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FACULDADE ANHANGUERA

CST EM GESTÃO EM SEGURANÇA PRIVADA

ALUNO(a): Raquel Andrade de Oliveira Walter

PROJETO INTEGRADO SÍNTESE

RECIFE/PE
2024

1
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO:...........................................................................................................3

DESENVOLVIMENTO:................................................................................................
4

CONSIDERAÇÕES FINAIS:.......................................................................................7

REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:.....................................................................................................6

2
INTRODUÇÃO

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) é um instrumento fundamental no


contexto político brasileiro, possuindo poderes de investigação próprios das
autoridades judiciais para apuração de fatos determinados e por prazo certo,
conforme estabelecido pelo artigo 58, parágrafo 3º, da Constituição Federal de
1988. A abertura e condução de uma CPI são eventos cruciais no cenário
democrático de um país.

Elas representam a busca pela verdade, pela responsabilização de agentes


públicos e privados, e pela transparência nos processos que afetam
diretamente a vida dos cidadãos. No caso da CPI do COVID-19, o Brasil e o
mundo acompanharam um momento histórico de investigação e análise dos
desdobramentos da pandemia, envolvendo questões legais, éticas e sociais
de grande relevância.

A pandemia de COVID-19, declarada pela Organização Mundial da Saúde em


março de 2020, trouxe mudanças profundas à nossa realidade global. Não se
limitou apenas à esfera da saúde pública, mas também afetou a economia, a
educação, o trabalho e as relações interpessoais.

As respostas dos governos e das instituições diante dessa crise foram


cruciais e, em muitos casos, suscitaram questionamentos. A CPI do COVID-19
surge como uma oportunidade valiosa para investigar as ações, decisões e
omissões que moldaram a resposta do Estado brasileiro diante da emergência
sanitária.

Neste contexto, este trabalho busca aprofundar nossa compreensão dos


desdobramentos da CPI do COVID-19, especialmente no que diz respeito aos
aspectos jurídicos, políticos e sociais. Ao analisar os crimes e transgressões
apontados no Relatório Final da CPI, buscamos não apenas elucidar questões
legais, mas também refletir sobre as lições aprendidas e as oportunidades
para uma gestão mais eficiente e humanizada em futuras crises.

Dessa forma, o tópico a seguir abordará de maneira crítica e reflexiva as


principais temáticas e desafios trazidos pela CPI do COVID-19, destacando a
importância da transparência, da responsabilidade pública e do compromisso
com o bem-estar e a segurança da população.

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DESENVOLVIMENTO

Infração de Medida Sanitária Preventiva (art. 268 - Código Penal):

Durante as investigações da CPI do COVID-19, uma das questões centrais foi a


análise das infrações de medida sanitária preventiva. Isso abrange situações
em que as autoridades, sejam elas públicas ou privadas, negligenciaram as
normas e diretrizes estabelecidas para conter a disseminação do vírus.
Podemos citar como exemplo a falta de implementação de medidas como
distanciamento social, uso de máscaras e restrições de circulação em áreas
com alto índice de contaminação. Essas infrações não apenas expuseram a
população a riscos desnecessários, mas também evidenciaram a urgência de
uma gestão mais eficaz e proativa em momentos de crise sanitária.

Falsidade Ideológica (art. 299 - Código Penal):

Outro ponto relevante discutido na CPI foi a questão da falsidade ideológica,


especialmente no que diz respeito à divulgação de informações durante a
pandemia. Isso envolve casos em que dados foram manipulados, ocultados
ou distorcidos, resultando em desinformação e prejudicando a tomada de
decisão informada por parte da sociedade e das autoridades. A disseminação
de informações falsas não apenas compromete a confiança nas instituições,
mas também dificulta a implementação de medidas eficazes de combate à
pandemia.

Corrupção Passiva (art. 317 - Código Penal):

Durante os depoimentos na CPI, foram abordados diversos casos de


corrupção passiva relacionados à gestão da crise sanitária. Isso inclui
situações em que agentes públicos teriam recebido vantagens indevidas para
favorecer interesses particulares em detrimento do bem comum. Essas
práticas não apenas minam a integridade dos processos decisórios, mas
também desviam recursos e esforços que deveriam ser direcionados para a
proteção da saúde pública.

