUEHN (2002) apud


FUSCO (1995), as placas são consideradas estruturas laminares com superfície
média plana, solicitadas predominantemente por forças perpendiculares ao seu
plano médio, sendo a espessura “h”, muito menor que as outras dimensões. São
encontradas em vários tipos de estruturas, tais como: edificações residenciais e
comerciais; galpões industriais; pontes; reservatórios; estrutura de contenção de
terra, entre outros.

Visto que analisar toda a estrutura de um reservatório tridimensionalmente é


um trabalho bastante complexo, exigindo métodos numéricos, como o método dos
elementos finitos, é necessário realizar simplificações que permitam o cálculo de
maneira rápida e segura.

De acordo com ARAÚJO (2003) é usual a separação das lajes constituintes


dos reservatórios em diversas lajes isoladas, engastadas ou simplesmente apoiadas
em suas bordas.

De acordo com as condições de contorno nas arestas dos reservatórios, já


determinadas no item 3.2, parte-se para o cálculo isolado de cada placa, obtendo
assim dois valores distintos para os momentos negativos em uma aresta engastada.
Levando em consideração a continuidade da estrutura, deve ser realizada a
compatibilização entre os momentos encontrados para as placas interligadas, alguns
autores recomendam adotar, para esse momento fletor negativo, o maior valor entre
a média dos dois momentos fletores e 80% do maior valor.

Os momentos fletores e as reações de apoio na tampa e no fundo podem ser


obtidos com as Tabelas 4.1 (“Laje retangular simplesmente apoiada no contorno
com carga uniformemente distribuída”- ARAÚJO, 2003) e Tabela 4.2 (“Laje
retangular engastada em todo o contorno, com carga uniformemente distribuída”-
ARAÚJO, 2003) respectivamente. Os momentos fletores nas paredes são obtidos
com a Tabela 4.3 (“Laje retangular apoiada em um lado e engastada nos demais,
com carga triangular”- ARAÚJO, 2003)). Como essa tabela não fornece as reações
de apoio, pode-se considerar a carga média 𝑝 = 𝑝3 ⁄2 e usar a Tabela 4.4 (“Laje
51

retangular apoiada em um lado e engastada nos demais, com carga uniformemente


distribuída”- ARAÚJO, 2003)

Na Figura 4.6, indicamos os momentos fletores positivos e negativos obtidos


considerando-se as lajes isoladas, para um reservatório elevado de uma célula.

FIGURA 4.6- MOMENTOS FLETORES RESULTANTES DO CÁLCULO DAS LAJES ISOLADAS


(ARAÚJO, 2003)

Os momentos negativos para o dimensionamento das armaduras de ligação


das lajes podem ser considerados com os seguintes valores:

- ligação parede-parede : 𝑋𝑝 = (𝑋1 + 𝑋2 )⁄2 ou 𝑋𝑝 = 0,8. 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟

-ligação fundo-parede 1 e fundo-parede 2: 𝑌 = (𝑌𝑓 + 𝑌1 )⁄2 ou 𝑌 =

0,8. 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟


52

-ligação fundo-parede 3 e fundo-parede 4: 𝑋 = (𝑋𝑓 + 𝑌2 )⁄2 ou X=0,8. maior

valor.

Em virtude da alteração dos momentos negativos, deve-se fazer uma


correção nos valores dos momentos positivos no centro das placas. Em geral, os
momentos negativos X e Y, adotados para as ligações do fundo com as paredes,
são menores, em valores absolutos, do que os momentos 𝑋𝑓 𝑒 𝑌𝑓 obtidos do cálculo

do fundo como laje isolada. Desse modo, os momentos positivos na laje de fundo
serão maiores do que aqueles obtidos inicialmente, devendo-se fazer as devidas
correções. Nas paredes ocorre uma redução dos momentos positivos e, a favor da
segurança, não é feita a correção dos momentos.

De acordo com ARAÚJO (2003), para corrigir os momentos positivos na laje


de fundo, deve-se aplicar em cada borda da mesma um momento igual à diferença
entre o momento de engastamento perfeito e o momento final adotado. Esse
carregamento é representado na Figura 4.7.

FIGURA 4.7- MOMENTOS APLICADOS NAS BORDAS DA LAJE DE FUNDO PARA A CORREÇÃO
DOS MOMENTOS POSITIVOS (ARAÚJO, 2003)
53

Para o cálculo dos incrementos ∆𝑀𝑥 e ∆𝑀𝑦 nos momentos positivos no

centro da laje, pode-se utilizar a Tabela 4.5, sendo, tais valores obtidos através das
equações 4.16 e 4.17.

∆𝑀𝑥 = 2. (𝛾𝑥1 ∆𝑋 + 𝛾𝑥2 ∆𝑌) , (4.16);

∆𝑀𝑦 = 2. (𝛾𝑦1 ∆𝑋 + 𝛾𝑦2 ∆𝑌) , (4.17);

Onde os coeficientes 𝛾𝑥1 , 𝛾𝑥2 , 𝛾𝑦1 , 𝛾𝑦2 são obtidos da Tabela 4.5, em função da

relação entre os lados da laje.

Os momentos positivos finais na laje de fundo são dados por:

𝑀𝑥 = 𝑀𝑥𝑓 + 𝛥𝑀𝑥 , (4.18);

𝑀𝑦 = 𝑀𝑦𝑓 + 𝛥𝑀𝑦 , (4.19);

5- EXEMPLO DE CÁLCULO DE UM RESERVATÓRIO,


CONSIDERANDO COMO LAJES ISOLADAS

A partir dos conhecimentos expostos sobre o dimensionamento de


reservatórios dividindo os mesmos em placas isoladas, dimensionaremos agora um
reservatório elevado cujas dimensões em planta e em corte estão expostas na
Figura 4.9.

