Você está na página 1de 6

Antropologia e história

E stevão de R ezende M a r t in s

Uma concepção integral do homem, eis o que busca elaborar uma


antropologia que se quer filosófica. A antiga disciplina filosófica
da “ psicologia m etafísica” , com suas aspirações de defin ir os pri­
meiros princípios imutáveis do funcionam ento das estruturas cogni­
tiva e volitiva do “ espírito hum ano” , cedeu seu lugar, já há tempos,
a uma nova e sempre renovada ciência do homem. Uma ciência que
não pretende, de form a alguma, im por um molde de hom em-ideal,
mas que se elabora a partir da fonte: da ou dos homens tais como
existem e agem. Esta atitude básica, de modesto aprendizado da
realidade, poder-se-á batizar de etnográfica, e sua sistematização
teórica poderá encam inhar-se para uma etnologia, para uma psi­
cologia, para uma sociologia, ou para a sua expressão interdisciplinar,
numa antropologia.
O homem, agente no tempo, a presença da razão humana no
passado, é o elem ento antropológico fundam ental da ciência histó­
rica. Decerto não reina unanimidade quanto a uma definição de
ciência histórica, e dificilm en te se pensaria em poder obtê-la. Duas
características constitutivas, no entanto, estão sempre presentes nas
opções metodológicas dos historiadores, em sua própria atividade
cien tífica: o homem enquanto agente racional (em conexão, por
vezes, com a postulação específica da lib erd a d e), e seu passado.
A concepção da história é, destarte, se não antropológica, ao menos
antropocêntrica. Na vasta e diversificada gam a de especializações
em que a ciência histórica se desdobra h o je ,1 um denom inador é

i L a Tiouvelle histoire, dir. Jacques L e G o f f et alii; P a ris : Retz, 1978.


H istória: novos problemas, novos objetos, novas abordagens, dir. Jacques
L e G o f f e P ierre N o r a ; P a ris : G a llim ard , 1975; trad. bras. R io : F r a n ­
cisco Alves, 1976, 3 vols. E stas duas obras de tipo enciclopédico são
indicadas a título de exemplo.

308
comum a todas: reconstruir, o mais completam ente possível, o h o ­
mem que fo i e agiu ontem, para entender aquele que é e age h oje
e discernir as sendas que trilharão os que serão e agirão amanhã.
Os “ grandes feitos” militares, os “ grandes designios” políticos, as
“ grandes figuras” do palco do tempo, as relações de produção, as
estratificações sociais, as categorias do im aginário, os meandros das
instituições, os patrim ônios culturais, as taxas de m ortalidade, a
expansão territorial, a form ação dos estados nacionais, a colonização,
e quantos aspectos ainda, evidenciam este esforço de detectar uma
espécie de m etanível (ou infranível, como quer a “ gram ática” inex-
pressa de M ichel Foucault,2 retom ada pela “ prática” irreflexa de
Paul Veyne 3) , em que se cristaliza a atividade organizadora, siste­
matizadora, classificadora, da inteligência. Esta racionalidade é sub­
jacente, em prim eiro lugar, ao trabalho de compreensão e in te r­
pretação característico do historiador enquanto tal. * Buscando de­
linear esta atitude antropológica do historiador na manipulação do
seu m aterial de trabalho, Thom as Nipperdey ® vê a sistematização
da antropologia articular-se em torno de quatro complexos de ques­
tões: o das estruturas e categorias fundamentais da existência hu­
mana, o das form as humanas de pensar, comportar-se a agir, o
da im pregnação destas form as pelas instituições sociais (e vice-
versa) e, enfim , o do entrelaçam ento entre pessoa, instituições e
cultura. Em suma: a história antropológica (ou a história to u t court,
sem absolutamente querer fazer meros jogos de palavras, mas tendo
em conta o valor inegável e indispensável da interdisciplinarie-
dade #), tem por objeto as estruturas do agir e da conduta humana.
Nipperdey considera que a antropologia sistemática visa a es­
truturas e leis invariáveis, válidas para todas as sociedades. Ele
a distingue, destarte, dos objetos de pesquisa concretos e lim itados
do que chama de “ antropologia cultural etnológica” , e a aproxim a
de uma “ antropologia cultural sistem ática” , que sintetizaria inves­

