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Superestruturas de Pontes de Concreto Armado e Protendido PDF
Superestruturas de Pontes de Concreto Armado e Protendido PDF
Aprovada por:
______________________________________________
Prof. Ibrahim Abd El Malik Shehata, Ph.D.
______________________________________________
Prof. Lidia daConceição Domingues Shehata, Ph.D.
______________________________________________
Prof. Giuseppe Barbosa Guimarães, Ph.D.
2
Aos meus pais, irmãos e à Christiane
Que sempre me apoiaram e incentivaram
para que eu pudesse concluir este trabalho
3
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Osmar e Isabel pelo apoio e incentivo de toda vida.
4
Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
Novembro/2001
5
Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
November/2001
6
ÍNDICE
1 – Introdução....................................................................................................................1
2 – Estruturas de Pontes.....................................................................................................4
2.1 – Definição.......................................................................................................4
2.2 – Breve histórico..............................................................................................5
2.3 – Classificação...............................................................................................13
2.4 – Sistemas estruturais.....................................................................................13
2.4.1 – Pontes em lajes.............................................................................13
2.4.2 – Pontes em vigas de alma cheia.....................................................15
2.4.3 – Pontes em vigas de alma vazada (treliça)....................................16
2.4.4 – Pontes em quadro rígido..............................................................17
2.4.5 – Pontes em arco.............................................................................19
2.4.6 – Pontes pênseis..............................................................................21
2.4.7 – Pontes estaiadas............................................................................21
2.4.8 – Coeficiente de dificuldade...........................................................23
2.4.9 – Relação dos maiores vãos para diferentes tipos de estruturas.....24
2.5 – Sistemas construtivos..................................................................................29
2.5.1 – Superestrutura em concreto armado ou protendido moldado no
local.............................................................................................29
2.5.2 – Superestruturas com vigas pré-moldadas e pré-fabricadas..........31
2.5.3 – Sistema em balanços sucessivos...................................................32
2.5.4 – Sistema por empurramentos sucessivos........................................37
2.6 – Carregamentos............................................................................................40
7
3.3.3.2 – Resistência à tração.......................................................63
3.3.3.3 – Módulo de elasticidade..................................................64
3.3.3.4 – Relações constitutivas...................................................65
3.3.4 – Aço de armadura passiva.............................................................68
3.3.5 – Aço de armadura ativa.................................................................69
3.4 – Carregamento móvel...................................................................................69
3.5 – Análise não-linear física.............................................................................71
4 – Desenvolvimento do programa..................................................................................75
4.1 – Programa existente......................................................................................75
4.1.1 – Método da rigidez........................................................................75
4.1.2 – Coordenadas locais e globais.......................................................79
4.1.3 – Entrada de dados..........................................................................79
4.1.4 – Fluxograma do programa.............................................................81
4.1.5 – Tela do programa.........................................................................82
4.2 – Programa desenvolvido...............................................................................82
4.2.1 – Mudança das características das seções.......................................83
4.2.2 – Segunda etapa de carregamentos.................................................83
4.2.3 – Implantação da carga móvel........................................................84
4.2.4 – Implantação da protensão............................................................85
4.2.5 – Entrada de dados..........................................................................85
4.2.5.1 – Coordenadas dos nós.....................................................86
4.2.5.2 – Características das seções..............................................87
4.2.5.3 – Características dos materiais.........................................89
4.2.5.4 – Elementos......................................................................89
4.2.5.5 – Condições de contorno..................................................90
4.2.5.6 – Carga móvel..................................................................91
4.2.5.7 – Balanços........................................................................95
4.2.5.8 – Articulações...................................................................95
4.2.5.9 – Carregamentos...............................................................96
4.2.5.10 – Protensão...................................................................100
4.2.6 – Análise da estrutura.................................................................102
4.2.7 – Verificação no estado limite último........................................103
5 –Aplicação do programa.............................................................................................106
5.1 – Análise da superestrutura da Ponte sobre o Igarapé Breu........................106
5.1.2 – Análise da estrutura...................................................................106
5.1.2.1 – Características das seções transversais........................106
5.1.2.2 – Cálculo dos carregamentos atuantes...........................108
5.1.2.2.1 – Peso próprio da estrutura..............................108
5.1.2.2.1.1 – Carga distribuída............................108
5.1.2.2.1.2 – Cargas concentradas......................110
5.1.2.2.2 – Sobrecarga permanente................................111
5.1.2.2.2.1 – Guarda-rodas.................................111
5.1.2.2.2.2 – Pavimentação asfáltica..................111
5.1.2.2.3 – Carga móvel.................................................112
5.1.2.3 – Discretização da cablagem.......................................113
5.1.2.4 – Modelagem da estrutura...........................................115
8
5.1.2.5 – Coordenadas dos nós...................................................116
5.1.2.6 – Resultados...................................................................117
5.1.2.7 – Verificação à ruptura ..................................................124
5.2 – Análise da superestrutura da Ponte sobre o Rio Arraia............................124
5.2.1 – Análise da estrutura....................................................................125
5.2.1.1 – Características das seções transversais........................126
5.2.1.2 – Cálculo dos carregamentos atuantes...........................126
5.2.1.2.1 – Peso próprio da estrutura..............................126
5.2.1.2.1.1 – Carga distribuída............................126
5.2.1.2.1.2 – Cargas concentradas......................126
5.2.1.2.2 – Laje + transversinas......................................127
5.2.1.2.2.1 – Carga distribuída............................127
5.2.1.2.2.2 – Cargas concentradas......................127
5.2.1.2.3 – Sobrecarga permanente................................128
5.2.1.2.3.1 – Carga distribuída............................128
5.2.1.2.3.2 – Cargas concentradas......................128
5.2.1.2.4 – Carga móvel.................................................129
5.2.1.3 – Discretização da cablagem.........................................129
5.2.1.4 – Modelagem da estrutura.............................................130
5.2.1.5 – Coordenadas dos nós..................................................130
5.2.1.6 – Resultados..................................................................131
5.2.1.7 – Verificação à ruptura .................................................135
Bibliografia....................................................................................................................138
9
LISTA DE SÍMBOLOS
10
fptk tensão de ruptura característica do aço da armadura ativa
fct,sp resistência à tração indireta do concreto
fct,f resistência à tração na flexão do concreto
fck,j resistência à compressão do concreto característica no tempo j
Gn módulo de elasticidade transversal do aparelho de apoio
h altura fictícia da seção transversal
hn altura do aparelho de apoio
h(i) altura de cada trapézio
ht altura da seção transversal
I momento de inércia da seção transversal com relação ao eixo que passa
por seu centróide
Ib momento de inércia da barra que simula o aparelho de apoio com relação
ao eixo que passa pelo seu centróide
j(i) momento de inércia de cada trapézio com relação ao eixo que passa pelo
seu centróide
k perda de tensão por unidade de comprimento devido à curvatura não
intencional entre os pontos de fixação da bainha
K matriz de rigidez da estrutura
L comprimento do elemento
lϕ comprimento básico do vão
Lb comprimento da barra que simula o aparelho de apoio
m carregamento momento distribuído
M1 momento isostático de protensão na seção “S1”
M2 momento isostático de protensão na seção “S2”
Mp momento fletor de protensão na seção “S”
n carregamento distribuído axial
N1 esforço normal isostático de protensão na seção “S1”
N2 esforço normal isostático de protensão na seção “S2”
Np esforço normal de protensão na seção “S”
nc número de etapas de protensão
nd coeficiente de dificuldade
q carga distribuída transversal
11
Q1 esforço cortante isostático de protensão na seção “S1”
Q2 esforço cortante isostático de protensão na seção “S2”
t idade do concreto em dias
t1 constante igual a 1 dia
U perímetro do elemento em contato com o meio ambiente
Vp esforço cortante de protensão na seção “S”
y distância do centróide da camada ao eixo z que passa pelo centróide da
seção
yc distância da fibra de concreto ao eixo z que passa pelo centróide da seção
yi distância da fibra extrema inferior da seção ao eixo z que passa pelo seu
centróide
yp distância do centróide da seção da armadura ativa à fibra inferior da
seção
ys distância da fibra extrema superior da seção ao eixo z que passa pelo seu
centróide
ysa distância do centróide da armadura passiva ao eixo z que passa pelo
centróide da seção
ysp distância do centróide da armadura ativa ao eixo z que passa pelo
centróide da seção
YcgL(i) distância entre o centróide e a base superior de cada trapézio
α ângulo de inclinação entre o cabo e a direção horizontal
αE coeficiente que define a influência do agregado no módulo de
elasticidade do concreto
α(x) soma dos ângulos que determinam cada mudança de direção do cabo
entre a ancoragem e a seção
β(fcm) coeficiente que determina a evolução da fluência com a resistência do
concreto
β(t0) coeficiente que determina a evolução da fluência com o tempo
βRH função que determina a evolução da retração com a umidade relativa do
ar
βs(t-t0) função que determina o desenvolvimento da retração com o tempo
βsc coeficiente que depende do tipo de cimento
12
βcc(t) coeficiente que define a evolução da resistência do concreto com o tempo
δ deslocamento do cabo durante a operação de cravação
δa deslocamento axial do aparelho de apoio
δt deslocamento tangencial do aparelho de apoio
δL deslocamento axial da barra que simula o aparelho de apoio
δt deslocamento transversal da barra que simula o aparelho de apoio
γ ângulo de distorção do aparelho de apoio
εs deformação específica no aço
εc deformação específica do concreto
εco deformação específica do concreto correspondente à tensão máxima
εcu deformação específica última do concreto
εcn deformação específica nominal do concreto
εs (fcm) função que define a evolução da retração com a resistência do concreto
εcs (t,t0) deformação específica de retração do concreto
εcg deformação específica no nível do centróide da seção
εc,j deformação específica da fibra de concreto a uma distância yc,j do eixo z
que passa pelo centróide da seção
εs,j deformação específica da armadura passiva j a uma distância ys,j do eixo
z que passa pelo centróide da seção
εsp,k deformação específica da armadura ativa k a uma distância ysp,k do eixo z
que passa pelo centróide da seção
φ(t,t0) coeficiente de fluência
φRH coeficiente que determina a evolução da fluência com a umidade
µ coeficiente de atrito entre o cabo e a bainha
ϕ rotação por unidade de comprimento do eixo da viga
ϕi coeficiente de impacto
ρ coeficiente de eficiência geométrica
σc tensão no concreto
σi tensão inicial aplicada à armadura de protensão
σs tensão na armadura passiva
13
σp tensão no aço de protensão após as perdas de protensão
σx tensão na armadura em uma seção a uma distância “x” da ancoragem
σpi tensão na armadura no ato da protensão após perdas imediatas
σc,i tensão no concreto da camada i
σsp tensão na armadura ativa
σs,j tensão na armadura passiva j
σcp (p+g1) tensão no nível do centróide das armaduras devido à protensão e à
parcela g1 de carga permanente
σc(t0) tensão aplicada ao concreto no tempo t0
σcg tensão no concreto no nível do centróide da armadura devida as cargas
permanentes
σcpo tensão no concreto no nível do centróide da armadura de protensão
devida à força inicial de protensão
η relação entre os módulos de elasticidade do aço e do concreto
Ωaf área referente à perda no conjunto armadura-ancoragem
∆σpr(t,t0) perda de tensão por relaxação pura do instante t0 ao instante t
∆σp c+s+r perda total de tensão decorrente da interdependência das perdas lentas
ψ(t,t0) coeficiente de relaxação do aço no tempo t
ψ1000 coeficiente de relaxação do aço em 1000 horas
{F} vetor de carregamentos nodais
{U} vetor de deslocamentos nodais
[K] matriz de rigidez global da estrutura
[T] matriz de transformação de coordenadas
14
1 – INTRODUÇÃO
O projeto de uma estrutura envolve algumas etapas que devem ser criteriosamente
realizadas para que o sucesso do projeto possa ser alcançado. Estas etapas são:
15
A evolução das ferramentas para o cálculo mudou completamente a forma de realizar
um projeto estrutural. Da régua de cálculo, passou-se para as máquinas de calcular
comuns e programáveis, e chegou-se ao computador pessoal, que efetivamente permitiu
a análise matricial de uma estrutura, e à internet, que possibilita a total iteração do
projetista com toda comunidade técnica envolvida no projeto. Estas foram mudanças
que levaram a modificação no processo de concepção e análise de uma estrutura.
