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1º SEMESTRE 2003
existentes, como por exemplo, a situação de um Ministro que foi nomeado e já tomou
posse em um novo Ministério criado por essa Medida Provisória abandonar.
Brasília é a capital federal, mas não é um município; o Distrito Federal tem
status de Estado.
Dentro da administração direta, além da estrutura hierárquica, há órgãos
peculiares, que não se submetem a esse tipo de hierarquia. Ex: Conselho Nacional de
Educação, que dá pareceres sobre a criação de universidades, construções de escolas
etc. Esse órgão não se submete hierarquicamente ao Ministro da Educação. Além disso,
o Ministro também não se submete aos pareceres do Conselho, ou seja, pode decidir
independentemente do que diz o parecer. São leis específicas que estabelecem essa
autonomia funcional. Ademais, os atos do Conselho não podem ser desfeitos pelo
Ministro, isso é, depois de feito o parecer, este pode não ser levado em consideração no
momento da decisão, mas não pode ser alterado.
O Ministério Público faz parte da administração direta, e, por exclusão, o prof.
entende que o Ministério Público faz parte do poder executivo, ainda que seja essencial
ao exercício da justiça. Todavia, não tem subordinação administrativa; fica fora da
estrutura hierarquizada da administração direta.
A administração indireta se constitui pelo mecanismo da descentralização. A
nota característica da administração indireta é a sua função específica, não podendo ir
além desse objeto. O Decreto-Lei nº 200/67, em seu art. 4º, inc. II, define o conceito de
administração indireta.
A supervisão ministerial de que trata o parágrafo único desse mesmo artigo não
se refere à questão de hierarquia. Por exemplo, uma empresa pública de transporte se
vincula ao Ministério dos Transportes. O Ministro supervisiona a autarquia, mas é uma
supervisão mais tênue do que é a referente à hierarquia.
As terminologias “autarquia”, “empresa pública”, “fundação pública” e
“sociedade de economia mista” foram criadas pelo Decreto-Lei nº 200/67 e
posteriormente adotadas pela CF/88; entretanto a CF/88 não definiu esses entes, o
Decreto-Lei nº 200/67 é quem os definiu.
O art. 37 CF/88 estabelece regras da administração direta e indireta. Os
princípios e as regras desse artigo se aplicam tanto na administração direta e indireta,
quanto em qualquer dos Poderes.
Os Poderes legislativo e judiciário também podem ter administração indireta,
apesar de parecer estranho falar-se em legislativo e judiciário criando autarquias,
empresas públicas ou sociedades de economia mista. Poder-se-ia pensar eventualmente
em uma fundação criada por um desses Poderes, mas na prática somente há
administração indireta do Poder executivo.
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
UNIÃO
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A maioria das autarquias, no que concerne aos funcionários, adota como regime
de trabalho o regime efetivo (há exceções), embora nada obste a eleição do regime
celetista. Este é mais aplicado nos demais tipo de entes pertencentes à administração
indireta.
AUTARQUIAS
CONTINUAÇÃO - AUTARQUIAS
AGÊNCIAS REGULADORAS
FUNDAÇÕES PÚBLICAS
EMPRESA PÚBLICA
1) entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado. O que não quer dizer
100% direito privado (da mesma maneira que as empresas públicas, estão sujeitas à
licitação, controle etc)
2) criada por lei.
3) não está dito patrimônio próprio, mas é claro que têm patrimônio próprio.
4) para exploração de atividade econômica.
5) têm que ser S/A.
6) principal característica: a maioria do capital votante pertence à União ou a uma
entidade da administração direta. O que quer dizer que parte do capital é privado, ou
seja, é de investidores particulares. Portanto, a grande diferença em relação às empresas
públicas está na forma e composição do capital. Aliás, a forma S/A é que permite a
entrada desses investidores particulares, dando proteção aos acionistas para investirem
junto com a União.
