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Paulo em Malta. In.: ALMEIDA, João Ferreira. Bíblia Sagrada (RC).

São Paulo: CPAD,


1995, Atos dos apóstolos C.28 e Vs 1-11, p. 122.

PAULO EM MALTA

A obra é um pequeno texto com onze versos que relata a estadia de Paulo e alguns
prisioneiros em uma ilha. Apesar do autor do livro de Atos não se identificar, nos sabemos
que ele é Lucas o médico e cooperador de Paulo (Cl 4.14; Fm 24), porque “o cânone
Muratoriano, o prólogo anti-marcionita, Ireneu, Clemente de Alexandria, Orígenes e
Tertuliano”1 dão testemunho disso. E pelo uso de verbos e pronomes na primeira pessoa do
plural (At 28.1,2,7,10,11) podemos deduzir que Lucas foi uma testemunha ocular dos
acontecimentos narrados.

Segundo o autor, Paulo chegando à ilha de Malta que fica “ao sul da ilha de Sicília”2,
foi tratado bem pelos bárbaros, porém ele foi mordido por uma víbora ao lançar gravetos em
um fogo aceso para se protegerem do frio.

O autor relata que os bárbaros, que são chamados assim por serem “não-grego em
relação à cultura e ao idioma”3, julgaram que Paulo era um homicida, pois havia sobrevivido a
um naufrágio, mas foi mordido por uma víbora e a Justiça não o permitia viver, e neste lugar
há um ponto interessante, porque “encontramos aqui uma personificação da justiça.”4, o que
indica a crença dos malteses à “Dique, deusa grega da justiça e da vingança”5, entretanto
como bárbaros podem demonstrar ter conhecimento da mitologia grega? Mais adiante
prestando atenção ao texto esta resposta é dada. Contudo os bárbaros percebendo que nada
aconteceu a Paulo diziam que ele era um deus. Relata o autor que Paulo sendo recebido pelo
principal da ilha, Públio, orou pelo seu pai enfermo de febres e disenteria, e logo após por
todos os outros que também estavam enfermos na ilha, os quais foram todos curados.

Conclui o autor que os bárbaros gratos proveram as coisas necessárias e três meses
depois do naufrágio partiram num navio de Alexandria que invernava na ilha, com insígnia
Castor e Pólux. Com essas informações podemos responder como os bárbaros tinham
conhecimento da mitologia grega, pois Alexandria “Era um grande porto marítimo situado na
costa noroeste do delta do rio Nilo, no Egito”6, e continha “proeminentemente em sua
população: gregos, egípcios e judeus”7. Castor e Pólux, eram “considerados as divindades
protetoras dos marinheiros e viajantes”8, sua insígnia no navio denuncia a crença dos
tripulantes da embarcação. E fica evidente que os gregos de Alexandria ensinavam a
mitologia aos habitantes de Malta quando invernavam ali. Também podemos observar a
atuação do Espírito Santo que vendo o que ocorria naquela ilha, criou situações e conduziu a
Paulo para pregar o evangelho aquelas pessoas que estavam sendo enganadas com fábulas. E
apesar do texto Bíblico não mencionar se alguém naquela ocasião aceitou a Jesus Cristo como
Salvador, “catacumbas datadas dos séculos IV e V D. C., confirmam a cultura e a fé Cristã
estabelecidas em Malta”9. Embora em certo momento os habitantes daquela ilha esperassem a
morte de Paulo, Deus por meio de Paulo trouxe vida para eles.

Recomendamos a todos que amam a palavra de Deus a continuarem lendo e


meditando nesse texto, muitas lições valiosas para nossas vidas ainda podem ser extraídas
dele.

Daniel Felipe Santiago, presbítero e aluno da ESTEADEB; Leandro Mendonça


Justino, aluno da ESTEADEB.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1
BLOMBERG, Craig L. Introdução aos Quatro Evangelho. São Paulo: Vida Nova,
2009. p. 203.

2
CHAMPLIN, Russel Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Vol. 4:
M-O. 11° ed. São Paulo: Hagnos, 2013. p. 44.

3
PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wycliffe. 2° Ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2007. p. 262.

4
CHAMPLIN, Russel Norman. O Novo Testamento Interpretado: versículo por
versículo: Vol. 1. São Paulo: Hagnos, 2002. p. 539.

5
CHAMPLIN, Russel Norman. O Novo Testamento Interpretado: versículo por
versículo: Vol. 1. São Paulo: Hagnos, 2002. p. 539.

6
CHAMPLIN, Russel Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Vol. 1:
A-C. 11° ed. São Paulo: Hagnos, 2013. p. 105.

7
CHAMPLIN, Russel Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Vol. 1:
A-C. 11° ed. São Paulo: Hagnos, 2013. p. 106.
8
BULFINCH, Thomas. O livro de ouro da mitologia. 26° ed. Rio de Janeiro:
EDIOURO PUBLICAÇÕES, 2002. p. 194.

9
CHAMPLIN, Russel Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Vol. 4:
M-O. 11° ed. São Paulo: Hagnos, 2013. p. 44.

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