O Sistema de Contas Nacionais Do Brasil

O Sistema de Contas Nacionais do Brasil
Introdução à Economia - Prof. Ana Cláudia Annegues
Curso de Relações Internacionais-UEPB
Abril, 2018
Ana Cláudia (Relações Internacionais-UEPB) O Sistema de Contas Nacionais do Brasil 04/2018 1 / 42

Referências
Rosseti, Cap. 13
Mankiw, Cap. 23
Lopes, L.M.;Vasconcellos,M. Manual de Macroeconomia: equipe de
professores da USP, 2009. Cap 1

Sumário
1 Introdução
2 Sistema de Contas Nacionais do Brasil(SCNB)
3 A Evolução do Sistema de Contas Nacionais do Brasil
4 O Atual Sistema de Contas Nacionais do Brasil
5 Os Grandes Agregados do Atual SCNB
6 Estrutura e Conteúdo das TRUs
7 As Contas Econômicas Integradas, CEIS
8 PIB Norminal vs PIB Real

Introdução
Sumário
1 Introdução

Introdução
Introdução
O Sistema de Contas Nacionais

Define os elementos conceituais, as metodologias de levantamento
de estatı́sticas básicas, a articulação e a integração dos fluxos de
transações econômicas.
Criado por Richard Stone (economista britânico, nobel de economia

1984).
Esta primeira versão foi seguida de outras, sempre procurando aten-

der à grande diversidade e a evolução das economias nacionais

Sistema de Contas Nacionais do Brasil(SCNB)
Sumário
1 Introdução

Sistema de Contas Nacionais do Brasil (SCNB)
Histórico
Nos últimos 70 anos, as Nações Unidas editaram cinco novas versões
do SNA, nos anos 1960, 64, 68, 93 e 2008.
Todas estas evoluções foram assimiladas no Brasil. O SCNB está

alinhado às mais recentes normas internacionais.

Motivos
Acompanhar a evolução dos grandes agregados da produção, da
renda e dos dispêndios, relevada em séries temporais, que eviden-
ciem o desempenho da economia brasileira, por setores e regiões.
Evidenciar as mudanças estruturais na economia do paı́s e os resul-

tados de polı́ticas públicas.
Gerar informações para definição de polı́ticas, diretrizes e planos es-

tratégicos, formulados nos setores público e privado.
Estabelecer parâmetros para comparações internacionais do paı́s.

A Evolução do Sistema de Contas Nacionais do Brasil
Sumário
1 Introdução

Os Primeiros Sistemas: de 1947 a 1996

As iniciativas pioneiras no Brasil datam de 1935: o cálculo da fortuna
nacional, em ensaio de Roberto Simonsen, e o valor da produção
nacional, compilado pelo Ministério das Relações Exteriores.
1956: publicado material mais extenso e complexo, baseado no sis-

tema proposto pelas Nações Unidas, produzido pelo Núcleo de Estu-
dos da Renda Nacional, vinculado ao IBRE - Instituto Brasileiro de
Economia da FGV.
1960: criação do Centro de Contas Nacionais do IBRE, unidade orga-

nizada para cumprir um extenso programa de revisão das estimativas
dos grandes agregados econômicos do Brasil.

Os Primeiros Sistemas: de 1947 a 1996

Nas décadas de 60, 70, 80 e na primeira metade da de 90, várias
revisões estruturais e conceituais foram introduzidas no SCBN:


O Atual Sistema de Contas Nacionais do Brasil
Sumário
1 Introdução


Em dezembro de 1997, o IBGE lançou os resultados do SCNB ela-
borado de acordo com o SNA-93.
Os grandes blocos do SCNB, definidos segundo a estrutura do SNA-
93, são: contas de produção, de geração da renda e de formação
de capital. Esta última financiada pela capacidade de poupança
interna e externa
Composição atual do SCNB
Contas Econômica Integrada (CEI)
Subdividida em quatro blocos: produção, geração da renda,
poupança e acumulação de capital.
Tabelas de Recursos e Usos
Recursos: estimativas da oferta de bens e serviços (por setor) +
importações.
Usos: mesmos valores da de oferta, mas deduzidos das transações
intermediárias.

CEI




Classificações Básicas do Sistema:

1 Os agentes institucionais;
2 As atividades produtivas;
3 As operações e transações econômicas



Os Grandes Agregados do Atual SCNB
Sumário
1 Introdução

Produto Interno Bruto(PIB)

Mede, a preços de mercado, o total dos bens e serviços finais produzi-
dos pelas unidades produtoras estabelecidas no território econômico
do paı́s.
Valor Adicionado + Impostos - Subsı́dios (1)
Também é a soma dos rendimentos gerados no processo produtivo.
Utilização dos rendimentos compõem a demanda agregada:


Produto Interno Bruto: Componentes da Demanda Agregada
1) o consumo das famı́lias e das instituições sem fins lucrativos, o consumo
das administrações públicas,
2) a formação bruta de capital fixo, somada à variação de estoques, e
3) a demanda externa lı́quida ? exportações menos importações de bens
e serviços.
Óticas de mensuração do PIB

Ótica da geração do produto: totalização dos valores adicionados
em cada um dos elos das cadeias produtivas.
Ótica da geração da renda:remunerações pagas aos recursos de
produção (salários, aluguéis, juros).
Ótica da despesa: totalização das grandes categorias de dispêndios
finais da economia (consumo das famı́lias e da administração pública,
formação bruta de capital fixo, estoques, P&D).
Renda Nacional Bruta (RNB)

PIB dos residentes + remunerações de recursos de produção pertencentes
a residentes e utilizados pelas unidades de produção de outros paı́ses.
Renda Nacional Disponı́vel Bruta (RNDB)