É importante ressaltar que será adotado como vão teórico a distância entre os
centros dos apoios, como pode ser visto na Figura 5.1.
54

FIGURA 5.1- VÃO TEÓRICO- DEFINIÇÃO USUAL (ARAÚJO, 2003.V2)

O RESERVATÓRIO A SER DIMENSIONADO É UM RESERVATÓRIO ELEVADO, COM

CAPACIDADE PARA 54405 L, POSSUINDO O MESMO AS DIMENSÕES INDICADAS NA FIGURA


5.2.

FIGURA 5.2- RESERVATÓRIO ELEVADO A SER DIMENSIONADO


55

A) DETERMINAÇÃO DOS CARREGAMENTOS

A.1) Carga na tampa

 Peso próprio: 25,0 𝑥 0,15 = 3,75 𝐾𝑁⁄𝑚²


 Revestimento: 1,0 𝐾𝑁⁄𝑚² (ARAÚJO,2003)
 Cargas acidentais: 0,5 𝐾𝑁⁄𝑚²
 Carga total na tampa: 5,25 𝐾𝑁⁄𝑚²

A.2) Carga nas paredes

A carga nas paredes é proveniente do empuxo d’água atuante na mesma.


Neste trabalho a ordenada máxima do carregamento triangular gerado, será
equivalente ao peso específico da água (𝛾á𝑔𝑢𝑎 ) vezes a altura útil do reservatório

(h= 2,0 m), não sendo considerado assim, por medida de segurança, folgas.

A.2.1) Revestimento

 Revestimento externo: 0,3 𝐾𝑁⁄𝑚²


 Revestimento interno: 0,6 𝐾𝑁⁄𝑚²

A.2.2) Carregamento triangular provocado pela água

 Ordenada máxima: 2,0 𝑥 10 = 20 𝐾𝑁⁄𝑚²

Carga total nas paredes: 20,9 𝐾𝑁⁄𝑚²

A.3) Cargas na laje de fundo

 Peso próprio: 25,0 𝑥 0,15 = 3,75 𝐾𝑁⁄𝑚²


 Revestimento: 1,0 𝐾𝑁⁄𝑚²
 Pressão hidrostática: 10 𝑥 2 = 20 𝐾𝑁⁄𝑚²
 Carga total na laje de fundo: 24,75 𝐾𝑁⁄𝑚²

B) Determinação dos esforços nas lajes isoladas

B.1) Laje de tampa


56

Os momentos e as reações de apoio foram obtidas com o emprego da Tabela


4.1.

Da tabela obtêm-se os coeficientes:

𝑤𝑐 = 6,03; 𝑚𝑥 = 62,7; 𝑚𝑦 = 44,6; 𝑚𝑥𝑦 = 44,6; 𝑟𝑥 = 263; 𝑟𝑦 = 303.

Os momentos fletores no centro da laje são dados por:

 𝑀𝑥 = 0,001 . 𝑚𝑥 . 𝑝 . 𝑙𝑥2 = 0,001 . 62,7 . 5,25 . 4,8² = 7,58 𝐾𝑁 . 𝑚⁄𝑚


 𝑀𝑦 = 0,001 . 𝑚𝑦 . 𝑝 . 𝑙𝑥2= 0,001 . 44,6 . 5,25 . 4,8² = 5,39 𝐾𝑁 . 𝑚⁄𝑚

As reações de apoio são calculadas por:

 𝑅𝑥 = 0,001 . 𝑟𝑥 . 𝑝 . 𝑙𝑥 = 0,001 . 263 . 5,25 .4,8 = 6,63 𝐾𝑁 ⁄𝑚


 𝑅𝑦 = 0,001 . 𝑟𝑦 . 𝑝 . 𝑙𝑥 = 0,001 . 303 . 5,25 .4,8 = 7,64 𝐾𝑁 ⁄𝑚

Os momentos fletores no centro da laje de tampa e as reações de apoio são


apresentados na Figura 5.3

FIGURA 5.3- MOMENTOS FLETORES E REAÇÕES DE APOIO NA LAJE DE TAMPA

B.2) Laje de fundo


57

Os momentos e as reações de apoio foram obtidas com o emprego da Tabela


4.2.

Da tabela obtêm-se os coeficientes:

𝑤𝑐 = 1,84 ; 𝑚𝑥𝑒 = −66,1 ; 𝑚𝑦𝑒 = −55,8 ; 𝑚𝑥 = 30 ; 𝑚𝑦 = 19,7 ; 𝑟𝑥 =


251; 𝑟𝑦 = 299.

Os momentos fletores são calculados por:

 𝑀𝑥 = 0,001 . 𝑚𝑥 . 𝑝 . 𝑙𝑥2 = 0,001 . 30 . 24,75 .4,8² = 17,1 𝐾𝑁 . 𝑚⁄𝑚


 𝑀𝑦 = 0,001 . 𝑚𝑦 . 𝑝 . 𝑙𝑥2= 0,001 . 19,7 . 24,75 .4,8² = 11,23 𝐾𝑁 . 𝑚⁄𝑚
 𝑀𝑥𝑒 = 0,001 . 𝑚𝑥𝑒 . 𝑝 . 𝑙𝑥2 = 0,001 . -66,1 . 24,75 .4,8² = -37,69 𝐾𝑁 . 𝑚⁄𝑚
 𝑀𝑦𝑒 = 0,001 . 𝑚𝑦𝑒 . 𝑝 . 𝑙𝑥2 = 0,001 . -55,8 . 24,75 .4,8² = -31,82 𝐾𝑁 . 𝑚⁄𝑚

As reações de apoio são calculadas por:

 𝑅𝑥 = 0,001 . 𝑟𝑥 . 𝑝 . 𝑙𝑥 = 0,001 . 251 . 24,75 .4,8 = 29,82 𝐾𝑁 ⁄𝑚


 𝑅𝑦 = 0,001 . 𝑟𝑦 . 𝑝 . 𝑙𝑥 = 0,001 . 299 . 24,75 .4,8 = 35,52 𝐾𝑁 ⁄𝑚

Os momentos fletores e as reações de apoio na laje de fundo podem ser


visualizados na Figura 5.4

FIGURA 5.4- MOMENTOS FLETORES E REAÇÕES DE APOIO NA LAJE DE FUNDO


58

B.3) Parede 01 e Parede 02

Para determinação dos momentos fletores atuantes nas Paredes 01 e 02 será


utilizado a Tabela 4.3..

