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FACULDADE DE CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS BACHARELADO EM 

SERVIÇO SOCIAL 
ANA MOUSER BOMFIM CARMO 
SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO: A NECESSIDADE PROFISSIONAL NO 
CONTEXTO DE ITAMARAJU-BA. 
Itamaraju/Ba 
2018 
 
ANA MOUSER BOMFIM CARMO 
SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO: A NECESSIDADE PROFISSIONAL NO 
CONTEXTO DE ITAMARAJU-BA. 
Projeto  de  monografia  apresentada  a  Faculdade  de  Ciências  Sociais  Aplicada  como  requesito 
parcial de nota para a disciplina Trabalho de Conclusão de Curso I. 
Profo: Emanuel Vieira Pinto 
Itamaraju/Ba 
2018 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3 
1.1 PROBLEMA ......................................................................................................... 3 
1.2 OBJETIVOS ......................................................................................................... 4 
1.2.1  Objetivo  Geral  ...................................................................................................  4 
1.2.2  Objetivos  Específicos  ........................................................................................  4 
1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 4 
1.4 METODOLOGIA ....................................................................................................5 
1.5 RESULTADOS ESPERADOS ...............................................................................5 
2 METODOLOGIA ..................................................................................................... 6 
2.1 ABORDAGEM ...................................................................................................... 6 
2.2 TIPO DE PESQUISA ........................................................................................... 6 
2.3 LOCAL DE ESTUDO ........................................................................................... 6 
2.4 AMOSTRA ........................................................................................................... 6 
2.5 TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS ....................................................................... 6 
3 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 7 
3.1 CONTEXTO HISTÓRICO .................................................................................... 7 
3.2 CONTEXTO NACIONAL ...................................................................................... 8 
3.3 DESENVOLVIMENTO DO TEMA .......................................................................10 
3.4 CARACTERISTICAS ...........................................................................................11 
3.5 CONCEITOS E DEFINIÇÃO ...............................................................................13 
4 CRONOGRAMA ................................................................................................... 15 
5 SUMÁRIO TCC ..................................................................................................... 16 
6 REFERÊNCIAS ......................................................................................................17 
 

1 INTRODUÇÃO 
A presente pesquisa pretende promover uma reflexão sobre a importância da 
atuação do Assistente Social dentro das escolas. Tendo em vista o reconhecimento 
de que a educação é fundamental para o desenvolvimento da sociedade, e é através 
dela que um país pode alcançar as transformações sociais necessárias para assim 
atingir o progresso. 
Fazendo uma retrospectiva sobre a história da educação brasileira, desde a 
época dos jesuítas, passando pelas transformações do Estado, as Constituições 
Federais que ao passar do tempo teve seu peso para que hoje pudéssemos gozar do 
Direito à educação, sendo ela de qualidade, e para todos, sem distinção de raça ou 
gênero. 
Ao abordar as Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional tem-se como 
importante saber se estão sendo cumpridas de fato, e principalmente com a análise 
do Plano Municipal de Educação vigente perceber em nenhuma de suas estratégias 
colocam a inserção do Assistente Social como importante neste meio, e acabam por 
negligenciar que este acompanhamento é imprescindível para se combater as 
expressões da Questão Social , onde são expostas como metas , tendo assim uma 
compreensão que esta inserção será algo irá oferecer risco a atuação dos professores 
, mas que de fato é um complemento do trabalho interdisciplinar para com o ensino 
aprendizagem de qualidade que as legislações prevê. 
 