Corrupção Ativa (art. 333 - Código Penal):

Da mesma forma, a corrupção ativa foi um tema recorrente nas discussões da


CPI. Ela diz respeito a situações em que indivíduos ou empresas ofereceram
vantagens ilícitas em troca de benefícios durante a pandemia. Essas práticas
comprometem a equidade no acesso aos recursos e serviços essenciais,
prejudicando a eficácia das políticas públicas e a confiança da população nas
instituições.

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Improbidade Administrativa (Lei 8.429/1992):

A improbidade administrativa também foi objeto de análise na CPI,


especialmente em relação ao uso inadequado de recursos públicos e à falta de
transparência na gestão da crise. Isso inclui casos de desvio de verbas,
favorecimento indevido de empresas contratadas e falta de prestação de
contas adequada. Essas condutas comprometem a eficiência e a legitimidade
das ações governamentais, minando a confiança da sociedade e prejudicando
o enfrentamento da pandemia.

Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013):

Durante as investigações da CPI, a Lei Anticorrupção foi mencionada como


um instrumento fundamental para responsabilizar empresas envolvidas em
práticas ilícitas durante a pandemia. Isso inclui casos de fraudes em
licitações, suborno e outras condutas corruptas que comprometem a lisura
dos processos de contratação pública. O combate à corrupção empresarial é
essencial para garantir a eficácia e a transparência na utilização dos recursos
públicos, especialmente em momentos de crise e emergência como a
pandemia de COVID-19.

Impacto da Gestão de Crise na Saúde Pública:

Durante a pandemia de COVID-19, a gestão de crise teve um impacto


significativo na saúde pública. A Lei nº 13.979/2020, que estabelece medidas
para enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente do
coronavírus, foi fundamental para orientar as ações dos governos federal,
estaduais e municipais. Essa legislação permitiu a implementação de medidas
como isolamento social, quarentena, restrição de circulação e fornecimento
de recursos para o sistema de saúde, visando conter a propagação do vírus e
garantir o acesso aos serviços de saúde.

Desafios Éticos na Tomada de Decisão:

Os dilemas éticos enfrentados durante a pandemia também foram


evidenciados, especialmente em relação à priorização de recursos escassos e
a tomada de decisões que impactaram diretamente a vida das pessoas. A Lei
nº 6.259/1975, que trata da Lei Orgânica da Saúde, aliada a princípios éticos
fundamentais, como a equidade e a justiça, foi crucial para orientar as ações
dos profissionais de saúde e dos gestores públicos na busca por soluções
equitativas e éticas.

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Papel da Comunicação na Gestão de Crise:

A comunicação desempenhou um papel fundamental na gestão da crise,


influenciando o comportamento da população, a adesão às medidas de
prevenção e a disseminação de informações confiáveis. A Lei nº 13.709/2018,
conhecida como Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD),
estabeleceu diretrizes para a comunicação responsável durante a pandemia,
garantindo a proteção dos dados pessoais dos cidadãos e a transparência nas
informações divulgadas.

Desigualdades Sociais e Impactos Disparatados:

As desigualdades sociais foram acentuadas durante a pandemia,


evidenciando disparidades no acesso aos serviços de saúde, nas condições
de moradia e na renda das famílias. A Lei nº 8.080/1990, que define as
diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), foi essencial para garantir o
atendimento universal e igualitário, embora os desafios persistam em relação
à implementação efetiva dessas diretrizes em contextos de crise.

Leis Anticorrupção e de Responsabilidade Administrativa:

A gestão de recursos públicos durante a pandemia também foi objeto de


escrutínio, destacando a importância da Lei nº 12.846/2013 (Lei Anticorrupção
Empresarial) e da Lei nº 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa) na
responsabilização de agentes públicos e privados por condutas irregulares. A
transparência, a prestação de contas e a ética na utilização dos recursos
públicos tornaram-se ainda mais relevantes durante esse período.

