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JOÃO PESSOA
2010
SUMÁRIO
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Lista de Figuras..............................................................................................2
INTRODUÇÃO .................................................................................................4
CONCEITO......................................................................................................5
ETIOLOGIA......................................................................................................5
FISIOPATOLOGIA.............................................................................................7
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS.............................................................................8
EXAMES E DIAGNÓSTICO CLÍNICO..................................................................9
TRATAMENTO CLÍNICO................................................................................10
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO................................................................12
CONCLUSÃO.................................................................................................15
REFERÊNCIAS...............................................................................................16
Lista de Figuras
Figura 1- Ciclo vicioso de obstrução-infecção na Fibrose Cística............................................07
Figura 2- Medicamentos e procedimentos necessários no tratamento da Fibrose Cística.........12
INTRODUÇÃO
Tarantino (1997) refere que a FC inicialmente foi considerada pela sua alta e
precoce mortalidade e também como doença exclusiva do grupo pediátrico, entretanto
pelo melhor conhecimento do seu quadro clínico, diagnóstico mais precoce e medidas
terapêuticas mais efetivas para o seu controle, a fibrose cística tornou-se uma doença
também referida entre adolescentes e adultos jovens.
Ribeiro et al (2002) refere que a maior incidência no Brasil está na região Sul, cerca
de 1/10.000 nascidos vivos, uma vez que essa população é a mais próxima da população
caucasiano centro-européia, tendo seu número diminuído nas outras regiões.
CONCEITO
Na região dos pulmões, a fibrose cística ocasiona uma hipertrofia das glândulas
produtoras de muco dos brônquios, as quais, segundo Thomson et al (1994), produzem
muco excessivamente nas paredes desses brônquios predispondo assim o paciente à
infecção pulmonar crônica. Segundo Ramalho (2010), a fibrose cística está englobada
no grupo das doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC), por ser uma entidade
que obstrui as vias aéreas de maneira crônica, devido ao aumento na produção de
secreção, da mesma maneira que diminui a capacidade de ventilação do pulmão.
Tarantino (1997) afirma que na sua forma típica, a doença se traduz pela tríade:
doença pulmonar obstrutiva crônica, quadro de má absorção e alterações eletrolíticas de
suor.
ETIOLOGIA
Carvalho (2001) refere que a fibrose cística é uma doença de origem hereditária,
sendo transmitida aos descendentes através de gene recessivo e não autossômico, isto é,
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não ligado ao cromossomo x. Tarantino (1997) por sua vez afirma que 5% da população
geral carreguem este gene anormal e a doença pode atingir igualmente ambos os sexos.
O processo infeccioso por sua vez aumenta o fenômeno obstrutivo, o que segundo
Tarantino (1997), resulta em um círculo vicioso, difícil de ser interrompido. O autor
ainda reitera que, embora o processo obstrutivo seja o evento fisiopatológico inicial, a
infecção crônica do trato respiratório se apresenta como o evento mais importante,
contribuindo para a piora da função pulmonar e eventual óbito desses pacientes. Estas
infecções são predominantemente causadas por bactérias, embora infecções por vírus ou
bactérias possam também ocorrer.
FISIOPATOLOGIA
Esses fatores acabam por gerar uma desidratação das secreções mucosas e
aumento da sua viscosidade, levando a uma obstrução dos ductos acompanhada de
reação inflamatória e posterior processo de fibrose. A representação esquemática (figura
1) a seguir, explica o surgimento do ciclo vicioso relacionado com obstrução-infecção e
a geração do resultante comprometimento pulmonar na FC.
Defeito
Muco
Anormal
Inflamação
Edema
Broncoespasmo
Cor ÓBIT
Pulmonale O
Figura. 1- Ciclo vicioso de obstrução-infecção na Fibrose Cística.
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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
A autora já citada refere ainda que haja presença de sibilos (quando ocorre espasmo
brônquico), alterações enfisematosas que levam a hiperinssuflação do tórax.