2 C f. L ’archéologie du savoir e Les M o ts et les Choses, passim.


3 “F ou cault revolutionne l ’histoire”, in : C o m m en t on écrit Vhistoire. P a ris :
Seuil, 1978.
4 H a n s -M ic h a e l B a u m g a rtn e r: “T h e se n zur G ru n d leg u n g einer tran szen -
dentalen H istorik ”, in : Geschichte und Theorie, dir. H . M . B a u m g a rtn e r
e Jorn Riisen. F ra n k fu rt: S uhrkam p. 1976, pp. 274-302, especialm ente
p. 277: “G eschichte i s t . . . eine spezifische, B edeu tu n g u n d S in n v e rle i-
hende konstruktive O rga n isa tio n rãu m lich -zeitlich localisierbarer E le­
mente, V orgá n g e, Ereignisse, H a n d lu n g e n ” .
5 “ D ie anthropologische D im ension der Geschichtsw issenschaft”, in : G e s ­
chichte heute, dir. G e r a r d Schulz. G o ttin ge n : V anden hoeck & R u precht,
1973, pp. 225-255.
« Cf., po r exem plo: F rédéric M a u ro : “P o u r une classification des sciences
hu m ain es”, in : M élan ges Braudel. H a ia : M outon, 1972, pp. 397-407.

309
tigações especiais segundo seus elementos comuns. Sem indicar m a­
tizes mais finos, Nipperdey parece seguir aqui uma visão paleostru-
turaüsta demasiado rígida. Existe reconhecidamente um caráter his­
tórico muito menos “ perm anente” do que parece supor Nipperdey
com suas estruturas onipresentes, e decerto extrem am ente relativo
às circunstâncias de tempo, modo e lugar que fazem as “ sociedades
particulares” tão caras a Claude Lévi-Strauss, decerto abordáveis,
mas absolutamente inexprim íveis na sua glob a lid a d e.7 É a presença
física e intelectiva do hom em -historiador que se constitui provavel­
m ente na prim eira e principal constante, organizadora, fazendo-se
“ sentir” no discurso histórico. H ans-M ichael Baum gartner coloca em
evidência este fato ineludível da ciência histórica e do historiador
concretos, propondo, para a análise transcendental, que ela se oriente
prim ariam ente pelos procedimentos metódicos refletidos da ciência
histórica, analise seus esquemas de discurso e aborde seus pressu­
postos lógicos im p lícitos.8 Ciência e consciência dão-se a um torneio
dialético permanente, oscilando entre um mecanicismo determinista
dos mais crassos e um subjetivismo idealista indiscernível. Um
neo-historicismo é, no entanto, um “ risco” que Nipperdey crê d efin i­
tivam ente descartado. Se a história se define através da atividade
categorial do sujeito cognoscente expressa lingüísticamente, ela não
se pode constituir sem a massa, sem o ápeiron prim itivo dos eventos,
da sucessão e das mudanças, que são sua m atéria prima. E, em pre­
gando tais termos, m inha própria m aneira de fa la r já não pode
escapar deste universo fechado da língua, único n ível em que me
posso comunicar, e cuja sintaxe, semântica e pragm ática condicio­
nam meu dizer e meu escrever.
A ciência histórica de h oje já não se lim ita a indivíduos (pes­
soas ou instituições), ela não é mais mera biografia ou glorificação