Mas apesar de toda evolução, é claro que surgiram problemas e dificuldades. A grande
velocidade com que as mudanças ocorreram gerou muitas dificuldades para adaptação e
acompanhamento de todo avanço tecnológico. O grande desafio do engenheiro
estrutural está em adaptar-se aos novos processos e conceitos da engenharia estrutural
decorrentes dessas mudanças. Existe ainda a necessidade de adaptação dos currículos
universitários, uma vez que os cursos de graduação não tiveram condições de
acompanhar, de uma forma geral, todas as mudanças ocorridas na prática da engenharia.
16
alta resistência, com o uso das curvas tensões de compressão-deformação para o
concreto sugeridas pelas normas NBR 6118-2001, NS3453-92 e CEB-FIP MC90
associado ao CEB-FIP boletim 228. O concreto de alta resistência é um material que
tem sido muito utilizado em estruturas de pontes tanto pelo aumento da resistência
quanto pela sensível melhora na durabilidade da estrutura que normalmente encontra-se
em ambientes agressivos. Em 1949, na ponte Walnut Lane, Filadélfia (Russel, 1997),
foi utilizado um concreto com resistência à compressão aos 28 dias de 37 MPa , que na
época era considerada muito alta. Atualmente, entretanto, concretos com resistências
superiores a 100 MPa (Zia, 1997) já tem sido utilizados e apesar do uso de concretos de
alta resistência ter-se iniciado há décadas, as pesquisas sobre este material foram
intensificadas apenas a partir da década de 80 (Zia, 1997) e alguns países ainda não
possuem normas para projeto de estruturas que abranjam concretos com resistência à
compressão maior que 50 MPa , que é o caso do Brasil.
O segundo capítulo deste trabalho ilustra alguns tipos de estruturas de pontes assim
como os métodos construtivos utilizados. No terceiro capítulo está descrito o processo
para análise e verificação da superestrutura de uma ponte de concreto protendido e os
critérios que foram adotados no desenvolvimento do programa; no quarto capítulo está
feito um breve resumo do método da rigidez e a descrição do programa desenvolvido
com a apresentação das telas do programa. O quinto capítulo descreve as analises feitas
com o programa desenvolvido de duas pontes projetadas pela empresa Pontis
Consultoria e Projetos LTDA. Os resultados obtidos são comparados com os resultados
das análises feitas pelos programas utilizados pela empresa. A conclusão deste trabalho
e sugestões para trabalhos futuros estão apresentados no sexto capítulo.
17
2 – ESTRUTURAS DE PONTE
2.1 – Definição
É denominada ponte toda obra elevada destinada a vencer obstáculos que impeçam a
continuidade de uma via. Estes obstáculos podem ser rios, braços de mar, vales e até
outras vias. Quando o obstáculo a ser vencido não é constituído por água, esta obra é
normalmente classificada como um viaduto. Tecnicamente, as pontes e os viadutos são
classificados como Obras de Arte Especiais.
Superestrutura
Mesoestrutura
Infraestrutura
18
A grande maioria das pontes é composta por lajes, vigas principais e secundárias,
pilares e as fundações. A laje recebe as cargas dos veículos e pedestres e as transfere
para as vigas, que as transmitem para os pilares. Os pilares recebem as cargas verticais e
horizontais da superestrutura transferindo-as para as fundações, que as transmitem para
o terreno.
Certamente as primeiras formas encontradas para transpor rios e vales foram feitas por
pontes com estruturas simples, realizadas com cordas, madeira e pedras trabalhadas em
forma de chapa, que serviam para integrar desde pequenos vilarejos a cidades (Foto
2.1).
Estas estruturas possuíam limitações, principalmente para vencer grandes vãos e rios
com muita profundidade. A genialidade dos construtores, aqueles que seriam os
primeiros engenheiros, procurando novas formas e técnicas de construção, aliada à
criação de novos materiais permitiu o aumento da capacidade de transpor obstáculos
cada vez maiores e a execução de pontes que representam marcos da evolução da
engenharia moderna.
19
As primeiras grandes pontes realizadas foram feitas com madeira e pedras.
Oficialmente, a ponte mais antiga de que se tem registro é a ponte de madeira “Sweet
Track”, com 1100 metros de comprimento, feita na Inglaterra em 3806 A.C. (segundo
www.sbi.se/bridges.htm#arch). A forma estrutural mais utilizada em pontes ao longo do
tempo é a de arco. Os simérios parecem ter sido os primeiros a construírem pontes em
arco, antes de 3.200 A.C. (segundo www.argonet.co.uk). Os romanos também fizeram
muito uso deste tipo de estrutura para construção de pontes e aquedutos. Dois exemplos
destas estruturas são a Ponte de Sant´Angelo, originalmente conhecida como “Pons
Aelius”, tendo sido construída pelos romanos em torno de 135 A.C., (Foto 2.2) e o
aqueduto conhecido como “Pont du Gard” (Foto 2.3), localizado próximo de Nímes, na
França, construído pelos romanos há aproximadamente 2000 anos atrás (segundo
www.argonet.co.uk).
20
Os materiais predominantemente utilizados na construção destas obras foram as rochas,
até o surgimento do aço, que permitiu a construção de estruturas mais leves com vãos
maiores. A primeira ponte deste material foi feita em 1779 na Inglaterra e tinha 30 m de
comprimento, localizada em Shropshire (Foto 2.4). Esta ponte ficou conhecida como
Ponte de Aço (www.civilengineer.about.com/science/civilengineer).
Foto 2.5 – Ponte “The New River” Foto 2.6 – Ponte “Natchez Trace”
(www.pbs.org) (www.pbs.org)
21
Um exemplo da evolução do aço como material de construção é a ponte sobre o Rio
“Guadalquivir” em Sevilha (Foto 2.7), uma estrutura muito esbelta que faz a perfeita
associação com uma obra de arte.
22
A ponte Akashi Kaikyo é atualmente a maior ponte suspensa do mundo, com 3922 m de
comprimento e o recorde de 1991m de vão central (Foto 2.9). Construída em 1998, esta
ponte liga as cidades de Kobe e Awaji Island no Japão (segundo www.matsuo-
bridge.co.jp).
No Estreito de Messina, Itália, está projetada uma ponte suspensa com 5010m de
comprimento e o maior vão livre com 3300m. Esta ponte fará a ligação entre a Sicília e
Calábria (Figura 2.2).
A Figura 2.3 mostra a seção transversal da ponte. A Foto 2.10 indica a posição da ponte
e as Fotos 2.11 e 2.12 ilustram uma montagem que simula a existência da ponte após
sua conclusão.
23
Figura 2.3 – Esquema da seção transversal Ponte de Messina (www.estrettodimessina.it)
24
Foto 2.12 – Simulação da Ponte de Messina (www.estrettodimessina.it)
Na Foto 2.13 vê-se a Ponte da Normadia construída na França em 1995. Ela é uma
ponte estaiada com vão central de 856m, que é o segundo maior vão em pontes
estaiadas.
A ponte “Skarnsundet” na Noruega (Foto 2.14) possui 530 m de vão e o tabuleiro feito
em concreto.
25
Foto 2.14 – Ponte Skarnsundet ( fib, 2000 )
A ponte “Charles River”, que está sendo construída em Boston, nos Estados Unidos da
América (Foto 2.15), com previsão para ser completada entre o final de 2001 e o início
de 2002, será a primeira obra a utilizar a combinação de ponte suspensa com ponte
estaiada. Ao ser completada, terá um comprimento de 444m com um vão central de
227m (segundo www.civilengineer.about.com/science/civil engineer).
26
A Figura 2.4 ilustra a maquete eletrônica de uma ponte estaiada que está sendo
construída sobre o rio Guamá no Pará que terá 582,4m de vão estaiado
(www.setran.pa.gov.br/SIP).
2.3 – Classificação
Elas podem ser de madeira, que atualmente são mais utilizadas como obras provisórias,
de pedra, de concreto armado ou protendido, de aço ou mistas. Estas últimas são
normalmente compostas pela associação do concreto com o aço ou com a madeira. E
quanto ao tipo estrutural, as pontes podem ser em laje, em arcos ou abóbadas, em vigas
retas de alma cheia ou vazada (treliças), em quadros rígidos, pênseis (suspensas) ou
estaiadas.
27
mostra um exemplo desta estrutura em um sistema simplesmente apoiado em encontros
e algumas seções transversais típicas. Este sistema estrutural apresenta algumas
vantagens, como pequena altura de construção, boa resistência à torção e rapidez de
execução, possuindo também boa relação estética. Podem ser moldadas no local ou
constituídas de elementos pré-moldados, e os detalhes de fôrmas e das armaduras e a
concretagem são bastante simples.
tabuleiro
aparelho de apoio
NA
encontro
(a) Elevação
guarda-corpo
alvéolos
28
2.4.2 – Pontes em Viga de Alma Cheia
aba da cortina
transversina de apoio
laje de transição
cortina
(a) Elevação em corte
guarda rodas
transversina
laje inferior
pré-laje
29
A Figura 2.6 (a) mostra a laje de transição, que tem a função de evitar que, ao ocorrer
um eventual deslizamento do solo na proximidade da ponte, exista um degrau entre a
estrada e a ponte, o que poderia ocasionar graves acidentes.
Nestas pontes, o tabuleiro com a pista de rolamento pode estar na parte superior ou
inferior da treliça. São comumente feitas de aço e de madeira, possuindo a característica
de ser uma estrutura leve e de rápida execução. Entretanto, podem se tornar estruturas
complexas e de grande porte, apesar de leves.
A Foto 2.16 mostra a ponte “Forth Railway”, completada em 1889, cujo vão de 513m
foi o maior vão construído da sua época (www.civilengineer.about.com).
As treliças são classificadas pela disposição de suas hastes, sendo as formas mais
representativas a treliça Warren (Figura 2.7(a)), a treliça Pratt (Figura 2.7(b)) e a treliça
Howe (Figura 2.7(c)). A treliça Warren é a forma mais simples, sendo normalmente
utilizada para vãos entre 50 e 100m de comprimento. A treliça Howe, patenteada por
William Howe em 1840 apresentou a inovação de associar hastes de aço verticais com
elementos diagonais de madeira (www.howstuffworks.com).
30
(a)
(b)
(c)
31
intermediários e pilares extremos e, a Figura 2.8(b) ilustra uma outra forma em que uma
única fundação é utilizada para dois elementos de apoio do tabuleiro.
(a)
(b)
A ponte St. Goustan (Foto 2.17), na França, é um exemplo deste tipo de estrutura.
32
2.4.5 – Pontes em Arco
Nas estruturas com arcos inferior e intermediário, ocorrem grandes esforços horizontais
na base do arco, tornando necessária a existência de um excelente terreno de fundação.
Quando a obra for de concreto armado, deve-se prever um plano de concretagem bem
definido para que se possa reduzir os efeitos de retração e deformação lenta do material.
33
As pontes em arco com tabuleiro inferior são mais indicadas para pequenos vãos e para
grandes vãos utiliza-se a ponte em arco com tabuleiro superior. As pontes em arco com
tabuleiro intermediário são menos utilizadas uma vez que a interseção do arco com o
tabuleiro representa problemas construtivos ( Mason, 1977 ).
34
2.4.6 – Pontes Pênseis
torre de sustentação
tabuleiro pendurais
35
www.howstuffworks.com). O sistema estrutural consiste de um vigamento de grande
rigidez à torção que se apóia nos encontros e nas torres de ancoragem e de um sistema
de cabos retos esticados, denominados estais, partindo dos acessos do vigamento,
passando sobre uma ou duas torres de ancoragem e dirigindo-se ao vão central para
ancorá-lo e sustentá-lo.
As torres ou pilones podem ser projetadas com grande esbeltez porque os estais
transmitem apenas pequenas forças provenientes do vento e contribuem em muito para a
segurança contra a flambagem. Com relação às pontes pênseis, as pontes estaiadas
possuem pendurais mais rígidos, menor rigidez à flexão das vigas, maior eficiência com
relação à carga móvel, não apresentam instabilidade aerodinâmica, seu tabuleiro pode
ser de concreto armado ou protendido e apresentam menores flechas. A Figura 2.11
ilustra as principais disposições dos estais.
(a) Harpa
(b) Leque
A Foto 2.20 ilustra a ponte “Sunshine Skyway” localizada na Flórida. Esta ponte foi
uma das primeiras pontes estaiadas em que os cabos são ancorados no centro do
tabuleiro, ao contrário da ponte ilustrada na Foto 2.21, localizada perto de Savanah,
Geórgia, em que o tabuleiro é sustentado por um grupo de cabos em cada extremidade.
