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(versão: 05/07/2007)
1 - INTRODUÇÃO
Um emprego que se vem realizando mais intensamente nos últimos anos é o das ligações do tipo
aeroporto a centro urbano, objetivando complementar a rapidez do transporte aéreo de
passageiros e produtos/serviços.
O potencial do uso de helicópteros é muito grande. Isso pode ser corroborado pelas seguintes
afirmações:
• nos últimos anos, helicópteros têm sido as principais aeronaves comercializadas no país e,
atualmente, o Brasil dispõe da sétima frota mundial de aeronaves de asa rotativa (como
complemento, sabe-se que em 2005, São Paulo foi, a nível internacional, a segunda
cidade em número de helicópteros em operação. As taxas de crescimento da frota beiram
aos 11%, enquanto as referentes às demais aeronaves oscilam nos 2,6%;
• o Brasil possui milhares de cidades e é um país de extensões continentais (segundo
especialistas, nos chamados países do primeiro mundo, toda cidade com mais de 30 mil
habitantes tem pelo menos um, helicóptero, seja para atuar junto à comunidade, seja para
patrulhamento, tráfego, busca e salvamento, manutenção de linhas e redes de energia,
transporte de valores, operações da indústria de prospecção de petróleo, construção de
oleodutos, transporte aeromédico, por exemplo); e,
• a necessidade futura de prover as unidades de aviação do Exército Brasileiro com
aeronaves nacionais (soberania).
Em 2006 a frota brasileira contou com 1.008 helicópteros registrados sendo mais de dois terços
destinados ao emprego civil. São Paulo (461), Rio de Janeiro (187) e Minas Gerias (101) são os
estados brasileiros em que se concentra 75% da frota nacional. Trata-se da sétima frota mundial, o
Japão soma 1.030 helicópteros. Na ordem crescente seguem Austrália, Reino Unido, França,
Canadá e Estados Unidos. Alguns especialistas preconizam, para economias estáveis, uma
relação de 10/1 até 10/2 entre a frota de aeronaves de asa fixa e de asa rotativa. Hoje temos no
Brasil um montante de 11.073 aeronaves de asa fixa.
Fonte: www.anac.gov.br
Apesar de toda essa potencialidade, nos Estados Unidos, o total de passageiros não ultrapassa a
1% do total transportado na modalidade aérea. Isto se deve ao alto custo do transporte por este
equipamento. Especula-se que a hora de vôo de um monomotor está na faixa dos 30 a 50 dólares,
de uma aeronave de asa fixa (tipo o Bandeirantes) no entorno dos 120 dólares e de um helicóptero
monoturbinado entre 600 a 800 dólares.
2 - HELICÓPTEROS
O helicóptero é uma aeronave autopropulsionada que obtém a sua sustentação de uma asa
rotativa. Mudanças na direção de vôo podem ser conseguidas alterando a posição do plano dessa
asa rotativa ou aplicando torque ao rotor de cauda. São vários os tipos de helicópteros, variando o
número de rotores, número e tipo de motores, tamanho e peso. Todos guardam, no entanto, uma
característica muito própria: a capacidade de pairar no ar. É grande também a variação das
possíveis velocidades e altitudes de vôo. Seus custos médios em termos de mil dólares variam
conforme a Tabela 2.
As principais dimensões de alguns helicópteros que operam no Brasil estão contidas na Tabela 3.
Os Estados Unidos possuem uma frota de 6.400 helicópteros militares enquanto a França possui
880, a Alemanha, 750, a Grã-Bretanha cerca de 660 e a Itália uns 600. Em 2001, no mercado de
novas aeronaves civis 57% com a Eurocopter, 22% com a Bell e 10% com a Agusta Westland. No
setor militar a Sikorsky ficou com 29% do mercado.
3 – ESCOLHA DE LOCAL
Os heliportos podem ser situados no nível do solo ou em estruturas, em terra ou sobre a água. O
arranjo físico é função principalmente das características operacionais dos helicópteros que serão
atendidos e do tipo de apoio que se deseja implementar.