7 “Les prétentions contre lesquelles Je me suis insurgé n ’étaient p as celles


des historiens, m ais celles de certains philosophes de 1’histoire qui
rem placent cette réalité fluctuante, insaisissable, im prévisible, d u devenir
historique p a r u n système ou une idéologie” , in : Entrevista a J e an -
M a rie Benoist, jo rn a l L e M o n d e (21-22.1.1979), p. 14. E sta longa en tre ­
vista de L é v i-S trau ss a B enoist (m estre-assistente no Collège de France,
igualm ente antropólogo, autor, dentre outros, de M a rx est m ort (P a r is :
G a llim ard , 1970) e L a rêvolution structurale (P a r is : G resset 1976), fo i
d a d a po r ocasião do lançam ento (P a ris , ja n eiro de 1979) de um livro
de ensaios de e sobre L é v i-S tra u ss (.M éta m o rp h oses), reunin do t r a ­
balhos de autores como P ierre Clastres, R o la n d B arthes, A n d ré G lu c k s-
m ann, Jacques L e G o ff, P ierre V id a l-N a c q u e t e outros,
s O .c ., p. 276: " D ie transzendentale A nalyse des historischen G egenstandes
orientiert sich p rim a r a n den m ethodisch reflektierten V erfah ren sw eisen
G eschichtsw issenschaft, an alysiert ihre A ussageschem ata u n d erõrtert
die in ihn en vorfindlichen im pliziten logischen V oraussetzun gen”.

310
de sistemas predom inantem ente políticos. O historiador já não mais
se deixa levar pela tentação de generalizações e de “ lições” a tirar.
No entanto, a busca de eventuais constantes que não sejam apenas
projeções da estrutura categorial do próprio historiador é urna meta
legítim a do historiador contemporâneo. Assim é que vemos aparecer
numerosos trabalhos de historia social, económica, » das id eologia s,10
das mentalidades, ii etc. O caráter próprio do discurso histórico —
aquele que em prega concretamente o historiador ao redigir seu tra ­
balho: n arrativo e explicativo — interessa à pesquisa do ponto de
vista lingüístico e lógico. Abre-se aqui a porta da m etahistória, da
reflexão teórica sobre os fundamentos epistemológicos da ciência
histórica, da historiografia, do coletivo “ história” . 12
A busca de uma nova dimensão de autenticidade e de identidade
do homem, que a história ecoa, está presente de uma form a quase
angustiada nos múltiplos esforços que se envidam por cernir este
ser. As ciências tradicionalm ente ditas humanas ou, com ligeiras
variações, do homem, são quiçá um suplício de Tántalo, às quais
somente uma atitude socrática poderá dar uma orientação adequa­
da: a de modesta insciência de e sobre o homem. Não se pense,
porém, que se enuncia aqui uma escapatória um tanto poética à
responsabilidade da reflexão científica. Pelo contrário, é antes um
desafio que se formula. À capacidade criadora no plano das h ipó­
teses e das sínteses, à interdisciplinariedade ao n ível do trabalho
conjunto. As ciências não deixam de se constituir, e solidamente,
como um corpo operacional de conhecimentos. 1 » Um exemplo —

» Cf., po r exem plo: F. B ra u d e l: Civilisation matérielle et capitalisme. T ra d ,


espanhola: B arce lo n a: L a b o r, 1974.
30 Cf., po r exem plo: H istoire des idéologies, dir. François Chatêlet. P a ris :
Hachette, 1978, 3 vols.
Cf., po r exem plo, o m agistral trab alh o de G eorges D u b y : L ’imaginaire
ou les trois ordres féodaux. P a ris : G a llim ard , 1978.
12 Q u an to a este particular, a b ib lio g rafia é abundante. A m ais recente
visão de conjunto foi pu blicada em 1977, n a série alem ã “ B eitra ge zur
H istorik ” (F r a n k fu rt : D T V e r la g ), volum e 1: O bjektivitât u n d P a rte i-
lichkeit (O b jetiv id ad e e p a rc ia lid a d e ); volum e 2: Historische Prozesse
(Processos histórico s), com contribuições, entre outros, de R. Koselleck,
J. Rüsen, W . M om m sen, K .- G . F ab er, G . Patzig, K . A cham , H . M .
B au m ga rtn er, R. V ierhaus, O. M a rq u a rd , etc., nom es que estão em p r i­
m eiro plano no vivo debate em busca de u m a identidade ren o v a d a d a
história e do seu agente, se não paciente. A lém dos autores de lín gu a
alem ã, lem b re-se o centro de irra d iaç ão e repercussão deste debate que
é a revista “H istory a n d T h e o ry ”, fu n d a d a em 1961 nos E stados U n id os
(W esley an / C o n n e cticu tt), que pu blica tam bém regularm en te b ib lio g rafia s
atualizadas.
1» O em prego d a expressão “o peracion al” bu sca exprim ir, aqui, tan to a
u tilidade e eficácia das ciências em geral, quanto 0 caráter precário,
provisório, perfectível, dos sucessivos níveis de conhecim ento obtido. N ã o
entram os aqui no debate sobre a certeza do conhecimento, no q u a l se