Da tabela obtêm-se os coeficientes:

𝑚𝑥𝑒 = −36,2; 𝑚𝑦𝑒 = −62,1; 𝑚𝑥 = 9,4; 𝑚𝑦 = 26.

Os momentos fletores são calculados por:

 𝑀𝑥 = 0,001 . 𝑚𝑥 . 𝑝 . 𝑙𝑦2 = 0,001 . 9,4 . 20,9 .2,15² = 0,91 𝐾𝑁 . 𝑚⁄𝑚


 𝑀𝑦 = 0,001 . 𝑚𝑦 . 𝑝 . 𝑙𝑦2 = 0,001 . 26 . 20,9 .2,15² = 2,51 𝐾𝑁 . 𝑚⁄𝑚
 𝑀𝑥𝑒 = 0,001 . 𝑚𝑥𝑒 . 𝑝 . 𝑙𝑦2 = 0,001 . -36,2 . 20,9 .2,15² = -3,50 𝐾𝑁 . 𝑚⁄𝑚
 𝑀𝑦𝑒 = 0,001 . 𝑚𝑦𝑒 . 𝑝 . 𝑙𝑦2 = 0,001 . -62,1 . 20,9 .2,15² = -5,99 𝐾𝑁 . 𝑚⁄𝑚

Para determinar as reações de apoio é necessário considerar a carga média


𝑝 = 10,45 𝐾𝑁 e utilizar a Tabela 4.4 para encontrar os coeficientes utilizados. Da
tabela temos:

𝑟𝑥 = 221; 𝑟𝑥𝑒 = 434; 𝑟𝑦 = 345;

 𝑅𝑥 = 0,001 . 𝑟𝑥 . 𝑝 . 𝑙𝑦 = 0,001 . 221 . 10,45 .2,15 = 4,96 𝐾𝑁 ⁄𝑚


 𝑅𝑦 = 0,001 . 𝑟𝑦 . 𝑝 . 𝑙𝑦 = 0,001 . 345 . 10,45 .2,15 = 7,75 𝐾𝑁 ⁄𝑚
 𝑅𝑥𝑒 = 0,001 . 𝑟𝑥𝑒 . 𝑝 . 𝑙𝑦 = 0,001 .434 . 10,45 .2,15 = 9,75 𝐾𝑁 ⁄𝑚

Os momentos fletores e as reações de apoio nas Paredes 01 e 02 podem ser


visualizados na Figura 5.5.
59

FIGURA 5.5- MOMENTOS FLETORES E REAÇÕES DE APOIO NAS PAREDES 01 E 02

B.4) Parede 03 e Parede 04

Como 𝜆𝑦 ⁄𝜆𝑥 < 0,5, mesma situação verificada para as Paredes 01 e 02, os
coeficientes utilizados para o cálculo dos momentos e das reações de apoio serão
os mesmos encontrados no ítem B.3, resultando assim, na mesma configuração
encontradas para as Paredes 01 e 02. A configuração de momentos e reações de
apoio para as Paredes 03 e Parede 04 podem ser observadas na Figura 5.6.
60

FIGURA 5.6- MOMENTOS FLETORES E REAÇÕES DE APOIO NAS PAREDES 03 E 04

C) MOMENTOS NEGATIVOS PARA DIMENSIONAMENTO

C.1) Ligação parede-parede

(5,99+5,9)
 𝑋𝑝 = = 5,99 𝐾𝑁𝑚/𝑚 (Valor a ser adotado)
2

 𝑋𝑝 = 0,8 . 5,99 = 4,79 𝐾𝑁𝑚/𝑚

C.2) Ligação fundo-parede 01 e fundo-parede 02

(37,69+3,5)
 𝑌= = 20,59 𝐾𝑁𝑚/𝑚
2

 𝑌 = 0,8 . 37,69 = 30,15 𝐾𝑁𝑚/𝑚 (Valor a ser adotado)

C.3) Ligação fundo-parede 03 e fundo-parede 04

(31,82+5,99)
 𝑋= = 18,91 𝐾𝑁𝑚/𝑚
2
61

 𝑋 = 0,8 . 31,82 = 25,46 𝐾𝑁𝑚/𝑚 (Valor a ser adotado)

D) Correção dos momentos positivos na laje de fundo

As reduções dos momentos positivos na laje de fundo são dadas por:


∆𝑋 = 31,82 − 25,46 = 6,36 𝐾𝑁. 𝑚/𝑚
∆𝑌 = 37,69 − 30,15 = 7,54 𝐾𝑁. 𝑚/𝑚

Aplicando esses momentos nas bordas da laje de fundo, obtém-se as


alterações nos momentos positivos, para isto, utilizamos a Tabela 4.5.

𝑙𝑥 480
= = 0,8
𝑙𝑦 600

Da tabela 4.5 obtemos:

𝛾𝑥1 = 0,151 ; 𝛾𝑦1 = 0,165; 𝛾𝑥2 = 0,131 e 𝛾𝑦2 = 0,034.