Segurança Operacional
É importante que as leis de zoneamento de uma cidade ratifique as restrições altimétricas e de uso
dos terrenos no entorno de heliportos. O ruído dos rotores é motivo para restrições de uso. Em
áreas urbanas não é fácil o estabelecimento das áreas para pouso de emergência.
4 - DEFINIÇÕES
5 – DIMENSIONAMENTO DE HELIPONTOS
Quanto ao uso podem ser público, privado ou militar. Cada um recebe uma sinalização peculiar. Os
elementos componentes de um heliponto são:
AT - suas dimensões são, no mínimo, idênticas a maior dimensão do maior helicóptero que vai
operar no heliponto. Essa área deve estar situada no centro da APD. Seu formato será de um
quadrado ou, quando a APD for circular, terá também essa configuração. O dimensionamento
estrutural dependerá das solicitações dinâmicas a que estará sujeito. A declividade máxima da
superfície é de 2%.
APD - deve ter dimensões suficientes a acomodar qualquer dos modelos de helicópteros previstos.
O maior lado (caso de retângulo) ou o raio deve corresponder, no mínimo, a 1,5 vezes a maior
dimensão da maior aeronave. Correções de 15% devem ser impostas para cada 300 m adicional
de altitude em que essa área se localize em relação ao nível do mar. A declividade efetiva máxima
é de 3% e não pode, em nenhum trecho, ser superior a 5%.
AS - esta faixa livre de obstáculos é sempre oportuna, mas não imprescindível. Nos helipontos
situados ao nível do solo é recomendado que haja uma cerca de segurança de 1m de altura,
circundando os limites desta área, objetivando evitar a entrada de animais ou pessoas estranhas.
Projeta-se no mínimo 3 m além dos limites da APD ou 0,25 vêzes a maior dimensão do APD (o que
for maior) no caso de operação em condições meteorológicas visuais (VMC). Para condições IMC,
é necessária uma largura de 90 m e uma extensão de 60 m além da APD.
No caso de helipontos elevados, para projeto, é considerado como atuante, em cada perna do trem
principal de pouso, uma carga igual a 75% do peso máximo da aeronave, sendo a área de
aplicação desta carga igual a 0,09 metros quadrados por pneu ou esqui. Assume-se, assim, que o
helicóptero realiza o pouso tocando simultaneamente os dois trens principais no pavimento. Nas
áreas de operação fora da zona de toque, a carga de projeto é o peso máximo estático da
aeronave.
Por motivo de segurança deve ser prevista uma área para situações críticas, denominada de
Rejected Take-Off Area (RTOA). Para o S76, o RTOA corresponde a uma distância de 450 m. Isso
pode ser calculado através de ábacos disponíveis nos manuais das aeronaves, com os perfis para
pouso e decolagem sob condições de categoria A ou B.
A largura de uma pista de táxi varia conforme a bitola da maior aeronave em operação (vide
Tabela 4).
Tabela 5 - Separações
A separação mínima entre o bordo de uma posição de parada e um objeto ou outra posição é de
metade da maior dimensão do helicóptero (isto é, o raio do rotor principal).
Logo que a aeronave se desprende do solo o piloto procura alcançar a maior velocidade
ascensional, para evitar o mais rapidamente possível, a zona de baixa altura onde é impossível
efetuar um pouso seguro no caso de falha do motor. A aeronave necessita de uma velocidade
horizontal mínima de aproximadamente 60 km/h para viabilizar um pouso seguro em caso de falha
de motor. Apesar dos helicópteros possuírem a capacidade de ascenderem verticalmente a partir
do solo, tal operação prolongada acarreta uma série de restrições à capacidade de carga. Para
solucionar esse problema, o procedimento usual para decolagem consiste em elevar verticalmente
o helicóptero até aproximadamente 1m sobre a superfície do heliponto e então acelerar a aeronave
para a frente e para cima numa trajetória que resulte num aumento de velocidade até atingir a
altitude de vôo. O procedimento de pouso consiste de uma descida, em velocidade reduzida, da
altitude de vôo até uma condição de pairar a aproximadamente 1 m acima da superfície do
heliponto. A aterrissagem é efetuada então descendo a aeronave lentamente sobre o ponto de
toque. Esses procedimentos são efetuados orientando a aeronave no sentido contrário ao vento.
