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POLÍTICA
, E ECONOMIA NO
PERIODO DA FRENTE POPULAR
E DO RADICALISMO
as med'd
°,
Pariament era praticamente impossível o governo 1·rnplernen , de
1 as de cunho social que havia planeJa · dO atraves- à
0
mecanismos legais.128 Além da retórica agressiva ern re1aça
128 p do eleitorado,
· elos resultados eleitorais de 1937, a direita conquistou 4296
ONOMIA NO PERÍODO DA FRENTE POPULAR E DO RAD!r"
p0tJílc.A E EC '-"USMO 129
~ õrn.3
~ 'U'flCnlo do regime d~n-\ocrático . No entant~, a primeira cri.se
o.• p:~porçô,~~ grnvcs entre o governo e os partidos da Frente Po----
~ cmtrgiL1 cm virtude do descontentamento que acabou causan-
~;_,. 0 romportan,.cnlo do rnin\stro da Fazenda t Roberto Wachholtz.
r..t:~qutim .. se deveria fazer política de esquerda com home ns de
l!.h,.!A" um.a vez que falta vam quadros para ocuparem todos o s es-
c~ l da administr ação . Para os líderes dos partidos da esquerda,
~ ~ra urna desculpa que Unha como intenção manter o pessoa!
~isttativo do " regirne anterior" , vinculados ao alessandrismo .
f.c mse ocasionou a renúncia de três ministros socialistas. Para
lUbsmuí,io, , foram indicados O scar Schnake para a pasta de Fo-
~to, Rolando ·M erino para a de , ~erras e Colonização e Salvador
fL'\mde para a Saúde, todos igualmente do Partido SociaHsta . Com
~ rtovos ministros, foi também proposta a criação de uma J unta
&onômica, dirigida pelo Presidente da R epública , encarregada de
fazer valer as orientações e critérios relativos à política geral de
Fomento, bem como de créditos . Imediatamente, esta proposta ga-
n::ou a oposiç<lo do ministro da Fazenda, Roberto W achhotr2 ,
r~ndo emergir a segunda crise rninisterial de grandes propo rçõe5)
e~. por firn , acabou motivando sua retirada do goven,o \L0PEZ
e etalii , 1966: 206).
A conjuntu ra política evidenciava que . a lém dos de-
s-ernendimentos internos da Frente Popular , o s conflHos entre
o . -
posiçao e goven10 passavam de latentes a diretos ou explicitas,
env~!vendo inclusive um incidente rniHtar , crn virtude da rnudança
no JUn1rrlento à bandeira pro posta pel o g o v erno da Fren te
FRENTE POPULAR, RADICAUSMO E REVOLUÇÃ O PERÍ000 DA FRf~TE POPULAR E DO RADICALISMO
132 133
O PAsSIV e ECONOMIA N
At,io,..., p(JllílÚ'~
"lllt
ular.131 Mesmo que esta mudança estive partido Conservador,_apr?veit~u a op_ort~~idade para
P op titu . 1· . sse en-.
nuidade com o cons c1ona ismo imposto às F " I dir rta-voZ d0 de que suas açoes mduz1am e Justificavam tais
conti _ orças A et<l O
verno anterior, a contestaçao ao presidente Ag . rtnad Pºiertar o goved~ão (Ai-VAREZ et alíi, 1995: 93).
no go . f Utrre C i\s ª ·wdes de se iç ao contrário do que advert·1a a di rerta, · estas atitudes
arte dos militares foi aberta, ortalecendo no seio d . er<Ja p
p . a1· t ºd,. d d . -
reacionária e nac1on 1s a a 1 eia e epos1çao do gove
a d1re·t or
1a mais att No entanto, t· cou demonstrad o, eram 1so . 1a das e cada vez menos
· ·d t · , dº mo da r- como t . ,
Popular. Este mc1 en e provocou o ep1so 10 do "C
-
rrent facciosas, 1•nterior das Forças Armadas. Vene1do o penado
Póker" , um conjunto de açoes conspiratórias ºl'hp/
ot deie prestígt· ·adas nol931, no qu ai os m11 ·1·tares e hºl1enos h aviam
· precipi-
desencadear uma sedição aberta no dia 9 de julho de i~e deveri<1 24
entre 19 e nção no espaço político e fracassaram como grupo
39 interve .
