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Ementa 2023.2
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Referências - amplie seu conhecimento:
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1. A Rede de Atendimento: A política de atendimento
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Nesse contexto, surgiu o movimento higienista, que defendia métodos
racionais e científicos no atendimento à infância e adolescência. Esse
movimento questionou o modelo de assistência baseado na filantropia
privada.
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assistência, fiscalizar as instituições e aplicar medidas protetivas ou
repressivas conforme necessário.
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Essa nova proposta de assistência não se limitava apenas ao menor
carente e marginalizado, mas também incluía sua família como
público-alvo. A estratégia principal consistia na implementação de
programas preventivos e terapêuticos elaborados por equipes
especializadas, aplicados de forma unificada em todo o país.
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evolução culminou na inclusão de direitos infantojuvenis na Constituição
de 1988.
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1.2 Visão Geral da Nova Política de Atendimento
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política visa promover o bem-estar e o desenvolvimento saudável dessa
população, assegurando que suas necessidades sejam atendidas de forma
efetiva.
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Os incisos III a VII do artigo 87 tratam de ações específicas que devem
ser implementadas prioritariamente pelos operadores do Sistema de
Garantia dos Direitos. Essas ações devem ser articuladas e integradas com
outros sistemas nacionais de políticas públicas, como saúde, assistência
social e atendimento socioeducativo.
Por exemplo, uma política eficaz poderia incluir programas que oferecem
apoio psicológico às famílias em situação vulnerável, visando prevenir o
afastamento das crianças. Além disso, campanhas educativas podem
incentivar as pessoas a considerarem a adoção como uma forma de
acolhimento para crianças sem família.
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Uma das diretrizes é a municipalização do atendimento, que confere
poder de decisão aos municípios na estruturação da política de
atendimento local. No entanto, isso não exime a União e os Estados de
suas responsabilidades, cabendo a eles coordenar e complementar a
política nos casos em que os municípios não possam atender plenamente.
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Ademais, a integração operacional entre os órgãos do Sistema de
Justiça, Conselho Tutelar e entidades de atendimento é fundamental para
o sucesso do Plano Individual de Atendimento (PIA), que prevê,
registra e gerencia as atividades a serem desenvolvidas com adolescentes.
O PIA é elaborado pela entidade de atendimento, mas deve passar pelo
crivo e controle do Poder Judiciário, Ministério Público e defensoria.
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A participação popular é um pilar importante na nova política de
atendimento. Para garantir uma participação completa da sociedade, é
indispensável que os segmentos mais expressivos se envolvam. A
estratégia de mobilização da opinião pública é essencial nesse processo.
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1.3 Os fundos dos direitos da criança e do adolescente
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Portanto, os Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente são
instrumentos fundamentais na implementação de políticas públicas
voltadas para o atendimento das necessidades e garantia dos direitos das
crianças e adolescentes. Eles asseguram que os recursos financeiros
sejam utilizados de forma efetiva e transparente, contribuindo para uma
sociedade mais justa e igualitária.
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Outra possibilidade é o programa destinado à colocação familiar, que
visa crianças e adolescentes temporariamente afastados de suas famílias.
Isso pode incluir acolhimento em famílias previamente cadastradas ou
programas voltados para adoção tardia, grupos de irmãos ou crianças com
necessidades especiais.
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incluir informações sobre o regime de atendimento. O CMDCA é
responsável por manter um registro das inscrições e suas alterações,
comunicando essas informações ao Conselho Tutelar e à autoridade
judiciária.
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2. A Rede de Atendimento: Os Conselhos dos Direitos da
Criança e do Adolescente
2.1 Introdução
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Os Conselhos Nacional, Estaduais e Municipais se destacam como uma
forma sofisticada de exercício do poder político em uma democracia. Eles
são permanentes e têm foco específico na política de atendimento
infantojuvenil.
2.2 Definição
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políticas públicas relacionadas à infância e adolescência. Eles garantem a
proteção integral desses grupos vulneráveis no Brasil, promovendo a
participação política da sociedade. Os conselheiros desempenham um
papel crucial na construção de políticas que priorizem o bem-estar das
crianças e dos adolescentes, e sua atuação é considerada de interesse
público relevante.
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Por exemplo, imagine que um Conselho dos Direitos da Criança e do
Adolescente decida implementar uma política de combate ao trabalho
infantil em uma determinada cidade. Essa decisão deve ser acatada por
todos os órgãos governamentais envolvidos, incluindo a chefia do Poder
Executivo municipal. Caso haja resistência ou descumprimento por parte
desses órgãos, o Conselho pode recorrer ao judiciário para garantir
a efetivação da política e proteger os direitos das crianças e
adolescentes.