311
dentre quantos outros — de busca de integração entre antropologia
e história pode ser visto nas atividades da Fundação Royaum ont
para o desenvolvim ento das ciências do h om em ,14 sediada na França.
Um reflexo das novas iniciativas tomadas, no contexto da pesquisa
científica, em particular acadêmica, é a vasta “ Nova Antropologia” , ,r>
idealizada por um médico, Paul Vogler (entrem entes falecido) e
codirigida, sintom aticam ente, por um filósofo de peso, H ans-G eorg
Gadamer. Partindo do complexo fundam ental que é a constituição
fisiológica do hom em -anim al, a obra se centra logo em torno, jus­
tamente, do mais-do-que biológico, sobre o qual Nipperdey já colo­
cava o a cen to .16 Gadam ar insiste mesmo no fa to de que uma an­
tropologia, qual seja seu modo de estruturar-se, dificilm ente poderá
deixar de ser interdisciplinar e complementar, nas suas diversas
aplicações. i? Sociedade, cultura, psique, intelecto — constelações da
galáxia própria ao ser inteligente, o qual im pregna o seu mundo e
os seus semelhantes de significação. Uma significação que toma múl­
tiplas form as: mítica, religiosa, ética, p o lític a ,18 visando a consoli­
dar, na longa duração, uma determ inada concepção do homem, a
fim de que ela sobreviva aos incidentes circunstanciais. A estabili­
dade que se quer assim obter (se não im por) assemelha-se a uma
nova form a de h o rro r vacui: o preenchim ento do espaço relativo do
intelecto e da sua produção com estruturas “ objetivas” permanentes.
Estas estruturas, que poderíamos chamar de arquétipos, categorias,
seriam, creio, características mais da própria inteligência. Uma ta l
abordagem, mesmo colocada do ponto de vista de uma filosofia trans­
cendental, não reintroduz o a-priori kantiano quanto ao juízo. O
aspecto construtivo do conhecim ento histórico fica assim caracteri­
zado como uma síntese gerar a p artir da atividade significan te-ca-

tem u m a boa introdução pela leitura de K a r l p o p p e r: Lógica da pes­


quisa científica (T ra d . bras. S ão P a u lo : C ultrix, 1976) e de T h o m a s
K u h n : A estrutura das revoluções científicas (T ra d . bras. S ão P au lo :
Perspectiva, 1976).
14 E sta fu n dação o rgan iza coloquios e dirige publicações desde 1969, des­
tacan d o-se o colóquio L ’unité de Vh om m e (1972), cujos textos fo ra m
publicados (P a r is : S e u i l) . Lem bre-se, ainda, n a F ra n ça , a an tig a sexta
secção d a E scola P rá tic a de Altos Estudos, h o je Escola P rá tic a de A ltos
Estudos em Ciências Sociais, in stalada n a “M a is o n des Sciences de
1’H o m m e” de P aris.
is N e u e A nthropologie (F r a n k fu rt : D T V & T hiem e, 1971-1975). V olu m es
1 e 2: A n tropo lo gia biológica; volum e 3: A n tropo lo gia social; volum e 4:
A n tropo lo gia cu ltu ral; volum e 5: A n tropo lo gia psicológica; volum es 6 e 7:
A n tropo lo gia filosófica. T ra d u ç ã o bras. integral S ã o P a u lo : E P U , 1978.
16 C f. N ipperdey, o .c ., p. 225.
17 C f. N A , vol. 7, pp. 374, 375-376 e 380.
ia cf. as contribuições de B an n erth , K erényi, K a m b a rte l, K u h n , Lorenzen
e Low ith.

