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VOLUNTARIADO COMO OFICINA DO SABER

Ao refletirmos acerca desta temática queremos primordialmente suscitar em você


aquele desejo natural filantropico ou altruísta, isto é, o desejo de amar e quer fazer o
bem à outrem, que como pessoa humana merece ser dignificada. Mas para tal,
apresentaremos o motor condutor que nos impulsiona ou nos anima e ensina a sair
(Jesus Cristo), dando espaço para os outro na nossa vida.
QUAL É A ETMOLOGIA DO VOLUNTARIADO?
Do latim voluntarius, diz-se do que se origina na vontade, ou seja, que não
é obrigatório mas livre , que possa ser feito ou não de acordo com a vontade.
O QUE É O VOLUNTARIADO?
O VOLUNTARIADO é uma actividade inerente ao exercício de cidadania que se
traduz numa relação solidária para com o próximo, participando, de forma livre e
organizada, na solução dos problemas que afectam a sociedade em geral. De uma forma
minunciosa consiste num compromisso solidátio, gratuito e constante nalguma
actividade social, familiar, religiosa, etc.
Existem diversas formas de exercer o direito à cidadania, porém, um dos mais
efetivos, trata-se do VOLUNTARIADO, o qual é movido por um combustível
inesgotável chamado SOLIDARIEDADE. O grande diferencial do voluntariado é que
não depende de fórmulas mágicas ou burocracias que as pessoas adoram criar, mas sim
pelo simples desejo de ajudar alguém, uma causa, um projeto a si mesmo.
QUAL É O HISTORIAL DO VOLUNTARIADO?
 Kisnerman (1983), denomina de “trabalho social” o interesse do homem por
seus semelhantes e afirma que, a partir do Cristianismo, a caridade ganha maior
significado. Essa idéia de salvação pelas obras que os homens realizam durante
sua vida é básica para entender as origens do voluntariado, cujas ações são
resumidas, em grande parte, em atos de ajudar pessoas carentes com bens
concretos (dinheiro, alimentos, roupas, alojamentos). “A esmola, a exortação e a
persuasão como recursos elementares caracterizam este largo período de origem
do voluntariado, no qual a fé, o sentimento e a intuição substituem o
conhecimento científico frente às situações que geram tal estado de carência”.
 Para Hudson (1999), a filosofia que permeia quase todos os aspectos do Terceiro
Setor é o desejo humano de ajudar outras pessoas sem a exigência de benefícios
pessoais. “A maioria das pessoas pensa no setor em termos de caridade e
pressupõe que é um fenômeno moderno… Essa filosofia, no entanto, data de
mais longe… Desde os tempos mais remotos era o grupo familiar que cuidava
dos membros pequenos, enfermos, deficientes, velhos, viúvos e órfãos”.
Ainda segundo o autor, o crescimento das primeiras vilas e cidades, e o
movimento das pessoas para longe de suas famílias, exigiu novas formas de
auxílio social. As primeiras civilizações egípcias, por exemplo, tinham um
severo código moral com base na justiça social. Tais leis encorajavam as pessoas
ao trabalho voluntário
 Como, por exemplo: “Na antiga Índia, o imperador budista Asoka
(aproximadamente 274 – 232 a.C.) proporcionou instalações médicas, mandou
que fossem cavados poços e, já preocupado com o meio ambiente numa época
remota, plantou árvores para o deleite do povo. Na antiga sociedade grega,
viajantes recebiam tanto comida como abrigo nas casas dos ricos, ou então
partilhavam a hospitalidade de camponeses. Os profetas judeus foram os
pioneiros das modernas organizações promotoras de campanhas. Trabalhavam
incansavelmente pela justiça social, política e econômica e pressionaram seus
governos a modificar as práticas políticas e administrativas. A idéia de dar
esmolas também era muito difundida. Segundo Hudson, os ensinamentos judeus