Os incrementos dos momentos positivos são dados por:

∆𝑀𝑥 = 2(𝛾𝑥1 . ∆𝑋 + 𝛾𝑥2 . ∆𝑌) → ∆𝑀𝑥 = 3,90 𝐾𝑁. 𝑚 /𝑚

∆𝑀𝑦 = 2(𝛾𝑦1 . ∆𝑋 + 𝛾𝑦2 . ∆𝑌) → ∆𝑀𝑦 = 2,61 𝐾𝑁. 𝑚 /𝑚

Os momentos positivos finais na laje de fundo são dadas por:

𝑀𝑥 = 37,69 + 3,9 = 41,59 𝐾𝑁. 𝑚 /𝑚

𝑀𝑦 = 31,82 + 2,61 = 34,43 𝐾𝑁. 𝑚 /𝑚

E) Dimensionamento

As seguintes considerações são feitas para o dimensionamento das


armaduras:

 Classe de agressividade ambiental II


 Cobrimento nominal: 2,5 cm
62

 Resistência à compressão do concreto: 𝑓𝑐𝑘 = 25 𝑀𝑃𝑎


 Armaduras: Aço CA-50

Na Tabela 5.1 estão indicados os esforços de serviço e as armaduras obtidas


no dimensionamento à flexão simples. As seções para o dimensionamento possuem
as seguintes dimensões:

Tampa: b=100 cm; h=15 cm ; d=10,5 cm

Fundo: b=100 cm; h=15 cm ; d=10,08 cm

Paredes: b=100 cm; h=15 cm; d=10,56 cm.

TABELA 5.1- ARMADURAS


Mk
Local As (𝑐𝑚²⁄𝑚) Armadura
(KNm/m)
Tampa (Asmin= 2,25 7,58 2,43 ∅ 6.3 c.12,5
cm²/m) 5,39 1,73 ∅ 6.3 c.13
Fundo (Asmin= 2,25 17,1 5,94 ∅ 10 c.13
cm²/m) 11,23 3,74 ∅ 10 c.20
Paredes 01 e 02 0,91 0,28 ∅ 6.3 c.13
(Asmin= 2,25 cm²/m) 2,51 0,77 ∅ 6.3 c.13
Paredes 03 e 04 0,91 0,28 ∅ 6.3 c.13
(Asmin= 2,25 cm²/m) 2,51 0,77 ∅ 6.3 c.13

Ligação parede-parede 5,99 1,91 ∅ 6.3 c.15

Ligação fundo- paredes 30,15


11,73 ∅ 10 c.6,5
01 e 02
Ligação fundo- paredes
25,46 9,55 ∅ 10 c.8
03 e 04
63

F) Detalhamento das armaduras

FIGURA 5.7- DETALHAMENTO DAS ARMADURAS- TAMPA


64

FIGURA 5.8-DETALHAMENTO DAS ARMADURAS - FUNDO


65

FIGURA 5.9- DETALHAMENTO DAS ARMADURAS- PAREDES 01 E 02


66

FIGURA 5.10- DIMENSIONAMENTO DAS ARMADURAS- PAREDES 03 E 04


67

FIGURA 5.11- DETALHAMENTO DAS ARMADURAS- LIGAÇÃO PAREDE-PAREDE (4X)

5.1- Dimensionamento utilizando as tabelas de PINHEIRO (1993)

AINDA UTILIZANDO A TEORIA DE FLEXÃO DAS PLACAS, SERÁ FEITO O

DIMENSIONAMENTO DO RESERVATÓRIO ELEVADO DA FIGURA 5.2 UTILIZANDO, PARA O

DIMENSIONAMENTO DAS LAJES, AS TABELAS DE PINHEIRO (1993).

A) DETERMINAÇÃO DOS CARREGAMENTOS

A.1) Carga na tampa

 Peso próprio: 25,0 𝑥 0,15 = 3,75 𝐾𝑁⁄𝑚²


 Revestimento: 1,0 𝐾𝑁⁄𝑚² (ARAÚJO,2003)
 Cargas acidentais: 0,5 𝐾𝑁⁄𝑚²
 Carga total na tampa: 5,25 𝐾𝑁⁄𝑚²

A.2) Carga nas paredes

 Empuxo d’água: 10,0 𝑥 2,0 = 20,0 𝐾𝑁⁄𝑚²

A.2.1) Revestimento

 Revestimento externo: 0,3 𝐾𝑁⁄𝑚²


68

 Revestimento interno: 0,6 𝐾𝑁⁄𝑚²

A.2.2) Carregamento triangular provocado pela água

 Ordenada máxima: 2,0 𝑥 10 = 20 𝐾𝑁⁄𝑚²

Carga total nas paredes: 20,9 𝐾𝑁⁄𝑚²

A.3) Cargas na laje de fundo

 Peso próprio: 25,0 𝑥 0,15 = 3,75 𝐾𝑁⁄𝑚²


 Revestimento: 1,0 𝐾𝑁⁄𝑚²
 Pressão hidrostática: 10 𝑥 2 = 20 𝐾𝑁⁄𝑚²
 Carga total na laje de fundo: 24,75 𝐾𝑁⁄𝑚²

B) Determinação dos esforços nas lajes isoladas

B.1) Laje de tampa

As reações de apoio foram calculadas utilizando-se os coeficientes


disponíveis na Tabela 4.6 (“Reações de apoio em lajes com carga uniforme”-
PINHEIRO, 2003) e os momentos fletores com os coeficientes fornecidos pela
Tabela 4.7 (“Momentos fletores em lajes com carga uniforme”-Pinheiro,2003).

Da Tabela 4.5 temos:

𝑚𝑥 = 6,10; 𝑚𝑦 = 4,17; 𝑟𝑥 = 3; 𝑟𝑦 = 2,5.