1.1 PROBLEMA 
A precarização do ensino público brasileiro mediante políticas neoliberais, 
ocasiona uma fragilização do corpo docente, que por si só não consegue enfrentar as 
inúmeras dificuldades trazidas pelas expressões da questão social. A inserção do 
Assistente Social com sua bagagem profissional, ocasiona uma análise na 
educação como totalidade histórica, para assim empreender uma construção coletiva, 
fortalecendo a democracia e a conquista da cidadania. 
Neste sentido, quais os impactos gerados na vida social dos alunos pela falta 
de acompanhamento com um assistente social? 
1.2 OBJETIVOS 
1.2.1 Objetivo Geral 
• Analisar os impactos gerados na vida social dos alunos pela falta de 
acompanhamento com um assistente social. 
1.2.2 Objetivos Específicos 
• Analisar a atuação do Assistente Social no contexto de Itamaraju-BA; 
• Identificar demanda no âmbito escolar do município de Itamaraju-BA; 
• Compreender a função social do profissional na escola 
1.3 JUSTIFICATIVA 
Partindo do pressuposto de que a escola é uma Instituição social e as nelas há 
disputa de poder, onde se localiza o objeto da intervenção do assistente social. Os 
objetivos profissionais de um assistente social dentro de uma instituição, quer seja ela 
pública, privada ou de terceiro setor, se definem conforme a sua especificidade 
(UNITINS,2011, p.25). 
 

Tendo em vista que os problemas sociais acabam afetando diretamente o 
ensino aprendizagem dos alunos, que por sua vez não é compreendido pelo corpo 
docente, desenvolvendo assim resistência e limitação. O Assistente Social tem 
competência para trabalhar neste meio, intervindo articulado em seu Código de Ética 
profissional, onde em seus Princípios Fundamentais estabelece: 
Reconhecimento  da  liberdade  como  valor  ético  central  e  das  demandas  políticas  a  ela  inerentes  – 
autonomia,  emancipação  e  plena  expansão  dos  indivíduos  sociais;  Defesa  intransigente  dos  direitos 
humanos  [...];  Ampliação  e  consolidação  da  cidadania  [...];  Posicionamento  em  favor  da  equidade  de 
justiça  social  [...];  Empenho na eliminação de todas as formas de preconceitos [...] e Exercício do Serviço 
Social  sem  discriminar,  nem  discriminar  por  questões  de  inserção  de  classe  social,  gênero,  etnia, 
religião, nacionalidade, opção sexual, idade e condição física (CFESS,1993, p. 23). 

Conforme afirma, André Michel dos Santos (2007) 


Para  que  a  escola  possa  desempenhar  o  seu  papel  político,  ela  deve  desenvolver  o  senso  crítico  do 
aluno,  precisando  estar  em  sintonia  não  só  com a realidade do aluno, como também com a realidade da 
comunidade  na  qual  ela  se  encontra  inserida.  Deve,  assim,  respeitar  a  realidade  social,  cultural  e 
econômica  dos  seus  alunos  e,  partindo  dela,  a  iniciativa  de  propiciar  a  participação  da  família  no 
processo sócio pedagógico da escola. 

Contribuindo para a formação de consciência de sujeitos capazes de construir 


sua própria história com base na criticidade, que para Paulo Freire, “o verdadeiro 
papel da escola é muito mais do que ensinar boas maneiras, ler e escrever. É criar 
consciência crítica e formar um cidadão em cada um de seus alunos” (FREIRE, 1997, 
p.20-21). 
1.4 METODOLOGIA 
Para a construção desta pesquisa contará com a utilização da abordagem 
qualitativa e quantitativa, com bibliografia e documentação de leis e dados já 
publicados referentes ao assunto, do Serviço Social e da educação. 
1.5 RESULTADOS ESPERADOS 
A busca pelo discernimento, tendo em vista a importância de educação com 
qualidade, e mais possibilidades de compreender as expressões da questão social 
com a inserção do Assistente Social no município de Itamaraju. 
 

2 METODOLOGIA 
2.1 ABORDAGEM 
Com o propósito de se estudar os fenômenos que ocorrem no âmbito escolar 
do município de Itamaraju, resultantes das relações sociais será necessário a 
utilização da abordagem qualitativa, no sentido de analisar todo o contexto envolvido 
em sua totalidade, e para completar tal perspectiva a utilização da abordagem 
quantitativa expondo dados relevantes dos profissionais da rede municipal frente as 
demandas advindas do âmbito escolar. 
2.2 TIPO DE PESQUISA 
Nesta abordagem será utilizada a pesquisa bibliográfica, por oferecer um 
leque grande de subsídios por meio de teses e artigos científicos. O estudo de caso 
também será utilizado mostrando os elementos e as múltiplas dimensões que se 
apresentam no âmbito escolar, com levantamento de dados pelo uso de questionários. 
2.3 LOCAL DE ESTUDO 
O presente estudo será realizado no âmbito municipal de Itamaraju-BA. 
2.4 AMOSTRA 
Será utilizado amostra aleatória simples de acordo com a demanda municipal. 
2.5 TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS 
Utiliza-se teses e dissertações, Estatuto da Criança e do Adolescente, 
constituição vigente e anteriores, Legislação sobre a educação e o Serviço Social na 
educação, e tudo que tratar do assunto em análise. 
 