Essas leis e regulamentações proporcionaram o arcabouço legal necessário


para orientar as ações dos gestores públicos, dos profissionais de saúde e da
sociedade como um todo durante a pandemia de COVID-19. A análise crítica
desses aspectos legais e éticos contribui não apenas para compreender os
desafios enfrentados, mas também para fortalecer as estratégias de gestão de
crises futuras e promover uma sociedade mais justa e resiliente.

Além dos aspectos legais mencionados, a CPI do COVID-19 também abordou


questões éticas e humanitárias, incluindo a possível caracterização de crimes
contra a humanidade. Isso envolve situações em que ações ou omissões
resultam em danos graves à saúde e à vida das pessoas, violando princípios
fundamentais de dignidade e direitos humanos. A investigação desses crimes
é crucial para garantir a responsabilização de eventuais culpados e para
prevenir futuras violações.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este projeto integrado proporcionou uma análise crítica e interdisciplinar dos


aspectos legais, éticos e sociais relacionados à gestão de crise durante a
pandemia de COVID-19. Ao discutir a importância da abertura e condução de
uma CPI, examinar os desafios éticos na tomada de decisão, destacar o papel
da comunicação, abordar as desigualdades sociais e analisar as leis
anticorrupção e de responsabilidade administrativa, foi possível compreender
a complexidade e a relevância dessas questões no contexto da saúde pública
e da gestão pública como um todo.

A Lei nº 13.979/2020 demonstrou sua eficácia ao estabelecer medidas


emergenciais para enfrentamento da pandemia, demonstrando a capacidade
do Estado em responder de forma ágil e eficiente a crises de saúde pública. A
Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 6.259/1975) e a Lei do SUS (Lei nº 8.080/1990)
foram pilares fundamentais para orientar as ações de saúde e garantir o
acesso universal aos serviços, embora as desigualdades sociais tenham sido
um desafio persistente.

A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (Lei nº 13.709/2018) trouxe à tona a


importância da privacidade e segurança dos dados durante a pandemia,
enquanto as leis anticorrupção e de responsabilidade administrativa
destacaram a necessidade de transparência e integridade na gestão dos
recursos públicos, especialmente em tempos de crise.

Em um cenário de incertezas e desafios, a análise crítica desses aspectos


legais e éticos é essencial para fortalecer as políticas públicas, promover a
justiça social e garantir a efetividade das ações governamentais. O
aprendizado obtido neste projeto contribui não apenas para a formação
profissional, mas também para o desenvolvimento de uma consciência cidadã
e crítica, fundamental para enfrentar os desafios futuros com resiliência e
responsabilidade.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Lei nº 13.979/2020 - Medidas para enfrentamento da emergência de saúde


pública decorrente do coronavírus.
Brasil. Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020. Diário Oficial da União, Brasília,
DF, 7 fev. 2020. Disponível em:
[https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l13979.htm].
Acesso em: 11 abr. 2024.

Lei nº 6.259/1975 - Lei Orgânica da Saúde.


Brasil. Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975. Diário Oficial da União, Brasília,
DF, 31 out. 1975. Disponível em:
[https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6259.htm]. Acesso em: 11 abr. 2024.

Lei nº 13.709/2018 - Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).


Brasil. Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018. Diário Oficial da União, Brasília,
DF, 15 ago. 2018. Disponível em:
[https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/l13709.htm].
Acesso em: 11 abr. 2024.

Lei nº 8.080/1990 - Lei do SUS (Sistema Único de Saúde).


Brasil. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 20 set. 1990. Disponível em:
[https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm]. Acesso em: 11 abr. 2024.

Lei nº 12.846/2013 - Lei Anticorrupção Empresarial.


Brasil. Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013. Diário Oficial da União, Brasília,
DF, 2 ago. 2013. Disponível em:
[https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12846.htm].
Acesso em: 11 abr. 2024.

Lei nº 8.429/1992 - Lei de Improbidade Administrativa.


Brasil. Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992. Diário Oficial da União, Brasília, DF,
3 jun. 1992. Disponível em:
[https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8429.htm#:~:text=LEI%20Nº
%208.429%2C%20DE%202%20DE%20JUNHO%20DE%201992&text=Dispõe
%20sobre%20as%20sanções%20aplicáveis,fundacional%20e%20dá%20outras
%20providências.]. Acesso em: 11 abr. 2024.

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