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TRABALHANDO COM A CÂMARA © Thomaz. W.M.

Harrell

CAPITULO 8
TRABALHANDO COM A CÂMARA

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TRABALHANDO COM A CÂMARA © Thomaz. W.M. Harrell

CONHECENDO A CÂMARA tam melhor a pessoas direitas e não canhotas. Mesmo assim não
é difícil uma pessoa canhota aprender a usar uma máquina
Este capítulo tem a finalidade de ajudar o letor a aprender a fotografica.
trabalhar com a câmara de forma integrada.
COMO SEGURAR A CÂMARA
EXAMINAR A CÂMARA
A primeira coisa que devemos fazer ao tomar uma câmara Fig 8.2
nas mãos é examiná-la com atenção. Pode ser qualquer tipo de câ-
mara. Volte aos capítulos iniciais deste livro e reveja os tipos de câ-
maras. Tente reparar em todos os controles e recursos da maquina
para melhor poder aproveitá los. Note o anel de foco na lente. Veja
se ela possui regulagem de velocidades do obturador. Note as aber-
turas do diafragma. Veja qual é a distância focal da objetiva que a
câmara possui e
Fig. 8.1 qual é a sua aber-
tura máxima. Pro-
cure abrir a câma-
ra e veja como ela
é por dentro. Veja
como o filme deve
ser colocado.
Na ilustra-
ção lado vemos o
cartucho de filme
sendo retirado do
compartimento da
câmara.
Em quase Na imagem acima vemos o modo clássico de segurar a câmara fotográ-
todas as câmaras o cartucho do filme é colocado do lado esquerdo fica. Note-se que a mao direita ao mesmo tempo que funciona como apoio do
corpo (a câmara está firmemente apoiada na palma da mão), está pronta para
e corre para a direita. Mais adiante veremos como disparar o obturador com o dedo indicador. A mão esquerda também funciona
deve ser feita a colocação do filme na camera. Outra coisa impor- como apoio sendo que parte do peso da câmara está sendo segurado na palma
tante é aprendermos a segurar a câmara. As câmaras são da mão. Os dedos indicador e polegar seguram o anel de foco ou do diafragma
fabricadas pensando na maioria das pessoas e por isto se adap- para fazer os devidos ajustes.

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onde fica o centro da imagem. Os aneis menores tem uma textura


O VISOR que se torna mais grossa quando a imagem é desfocada. Já o anel
central é dividido pela metade e serve para evidenciar o desfoque
O visor é de grande importância uma vez que é por meio da imagem dividindo-a. Nas imagens dos exemplos, podemos me-
dele que podemos ter uma ideia concreta do que será fotografado. lhor avaliar o que se vê dentro do visor quando uma imagem é
Nas câmaras reflex a precisão do visor é de aproximadamente 98%. desfocada (Figura 8.4) Quando a imagem está com este aspecto o
Depois de examinar a câmara cuidadosamente é importante olhar anel da objetiva deve ser ajustado para se conseguir o foco. (Figura
dentro do visor e familiarizar-se com o que ele mostra. Na ilustração 8.6)
abaixo vemos um visor padrão. Nele vemos que além das marca-
ções no centro da area da imagem temos outros valores nas bordas
Fig 8.4
do quadro. Pode ser que esses valores fiquem em lugares diferen-
tes para o modelo de sua câmara mas sem dúvida eles serão mos-
trados na borda ou ao pé da janela. Note que ao mudar qualquer
valor no anel do diafragam ou nas velocidades do obturador o mes-
IMAGEM
mo valor será mostrado na janela do visor. É importante tentar de DESFOCALIZADA
aprender a mudar os valores sem tirar a câmara do olho.
Outro elemento que costuma confundir o amador dentro da
area da imagem é a area central do visor. Os aneis são apoios para
focalização e
pontos de refe- FOCALIZAR
rência. Não é
necessário que
AJUSTANDO O ANEL
o assunto prin- DE FOCO
cipal fique den- Fig. 8.5
tro desses
aneis . O anel
maior é um
ponto de refe- IMAGEM
rência dentro FOCALIZADA
do campo do
visor para que
o fotógrafo te-
Fig. 8.3 O nha noção de
Fig. 8.6
visor
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Abaixo vemos uma câmara Yashica FXD sendo aberta e o filme