Os momentos fletores no centro da laje são dados por:

 𝑀𝑥 = 0,001 . 𝑚𝑥 . 𝑝 . 𝑙𝑥2 = 7,38 𝐾𝑁 . 𝑚⁄𝑚


 𝑀𝑦 = 0,001 . 𝑚𝑦 . 𝑝 . 𝑙𝑥2= 5,04 𝐾𝑁 . 𝑚⁄𝑚

As reações de apoio são calculadas por:

 𝑅𝑥 = 0,001 . 𝑟𝑥 . 𝑝 . 𝑙𝑥 = 7,56 𝐾𝑁 ⁄𝑚
 𝑅𝑦 = 0,001 . 𝑟𝑦 . 𝑝 . 𝑙𝑥 = 6,30 𝐾𝑁 ⁄𝑚

Os momentos fletores no centro da laje de tampa e as reações de apoio são


apresentados na Figura 5.12
69

FIGURA 5.12- MOMENTOS FLETORES E REAÇÕES DE APOIO NA LAJE DE TAMPA

B.1) Laje de fundo

Os momentos fletores foram obtidos com o uso da Tabela 4.8 e as reações de


apoio com a Tabela 4.9.

Da Tabela 4.7 obtêm-se os coeficientes:

𝑚𝑥𝑒 = −6,67; 𝑚𝑦𝑒 = −5,64; 𝑚𝑥 = 2,97; 𝑚𝑦 = 1,83.

Da Tabela 4.8 obtêm-se os coeficientes:

𝑟𝑥𝑒 = 3,0; 𝑟𝑦𝑒 = 2,5.

Os momentos fletores são calculados por:

 𝑀𝑥 = 0,001 . 𝑚𝑥 . 𝑝 . 𝑙𝑥2 = 16,90 𝐾𝑁 . 𝑚⁄𝑚


 𝑀𝑦 = 0,001 . 𝑚𝑦 . 𝑝 . 𝑙𝑥2= 10,43 𝐾𝑁 . 𝑚⁄𝑚
 𝑀𝑥𝑒 = 0,001 . 𝑚𝑥𝑒 . 𝑝 . 𝑙𝑥2 = -38,00 𝐾𝑁 . 𝑚⁄𝑚
 𝑀𝑦𝑒 = 0,001 . 𝑚𝑦𝑒 . 𝑝 . 𝑙𝑥2 = -32,16 𝐾𝑁 . 𝑚⁄𝑚

As reações de apoio são calculadas por:

 𝑅𝑥𝑒 = 0,001 . 𝑟𝑥𝑒 . 𝑝 . 𝑙𝑥 = 35,64 𝐾𝑁 ⁄𝑚


70

 𝑅𝑦𝑒 = 0,001 . 𝑟𝑦𝑒 . 𝑝 . 𝑙𝑥 = 29,70 𝐾𝑁 ⁄𝑚

Os momentos fletores e as reações de apoio na laje de fundo podem ser


visualizados na Figura 5.13

FIGURA 5.13- MOMENTOS FLETORES E REAÇÕES DE APOIO NA LAJE DE FUNDO

B.1) Parede 01 e Parede 02

Para determinação dos momentos fletores atuantes nas Paredes 01 e 02 será


utilizado a Tabela 4.10. Utilizando as Tabelas de Pinheiro (1993), não serão
calculadas as reações de apoio nas paredes.

Da tabela obtêm-se os coeficientes:

𝑚𝑥𝑒 = −6,67; 𝑚𝑦𝑒 = −3,60; 𝑚𝑥 = 2,98; 𝑚𝑦 = 0,96; .

Os momentos fletores são calculados por:

 𝑀𝑥 = 0,001 . 𝑚𝑥 . 𝑝 . 𝑙𝑦2 = 2,88 𝐾𝑁 . 𝑚⁄𝑚


 𝑀𝑦 = 0,001 . 𝑚𝑦 . 𝑝 . 𝑙𝑦2 = 0,93 𝐾𝑁 . 𝑚⁄𝑚
 𝑀𝑥𝑒 = 0,001 . 𝑚𝑥𝑒 . 𝑝 . 𝑙𝑦2 = -6,44 𝐾𝑁 . 𝑚⁄𝑚
 𝑀𝑦𝑒 = 0,001 . 𝑚𝑦𝑒 . 𝑝 . 𝑙𝑦2 = -3,48 𝐾𝑁 . 𝑚⁄𝑚
71

Os momentos fletores nas Paredes 01 e 02 podem ser visualizados na Figura


5.14.

FIGURA 5.14- MOMENTOS FLETORES E REAÇÕES DE APOIO NAS PAREDES 01 E 02

B.1) Parede 03 e Parede 04

Visto que as paredes estão submetidas ao mesmo carregamento e possuem


a relação entre vãos teóricos, 𝜆 = 𝑙𝑦 ⁄𝑙𝑥 < 0,5, a configuração de momentos para as
Paredes 03 e 04 serão as mesmas das Paredes 01 e 02. A configuração de
momentos fletores para as Paredes 03 e 04 pode ser visualizada na Figura 5.15.
72

FIGURA 5.15- MOMENTOS FLETORES NAS PAREDES 03 E 04

C) MOMENTOS NEGATIVOS PARA DIMENSIONAMENTO

C.1) Ligação parede-parede

Pelo fato das paredes apresentarem a mesma configuração de momentos,


adotar-se-á 𝑋𝑝 = 3,33 𝐾𝑁. 𝑚⁄𝑚.

C.2) Ligação fundo-parede 01 e fundo-parede 02.

 𝑌=
(38+6.44)
= 22,22 𝐾𝑁𝑚/𝑚
2

 𝑌 = 0,8 . 38 = 30,4 𝐾𝑁𝑚/𝑚 (Valor a ser adotado)

C.3) Ligação fundo-parede 03 e fundo-parede 04.