3 REVISÃO DE LITERATURA 
3.1 CONTEXTO HISTÓRICO 
A educação que conhecemos atualmente passou por diversas mudanças, e 
se tratando da nossa conjuntura vale ressaltar alguns pontos. Na época do Brasil 
Colônia quando os jesuítas reproduziam sua cultura, impondo para os que aqui 
habitavam uma educação predominante religiosa, com várias restrições. 
Dando um salto histórico: 
O  Brasil  as  décadas  de  20  e  30  foram  palcos  de  uma  intensa  disputa  ideológica  no  campo  político, 
econômico  e  educacional.  Mas  esta  conjuntura  não era exclusividade brasileira, tanto que na Europa, se 
assistia  à  consolidação  do  fascismo  na  Itália;  do  stalinismo  na  URSS,  e,  a  ascensão  do  nazismo  na 
Alemanha.  Todos  estes  fatores  não  poderiam  deixar de influenciar os ânimos no Brasil” (PALMA FILHO, 
2005). 

A primeira vez em que a educação passou a ser vista como direito para todos 
foi com a promulgação da Constituição de 1934, que em seu artigo 149 traz: 
A  educação  é  direito  de  todos  e deve ser ministrada, pela família e pelos Poderes Públicos, cumprindo a 
estes  proporcioná-la  a  brasileiros  e  a  estrangeiros  domiciliados  no  País,  de  modo  que  possibilite 
eficientes  fatores  da  vida  moral  e  econômica  da  Nação,  e  desenvolva  num  espírito  brasileiro  a 
consciência da solidariedade humana (BRASIL, 1934). 

Mas com o Estado Novo e a nova carta magna de 1937 contém tendências 
fascistas da Europa, o artigo 128 nos traz “ A arte, a ciência e o ensino são livres à 
iniciativa individual e à de associações ou pessoas coletivas públicas e particulares”, 
ou seja, se coloca a educação em segundo lugar para com o Estado. 
Surgiram então retrocessos, que segundo TEIXEIRA, e VESPÚCIO,2014 : 
No  ensino  primário,  mas  ao  mesmo  tempo  era  exigido  contribuição  mensal  para  vinculação  obrigatória 
de  recursos  para  a  pasta  foi  extinta  e,  embora  fosse  obrigatório  e  gratuito o ensino primário, dos menos 
necessitados  era  exigida  uma  contribuição  módica  e  mensal  para  a  caixa  escolar,  como  uma  forma  de 
solidariedade. 

É de suma importância ressaltar que nesta época para alimentar as demandas 


do industrialismo tardio, foram necessários subsídios na construção da mão de obra, 
o ensino agora era voltado em duas esferas, a primeira no pré-vocacional, para as 
pessoas com mais condições de vida, e o profissional voltado para a massa popular, 
baseados em trabalhos manuais. 
 

A próxima constituição em 1946, é voltada para princípios liberais e 
democráticos, e como aborda Vieira (2007 p.299) 
Os  anos  quarenta  caracterizam-se  por  reformas  educacionais  que  passariam  à  história  como  as  Leis 
Orgânicas  do  Ensino,  alusão  ao  título  de  cada  uma,  acrescido  da  área  específica  a  que  se  destinam. 
Embora  ultrapassem  no  tempo  a  obra  do  Estado  Novo,  sob  sua  vigência  são  acionados  decretos  leis 
referentes  ao  ensino  industrial  (Lei  Orgânica  do  Ensino  Industrial  –  Decreto-  Lei  n°  4.073/42),  ao 
secundário  (Lei  Orgânica  do  Ensino Secundário – Decreto-Lei no 4.244/42) e ao comercial (Lei Orgânica 
do  Ensino  Comercial  –  Decreto-Lei  no  6.141/43).  Também  durante  este  período  é  criado  o  Serviço 
Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai – Decreto-Lei no 4.048/42). 