36
Foto 2.20 – Ponte “Sunshine Skyway”
(www.pbs.org/wgbh/nova/bridge)
A fib (2000) define um coeficiente de dificuldade “nd” para cada tipo de estrutura, que
se baseia nos seguintes critérios:
• Grau de responsabilidade e risco assumidos pelo engenheiro;
• Dificuldade de cálculo e dificuldade técnica para construção;
• Complexidade das tarefas;
• Dificuldade para execução do projeto;
• Condições climáticas, topográficas, geológicas, geo-técnicas e hidrológicas;
• Extensão do trabalho necessário.
37
Tabela 2.1 - Exemplos do coeficiente de dificuldade nd ( fib 2000 )
Grau de dificuldade n
Pontes 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1,9
Estruturas simples como:
pontes com vigas; seção
constante; lajes curtas
Estruturas complicadas
como: Pontes em vigas, em
laje e pórticos com
Grande variação de seção
transversal
Variação de largura
Grande curvatura
Grande rampa
Estruturas especiais e
métodos especiais de
construção:
Pontes em arco
Pontes estaiadas
Pontes suspensas
Pontes em balanço sucessivo
Pontes empurradas
As tabelas 2.2 até 2.8 relacionam as pontes com os maiores vãos de acordo com o tipo
estrutural (www.struct.kth.se e www.sbi.se/bridges.htm).
38
Tabela 2.2 – Pontes Pênseis com Maiores Vãos
Ponte País Vão (m) Ano
Akashi-Kaikyo Japão 1991 1998
Great Belt East Dinamarca 1624 1998
Humber Reino Unido 1410 1981
Jiamgyim China 1385 1998
Tsing Ma China 1377 1997
Verrazano-Narrows Estados Unidos 1298 1964
Golden Gate Estados Unidos 1280 1937
Hoga Kusten Suécia 1210 1997
Mackinac Estados Unidos 1158 1957
Minami Bisan-Seto Japão 1100 1988
39
Tabela 2.4 – Pontes em Arco de Concreto com Maiores Vãos
Ponte País Vão (m) Ano
Wanxian China 425 1997
Krk-1 Croácia 390 1980
Jiangjiehe China 330 1995
Yongning China 312 1998
Gladesville Austrália 305 1964
Ponte da Amizade Brasil / Paraguai 290 1964
Bloukrans África do Sul 272 1983
Arrábida Portugal 270 1963
Sando Suécia 264 1943
Chateaubriand França 261 1991
40
Tabela 2.6 – Pontes em Concreto Protendido com Maiores Vãos
Ponte País Vão (m) Ano
Stolmasundet Noruega 301 1998
Raftsundet Noruega 298 1998
Humen China 279 1998
Boca Tigris - 2 China 270 1997
Varodd Noruega 260 1994
Gateway Austrália 260 1986
Chongqing Huanghuayuan China 250 1999
Confederação Canadá 250 1997
Skie Reino Unido 250 1995
Ponte São João Portugal 250 1991
Schottwien Austria 250 1989
41
Tabela 2.8 – Pontes em Treliças Metálicas com Maiores Vãos
Ponte País Vão (m) Ano
Québec Canadá 549 1917
Firth of Forth Escócia 521 1890
Minato Japão 510 1975
Commandore Barry Estados Unidos 501 1975
Greater New Orleans - 1 Estados Unidos 480 1958
Greater New Orleans - 2 Estados Unidos 480 1988
Howrah Ìndia 457 1943
Veterans Memorial Estados Unidos 445 1995
Transbay Estados Unidos 427 1936
Ikitsuki Japão 400 1991
O gráfico 2.1 relaciona os vãos das pontes com o ano de construção, de acordo com o
tipo estrutural. O gráfico evidencia que as pontes pênseis possuem os maiores vãos,
seguidas pelas pontes estaiadas.
2000
1800
1600
1400
Vão (m)
1200
1000
800
600
400
200
0 Ano
1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010
Gráfico 2.1 – Relação dos vãos das pontes com o ano de construção
de acordo com o tipo estrutural
42
2.5 – Sistemas Construtivos
Estas obras exigem um cuidado especial com o projeto de escoramento, devendo este
ser compatível com o tipo de obra e com o plano de concretagem.
O boletim nº 9 da fib (2000) define dois parâmetros que podem servir como orientação
para definição do tipo de seção transversal em pontes de concreto protendido moldado
no local. Estes parâmetros são:
43
• Coeficiente de eficiência geométrica:
I
ρ=
A ⋅ ys ⋅ y y
onde:
ρ é o coeficiente de eficiência geométrica
A é a área da seção transversal
ys e yi são as distâncias do centróide da seção às fibras extremas
• Taxa de concretagem da estrutura
A Tabela 2.9 relaciona os valores dos coeficientes com o tipo de seção estrutural.
< 12 a 15 0,333 25 - 30
10 a 25 0,33 a 0,36 25 - 30
20 a 35 0,35 a 0,38 25 - 30
30 a 45 0,36 a 0,42 20 - 25
44
2.5.2 – Superestruturas com Vigas Pré-moldadas e Pré-fabricadas
Quando as vigas são executadas com concreto protendido, faz-se necessária a análise da
protensão de acordo com cada fase de carregamento, observando a mudança de
característica da seção transversal ao longo da construção.
Segundo Almeida (2000), este sistema construtivo é adequado para vãos entre 25 e
45m, sendo sua aplicação muito vantajosa quando ocorrem os seguintes fatores
(isolados ou simultâneos): elevada altura de escoramento; grande comprimento, o que
resulta em grande quantidade de vigas, justificando a instalação de um canteiro de
fabricação; caixa de rio muito profunda e rios sem regimes definidos; cronograma
apertado, exigindo a execução simultânea de superestrutura e mesoestrutura.
45
As vigas pré-fabricadas diferem das vigas pré-moldadas principalmente quanto ao
canteiro de fabricação. Enquanto as vigas pré-moldadas são executadas em canteiros
temporários e específicos para uma obra, as vigas pré-fabricadas são produzidas em
uma fábrica, onde o canteiro de fabricação possui instalações fixas.
Este sistema construtivo foi criado pelo engenheiro brasileiro Emílio Baumgart, para a
construção do vão central da Ponte de Herval sobre o rio Peixe em Santa Catarina, em
1930 (Almeida, 2000).
46
das juntas entre as aduelas, impermeabilizar a junta e contribuir para a transmissão das
tensões cisalhantes. Quando as aduelas são moldadas no local, a concretagem é
executada com o auxílio de fôrmas deslizantes escoradas nos trechos já construídos e,
na idade apropriada, as aduelas são protendidas. Mesmo no sistema de aduelas pré-
moldadas, o primeiro trecho do balanço, denominado arranque, é moldado no local e o
escoramento de sua fôrma feito sobre o apoio.
O vão é construído em balanços sucessivos, partindo de cada apoio do vão até a metade
do vão, onde é feito o fechamento central evitando articulações que seriam locais de
possíveis patologias futuras. A execução deve ser muito bem controlada, principalmente
com relação às deformações, para que os trechos cheguem ao centro do vão
simultaneamente e coincidentemente. Normalmente, a concretagem do trecho central é
realizada nos períodos com menor variação de temperatura, para que os efeitos térmicos
não provoquem esforços no trecho até o endurecimento do concreto.
Sempre que possível, projeta-se a obra para que os balanços sejam feitos simetricamente
em relação ao apoio, evitando grandes desequilíbrios entre as cargas. Quando os
balanços são desiguais ou há balanço em apenas em um vão, pode-se utilizar lastro no
vão anterior ao balanço ou até mesmo estais ajustáveis ao desenvolvimento do vão,
suportados por torres provisórias e ancoradas no apoio anterior. A Foto 2.22 ilustra uma
ponte em arco sendo construída em balanços sucessivos que são sustentados por cabos
ancorados em uma torre provisória.
47
Foto 2.22 – Sistema construtivo em balanços sucessivos
(www.civilengineer.about.com)
A Foto 2.23 mostra a execução de um trecho de uma ponte em balanços sucessivos que
avançam simultaneamente para ambos os lados de um único apoio.
48
As Fotos 2.24 e 2.25 mostram a execução do trecho em balanços sucessivos da Ponte
sobre o Rio Ribeirão Mosquito, executada em 2001 (arquivo técnico da empresa Pontis
Consultoria e Projetos LTDA).
49
Este sistema construtivo é recomendado quando ocorrerem os seguintes fatores:
existência de dificuldades de escoramento direto (rios profundos, greides elevados);
necessidade de grandes vãos, seja por imposição de gabaritos ou para evitar fundações
muito dispendiosas (vãos entre 60 e 240m); execução de viadutos sem a interdição do
trânsito em zona urbana. O comprimento das aduelas deve ser constante para facilitar a
fôrma, sendo determinado em função da capacidade portante da treliça de escoramento.
Na Foto 2.26 vê-se o içamento de uma aduela pré-moldada.
A execução em aduelas pré-moldadas pode ser por dois processos distintos, o sistema
SHORT-LINE e sistema LONG-LINE. No sistema SHORT-LINE as aduelas são
fabricadas com o uso de apenas uma fôrma metálica, sendo esta fôrma muito sofisticada
e cara, para atender a todas as diferenças e mudanças entre as seções transversais das
aduelas, assim como as conformações em planta e perfil do projeto geométrico da
50
estrutura. No sistema LONG-LINE é fabricada a fôrma para todo o vão, podendo ela ser
reaproveitada para outros vãos que sejam iguais. A fôrma e a armação são montadas
sobre um escoramento metálico ou sobre uma pista de concreto que poderá servir de
fôrma de fundo. As aduelas são concretadas de maneira a garantir a perfeita acoplagem
entre si, onde cada aduela concretada na etapa anterior serve de forma para a próxima
(Almeida, 2000).
Este método foi desenvolvido em 1961 pelos engenheiros Leonhardt e Andrae, sendo
utilizado pela primeira vez na construção da ponte sobre o Rio Caroni, na Venezuela,
realizada entre 1962 e 1964 (Souza, 1983).
Neste método, a superestrutura é fabricada nas margens e empurrada para sua posição
ao longo dos vãos, funcionando em balanço à medida que vai avançando, até encontrar
51
o próximo apoio. Cada segmento é executado sobre fôrmas metálicas fixas, sendo
concretado contra o anterior já concluído, o que permite a continuidade da armadura na
região das juntas. A estrutura é empurrada por macacos hidráulicos e sobre aparelhos de
apoio deslizantes de teflon sobre os pilares, que podem ser permanentes ou provisórios,
dependendo do tamanho do vão. Uma vez que o trecho dianteiro da estrutura fica em
balanço até alcançar os apoios, utiliza-se uma treliça metálica fixada no trecho dianteiro
que alcança o apoio antes da estrutura, diminuindo o balanço e reduzindo o momento
negativo durante a fase construtiva. A Figura 2.13 ilustra o processo de construção por
módulos empurrados sucessivamente.
usina de fabricação
7 6 5 4 3 2 1
52
A protensão é aplicada em duas etapas. A primeira na fase construtiva, devendo ser
centrada, em função da alternância das solicitações devidas ao peso próprio durante a
execução da obra, a segunda é realizada após a execução do tabuleiro, para a
complementação da primeira etapa, tendo em vista as solicitações de sobrecarga
permanente e carga móvel (Almeida, 2000).
A Foto 2.27 ilustra uma treliça metálica utilizada como ponteira neste método.
Na Foto 2.28 pode-se ver toda extensão da construção do viaduto de Meyssiez TGV, na
França.
53
2.6 – Carregamentos
54
3 – ANÁLISE DE SUPERESTRUTURAS DE PONTES DE CONCRETO
PROTENDIDO (PÓS-TRAÇÃO)
L L L L L L L L L L L L L L L L L L L L
nós elementos
Figura 3.1 – Modelagem de uma superestrutura em viga contínua
Quando a estrutura não possui aparelhos de apoio, tendo-se o sistema de quadro rígido,
a modelagem da superestrutura pode ser feita como pórtico plano que permite a análise
dos pilares da mesoestrutura (Figura 3.2).
L L L L L L L L L L L L L L L L L L L L
nós elementos
Figura 3.2 – Modelagem de uma superestrutura em pórtico plano
55
Pode-se realizar a modelagem das estruturas de pontes apoiadas em aparelhos de apoio
de neoprene na forma de pórtico plano. Esta modelagem é empregada para a análise das
superestrutura e mesoestrutura verificando a distribuição dos esforços horizontais
atuantes na superestrutura (Figura 3.3).