O autor refere ainda que por ordem de especificidade o diagnóstico devesse ser
realizado a partir dos achados de duas mutações no gene da FC ou através do exame de
dois suores alternados ou ainda pela presença de pelo menos uma alteração clínica
epidemiológica como: doença pulmonar obstrutiva, sinusal ou supurativa crônica;
insuficiência pancreática crônica e história familiar de FC.
Entretanto Shepherd (1995) refere que, o exame mais confiável é a dosagem dos
eletrólitos no suor, o qual segundo Ribeiro et al (2002), possui alta especificidade e
aceitabilidade, é de baixo custo e não invasivo. É colhido através de iontoforese, para
em seguida calcular-se os níveis de cloro e sódio com pelo menos 100mg de suor.
Quando os níveis de sódio se apresentam acima de 60 mEq/litro é um indicativo forte da
doença fibrocística. Devido à gravidade da doença e prognóstico reservado da mesma o
teste só será considerado após dois testes positivos
TRATAMENTO CLÍNICO
crescimento, o mesmo afirma ainda, que esses pacientes possuem um grande gasto
energético devido ao trabalho respiratório exacerbado além de problemas de má-
absorção e infecção bacteriana, assim nos pacientes com FC é recomendável o dobro
do normal de ingestão de proteínas (cerca de 35%) da energia ingerida que deveria ser
derivada das gorduras.
Em casos não muito raros está indicado o transplante de pulmão, o qual tem dado
bons resultados.
Antibióticos
Brocodilatadores
Mucolíticos
Antiinflamatórios
Oxigenioterapia
FIBROSE
CÍSTICA
Monitoramento de complicações
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
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A autora supracitada lista os principais objetivos que uma conduta terapêutica deve
contemplar ao tratar de pacientes fibrocísticos, que são: limpar os campos pulmonares, manter a
mobilidade da cintura escapular e do tórax, treinar a consciência postural e o relaxamento e
encorajar atividades para manter a forma física.
Segundo Thomson et al (1994) a drenagem postural é uma manobra bastante eficaz para a
limpeza dos campos pulmonares, a qual associada a exercícios respiratórios, percussão,
vibração, inalações e tosse tem seu efeito potencializado. A drenagem deve ser realizada pelo
menos duas vezes por dia, exigindo um aprendizado e esforço real da família do paciente.
Nos casos de o paciente ser ainda uma criança o fisioterapeuta deve conduzi-la a
brincadeiras que a façam rir, o que produzirá inspirações mais profundas.
No que diz respeito à mobilização das cinturas escapulares e do tórax, pode-se alcançar esse
objetivo através de exercícios ativos livres onde o paciente se exercita em diversas posições.
Assim quando o paciente está sentado pode circular os braços para trás, depois ao se inclinar,
circular os cotovelos para trás e depois inclinar o tronco de um lado para o outro e por último
rodar o tronco inclinando-se de um lado para o outro.
Dec.
elevado
adolescentes)
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+++Indicação frequente
Além das condutas sugeridas na tabela 3, o autor ainda sugere que se use ainda
DA (Drenagem Autogênica) e CAR (Ciclo Ativo da Respiração) sendo que suas
indicações mais freqüentes são para pacientes na faixa etária acima de 7 anos de idade,
isto é, escolares e adolescentes, como também fluidificação das vias aéreas e CPAP
(pressão positiva continua das vias aéreas) indicado segundo Carvalho (2001) para
pacientes conscientes, com respiração espontânea, que não estejam apresentando
vômitos incontroláveis, expectoração excessiva e sem lesões faciais.
CONCLUSÃO
Conforme o que exposto através deste estudo, podemos concluir que aos poucos
a mucoviscidose ou Fibrose Cística tem se tornado conhecida, entretanto a falta de
pesquisas básicas para mais conhecimento da doença nos países em desenvolvimento
tem acarretado um subdiagnóstico, bem como uma ligeira confusão para a realização do
diagnóstico definitivo, uma vez que para tal propósito se faz necessário o conhecimento
de uma rede de diagnósticos diferenciais.
REFERÊNCIAS
Curso de Fisioterapia
Disciplina: Fisioterapia aplicada a Pneumologia
Equipe: Lyvia Varela Toscano e Brito
Rebeca Gomes de O. Lima
FIBROSE CÍSTICA