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discutido atualmente.
Um assunto, que também, não deixa de ser complicado, pois muitas vezes é difícil
entender como uma relação familiar baseada numa união homossexual pode ser
para a convivência com a chegada de uma criança.
A adoção de crianças por um casal gay, não está gerando polêmica somente aqui
no Brasil, pois é sabido que, nas sociedades estrangeiras este, é um tema também
controverso.
A maior discordância, que existe sobre essa questão, é na geração dos grupos
contra e a favor à adoção, e, que envolve dois motivos de extrema relevância, que
são: o reconhecimento perante a sociedade da existência de um núcleo familiar
homoafetivo e a conseqüência gerada aos adotados por estas famílias.
Embora haja todo esse impasse cercando esse assunto, não se pode ignorar o
direito dos homossexuais à adoção, e nem os benefícios trazidos à sociedade em
decorrência da formação de um novo lar aos adotados.
É muito importante ficarmos por dentro do que nos diz o Estatuto da Criança e
do Adolescente (ECA), diante desses casos. O ECA não veta, isto é, não proíbe a
possibilidade de um casal homossexual adotar uma criança, isto porque o interesse
do Estatuto é resguardar e zelar pela dignidade da criança e do adolescente através
de um lar, amor e carinho ao menor, sem questionar a orientação sexual dos
adotantes. O ECA não põe como requisito para adoção qualquer elemento
referente à sexualidade do adotante. Limita-se, apenas a prescrever que "podem
adotar os maiores de 21 anos, independentemente do estado civil", dando esta
faculdade aos homens e mulheres em conjunto ou isoladamente. O interesse do
Estatuto é que A adoção seja concedida quando apresentar reais vantagens para o
adotando e fundar-se em motivos legítimos. O Juiz da Infância e Juventude deverá
levar em conta aos benefícios trazidos ao menor com a adoção, decidindo sempre,
pelo seu bem-estar.
Adriana Sommer
Psicóloga
Homossexualismo
Definições de homossexualismo
Carl Jung diz que temos duas energias sexuais: a animal, que seria a energia
feminina no homem e a ânimus, que seria a energia masculina na mulher,
sendo que a sobrecarga seria de uma dessas energias na pessoa seria a razão
da homossexualidade.
Na Grécia Antiga, o amor entre homens era considerado como a mais alta
forma de afeição, sendo que as relações homem-mulher tinham como fito
apenas a reprodução, não envolvendo aquilo que atualmente designamos
como amor. Geralmente, a relação extrapolava o sexo e se traduzia em uma
relação mestre-aluno ou mentor-tutelado. Na Ilíada, parte da história gira em
torno do relacionamento entre Pátroclo e Aquiles, claramente homossexual. Em
Esparta era comum os pares homossexuais guerrearem lado a lado, pois se
acreditava que essa união fortalecia a unidade do exército e que a afeição de
um pelo outro aumentaria sua capacidade de luta. Diversas pinturas em
cerâmicas do período mostram coitos anais, sendo que algumas sugerem que
era fato comum ser praticado em banquetes ou reuniões. O termo hermafrodita
deriva do deus grego Hermafrodito, filho de Afrodite e Hermes, que sintetizava
a fusão dos dois sexos, sem gênero definido. A poetisa grega Safo canta,
também, o amor entre mulheres. Sua morada, a ilha de Lesbos, deu origem ao
termo moderno lesbianismo. Na Grécia Antiga, as mulheres homossexuais
eram chamadas de tríbades.
Alexandre, o Grande, (356 a.C – 323 a.C.), da Macedônia, teve como seu
grande amor Hephaistion. Grande admirador da cultura grega, conseguiu
espalhar a cultura helênica através de suas conquistas.
Em 15 de março de 2001 foi aprovada em Portugal a lei que estende aos pares
homossexuais os mesmos direitos reconhecidos às "uniões de facto"
heterossexuais.
Homossexualismo e religião
Não há como se falar de Direito dos homossexuais sem falar um pouco sobre o
posicionamento das religiões sobre o assunto, visto que parte das leis derivam-
se da moralidade advinda das mesmas.
Para a religião kardecista, de acordo com Mariuccia Marciano, "o espírito não
tem sexo, tem potencialidades masculinas e femininas, que após muitas
encarnações atingem um equilíbrio". Embora aceitem o fato, o kardecismo
assume a posição de que os homossexuais devem ser celibatários. Na teoria
kardecista os homossexuais são espíritos femininos que se reencarnaram em
corpos masculinos como forma de remissão de erros passados.
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (mórmons) se declara
abertamente que o homossexualismo é uma aberração, baseado nas
afirmativas da Bíblia, acreditando que o mesmo inviabiliza a formação de uma
família, que é um desígnio de Deus (Crescei e multiplicai-vos!).