A COLOCAÇÃO DO FILME sendo colocado nela. Os pontos mais cruciais desta operação são que a
Uma vez dominado o manuseio da câmara e tendo-se uma bobina do filme seja corretamente colocada de forma que o filme corra
com facilidade sobre os trilhos da câmara e o segundo ponto é que os
certa familiaridade com os seus controles, podemos prosseguir com
dedos não toquem nas lâminas do obturador. Um terceiro ponto impor-
a colocação do filme. A grande maioria das câmaras abre da mes- tante é que devemos nos certificar que a lingueta na ponta do filme tenha
ma forma mas algumas utilizam o seu próprio sistema sobre tudo as sido corretamente colocada dentro de uma das ranuras do rolete recep-
mais modernas. É importante que se leia o manual da câmara para tor de forma que o filme não escape.
melhor entender todas estas operações. Todos os manuais tendem Fig.8.8
a ser bastante técnicos e hoje são verdadeiras enciclopédias em
varios idiomas. A melhor coisa e ter paciência e ler uma parte de
cada vez. Uma sugestão é estudar o manual com a câmara diante
de si e ir seguindo as insturções do manual.

Na ilustração abaixo vemos uma câmara Nikon FM2 sendo


aberta. Note-se que é do lado esquerdo que se abrem a maioria das
Levantar a tampa do rolete até sentir Levantar até sentir um segundo click e
câmaras. um primeiro click. abrir a porta.
Em quase todas as câmaras manuais e mecânicas o rolete utilizado
para rebobinar o filme também serve para destravar a tampa trasei-
ra da câmara e abri-la. Com câmaras que possuem motor de avan-
ço o rolete deixou de existir e a forma da brir é diferente.

Observar o recinto para o cartucho, as lâ- Colocar o carrtel do filme e puxar a


minas na janela do obturador, e o carretel lingueta até o carretel receptor. Tomar
receptor do filme. cuidado com o obturador.
Fig 7.7

Enfiar a ponta da lingueta numa das fres- Certificar-se que o filme esta firmemente en-
tas do carretel receptor e puxar o filme. gatado e fechar a porta.

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A última operação na colocação do filme depois de fechar a AJUSTE DA SENSIBILIDADE DO FILME


porta da câmara é avançar o filme até a pose de numero um. Na
ilustração vemos que o contador de poses possui um “S” de Start e A segunda ilustração(baixo) mostra como proceder para ajus-
dois pontos antes da pose No1. Isto significa que depois de fechar- tar a sensensibilidade do filme na câmara. É de suma importancia
mos a porta da câmara de- não esquecer de realizar este ajuste uma vez que o sistema de
vemos puxar alavanca e dis- fotometria da câmara não pode fazer a medição da luz corretamente
parar a câmara duas vezes se a sensibilidade do filme não fôr devidamente assinalado. Cada
de forma a garantir que o fil- câmara tem a sua própria maneira de registrar a sensibilidade do
me exposto a luz durante o filme e é importante que o usuário aprenda a fazer isso.
carregamento seja retirado Como podemos ver pela ilustração, a regulagem da sensibilidade
da area da janela e que na do filme fica no mesmo anel utilizado para regular as velocidades do
pose No.1, uma chapa com- obturador. Para mudar o valor da sensibilidade o anel externo deve
pletamente virgem esteja ser levantado para cima e então o anel girado para esquerda ou
em posição. Abaixo vemos direita de forma a acertar o valor da sensibilidade dentro da peque-
a alavanca de avanço do fil- na janela marcada “ASA/ISO”. Como o espaço físico é pequeno de-
me (1.) sendo puxada para mais para colocar todos os valores de sensibilidade são colocados
a pose No. 2. A esquerda e apenas dois pequenos pontos entre os principais valores. Esses
para cima está o botão disparador da câmara (2.) e mais a esquer- valores representados pelos pontos intermediários são mostrados
da visto parcialmente a na ilustração a direita da foto. Assim podemos ver que o primeiro
regulagem das veloci- ponto depois de ISO 100 representa ISO 125 e o primeiro ponto
3. dades e da sensibili- antes de ISO 200 representa ISO 160 e assim por diante.
2. 1.
dade do filme.(3.)
Depois de colocado o
filme devemos regular
a sensibilidade do fil-
me.