Depois de abertos confrontos com o presidente A . ·132 tado sua ue foram deslocados do poder, o que se afirmava
0 general do exército Ariosto Herrera, declarado ;i%rre ~erd<1, úfrlª vez q te no interior das Forças Armadas era o cons-
fvamen .
fascista, aliado ao ex-presidente Carlos lbánez, articu] Patizante gra da 1 . 0 não somente como mecanismo formal de
1 . ai , como também o meio
·ona •ismdos' militares à vi da nac1on
colocar em prática um dispositivo golpista contra O gov ou fre tentou titúC1
emo eij
no dia 25 de agosto de 1939. A sublevação - que fico n sta, reintegratºs militares poderiam recuperar, depois daquela ex-
u conh 'd O
como Ariostazo - fracassou sem encontrar respaldo s f· . eci a pelo q~a esprit de corp .133 Neste sentido, é possível captar
u 1c1ent ·êncta seu
interior das Forças Armadas. Foram presos 32 civis e 36 ofi:. ~o pen_ . ' um elemento de continuidade entre o governo da Frente
dentre eles o general Herrera, enquanto que lbánez conse . iais, aqui;ais O governo anterior, dirigido por Arturo Alessandri, ainda
. . gu,u exilar
se no Paraguai. Imediatamente, uma multidão de pesso . · Pop ~r ef e no civilismo tenha ganhado mais nitidez e afirmação
as saiu à que a en as
ruas em defesa do governo de Aguirre Cerda, da democr . s
. D' t d . ac1a e após 1938.
contra o fasc1smo . 1an e as circunstancias de derrot d
A
0 Presidente Aguirre Cerda e seu partido, mas todos os Parr eme nto e m que a Sociedade Nacional de Agri-
Frente Popular consentiram com estas medidas . 135 idos de ~3tarnen
te no rn , . _J
anifesto anticom umsta , assm«..10 tam~m pe
L!. lo
Ao final de 1939, e m virtude da forte influê ncia da SNA ~ul!úfcl lanÇ.: t~:l~áenz, me mbro do Partido Radical . A Frente P~
lamento e mesmo no Partido Radi cal (especialmente pela no Pdi. rniI1istro Cn anifesto e Cristóbal Sáenz argumentou que havta
dos agricultores do sul) e da ação do Partido Comunista Presei,~ lJar rc ch açou o rne nto como agricuJtore nao _ . .
corno mtrnstro , agre·
r _.lo o docurn - . . t
_ organiz.ando cerca de 440 sindicatos - . nenhuma lei a no ~ Po ilssinau ·d e tinha como preocupaçao servir aos in eresses
. .d proPós;- 1n segtu ª qu ~ rtido J - d ~
da sinclícali7..ação camponesa havia s1 o aprovada . A SNA ij ,n °
gj nd ~
· ·•
d'cal que e m sua optniao era o pa
.... do Ra i • d . 1
Uél or em
, ,
qualquer tentativa de aplicação da legislação social no ~ J Jo P<1'" ., 1966: 212) . Ficavaca avezmaiscaro que omovel
alegando especificidade da atividade agrária . O s ~agitadores·
reprimidos com o beneplácito tácito d_o g~vemo que . de l.lTTla
inicial reformista , passou a se mostrar intei ramente conciliatório e
arlpo,
~: d
t',..,, et a/11F, t Popula r e de a traçao
~-6,.,,..,
e ataque à ren e .
a questão comunista .
• dos ºru:i~d·lCaJS
os proprietários rurais .136 o:n E • d part't dos Radi ca l Liberal e Conservador para
d' çbes os
115 ,re
,
Depois do fracasso da tentativa de golpe liderada por Henera cto visando a possibílidade de imple mentação das
firmarem um pa • h · -
e Jbánez, o governo Aguirre Cerda conseguiu realizar a operaç.io . dO ovemo . A proposta de acordo contin a a ace1taçao
de montar, na Câmara dos Deputados, um bloco político que lhe propostas g . . ai d bl · do
· rne nto dos projetos de anistia ger , o es oque10 s
deu maioria pelo breve lapso de dois meses. Muito rapidamente este do arquiva d sal · ·
. do governo no Congresso , aumento e ano para os
bloco político foi desestruturado em fun ção da renúncia dos ministros proie 1os d al ' d ·e1
·1·1a es e de recursos para as Forças Arma as, em e proJ os
do partido Radical, numa desastrada e incompreensível tentativa de mil r
relativos à sindicalização camponesa, à poupança, a a 1 açao e c.