2.4 Formação
A formação dos Conselhos dos Direitos varia de acordo com cada ente
federativo, não havendo limitações quanto ao número de membros. No
entanto, é necessário garantir a representatividade igualitária entre a
sociedade civil e o governo para que as deliberações sejam
verdadeiramente democráticas. Por exemplo, um Conselho pode ter
representantes de organizações não governamentais (ONGs), instituições
educacionais e órgãos públicos.
A escolha dos membros dos Conselhos também deve ser detalhada na lei
específica de criação. O chefe do Poder Executivo tem um prazo
determinado após sua posse para indicar os responsáveis pela
representação do governo no Conselho, bem como seus suplentes.
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As normas internas de funcionamento dos Conselhos geralmente estão
descritas nos regimentos internos. No entanto, nada impede que essas
normas sejam previstas desde o início na lei de criação do órgão. Isso
permite uma organização mais clara e eficiente das atividades
desenvolvidas pelo Conselho.
2.5 Atribuições
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Em resumo, as atribuições dos Conselhos dos Direitos da Criança e do
Adolescente abrangem desde o controle das políticas até a gestão
financeira, passando pelo registro das entidades de atendimento não
governamentais e pela organização do processo de escolha do Conselho
Tutelar. Essas funções são fundamentais para promover uma rede
eficiente de proteção aos direitos desses grupos vulneráveis.
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ilegais e responsabilizar conselheiros por eventuais ilicitudes, o Ministério
Público também deve atuar preventivamente, participando das reuniões
dos conselhos e cobrando sua efetiva gestão na política de atendimento.
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3. A Rede de Atendimento: O Conselho Tutelar
3.1 Introdução
Com essa nova divisão de tarefas, demandas não jurisdicionais que antes
eram encaminhadas ao Poder Judiciário passaram a ser resolvidas
primeiramente pelo Conselho Tutelar. Isso significa que o órgão se tornou
a instância preferencial para solucionar questões político-sociais
relacionadas à infância e juventude. Dessa forma, contribui para
descentralizar politicamente as decisões municipais, permitindo que os
próprios munícipes resolvam os problemas locais.
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direitos, atuando de forma concreta para solucionar questões
político-sociais.
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unanimidade dos conselheiros, conforme estabelecido na legislação
aplicável.
3.3 Estrutura
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membros do Conselho, garantindo que eles sejam representativos e
conheçam as necessidades da população. Essa estrutura fortalece a
atuação do Conselho Tutelar na proteção dos direitos das crianças e
adolescentes em Cidadelandia.
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entrevistas com os candidatos, são realizadas eleições para que a
população escolha os três conselheiros tutelares que irão atuar no
município.
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Além disso, o Conselho Tutelar também tem como atribuições:
representar em nome da pessoa e da família contra a violação dos direitos
constitucionais; representar ao Ministério Público para ações relacionadas
à perda ou suspensão do poder familiar; promover ações de divulgação e
treinamento para identificação de maus-tratos; adotar ações direcionadas
à identificação e atendimento de vítimas de violência doméstica e familiar;
atender crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência,
fornecendo orientação e encaminhamentos necessários; representar à
autoridade judicial ou policial para afastamento do agressor em casos de
violência doméstica; solicitar medidas protetivas urgentes para vítimas de
violência doméstica; requerer ações cautelares relacionadas à violência
contra crianças e adolescentes; tomar providências ao receber
comunicação sobre violência doméstica em local público ou privado;
receber e encaminhar informações sobre práticas violentas contra
menores; representar à autoridade judicial ou Ministério Público para
concessão de medidas cautelares relacionadas à proteção de
denunciantes.
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responsável, a competência será determinada pelo local onde a criança ou
adolescente se encontra.
3.6 A fiscalização
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do Conselho Tutelar. Os legítimos interessados incluem o Ministério
Público, as entidades de atendimento e as pessoas físicas ou jurídicas
afetadas pela decisão.
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serviço prestado pelo Conselho Tutelar e propor uma ação civil pública
para afastamento de um ou mais conselheiros que demonstrem
incapacidade para o exercício responsável de suas atribuições.