Fig. 8.10 A alavanca de avanço


(1.), o botão disparador (2.) e a
regulagem de velocidades ( 3.). Fig. 8.11 Ajuste da sensibilidade do filme
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OS AJUSTES EM CÂMARAS COM PAINEL LCD (ELETRÔNI- camente e assume o controle sobre a exposição numa grande varie-
CAS E DIGITAIS) dade de circunstâncias além de puxar o filme de pose em pose de-
pois de cada foto. Como se não fosse o bastante a câmara rebobina
Como era de se esperar, a cada dia que se passa encontram-se o filme no fim do rolo antes que o operador abra a porta para retirar
mais câmaras eletrônicas e menos câmaras mecânicas no mer o cartucho.
cado. Estas novas máquinas assustam muitos amadores. Na reali- Estas operações embora relativamente simples e de praxe
dade os avanços que elas incorporam fazem com que venham a ser para um fotógrafo experiente eram pontos de dificuldade e frustra-
mais fáceis de usar que as antigas porque desempenham multiplas ção para um grande numero de fotógrafos amadores menos
funções automaticamente. Como exemplo disto podemos tomar o experiêntes que invariavelmente erravam numa dessas etapas ora
carregamento do filme. O carregamento do filme na câmara mecâ- esquecendo de acertar a sensibiliade do filme, ora de rebobiná-lo
nica requer uma série de operações por exemplo mas a câmara ele- antes de abrir a porta e quase empre esquecendo de puxar o filme
trônica executa quase automáticamente. depois de tirar uma pose o que resultava na camara estar sempre
A câmara eletrônica avança o filme para a primeira pose bas- desarmada na hora de apertar o disparador para a próxima pose.
tando puxar a ponta do filme até o outro extremo da câmara antes Na realidade a câmara moderna é repleta de funções cuja
de fechar a porta. (Ver página 83). No momento em que o filme e intenção é de eliminar os pontos onde a maioria de erros aconteci-
colocado esta regula a sensibilidade ISO do filme por meio de am para que o fotógrafo possa se preocupar menos com a opera-
sensores que leem o código marcado na bobina do filme (chamado ção da câmara e mais com a fotografia .
de sistema DX). Além disto a câmara moderna faz o foco automati- Porém, um equipamento mais sofisticado requer que o usuá-
rio também esteja à altura. É neste ponto que muitos fotógrafos se
assustam com as câmaras modernas. São muitos botões e uma
iconografia inicialmente desconcertante. De início quem não possui
uma base na fotografia convencional já está perdendo pois prova-
velmente não tem noção do que significam os números de abertura,
as velocidades do obturador, ou mesmo a sensibilidade do filme.
Em segundo lugar, a iconografia embora relativamente padronizada
entre fabricantes ainda é nova até para fotógrafos com alguma ex-
periência.

ASPECTO EXTERNO DA CÂMARA MODERNA


A diferença mais evidente entre a câmara moderna e as suas
Fig 7. 12. predecessoras mecânicas é a falta da alavanca de avanço do filme
e dos aneis de regulagem de velocidades e do diafragma. Em lugar
disso vemos uma série de botões e um painel de cristal liquido. Na

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figura 8.12 vemos um exemplo da marca Minolta. Este modelo foi ENTENDENDO A NOMENCLATURA E A ICONOGRAFIA DA
lançado ha uns quinze anos mas muitas destas maquinas anida se CÂMARA MODERNA
encontram em uso. Como já dissemos, as câmaras modernas são mais “inteli-
gentes” que as antigas portanto são capazes de desempenhar uma
A maioria dos controles da câmara série de fuções de forma a facilitar a fotografia em diversas situa-
eletrônica encontram-se no painel ções . A maiora destas funções são acessadas por meio do anel de
LCD. Este painel acaba sendo a cen-
tral de comando da câmara. Ao lado
comando e visíveis no painel LCD da câmara.Para facilitar o enten-
vemos que a câmara está regulada dimento do usuário foi criada uma nomenclatura padrão e uma
com a velocidade de 500 e abertura iconografia de fácil associação visual. Na fig. 7.15 vemos o anel de
f5.6. O filme está na pose 1 e ela se comando de uma câmara Canon com as diversas funções. Nas pá-
encontra no modo PROGRAM. Para mo- ginas seguintes veremos em maior detalhe estes contrôles.
dificar as opções, os botões acima
e a direita com setas são utilizados
para navegar para cima e para abai- Fig7.15 Anel de comando da
xo até encontrar-se a opção deseja- câmara. Para escolher a fun-
Fig. 7.13 ção desejada ogira-se o anel no
sentido horário ou anti-horário.
Na posição mostrada o anel
está em off (Desligado). A se-
guir veremos os outros contro-
les que dividimos em
iconográficos e de nomencla-
tura.