As trajetórias para aproximação e partida são escolhidas de maneira a permitir uma operação mais
vantajosa. Elas têm início na borda da APD e estão, na medida do possível, orientadas no sentido
contrário ao dos ventos dominantes. Em helipontos elevados deve-se dar a máxima atenção ao
exame das alturas das edificações vizinhas.
E aconselhável a existência de pelo menos duas trajetórias que devem estar separadas de no
mínimo 150 graus. Trajetórias curvas são possíveis, e em muitos casos necessárias, mas devem
ser usadas apenas em condições VFR (visual).
7 – SINALIZAÇÃO DE HELIPONTO
O sinal de identificação de área de pouso será uma letra indicadora do tipo de heliponto (público -
H, privado - P ou militar - M) colocada no centro da área de toque, dentro de um triângulo
equilátero com o vértice superior orientado para o norte magnético. Além desse sinal, os helipontos
devem apresentar um indicador da resistência do seu piso (em toneladas). Essa informação é
localizada à direita do vértice superior do triângulo, com a mesma orientação da letra designativa
do tipo de heliponto. As frações de toneladas devem ser arredondadas para o número inferior mais
próximo. A pintura diurna deve ser na cor branca ou amarela, de preferência fosforescente. Para
maior contraste, os contornos das marcações podem ser pintados na cor preta.
Deve-se representar os limites da AT por meio de faixas contínuas, tomando-se cuidado para que
não sejam confundidas com as demais marcações. O indicador de direção do vento deve ser
localizado em posição bem visível e que não esteja sujeito a turbulências ou que represente perigo
às manobras dos helicópteros. Deve-se indicar visualmente, também, a direção dos eixos das
superfícies de aproximação e partida. Em APD retangular será representado pelo maior lado do
retângulo. Em configurações quadradas, deve-se utilizar setas à direita de quem está se
aproximando.
O balizamento noturno deve pelo menos destacar os limites da APD e a sinalização dos obstáculos
adjacentes. Outros auxílios luminosos, tais como: sinal luminosos de identificação, luzes
indicadoras da direção de aproximação, luzes indicadoras de zona de toque e luzes indicadoras de
ângulo de descida, são de grande valia mas podem ser dispensadas.
8 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Heliportos podem ou não estar inseridos em aeroportos. O maior heliporto do mundo foi construído
em Ank He, no Vietnam do Sul, durante a guerra, com uma área de 2 por 3 km e uma capacidade
para 434 helicópteros. O Heliporto de Morgan City, na Louisiana, nos Estados Unidos, acomoda
até 48 helicópteros e serve de base para a operação petrolífera no Golfo do México. No Brasil, o
aeroporto de Macaé, administrado pela Infraero, opera com mais de 20 helicópteros, atendendo a
demanda da Petrobras para a Bacia de Campos. Especula-se sobre a implantação de um grande
heliporto (Farol de São Tomé), na mesma região, para apoio a essas crescentes operações na
área.
Referências
• International Civil Aviation Organization (1995). Heliport Manual. Doc 9261-AN/903. 3rd
edition.
• Ministério da Aeronáutica (1987). Portaria 1.141/GM5. DOU Seção I, de 9 de dezembro de
1987, Brasília.
• Ministério da Aeronáutica (1974). Portaria 18/GM5. De 18 de fevereiro de 1974, Brasília.
• International Civil Aviation Organization (1995). Aerodromes.ANNEX 14, Volume 2
(Heliports), 2nd edition.
• http://www.jhelicoptero.com.br.
• http://www.aerotecnologia.com.br.