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RESUMO
2. INTRODUÇÃO
A busca pela preferência é tema de disputa cada vez mais acirrada entre
empresas. A concorrência constante dentro do mesmo ramo de negócios faz com que
haja a necessidade de investir mais na atração de novos clientes, bem como em
manter a fidelidade dos já existentes. Ao mesmo tempo existe ainda a preocupação
em criar valor ao produto ou serviço, pois manter os clientes sempre satisfeitos ou até
mesmo superar suas expectativas e encantá-los é o foco principal do marketing e
objetivo da criação de um negócio (Kotler & Keller, 2012, p. 9).
Entretanto, assim como o cliente, existe também o papel do colaborador, que é
aquele que desenvolve as mais diversas atividades dentro da organização com sua
constante dedicação e, por isso, merece atenção por parte dos gestores tanto quanto
os clientes. Afinal, cabe a ele um papel de grande importância e responsabilidade
dentro da empresa, desde o nível operacional até o nível tático e estratégico, já que
se faz necessário manter sempre a equipe motivada, produzindo valor ao produto para
o cliente e lucro aos acionistas, bem como a abertura de espaço para que os
profissionais de todos os níveis adotem um comportamento inovador dentro das
organizações (Andrade, 2012, p. 175).
A partir do reconhecimento da importância desse tema, muitas organizações
estão em constante busca pelas mais diversas maneiras de se encaixarem melhor à
essa realidade e uma das formas encontradas é através de investimentos maiores
nas atividades que conduzem os processos internos. É nessa perspectiva que se
destaca o marketing interno, ou endomarketing, que tem como principal premissa
constituir equipes de funcionários capazes e motivados, que lideram alto nível de
qualidade de serviços, direcionando à satisfação e retenção de clientes, gerando
elevada receita de vendas e, em última instância, um grande lucro. Isso pode ser
conseguido através da busca de maneiras para motivar colaboradores através de um
conjunto de ações voltadas para o público interno da empresa, de forma a incentivá-
los a conseguir maior eficácia nos resultados, tornando o ambiente organizacional
mais saudável e, ao mesmo tempo, retendo talentos (Cobra, 2009, p. 223).
O termo endomarketing pode ser entendido como sendo o marketing voltado
para dentro da empresa e foi criado pelo consultor brasileiro Saul Faingaus Bekin, nos
anos 1990, com a intenção de promover um novo conceito que valorizasse os
colaboradores. Se o objetivo do marketing é conquistar clientes criando valor ao
produto ou serviço, no endomarketing o foco é a satisfação dos anseios e
necessidades daqueles que fazem a organização por dentro (Novaes, 2016).
Esses conceitos são vitais para o planejamento estratégico da empresa, pois
estimulam a conciliação do foco nos objetivos com a melhora do ambiente
organizacional, onde as atividades de marketing exigem desenvolvimento em um
mercado que se encontra em constante transformação (Kotler & Keller, 2012, p. 17).
Nesse contexto, existirá sempre a preocupação em manter um relacionamento
saudável voltado ao público interno pois, considerando que ações descuidadas podem
gerar uma condição que altere o desempenho do funcionário, o bem-estar de todos
os envolvidos na organização pode ir muito além de sua integridade física. Por isso,
as atividades de relações com os empregados não só podem colaborar na criação de
um clima organizacional no qual todos possam desempenhar suas funções
explorando todo o potencial possível, mas também podem, indiretamente, ajudar a
evitar ações negativas para a organização, como a formação de sindicatos ou até
mesmo a saída do funcionário da empresa devido à insatisfação ou falta de melhores
condições de trabalho.
3. OBJETIVOS
4. METODOLOGIA
5. DESENVOLVIMENTO
Com a visão de que seus funcionários são altamente requisitados e que podem
desenvolver altos níveis de estresse devido a exigências e pressão no trabalho,
podendo até mesmo se desligarem por insatisfação em relação à salários ou ao
ambiente organizacional, empresas têm mostrado maior preocupação em
investimentos na área de gestão de pessoas para desenvolver medidas que melhorem
o relacionamento com o cliente interno e reforcem os níveis de adesão e
comprometimento em relação aos resultados da organização (Paixão, 2012, p. 147).
Ao mesmo tempo, isso pode contribuir para manter o capital intelectual dentro da
empresa, diminuindo a possibilidade de ocorrer rotatividade de funcionários.
Verificadas algumas das variáveis de como podem ocorrer situações,
relacionadas à gestão de pessoas, favoráveis ou não à empresa, é através do
conhecimento dos acontecimentos do dia a dia que se percebe o quão é importante a
integração entre os valores dos colaboradores e o interesse da empresa para o
alcance do resultado desejado.