Anel de coman-
Ao lado vemos uma câmara Canon do
EOS 650 de frente e de cima. Note-
se que estas câmaras ao incorporar Localização do anal de comando no corpo
os motores de avanço e o comparti- da câmraa (Canon EOS 3000 N)
mento de pilhas assumiram un
Este anel comanda todas as funções da
design muito mais ergonomico o que
as torma mais fáceis de segurar
câmara. Os aneis de comando de outros
modelos e marcas seguem o mesmo
Fig.7.14 padrão.

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da
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Abaixo: corpo da camara mostrando encaixe da objetiva, espelho e


pinos de contato para controle das funções de focoautomático e iris. Compartimento do Filme Visor

Marca de encaixe para objetiva


Espelho

Pinos de Contato

Compartimento de Folohas
baterias do obtura-
dor

A
qui vemos em maior detalhe a anatomia da câmara moderna.
Acima e a esquerda a câmara vista de frente com a objetiva retira
da. Ao lado a câmara vista de cima mostrando o anel de coman-
Objetiva
do, a sapata para o flash e o visor. Acima vemos a câmara aberta. Deve
se notar que no compartimento do filme existem pinos de bronze. Estes
Sapata do flash servem como sensores para determinar automáticamente a sensibilida-
de do filme. As pálhetas ou folhas do obturador de titânio, são extrema-
mente delicadas e nunca devmos tocar nelas pois ha risco de danifica-
las. O filme corre da esquerda para a direita. a pequena marca vermelha
Anel de comando
do lado direito da câmara indica onde deve ser colocada a ponta da lingueta
do filme. Ao se fechar a porta o filme será atomáticamente engatado.
Este procedimento torna muito mais fácil o processo de carregar filme na
câmara. As câmaras Canon tem ainda outra particularidade. Ao carre-
gar o filme, ele é puxado inteiramente para fora da bobina. A câmara puxa
Visor o filme para dentro da bobina na medida em que as poses vão sendo
expostas. Desta forma elas ficam protegidas caso a câmara seja aberta
acidentalmente.

