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SOM NAS IGREJAS
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SOM NAS IGREJAS
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Sumário
Ano. 25 - setembro / 2018 - Nº 286
NESTA EDIÇÃO
30
08 Vitrine 20 Play Rec
A Logitech G, marca da
Depois de dois anos de ensaios,
Logitech voltada para gaming,
arranjos e gravações, a saxofonista e
anunciou essa semana o novo
“
flautista Daniela Spielmann lança o
Headset Logitech G PRO
CD Afinidades, o primeiro disco
Gaming, que oferece per-
autoral em 20 anos de carreira.
formance de áudio voltada
para esportes e características 22 d&b D80
O musical O Homem de La para gamers profissionais e
competitivos. O amplificador D80 de dois e
Mancha, que conta a história quatro canais é um amplificador de
de D. Quixote, superprodução 12 Rápidas e Rasteiras alta densidade de potência, ideal
dirigida por Miguel Falabella, para uso móvel ou em ambientes de
Da retomada dos vinis até os
instalação fixa.
finalizou a temporada no novíssimos serviços de
Teatro Bradesco, onde ficou em streaming. Em setembro, a
38
stella@backstage.com.br
Financeiro
adm@backstage.com.br
Coordenadora de conteúdo
Danielli Marinho
redacao@backstage.com.br
Potência sonora e alta performance Revisão
Danielli Marinho
A JBL apresenta a sua família VRX900 Series. Uma série de modelos Colunistas:
de sistema de falantes e subwoofers ideal para quem procura potên- Cezar Galhart, Cristiano Moura, Gustavo Victorino,
Lika Meinberg, Luiz Carlos Sá, Pedro Duboc e
cia e clareza sonora para performance em locais de características Ricardo Mendes.
impróprias aos line arrays de grande porte. Colaborou nesta edição:
Luiz de Urjaiss
Ed. Arte / Diagramação / Redes Sociais
TECNOLOGIA
Leonardo C. Costa
arte@backstage.com.br
Capa
40 Ricardo Mendes
Arte: Leonardo C. Costa
48 Ableton Foto: Divulgação
Publicidade / Anúncios
A cadeia de plugins usada O Ableton Live permite que PABX: (21) 3627-7945
na masterização em Stem é você mapeie um parâmetro arte@backstage.com.br
basicamente a mesma usada para ser controlável. Mas, em Webdesigner / Multimídia
na masterização convencio- alguns casos, pode ser nes- Leonardo C. Costa
multimidia@backstage.com.br
nal. No entanto, cada cessário uma certa engenharia. Assinaturas
profissional tem uma maneira É o caso do Dry/Wet. Veja Maristella Alves
PABX: (21) 3627-7945
particular de trabalhar. como utilizar o recurso da assinaturas@backstage.com.br
melhor forma. Coordenador de Circulação
CADERNO ILUMINAÇÃO permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviada
cópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos
anúncios veiculados.
A 4ª revolução
industrial
A internet revolucionou todas as nossas concepções de relacionamen-
to, trabalho e produção e não é mais surpresa ouvir que alguém realiza
pelo menos um tipo de atividade cotidiana por meio remoto, seja por um
aplicativo de banco, loja virtual ou rede social. No entanto, as facilidades
que o mundo digital trouxe ainda deve à sociedade sua principal promessa:
a de reduzir o esforço e ampliar o lucro e as horas de lazer.
O uso da tecnologia aplicada nos meios virtuais, por exemplo, revolucio-
nou a visão dos negócios, aportando, por exemplo, mais celeridade às tran-
sações comerciais, com rapidez na elaboração de cálculos e tabelas, e no
desenvolvimento de indicadores e de controles. Por outro lado, a promes-
sa de que haveria redução no volume de trabalho continua uma expectati-
va, uma vez que, desde a popularização dos computadores e da internet, se
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facebook.com/backstage.revista
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VITRINE ÁUDIO| www.backstage.com.br
Channel strip e o Bus Compressor agora vêm com presets de fábrica pela primeira vez, exclusivamen-
te desenhados pelos engenheiros e produtores da SSL. O SSL Native v6 é grátis para aqueles que pos-
suem a versão Duende Native v5.
ALTOFALANTES VECTOR
www.crestron.com
A Creston agora coloca à disposição dos usuários dos
altofalantes Vector a tecnologia dos amplificadores Duecanali
e Quattrocanali, da Powersoft. Os altofalantes Vector
Performance estão disponíveis com desenho coaxial de 6” até
modelos de 12” e 15”, e subwoofers duplos de 18”, estes dispo-
níveis para sistemas de alto impacto. Cada um desses falantes
apresentam um desenho de transdutor coaxial inovador que
proporcionam som claro e ótima inteligibilidade para reforços
de voz e reprodução de meios em ambientes corporativos. O
transdutor dos falantes Vector Performance representa um
avanço em termos de desenho de falantes coaxiais. Seu driver
de compressão de titânio de diafragma grande permite transi-
ção uniforme ao woofer, provendo melhor alienação aguda/
grave, performance de largura de banda mais suave e níveis de
pressão sonora aumentados, sem distorção. O desenho com-
pacto de boca de alta frequência reduz o efeito shadow ou de
sombra para produzir um som incrivelmente dinâmico e claro,
tanto para a voz como para a música. A localização de drivers
agudos e graves juntos resulta em menos interação de
crossover dentro do padrão de cobertura e proporciona res-
posta ultra uniforme.
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VITRINE ÁUDIO| www.backstage.com.br
DUECANALI E QUATTROCANALI
www.powersoft-audio.com
Os dois modelos de amplificadores da
Powersoft anunciaram uma parceria com a
Vector, e estão disponíveis para amplificar
a nova linha de alto-falantes Creston.
Tanto o Duecanali como Quattrocanali
são amplificadores de dois e quatro canais
de uma unidade de rack – ideais para apli-
cações pequenas e médias em que o número
de canais é limitado e a necessidade de um
produto flexível para operar com alta e bai-
xa impedância é uma prioridade. As séries
estão disponíveis em uma variedade de
configurações de potência, todas elas re-
presentando uma força séria, fazendo delas
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CRUÏLLA DE OUTONO
Criadora do movimento Man- Mundo Livre, Carnaval na Quem estiver por Barcelona e quiser aproveitar
gue Beat ao lado de Chico Obra traz quatro dos grandes o início do outono na cidade, tem a opção de
Science e Nação Zumbi, a produtores daquela geração: assistir o Cruïlla de outono. Durante todo o mês
Mundo Livre S.A. trouxe no- Carlos Eduardo Miranda, Edu- haverá um ciclo de concertos que agradará os
vos elementos para a música ardo Bid, Apollo 9 e Edu K. Eles amantes do indie, punk, rock, do pop catalão e
brasileira e até hoje é referên- se dividiram entre as 14 faixas, da música gipsy e balcânica. O line up será
cia para as novas gerações. que traziam forte influência da composto por apresentações de artistas como
Esse ano, a banda tem um dos recente turnê ao México e da Emir Kusturica, acompanhado pelos músicos
seus discos mais importantes, eletrônica, usada como um ins- do The No Smoking Orchestra. Além do mais,
haverá também a Barcelona Gipsy Balkan
Carnaval na Obra (1998), lan- trumento, uma ferramenta a
Orchestra, um grupo nascido em Barcelona e
çado em vinil duplo de 180 mais. Entre as composições es-
com projeção internacional. Outros nomes do
gramas pela coleção Clássicos tão alguns dos maiores sucessos
set up incluem Anna Calva, La MODA, Miles
em Vinil, da Polysom. da banda, como Maroca, Bolo de
Sanko, Animal, entre outros.