L L L L L L L L L L L L L L L L L L L L
nós elementos
Fa = 1
Ft = 1 δt
δa
hn hn γ
Ft = 1
Fa δ
σn = = En ⋅ ε n = En ⋅ a
An hn
56
com Fa = 1
hn
δa = (3.1a)
E n ⋅ An
e,
Ft δ
τt = = G n ⋅ γ = Gn ⋅ t
An hn
com Ft = 1
hn
δt = (3.1b)
Gn ⋅ An
A Figura 3.5 mostra a atuação de uma força axial unitária na barra equivalente, que
simula o aparelho de apoio, e a deformação correspondente determinada com a equação
3.2.
FL = 1
Lb
δa
FL = 1
FL δ
σ = = Eb ⋅ ε = Eb ⋅ a
Ab Lb
Como FL = 1 :
Lb
δa = (3.2)
Eb ⋅ Ab
57
Igualando-se as equações 3.1a e 3.2, tem-se
hn Lb
=
En ⋅ An Eb ⋅ Ab
logo:
Lb ⋅ En ⋅ An
Ab = (3.3)
Eb ⋅ hn
onde:
Ab é a área da seção da barra que simula o aparelho de neoprene
Lb é o comprimento da barra que está simulando o aparelho de neoprene
An é a área em planta do aparelho de neoprene
hn é a altura do aparelho de neoprene
En é o módulo de elasticidade longitudinal do aparelho de neoprene
Eb é o módulo de elasticidade do material da barra que simula o aparelho de
neoprene
L3b
δt = (3.4)
12 ⋅ Eb ⋅ I b
Igualando-se as equações 3.1b e 3.4 chega-se ao momento de inércia da barra que
simula o aparelho de neoprene, dada pela equação 3.5.
L3b ⋅ Gb ⋅ An
Ib = (3.5)
12 ⋅ Eb ⋅ hn
58
onde
Gn é o módulo de elasticidade transversal do aparelho de neoprene
Ib é o momento de inércia da barra que simula o aparelho de neoprene
Para obtenção das características das seções transversais dos elementos da estrutura faz-
se uso de um procedimento prático que é a divisão da seção em trapézios, retângulos e
triângulos. Este processo permite a automatização do cálculo das características da
seção (Figuras 3.7 e 3.8).
Ys
YcgG ( i ) Z
Yi bs ( i ) YcgL ( i )
h(i)
bi ( i )
(cm)
A(i ) =
(bs(i) + bi(i) ) ⋅ h(i) (3.6)
2
59
ycgL (i ) = h(i ) ⋅
(bs(i) + 2 ⋅ bi(i) ) , quando bs ( i ) > bi ( i ) (3.7)
3 ⋅ (bs (i ) + bi (i ) )
(bs (i ) + 2 ⋅ bi (i ) )
ycgL (i ) = h(i ) ⋅ 1 − , quando bs ( i ) < bi ( i ) (3.8)
3 ⋅ (bs (i ) + bi (i ) )
h3 (i ) bs 2 (i ) + 4 ⋅ bs (i ) ⋅ bi (i ) + bi 2 (i )
j (i ) = ⋅ (3.9)
36 bs (i ) + bi (i )
onde:
A ( i ) é a área de cada trapézio
ycgL ( i ) é a distância entre o centróide de cada trapézio e a base superior
j ( i ) é o momento de inércia de cada trapézio com relação ao eixo Zi
(paralelo ao eixo Z) que passa pelo seu centróide
bs ( i ) é a base superior de cada trapézio
bi ( i ) é a base inferior de cada trapézio
h( i ) é a altura de cada trapézio
A = ∑ A(i ) (3.10)
2
[
I = ∑ j (i ) + ∑ A(i ) ⋅ ycgG (i ) ] (3.11)
ys =
∑ [A(i) ⋅ y cgG (i ) ] (3.12)
∑ A(i)
yi = ht − ys (3.13)
onde:
A é a área da seção transversal
ht é a altura da seção transversal
I é o momento de inércia da seção transversal com relação ao eixo Z que passa
pelo seu centróide
ys é a distância do centróide da seção à fibra superior
60
yi é a distância do centróide da seção à fibra inferior
Vp Fp
α
ex
yp Np
S
Mp < 0
α
Np = Fp⋅cos(α)
Np > 0
Vp = Fp⋅sen(α)
Mp = Np⋅ex
Vp > 0
onde:
yp é a distância, na seção “S”, do centróide da seção do cabo ao bordo inferior da
seção
ex é a excentridade do cabo com relação ao centróide da seção “S”
Np é o esforço normal de protensão na seção “S”
Vp é o esforço cortante de protensão na seção “S”
Mp é o momento fletor de protensão na seção “S”
61
Estes esforços seccionais representados na Figura 3.9, normalmente denominados de
esforços isostáticos, quando aplicados à estrutura produzem outros esforços que surgem
em função dos vínculos da estrutura que está sendo protendida, que tendem a impedir o
deslocamento da estrutura provocado pelos esforços isostáticos de protensão. A
obtenção desses esforços era feita principalmente pelo método das forças ou pelo
processo de Cross, priorizando as solicitações de flexão, onde os momentos de
engastamento inicialmente utilizados foram propostos por Khachaturiam . Em 1983,
Leonhardt propôs outra forma para obtenção dos momentos de engastamento que
superpunha os efeitos isostáticos e hiperestáticos de protensão (Perlingeiro, 1998).
Perlingeiro (1998) propôs um método para a análise dos esforços de protensão baseado
na transformação dos esforços de protensão em cargas equivalentes, que pode ser usado
para cabos com qualquer posição ao longo da viga. A precisão dos resultados depende
da discretização do cabo; quanto maior a curvatura do cabo maior deve ser sua
discretização. Este processo considera a tensão ao longo do cabo continuamente
variável em cada intervalo, e ao contrário dos outros métodos, e é de fácil
automatização. A seguir é feita breve descrição desse método.
62
Seja um trecho genérico entre duas seções ( Figura 3.10 ), com a posição do cabo
definida pelas excentricidades (e1 e e2) e pelos ângulos que a tangente ao eixo do cabo
faz com a direção horizontal ( α1 e α2 ). É admitido que a força de protensão varia
linearmente de F1 a F2, podendo-se desta forma considerar as perdas de protensão.
S1 S2 F2
α2
α1 e2
F1
e1
L
.
Figura 3.10 – Trecho genérico de um cabo de protensão
( N 2 − N1)
n= (3.14)
L
(Q1 − Q2)
q= (3.15)
L
( M 2 − M 1) (Q1 − Q2)
m= + (3.16)
L 2
onde:
M1 e M2 são os momentos isostáticos de protensão nas seções S1 e S2,
respectivamente;
Q1 e Q2 são os esforços cortantes isostáticos de protensão nas seções S1 e S2,
respectivamente;
N1 e N2 são os esforços normais isostáticos de protensão nas seções S1 e S2,
respectivamente;
63
n é o carregamento distribuído axial, que representa a variação da força de
protensão devida às perdas entre as seções S1 e S2;
m é o momento distribuído, que representa a variação da excentricidade do cabo
entre as seções S1 e S2;
q é carga distribuída transversal, que representa a variação da inclinação do cabo
entre as seções S1 e S2.
S1 S2
n
M1 M2
X=0 X=L
N1 N2
Q1 Q2
64
M1 M2
L
Qe Qd
Onde
( M 1 − M 2)
Qd = −Qe = (3.17)
L
65
- Perda no sistema de macaqueamento e nas placas de ancoragem;
- Perda devido a rigidez do sistema estrutural;
- Perda pelo atrito entre a armadura e a bainha;
- Perda pela acomodação e deformação das ancoragens;
- Perda pela deformação instantânea do concreto decorrente das protensões
sucessivas.
O valor medido varia entre 3,5% e 8,0% da força aplicada ao cabo e faz-se a
compensação desta perda pela majoração da força. Uma vez que esta perda é
compensada no ato da protensão pelo aumento da pressão manométrica aplicada no
macaco hidráulico, ela não interfere no processo de cálculo da distribuição de tensões ao
longo do cabo.
Esta perda ocorre em função do sistema estrutural e do elemento estrutural que será
protendido, ocorrendo na aplicação da protensão. Para entender sua existência seja o
exemplo de uma viga engastada em um pilar com uma rigidez muito maior que a da
viga. Quando a protensão for aplicada à viga, a força de protensão não será totalmente
transmitida à viga uma vez que esta se encontra impedida de se deslocar, ficando a força
de protensão retida no pilar. A análise da protensão pelo método das cargas equivalentes
é a única forma de considerar essa perda, uma vez que aplica o efeito da protensão
como um carregamento ao sistema estrutural.
66
3.3.2.1.3 – Perda pelo atrito entre armadura e bainha
Esta perda depende do traçado do cabo por despertar o atrito nos pontos de contato com
a bainha. A tensão σx na armadura em uma seção que se encontra a uma distância “x”
consideração as perdas por atrito entre o cabo e a bainha é dada, segundo o CEB-FIP
MC 90 e a NBR 6118-2001 é dada por:
σ x = σ i ⋅ e − µ ⋅(α ( x ) + k ⋅ x ) (3.18)
onde:
µ é o coeficiente de atrito entre o cabo e a bainha;
α(x) é a soma dos ângulos que determinam cada mudança de direção do cabo,
em radianos, entre a ancoragem ativa e seção considerada;
k é a perda de tensão por unidade de comprimento devido à curvatura não
intencional entre os pontos de fixação da bainha.
A extremidade dos cabos que são ancorados por cunhas sofre até a fixação definitiva um
deslizamento δ que provoca uma diminuição do alongamento estabelecido pela
protensão. O valor deste deslizamento é função do tipo de ancoragem e da armadura
67
usada, sendo fornecido pelos fabricantes de equipamentos de protensão. O valor médio
da perda no conjunto armadura-ancoragem em cordoalhas é de 6mm.
σx
σi Ωaf
σx,i
σ'i
xac dΩ
x
x=0 x = Lp
dx
Seja o trecho isolado de um cabo, submetido a uma tensão σpx,i (Figura 3.14).
σpx,i σpx,i
dx ∆(dx)
Figura 3.14 – Trecho isolado de um cabo
68
Sendo ∆Lp o alongamento imposto ao cabo para produzir a tensão σi na região da
ancoragem, tem-se
x = Lp
∆Lp = ∫ ∆(dx)
x=0
(3.20)
x = Lp
1 Ω
∆Lp =
Ep ∫ dΩ = E
x =0 p
(3.22)
A área Ωaf (Figura 3.13) equivale à perda de tensão devida à acomodação e deformação
da ancoragem, e seu valor é
δ
Ω af = (3.23)
Ep
O valor desta área e o valor de Xac (Figura 3.13) devem ser determinados para o
conhecimento da influência da perda por acomodação da ancoragem nas tensões ao
longo da armadura. Hecksher (1981) descreve um método analítico para obtenção do
valor de Xac. Seja o diagrama de tensões ao longo da armadura (Figura 3.15) formado
por trechos retilíneos que correspondem as áreas Ω1, Ω2, ..... Ωj-1, Ωj cujos valores
são:
Ω1 = (σ i − σ 1 ) ⋅
(x0 + x1 ) , onde x0 = 0 (3.24)
2
(x + x )
Ω1 = (σ 1 − σ 2 ) ⋅ 1 2 (3.25)
2
M
(x − + x j )
Ω j = (σ j −1 − σ j )⋅ j 1 (3.26)
2
A primeira etapa do cálculo é a pesquisa do trecho j do diagrama tal que (Figura 3.15)
Ω1 + Ω 2 + L + Ω j −1 < Ω* < Ω1 + Ω 2 + L Ω j −1 + Ω j (3.27)
69
onde Ω* = Ωaf / 2
Uma vez determinado o trecho j, de acordo com a Figura3.16, determinam-se os valores
de Xaf e de σx,i.