Homossexualismo e a medicina
Sendo considerado como uma doença, foram feitos estudos para verificar
possíveis diferenças físicas entre heterossexuais e homossexuais. Nos
períodos tenebrosos da Alemanha nazista, foram feitas experiências infames
como implantação de testículos de macaco em homossexuais, na tentativa de
reverter o processo.
Homossexualismo e a psicanálise
Caelius Aurelianus, considerado, depois de Galeno, o médico mais
proeminente da antiguidade, e que apregoava contra o uso indiscriminado da
música contra a loucura, no século V, da Antiga Roma, classificou a
passividade masculina e a inversão de papeis sexuais como perturbação
mental.
Judit Harris, psicóloga americana, acredita que as vivências fora da família, são
os fatores que mais pesam no desenvolvimento da personalidade, o que inclui
o homossexualismo.
Adoção por casais gays: A relação entre o casal gay e a crianca adotada.
Entrevista concedida ao Jornal O SEXO; Rio de Janeiro
Respostas por: Paulo Bonança, autor desta coluna
Como deve ser a relação entre o casal homossexual e a criança adotada? De que forma o
casal deve proceder perante o filho adotado? Essas e outras questões somente um
psicólogo pode responder. Com a palavra, DR. Paulo Bonança
Pode acontecer de uma criança adotada por um casal homossexual ser homossexual
devido ao convívio?
Seria muito difícil poder afirmar que uma criança adotada por um casal gay venha a ser
gay devido ao convívio. Seria o mesmo que afirmar que filhos de héteros serão héteros
devido ao convívio com os pais héteros.
Existem pais que se sentem cômodos se beijando na frente dos filhos, alguns vão a praia
nudista com os filhos e caminham de roupa intima dentro da casa, já outros não se
sentem cômodos com estas situações. Cada família é “um mundo em constante
movimento”. Caberá aos pais decidir se eles se sentem cômodos ou não se beijando na
frente do filho, o importante é não “forçar a barra”, nem para um lado nem para o outro.
Como os pais adotivos devem proceder quando a criança rejeita os pais por eles serem
gays?
Interessante a sua pergunta, na minha pratica clínica já escutei muitos relatos de pais
que abandonaram ou discriminaram os filhos por eles serem gays, mas até hoje nunca
escutei de um filho que tivesse rejeitado o pai ou a mãe.
Qual a faixa etária ideal de uma criança ser adotada por casal gay?
Não existe idade para se entregar e receber amor e cuidados, e não se espera ser amado
para amar.
O Senhor acredita que os testes psicológicos aplicados pelo Juizado de Menores
conseguem realmente diagnosticar se o casal tem condições de conviver com o filho
adotado?
Creio que os testes, as entrevistas, a busca de informação sobre o casal é necessária e
importante em todos os casos, afinal é uma vida que esta sendo entregue aos cuidados
de um casal. Ninguém pode afirmar com 100% certeza, mesmo com as avaliações, que
esta criança estará protegida e bem cuidada, mas penso que este procedimento é parte
importante de qualquer processo de adoção, seja por héteros ou gays.
O Senhor recomenda que o casal que quer adotar ou adotou faça acompanhamento
psicológico?
Se o casal tem dúvidas sobre o tema ou está inseguro de como tratar a criança, penso
que o acompanhamento de um psicólogo poderia ser útil. Com respeito à criança não
temos porque patologizar a situação. Diariamente crianças vão ao psicólogo, isto
independente da orientação sexual dos pais ou de serem adotadas ou não. Cada caso é
um caso e deve ser observado com critério, sem patologizar a situação, mas também
sem negar-la caso seja necessário o acompanhamento de um psicólogo.
Como os pais devem encarar o preconceito existente nas escolas e no dia a dia?
Infelizmente, o preconceito e a discriminação podem vir a alcançar as crianças. Frente a
isto creio que manter os canais de comunicação abertos é fundamental. Dizer ao filho
que eles estão dispostos e disponíveis a conversar sobre o tema e a responder as dúvidas
que ele possa vir a ter. Que a orientação sexual deles não é algo tão importante, mas que
para algumas pessoas pode ser. Isto ocorre porque elas não sabem, elas não entendem o
que é a homossexualidade.
Escolas, empresas, comunidades entre outros estão preparados para encarar de frente
um casal homossexual junto ao seu filho?
A adoção de uma criança por um casal homossexual , como tema social é algo novo,
talvez a sociedade como um todo e as instituições em particular não estejam preparadas,
mas a vida é feita de desafios.
O senhor acha que o casal deve omitir da criança adotada que é gay?
Omitir que é gay é instalar um segredo dentro do convívio familiar, é negar uma
situação que pode ser obvia, é negar os avanços sociais que levaram o casal a
possibilidade de adotar esta criança, é colocar a homossexualidade dos pais dentro de
um contexto obscuro. Talvez antes de negar ou afirmar algo, seja melhor averiguar o
que a criança já sabe e o que pensar sobre a situação.