O álbum, que completa seus Ameixa, Quem tem Bit tem Tudo, https://www.cruillabarcelona.com/ca/cruilla-de-
20 anos, foi o disco que inau- A Expressão Exata e O Africano e tardor-2018/
gurou a então nova gravadora o Ariano. Mais informações:
Abril Music. Terceiro disco da http://polysom.com.br/site/
AFROBRASILIDADE
A cantora Luciane Dom lançou em julho, durante
WORKSHOP DE MÚSICA show no Teatro Ipanema, no Rio, o seu primeiro
No dia 15 de agosto aconteceu na Harmony Music Academy, o álbum chamado Liberte esse Banzo. O show
workshop do grupo de música instrumental, (( TRIO )), em paralelo composto por músicas da cantora e releituras
à apresentação semestral dos alunos da escola. Para saber mais retoma a ancestralidade como tema de partida,
sobre aulas de música no espaço, situado no Recreio dos Bandei- culminando na diáspora africana, na mistura de
rantes, no Rio, acesse @harmonymusicacademy no Instagram ou o linguagens, ritmos e poesias. Para conhecer o
site www.harmonymusicacademy.com.br trabalho, acesse www.lucianedom.com
Pitty estreia turnê 2018-2019
SANGUE NOVO
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RÁPIDAS & RASTEIRAS | www.backstage.com.br
Foto: Divulgação
musical MPB
Foto: Érik Almeida
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RÁPIDAS & RASTEIRAS | www.backstage.com.br
ARETHA
Com a morte da diva Aretha Franklin, se
vai o pouco que ainda restava das grandes
vozes americanas. Atualmente, indepen-
dente de estilo, as cantoras gringas estão
cada vez mais dependentes da tecnologia
e com uma notória falta de personalidade
RECORDE que se esvai em gritos monocórdicos que
No mês passado, em Sydney, na Austrá- transformam todas numa coisa só. É o fim
lia, 470 guitarristas se reuniram ao ar li- de um era escrita por Billy Holiday, Ella
O desenvolvimento e a vre para tocar Highway to Hell, um clás- Fitzgerald e Nina Simone.
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DANIELLI MARINHO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR
PLAY REC | www.backstage.com.br
Teixeira no violão e Rodrigo Villa no contrabaixo, todos Barnett, Lisa Mitchell, Troye Sivan, The Temper
amigos e parceiros de projetos musicais – o novo disco ga- Trap), a australiana se juntou a grandes nomes da
nhou ainda diversas participações especiais, como Sheila indústria, incluindo Mark Hoppus, do Blink-182,
Zagury (piano), Anat Cohen (clarinete), Silvério Pontes em Psycho, Joel Little (Lorde, Khalid, Broods) em
(trompete e flugel), Alexandre Romanazzi (flauta), Dudu Never Coming Back e o vocalista Jack Antonoff
Maia (bandolim), Idriss Boudrioua (sax alto), Beto Cazes (Taylor Swift, Lorde) em All Loved Up. Orgulhosa e
(percussão), Nando Duarte (violão de 7; Cordas), viola animada, Shark revelou que cada letra é real e fala da
(DhyanToffolo), violoncello (Matheus Ceccato) e nos sua vida. O longo e sinuoso caminho da cantora
violinos Oswaldo Carvalho, Rogério Rosa, Glauco rumo ao sucesso foi uma lição de resiliência. Parece
Fernandes, William Doyle. que, depois de anos de trabalho duro e determina-
A saxofonista compôs, arranjou e produziu um reper- ção, Amy Shark está deixando sua marca no mundo.
tório com composições inspiradas em situações e afe- Seu single atual, I Said Hi, alcançou certificado de
tos que vivenciou. Estudiosa da música brasileira, mu- Platina, 15 milhões de streams globais e 1.5 milhão
sicalmente o CD abraça diversos gêneros brasileiros e de visualizações. Em abril, ela levou para casa um
hibridações como maracatu, samba-choro de gafieira, prêmio APRA por seu single de Platina tripla, Ado-
afoxé, baião, samba-latino e bossa-nova, um reflexo re, que já ultrapassa 60 milhões de streams em todo o
também da pluralidade musical do quarteto. Forte- mundo. No ano passado, ela foi a vencedora de dois
mente marcado pela brasilidade, seja pelo repertório prêmios ARIA (Melhor Artista Revelação e Melhor
ou pela maneira de tocar, o quarteto se inspira na pre- Lançamento Pop) e seu EP de estreia, Night Thinker,
missa jazzística de criação coletiva, ao vivo, primando explodiu no top 10 do iTunes em 15 países. Para ante-
por sutilezas de comunicação que só o tempo e o co- cipar o lançamento do novo álbum, Amy liberou uma
nhecimento profundo da alma musical permitem. série de pequenos vídeos, The Love Monster Story, con-
O quarteto começou a se apresentar em 2001, pe- tando a história do disco: https://bit.ly/2LaLDoQ
ríodo de lançamento do primeiro CD da saxofo- A cantora e compositora natural de Queensland
nista, Brazilian Breath, indicado ao Grammy Lati- já fez cinco turnês nos Estados Unidos nos últi-
no em 2002. Ao longo do tempo, os shows conta- mos dois anos, além de diversos shows pela Euro-
ram com as participações de Aurea Martins, Sivuca, pa. Amy já participou de diversos programas na
Ricardo Silveira, Zé Menezes, Anat Cohen, Nicolas TV norte -americana, incluindo The Late Late
Krassic, Silvério Pontes e Zé da Velha, Zélia Show with James Corden e The Tonight Show Starring
Duncan, entre muitos artistas. Desde então, o Jimmy Fallon. A cantora se prepara para sua turnê
quarteto vem participando de inúmeros festivais australiana, antes de retornar à América do Nor-
nacionais e internacionais. te, em setembro.
DANIELLI MARINHO | REDACAO@BACKSTAGE.COM.BR
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LANÇAMENTO| www.backstage.com.br
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AMPLIFICADOR D80
O amplificador
E ste modelo contém configura-
ções compatíveis com todos os
alto-falantes da d&b. A capacidade
ção igual de entrada de sinal para canais
de saída do amplificador aumenta a fle-
xibilidade da aplicação, particularmente
de delay do sinal permite que confi- para o uso em monitor, frontfill ou canal
D80 de 2 canais gurações definíveis pelo usuário de de efeito.
e/ou quatro canais até 10s (= 3440 m / 11286 pés) sejam A função LoadMatch integrada dentro
aplicadas a cada canal independente. O do D80 permite a compensação elétrica
é um amplificador
mesmo se aplica aos dois equalizadores das propriedades do cabo do alto-falan-
de alta densidade de 16 bandas, fornecendo filtros opcio- te, sem a necessidade de um condutor
de potência, ideal nais paramétrico, assimétrico, de prate- extra. Isso resulta em uma maior precisão
leiras ou de encaixe. na reprodução de áudio em uma largura
para uso móvel ou
O D80 incorpora uma tela TFT colorida, de banda de até 20kHz, preservando o
em ambientes de oferecendo acesso rápido à estrutura do equilíbrio de tons quando forem usados
instalação fixa. menu, enquanto o codificador rotativo comprimentos de cabo de até 70 m (230
pode ser usado para ajuste fino. O painel pés). O D80 incorpora amplificadores
frontal e a tela sensível ao toque, inte- Classe D utilizando uma fonte de ali-
grada, do D80 são inclinados para facili- mentação com Correção de Fator de Po-
redacao@backstage.com.br tar a operação quando o amplificador tência (PFC) adequada para tensões de
Fotos: Divulgação está abaixo do nível dos olhos. A propor- rede de 100 V / 120 V / 200 V / 230 V, 50 -
60 Hz e mantém uma saída estável Touring para três amplificadores outros dispositivos de baixa corren-
quando utilizada com rede instável. D80 está equipado com um conector te, como laptops. O painel de co-
Um NL8 fornece todas as saídas em de alimentação de rede 32 A CEE, nectores de alto-falante de 2 RUs do
um único conector, enquanto as saí- um dispositivo de distribuição de conjunto de 6 racks Touring D80
das individuais são, opcionalmente, rede com uma ligação de alimenta- fornece seis saídas de alto-falante
conectores NL4 ou EP5. Os co- ção de 32 A e um painel para cone- NL8 (4 canais) e duas LKA25 (12
nectores RJ45 e etherCON permi- xão de alto-falantes. O conjunto de canais). Esse painel de conectores
tem o acesso à rede d&b Remote racks Touring está disponível com de alto-falante também é equipa-
via CAN-Bus e OCA / AES70 via
Ethernet, respectivamente.