O art. 173 da CF/88 trata das atividades econômicas que são precipuamente dos
particulares, mas que em alguns casos as estatais (sociedades de economia mista e
empresas públicas) atuam.
O §1º do mesmo artigo estabelece a necessidade de uma lei para disciplinar o
regime jurídico das estatais, mas essa lei ainda não existe. Entretanto, a CF/88 já
antecipa algumas regras:
1) inc. I: função social e controle estatal, ou seja, ainda que visem o lucro, devem
desempenhar função social, não pode ser um empreendimento empresarial visando
apenas ao “lucro pelo lucro”;
2) inc. II: se submetem ao mesmo regime jurídico das empresas privadas em relação aos
direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários.
Conseqüência prática disso é sofrem execução como se fossem empresas
privadas, ou seja, podem ser executadas pela via judicial comum, não se submetendo ao
regime de precatório, e podem ter seus bens penhorados. Quanto às obrigações
comerciais, se sujeitam à falência.
Há 2 ou 3 anos, surgiu a polêmica se as sociedades de economia mista se
sujeitavam à falência. A Lei das S/As, em seu art. 242, dizia que as sociedades de
economia mista não se sujeitam à falência. Porém, com a recente reforma da Lei das
S/As, esse artigo foi revogado, não subsistindo mais esse vantagem.
Os argumentos a favor dessa vantagem eram no sentido de haver interesse do
Estado e por serem criadas por lei. Os argumentos contrários eram no sentido de que, se
as empresas de economia mista querem competir com as empresas do setor privado,
devem ter igualdade de condições.
Exceções em relação às sociedades de economia mista e empresas públicas:
1) são obrigadas a fazer licitação (art. 37, inc. XXI e art. 173 inc. III, §1º, da CF/88) A
lei deve prever mais agilidade nas licitações das estatais, criando uma outra forma de
licitação, mas enquanto não há essa lei, é preciso fazer a mesma licitação que as demais
entidades públicas fazem (nos termos da Lei nº 8.666/93)
2) obrigações trabalhistas. As sociedades de economia mista têm empregados celetistas,
no entanto é necessário fazer concurso público para contratar esses empregados, nos
termos do art. 37, inc. II, da CF/88.
3) fiscalização pelo Ministério Público.
4) criadas por lei. Na prática, há estatais que não foram criadas por lei. Isso está errado,
mas há casos de empresas que foram adquiridas depois de já constituídas.
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REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
MANDADO DE INJUNÇÃO
informação, assim assegura-se que a autoridade tome ciência do que está acontecendo.
Esse prazo de 10 dias para Informações também é ininterrupto o que possibilita de
algum modo sua manipulação pelas partes (observa-se a malícia e não má-fé das partes
em demanda) – ex. mandado de segurança impetrado antes de feriado prolongado, o que
dificulta sensivelmente a prestação das informações pela autoridade coatora por ser o
prazo exíguo.
AÇÃO POPULAR
A ação popular, tal qual o mandado de segurança, está inserida no rol dos
institutos de defesa da administração e em face da administração. A ação popular é um
importante instrumento de participação da população no exercício do poder, o que
significativamente corrobora na consecução da democracia participativa. Por meio desse
instituto os cidadãos podem ter uma participação efetiva no gerenciamento do Estado e
das atividades e funções inerentes à administração. Nesse ínterim, observamos que a
ação popular não permite que o povo participe da administração no sentido das tomadas
de decisões ou da eleição de governantes, mas torna viável a corporificação de uma
forma de controle sobre os atos e políticas emplacadas pelas autoridades públicas.
A ação popular está prevista como direito fundamental na Constituição Federal –
art. 5º, CXXIII – e também é disciplinada pela lei 4717/65 – lei infraconstitucional. A
Carta de 1988 ampliou o objeto da ação popular em relação à lei precedente. O texto
legal de 1965 fala no cabimento de ação popular para assegurar a proteção do
patrimônio público e a Constituição, por sua vez, amplia a pertinência da ação popular
como instrumento hábil a resguardar a integridade do patrimônio público, da moralidade
pública, do meio-ambiente e do patrimônio histórico-cultural - neste último caso, vê-se
que a ação popular pode ser movida para garantir a preservação do valor abstrato do
patrimônio histórico-cultural, mesmo quando esse estiver sob o domínio de particulares.