A educação nacional começou a ser orientada a partir da Lei no 4.024/1961 


que fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, onde nos fins da educação, 
artigo 1o estabelece: 
A educação nacional, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem 
por fim: 
a) a compreensão dos direitos e deveres da pessoa humana, do cidadão, do Estado, da família e dos 
demais grupos que compõem a comunidade; b) o respeito à dignidade e às liberdades fundamentais do 
homem; c) o fortalecimento da unidade nacional e da solidariedade internacional; d) o desenvolvimento 
integral da personalidade humana e a sua participação na obra do bem comum; 
e) o preparo do indivíduo e da sociedade para o domínio dos recursos científicos e tecnológicos que lhes 
permitam utilizar as possibilidades e vencer as dificuldades do meio; f) a preservação e expansão do 
patrimônio cultural; g) a condenação a qualquer tratamento desigual por motivo de convicção filosófica, 
política ou religiosa, bem como a quaisquer preconceitos de classe ou de raça. 

E posteriormente em seu artigo 2o a educação é tida como direito de todos, 


sendo ofertada no lar e também na escola, com uma abertura para a família escolher 
o melhor modo para seus filhos, realidade muito diferente de hoje em dia pois não se 
é permitido a educação em casa. 
3.2 CONTEXTO NACIONAL 
A atual Constituição vigente traz em seu artigo 3° os objetivos fundamentais, 
tais como, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, tendo 
desenvolvimento nacional, erradicado a pobreza e a marginalização, com a redução 
das desigualdades sociais e regionais (BRASIL,1988) e ainda para construir tais 
subsídios , em seu artigo 6° prevê os direitos sociais “a educação, a saúde, a 
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência 
 

social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados”( 
BRASIL,1988 ). 
No entanto, se formos analisar a atual conjuntura brasileira, trinta anos após 
a promulgação da carta magna temos como reposta que toda esta garantia é 
meramente comprometida por diversos fatores e principalmente pelo desmonte das 
políticas sociais atuais, sendo que esta: 
Reveste-se  de  um  caráter  contraditório, pois, ao mesmo tempo em que atende aos interesses do capital, 
atende  também  às  necessidades  da  classe  trabalhadora.  Portanto,  a  sua expansão é marcada pela luta 
dos  trabalhadores  na  perspectiva  da  conquista  e  da  consolidação  dos  direitos  sociais  (IAMAMOTO, 
2003; YAZBEK, 2000; PEREIRA, 2008). 

Nesse aspecto o individuo que precisa desses subsídios para a construção da 
cidadania plena, que em sua maioria são marginalizados, acabam por ter seus direitos 
negligenciados e ainda, sendo um mero reprodutor da lógica capitalista. O Serviço 
Social 
tem em sua base objeto de estudo a questão social que segundo CARVALHO e 
IAMAMOTO, 
(1983, p.77): 
A  questão  social  não  é  senão  as  expressões  do  processo  de  formação  e  desenvolvimento  da  classe 
operária  e  de  seu  ingresso  no  cenário  político  da  sociedade,  exigindo  seu  reconhecimento  como classe 
por  parte  do  empresariado  e  do  Estado.  É  a  manifestação,  no  cotidiano  da  vida  social,  da  contradição 
entre  o  proletariado  e  a  burguesia,  a  qual  passa  a  exigir  outros  tipos  de  intervenção  mais  além  da 
caridade e repressão. 

TELES ainda complementa (1996, p. 85): 


A  questão  social  é  a  aporia  das  sociedades  modernas  que  põe  em  foco  a  disjunção,  sempre renovada, 
entre  a  lógica  do  mercado  e  a  dinâmica  societária,  entre  a  exigência  ética  dos  direitos  e  os imperativos 
de  eficácia  da  economia,  entre  a  ordem  legal  que  promete  igualdade  e a realidade das desigualdades e 
exclusões tramada na dinâmica das relações de poder e dominação. 