Para mais informações sobre a O painel de conectores de alto-falante de 2
integração de funções adicionais
RUs do conjunto de 6 racks Touring D80
na D80, é recomendável entrar em
contato com o seu distribuidor. fornece seis saídas de alto-falante NL8 (4
canais) e duas LKA25 (12 canais)
CONJUNTO DE RACKS
Os conjuntos de racks D80 Touring
são projetados como racks de siste- um único painel de distribuição de do com um soquete Power over
ma completamente equipados e pré- energia da rede 32 A CEE ou um pa- Ethernet (POE) para conectar e ali-
cabeados, fornecendo distribuição inel de distribuição de energia duplo mentar um inclinômetro.
de energia da rede, interfaces de 30 A NEMA. As saídas de rede auxi- A ponte de rede de áudio DS10
conectores e todo o cabeamento in- liar, eletricamente intertravadas entrega 16 saídas AES3 para os
terno para três ou seis amplificado- (tomadas powerCON 16 A), são amplificadores D80 através do
res D80. Esse conjunto de rack D80 fornecidas para alimentar o DS10 e protocolo Dante via Ethernet,
23
LANÇAMENTO| www.backstage.com.br
além de fornecer a distribuição de racks D80 Touring como padrão. nar até 12 gabinetes da série J no
dados de controle. Ele incorpora Outra comodidade é que o kit de ArrayProcessing ou 24 gabinetes
atualização do rack DS10 contém no modo padrão com alto-falantes
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Foi lançado
TITÃS LANÇA
entre os dias 27
de abril e 11 de
maio, pela
banda de rock
brasileira, Titãs,
o seu décimo
quinto disco de
estúdio que
propõe um novo
ÓPERA ROCK E INOVA
formato pro
show business: a
NO CENÁRIO DO ROCK BRASIL
ópera-rock
Doze Flores
Amarelas.
O álbum, disponível em todas as pla-
taformas digitais, contempla um
espetáculo cênico, com roteiro teatral
De acordo com o guitarrista Tony
Bellotto, Doze Flores Amarelas tem um
formato inédito na história do rock
Luiz de Urjaiss integrado e criado em paralelo às can- nacional, pelo pioneirismo do grupo,
redacao@backstage.com.br ções. Com a veiculação do DVD desde o inspirado em bandas que fizeram his-
Fotos: Silmara Ciuffa / mês passado, o grupo pretende iniciar tória do gênero no mundo. “O The
Divulgação uma turnê nacional a partir de outubro. Who, com Tommy e Quadrophenia, as-
PRODUÇÃO ARTÍSTICA
Trabalhando na equipe do Titãs
desde o álbum Nheengatu (2014), o
produtor musical Rafael Ramos
conta que os desafios eram os mais
diversos possíveis, desde se uma
música gravada em estúdio funcio-
naria ao vivo, até se o discurso es-
tava claro com o público assistin-
do sentado. A linguagem segue
próxima a dos musicais, tão difun-
dida ultimamente com a popu-
larização das versões das peças da
Broadway, entre outras, mas se di-
fere por se tratar de uma banda de
rock contando uma história per-
meada por diversos afluentes para-
lelos a isso.
“Nunca trabalhei num projeto
deste tamanho, nem em quantida-
de de músicas dentro de um só pro-
jeto, muito menos em um projeto
que evoluiria para uma ópera ao
vivo, levando os elementos de es-
túdio para uma situação completa-
mente diferente no palco. Tanto o
disco quanto o DVD foram re-
gistrados em Pro Tools gravando
em 24bits, 48kHz. Não consigo
nem imaginar como seria se fosse
sim como o Pink Floyd e o Green da através das canções. Paralela- na era do analógico, acho que limi-
Day, com The Wall e American mente, formamos as músicas num taria muito as possibilidades de
Idiot, respectivamente, foram as processo febril de muita produção. edições, testes que fizemos em for-
principais referências. Mas tam- Os arranjos com a banda vieram matos, arranjos, sync com a parte
bém o Jesus Christ Superstar e ou- junto – uma coisa interferindo e de vídeo”, comenta.
tros trabalhos, como o Queen, e inspirando a outra”, conta Bellotto. O produtor aponta o repertório,
muitas outras inspirações, que
vão de Macbeth a Black Mirror”,
enumera o músico. Tanto o disco quanto o DVD foram
O formato da ópera rock contempla,
além do show musical, o teatro, a en- registrados em Pro Tools gravando em
cenação em palco, e o cinema, repre- 24bits, 48kHz.
sentado nas projeções que compõem
o espetáculo. “Nosso processo de
criação foi ativo e um pouco caóti- Para esse musical, os Titãs convo- composto por 25 músicas inéditas,
co, como sempre acontece em tra- caram o baterista Mario Fabre, o interpretadas pela banda, em show
balhos de alta voltagem criativa. guitarrista Beto Lee e três vo- dividido em três atos, com marca-
Começamos por chamar o drama- calistas: Corina Sabbas, Cyntia ções de palco, troca de figurinos,
turgo Hugo Possolo e o escritor Mendes e Yas Werneck, que fazem como pontos bem divergentes do
Marcelo Rubens Paiva, para pen- as três Marias do espetáculo. Tam- que sempre se viu ao longo da car-
sarmos juntos um roteiro, ou argu- bém contaram com os arranjos de reira do grupo, tão livre e expressi-
mento da história, que seria conta- cordas de Jaques Morelenbaum. vo no palco. “Titãs é uma banda de
27
REPORTAGEM| www.backstage.com.br
28
Projeto de luz desenvolvido para criar um híbrido entre a luz narrativa do teatro e a luz com dinâmicas de movimento e cor dos shows
rock, punk, e nos dias de hoje onde mas que pudesse ter uma conexão dos pelo lighting designer que, ori-
tudo é tão efêmero, com discursos com o rock, e os aparelhos de LED entado pela banda, precisou se es-
rasos, salvo poucas exceções, você e os moving lights que trariam a forçar para dar dramaticidade a ser-
ter um grupo com essa história se ar- linguagem do show”, explica. viço do projeto.
riscando e criando, para manter-se “Tratei de criar um híbrido entre a “Trabalho com dois tipos de pro-
fiel ao estilo, é um bom exemplo de luz narrativa do teatro e a luz com gramação – não uso time code –,
que existe chance para música, para dinâmicas de movimento e cor dos tudo mixado ao vivo. Gosto do live,
o comportamento e para o compro- shows. Fiz uso da pré-programa- mas não abro mão de programar
metimento artístico dentro de um ção, trabalhando no WYSIWYG e algumas bases. Com o tempo de es-
cenário onde esse tipo de procedi- depois transportando para console trada as coisas podem se aprimorar
mento é quase nulo”, observa. Grand MA. Tive o cuidado de e ter menos live, portanto, sempre
construir narrativas para cada uma teremos surpresas vindas da cena;
ILUMINAÇÃO
À frente do projeto de luz de Doze
Flores Amarelas, o lighting designer Fiz uso da pré-programação,
Guilherme Bonfanti conta que o trabalhando no WYSIWYG e depois
desenho da cenografia, as ideias da
encenação, e o papel fundamental transportando para console Grand MA.
que o vídeo teria no espetáculo sur-
giu a partir do hibridismo de lingua-
gens entre o teatro, cinema e show. das três personagens, e trabalhar o um músico que não vai para o foco,
“Tínhamos uma história para con- desenho de luz que incidia na ban- um solo feito fora de posição, por
tar, ao mesmo tempo, uma banda da”, ressalta. exemplo. Ao pensar nestas duas
muito forte em cena, e projeções do De acordo com Guilherme, o dese- linguagens que se misturariam ao
início ao fim, com três cantoras e nho chega no palco com uma pre- vivo, o show e o teatro, optei por
dois atores. Ou seja, elementos re- definição, mas ganha corpo ao ser ter um roteiro pré-gravado de toda
lativos ao teatro, ao show e ao ci- executado. Eliminar a fumaça e o a movimentação das cantoras e
nema. Meu projeto partiu do uso movimento para acentuar a lin- dos cantores. Esta sequência de
dos refletores convencionais, para guagem teatral, diferenciando-a de marcações de luz/focos estava pron-
trazer a linguagem do teatro/ópera, show, foi um dos desafios enfrenta- ta e eu acionava, como no teatro,
com um botão. A luz entrava no tem- aridade maior deste trabalho foi a
po e a saída era dada por outro clique ausência da fumaça, muito comum
meu. Trata-se de usar um sistema de para dar volume, preenchimento e
cues pré-gravadas com tempo para deixar o desenho evidente. A inci-
entradas e saídas. Ao mesmo tempo dência de luz define a atmosfera da
eu tinha 25 páginas pré-gravadas, música, a distribuição dos aparelhos
uma por música, com os efeitos; posi- cria massas de cor e a dinâmica das
ções dos movings com as cores pré- músicas está na troca de ângulos e não
definidas, os aparelhos de LED (Robe no clássico movimento dos movings.