 𝑋=
(32,16+6.44)
= 19,30 𝐾𝑁𝑚/𝑚
2

 𝑌 = 0,8 . 32,16 = 25,73 𝐾𝑁𝑚/𝑚 (Valor a ser adotado)

D) Correção dos momentos positivos na laje de fundo

As reduções dos momentos positivos na laje de fundo são dadas por:


∆𝑋 = 𝑋𝑓 − 𝑋
73

∆𝑋 = 38,00 − 3,33 = 34,67 𝐾𝑁. 𝑚/𝑚


∆𝑌 = 𝑌𝑓 − 𝑌
∆𝑌 = 32,16 − 30,4 = 1,76 𝐾𝑁. 𝑚/𝑚

Aplicando esses momentos nas bordas da laje de fundo, obtém-se as


alterações nos momentos positivos, para isto, utilizamos a Tabela 4.10.

𝑙𝑥 480
= = 0,80
𝑙𝑦 600

Da tabela 4.10 obtemos:

𝛾𝑥1 = 0,151 ; 𝛾𝑦1 = 0,165; 𝛾𝑥2 = 0,131 e 𝛾𝑦2 = −0,034.

Os incrementos dos momentos positivos são dados por:

∆𝑀𝑥 = 2(𝛾𝑥1 . ∆𝑋 + 𝛾𝑥2 . ∆𝑌) → ∆𝑀𝑥 = 10,93 𝐾𝑁. 𝑚 /𝑚

∆𝑀𝑦 = 2(𝛾𝑦1 . ∆𝑋 + 𝛾𝑦2 . ∆𝑌) → ∆𝑀𝑦 = 11,56 𝐾𝑁. 𝑚 /𝑚

Os momentos positivos finais na laje de fundo são dadas por:

𝑀𝑥 = 16,9 + 10,93 = 27,83 𝐾𝑁. 𝑚 /𝑚

𝑀𝑦 = 10,43 + 11,56 = 21,99 𝐾𝑁. 𝑚 /𝑚

E) Dimensionamento

As mesmas considerações feitas anteriormente serão adotadas neste tópico.


Na Tabela 5.2 pode ser visualizado as armaduras encontradas no dimensionamento
à flexão simples.
74

TABELA 5.2- ARMADURAS

Local 𝑀𝑘 As (cm²/m) Armadura


7,38 2,36 ∅ 6.3 c.13
Tampa (𝐴𝑠,𝑚𝑖𝑛 = 2,25 cm²/m)
5,04 1,61 ∅ 6.3 c.13
27,83 10,44 ∅ 10 c.7
Fundo (𝐴𝑠,𝑚𝑖𝑛 = 2,25 cm²/m)
21,99 7,94 ∅ 10 c.9
Paredes 01 e 02 (𝐴𝑠,𝑚𝑖𝑛 = 2,88 0,88 ∅ 6.3 c.13
2,25 cm²/m) 0,93 0,28 ∅ 6.3 c.13
Paredes 03 e 04 (𝐴𝑠,𝑚𝑖𝑛 = 2,88 0,88 ∅ 6.3 c.13
2,25 cm²/m) 0,93 0,28 ∅ 6.3 c.13

Ligação parede-parede 3,33 1,01 ∅ 6.3 c.26

Ligação fundo- paredes 01 e


30,4 11,82 ∅ 10 c.6
02

Ligação fundo- paredes 03 e


19,3 6,7 ∅ 10 c.11
04
75

F) Detalhamento das armaduras

FIGURA 5.16- DETALHAMENTO DAS ARMADURAS- TAMPA


76

FIGURA 5.17- DETALHAMENTO DAS ARMADURAS-FUNDO


77

FIGURA 5.18-DETALHAMENTO DAS ARMADURAS- PAREDES 01 E 02


78

FIGURA 5.19-DETALHAMENTO DAS ARMADURAS- PAREDES 03 E 04


79

FIGURA 5.20- DETALHAMENTO DAS ARMADURAS- LIGAÇÃO PAREDE-PAREDE (4X)


80

CONCLUSÃO

Neste trabalho foram apresentados as ferramentas mais usuais para a análise


e dimensionamento de reservatórios em concreto armado, fornecendo, para
estudantes e engenheiros, os conhecimentos necessários para classificar as
estruturas, entender seu comportamento estrutural e dimensionar as armaduras
constituintes.

Através do estudo dos tipos de reservatórios e a influência que outras áreas


da engenharia civil exercem sobre o mesmo, foi possível classificá-los e a partir daí
determinar todos os fatores que interferem no funcionamento da estrutura, podendo
assim entender e avaliar os parâmetros a serem considerados para o cálculo
estrutural.

Por se tratarem dos tipos de reservatórios em concreto armado geralmente


mais utilizados, foi feito uma abordagem mais detalhada das estruturas
paralelepipédicas, sendo apresentado simplificações que auxiliam na análise da
estrutura sem a necessidade de utilização de ferramentas numéricas.

Sugere-se que em futuros trabalhos, poderiam ser estudados os reservatórios


onde as paredes apresentem o comportamento de vigas-parede. Poderiam também
ser realizado dimensionamento à tração, analisando assim a abertura de fissuras
nas lajes constituintes da estrutura. Para os reservatórios elevados, análise mais
detalhada poderia ser feita com relação à ação do vento e sua influência nos pilares.
Sugere-se também uma análise de reservatórios enterrados, sendo feita a análise
sobre possíveis mudanças no nível do lençol freático.
81

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAÚJO. J. M. Reservatórios de edifícios. Curso de concreto armado. 2 ed.


Rio Grande- RS. Editora Dunas. 2003. p. 113-141.

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execução de fundações. São Paulo-SP. 2009. 51 f.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto


de estruturas de concreto- procedimentos. Rio de Janeiro: 2007. 231 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8681: Ações e


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BORGES. M.G. Manifestações patológicas incidentes em reservatórios


de água elevados executados em concreto armado. 2008. 111 f. Monografia-
Universidade Estadual de Feira de Santana-UEFS.