promoviam a idéia de que os pobres tinham direitos e que os ricos tinham
deveres.
Na época romana, o direito a milho grátis ou barato dependia da cidadania e era
hereditária, passando de pai para filho.”
 “As primeiras igrejas cristãs criaram fundos para apoio às viúvas, órfãos,
enfermos, pobres, deficientes e prisioneiros. Esperava-se que os fiéis levassem
donativos, voluntariamente, que eram colocados na mesa do Senhor para que os
necessitados pudessem recebe-lo das mãos de Deus. Os primeiros legados foram
autorizados pelo imperador Constantino I, no ano 231 d. C., possibilitando a
doação de recursos para caridade,etc.
 O Voluntariado na UCAN iniciou em Outubro de 2008, com a preparação da
missão em Mbonde Chapé, um bairro na periferia de Luanda. Nas férias de 10 e
25 de janeiro de 2009 concretizou-se a missão com a participação de 25
voluntários. Neste sentido, este ano completaremos 10 anos de existência Em
Angola. Paralém de Luanda estamos na província do Kwanza-Norte ( Dondo),
na província de Benguela, etc.
VOLUNTARIADO COMO OFICINA DO SABER.
Depois de meditarmos a essência ou a natureza do voluntariado, como aquele grupo
motivado pela força de vontade de fazer bem, doando-se gratuitamente para os outros,
de modo especial os mais necessitados, pobres espirituais e materiais, marginalizados e
em riscos. Agora indaguemo-nos do voluntariado como oficina do saber. O que é?
Sendo a oficina uma palavra do latim "opificium", derivada de "opificis", artesão, que se
formou, por sua vez, mediante a justaposição de "opus", obra, e "facere", fazer. Ela é um lugar
de trabalho manual e artesanal . Já como oficina do saber queremos dizer que é ambiente
destinado ao desenvolvimento das aptidões e habilidades, mediante atividades
laborativas.
Assim sendo, o voluntariado como oficina do saber é aquele “ locus vivendi ou
modus vivendi”, isto é, lugar ou modo de viver onde aprendemos e promovemos:
 Uma cultura solidaria capaz de construir uma Angola justa e fraterna,
propondo aos jovens o exercício da solidariedade e da fraternidade mediante o
serviço social, « Quem não vive para servir não serve para viver»
 O Espiríto de doação, ou seja, uma liberdade espontânea de sair de si, para dar
uma formação humana integral, as crianças, aos adolescentes e aos jovens das
áreas sociais vulneráveis do nosso país. Quer dizer que como grupo, no mês de
Janeiro saímos para algumas províncias, realizando actividades educativas
( Direitos humanos, Educação para o amor, Cursos Bíblicos, Teatro, Dança,
Reforço escolar, Artes e ofícios, Visita às famílias, etc.
 O Espírito de Família que se centra no sistema preventivo de Dom Bosco,
basificado na razão, religião e no amor. Como experiência de vida, procuramos
viver numa harmonia cordial das virtudes, onde a confiança, a aceitação do
outro, o respeito mútuo e a responsabilidade gera o afecto.
 A Vida no Espírito, quer dizer que vivemos uma espiritualidade onde o Centro
é Jesus Cristo, morto e Ressuscitdo, à Ele haurimos as forças para realizar
nossa missão.Unidos numa só coração e numa só alma, pertence no
voluntariado várias denominações religiosas. Assim sendo, na missão também
Evangelizamos, isto é, levamos às famílias a alegria do Evangelho, como Boa
notícia que dá esperança e paz.
 O Nosso Código de conduta sintetisa-se na POBREZA( que é o desapego,
austeridade, simplicidade e flexibilidade nas dificuldades); CASTIDADE
( centra-se no amor à Deus( vertical) e no amor ao próximo ( horizontal). Exige
do voluntário equilíbrio afectivo para com todos); OBEDIÊNCIA ( é estar
sujeito a fazer a vontade do grupo, portanto, é necessário uma disponibilidade
interior, colaboração.

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