600, FX8, ribaltas LED) com as posi- Um pouco old school, mas me pareceu
ções e as cores, focos da banda, e de- mais adequado”, revela.
mais efeitos que faziam parte da lin- Sobre os desafios enfrentados para a
guagem do show. Isto tudo separado, realização do projeto, Guilherme des-
cada um, em seu fader. Como usei a taca a projeção do início ao fim sem ser
Grand MA full size, uma console que em telão de LED. “A qualidade da ima-
me permite trabalhar com muitas coi- gem tinha que ser preservada e tínha-
sas pré-gravadas, tratei de explorar ao mos um cenário que colocava as can-
máximo os recursos da mesa, tendo as- toras e os músicos a uma distância não
sim tudo ‘na minha mão’, mas pronto muito confortável para que eu os ilu-
para simplesmente levantar um fader minasse. Hoje, com o avanço tecno-
ou clicar em um botão e dar a dinâmi- lógico e o uso do 3D, das consoles ver-
ca ao vivo e junto com eles. Quando sáteis, melhorou muito nossa condi-
chegamos no DVD estava muito mais ção, mas ainda acredito que a luz no
definido. Eu tinha muitos efeitos espaço real incidindo sobre o corpo
prontos; uma sequência de movi- dos músicos é a concretização do dese-
mento, o chamado chase de position, nho. O 3D é um guia, ajudando a ter
uma strobo”, enumera. bases prontas, e economizando tempo
de gravação; os softwares de desenho e
ÓPERA ROCK das consoles te permitem ter a mesa
Fazendo um paralelo à projeção ma- pronta, as cores definidas, os efeitos. O
peada em palco, com banda ao vivo, teatro é, para mim, a escola para se fa-
por exemplo, Guilherme explica que zer luz em qualquer linguagem. Nele
interligar a performance dos Titãs – aprendemos a conceituar, estudamos
considerando a representatividade estética, aprendemos a trabalhar em
que a banda tem para o cenário do equipe e somos absolutamente rigoro-
rock brasileiro – junto a uma estética sos com o que fazemos”, finaliza.
construída ao longo de mais de 30
anos de atividade, e não se tratando Lista de equipamentos de luz
de atores contratados para uma ópe- Para a gravação de Doze Flores Ama-
ra rock, as músicas precisariam se relas, foram utilizados:
manter como o texto teatral princi- • 18 ROBE MMX Wash beam 1200;
• 16 ROBE 600;
pal, independente do gênero a que
• 20 PAR LED RGBWA 3watts 25 graus;
estariam atrelados. • 12 Ribaltas LED FX 8 (ROBE);
“Tratei de manter os elementos do rock • 12 Ribaltas LED RGBWA;
and roll: luz branca muito intensa e em • Nos refletores, 10 Mole Fay (bruts) de
algumas músicas somente o branco 4 lâmpadas,16 fresneis de 2000w
como luz base, backlight vindo do chão com barn door;
• 60 lâmpadas PAR 64 narrow spot
com ataques em momentos muito es-
(#2);
pecíficos, uso de diferentes posições • 18 elipsoidais ETC 19 graus,
dos aparelhos, partindo do teto e • 6 Atomic 3000;
vindo até o piso, alto contraste em • 01 Grand MA2 Full size e 60
algumas músicas. Creio que a peculi- canais de dimmer.
29
REPORTAGEM| www.backstage.com.br
30
O musical O Homem de
ODE HOMEM
La Mancha, que conta a
história de D. Quixote, é
uma superprodução do
Atelier de Cultura e
finalizou a temporada no
Teatro Bradesco Rio, onde
ficou em cartaz por mais
de um mês. O enredo do
musical traz a história de
LA MANCHA
Miguel de Cervantes,
poeta, ator de teatro e O musical narra diversos momentos
que culminam na encenação da
história de D. Alonso Quijana, fazen-
onais, sendo 30 atores, 16 músicos e 46
integrantes da equipe técnica e teve a
direção de Miguel Falabella.
coletor de impostos, que é deiro tomado pela loucura e que imagi- O teatro Bradesco foi projetado para ter
na ser D. Quixote, Senhor de La Man- uma acústica impecável e qualidade so-
internado em um
cha, um Cavaleiro Errante atrás de nora excepcional alcançada. O objetivo
manicômio no final aventuras para combater o mal, assistir do local é atender a demanda de um es-
dos anos 1590. os indefesos e praticar o bem. O espetá- paço multiuso, respeitando a variação
culo apresenta 27 números musicais, dos sons de cada tipo de espetáculo,
dentre os quais está a música O Sonho sem comprometer a nitidez de cada um
redacao@backstage.com.br
Impossível, um dos maiores ícones da deles. No espetáculo La Mancha, o sis-
Fotos: Divulgação / história do teatro musical. A produção tema de som utilizado foi um Meyer
Ernani Matos completa foi composta por 92 profissi- Sound para o PA, da Gabisom, com
mesa Venue Profile e um comple-
xo sistema RF de microfonação.
Em entrevista à revista Backstage,
os responsáveis pela iluminação e
sonorização do musical, pouco an-
tes de mais uma noite de o espetá-
culo iniciar, contaram um pouco
sobre os desafios e as complexida-
des de realizar O Homem de La
Mancha no Rio de Janeiro.
SONORIZAÇÃO
André Garrido, que atua há dez
anos em teatro musical e mais de
23 anos na área de shows, foi o
responsável pela operação do
som durante a temporada carioca
do musical no teatro Bradesco.
Todo o sistema da casa é Meyer
Sound, configurao em: L, Centro,
R, subwoofer, mais sistema de re-
torno, surround e delay. “O pró-
prio sistema da casa também foi
usado para o La Mancha, o que foi
locado a mais foi o sistema de
surround e nada mais, porque in-
clusive shows que são feitos na
casa, o Gabi (Gabisom) beneficia o
uso do L, Centro, R, subwoofer e Sistema na casa é Meyer Sound (Gabisom)
front fill, o que eu acho um luxo, por-
que não é qualquer teatro que deixa da que cada lado possuia 10 elemen- zer a operação do sistema e dar
usar um sistema assim tão completo. tos, mais seis no centro. continuidade ao trabalho. “Es-
Então o que foram locados a mais em Com designer de som projetado tou aqui como cabeça da área de
termos de caixas foi o sistema de por Daniel D’angelo, Garrido áudio, mas a configuração e o ali-
surround”, explica, informando ain- conta que foi convidado para fa- nhamento foi feito pelo Daniel.
Eu gosto da acústica do teatro. O
Bradesco é um dos que mais gosto
de trabalhar, em especial no Rio
de Janeiro, é o local que me sinto
melhor com relação a equipamen-
to, com relação a serviço, acústi-
ca. A house mix fica num local
onde realmente deveria ser, existe
um respeito com relação ao pro-
fissional de áudio por conta disso,
o que é muito bacana”, elogia.
DESAFIOS
Para Garrido, o principal desafio
ao aceitar o trabalho foi por ser a
primeira vez que operava um es-
André Garrido, operador de áudio no musical “O Homem de La Mancha” petáculo que não são eram as suas
31
que você divide uma banda, fica
REPORTAGEM| www.backstage.com.br
VOLUME SONORO
O bom e velho dilema de ter ou não
muita pressão sonora nas apresen-
tações no Brasil também acompa-
nha os espetáculos teatrais. André
Garrido avalia que há cenas em
que o nível de pressão sonora em
demasia pode dificultar o bom de-
sempenho técnico. “A dificuldade
que eu encontrei aqui é que, nor-
malmente, o brasileiro gosta de um
32
Som é enviado para os músicos mais ou menos configurado, com metais e madeiras agrupados som um pouco mais forte. Eu acho
um pouco excessivo. Por exemplo,
configurações. “Isso foi difícil mundo bem alinhado no tempo na cena do Quarto do Dr. Quijana
para mim. As configurações de certo. Por outro lado, fica muito tem uma complicação, por conta
output não são minhas, elas já vie- bonito na posição que eles estão, a de comb filter. Tem muita gente
ram prontas, então tive que apren- plateia gosta, justamente porque falando muito próximo um do
der e decorar o que já estava previa- eles não estão no fosso. Mas, repi- outro. Os microfones estão muito
mente pronto, o que para mim foi to, é um desafio, porque toda vez escondidos, por questão de design
uma dificuldade, e é uma dificulda-
de para qualquer profissional de
áudio, porque você tem que aprender
todo o mecanismo de como funciona,
todas as marcas em todas as cenas e
isso demanda estudo”, observa.