COSTA. F.O . Projetos estruturais de reservatórios paralelepipédicos de


concreto armado moldados in loco. 1998. 182 f. Dissertação (Mestrado)-
Universidade de São Paulo- USP.

KUEHN. A. Comparação entre métodos de análise estrutural para


reservatórios retangulares de concreto armado. 2002. 221 f. Dissertação
(Mestrado)- Universidade Federal de Santa Catarina- UFSC.

MAIOLA. C.H. Reservatórios paralelepipédicos. 35 f. Tese (Doutorado)-


Escola de Engenharia de São Carlos- EESC-USP.

ROCHA. A. M. Caixas d’água. Novo curso prático de concreto armado. 15ª


ed. Rio de Janeiro- RJ. Editora Científica. 1978. p. 95 a 167.

SOUZA. V. C. M; CUNHA. A.J. P. Caixas d’água, piscinas e subsolos. Lajes


em concreto armado e protendido. 2ª ed. Rio de Janeiro- RJ. EDUFF. 1998. p.
267 a 299.
82

VASCONCELOS. Z. L. Critérios para projetos de reservatórios


paralelepipédicos elevados de concreto armado. 1998. 143 f. Dissertação
(Mestrado)- Escola de Engenharia de São Carlos- EESC-USP.
83

ANEXO A- TABELAS UTILIZADAS NOS DIMENSIONAMENTOS


84

TABELA 4.1- LAJE RETANGULAR SIMPLESMENTE APOIADA NO CONTORNO COM CARGA


UNIFORMEMENTE DISTRIBUÍDA ( ARAÚJO,2003)

𝑙𝑥 ⁄ 𝑙𝑦 𝑤𝑐 𝑚𝑥 𝑚𝑦 𝑚𝑥𝑦 𝑟𝑥 𝑟𝑦
0,50 10,13 100,0 36,7 52,8 269 366
0,55 9,38 93,4 38,8 51,8 268 353
0,60 8,65 86,9 40,7 50,6 267 340
0,65 7,94 80,5 42,3 49,4 266 326
0,70 7,26 74,3 43,5 47,9 265 315
0,75 6,62 68,3 44,2 46,3 263 303
0,80 6,03 62,7 44,6 44,6 261 291
0,85 5,48 57,6 44,9 42,8 259 281
0,90 4,98 52,8 45,0 41,0 256 270
0,95 4,51 48,3 44,7 39,1 253 260
1,0 4,06 44,2 44,2 37,1 250 250

𝑙𝑦 ⁄ 𝑙𝑥 𝑤𝑐 𝑚𝑥 𝑚𝑦 𝑚𝑥𝑦 𝑟𝑥 𝑟𝑦
1,0 4,06 44,2 44,2 37,1 250 250
0,95 4,51 44,7 48,3 39,1 260 253
0,90 4,98 45,0 52,8 41,0 270 256
0,85 5,48 44,9 57,6 42,8 281 259
0,80 6,03 44,6 62,7 44,6 291 261
0,75 6,62 44,2 68,3 46,3 303 263
0,70 7,26 43,5 74,3 47,9 315 265
0,65 7,94 42,3 80,5 49,4 326 266
0,60 8,65 40,7 86,9 50,6 340 267
0,55 9,38 38,8 93,4 51,8 353 268
0,50 10,13 36,7 100,0 52,8 366 269
85

TABELA 4.2- LAJE RETANGULAR ENGASTADA EM TODO O CONTORNO, COM CARGA


UNIFORMEMENTE DISTRIBUÍDA (ARAÚJO,2003)

𝑙𝑥 ⁄ 𝑙𝑦 𝑤𝑐 𝑚𝑥𝑒 𝑚𝑦𝑒 𝑚𝑥 𝑚𝑦 𝑟𝑥 𝑟𝑦
0,50 2,51 -82,6 -56,0 40,9 11,8 241 380
0,55 2,45 -80,6 -56,1 39,6 13,2 242 367
0,60 2,35 -78,4 -56,2 38,2 14,9 244 353
0,65 2,22 -75,9 -56,5 36,5 16,5 247 339
0,70 2,09 -73,1 -56,8 34,5 17,8 249 326
0,75 1,97 -69,8 -56,4 32,3 18,8 250 313
0,80 1,84 -66,1 -55,8 30,0 19,7 251 299
0,85 1,70 -62,0 -55,0 27,7 20,5 251 286
0,90 1,56 -58,0 -54,0 25,5 21,1 251 275
0,95 1,42 -54,3 -52,7 23,3 21,3 251 262
1,00 1,27 -51,1 -51,1 21,1 21,1 250 250

𝑙𝑦 ⁄ 𝑙𝑥 𝑤𝑐 𝑚𝑥𝑒 𝑚𝑦𝑒 𝑚𝑥 𝑚𝑦 𝑟𝑥 𝑟𝑦
1,00 1,27 -51,1 -51,1 21,1 21,1 250 250
0,95 1,42 -52,7 -54,3 21,3 23,3 262 251
0,90 1,56 -54,0 -58,0 21,1 25,5 275 251
0,85 1,70 -55,0 -62,0 20,5 27,7 286 251
0,80 1,84 -55,8 -66,1 19,7 30,0 299 251
0,75 1,97 -56,4 -69,8 18,8 32,3 313 250
0,70 2,09 -56,8 -73,1 17,8 34,5 326 249
0,65 2,22 -56,5 -75,9 16,5 36,5 339 247
0,60 2,35 -56,2 -78,4 14,9 38,2 353 244
0,55 2,45 -56,1 -80,6 13,2 39,6 367 242
0,50 2,51 -56,0 -82,6 11,8 40,9 380 241
86