σx
σi
Ω1 σ1
Ω2 σ2
σ3
σ4
σj-1
Ωj σj
x1
x2
x3
x4
xj-1
xj
x
σx
xj-1 ∆xj
σj-1
∆Ω*
σx,i ∆σj
σj
xac
xj
70
Assim:
2 ⋅ ∆Ω* ⋅ ∆x j
xac = x 2j −1 + (3.28)
∆σ j
∆σ j ⋅ ( x j − xac )
σ x ,i = σ j + (3.29)
∆x j
onde :
∆Ω* = Ω* − (Ω1 + Ω 2 + LΩ j −1 ) (3.30)
∆x j = x j − x j −1 (3.31)
∆σ j = σ j −1 − σ j (3.32)
∆σ p , cs = ∆ε p ⋅E p (3.33)
onde
nc − 1
∆ε p = ⋅ ε c ( p + g1) (3.34)
2 ⋅ nc
71
com
σ cp ( p + g1)
ε c ( p + g1) = (3.35)
Ec ,t
ε cs (t ; t0 ) = ε s ( f cm ) ⋅ β RH ⋅ β s (t − t0 ) (3.36)
72
onde:
βs é uma função que define o desenvolvimento da retração com o tempo
t é a idade do concreto, em dias
t0 é a idade do concreto no início da retração.
sendo:
f
ε s ( f cm ) = 160 + 10 β sc ⋅ 9 − cm ⋅ 10− 6 (3.37)
f cm 0
t1 = 1 dia
h0 = 100mm
2⋅ A
h= (3.40)
U
RH é a umidade relativa do ar (%)
A é a área da seção transversal
U é o perímetro do elemento em contato com o meio ambiente
73
3.3.2.2.2 – Perda pela fluência do concreto
φ (t , t0 ) = φ0 ⋅ β c (t , t0 ) (3.42)
com
φ0 = φ RH ⋅ β ( f cm ) ⋅ β (t0 ) (3.43)
RH
1−
RH 0
φ RH = 1 + 1/ 3
(3.44)
h
0,46 ⋅
h0
5,3
β ( f cm ) = (3.45)
f cm
f cmo
1
β (t0 ) = 0, 2
(3.46)
t
0,1 + 0
t1
0,3
t − t0
β c (t , t0 ) = (3.47)
β H + t − t0
74
RH 18 h
β H = 150 ⋅ 1 + 1,2 ⋅ ( ) ⋅ + 250 ≤ 1500 dias (3.48)
RH o h0
Este fenômeno equivale à queda de tensão, ao longo do tempo, da resposta elástica das
armaduras alongadas, mantidas sob comprimento constante (relaxação pura). Como as
peças de concreto sofrem um encurtamento pela retração e fluência, uma vez que o cabo
encontra-se aderido ao concreto ele também sofre este encurtamento e,
conseqüentemente, não ocorre a relaxação pura e sim uma relaxação relativa, que
provoca uma perda de tensão de menor intensidade.
A intensidade da relaxação do aço é determinada pelo coeficiente ψ(t,t0), igual a:
∆σ pr (t , t0 )
ψ (t , t0 ) = (3.49)
σ pi
onde:
∆σpr(t,t0) é a perda de tensão por relaxação pura do instante t0 até o instante t
Os valores da relaxação medidos após 1000 horas sob temperatura de 20ºC, de acordo
com CEB-FIB MC90, estão na Tabela 3.3.
75
Para tempos diferentes de 1000 horas e temperatura de 20ºC, tem-se
q
t
ψ (t , t0 ) = ψ 1000 ⋅ (3.50)
1000
Onde
q ≈ log (ψ 1000 ψ 100 ) (3.51)
ε cs (t , ts ) ⋅ Es + ∆σ pr (t , t0 ) + η ⋅ φ (t , t0 ) ⋅ (σ cg + σ pi )
∆σ Pc + s + r = (3.53)
σ φ (t , t0 )
1 + η ⋅ pi 1 +
σ spo 2
onde
∆σPc+s+r é a perda total de tensão decorrente da interdependência das perdas lentas
Ep
η= (3.54)
Ec
Para o cálculo da relaxação pura ∆σpr (t,t0) é recomendada para o cálculo da tensão no
aço de protensão a expressão (Vasconcelos, 1980)
σ p = σ pi − 0,30 ⋅ ∆σ Pc + s + r (3.55)
onde
σp é a tensão no aço de protensão após as perdas de protensão
76
Desta forma, inicialmente deve-se estimar o valor de ∆σPc+s+r e por iterações sucessivas
obter o valor final das perdas diferidas.
3.3.3 – Concreto
A NBR 6118 - 2000 determina que o menor valor para a resistência à compressão seja
de 25 MPa para concretos com armadura ativa. Para tensões de compressão menores
que 0,5fc admite-se uma relação linear entre tensões e deformações, sendo utilizado para
o módulo de elasticidade o valor secante. Segundo o CEB-FIP MC90, a resistência à
compressão do concreto na idade de t dias à temperatura média de 20ºC pode ser
estimada pela expressão 3.56, que é também proposta na nova NBR 6118-2001.
f cm (t ) = β cc (t ) ⋅ f cm (3.56)
com
28
s ⋅ 1−
t t1
β cc (t ) = e (3.57)
Onde
s = 0,20 para cimentos de alta resistência inicial ( CP V )
s = 0,25 para cimentos de endurecimento normal e rápido ( CP I e CP II )
s = 0,38 para cimentos de endurecimento lento ( CP III e CP IV )
77
(3.58) a (3.60), iguais às do CEB-FIP MC90, sendo fct,sp e fct,f a resistência à tração
indireta e a resistência à tração na flexão, respectivamente.
fctm = 0,3fck2/3 fctm e fck em MPa (3.58)
fctk,inf = 0,7fctm (3.59)
fctk,sup = 1,3fctm (3.60)
Estas expressões podem ser usadas para uma idade j diferente de 28 dias desde que fckj >
7 MPa.
1/2
E c = 5600f ck com E c , f ck em MPa (3.61)
O módulo de elasticidade inicial numa idade j > 7 dias pode ser avaliado com essa
equação, substituindo fck por fckj. O módulo de elasticidade secante a ser utilizado nas
análises elásticas de projeto, especialmente para determinação de esforços solicitantes e
verificação de Estados Limites de Serviço, deve ser calculado pela equação:
Ec = 0,85Ec (3.62)
78
αE = 0,7 para agregados de arenito
onde
βcc (t) é o coeficiente que depende da idade do concreto t dado pela equação
3.57
Ec (t) é o módulo de elasticidade na idade de t dias
Para a análise no estado limite último de elementos de concretos com fck < 50 MPa a
NBR 6118-2001 e o CEB-FIP MC90 adotam o diagrama tensão-deformação parábola-
retângulo cujas expressões são:
Para εc < εco = 2 %o
2
σc ε ε
= 2 ⋅ c − c (3.65)
0,85 f ck ε co ε co
Para 2 %o < εco < εcu = 3,5 %o
σc
=1 (3.66)
0,85 f ck
onde as tensões e as deformações de compressão são consideradas positivas.
Para concretos com 50 MPa < fck < 80 MPa o CEB-FIP MC90 muda este diagrama
considerando para deformação última do concreto valores que diminuem como o
aumento de fck:
50
ε cu = 3,5 ⋅ %o , fck em MPa (3.67)
f ck
79
A Figura 3.17 mostra os diagramas tensão de compressão-deformação para diferentes
valores de fck.
O CEB-FIP, no boletim 228 (1995) propõe outro tipo de relações tensão-deformações
para concretos com 50 MPa < fck < 100 MPa:
σ c (M P a )
100
fc k = 2 0 M P a
90
fc k = 3 0 M P a
80
70 fc k = 5 0 M P a
60 fc k = 7 0 M P a
50 fc k = 8 0 M P a
40
30 M C 90
20
10
0 ε c (% 0 )
0 1 2 3 4
80
σc (M P a)
100
fc k = 2 0 M P a
90
fc k = 3 0 M P a
80
70 fc k = 5 0 M P a
60 fc k = 7 0 M P a
50 fc k = 9 0 M P a
40
fc k = 1 0 0 M P a
30
20 CEB
10
0
0 1 2 3 4
εc (% 0)
81
Ecn = 1000 f cn0,3 (3.77)
σc (M P a)
100
fc k = 2 0 M P a
90
fc k = 3 0 M P a
80
70 fc k = 5 0 M P a
60 fc k = 7 0 M P a
50 fc k = 9 0 M P a
40
30 NS
20
10
0
0 1 2 3 4
εc (% 0)
fuk
fyd
εs
10%o
Figura 3.20 – Diagrama tensão-deformação do aço
82
Na falta de ensaios ou valores fornecidos pelo fabricante, o módulo de elasticidade do
aço pode ser admitido igual a 210 GPa.
Para o cálculo nos estados limites de serviço e último a NBR 6118-2000 permite utilizar
o diagrama simplificado da Figura 3.21, válido para intervalos de temperatura entre -20º
e 150º C.
σs
fpk
fpd
fpyk
fpyd
εuk εps
83
categorias de trem-tipo rodoviário. A Figura 3.22 apresenta a geometria do trem-tipo
TB-450kN que será detalhado por ser o trem-tipo indicado para o uso em rodovias.
75ϕi kN / roda
1,50
1,50
5ϕi kN/m2
1,50
(m)
O caminhão tipo possui três eixos, com P = 150ϕi kN em cada um e uma carga de
multidão qm igual a 5ϕi kN/m2 localizada à frente e atrás do caminhão. A norma permite
a simplificação do trem-tipo considerando-se a carga de multidão em todo comprimento
e descontando-se o excesso de carga das cargas concentradas que representam os três
eixos do trem-tipo.
O coeficiente de impacto ϕi, indicado na Figura 3.22, tem seu valor para pontes
rodoviárias dado pela expressão 3.81 (NBR 7188). Este coeficiente é um fator que
considera a natureza dinâmica da carga móvel considerando as vibrações livres e
forçadas da superestrutura produzidas pela mobilidade das cargas, os efeitos de massa
dos veículos e seu amortecimento elástico e os efeitos de choques ocasionais, devidos a
irregularidades do tabuleiro (Mason, 1977).
84
ϕ i = 1,4 − 0.007 ⋅ lϕ ≥ 1,00 (3.81)
onde
lϕ é o comprimento do vão
εc, i
yc, i
C.G. εC.G.
ys, j
εs, j
85
N = ∫ σ c ⋅ dAc + ∫ σ s ⋅ dAs + ∫ σ sp ⋅ dAsp (3.82)
Ac As Asp
onde:
σ é a tensão no nível do centróide da área (dA),
y é a distância da área (dA) ao centróide da seção,
Ac é a área de concreto da seção resistindo a tensões de compressão,
As é a área de armadura passiva na seção,
Asp é a área de armadura ativa na seção.
As equações 3.82 e 3.83 podem ser substituídas pelas equações 3.84 e 3.85, onde as
integrais são substituídas por somatórios.
onde:
i = 1,2, .... , n camadas de concreto submetido a compressão,
j = 1,2, .... , m camadas de armadura passiva,
k = 1,2, ... , l camadas de armadura ativa.
onde:
ϕ é a rotação por unidade de comprimento do eixo da viga,
y é a distância do centróide da camada ao centróide da seção,
εCG é a deformação ao nível do centróide da seção.
86
σ c , i = Ec.i ⋅ ε c , i (3.87)
σ s, j = E s, j ⋅ ε s, j (3.88)
σ sp , k = Esp , k ⋅ ε sp , k (3.89)
onde:
Ec,i é o módulo de elasticidade secante do concreto da camada i
Es,j é o módulo de elasticidade secante do aço passivo j
Esp,k é o módulo de elasticidade secante do aço ativo k
Com 3.86 nas equações 3.87 a 3.89 e com estas nas equações 3.84 e 3.85, as equações
de equilíbrio tomam a forma:
N − N P = K 1,1 ⋅ ε CG + K 1, 2 ⋅ ϕ (3.90)
− M + M P = K 2,1 ⋅ ε CG + K 2, 2 ⋅ ϕ (3.91)
onde:
N P = ∑ Esp , k ⋅ ε sp , k ⋅ ∆Asp , k (3.92)
k
K1, 2 = − ∑ Ec , i ⋅ ∆Ac , i ⋅ yc , i + ∑ Es , j ⋅ ∆As , j ⋅ ys , j + ∑ Esp , k ⋅ ∆Asp , k ⋅ ysp , k (3.96)
i j k
K2,1=K1,2 (3.97)
N − N P K 1,1 K 1, 2 ε CG
− M + M = K
P 2,1 K 2, 2 ϕ
87
A solução deste sistema de equações é realizada por iterações sucessivas a partir de
valores iniciais do esforço normal e da deformação da fibra extrema do concreto ou do
par de esforços normal e momento. A iteração é feita buscando o equilíbrio da seção,
variando a altura da linha neutra e comparando o resultado obtido com os valores
iniciais.