Segundo Edvinsson e Malone (Edvinsson & Malone, 1998, p. 31 - 32), esses
valores são divididos em capital humano, que é todo o conhecimento e habilidades
dos indivíduos, e capital estrutural, que é a capacidade organizacional necessária à
transmissão e armazenamento de capital intelectual. Tendo como função manter o
equilíbrio entre esses dois valores e a organização, o endomarketing procura focar em
manter interdependentes os interesses do empregado e os da empresa, afinal a sua
intenção é de que ambas as partes caminhem juntos para obter um ótimo resultado.
Por esse motivo, das fontes pesquisadas neste trabalho que pudessem
colaborar para a aplicação do endomarketing dentro das empresas com alto índice de
eficácia, as que se mostraram mais relevantes, por serem mais exploradas em
pesquisas, foram as que representam a interação direta com o colaborador.
Isso tem início a partir da seleção do candidato à vaga disponível. As pessoas
constituem um ativo importante da empresa, portanto, falhas no processo de
contratação podem comprometer as ações da gestão posteriormente (Gil, 2010, p. 91).
Sendo assim, encontrar indivíduos que possuem a aptidão necessária ao cargo e que
se identificam com a cultura da empresa pode representar bons resultados a longo
prazo para a organização e, a partir de então, os esforços passarem a se voltar ao
treinamento e na ambientação do funcionário. É importante identificar as
características dos candidatos para saber se ele possui o perfil desejado ao cargo e
ainda se o mesmo compartilha as ideias de ética e valor da empresa. Isso pode auxiliar
no relacionamento interno, pois o equilíbrio entre os interesses do empregador
ajustado às perspectivas do empregado, colaboram para o desenvolvimento de um
clima organizacional saudável (Milkovich & Boudreau, 2010, p. 258).
Em segundo lugar, o treinamento se mostra uma atividade fundamental na
preparação dos colaboradores na integração dos métodos da empresa, considerando
que se trata de um investimento. Para que as organizações se tornem mais eficazes,
é possível que elas desenvolvam ações que tornem o trabalho mais dinâmico e
inovador. O investimento em capacitação de funcionários, que pode envolver desde o
desenvolvimento de programas de treinamento, até cursos custeados pela empresa,
tem o objetivo de que esses indivíduos consigam a profissionalização necessária para
atingir o mais alto nível de produtividade em favor da empresa, ao mesmo tempo em
que adquire maior conhecimento e valorização ao seu trabalho (Gil, 2010, p. 118).
Dessa maneira, ao receber o treinamento ou instrução referente ao seu trabalho, o
funcionário é moldado de acordo com os interesses da organização.
Em terceiro lugar destaca-se a motivação, que pode ser definida como algo que
estimula as pessoas a atingirem metas. É preciso saber se o colaborador se sente
motivado ou não a realizar o seu trabalho e o porquê. Considerando que podem existir
uma série de fatores, caracterizados como estímulos, para motivar os diferentes tipos
de pessoas, algumas atitudes dentro da empresa podem fazer com que exista um
equilíbrio dentro de um ambiente organizacional produtivo e saudável, como por
exemplo, o reconhecimento do trabalho através da remuneração adequada, a
valorização das pessoas através da comunicação interna, o reconhecimento do êxito
alcançado em uma tarefa, o encorajamento de iniciativas para novas ideias e até
mesmo a concessão de privilégios (Gil, 2010, p. 210 - 211).
Tendo como base as atividades de aplicação desses elementos, o processo de
endomarketing torna-se uma importante ferramenta para a integração do funcionário
com a empresa, ao mesmo tempo em que a mesma gera valor ao seu produto por ser
mais humana e mais transparente, fazendo com que haja um conhecimento melhor a
respeito da organização para a qual o colaborador trabalha, para que o mesmo se
sinta mais seguro para tomar iniciativas e estar mais motivado (Paixão, 2012, p. 146).
Por essa razão, embora a tecnologia ocupe uma parcela cada vez maior das
atividades dentro e fora das organizações, todas elas ainda são gerenciadas por
pessoas, que procuram exercer suas atribuições de forma eficaz em um ambiente
organizacional saudável.
Destacando essas variáveis, foi tomado como exemplo a pesquisa de campo
exploratória feita em uma das lojas da rede de drogarias Droga Raia na cidade de
Itanhaém, no Estado de São Paulo. Através do questionamento sobre a existência de
programas de marketing interno e da coleta de informações documentais
disponibilizadas pela gerência, foi constatada a implementação de um processo de
formação contínua que não se limita apenas à sala de treinamento, mas que
permanece durante a ambientação ao local de trabalho.