Para que a ação popular possa ser ajuizada faz-se necessário a existência de um
ato imputável à administração passível de ser anulado. Tal ato deve decorrer de uma
decisão administrativa e ter como conseqüência a ocorrência de uma lesão, ou pelo
menos a possibilidade de se operar um dano (ação popular preventiva), que recaia sobre
a integridade do patrimônio público ou a alguns dos demais objetos previstos pela
Constituição.
O autor da ação popular pode ser qualquer cidadão, ou seja, qualquer sujeito
dotado de cidadania política ativa (eleitores) – aqui se consta que o conceito de
cidadania é o estrito e pertencente ao âmbito jurídico. A lei 4717/65 faz a clara
exigência de que se apresente, junto à petição inicial, a cópia do título de eleitor do
autor. O autor é, portanto, pessoa física com nome próprio, mas que defende direito da
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coletividade. Na prática, muitas vezes, o autor é um advogado, visto que esse já possui
capacidade postulatória.
O Ministério Público não pode ser autor de ação popular, mas o parquet deve
atuar na ação popular como fiscal da lei. A Lei 4717/65 é taxativa ao pregar que o
Ministério Público não pode impugnar o ato discutido em ação popular. Certo é que o
Ministério Público nunca pode ser autor de ação popular, mas em determinadas
hipóteses, o parquet poderá assumir o pólo ativo da ação, assim como qualquer outro
cidadão. É permitido o litisconsórcio e a assistência no que tange aos autores da ação
popular – isso exige que o magistrado use a razoabilidade para não prejudicar o
andamento da ação em razão de hipertrofia no pólo passivo (excesso de litisconsortes e
assistentes que pode vir a dificultar o curso normal do processo).
O pólo passivo da ação popular é composto pela autoridade que proferiu o ato
reclamado. Essa autoridade figura como pessoa física e não responde em nome do
Estado – caso a autoridade saia o cargo que outrora ocupava na administração, não há
causa para que deixe de ocupar a condição de ré na ação intentada.
MANDADO DE SEGURANÇA
jurídica pátria, sobretudo na época de elaboração da Lei 1533/51, sempre primou pela
concessão de privilégios ao Estado, delegando-o prerrogativas que não se verificam em
relação aos particulares.
O recurso voluntário de apelação em desagrado a provimento jurisdicional
referente a mandado de segurança não possui efeito suspensivo, exceto quando o
apelante assim requeira ao Tribunal.
O Ministério Público pode ser sujeito ativo ou ter papel similar ao que tem na
ação popular, prosseguindo nos casos em que uma associação ajuizou uma ação e
depois desistiu.
É uma ação de rito ordinário, cabendo liminar.
No pólo passivo, deve estar o ente estatal ou entidade. Deve ser ouvido o
representante judicial da entidade ou ente antes de dar a liminar.
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HABEAS DATA
O habeas data foi estabelecido pela CF/88, pois não havia em textos anteriores.
Esse remédio foi criado para dar publicidade e transparência aos atos da
administração pública, mediante o acesso garantido às informações e dados pessoais que
estejam contidos nos cadastros da administração pública e também de agências privadas
(SPC, Serasa etc) que transmites esses dados a terceiros.
Os dados são os referentes a cor de cabelo, olhos, opções políticas, raça, opção
religiosa etc. Os dados que não sejam pessoais devem ser obtidos mediante outros
remédios constitucionais. Exemplo: nota de concurso. Esse dado não é pessoal, portanto
não cabe habeas data.
São objetivos do habeas data:
1) que a pessoa tenha acesso aos seus dados;
2) que a pessoa possa retificar esses dados ou suprimi-los;
3) que a pessoa possa dar uma explicação ou um esclarecimento a respeito do dado.