Trazendo a tona uma complexidade de fios que compõe os subsídios do fazer 


profissional do Assistente Social, que está voltado para a garantia de direitos sociais, 
com sua base articula em torno de seu Projeto Ético-político Profissional: 
Posicionamento  em  favor  da  equidade  e  justiça  social,  que  assegura  a  Universalidade  de  acesso  aos 
bens  e  serviços  relativos  aos programas e às políticas sociais, bem como sua gestão democrática”, além 
do  “compromisso  com  a  qualidade  dos  serviços  prestados  à  população  e  com  o  aprimoramento 
intelectual, na perspectiva da competência profissional (CFESS, 1993). 
 
10 
3.3 DESENVOLVIMENTO DO TEMA 
Partindo do pressuposto de que a escola é uma Instituição social e por isso 
acaba ocorrendo disputa de poder, sendo que este é o objeto de intervenção do 
Assistente Social , e que os objetivos profissionais dentro de uma instituição, quer seja 
ela pública, privada ou de terceiro setor, se definem conforme a sua especificidade 
(UNITINS, 2011,p.25) acabando por reforçar a inserção nesta área trabalhando em 
prol da efetivação de direitos e ampliação da cidadania, nesta área onde o senso 
comum difunde-se ao saber propagado pela lógica do capital. 
Segundo Paulo Freire o verdadeiro papel da escola é muito mais do que 
ensinar boas maneiras, ler e escrever. É criar consciência crítica e formar um cidadão 
em cada um de seus alunos (FREIRE, 1997, p.20-21) porém, trazendo para a 
realidade escolar dos municípios brasileiros, este papel de desenvolver e aguçar o 
senso crítico é um desafio diário, visto que envolve muito mais do que uma simples 
sala de aula, professores e alunos, quando se fala neste aspecto temos que analisar 
o contexto em sua totalidade, com os fatores internos e externos. 
No sentido de despertar a consciência crítica e ativa para a construção da 
cidadania plena entre os alunos, família, comunidade e âmbito escolar, o Assistente 
Social acaba por ser indispensável, sendo um alicerce ,com sua base teórico 
metodológica que está diretamente ligada ao projeto de ético profissional, atribuições 
que possibilita atuação nos espaços escolares , juntamente com a equipe que 
compõem o corpo técnico escolar, desenvolvendo assim suas competências em prol 
da consolidação do direito à educação e , sobre tudo intervendo para “sanar a 
problemática socioeconômica que a escola vivencia” (UNITINS,2011, p.21). 
A intervenção social é desafiadora, pois são inúmeras as expressões da 
questão social que acaba por atingir um só aluno, de forma direta e indireta, tendo 
seus direitos negligenciados, reproduzidos no comportamento e comprometendo o 
ensino-aprendizagem, alimentando a alienação predestinada pela lógica capitalista. 
Em um levantamento de dados promovido pelo Conselho Federal de Serviço 
Social e alguns Conselhos Regionais de Serviço Social, entre assistentes sociais 
atuantes neste meio surgiram: 
 
11 
Referências  na  abordagem  com  os/as  estudantes,  sobretudo  de  temas  transversais  ao  processo 
educacional  como:  sexualidade;  drogas;  violência;  doenças  sexualmente  transmissíveis;  bullying; 
manifestações  e  movimentos  culturais  juvenis;  adolescência  e  formação  para  o  trabalho  e  cidadania 
como  forma  de  contribuir  para  a  qualidade  da  educação,  a  partir  de  uma  ampliação  das  práticas 
pedagógicas no interior da escola. 

Um fator muito ressaltado neste levantamento foi a importância da família de 


forma efetiva na unidade e processo educacional, também fatores como: 
A  assessoria  aos/às  participantes  de  conselhos  escolares  e  grêmios  estudantis,  dentre  outros;  a 
realização  de  discussões  e  debates  sobre  cidadania  e  participação  dos/as  jovens  na  sociedade;  a 
potencialização  da  participação  dos  pais,  responsáveis,  alunos/as  e  comunidade  nos  conselhos 
Escola-Comunidade e também nos conselhos” (CFESS,CRESS,2011). 