312
tegorial do sujeito cognoscente sobre a m atéria “ evenem encial”
(seja-m e perdoado este neologismo im portado do francês i » ) , que é
dada à percepção. Constituir-se-ia, então, aqui, uma prim eira etapa
do que poderíamos chamar de “ construção do dado” , organizativa,
permitindo, seguidamente, a etapa teórico-in terpretativa.20 A re­
construção feita pela história (enquanto ciência) destas fases, dis­
tintas decerto apenas logicamente, fa z apelo à globalidade que so­
mente com os olhos da filosofia se pode ver. A totalidade, expressa
no e pelo pensamento filosófico, que tanto preza um G illes-G aston
Granger, 2i é uma presença logo im plícita, logo explícita, ao longo
dos sete volumes da “ Nova A ntropologia” de Vogler-G adam er. Este
último, aliás, em sua conclusão, chama expressamente a atenção
do leitor para o “ olhar para o todo, que chamamos filosofia,
presente im plicitam ente em toda intenção de pesquisa” . 22
A tessitura entre antropologia, filosofia e história se compõe,
pois, ao som de uma interdisciplinariedade cien tífica em anente do
hom em -sujeito e não do hom em -objeto. Numa relação de recíproca
influência, entrem eiam -se o saber de e sobre o homem com os co­
nhecimentos científicos obtidos pela investigação m etódica.23 A his-
toricidade do conhecim ento cien tífico não nos leva, todavia, a de-
clará-lo inutilizável, mas a nos volvermos para o homem, agente
racional, que o produz em tempo e lugar determinados, e concluir,
com Pau l V e y n e ,24 que tudo sendo histórico, a história é um cons-
truto racional e que uma “ história objetiva” não existe.

Jo cf. P ierre C h a u n u : La pensée globale en histoire. G e n e b ra : D roz, 1968.


20 cf. B au m ga rtn er, o .c ., p. 276: “ D ie transzendentale A n alyse zielt a u f
die G ru n d bestim m u n g unseres W issens von G eschichte ü berh a u p t” . . . .
“Alies, w as dah er ais Geschichte erscheint, verdank t sich einer beson-
deren konstruktiven A u ffassu ngsw eise der du rch sinnliche E rkenntnis
gegebenen rau m -zeitlichen W irk lich k eit, die a u f ein apriorisches In t e ­
resse des M enschen u n d seines W isse n s a n V e rn u n ft und S in n gebu n g
zurückverweist ” .
21 Cf. Filosofia do estilo (S ã o P a u lo : Perspectiva, 1974. T rad u ç ão do o ri­
gin al fran cês de 1968). E o seu com entário po r R oberto C ardoso de
O liveira: “A n tropo lo gia e filo so fia ” , in : Anuário Antropológico/76 (R io :
Tem p o B rasileiro , 1976), pp. 250-257. T am b é m de G ra n g e r, leia-se “É p is-
tém ologie économ ique”, in : Logique et connaissance scientifique, dir.
Jean P iaget. P a r is : G a llim ard , 1976, pp. 1019-1055.
22 C f. N A , vol. 7, p. 379.
23 ibidem , p. 387.
24 C o m m en t on écrit Vhistoire, p. 38. T ra d . bras, p a rc ial em Teoria da
História (org. M a ria B eatriz N iz z a d a S ilv a ). S ã o P au lo : C u ltrix, 1976,
pp. 45-55 e 120-134.

313

Você também pode gostar