A Lei nº 9.507, de 11/12/97, estabeleceu um modo pelo qual uma pessoa pode se
fazer valer do habeas data. Num primeiro momento, a pessoa deve fazer um pedido
administrativo. Esse “administrativo”, não significa que seja na administração pública,
mas sim pedido de acesso dos dados junto a quem detém esse dados. Porque se não
houve recusa, não há lesão a direito. O detentor dos dados tem 48 h para deferir ou
indeferir e 24 h para comunicar a decisão. Se deferir, o detentor dos dados deve marcar
hora e data para que a pessoa veja os dados. Se houver indeferimento, a pessoa entra
com ação de habeas data. A autoridade tem 10 dias para prestar informações. Havendo
recusa na retificação ou aceitação de explicação dos dados, também cabe habeas data.
O foro competente é o mesmo das regras estabelecidas na Constituição e nas leis
de organização judiciária de cada Estado, conforme a gradação da autoridade.
Não há previsão de liminar, embora a professora entenda que caiba em
determinadas ocasiões.
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No pólo passivo da ação popular devem estar a pessoa jurídica cujo patrimônio
está em jogo, a pessoa física, ou seja, o agente que praticou o ato, e, eventualmente, um
terceiro (pessoa privada) que tenha sido beneficiado pelo ato.
Uma peculiaridade da ação popular é que o Estado, se quiser, pode ficar no pólo
ativo da demanda, apresentando argumentos no mesmo sentido do autor. Esse
reconhecimento não acarreta a procedência do pedido. Também não significa confissão;
simplesmente a União acrescenta argumentos para o convencimento do juiz.
A ação popular culmina em uma sentença de improcedência ou de procedência
dúplice:
1) constitutiva negativa (desconstitutiva), pela linha da anulabilidade; e
2) condenatória.
Dessa forma, a ação popular anula o ato lesivo e condena o lesante (pessoa física
e eventual terceiro) a indenizar. Essa condenação é pecuniária.
A sentença constitutiva se dirige à União, enquanto a sentença condenatória se
dirige ao agente e eventual terceiro, e a indenização é paga ao Estado.
Assim, a ação popular é peculiar porque: o autor ganha, mas não recebe nada; a
União é ré e recebe a indenização. Por esse mesmo motivo é que na ação popular há a
isenção da sucumbência.
O Estado se beneficia com os efeitos da condenação, por isso é que pode
“migrar” para o pólo ativo.
Conforme art. 18, da Lei nº 4.717/65, a sentença faz coisa julgada erga omnes,
exceto no caso de ter sido julgada improcedente por falta de provas. Neste caso,
qualquer cidadão pode repropor a ação com idêntico fundamento, valendo-se de novas
provas.
Essa sentença julgando improcedente por falta de provas não pode ser
confundida com a sentença julgada improcedente por não haver lesão, pois esta última
indubitavelmente faz coisa julgada.
A prescrição da ação popular é de cinco anos (art. 21 da Lei nº 4.717/65).
Os doutrinadores discutem a expressão “anular ato lesivo e ilegal”, pois há
dúvidas se o ato precisa ser lesivo “e” ilegal ao mesmo tempo.
Anular se opõe numa dicotomia a revogar. Anular se usa em direito
administrativo quando o motivo é de ilegalidade, enquanto que revogar se usa por
motivo de conveniência e oportunidade do Estado. Logo, se se utiliza “anular”,
subentende-se que o ato é ilegal.
Mas existe ato ilegal que não seja lesivo ou ato lesivo que não seja ilegal?
O art. 2º da Lei nº 4.717/65 arrola as hipóteses das ilegalidades/nulidades dos
atos administrativos em cinco categorias que são abrangentes:
a) incompetência;
b) vício de forma;
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c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade.