O trabalho do Assistente Social neste campo pode ser voltado para a 


prevenção de fatores de risco social, realizando encontros e debates sobre temas 
diversos com a família e a comunidade, que se posteriormente houver demandas para 
serem encaminhada a rede ocorrerá tal ação, viabilizadas por meio de políticas 
sociais, órgãos referentes à garantia de direitos como o conselho tutelar e o ministério 
público tudo para manter a integridade e proteção da criança e do adolescente como 
previsto no ECA. 
3.4 CARACTERÍSTICAS 
Esta pesquisa busca analisar a educação no município de Itamaraju-BA, e 
partindo exploração do último Censo Demográfico 2010, divulgado pelo Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, temos os seguintes dados sobre o 
município de Itamaraju, que envolvem diretamente as expressões da questão social: 
“ população total era de 63.069 residentes, dos quais 6.812 se encontravam em 
situação de extrema pobreza, ou seja, com renda domiciliar per capita abaixo de R$ 
70,00. Isso significa que 10,8% da população municipal vivia nessa situação ” é 
importante salientar que esta parcela da população se encontra em zona rural e 
urbana. 
Tal situação nos mostra um apanhado geral da população, e ainda, foi exposto 
“a taxa de analfabetismo das pessoas de 10 anos ou mais era de 20,1%. Na área 
urbana, a taxa era de 17,1% e na zona rural era de 31,5%. Entre adolescentes de 10 
a 14 anos, a taxa de analfabetismo era de 5,9%” (IBGE,2010). 
 
12 
Quando partimos para a escolarização de crianças e adolescentes entre 6 a 
14 anos de idade de 95.7%, dados recentes de 2015 do IBGE, e ao analisarmos sob 
um olhar quantitativo o município em relação a sua à micro região está presente no 
15o lugar de 19o colocados (IBGE,2015) levando ainda em consideração que estes 
municípios vizinhos vivem situação semelhante. 
Os municípios brasileiros têm como dever prover a educação base, desde a 
creche até o ensino fundamental, em Itamaraju 37% das desprezas é para a educação 
(IBGE,2011). O Plano Nacional de Educação tem por finalidade a determinação de 
diretrizes, metas e estratégias para a educação, tendo em vista a construção de uma 
educação básica de qualidade, redução de desigualdades, valorização dos 
profissionais da educação, entre outros, e ainda a âmbito municipal existe a lei 
no912/2015 que diz respeito ao Plano Municipal de Educação, que tem vigência de 
dez anos, com as seguintes diretrizes: 
I- erradicação do analfabetismo; II-universalização do atendimento escolar; III- superação das 
desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as 
formas de discriminação; IV- melhoria da qualidade do ensino; V- formação para o trabalho e para a 
cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamentam a sociedade; VI- promoção 
do princípio da gestão democrática da educação pública; VII- promoção humanística, cientifica, cultural e 
tecnológica do município; VIII- estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação, 
resultantes da receita de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e 
desenvolvimento da educação infantil, do ensino fundamental e da educação inclusiva; IX- valorização 
dos (as) profissionais da educação; e X-difusão dos princípios da equidade e do respeito à diversidade. 

Esta lei é baseada nas possíveis necessidades do município , e existem várias 


expressões da questão social que são citadas, como combate à evasão escolar, e 
também incentiva-se a participação dos pais nas atividades escolares , a promoção 
de projetos e ações, em caráter complementar com foco no desenvolvimento das 
crianças , sempre com a articulação com outras secretarias ,e uma eventual equipe 
multidisciplinar sem a presença de um profissional de Serviço Social, profissional este 
que trabalha diretamente com essas questões. 
Tal situação acaba gerando uma superlotação de manda para os assistentes 
sociais das outras políticas municipais, porém que se formos fazer um apanhado geral 
 