RNB - Tributos + Transferências/Benefı́cios

Estrutura e Conteúdo das TRUs
Sumário
1 Introdução



As Contas Econômicas Integradas, CEIS
Sumário
1 Introdução


As três principais: Conta de Produção, a Conta da Renda e a
Conta de Acumulação.
A ligação entre as contas se dá pelos saldos.
Conta de Produção
Mostra os resultados do processo de produção: valor bruto, utilização
intermediária de bens e serviços e o saldo entre esses dois macrofluxos.
Conta da Renda
Renda direcionada às famı́lias e à administração pública (salários, receitas
dos impostos).
Transferências sociais em espécie

Transferências dos valores e serviços pagos pelo governo e por instituições
sem fins lucrativos a serviço das famı́lias e por elas efetivamente consu-
midos.
Conta de Acumulação
A variação da capacidade produtiva da economia relacionada a investi-
mentos e desinvestimentos em formação bruta de capital fixo.
Não são consumidas ou transformadas (bens patrimoniais)
Transações com o Resto do Mundo

Estas são abertas em três contas: 1. Conta de Bens e Serviços; 2. Conta
de Distribuição Primária de Renda; e 3. Conta de Acumulação ? todas
contabilizando apenas as transações internacionais da economia nacional.

Lógica do SCNB
Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado = valor bruto da

produção + impostos, lı́quidos de subsı́dios, sobre produtos - consumo
intermediário.
Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado = despesa de con-

sumo final + formação bruta de capital fixo + variação de estoques +
exportações de bens e serviços - importações de bens e serviços.
Renda Nacional Bruta (RNB) = PIB + ordenados e salários (lı́quidos,

recebidos do exterior) + rendas de propriedade (lı́quidas, recebidas do
exterior).

Lógica do SCNB
Renda Nacional Disponı́vel Bruta (RNDB) = RNB + outras transferências

correntes (lı́quidas, recebidas do exterior).
Renda Nacional Disponı́vel Bruta (RNDB) = despesa de consumo final

+ poupança bruta
Poupança Bruta + transferências de capital (lı́quidas, recebidas do ex-

terior) = variações do patrimônio lı́quido devido à poupança e à trans-
ferência de capital.

Lógica do SCNB
Poupança Bruta + transferências de capital (lı́quidas, recebidas do ex-

terior) = formação bruta de capital fixo + variação de estoques +
aquisições de cessões de ativos não financeiros não produzidos + ca-
pacidade/necessidade lı́quida de financiamento.
Capacidade/necessidade lı́quida de financiamento = exportação de bens e

serviços - importações de bens e serviços + ordenados e salários (lı́quidos,
recebidos do exterior) + rendas de propriedade (lı́quidas, recebidas do
exterior) + outras transferências correntes (lı́quidas, recebidas do exterior)
+ transferências de capital (lı́quidas, recebidas do exterior) - aquisições
lı́quidas de cessões de ativos não financeiros não produzidos.

PIB Norminal vs PIB Real
Sumário
1 Introdução

Se a renda ou despesa da economia aumenta de um perı́odo a outro:

A economia está produzindo um maior número de bens e serviços,
OU
Os bens e serviços estão sendo vendidos a preços mais elevados.

O PIB Nominal mede a produção de bens e serviços avaliada a

preços corrente.
O PIB Real mede a produção de bens e serviços avaliada a preços

constantes.

O PIB Real será o valor total desses bens transacionados mantendo-

se constante o preço deles.
Assim é possı́vel visualizar somente a variação da produção total.


Deflator do PIB

O deflator do PIB é uma medida do nı́vel de preços calculada como a razão

entre o PIB nominal e o PIB real multiplicada por cem.
Diz o quanto um aumento do PIB nominal se deve ao crescimento dos
preços e não da quantidade produzida.
Mantem-se a quantidade constante e assim é possı́vel ver a mudança no
valor dos bens e serviços.

Questões de revisão
3. Destaque as principais subdivisões das classificações básicas do atual

SCNB: a) Os agentes institucionais; b) as atividades produtivas; e c) as
operações e transações econômicas.
4. Cite as categorias de transações que integram as três óticas do PIB no
SCNB: a do produto, a da renda e a da despesa.

Um pequeno paı́s adora o programa de TV American Idol. Tudo o que

produzem e consomem são equipamentos de karaokê e CD?s, nas seguintes
quantidades
Equipamentos de karaokê CD’s

Ano
Quantidade Preço Quantidade Preço
2015 10 R$ 40 30 R$ 10
2016 12 R$ 60 50 R$ 12
Calcule o PIB Nominal e o PIB Real de cada ano (ano base: 2015)
Calcule o deflator do PIB em cada ano.

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Ana Cláudia (Relações Internacionais-UEPB) O Sistema de Contas Nacionais do Brasil 04/2018 2 / 42

2 Sistema de Contas Nacionais do Brasil(SCNB)

3 A Evolução do Sistema de Contas Nacionais do Brasil

4 O Atual Sistema de Contas Nacionais do Brasil

5 Os Grandes Agregados do Atual SCNB

6 Estrutura e Conteúdo das TRUs

7 As Contas Econômicas Integradas, CEIS

8 PIB Norminal vs PIB Real

Ana Cláudia (Relações Internacionais-UEPB) O Sistema de Contas Nacionais do Brasil 04/2018 3 / 42

2 Sistema de Contas Nacionais do Brasil(SCNB)

3 A Evolução do Sistema de Contas Nacionais do Brasil

4 O Atual Sistema de Contas Nacionais do Brasil

5 Os Grandes Agregados do Atual SCNB

6 Estrutura e Conteúdo das TRUs

7 As Contas Econômicas Integradas, CEIS

8 PIB Norminal vs PIB Real

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