Outra dificuldade apontada por
André foi a disposição da orques-
tra, ao vivo. Em vez de ficar alo-
cada em um fosso, como é de costu-
me em musicais ou óperas, no De
La Mancha, a orquestra ficava no
andar superior do cenário, dividi-
da em dois grupos, um à direita e
outro à esquerda. “Os músicos têm
aqui uma situação muito confortá-
vel, porque cada um tem uma me-
sa, um mixer de 16 canais, e eles
usam o mixer de acordo com o seu
próprio conforto. A dificuldade
maior é que a orquestra fica dividi-
da, em percussão e metais e bateria
e madeiras. Então isso é um desafio
para o maestro, poder ter todo
mundo em sync, poder ter todo Subwoofer Meyer Sound: privilegiar os graves é mandatório para público brasileiro
Flavio Lago, maestro durante a montagem Sistema de RF mais complexo: técnico tem que saber o posicionamento dos microfones certos para
O Homem de La Mancha cada ator
e por questão de pedido da produ- dentro do musical, e uma dificul- sação, as equalizações, os equilíbri-
ção. Se usarmos microfones muito dade é que o designer precisa se- os, o feeling do andamento de um
longe da boca com uma pressão guir muito o gosto de quem con- espetáculo inteiro, de fazer mais ou
sonora maior do que o aconselhá- tratou. Mas o áudio é o áudio. Ele menos masterizado, isso está se
vel estamos correndo o risco o tem que estar pronto e determina- perdendo. Isso e uma coisa que te-
tempo todo de ter feedback; e tirar do pelo designer, produção e pro- nho visto muito e isso me preocu-
as realimentações, os comb filters dução musical, no caso o maestro pa”, aponta.
com muito volume é muito com- ou regente”, avalia. “Em teatro musical você tem que
plicado”, avalia. Garrido lembra também que um aprender a fundo, a trabalhar to-
“Nesta cena do Quarto, como é dos caminhos é o estudo e aperfei- das as configurações, então você
um local em que ele está adoecido, çoamento técnico dessa nova ge- tem que estudar mais. Tem que
os níveis são baixos, porque eu ração de profissionais de sonori- ter um preparo técnico maior,
achei que tinha que ser baixo, por- zação. “Eu vejo muita gente nova porque a quantidade de sem fios
que normalmente num quarto de trabalhando, vejo muita gente que a gente usa é uma loucura.
um doente se fala baixo. Então a com muito software na mão, e as Você tem que configurar os RFs,
cena já não demanda volumes, e é a pessoas estão esquecendo de usar saber o posicionamento dos mi-
hora em que se escuta melhor, é a o ouvido. É isso que tenho perce- crofones certos para cada ator, para
hora em que não se agride o ouvi- bido. Por exemplo, aqui tenho quem canta, para quem não canta;
do, é uma hora em que se entende um visor que é a leitura do siste- é tudo muito difícil”, completa,
cada sílaba, cada palavra. Mas ma de áudio, mais o visor para ver acrescentando que não gosta de
exitem horas em que eles está lu- o maestro regendo, outro visor desvincular muito o trabalho de
tando, está brigando, e isso de- para os meus snapshots com as designer e operador, porque, em-
manda outro nível de volume. minhas cenas, e outro visor que bora em teatro musical haja essa
são os efeitos, se eu tiver que co- divisão de microfonista, operador,
CULTURA MUSICAL locar mais um na minha frente designer, com a escassa mão de
Para André, o público brasileiro de como normalmente estão fazen- obra de designers, o operador
teatro ainda está em processo de do, que é o das cenas (marcação), muitas vezes tem que dar conti-
formação musical, o que deixa um será muita coisa para você olhar, nuidade aos projetos. “No Brasil o
pouco mais difícil encontrar um e não tem como prestar atenção que acontece é que os designers
equilíbrio perfeito. “Estamos num em tudo. Tudo bem que você não são muito poucos. Então eles pe-
processo de formar cultura sonora erra as marcas, mas, em compen- gam um projeto e logo depois têm
33
REPORTAGEM| www.backstage.com.br
34
Espetáculo contou com o rider de iluminação do próprio teatro Bradesco e ainda com equipamentos da empresa locadora parceira LPL
outros projetos para fazer, e, se lo. Este projeto tem muito critério “Quando a gente precisa para um
não tiverem um profissional de na escolha dos equipamentos que evento específico como esse do
áudio (operador) com grande ní- foram usados. Cada detalhe faz De La Mancha, que exige bastan-
vel de entendimento, o espetá- uma grande diferença, como por te moving e LED, a gente conta
culo pode virar um caos. Acho exemplo na famosa cena de Dom com as empresas parceiras.” , afir-
que o Brasil poderia fazer me- Quixote no topo da escada, em que ma. Nesta peça a LPL Professional
Lighting foi a empresa responsável
pela iluminação incluindo o for-
No Brasil o que acontece é que os designers são necimento de todos os equipa-
mentos para o espetáculo, que foi
muito poucos. Então eles pegam um projeto e logo seguido o prejeto inicial da tempo-
rada em São Paulo.
depois tem outro projeto chamando-os
DESAFIO PARA O DE LA
MANCHA
lhor do que está fazendo hoje se os moving lights BMFL e as duas Outro cuidado na construção do
houvesse um pouquinho mais de máquinas de low fog MDG foram sistema do teatro é o quadro elétri-
carinho e cuidado com o próprio fundamentais para compor esta co de visitante. “Isso é para aten-
trabalho”, observa. cena. De acordo com Vlad Russo, der a montagem do sistema deles
líder técnico de iluminação do (visitante), que é separado, porque
ILUMINAÇÃO teatro Bradesco, a equipe traba- o nosso é blindado”, relata.
A criação da luz foi de Drika Ma- lha com sistema de socapex e De acordo com Orlando Schaider,
theus, uma conceituada Light tomadera, sem vara fixa, o que dá operador de luz do La Mancha, a
Designer e que ganhou um prêmio a possibilidade de montar o set em mesa usada no musical – uma
pelo projeto de luz deste mesmo diversas varas para poder atender a Grand MA - já veio pronta e era só
musical na temporada de São Pau- todos os espetáculos. fazer a programação da própria
MA. “Usamos a MA para contro-
lar os movings ROBE: MC Aurea,
BMFL, etc. Entre as cenas, desta-
caria a cena da igreja. É uma das
cenas em que a Drika Matheus
usou 4 Robes de ponta para fazer
esse gobo da janela, e ficou fantás-
tico; acho que não teria outro
equipamento para fazer esse efeito
da janela”, avalia, destacando que
o projeto de iluminação (Drika
Matheus) também foi um grande
desafio. “Desafio, porque tudo é di-
gital, com poucas lâmpadas quen-
tes e tudo em LED. Tem pouca luz
geral, geral mesmo só para dar a
profundidade, de ir contra. Temos
também mil pontos de luz em fibra
ótica, e isso também foi uma difi-
Local da orquestra
culdade em fazer. Tudo já veio
pronto de São Paulo pela Drika
Matheus e nós só reproduzimos superiores direita e esquerda do controle de efeitos de microfonia,
aqui”, ressalta. palco. Flavio Lago, maestro do etc. “Dosar uma orquestra em um
musical, que alternava a regência microfone é muito mais comple-
ORQUESTRA AO VIVO das apresentações com o diretor xo do que dosar na mão mesmo,
Quase vinte músicos tocando ao residente musical Daniel Rocha, com eles na sua acústica normal,
vivo. O espetáculo trazia uma or- conta que, tradicionalmente, am- porque imagine, por exemplo, que
questra que, ao contrário do tradi- plificar uma orquestra já é algo o som de um trompete é muito di-
cional fosso, foi alocada nas partes complexo, junto com cantores, ferente do som de uma flauta, e
você não consegue competir esses
dois instrumentos em termos de
volume”, observa.
“Quando você tem todos os mi-
crofones abertos e o trompete
toca, o microfone vai pegar todo o
som dele, e todos os outros micro-
fones em volta também. Dosar isso
na hora de amplificar é muito
complexo. É um trabalho difícil e
fazer esse controle de som é com-
plicado. Por isso fizeram esse pro-
jeto pensando na orquestra como
parte integrante do espetáculo,
tanto que a orquestra inteira usa
figurino. É um pouco complicado,
porque a gente não tem total do-
mínio sobre a orquestra. Os músi-
cos têm que estar muito espertos,
porque nem sempre em todos os
momentos eles têm total visibili-
dade do maestro. Então, a orques-
Equipe de iluminação (da esquerda para direita): Fabiano Correa, Orlando Schaider, Anderson Aquino,
Alexandro Alves e Vlad Russo
tra, além de ter muita atenção no
35
tém estruturação rítmica, de um lado.