88
4 – DESCRIÇÃO DO PROGRAMA DESENVOLVIDO
O programa existente, criado pelo Prof. Ibrahim Shehata na linguagem Visual Basic,
efetua a análise de um pórtico plano baseado no método da rigidez, fornecendo os
esforços e deslocamentos na estrutura para cada grupo de carregamentos atuantes. A
seguir são apresentados os fundamentos do método da rigidez e a descrição do
programa.
A estrutura é composta por barras e nós, onde cada nó é a interseção de dois ou mais
elementos, podendo ser ou não um dos apoios da estrutura. Cada barra é representa pelo
seu eixo, a estrutura é composta de elementos lineares ligados nos nós, e relaciona-se o
vetor de carregamentos nodais com os seus deslocamentos através da seguinte equação
matricial:
89
As incógnitas são os deslocamentos nodais da estrutura, excetuando aqueles definidos
pelas condições de contorno da estrutura, e a solução do problema consiste na obtenção
destes deslocamentos satisfazendo as condições de equilíbrio de cada elemento da
estrutura assim como de toda a estrutura. Um elemento de pórtico plano (Figura 4.1)
possui três incógnitas nodais: duas translações, u e v; e uma rotação θ.
v1 v2
u1 u2 x
1 2
θ1 L θ2
Figura 4.1 – Elemento de pórtico plano
AE AE
L 0 0 − 0 0
L
12 EI 6 EI 12 EI 6 EI
0 0 −
L3 L2 L3 L2
0 6 EI 4 EI 6 EI 2 EI
0 − 2
[KL ] = L2 L L L
AE AE
− 0 0 0 0
L L
0 12 EI 6 EI 12 EI 6 EI
− − 0 −
L3 L2 L3 L2
6 EI 2 EI 6 EI 4 EI
0 0 − 2
L2 L L L
onde:
A é a área da seção transversal do elemento,
E é o módulo de elasticidade do material do elemento,
I é o momento de inércia do elemento com relação ao seu eixo Z (Figura 4.1),
90
L é o comprimento do elemento.
A partir da matriz de rigidez de cada elemento, as forças que atuam nas extremidades do
elemento podem ser obtidas por:
{Fi} = [ Kij ]L {Uj} (4.2)
Para a montagem da matriz de rigidez global da estrutura, os deslocamentos e a matriz
de rigidez de cada elemento são transformados para o sistema global de coordenadas
usando-se a relação geométrica entre os sistemas de coordenadas (Figura 4.2).
Y
y
x
n
θx
X
Z
Figura 4.2 – Sistemas de coordenadas
cosθ sen θ 0 0 0 0
− sen θ cosθ 0 0 0 0
0 0 1 0 0 0
[T ] =
0 0 0 cosθ sen θ 0
0 0 0 − sen θ cosθ 0
0 0 0 0 0 1
91
A matriz de rigidez da estrutura é formada pela superposição das matrizes de rigidez dos
elementos em função dos elementos que estão conectados entre si. A matriz de rigidez
da estrutura é uma matriz da seguinte forma:
K=
Componentes do elemento 1
Componentes do elemento 2
Componentes do elemento 3
Componentes do elemento 4
92
4.1.2 – Coordenadas locais e globais
Y
y
R x
i
x R
y
X
Figura 4.3 – Convenção de sinais do elemento
A entrada dos dados é feita somente pela forma de arquivo seguindo a ordem abaixo:
1 – Título
2 – N, M, L, E
N = número de nós
M = número de elementos
L = número de restrições nodais
E = módulo de elasticidade do material
3 – AR (1) , i (1) , RH (1) , CON (1)
..............................................
AR (M) , i (M) , RH (M) , CON (M)
AR ( 1 a M ) - área de cada elemento,
93
i ( 1 a M ) – momento de inércia de cada elemento com relação ao eixo que
passa pelo seu centróide,
RH ( 1 a M ) – condições de extremidades dos elementos sendo RR =
rígido-rígido, HR = rotulado-rígido e RH = rígido-rotulado,
CON ( 1 a M ) – nó inicial e nó final de cada elemento.
4 – X (1), Y (1), A (1)
.............................
X (N), Y (N), A (N)
X ( 1 a N ) – coordenada nodal com relação ao eixo X global
Y ( 1 a N ) –coordenada nodal com relação ao eixo Y global
A ( 1 a N ) – restrição nodal
5 – Caso existam carregamentos nodais “Y” caso contrário “N”
6 – Caso a etapa 5 seja igual a “N” vai-se para a etapa 9, caso contrário: JN
JN = número do nó carregado
7 – Fx, Fy, M
Fx, Fy, M = vetor de carregamento nodal
8 – Caso haja outro nó carregado “Y” vai-se para a etapa 6, caso contrário “N”
9 – Caso haja carga nos elementos “Y” caso contrário “N”
10 – Caso a etapa 9 seja igual a “N” vai-se para a etapa 15, caso contrário: MembN, NL
MembN = número do elemento carregado
NL = número de tipos de carregamentos no elemento
11 – Fx, Fy, M, Tipo
Fx, Fy, M = vetor de carregamento
Tipo = tipo de carga no elemento:
C – concentrada, U – distribuída uniforme, PU – distribuída parcialmente
uniforme, LT – distribuída triangular para a esquerda, RT – distribuída
triangular para a direita.
12 – A, B
A = distância da carga ao nó inicial
B = comprimento da carga no elemento
13 – Repetem-se as etapas 11 e 12 NL vezes
14 – Caso haja outro elemento carregado “Y” vai-se para a etapa 10, caso contrário “N”
94
15 – Caso haja outro conjunto de carregamento “Y” vai-se para a etapa 6, caso contrário “N” e
encerra-se o bloco de dados.
ARQUIVO DE
ENTRADA DE
DADOS
ROTINA FRM
GERA A MATRIZ DE RIGIDEZ
GLOBAL DA ESTRUTURA
VERIFICA
SIM ALTURA DA NÃO ENCERRA O
BANDA PROGRAMA
h < 45 ?
ROTINA INTR
REARRANJA A MATRIZ DE
RIGIDEZ
ROTINA TRIANG
TRIANGULIZA A MATRIZ DE
RIGIDEZ
EXISTEM
SIM CARGAS NO NÃO
ELEMENTOS?
ROTINA FEFF
LEITURA DOS ELEMENTOS, VETORES
E TIPOS DE CARREGAMENTOS E
GERAÇÃO DAS CARGAS NODAIS
ROTINA ORDER
ORDENA O VETOR DE
CARREGAMENTOS
ROTINA BKSUB
RESOLVE O SISTEMAS DE
EQUAÇÕES
ROTINA FMEF
CALCULA OS ESFORÇOS NOS
EXTREMOS DOS ELEMENTOS
95
4.1.5 – Tela do programa
O programa possui uma tela principal (Figura 4.5) onde são mostradas as principais
características da estrutura analisada como: o nome e localização dos arquivos de
entrada e saída de dados; o título do trabalho; número de nó, elementos e restrições da
estrutura; tempo de execução; um campo de texto com o resultado da análise da
estrutura.
96
Inicialmente foi feita a construção de telas que permitem a entrada dos dados e em
seguida a implementação da mudança automática das características das seções, da
análise dos carregamentos que atuam após essa mudança e das tensões normais nas
fibras extremas das seções para cada carregamento. A seguir foi feita a implementação
para a análise da carga móvel, e da protensão.
As seções podem ser discretizadas de duas formas: diretamente por seus valores (área,
inércia, distância do centróide à fibra extrema superior e distância do centróide à fibra
extrema inferior) ou através de trapézios, triângulos e retângulos. Neste último caso, o
programa faz o cálculo automático das características de acordo com as formulações
descritas no item 3.2.
Inicialmente é feito o cálculo das tensões normais para cada carregamento que atua na
estrutura. As tensões normais para os carregamentos que atuam na primeira etapa de
protensão são calculadas nas fibras indicadas na Figura 4.6a e as tensões normais para
os carregamentos que atuam na segunda etapa são calculadas nas fibras indicadas na
97
Figura 4.6b. As seções da segunda etapa de carregamento serão sempre maiores que as
seções da primeira etapa de carregamento.
σ1
σ2
σ3 (a) (b)
Devem ser definidos os elementos que serão analisados e os elementos que serão
solicitados pelo trem-tipo. Em seguida é feito o cálculo da linha de influência nos
elementos a analisar, fazendo-se passar uma carga unitária em cada nó dos elementos
solicitados associando sua posição aos resultados da análise em cada nó dos elementos
analisados. A partir da linha de influência de cada esforço e do trem-tipo adotado (trem-
tipo simplificado definido no ítem 3.4 do Capítulo 3), são obtidos os máximos esforços
devidos à carga móvel assim como as tensões normais.
98
4.2.4 –Protensão
Nesta tela são informados ao programa os números de nós, elementos, seções, restrições
e de materiais da estrutura. Deve-se informar se as seções discretizadas referem-se aos
elementos da estrutura ou aos nós e se elas serão discretizadas em trapézios para o
99
cálculo das características ou serão fornecidos os valores destas. São dados também os
números de fases de protensão e de carregamentos: um ou dois. A partir desta tela pode-
se acessar as outras para conclusão da entrada de dados da estrutura, clicando-se os
botões.
Clicando o botão “Coordenadas dos Nós” na tela inicial pode-se acessar a tela para a
entrada das coordenadas dos nós da estrutura (Figura 4.8). Nesta tela informam-se as
coordenadas globais X e Y de cada nó. Caso as seções sejam fornecidas nos nós, deve-
se informar o tipo da seção de cada nó para a primeira fase de carregamento ou
protensão, e para a segunda fase de carregamento ou protensão caso haja mudança de
seção. Se o número de nós for superior a 30, após informar as coordenadas e tipos se
seções até o trigésimo nó, clica-se o botão “Próximo” para continuar a discretização dos
nós, repetindo-se esse procedimento até o final da discretização. Para retornar à tela
inicial deve-se clicar o botão “Voltar”.
100
4.2.5.2 – Características das seções
As características das seções podem ser informadas de duas formas: pela discretização
da seção em trapézios, triângulos e retângulos ou fornecendo diretamente os valores das
características. Caso seja definido na tela inicial (Figura 4.7) que os valores das
características das seções serão fornecidas diretamente, ao clicar o botão “Seções”
aparece a tela para entrada dos valores de cada seção (Figura 4.9): área, momento de
inércia e as distâncias do centróide às fibras superior e inferior (Ys e Yi ) para cada
seção.
A tela permite que sejam preenchidos os valores de até seis seções; quando existirem
mais de seis seções deve-se clicar o botão “Próximo” e fornecer os valores das demais
seções, repetindo este procedimento até o término das seções. Para retornar à tela inicial
clica-se o botão “Voltar”.
101
Quando cada seção for discretizada em trapézios, triângulos e retângulos, ao clicar o
botão “Seções” na tela inicial a tela da Figura 4.10 automaticamente surge, permitindo o
preenchimento dos valores da base superior (bs), base inferior (bi) e altura (h) de cada
trapézio que compõe a seção, podendo cada seção conter até doze trapézios. Após o
fornecimento das características de cada seção deve-se clicar o botão “Próxima” para
fornecer os valores dos trapézios da próxima seção, repetindo-se este procedimento até
o término das seções. Os valores das características de cada seção são calculados
automaticamente pelo programa. Para retornar à tela principal deve-se clicar o botão
“Voltar”.
102
4.2.5.3 – Características dos materiais
Para definir cada material que compõe a estrutura deve-se clicar o botão “Materiais” na
tela inicial para o fornecimento dos valores do módulo de elasticidade de cada material
(Figura 4.11). Permite-se até seis tipos diferentes de materiais. A associação do material
dos elementos é feita na tela “Elementos” mostrada na Figura 4.12. Para retornar à tela
inicial deve-se clicar o botão “Voltar”.
4.2.5.4 – Elementos
Para a definição de cada elemento que compõe a estrutura clica-se o botão “Elementos”
na tela inicial e surge a tela da Figura 4.12, onde são informadas as características de
cada elemento. Para cada elemento deve-se fornecer os números dos nó inicial e nó
103
final, sendo que necessariamente o número do nó inicial deve ser menor que o do nó
final, o número correspondente ao tipo de material do elemento e, caso as seções sejam
definidas nos elementos (Figura 4.7), o número correspondente ao tipo de seção do
elemento.