13 
com todos os envolvidos desde alunos até o corpo docente das instituições escolares 
é notório um resultado favorável a esta atuação. 
3.5 CONCEITOS E DEFINIÇÃO 
A educação básica “é um conceito novo, é um direito e também uma forma de 
organização da educação nacional. Como conceito, a educação básica veio 
esclarecer e administrar um conjunto de realidades novas trazidas pela busca de um 
espaço público novo” (CURY,2008,p. 294) levando em consideração toda história, as 
restrições para com a população menos favoráveis, a democracia está em vigor e o 
direito é para todos. 
Esta abertura possibilita um caminho diferente, para a concretização do que 
as Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e a Constituição Federal de 
1988 estabelece, por ser um direito: 
A  prática  de  declarar  direitos  significa, em primeiro lugar, que não é um fato óbvio para todos os homens 
que  eles  são  portadores  de  direitos  e,  por  outro  lado,  significa  que  não  é  um  fato óbvio que tais direitos 
devam  ser  reconhecidos  por  todos.  A  declaração  de  direitos  inscreve  os  direitos  no  social  e  no  político, 
afirma  sua  origem  social  e  política  e  se  apresenta  como  objeto  que  pede  o  reconhecimento  de  todos, 
exigindo o consentimento social e político. (Chauí, 1989, p.20) 

Conforme salienta MARCIEL (2011, p.328) “A educação, no atual contexto da 


ideologia neoliberal, tem sido vista, pelo viés da Economia, como formação do capital 
humano. Segue-se um modelo de formação, de sujeitos produtivos para o mercado, 
que se torna hegemônico, constituído pelas competências necessárias à 
empregabilidade” 
Completando esta perspectiva MOACIR GADOTTI afirma: 
A  educação  apresenta-se  numa  dupla  encruzilhada:  de  um  lado,  o desempenho do sistema escolar não 
tem  dado  conta  da  universalização  da  educação  básica  de  qualidade;  de  outro,  as  novas  matrizes 
teóricas  não  apresentam  ainda  a  consistência  global  necessária  para  indicar  caminhos  realmente 
seguros numa época de profundas e rápidas transformações. (GADOTTI,2000) 

Estas questões ainda é um fator que determina como será propagada este 
tipo de ensino, que muitas vezes é apenas uma forma de alienação para a massa de 
nossa sociedade. CANÔAS (2007,p.63) aborda dois autores que trabalham uma 
 
14 
forma de educação completamente distinta ao modelo anteriormente citado, primeiro 
cita o Mészáros, interlocutor de Marx : 
Trabalha,  com  vigor,  a  perspectiva  de  os  educandos  trabalharem  as  mudanças  necessárias  para  a 
construção  de  uma sociedade na qual o capital não explore mais o tempo de lazer, pois o que as classes 
dominantes  impõem  é  uma  educação  para  o  trabalho  alienante,  com  o  objetivo  de  manter  o  homem 
dominado.  Propõe  a  educação  libertadora  que  teria  como  função,  transformar  o  trabalhador  em  um 
agente político, que pensa, age, e usa a palavra como arma para mudar a realidade. 

Com isso o autor propõem uma educação voltada para uma consciência de 
classe, onde este individuo saiba a importância do tempo de lazer, não tem assim uma 
alienação sobre o que está sendo passado, ou seja a busca da liberdade com a 
educação e não uma prisão de conhecimento, sendo que este poderá ser um agente 
transformador da sua própria realidade, tendo em vista a possibilidade de mudança 
com engajamento político. CANÔAS (2007,p.63), após citar Mészáros , em seguida 
traz Paulo Freire, que discute: 
Uma  proposta  universal  da  educação  como  sendo  uma  prática  de  educar  para  a  liberdade.  Permitindo, 
ousar  pensar-se,  em  uma  síntese,  das  práticas educativas similares, autônomas, interdisciplinares, tanto 
do  serviço  social  quanto  da  educação:  ambas  as  práticas  voltadas  para  a  libertação  humana,  pois, 
sempre existirão uma maneira diferente e original para o ser humano organizar a sua vida no planeta. 