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OS PROGRAMAS REPESENTADOS POR ICONES homem correndo. Este programa irá sempre priorizar velocida-
des rápidas de obturação para garantir o congelamento da ação.
Este é o programa recomendado para cenas de ação.
AUTOMÁTICO. O retângulo visto logo abaixo do comando OFF
NA FIGURA 7.15 representa o funcionamento totalmente AUTO- RETRATO NOUTURNO. Outro programa automático comum em câ-
MÁTICO da câmara. Neste modo, a câmara avalia a situação e escolhe maras modernas é o modo RETRATO NOUTURNO. Este modo
a melhor exposição e velocidade. O usuário não tem opção de modificar deve ser utilizado quando desejamos retratar alguém no anoite-
qualquer parâmetro. Ele simplesmente aponta a câmara enquadra e dis- cer ou a noite utilizando o flash da câmara mas captando tam-
para. bém a luz ambiente. É práticamente impossível obter bons re-
sultados neste modo se a câmara não estiver sustentada num
RETRATO. O icone de um rosto de tripé pois apesar do flash registrar o objeto do primeiro plano, o fundo
mulher representa o modo RETRATO requer uma velocidade lenta do obturador mesmo com filmes mais sen-
da câmara. Neste modo, a câmara irá síveis.
procurar uma abertura de diafragma
grande de forma a desfocar o fundo. Quanto OS PROGRAMAS DE NOMENCLATURA NÃO ICONOGRÁFICA
mais o assunto se encontrar em primeiro plano Os programas de nomenclatura (não iconográficos) funcionam de ma-
mais ele se destacará do fundo. neira semelhante aos automáticos em que eles dão prioridade a uma
determinada função porém eles são mais flexíveis dando mais escolha
PAISAGEM. O icone escolhido para ao usuário.
representar o modo PAISAGEM é dois picos com uma nuvem.
Inconfundível este é o melhor programa a ser utilizado quando
se está fotografando grandes panoramas. Neste caso a câma- O programa representado pela letra “ P ” pode ser definido como um
ra dará prioridade para aberturas pequenas de diafragma. Em automático programado ou seja ele permite ao usuário avançado buscar
cenas de pouca luminosidade (fim de tarde, amanhecer etc.) O progra- outra combinação de abertura de diafragma e velocidade que
ma pode escolher uma velocidade lenta demais para segurar a câmara aquela determinada pelo “Automático” total. Na prática sabe-se
na mão e um tripé deve ser utilizado para evitar que as imagens saiam que a exposição correta pode ser obtida mediante uma série de
tremidas. combinações obturador/diafragma e não apenas uma. O fotó-
grafo experiênte sabe buscar aquela que melhor resultados dará ao tipo
CLOSE UP. O icone da flor evidentemente progama a câmara de trabalho que está fazendo. No modo P a câmara busca uma combina-
para focalizar objetos próximos. Está função é também conhe- ção “ técnicamente correta”. O fotógrafo tem a
cida como MACRO por se tratar da máxima aproximação da opçào de modificar essa combinação selecionan-
objetiva. Quando esta função está selecionada a câmara do uma velocidade maior, ou uma abertura me-
automáticamente procurará focalizar o objeto mais próximo da objetiva. nor que melhor se enquadre nos seus propósi-
Nesta situação objetos mais distantes tendem a ficar desfocados. tos. Se ele desviar muito e escolher uma opção
que incorrerá numa exposição errada a câmara
ESPORTE. O programa ESPORTE É representado pelo icone de um emitirá um aviso no visor.

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O modo TV despista muitos usuários que pensam que TV tem alguma


coisa a ver com enquadramento de televisão ou alguma coisa semelhan-
te. Um amador me disse que ele utilizava este modo para fotografar da OUTROS CONTROLES NO ANEL DE COMANDO
tela de sua T.V.! TV é a abreviação de “Time Value” ou Valor Tempo. Este
modo prioriza TEMPO ou seja a velocidade do obturador. O usuário es-
colhe a velocidade que ele quer usar e a câmara busca a aber- ISO Esta sigla representa o novo pa-
tura mais adequada para essa velocidade.
drão universal para a sensibilidade dos fil-
mes. Os termos ASA E DIN estão hoje
O modo AV prioriza a abertura. Ele prioriza Valor Abertura. Nes-
obsoletos. As camaras modernas todas
te modo o usuário seleciona a abertura que deseja utilizar e a CPU da
possuem sensores que detectam a sensi-
câmara dará a velocidade mais adequada para essa abertura.
bilidade do filme diretamente do cartucho.
Este programa é recomendado quando o fotógrafo deseja trabalhar com
Este sistema e chamado de leitura DX. Ha
uma abertura determinada e constante. A CPU da câmara irá buscar a
situações porém em que o usuário deseja
velocidade adequada para essa abertura.
alterar a sensibilidade do filme. Selecio-
nando o comando ISO no anel de coman-
Toda boa câmara deve possuir um contrôle manual. Este é o
do torna-se possível modificar a sensibili-
controle preferido por fotógrafos experiêntes que desejam con-
dade do filme para o valor desejado. Este
trolar tanto a abertura quanto o diafragma. O contrôle manual
valor aparecerá no painel LCD.
da câmara é útil quando o fotógrafo quer fazer uma fotografia mas pon-
derada ou quando ele quer desviar da “exposição correta” imprimindo
uma característica estética de ligeira subexposição ou de super
exposição. O PAINEL LCD DA CÂMARA