REPORTAGEM| www.backstage.com.br
COMUNICAÇÃO
TELEVISIONADA
Como os dois lados estavam parale-
lo, eles conseguiam, mesmo de lon-
ge, olhar para o maestro. “Para eles
não é a melhor coisa, mas ainda é o
jeito mais seguro, porque tem uma
televisão ali escondida. Mas a or-
questra precisa de rigidez, de preci-
são extrema, e acontece que a tele-
visão tem um mínimo de delay, o
que atrapalha muito. Então, o mais
difícil desse espetáculo é conciliar o
que os cantores veem nas televisões
36
DIFERENCIAL
O diretor musical fez questão de violão quanto de percussão fo- e não tem nenhum instrumento de
pegar violinistas que fossem es- ram muito importantes em todo teclado, nenhum som é sintetizado;
pecializados em flamenco, por o espetáculo”, acrescenta. o máximo são os efeitos de choque,
conta do espetáculo, da história, Segundo Flavio, com um grupo de mas em geral tudo de música é acús-
e isso fez uma grande diferença. músicos cada lado, a divisão da or- tico”, explica.
“Da parte musical, não é a toa questra ficou da seguinte forma: “(O Homem de La Manhca) é uma
que foi um espetáculo tão premi- instrumentos de sopro (que é extre- peça clássica e se manteve uma
ado, porque ele tem um refina- mamente importante ficarem juntos, estruturação musical, então é mui-
mento musical muito grande, por questões de timbre), os violões, a to bom trabalhar com instrumen-
com muitos detalhes, trazendo bateria e o contrabaixo, ou seja, a cha- tos acústicos e com esta gama de
toda a influência da música es- mada cozinha, que é a parte que man- músicos”, finaliza Flavio Lago.
Equipamentos de Iluminação- LPL Equipamentos de Sonorização (Gabisom)
PA/FOH:
01- Console Grand MA 01 – Yamaha PM5D RH (teatro);
01 – Venue Profile (O Homem de La Mancha);
24 - CE Source 4 Jr - 25/50
24 – Meyer M'elodie (L,C,R)
4 - Atomic 3000 04 – Subwoofers Meyer 700HP;
03 – Meyer UPA-1P delay balcão nobre;
10 - CE Source 4 - 15/30 06 – Meyer UPM-1P front fill;
01 – Meyer Galileu 616;
20 - PAR 16 01 – CLEARCOM SYSTEM (FOH – Monitor)
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LANÇAMENTO| www.backstage.com.br
38
A JBL apresenta
a sua família
VRX900 Series.
Uma série de
modelos de
SERIES
sistema de
falantes e
subwoofers ideal
para quem
VRX900 - VRX932LAP
procura potência,
clareza sonora
para performance
em locais de
características
impróprias aos A linha de line arrays da JBL Serie
VRX900 lidera a indústria no
campo de reforço sonoro. Pensado
SISTEMA COM DUAS VIAS
O modelo VRX932LAP é um potente,
leve e compacto sistema de falantes de
line arrays de também para locais pequenos e fecha- 12” de duas vias desenhado para usar
grande porte. dos, a série de line arrays Constant em formato array de até cinco unida-
Curvature VRX900 foi desenhada e des. Este modelo é a escolha ideal
construída com a possibilidade de ter os quando é preciso muita performance
redacao@backstage.com.br mesmos padrões de uso avançado de um do line array, mas o tamanho do local
Fotos: Divulgação VerTec. Os falantes do modelo entregam não possui características para os tiros
extraordinária potência, clareza, flexibi- longos dos modelos de lines maiores e
Mais infor mações: lidade e, claro, um som magnífico em um ainda há necessidade de um setup rá-
http://www.jblpro.com pacote atrativo, fácil de usar e acessível. pido e fácil.
CARACTERÍSTICAS: Especificações técnicas
O módulo amplificador integrado
JBL Drivepack® DPC-2 projetado Power Rating LF Driver
1750 Watts pico 1 x JBL 2262FF 305 mm (12 in)
pela Crown fornece 1750 Watts de 875 Watts contínuo neodymium magnet
potência de pico. O módulo de en-
Alcance de frequência HF Driver
trada baseado em DSP fornece 3 x JBL 2408J, 38 mm (1.5 in)
57 Hz - 20 kHz
otimização do sistema e funciona- (-10 dB)
Controles de usuário
lidade EQ. Input Attenuator (0-16 dB)
Dimensões
Woofer diferenciado exclusivo de 349 mm x 597 mm x 444 mm
Processamento de sinal
neodímio da JBL para alta potência (13.75 in x 23.5 in x 17.5 in)
DSP based, resident in Input
e baixo peso. Resposta de frequência Module
O VRX932LAP possui 3 drivers 75 Hz - 20 kHz
AC Power Operating Range
2408J Annular Ring Diaphragm (+/-3db)
90-132 VAC ou 216-264 VAC,
HF. O número 2408 representa o Saída máxima de pico 50/60 Hz
mais recente projeto de driver de 136 dB SPL at 1m
AC Conector de entrada
compactação da JBL Professional. Cobertura Neutrik PowerCon (NAC 3MPA)
Guia de onda de Curvatura Cons- 100 x 15 nominal
AC Loop Through Connector
tante para coerência de array sem DPC-2 Saída (IED contínuo em Neutrik PowerCon (NAC 3MPB)
precedentes. forma de ruído rosa na impedância
AC Corrente requerida
de carga nominal)
Hardware de montagem integral LF: 750 Watts, HF: 125 Watts 6A per system a 120V, 3A per
para conexão simples dos gabine- system a 240V
tes e quadro de matriz opcional. DPC-2 Seção de saída
LF: Dual-Bridged Technology™, Peso
Soquete de pólo duplo para flexibi- Class D 24 kg (52 lb)
lidade e ajuste. Acessório opcional
Conector de saída de áudio
O Array Configuration Selector per- XLR com loop through VRX-AF: Quadro de
matriz suspensa
mite "sombreamento de array".
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PRODUÇÃO MUSICAL| www.backstage.com.br
MASTERIZAÇÃO
E M S T E M S
PARTE 2
40
aumentar o ganho do sinal até o modo que o corte seja feito somen-
ponto em que o pico chegue a 0 te naquela frequência, sem afetar
dBFS. Esse processo não é feito em as frequências vizinhas. Caso seja
tempo real como é feito com os realmente necessário fazer cortes
plugins. Aplica-se a normalização muito grandes, talvez seja melhor
ao áudio, gerando um novo arqui- revisitar a mixagem e acertar o que
vo com seu pico batendo em 0 estiver errado. Lembre-se, equa-
dBFS. Eu, normalmente, gosto de lizadores estéreo podem causar 4 – Equalizador middle-side
dar uma ínfima margem de segu- problemas de fase. Para ter certeza Este tipo de equalizador permite
rança. Em vez de ajustar o pa- que isso não acontecerá use um equalizar separadamente o material
râmetro “level” para 100%, eu co- equalizador com correção linear de que está no centro da mixagem do
loco em 99.6%. Mas não há proble- fase. Eles são mais pesados e cau- material que está nas pontas (L ou
ma em colocá-lo em 100%. Colo- sam latência no sistema, mas man- R). É um ótimo artifício quando
car o “level” em 100% significa têm a integridade da fase do sinal queremos aumentar a percepção do
que o pico do sinal processado que passa através deles. estéreo. Este tipo de equalizador
chegará a 0dBFS. A distorção digi- comumente costuma trazer um
tal (clipping) só ocorre quando o parâmetro chamado mono-maker,
sinal vai acima de 0 dBFS, por isso que permite definir uma faixa de
você pode colocar seguramente em frequência e direcionar o sinal das
100%. A minha opção de colocar o pontas para o centro. Isso é particu-
level em 99.6% é mais psicológica larmente útil nas frequências bai-
do que matemática. E também é xas. É claro que nenhuma música é
virtualmente imperceptível ao ou- igual a outra, mas de maneira geral é
vido humano. Como disse antes, comum se privilegiar as frequências
cada um trabalha com seus méto- altas nas pontas e as médias e baixas
dos/hábitos. 3 – Compressor multi-banda no centro.