Para desenvolver uma educação voltada a liberdade e não para a alienação 


é necessário ter um jogo de cintura, e articulação direta com toda a estrutura escolar, 
são vários os fatores que facilitam a propagação da ideologia do mercado, o 
capitalismo está cada vez mais selvagem, e ter mentes não tão pensantes como 
deveriam ajudam nessa reprodução, a falta de estrutura das escolas são reflexos das 
expressões da questão social, dificultando o desenvolvimento político , cultura e social 
dos indivíduos . 
 
15 
4 CRONOGRAMA 
Atividades Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 
Revisão de literatura 
X X X 
Delimitação do tema 

Fichamento 
X X 
Redação do Projeto 
X X 
Preparação da 
Documentação para 
permissão da coleta 
de dados 

Coleta de dados X X 
Análise dos dados X X 
Redação X X X 
Entrega do TCC no 
NTCC 

Apresentação Pública 
do TCC 

 
16 
5 SUMÁRIO TCC 
1 INTRODUÇÃO 
2 EDUCAÇÃO NO BRASIL 
2.1 ANTES DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
2.2 A PARTIR DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
2.2 DIRETRIZES NACIONAL DA EDUCAÇÃO 
2.3 DIRETRIZES MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO DE ITAMARAJU 
3 SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO 
3.1 PRINCÍPIOS 
3.2 COMPETÊNCIAS 
3.3 POSSIBILIDADES DO TRABALHO INTERDISCIPLINAR 
4 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA 
4.1 EDUCAÇÃO NA VISÃO FREIREANA 
5 ATUAL CONJUNTURA DO MUNICIPIO DE ITAMARAJU-BA 
5.1 ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS FRENTE AS DEMANDAS 
EDUCACIONAIS 
5.1 POSSIBILIDADES DA ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO ÂMBITO 
MUNICIPAL 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
7 REFERÊNCIAS 
 
17 
6 REFERÊNCIAS 
BRASIL, Constituição (1988). Constituição da Republica Federativa do Brasil. 
Disponivel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituição/constituição.htm>. 
Acesso em: 23 Abr. 2018. 
BRASIL, lei n° 8.069 de 13 de julho de 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm>. Acesso em: 22 
Abr. 2018. 
CANÔAS, J. W. Social Serviço e Educação. Serviço Social & Realidade (Franca), v. 
16, n. 1, p. 163-168, 2007. 
CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Código de Ética do Assistente 
Social. Lei 8662/93 de regulamentação da profissão. Disponível em: 
<http://www.cfess.org.br/CEP_CFESS-SITE>. Acesso em: 23 de abr.2018. 
CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. O Serviço Social na Educação. 
Brasília, 2001. 
CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Subsídios para o debate sobre o Serviço 
Social na educação. GT de Educação, Brasília, jun. 2011. Disponível em: 
<http://www.cfess.org.br/subsídiosparaodebatesobreoservicosocialnaeducação>. 
Acesso em: 21 Jun. 2018. 
DALLAG, C. S. T. Serviço Social na educação: Concepções e direitos em 
questão. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,2014. 
IAMAMOTO, M. V., CARVALHO, R. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: 
esboço de uma interpretação histórico- metodológica. 14a ed. São Paulo: Cortez, 
2000. 
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e estatística. Censo demográfico ,2010. 
Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/itamaraju/panorama> Acesso em: 
23 de jun. 2018. 
 
18 
ITAMARAJU. Lei no 912, de 17 de março de 2015. Dispõe sobre o plano municipal de 
educação. Diário Oficial do município de Itamaraju, Itamaraju, 18 jun. 2015. 
LOPES, E. M. S.. Serviço social e educação: as perspectivas de avanços do 
profissional de serviço social no sistema escolar público. In: XV Ciclo de debates 
Zilda Feres, 2005, Marília SP. XV Ciclo de debates Zilda Feres: Resumos. Marília SP: 
Unesp, 2005. p. 25. 
MACIEL, Karen de Fátima. O pensamento de Paulo Freire na trajetória da 
educação popular. Educação em Perspectiva. Viçosa, v. 2, n. 2011. 

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