Em análise às informações apresentadas, referentes à política interna de
gestão de pessoas da empresa, foi possível observar que o programa de formação
adotado têm como objetivos, além de apresentar uma relação dos conhecimentos e
dos procedimentos necessários ao correto desempenho da função, fazer conhecer a
importância de cada funcionário como sendo parte da organização e permitir o
compartilhamento de informações que facilitem o desenvolvimento profissional na
qual todos se unem como uma equipe.
O papel do formador, nesses casos, vai além de influenciar o comprometimento
dos formandos, pois também os encoraja a dividir suas experiências profissionais que
acrescentem valor à empresa, elaborando questões que colaborem para o
desenvolvimento de suas atividades.
Junta-se ao programa a inclusão de benefícios, como plano de saúde com
direito à inclusão de familiares, seguro de vida, transporte e alimentação, para a
valorização do colaborador e incentivo ao seu desenvolvimento profissional. Segundo
a empresa, isso demonstra que a busca da melhora no ambiente organizacional,
aliado ao investimento no bem-estar do funcionário podem ser fatores importantes que
determinam a qualidade da prestação do serviço ao cliente externo e,
consequentemente, o crescimento da empresa.
Como complemento à pesquisa, em visita técnica à unidade fabril e sede da
empresa Natura, na cidade de Cajamar, no Estado de São Paulo, que atua no setor
de cosméticos, perfumaria e cuidados pessoais, foi possível percorrer por toda a
extensão que constitui o complexo industrial, por meio de permissão e orientação dos
representantes de relações da empresa. Durante a visita foi apresentado o sistema
de estoque de insumos e outros espaços de convivência e trabalho da empresa, além
de ter sido possível observar alguns aspectos que se destacaram.
O primeiro é a política da empresa em propor o alinhamento do comportamento
empresarial com o desenvolvimento social e econômico, de maneira ética e
sustentável, priorizando parcerias que fazem uso controlado de recursos naturais,
bem como a promoção e venda de seus produtos feita diretamente através de seus
representantes, denominados de “consultores”, estreitando assim o relacionamento
entre o cliente e a empresa.
O segundo e mais explorado tema é o endomarketing da empresa que, com a
ajuda de sua estrutura física interna, com restaurante, lojas, banco, espaços de lazer,
academia de uso livre e berçário para funcionárias que vivem a maternidade,
demonstrou valorizar a melhoria da qualidade de vida e das relações com seus
colaboradores.
6. RESULTADOS
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
8. FONTES CONSULTADAS
Andrade, C. F. (2012). Marketing: Quem é? Quem faz? Quais as tendências?
(1ª ed.). Curitiba: Intersaberes.
Bateman, T. S., & Snell, S. A. (2009). Administração: Novo cenário Competitivo
(6ª ed.). (A. B. Brandão, Trad.) São Paulo: Atlas.
Brum, A. d. (2003). Respirando Endomarketing (1ª ed.). Porto Alegre: L&PM.
Brum, A. d. (2017). Endomarketig Estratégico, Como transformar líderes em
comunicadores e empregados em seguidores (1ª ed.). São Paulo: Integrare.
Carvalho, L. C. (2009). Planejamento de endomarketing: guia para a construção
de planos de marketing interno. Salvador: Fundação Biblioteca Nacional do Ministério
da Cultura.
Chiavenato, I. (2009). Desempenho humano nas empresas: como desenhar
cargos e avaliar o desempenho para alcançar resultados (6ª ed.). São Paulo: Manole.
Chiavenato, I. (2010). Administração de Recursos Humanos (7ª ed.). São
Paulo: Manole.
Cobra, M. (2009). Administração do Marketing no Brasil (3ª ed.). São Paulo:
Campus/Elsevier.
Edvinsson, L., & Malone, M. S. (1998). Capital Intelectual: Descobrindo o valor
real de sua empresa pela identificação de seus valores internos (1ª ed.). São Paulo:
Makron Books.
Gil, A. C. (2010). Gestão de Pessoas (1ª ed.). São Paulo: Atlas.
Hardingham, A. (2000). Trabalho em equipe. São Paulo: Nobel.
Kotler, P., & Keller, K. L. (2012). Administração de Marketing (14ª ed.). São
Paulo: Pearson.
Milkovich, G. T., & Boudreau, J. W. (2010). Administração de Recursos
Humanos (1ª ed.). São Paulo: Atlas.
Novaes, S. (7 de janeiro de 2016). Coaching e endomarketing: estratégias
fundamentais para o empoderamento organizacional. Acesso em 27 de 05 de 2018,
disponível em administradores.com.br:
http://www.administradores.com.br/mobile/artigos/empreendedorismo/coaching-e-
endomarketing-estrategias-fundamentais-para-o-empoderamento-
organizacional/92688/
Paixão, M. V. (2012). Pesquisa e Planejamento de Marketing e Propaganda (1ª
ed.). Curitiba: Intersaberes.