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4. A Rede de Atendimento: O Poder Judiciário
4.1 O juiz
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Portanto, o juiz da infância e juventude não possui mais um poder
absoluto sobre crianças e adolescentes como antes. O Estatuto da Criança
e do Adolescente devolveu ao Poder Judiciário sua função jurisdicional
plena, especialmente no que diz respeito à imparcialidade, uma das
principais características da jurisdição. As funções tutelares foram
retiradas do juiz - inclusive com a criação dos Conselhos Tutelares - assim
como as funções legislativas. Agora, ele tem apenas algumas poucas
funções diferenciadas, mas que devem ser exercidas dentro dos limites
estabelecidos pela lei.
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É fundamental que o juiz da infância e juventude saiba como se aproximar
de uma criança ou adolescente e conquistar sua confiança para que eles
possam contar suas histórias na esperança de receber ajuda. Em muitas
situações, o juiz precisa abandonar a imponência e a severidade do cargo
para se colocar no lugar das crianças e dos adolescentes, entendendo
seus desejos, necessidades e angústias. Ele deve ser capaz de conversar
com eles em pé de igualdade. O juiz da infância precisa ter um perfil
especial, que nem todos os juízes possuem.
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comissários de vigilância na equipe do Juízo privativo de menores. No
entanto, houve um retrocesso no Código de Menores de 1977, que
centralizava todas as decisões nas mãos do juiz.
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importância dessas contribuições multidisciplinares na busca pela melhor
solução dos conflitos interpessoais.
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5. A Rede de Atendimento: Ministério Público
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No que diz respeito à defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes,
o Ministério Público tem um papel fundamental. O Estatuto da Criança e
do Adolescente atribui à instituição uma ampla gama de responsabilidades
para proteger todos os direitos desses indivíduos, independentemente de
sua natureza.
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como requisitar força policial ou colaboração dos serviços públicos ou
privados para desempenhar suas atribuições.
Para propor ações cíveis relacionadas aos direitos das crianças e dos
adolescentes listadas no artigo 201, o Ministério Público não possui
exclusividade na legitimidade. Ele atua de forma concorrente e disjuntiva
com outros legitimados, agindo como substituto processual quando o
legitimado ordinário não age. Essa regra é semelhante à existente na Lei
nº 7.347/85, que trata da ação civil pública.
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5.2 Instauração de procedimentos administrativos e sindicâncias
(art. 201, VI e VII)
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Para lidar com as diversas formas de violência contra crianças e
adolescentes, é importante contar com uma equipe interprofissional
composta por Assistentes Sociais e Psicólogos nas Promotorias de Justiça
da Infância e Juventude.
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ao caso. Essa documentação é fundamental para embasar as ações que
serão tomadas posteriormente.
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determinações do Estatuto da Criança e do Adolescente. O promotor tem
livre acesso a todas as dependências dos abrigos e outros locais onde
estejam crianças e adolescentes, podendo até mesmo solicitar o auxílio da
polícia caso encontre algum impedimento.
Nos casos em que não houver equipe técnica própria do Ministério Público
ou órgão conveniado, o promotor deverá requisitar laudos de profissionais
de órgãos públicos.
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estabelecer prazos adequados para cada item, a fim de garantir a
aplicabilidade das recomendações.
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O Ministério Público é um dos diversos órgãos responsáveis pela
fiscalização das verbas do Fundo, pois essa função faz parte de suas
atribuições institucionais. No entanto, a regra em estudo vai além disso:
ela confere ao Ministério Público o poder de comandar a forma como a
fiscalização será realizada. Esse poder se aplica apenas às verbas que
geram incentivos fiscais, ou seja, aquelas doadas por contribuintes que
podem deduzir essas doações da declaração anual de rendimentos.
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Ministério Público quanto pelo CMDCA. Nas localidades onde não houver
pessoal capacitado, será necessário contratá-lo com verba destinada ao
Conselho pela Prefeitura.
Uma última questão que deve ser respondida é o motivo pelo qual o
legislador conferiu essa nova atribuição ao Ministério Público. Acredita-se
que tenha sido uma tentativa de aumentar as doações para os Fundos
municipais, já que muitos projetos não saíram do papel por falta dessas
doações. Com a intervenção do Ministério Público no comando da
fiscalização, espera-se que a população tenha mais confiança na correta
aplicação das doações, o que pode levar a um aumento dessas
contribuições e beneficiar um maior número de crianças e adolescentes,
garantindo seus direitos.
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6. Estudo de Caso com Estudo Dirigido
1. Fase de Introdução
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4. Desafio 2: O Caso de Joãozinho
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