104
translação na direção X, Y representa a restrição de translação na direção Y e R a
restrição de rotações no plano XY, preenchendo-se com “0” (sem restrição a
movimento) ou “1” (com restrição a movimento). Para retornar a tela inicial deve-se
clicar o botão “Voltar”.
Para entrada dos dados relativos à carga móvel clica-se o botão “Carga Móvel” na tela
inicial para que surja a tela da Figura 4.14. Inicialmente define-se se é para serem feitos
o cálculo dos esforços relativos a carga móvel e a impressão das linhas de influência no
arquivo de resultados, e em seguida são dados os valores da cargas concentradas (P) e
distribuída (qm) do trem-tipo longitudinal. Define-se o número de elementos onde o
trem-tipo é para ser considerado. Clicando o botão “Seqüência de Tráfego” aparece a
tela da Figura 4.15 que permite informar os elementos na seqüência em que o trem-tipo
105
deve ser deslocado. Esta seqüência pode ser gerada automaticamente caso isto seja
indicado na tela 4.14, necessitando apenas que se definam os números do primeiro e do
último elemento da seqüência ou, caso não seja indicada a geração automática, define-se
ordenadamente cada elemento da seqüência.
106
Figura 4.15 – Tela de definição da seqüência de tráfego
107
Figura 4.16 – Tela de definição dos elementos analisados na carga móvel
108
4.2.5.7 – Balanços
Caso a estrutura possua balanços nas extremidades, deve-se clicar o botão “Elementos
em Balanços” na tela inicial (Figura 4.7) para que apareça a tela de definição dos
elementos em balanço (Figura 4.17). Deve-se informar a existência ou não de balanço
nas extremidades esquerda e direita da estrutura e o número dos elementos em balanço.
4.2.5.8 – Articulações
A tela da Figura 4.18 permite a definição dos elementos que têm uma de suas
extremidades ou ambas articuladas. Esta tela é acessada ao clicar o botão “Articulações”
na tela inicial. Define-se a quantidade de elementos articulados e se cada elemento está
articulado em sua extremidade esquerda, direita ou em ambas as extremidades.
109
Figura 4.18 – Tela para definição de articulações na estrutura
4.2.5.9 – Carregamentos
110
Figura 4.19 – Tela para definição do número de carregamentos
111
Figura 4.21 – Tela de definição dos valores das cargas nodais
112
Figura 4.22 – Tela de definição das cargas nos elementos
113
4.2.5.10 – Protensão
114
de inclinação do cabo com a direção horizontal em cada seção e a cota (distância do
centróide do cabo à extremidade inferior da seção) do cabo em cada seção.
Com relação ao primeiro nó atravessado pelo cabo, deve-se considerar que este é o
primeiro nó, a partir da ancoragem inicial, em que a força de protensão está atuando
completamente na seção do nó, após um espraiamento de 45º, devendo ser adotado o
mesmo critério para o último nó atravessado pelo cabo. O sinal do ângulo α de
115
inclinação do cabo com a direção horizontal deve seguir a convenção mostrada na
Figura 4.25.
α>0
α<0
116
4.2.6 – Verificação no estado limite último
117
Figura 4.28 – Tela para discretização da seção em trapézios
118
Para retornar à tela da Figura 4.27 clica-se no botão “Voltar”.
•
•
A análise pode ser feita de duas maneiras. Fornecendo o par de valores de esforço
normal e momento que atuam na seção, clicando-se o botão “ANÁLISE dado M,N” na
tela da Figura 4.27, que abrirá duas caixas de resposta para fornecimento dos valores. A
outra forma para análise da seção é feita fornecendo o valor do esforço normal que atua
na seção e da máxima deformação do concreto, clicando-se o botão “ANÁLISE dado
eps_c,N”. Para as duas formas de análise, o programa fornecerá como resultado o par de
esforços normal e momento, a altura da linha neutra, a deformação no nível do centróide
da seção, a máxima deformação do concreto e a deformação da primeira e da última
camada de aço. O programa faz a análise da seção segundo o procedimento descrito no
item 3.5, adotando a curva tensão de compressão-deformação do concreto proposta pela
NBR 6118-2001 ou a curva proposta pelo CEB-FIP MC90 para concretos com fck < 50
MPa e ao CEB-FIP boletim 228 para concretos com 50 < fck < 100 MPa ou a curva
proposta pela NS 3473 E, conforme a escolha realizada na Tela 4.27. Para o aço o
programa adota a relação tensão-deformação bi-linear.
119
5 – APLICAÇÃO DO PROGRAMA PÓRTICO
120
11.80 1180
13.20
4.00 830.00 + 2 bo
17.10
bo 780.70 + 2 bo
700.70 + 2 bo
93.90-e i
bo
30.00 120.00 + 2 bo
ei
610.00 (cm)
A Tabela 5.1 mostra as dimensões de cada divisão de cada seção e a Tabela 5.2 mostra
os valores de A, I, ys e yi das seções.
121
Tabela 5.2 – Valores das características das seções
2
Inércia Ys Yi
Seção Área (m ) 4
(m ) (m) (m)
S0 6,795 2,414 0,741 0,959
S1 6,163 2,215 0,699 1,001
S2 5,497 1,924 0,638 1,062
S3 5,151 1,731 0,597 1,103
S4 5,151 1,731 0,597 1,103
S5 5,151 1,731 0,597 1,103
S6 5,151 1,731 0,597 1,103
S7 5,151 1,731 0,597 1,103
S8 5,497 1,924 0,638 1,062
S9 6,163 2,215 0,699 1,001
S10 6,795 2,414 0,741 0,959
S11 6,163 2,215 0,699 1,001
S12 5,497 1,924 0,638 1,062
S13 5,151 1,731 0,597 1,103
S14 5,151 1,731 0,597 1,103
S15 5,151 1,731 0,597 1,103
122
Tabela 5.3 – Cargas distribuídas do peso próprio da estrutura em cada seção
2 g1
Seção Área (m )
(kN/m)
S0 6,795 169,9
S1 6,163 154,1
S2 5,497 137,4
S3 5,151 128,8
S4 5,151 128,8
S5 5,151 128,8
S6 5,151 128,8
S7 5,151 128,8
S8 5,497 137,4
S9 6,163 154,1
S10 6,795 169,9
S11 6,163 154,1
S12 5,497 137,4
S13 5,151 128,8
S14 5,151 128,8
S15 5,151 128,8
Uma vez que as áreas das seções são variáveis, os carregamentos distribuídos também
são variáveis, e tem-se o carregamento distribuído entre as seções variando linearmente
(Figura 5.3).
123
5.1.2.2.1.2 – Cargas concentradas
(cm)
c) Placas de ancoragem
Em cada extremidade da obra existem duas placas de ancoragem que possuem o peso de
10,41 kN cada uma.
124
Figura 5.5 – Resumo do carregamento devido ao peso próprio da estrutura
5.1.2.2.2.1 – Guarda-rodas
O guarda-rodas utilizado na obra possui suas dimensões padronizadas e seu peso por
metro linear é igual a 5,80 kN/m. Como a obra possui dois guarda-rodas o peso total é
de 11,60 kN/m.
125
Figura 5.6 – Carregamento devido à sobrecarga permanente
Para simplificar o cálculo adota-se um único valor para o coeficiente de impacto, igual a
1,230.
60 ϕ kN 60 ϕ kN
0,50 m 2,00 m 5,00 ϕ kN/m2
8,50m
126
Os valores das cargas do trem-tipo longitudinal estão na Figura 5.8.
Cabo C1 Cabo C2
Seção Cota (m) α (º) Seção Cota (m) α (º)
S1 1,04 -7,50 S1 1,04 -7,50
S2 0,70 -7,50 S2 0,70 -7,50
S3 0,39 -5,50 S3 0,39 -5,50
S4 0,25 0,00 S4 0,25 0,00
S5 0,25 2,00 S5 0,25 2,00
S6 0,62 14,00 S6 0,58 9,00
S7 1,25 12,00 S7 0,95 9,00
S8 1,56 3,50 S8 1,32 4,00
S9 1,60 0,00 S9 1,58 2,50
S10 1,60 0,00 S10 1,60 0,00
S11 1,60 0,00 S11 1,55 -4,00
S12 1,39 -8,50 S12 1,07 -10,50
S13 0,75 -14,00 S13 0,54 -11,00
S14 0,25 -2,00 S14 0,25 0,00
S15 0,25 0,00 S15 0,25 0,00
127
Tabela 5.5 – Cotas e inclinações dos cabos C3 a C4
Cabo C3 Cabo C4
Seção Cota (m) α (º) Seção Cota (m) α (º)
S1 0,84 -5,50 S1 0,62 -4,00
S2 0,59 -5,50 S2 0,43 -4,00
S3 0,35 -4,50 S3 0,25 -4,00
S4 0,25 0,00 S4 0,10 -1,50
S5 0,25 0,00 S5 0,10 0,00
S6 0,35 6,50 S6 0,10 1,00
S7 0,68 8,00 S7 0,36 10,00
S8 1,03 3,50 S8 0,78 5,50
S9 1,39 8,50 S9 1,22 9,50
S10 1,60 0,00 S10 1,40 0,00
S11 1,32 -9,00 S11 1,10 -10,00
S12 0,82 -9,50 S12 0,55 -10,00
S13 0,37 -6,50 S13 0,17 -3,50
S14 0,25 0,00 S14 0,10 0,00
S15 0,25 0,00 S15 0,10 0,00
Cabo C5 Cabo C6
Seção Cota (m) α (º) Seção Cota (m) α (º)
S1 0,39 -3,00 S1 0,21 -0,50
S2 0,26 -2,50 S2 0,16 -0,50
S3 0,15 -2,00 S3 0,10 -0,50
S4 0,10 0,00 S4 0,10 0,00
S5 0,10 0,00 S5 0,10 0,00
S6 0,10 0,00 S6 0,11 0,00
S7 0,11 3,00 S7 0,48 3,00
S8 0,48 14,00 S8 1,16 14,50
S9 1,16 11,50 S9 1,40 11,50
S10 1,40 0,00 S10 1,04 0,00
S11 1,04 -13,00 S11 0,25 -13,00
S12 0,25 -9,50 S12 0,10 -9,50
S13 0,10 0,00 S13 0,10 0,00
S14 0,10 0,00 S14 0,10 0,00
S15 0,10 0,00 S15 0,10 0,00
Cabo C7
Seção Cota (m) α (º)
S11 0,54 -10,00
S12 0,10 -3,00
S13 0,10 0,00
S14 0,10 0,00
S15 0,10 0,00
128
5.1.2.4 – Modelagem da estrutura
129
5.1.2.5 – Coordenadas dos nós
Nó x (m) y (m)
1 0,000 0,000
2 2,435 0,000
3 4,870 0,000
4 7,305 0,000
5 9,740 0,000
6 12,175 0,000
7 14,610 0,000
8 17,045 0,000
9 19,480 0,000
10 21,915 0,000
11 24,350 0,000
12 27,350 0,000
13 30,350 0,000
14 33,350 0,000
15 36,350 0,000
16 39,350 0,000
17 42,350 0,000
18 45,350 0,000
19 48,350 0,000
20 51,350 0,000
21 54,350 0,000
22 56,785 0,000
23 59,220 0,000
24 61,655 0,000
25 64,090 0,000
26 66,525 0,000
27 68,960 0,000
28 71,395 0,000
29 73,830 0,000
30 76,265 0,000
31 78,700 0,000
130
5.1.2.6 – Resultados
A Tabela 5.9 mostra os valores dos esforços obtidos pelo programa PÓRTICO e os
esforços obtidos com o uso do programa SALT, desenvolvido pelo Departamento de
Mecânica Aplicada e Estruturas da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(acd.ufrj.br/~salt).
131
Tabela 5.10 – Esforços devido ao carregamento de sobrecarga permanente
Diferença (%)
Peso Próprio Sobrecarga
Nó
Cortante Momento Cortante Momento
132
A Tabela 5.12 mostra os valores dos esforços devidos a carga móvel obtidos pelo
programa PÓRTICO e a Tabela 5.13 mostra os respectivos valores gerados pelo
programa SALT, enquanto a Tabela 5.14 mostra a diferença percentual dos valores dos
esforços obtidos pelos programas para cada nó.