O compressor multi-banda pode
processar separadamente cada fai-
xa de frequência definida previa-
mente pelo usuário, de modo que
se um bumbo estiver muito alto,
você pode comprimi-lo sem com-
prometer outras partes do áudio. 5 – Compressor
Mas lembre-se que um compres- Esse compressor tem a função ape-
sor multi-banda não comprime só nas de dar uma nivelada suave no
um instrumento. Ele comprime sinal processado até agora. Nor-
2 – Equalizador subtrativo uma faixa de frequência. Ao com- malmente se usa ataque lento e ta-
O equalizador subtrativo é usado primir a faixa de frequência grave xas de compressão pequenas.
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PRODUÇÃO MUSICAL| www.backstage.com.br
deve ser usado com muita cautela, nifica que o sinal está em fase. Se
pois ao apertar demais o parâmetro estiver posicionado à esquerda do
threshold do limiter, com o objeti- centro, algum problema na fase
vo de se conseguir mais volume, está sendo detectado.
vários artefatos são criados, acar-
retando uma deterioração do som.
Os efeitos mais perceptivos desta
deterioração são a distorção, perda
de graves e perda dos transientes
(sons percussivos). Hoje as plata-
6 – Equalizador aditivo formas digitais fazem seu próprio
Este equalizador será utilizado de nivelamento através de algoritmos.
maneira inversa ao equalizador Não faz mais sentido sacrificar a Outros mostram um leque bidi-
mensional. O que estiver fora desse
leque está fora de fase. No entanto,
é comum que ocorram pequenos pi-
Não faz sentido sacrificar a qualidade do áudio
cos fora do leque em um material
em troca de volume, pois, independente do quão alta estéreo, mesmo que este não apre-
a sua masterização esteja ela será nivelada sente problemas de fase. Mas se o
medidor indicar atividade constan-
automaticamente com as outras.
te fora desse leque, isso significa que
há problemas de fase.
42
EXERCITANDO OS OUVIDOS
44
45
Com esse exercício vemos que a Os harmônicos são múltiplos da
ÁUDIO FUNDAMENTAL| www.backstage.com.br
com filtros passa baixa (Hi-Cut) em 8k, precisamos exercitá-lo para um me-
5k e 2k e sempre voltando ao full band. lhor aproveitamento.
Faremos também o exercício de irre- Outro lado importante quando fala-
gularidades na resposta de frequência. mos de nossos ouvidos é o cuidado
Nos exercícios anteriores experi- que devemos ter para não perdermos
mentamos cortar as altas e as baixas, nossa audição. É bom lembrar que a
aqui, agora, trabalharemos com alte- perda auditiva é irreversível e a expo-
rações no espectro. sição a níveis sonoros muito altos por
Com a mesma faixa de música que longos períodos causa perda auditiva,
utilizamos nos outros exercícios, va- como podemos ver na tabela do mi-
mos agora dar 10dB com Q fechado nistério do trabalho.
em 8K. Percebemos que mesmo com É isso aí galera, vamos seguir cuidan-
Q fechado, algumas frequências aci- do e treinando os nossos ouvidos, afi-
ma e abaixo de 8k são afetadas. Em nal dependemos deles para ganhar o
seguida uma mudança de 5dB em 8k. nosso pão!
Agora, faremos um julgamento de Grande abraço e até a próxima!
qualidade sonora.
Como tudo na vida, alguns sons são Para saber online
descritos como simples e outros como
complexos. Estar apto a distinguir
entre o simples e o complexo, ambos
no tipo de diferença e na quantidade
da diferença, é extremamente neces-
sário no trabalho com áudio.
Aqui utilizaremos uma sine wave de
1000Hz e, em seguida, em onda triangu-
lar de 1000Hz. Ouça bem a diferença!
A onda triangular soa diferente por Matérias das edições anteriores
causa dos harmônicos que contém. https://goo.gl/FyJkHq
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TECNOLOGIA|ABLETON LIVE| www.backstage.com.br
DRY / WET
CUSTOMIZE UM CONTROLE PARA QUASE TUDO
Comentar que o
Ableton Live V amos dizer que você precisa de um
controle de “Incrementos” (um
fader ou botão) para controlar um “grupo
tão de incrementos Dry/Wet destacado por
esses retângulos em verde, mas o último da
direita, Auto Filter (X vermelho) não tem!
permite que você
mapeie um
parâmetro para ser
controlável soa até
uma redundância. Figura 01- Plugins Wet/Dry or Not
Mas, em alguns
de efeitos” via Midi controlador, e isso vai
casos, pode ser mandar + mais efeito(Wet) ou - menos
nescessário uma efeito (Dry) para o seu plugin, ou efeito
no áudio!
certa engenharia,
Como exemplo, vou usar um plugin na-
alguns truques tivo da Ableton para mostra a situação
mesmo, para específica, mas o conceito serve para
muitas outras situações!
facilitar nossa vida Para ficar claro do que estou falando,
Figura 02 - Auto Filter
de produtor, veja na imagem a seguir a situação: Vamos focar só no plugin Auto Filter, então!
controladorista, Temos aqui quatro plugins da Ableton, Abra um novo projeto e insira em um
Reverb, Simple Delay, Flager e Auto Filter. áudio Track nesse plugin – Auto Filter!
DJ, etc. Repare que os três primeiros já têm um bo- Abra seu projeto no“Session View”,
do (retângulo vermelho) e aper-
tando com o direito para revelar
submenu (Ctrl + R no PC, ou
Comm + R no Mac), dê um novo
nome a essa instância! Que tal?
WET!
Agora clique nessa instância WET
com o botão direito para selecio-
nar, e com o botão esquerdo crie
uma outra instância Chain, troque
para cor amarela (se preferir) e já
mude o nome para DRY.
*Alternativamente, clique com
Figura 03 - Loop Ref
botão direito do mouse na área
Drop Audio Effects Here para
...Browser (Ctrl + Alt + B no PC ícone (seta verde) à esqueda do Create Chain (para criar uma
ou Alt + Comm no Mac), ...Audio plugin: Macro Controls. nova instância nessa lista).
Effects, ...Auto Filter, agora arras- Nosso próximo passo será selecionar Nesse momento vamos aproximar
te o plugin para cima do track que
você quer o efeito (ou dê duplo
clique). Para facilitar a vizualização,
eu deletei os outros tracks de Midi e
Audio!
Vamos adicionar um Loop para
termos uma fonte de áudio para
testar o resultado do efeito final!
Browser... Samples... Bongos -
121bpm.wav (ou qualquer outro
de sua preferência).
Agora vamos trabalhar no plugin
Auto Filter.
Dê duplo clique no nome do Track Figura 04 - Group Devise
(para revelar o plugin), e clique no
plugin com o botão esquerdo para esse outro ícone logo abaixo, Chain o cursor do mouse junto a esse
selecionar o Devise, e com o direi- List (seta verde ainda à esquerda). ícone Chain e selecioná-lo para
to para revelar o submenu, como Isso vai revelar essa instância do expandir a Zone Editor.
Aproxime o cursor do Mouse junto a
esse pequeno retângulo azul (ZO-
NE) no Zone Editor e veremos o
cursor se transformar de seta (quan-
do em cima do retângulo) para col-
chete a medida que afastamos o
cursor ao longo do Zone Editor.
Com o cursor em forma de colche-
te, aperte o botão esquerdo do
mouse para arrastar (aumentar ar-
Figura 05 - Chain and Rename WET
rastando) esse retângulo que vai se
mostra a imagem acima. Com o plugin em uma lista que permite transformar em uma faixa (Zone
cursor e botão direito apertado, se- que você encadeie (Chain) várias Range) por todo o Zone Editor; de
lecione “Group” (alternativamen- instâncias nesse “Group” criado 0 até o 127.
te Ctrl + G no PC, ou Comm + G anteriormente. Então, selecione Esse é o nosso objetivo com as duas
no Mac). Então selecione esse essa instância com o botão esquer- instâncias (WET/DRY).
49
ABLETON LIVE| www.backstage.com.br
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TECNOLOGIA|PRO TOOLS| www.backstage.com.br
e plugins.
No início,
eram
considerados
V eja na figura 1. Como nos primei-
ros homestudios, apesar de contar
com o computadores, os sons vindos
pressor, por exemplo, e o Pro Tools pensou
neste público também. Neste artigo, va-
mos aprender as formas mais eficientes de
apenas dos módulos de sons, teclados e perifé- interligar seus equipamentos para usar
“brinquedos”, ricos ainda eram essenciais. em conjunto com o Pro Tools.