Já o art. 3º da mesma lei estabelece que “os atos lesivos ao patrimônio (omissis)
cujos vícios não se compreendam no artigo anterior....” É esse artigo que dá sustentação
às hipóteses de se anular ato lesivo que não seja ilegal.
A CF/88 resolve indiretamente essa questão ao prever a ação popular para anular
ato lesivo à moralidade, no art. 5º, inc. LXXIII, porque preenche o vazio dos atos
lesivos mas não ilegais, mas que certamente são imorais. Exemplificando, temos um
agente público que viaja a serviço e se hospeda num hotel de luxo e faz despesas
excessivas. Esses atos são legais, mas podem perfeitamente ser considerados imorais.
PODER DA ADMINISTRAÇÃO
_Vinculado
-PODER _Constituição Federal
_Discricionário _Princípios
_Competência
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_Fatos/Motivação
_Finalidade
PODER REGULAMENTAR
(Constituição Federal, art. 84, IV)
O Poder Judiciário não regulamenta o texto normativo por sua própria conta,
suprimindo a vontade do Executivo. Reconhece-se que, se o magistrado pudesse operar
de imediato regulamentado lei, dar-se-ia imissão de competências e conseqüente
desequilíbrio na organização tripartidária de Poderes do Estado. O que se faz é
determinar que a autoridade o faça, fixando prazo, se necessário.
PODER NORMATIVO
No exercício dessa modalidade de poder, não existe um conteúdo específico e
previamente estabelecido para que a administração discipline uma determinada matéria.
Deve-se sempre respeitar as competências estabelecidas pelo constituinte. Não há
conteúdo pré-determinado em um texto de lei sobre a matéria que será disciplinada. O
poder normativo também recebe a denominação de poder autônomo. Ultimamente a
doutrina brasileira e de demais países tem discutido a respeito da natureza do poder
normativo – alguns defendem que não há poder normativo do Estado e que ele é
ilegítimo, por outro lado, sustenta-se sua existência e legitimidade. A mencionada
discussão tornou-se mais visível em âmbito nacional depois que as agências reguladoras
passaram a ter poder normativo.
A Constituição Francesa de 1958 dispõe no art. 34 uma lista de matérias que
devem der disciplinadas por lei; o art. 37 complementa prevendo que o que não for
privativo de lei deve ser disciplinado pelo Poder Executivo por meio de regulamento.
Na Itália. a partir dos anos 90, observou-se um movimento intenso intitulado de
deslegalização . Por meio desse processo procurou-se retirar da órbita das leis votadas
pelo Legislativo uma série de matérias, delegando-as ao Poder Executivo que passou a
disciplinar essas matérias empregando decretos ou regulamentos autônomos – ex.
organização administrativa. Além de transmitir ao Executivo o poder de disciplinar
certas matérias, em Estados unitários, como acontece na Itália, opera-se a transferência
de disciplinar essas matérias a regiões, localidades ou autoridades independentes (ex.
agências reguladoras) para que se garanta maior adequação do ato normativo em relação
ao meio que irá regular. Essa técnica objetiva simplificar a produção normativa e dar
maior vigor à organização administrativa do Estado.
Existem dissídios acerca da constitucionalidade de tal processo de
deslegalização da produção normativa, haja vista ser o Legislativo privado de análise de
tais textos de lei. O poder normativo é justificado pelo fato de não só o Legislativo estar
intimamente ligado ao povo, hoje o Poder Executivo também é eleito por voto de
maioria. Tem-se mitigado a concepção tradicional que preceitua ser somente o
Legislativo representante máximo da população.
Não se pode omitir que a dinamicidade da vida moderna não permite que alguns
assuntos esperem o trâmite legislativo para serem disciplinados, sob pena de se
converterem em efeitos gravosos ao Estado. A professora Odete Medauar defende que
seria impossível o Executivo governar tal qual o faz hoje se não fosse ao seu chefe fazer
uso do poder normativo.
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PODER HIERÁRQUICO
PODER DISCIPLINAR
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PRINCÍPIOS DA ADMINSTRAÇÃO