. Tabela 5.12 – Esforços de carga móvel obtidos pelo programa PÓRTICO
PÓRTICO
Cortante Cortante Momento Momento
Nó Máximo Mínimo Máximo Mínimo
(kN) (kN) (kN) (kN)
1 1154,6 -192,9 0,0 0,0
2 945,9 -177,9 2478,2 -463,9
3 757,8 -263,1 4290,2 -927,9
4 591,9 -367,5 5462,8 -1391,8
5 448,3 -491,7 6052,1 -1855,7
6 326,9 -632,1 6024,4 -2319,6
7 227,1 -786,9 5412,3 -2783,5
8 148,1 -953,6 4254,8 -3247,5
9 88,4 -1129,9 2601,6 -3717,2
10 46,4 -1313,5 1282,5 -4952,5
11 esq 45,3 -1502,1 1100,5 -7280,4
11 dir 1555,8 -160,9 1100,5 -7280,4
12 1323,9 -168,0 1214,0 -4292,4
13 1101,7 -196,7 2578,9 -2793,8
14 893,7 -282,9 4445,6 -2517,1
15 704,5 -396,8 5674,4 -2370,2
16 537,9 -537,9 6087,9 -2223,4
SALT
Cortante Cortante Momento Momento
Nó Máximo Mínimo Máximo Mínimo
(kN) (kN) (kN) (kN)
1 1156,5 -190,8 0,0 0,0
2 946,8 -201,2 2480,0 -464,7
3 758,7 -259,2 4295,7 -929,3
4 592,8 -365,2 5471,9 -1394,0
5 449,2 -489,1 6064,9 -1858,6
6 327,6 -629,3 6041,6 -2323,3
7 227,7 -783,8 5433,9 -2788,0
8 148,4 -950,3 4280,5 -3252,6
9 88,5 -1126,5 2628,2 -3721,6
10 49,1 -1309,8 1289,7 -4965,7
11 esq 44,3 -1498,8 1079,7 -7249,5
11 dir 1553,6 -158,6 1079,7 -7249,5
12 1322,0 -166,0 1234,1 -4248,7
13 1100,1 -195,4 2620,2 -2766,1
14 892,5 -281,8 4496,0 -2497,3
15 703,6 -395,6 5724,2 -2358,1
16 537,2 -536,6 6138,1 -2219,0
133
Tabela 5.14 – Diferença entre os valores dos programas PÓRTICO e SALT
Diferença (%)
Nó Cortante Cortante Momento Momento
Máximo Mínimo Máximo Mínimo
As Tabelas 5.15 e 5.16 mostram os valores dos esforços de protensão obtidos pelo
programa PÓRTICO na idade de 7 e 100000 dias respectivamente e as Tabelas 5.17 e
5.18 os valores dos esforços de protensão obtidos com o uso do programa VEPRO, que
realiza a análise e verificação da protensão em vigas de ponte, desenvolvido por Jairo
Campos. Existem duas diferenças significativas entre o programa VEPRO e o programa
PÓRTICO, que são:
- O programa VEPRO faz a análise da cablagem considerando um único cabo
resultante e sua trajetória é oriunda da média ponderada das cotas e inclinações
da cablagem em cada seção, enquanto o programa PÓRTICO faz a análise da
cablagem calculando e acumulando os efeitos de protensão provocados por cada
cabo;
- O programa VEPRO calcula cada perda de tensão provocada pelos efeitos de
retração e fluência do concreto e relaxação do aço sem considerar a
interdependência entre eles, enquanto o programa PÓRTICO calcula a perda de
tensão considerando a interdependência que ocorre entre os efeitos.
134
Tabela 5.15 – Esforços de protensão no tempo t = 7 dias – programa PÓRTICO
135
Tabela 5.17 – Esforços de protensão no tempo t = 7 dias – programa VEPRO
136
5.19 – Diferença percentual entre os valores dos programas PÓRTICO e VEPRO
137
5.1.2.7 – Verificação à ruptura
A verificação à ruptura é feita apenas nas seções mais solicitadas que são a S4, S10 e
S15. A Tabela 5.21 mostra os valores dos resultados da análise feita com o uso do
programa PÓRTICO e também os valores dos resultados da análise feita com o uso do
programa VERRU, desenvolvido por Jairo Campos. O programa VERRU faz a
verificação à ruptura em seções de concreto protendido adotando o diagrama tensão-
deformação do concreto parábola-retângulo e a relação bi-linear de tensão-deformação
do aço. Os momentos de projeto Md comparados com os momentos resistentes Mu
foram obtidos majorando os momentos atuantes dos seguintes fatores: 1,35 para o peso
próprio da estrutura; 1,50 para a carga móvel; 0,9 quando o momento hiperestático de
protensão alivia os momentos atuantes ou 1,1 quando o momento hiperestático de
protensão é desfavorável.
138
5.2.1 – Análise da estrutura
1,200 1,200
0,150 0,150
0,100 0,050
1,950
0,200
0,250
0,700 0,700
(m)
(a) seção corrente (b) seção apoio
A Tabela 5.22 mostra as características das seções transversais da viga isolada e da viga
com a mesa de contribuição da laje que possui uma largura de 2,60m.
139
5.2.1.2 – Cálculo dos carregamentos atuantes
a) Alargamento da viga
b) Placa de ancoragem
A viga possui uma placa de ancoragem em cada extremidade que representa uma carga
concentrada igual a 7,9 kN.
d) Alargamento do apoio
140
O carregamento devido ao peso estrutural está resumido na Figura 5.11.
1,33 m 1,33m
19,55 m
39,10 m
a) Transversina de apoio
b) Transversina intermediária
A extensão da laje fora do vão de cálculo é considerada como uma carga concentrada
com valor igual a 0,45x12,25 = 5,51 kN.
141
16,6 kN 12,9 kN 16,6 kN
12,25 kN/m
19,55 m
39,10 m
a) guarda-rodas
O guarda-rodas utilizado na obra possui suas dimensões padronizadas e seu peso por
metro linear é igual a 5,80 kN/m.
b) pavimentação asfáltica
A extensão da carga distribuída fora do vão de cálculo é considerada como uma carga
concentrada com valor igual a 0,45x9,24 = 4,16 kN.
142
O carregamento devido à sobrecarga permanente está resumido na Figura 5.13.
4,2 kN 4,2 kN
9,24 kN/m
39,10 m
Cabo C1 Cabo C2
Seção Cota (m) α(º) Seção Cota (m) α(º)
S1 1,05 -7,50 S1 0,75 -6,00
S2 0,55 -5,50 S2 0,35 -5,00
S3 0,24 0,00 S3 0,24 0,00
S4 0,24 0,00 S4 0,24 0,00
S5 0,24 0,00 S5 0,24 0,00
143
Tabela 5.24 – Cotas e inclinações dos cabos C3 e C4
Cabo C3 Cabo C4
Seção Cota (m) α(º) Seção Cota (m) α(º)
Cabo C5 Cabo C6
Seção Cota (m) α(º) Seção Cota (m) α(º)
S3 0,16 -6,50 S3 0,60 -19,00
S4 0,10 0,00 S4 0,24 0,00
S5 0,10 0,00 S5 0,24 0,00
144
5.2.1.5 – Coordenadas dos nós
nó x (m) y (m)
1 0,00 0,00
2 3,91 0,00
3 7,82 0,00
4 11,73 0,00
5 15,64 0,00
6 19,55 0,00
7 23,46 0,00
8 27,37 0,00
9 31,28 0,00
10 35,19 0,00
11 39,10 0,00
5.2.1.6 – Resultados
A Tabela 5.27 mostra os valores dos esforços obtidos pelo programa PÓRTICO e os
esforços para os carregamentos de peso próprio (g1) e laje + transversina (g2) obtidos
com o uso do programa PROPONTE, desenvolvido por Jairo Campos. O programa
PROPONTE calcula os esforços e as tensões normais nas fibras extremas em cada seção
em uma viga isostática.. Os valores dos resultados de ambos os programas são idênticos.
145
Tabela 5.27 – Esforços de peso próprio e laje + transversina
A Tabela 5.29 mostra os valores dos esforços da primeira etapa de protensão obtidos
pelo programa PÓRTICO nas idades de 7 e 100000 dias. A Tabela 5.30 mostra os
valores dos esforços da primeira etapa de protensão obtidos com o uso do programa
VEPRO.
146
Tabela 5.28 – Esforços devidos à sobrecarga permanente e carga móvel
Carga Móvel
Programa PROPONTE Programa Pórtico
Nó
Cortante Cortante Momento Cortante Cortante Momento
Máx. (kN) Mín. (kN) (kN.m) Máx. (kN) Mín. (kN) (kN.m)
1 526,6 0,0 0,0 526,6 0,0 0,0
2 444,7 -16,7 1849,9 444,6 -16,4 1849,9
3 369,1 -48,1 3281,3 369,1 -48,1 3281,0
4 299,8 -85,8 4294,4 299,8 -85,8 4294,0
5 236,8 -129,8 4911,0 236,8 -129,8 4910,6
6 180,2 -180,2 5120,2 180,2 -180,2 5119,7
147
Tabela 5.30 – Esforços da primeira etapa de protensão - VEPRO
A Tabela 5.31 mostra as diferenças percentuais entre os valores dos esforços obtidos
com os uso dos dois programas para os esforços de protensão da primeira etapa de
protensão.
A Tabela 5.32 mostra os valores dos esforços da segunda etapa de protensão obtidos
pelo programa PÓRTICO nas idades de 7 e 100000 dias e, a Tabela 5.33 os obtidos pelo
programa VEPRO.
148
Tabela 5.33 – Esforços da segunda etapa de protensão - VEPRO
Esforços Hiperestáticos Esforços Hiperestáticos
Tempo t = 7 dias Tempo t = 100000 dias
Nó Normal Cortante Momento Nó Normal Cortante Momento
(kN) (kN) (kN.m) (kN) (kN) (kN.m)
1 0,0 0,0 0,0 1 0,0 0,0 0,0
2 0,0 0,0 0,0 2 0,0 0,0 0,0
3 0,0 0,0 0,0 3 0,0 0,0 0,0
4 2662,0 -594,0 -3138,0 4 2067,0 -461,0 -2437,0
5 2946,0 0,0 -4056,0 5 2304,0 0,0 -3173,0
6 2916,0 0,0 -4016,0 6 2302,0 0,0 -3170,0
A Tabela 5.34 mostra as diferenças percentuais entre os valores dos esforços obtidos
com os uso dos dois programas para os esforços de protensão da segunda etapa de
protensão.
A verificação à ruptura é feita apenas na seção mais solicitada que é a S5. A Tabela 5.35
mostra os valores dos resultados da análise feita com o programa PÓRTICO e também
os valores dos resultados da análise feita com o programa VERRU.
PÓRTICO VERRU
Mu Md Mu / Md Mu Md Mu / Md
Seção (kN.m) (kN.m) (kN.m) (kN.m) (kN.m) (kN.m)
S5 24500 18695,8 1,31 21960 18695,8 1,17
149
6 – CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
A aplicação do programa foi feita para duas pontes projetadas pela Empresa Pontis
Consultoria LTDA, que forneceu os resultados das análises das estruturas obtidos por
programas de computador de seu arquivo técnico. Foi analisada uma ponte que tem a
estrutura em viga contínua de três vãos e seção transversal em viga caixão, com 80,0m
de extensão. A outra ponte analisada é composta por três vãos isostáticos de vigas
protendidas pré-moldadas com a extensão de 120,0m.
A verificação à ruptura das seções de concreto foi feita com o uso de um programa de
análise não-linear de seções de concreto protendido, e pode-se considerar tanto aços
ativos quanto passivos, realizando a análise da protensão parcial. O programa permite a
análise em elementos de concreto de alta resistência e os resultados apresentados no
Capítulo 5 demonstram a eficiência do programa de verificação à ruptura.
150
O programa desenvolvido possui grande valor prático uma vez que, atualmente, os
programas comerciais disponíveis não realizam a análise dos efeitos da protensão em
estruturas de pórtico plano, que são a grande maioria das estruturas de pontes, não
permitem a mudança das características da estrutura de acordo com a fase construtiva e
não permitem o uso de concretos de alta resistência, que tem sido muito utilizado em
estruturas de pontes tanto pelo aumento da resistência quanto pelo sensível aumento da
durabilidade da estrutura,que normalmente encontra-se em ambientes agressivos.
151
BIBLIOGRAFIA
152
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Concrete, Bulletin d´Informatiion nº 228, Lausanne, Switzerland, 1995
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Protensão”, Terceira Jornada Ibero-Latina-Americana de Concreto Protendido,
pp. 45-56, 1994.
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SITES
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- www.sbi.se/bridges.thm#arch
- www.absi-assoc.org
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