TABELA 4.3- LAJE RETANGULAR APOIADA EM UM LADO E ENGASTADA NOS DEMAIS, COM
CARGA TRIANGULAR (ARAÚJO, 2003)

𝑙𝑥 ⁄ 𝑙𝑦 𝑚𝑥𝑒 𝑚𝑦𝑒 𝑚𝑥 𝑚𝑦
1,00 -28,3 -34,5 12,2 10,6
0,95 -30,1 -35,5 13,3 10,6
0,90 -31,9 -36,5 14,3 10,5
0,85 -33,6 -37,6 15,3 10,4
0,80 -35,2 -38,7 16,2 10,1
0,75 -36,6 -39,9 17,2 9,5
0,70 -37,8 -41,0 18,0 8,7
0,65 -38,9 -42,1 18,8 8,0
0,60 -39,8 -43,1 19,5 7,2
0,55 -40,6 -44,1 20,1 6,4
0,50 -41,3 -45,1 20,6 5,8

𝑙𝑦 ⁄ 𝑙𝑥 𝑚𝑥𝑒 𝑚𝑦𝑒 𝑚𝑥 𝑚𝑦
0,50 -36,2 -62,1 9,4 26,0
0,55 -36,0 -60,3 10,3 24,6
0,60 -35,6 -57,8 11,1 23,1
0,65 -35,2 -54,8 11,9 21,4
0,70 -34,6 -51,6 12,5 19,7
0,75 -33,8 -48,2 12,8 18,0
0,80 -32,9 -45,0 13,0 16,3
0,85 -31,9 -42,2 13,0 14,8
0,90 -30,7 -39,5 12,9 13,3
0,95 -29,5 -37,0 12,6 11,9
1,00 -28,3 -34,5 12,2 10,6
87

TABELA 4.4- LAJE RETANGULAR APOIADA EM UM LADO E ENGASTADA NOS DEMAIS, COM
CARGA UNIFORMEMENTE DISTRIBUÍDA (ARAÚJO, 2003)

𝑙𝑥 ⁄𝑙𝑦 𝑤𝑐 𝑚𝑥𝑒 𝑚𝑦𝑒 𝑚𝑥 𝑚𝑦 𝑟𝑥𝑒 𝑟𝑥 𝑟𝑦


0,50 2,54 -83,6 -56,3 41,5 11,0 254 100 412
0,55 2,49 -82,6 -56,4 40,6 12,1 254 100 405
0,60 2,42 -81,3 -56,6 39,7 13,6 255 100 394
0,65 2,33 -79,6 -56,9 38,5 14,9 257 100 384
0,70 2,24 -77,4 -57,2 37,0 16,1 259 100 375
0,75 2,15 -74,8 -57,1 35,4 17,4 260 100 365
0,80 2,05 -72,0 -56,8 33,8 18,6 261 101 356
0,85 1,94 -69,1 -56,4 32,0 19,6 262 101 347
0,90 1,83 -66,0 -56,0 30,0 20,5 263 102 337
0,95 1,70 -62,8 -55,6 28,1 21,1 264 103 326
1,00 1,57 -59,6 -55,1 26,1 21,3 265 105 315

𝑙𝑦 ⁄𝑙𝑥 𝑤𝑐 𝑚𝑥𝑒 𝑚𝑦𝑒 𝑚𝑥 𝑚𝑦 𝑟𝑥𝑒 𝑟𝑥 𝑟𝑦


1,00 1,57 -59,6 -55,1 26,1 21,3 265 105 315
0,95 1,80 -62,6 -59,9 26,9 23,9 278 114 320
0,90 2,04 -65,5 -65,2 27,5 26,8 293 122 325
0,85 2,30 -68,2 -71,0 28,0 30,0 308 131 330
0,80 2,57 -70,6 -77,3 28,2 33,4 324 140 334
0,75 2,86 -72,7 -83,9 27,9 37,0 342 152 337
0,70 3,17 -74,3 -90,7 27,2 40,8 361 164 340
0,65 3,50 -75,5 -97,8 25,9 44,6 380 178 342
0,60 3,84 -76,5 -104,6 24,3 48,3 397 192 343
0,55 4,17 -77,4 -110,1 22,5 51,7 414 206 344
0,50 4,50 -78,2 -114,0 20,5 55,5 434 221 345
88

TABELA 4.5- PLACA RETANGULAR COM MOMENTO SENOIDAL APLICADO EM UMA DAS BORDAS
(Ʋ= 0,2) (ARAÚJO, 2003, P. 122)

𝑙𝑥
⁄𝑙
𝑦
𝛾𝑥1 𝛾𝑦1 𝛾𝑥2 𝛾𝑦2
0,50 0,300 0,153 0,063 -0,011
0,60 0,244 0,162 0,090 -0,003
0,70 0,194 0,165 0,113 0,013
0,80 0,151 0,165 0,131 0,034
0,90 0,114 0,161 0,145 0,058
1,00 0,084 0,155 0,155 0,084
1,10 0,060 0,146 0,161 0,111
1,20 0,042 0,137 0,164 0,138
1,30 0,027 0,126 0,166 0,163
1,40 0,016 0,116 0,166 0,188
1,50 0,007 0,106 0,165 0,210
1,60 0,001 0,096 0,163 0,231
1,70 -0,004 0,087 0,161 0,251
1,80 -0,007 0,078 0,158 0,268
1,90 -0,009 0,070 0,156 0,285
2,0 -0,011 0,063 0,153 0,300
89

TABELA 4.6- REAÇÕES DE APOIO EM LAJES COM CARGA UNIFORME


(PINHEIRO,2007)
90

TABELA 4.7-PINHEIRO, 2007


91

TABELA 4.8- PINHEIRO, 2007


92

TABELA 4.9-PINHEIRO, 2007


93

TABELA 4.10- PINHEIRO, 2007

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