' h b't · t
desvinculação entre a imagem do partido e a do governo do presi- De início os partidos de esquerda entenderam este acordo
dente Aguirre Cerda . 137 Por esta razão , a situação política não teve corno uma trégua com a direita , enquanto que a dire ção dos
o seu quadro geral alterado , com a direita continuando a negar ao Radicais, depoís de aprová-lo por unanimidade , argumentava ~~~
governo os votos necessários à aprovação dos seus projetos, o que o acordo visava "facilitar o despacho de diversas leis fundamentrus •
conduziu a administração da Frente Popular à paralisia decisória. permitindo o "cumprimento do programa da Frente Popular". No
&a urgente reverter esta situação através de uma iniciativa para entanto , o comportamento da direita não indicava, em nenhuma
além do campo da Frente Popular, objetivando romper a inércia hipótese, uma mudança de estratégia . Nestas circunstâncias, os
parlamentar. A partir de fevereiro de 1940, o partido Liberal passou partidos Socialista e Comunista manifestaram-se veementemente
a ser mais incisivo em sua estratégia de aproximar-se dos Radicais. contrários a tal tipo de pacto, acompanhados pela CTCH . Para estes
objetivando a composição de um governo de centro . A reação dos segmentos, tratava-se de uma manobra da reação e de uma atitude
pãrtidos de esquerda a esta proposta assume ares de indignação desleal para com a esquerda. Cinco meses depois , a direita aprovou
uma lei de anistia no Congresso , rompendo praticamente um acordo
135 - Cf Sa.n.1..v, 1992: 163 . que jamais foi posto em prática . .
136 · Sobre a questão agrária no período da Frente Popular, ver BRAVO, 1988· Urna nova tentativa de acordo entre os Radicais e a direita fo i
137
Também VAU:NZUf.lA M. 1989: 119-49, e MUNOZ D., 1991.
Consesui1J-SE formar, nesta oportunidade , um bloco parlamentar
ª 0
90Vemo composto por 78 deputados que não eram somente dos pa .
de:;: . motivada pela situação orçamentária que apresentava um_~éfícit
de 240 milhões de pesos, em virtude de aumentos de salanos do
da Fr . . . $ociafist3S, set0 r público. Neste caso os Radicais agem sem consulta alguma
ente.Popular_Este bloco foi composto por 32 Radicais, lS AJJL, 1
7
-~ urustas , 5 Democráticos, 5 Democratas, 3 Vanguardistas, 2 . ')66: aos Partidos de esquerda ~ a direita reage à proposta de aco rd de º
Radr.al-Socialista, 1 lndependente e 6 Falangistas (d. LóPfZ C. et alu, 1 man eira · extremamente radicalizada pedindo a ·t I ega1·izaça
·o do
207-8).
Partido Comunista e a dissolução da CTCH, além de outras medidas
136
1.39'
1
,1
NOMIA NO PERÍODO DA FRENTE POPULAR E DO RADICAUSMO 145
p()LÍ11c.A EECO
151 . A partir de 1943, a linha de União Nacional contra o fascismo passou a ser a
°"icial dos comunistas chilenos. Sobre isso ver CON"ffif.RAS lABARCA
'
FRENTE POPULA~ RADICAUSMO E REVOLUÇÃO
148 PASSIVA No
CH!Lf
56
fazendo um ano depois sob forte pressão norte- .
o , . . , amencana.
,.,
Ant~ 5 que a poss1ve1s sentimentos pro-fascistas como
,.. . . , ocorreu na
Argentina, a resistenc1a devia-se ao fato da economia chilena ter
s1·do consideravelmente_ afetada .pelos baixos preços a que eram
submetidas as exportaçoes de salitre e cobre.