O modo A-DEP representa uma inovação nas câmaras da mar- O painel LCD da câmara é o lugar
ca Canon. Este programa busca automáticamente dar a maior onde irão aparecer todas as
profundidade de campo possível a uma fotografia em que primeiro e se- informaçoes vitais da câmara. A
gundo planos devem ficar em foco. É um programa muito útil uma vez velocidade do obturador, abertura
que a maioria dos amadodres tem dificuldade para se lembrar como con- do diafragma, número da pose,
seguir profundidade de campo usando o anel de foco e o diafragma. As
sensibilidade do filme, condição da
escalas de profundidade de campo desenhadas nas objetivas
eram praticamente inúteis pois os amadores não as entendi- bateria, funções especiais, como
am e os profissionais sempre preferiram “ver a” profundidade foco manual ou automático etc,
de campo por meio do botão para isso (que sómente é incluí- todos serão mostrados no painel
do em câmaras profissionais). Para melhor entender esta ques- LCD. O painel LCD também funciona para navegar pelas opções
tão ver Cap.III, pagina 34 “A importância do diafragma na profundidade
de campo”.

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de um programa. O VISOR E A JANELA DE CRISTAL LIQUIDO


Abaixo por exemplo o anel de comando foi colocado em
Manual (M) fazendo com que apareçam no painel de cristal liquido
tanto a velocidade quanto a abertura. Ve-se ainda o icone da Entendeno o nível de exposição em modo manual
bateria logo embaixo da velocidade, o contrôle da àrea de foco
seletivo, e o indicador de nível de exposição.
Area cental de fotometria

Areas de foco seletivo Area da janela


Na página 75
mostramos o visor da
câmara manual ou
mecância. Ao lado ve-
mos a area de um visor
com as marcações de
Velocidade Abertura Anel de seleção foco seletivo (tres retân-
Contrôle da
gulos) e de fotometria
area de foco
central (circulo ) de uma
câmara eletrônica.
Abaixo; um deta-
lhe da parte inferior do
Botão de visor mostrando a janela
controle de de cristal liquido que for-
funções Indicador do AE Lock
Indicador de “em
nece informações da ex-
(trava do automático) posição tais como velo-
foco” (luz verde)
cidade do obturador,
abertura, e foco. Note-se
que o cursor em forma
de cubo estando na po-
sição central indica que
Botão de a exposição está correta.
temporizador Ao se deslocar para a
( 10 segun- Bateria Foco Nível de Exposição Funções esquerda ou para a direi-
dos para o ativadas ta ele indica sub-exposi-
disparo) ção ou super exposição
indiacados pelos
simbolos de mais e me-
nos.

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De acordo com os exemplos mostrados ao lado e abaixo, APARENCIA RESULTANTE DE EXPOSIÇÃO NUMA
entender o que o fotômetro da câmara está nos dizendo é muito FOTOGRAFIA
simples. Na primeira situação em que o cursor em forma de cubo
está exatamente na posiçào central temos um caso em que a combi-
nação de velocidade do obturador e a abertura do diafragma dariam
uma exposição correta.

INDICAÇÃO DE EXPOSIÇÀO CORRETA

Quando o pequeno in-


dicador está na posiçào central, isso sig-
nifica que a combinação de abertura e
velocidade produzirá uma exposição
equilibrada (veja exemplos à direita).
No segundo exemplo vemos o Acima: Fotografia com
Acima: Fotografia com exposiçào
cursor embaixo do 1 para o lado do me- subexposição de um ponto de
correta.
nos (underexposure) indicando que haverá um ponto de subexposição. diafragma
No terceiro exemplo o cursor está embaixo do 1 para o lado do
mais o que indica super exposição de um ponto. Os pequenos pontos entre os
números indicam meio ponto. Embora a aparência do visor possa variar de
câmara para câmara, o princípio básico é o mesmo.
O importante é saber o que fazer numa situação dessas. No Ao lado: fotografia com um ponto de
caso do terceiro exemplo o fotometro esta indicando que se fizermos a fotografia superexposição
com essa combinação a exposição estará com superexposição. Evidentemente a
solução é de fechar o diafragma um ponto. Mas é possível também aumentar a
velocidade um ponto sem ter que alterar o diafragma para se conseguir o mesmo
resultado (em termos do equilibro da luz o rsultado será o mesmo).
Como se pode ver pelos exemplos ao lado, a subexposição ten-
de a deixar a foto quase sem brilhos e altas luzes aprofundando as sombras. Por
outro lado, a superexposição deixa a fotografia mais chapada e sem contraste.
Nota-se a ausência de pretos.

Modelo Lilian. Fotos do autor

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