Ainda que sem a força para alterar radicalmente O cenári
eleições parlamentares de 1945 demarcaram, por sua vez, 0 qu~dr~
politico interno, revelando algumas mudanças em relação à eleição
parlamentar de 1941 . Mesmo afetada pela guerra , a direita
conseguiu crescer, atingindo 43, 7% dos votos e os Radicais a
despeito de todos os custos de ser governo, mostraram capacidade
de se manter estáveis nos 20%. Os reflexos do término da Frente
Popular foram cortantes para a esquerda, que viu reduzida sua
votação a 23% do eleitorado. O Partido Socialista baixou a 7,2%,
secundado pelos 5,6% das outras forças socialistas contrárias ao
partido, e o Partido Comunista foi o que mais cresceu, alcançando
10,3% dos votos, tomando-se, isoladamente, a maior força eleitoral
da esquerda.155
O término da Guerra agravou os problemas econômicos do
país. Embora em alta no mercado internacional, a demanda de cobre
caiu abaixo dos níveis do pré-guerra. O resultado foi a explosão
social. A agitação operária elevou de forma alarmante o índice de
greve: em 1945 e 1946, uma média de 187 greves, com a par-
ticipação de 96 mil trabalhadores em cada ano . Os conflitos
chegaram ao auge em janeiro e fevereiro de 1946, quando o
ministro Alfredo Duhalde assumiu a vice-presidência, substituindo
o presidente Ríos, afastado por enfermidade, e desencadeou uma
forte onda de repressão contra os sindicatos de trabalhadores do
salitre, gerando violentos protestos em Santiago, inclusive com a
morte de alguns manifestantes. Duhalde viu-se obrigado, assim, a
aceitar algumas reivindicações dos grevistas. O movimento sindical,
por sua vez, visando acelerar o cumprimento das medidas tomadas
pelo governo a seu favor e mantendo o clima de repúdio à violência
policial, convocou uma greve geral para 4 de fevereiro de 1946.
Os socialistas, que de início haviam apoiado a manifestação>mu-
daram de idéia ao serem convidados para fazer parte do gabinete
L s. V er Anexo D.
FRENTE pOPULAR, RADICALISMO E REVOLUÇÃO
150 PAsslVA ~o
c.i1lt
156. Este foi o tom usado por Agustín Alvarez Villablanca, secretário-geral interino
do Partido Socialista. Na verdade, os comunistas estavam pressionando para
que fossem também chamados a compor o ministério, t.rrna vez que, confo~e
a dedatâção da sua Comissão Politica, a repressão aos trabalhadores fa21a
J)drte de t.nn plano destinado "a destruir o regime democrático e assaltar 0
poder para impor. a sangue e fogo . urna tirania do tipo fasci 5 ía el"'"
simultanexiade ao GOU argentino" (apud MOL11JA.N yTORRES D., 1987: 2'
157 - Cf. FAL:\T>t2, 1992: 78-9.
, .
1 ,u '\Mt~ NO í'FRÍOOO DA FRENTI: POPULAR E 00 RADICAUSMO
'11,'~ 1 •' ,,~
li,," 1 .....
151
161. Estõ é a conlusão unânime que a parece nos estudos sob.-e o periodo eill o·
o Radicalismo foi o parHdo governante no C hile , com partiJhada tdrnbéni
Da Pozo, mimeo., 1986 (sem d úvid a , o me lho r trabalho de sínte.se Sl
as posturas assurnidas pelos goven1os Radlcais).
oNOMIA NO PERÍODO DA FRENTE POPULAR E DO RADICALISMO
p0J11c.A EEC 155
( ·(1 111, ,vl111t>H. ,n,, dcm 1,tlt1< IJJ11lt1 (Jbj,:tlv,,n d,, CoHI o con flhrlia
i •111 dlvt•\11\11, i,t , . ,·>< pi111dh 11 r,t ,Jdt1çJ\q d1..> Jnlmti< ;,1 , d,{ UVJr,clra q,.w u
, ,, 1n)!)Jtalh l( 1h,1( • 111( ' 11 ' >11 v, 1ltwt :•av,•l l;11 Hh'IJ1d,1u fl11l t1tJ(;i'H~tl d r) O rn<~r
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