Então, dependendo da época em que você
se comparados começou a produzir música no computa- SUA INTERFACE É SEU
aos hardwares, dor, é possível que não sinta a menor ne- LIMITADOR
mas não é mais o cessidade de investir em hardware, dada Primeiramente, é importante estar ci-
essa evolução. Por outro lado, muitas pes- ente de que para interligar diversos
caso hoje em dia. soas têm unidades físicas que gostam mui- equipamentos físicos você vai precisar
to, seja um teclado, um reverb ou um com- de uma interface com múltiplas entra-
ra-se que seja reconhecida no seu
computador sem problemas, mas
caso não aconteça, acesse o manual
do fabricante para ver se há necessi-
dade de instalar algum driver.
Dentro do Pro Tools, vamos criar um
Figura 2 - Interface de áudio com múltiplas entradas Instrument Track, que é o único tipo
de track capaz de lidar com conexões
das e saídas (Figura 2). interface, e MIDI IN do teclado no de áudio e MIDI simultaneamente.
A conta é simples: para ligar em MIDI OUT da interface (Figura 4). Talvez você precise melhorar sua
instrumento externo estéreo, você
precisa de duas entradas. Já para li-
gar efeitos externos, é mais com-
plicado; você precisa de duas en-
tradas e duas saídas. Mais abaixo,
falaremos mais sobre o motivo.
INTEGRANDO TECLADOS
COM ÁUDIO + MIDI
No caso de sintetizadores analó-
gicos sem conexão MIDI, não há
muito o que fazer a não ser gravar o
áudio, exatamente como faríamos
com uma voz.
Porém, especialmente os tecladis-
Figura 3 - Teclados workstation
tas que tocam muito ao vivo, geral-
mente têm teclados que, além de Obs.: se seu teclado tiver conexão visualização e acrescentar pelo
meramente poder enviar dados USB, ela pode ser usada como cone- menu View > Edit Window Views
MIDI, também tem um banco de xão MIDI no lugar das ligações tra- as opções “I/O” e “Instrument”.
sons de primeira linha. Dado o in- dicionais mecionadas acima. Espe- No campo I/O, defina no Input a
entrada que você ligou seu instru-
mento e no Output direcione nor-
malmente para suas caixas de som,
como nos outros canais.
Já o campo “Instrument” é referen-
te às conexões MIDI. Então no IN
e OUT escolha a conexão MIDI em
que o teclado foi ligado ou a porta
USB do teclado (Figura 5).
Figura 4 - ligações para teclado externo Este método permite que, na mes-
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TECNOLOGIA|PRO TOOLS| www.backstage.com.br
IN do processador externo, e um
como você quer, e depois gravar o re- comparado a um plugin, como só segundo cabo que vai do OUT do
sultado em um track de áudio, libe- poder ser usado em um único ca- processador externo para o IN da
rando assim o instrumento. nal, manutenção, ruído, dificulda- interface. É importante ressaltar
que se formos usar o OUT 4 da
interface também temos obrigato-
riamente que usar o IN 4. Se usar o
OUT 12, usar o IN 12 também é
fundamental, e assim por diante
(Figura 6).
Lembre-se que se for estéreo, preci-
samos de duas entradas e duas saídas.
Agora temos que pensar que o
Pro Tools não detecta automati-
camente nada. Precisamos “avi-
sar” ao Pro Tools que temos um
processador de efeito inserido.
Para fazer isso, vamos acessar o
menu Setup > I/O… e na aba
“Insert” clicar no botão “New
Path”, escrever o nome do proce-
ssador e avisar se é estéreo ou
mono (Figura 7).
Por último, falta apenas indicar em
que entrada/saída este efeito está
ligado. Para isso, basta clicar na
conexão indicada (Figura 8).
Figura 8 - Atribuição da conexão de áudio Pronto! Agora ao clicar em um
insert, você vai reparar que, além
das opções de plugins, também te-
remos a opção I/O, que interliga
automaticamente o efeito externo
de forma simples (Figura 9).
DETALHES TÉCNICOS
IMPORTANTES
Qualquer um dos dois processos
pode ocasionar latência (atraso
no som). Isto ocorre por três
motivos distintos e que não po-
dem ser confundidos: o tempo de
processamento do Pro Tools, tem-
po de conversão entre o ambiente
digital e analógico e, por último, o
tempo de processamento do equi-
pamento externo.
O tempo de processamento inter-
no do Pro Tools é determinado Figura 9 - Hardware Insert
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VITRINE ILUMINAÇÃO| www.backstage.com.br CADERNO ILUMINAÇÃO
RUSH™ MULTIBEAM 2
http://www.martinprofessional.com.br/
home/produtos/rush-multibeam-2
O RUSH™ Multibeam 2 é um versátil
efeito de luz, com duas barras de LED mó-
veis - cada uma com 5 feixes estreitos con-
trolados individualmente para poderosos
efeitos no ar. Possui 10 beams de longo al-
cance, estreitos e intensos, com dimming
eletrônico e efeito strobe. O RUSH™
Multibeam 2 vem com macros pré-pro-
gramados para efeitos fáceis, função más-
ter/slave, assim como a ativação de DMX
ou sonora. Entre as especificações se des-
tacam efeito multibeam intenso e pode-
roso; 10 LEDs de 10W RGBW com con-
trole individual; duas barras com con-
trole individual.
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ILUMINAÇÃO | www.backstage.com.br
58 CADERNO ILUMINAÇÃO
Vitrine e estratégias promocionais permanentes com Iluminação Cênica. Fonte: Simon Hatter
A iluminação cênica
tem sido referência
para diversas
manifestações
artísticas e cultuais
como recurso
DOS PALCOS
PARA AS VITRINES
essencial para a
valorização de
protagonistas e para Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de even-
tos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design
a proposição de de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba e pesquisa-
dinâmicas que dor em Iluminação Cênica.
também enaltecem
os espetáculos e
shows, transmitindo
sensações e
N esta conversa, esta forma de ilu-
minação será analisada como con-
ceito aplicado a outros espaços, com
como também por interesses estéti-
cos, mas, principalmente, de forma a
estimular a compra e memória dos
fins comerciais, cujo objetivo está re- consumidores.
percepções únicas. lacionado à possibilidade de oferecer O setor de varejo – composto por todas
atratividade e atenção para produtos, as empresas e organizações comerciais
Vitrine e estratégias promocionais pontuais com Iluminação Cênica. Fonte: Retail Jeweller
cujas atividades de venda de bens dade e alternativas versáteis na comércio varejista prezando pela
ou serviços são realizadas direta- forma de demonstrar e comercia- rapidez e eficiência, para o melhor
mente com os consumidores fi- lizar produtos. Essas ações podem atendimento das necessidades dos
nais – faz parte de um segmento ser puramente pontuais, com pra- clientes. Mas onde se aplica a ilu-
de mercado cujas experiências e zos e meios limitados, ou perma- minação cênica nesse contexto?
transformações têm ocorrido de nentes, com proatividade, versati- Os espaços comerciais são desen-
maneira rápida e intensa em lidade e planejamento. volvidos de maneira setorizada,
meio aos avanços tecnológicos e Cada vez mais exigente, o consu- para melhor comodidade e con-
às mudanças de comportamento
dos consumidores. Em condições
normais de competitividade, tor- Inovação e compartilhamento integram
na-se fundamental a busca de es- estratégias adotadas pelo comércio varejista
tratégias diversificadas, alinhadas prezando pela rapidez e eficiência... Mas onde se
à inovação nas soluções e proces- aplica a iluminação cênica nesse contexto?
sos promocionais e de comercia-
lização, para a sobrevivência nos
mercados atuantes. midor final busca novidades, in- forto para os consumidores, orga-
Mas nessa prévia teórica, as em- centivado pelas interações das em- nização visual e projetual. Novas
presas inseridas no varejo neces- presas do setor com os meios de tecnologias surgem constante-
sitam de ações assertivas, dinâ- comunicação e as redes sociais. mente, alinhadas à oferta de solu-
micas e adaptadas a essas mudan- Inovação e compartilhamento in- ções diversas para cada espaço,
ças, exigindo criatividade, agili- tegram estratégias adotadas pelo permitindo também o enalteci-
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ILUMINAÇÃO| www.backstage.com.br CADERNO ILUMINAÇÃO
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ILUMINAÇÃO | www.backstage.com.br
62 CADERNO ILUMINAÇÃO
tar uma história relevante sobre a contemple variações e dinâmicas atmosferas e cenários únicos e per-
marca ou o produto. de acordo com momento diferen- sonalizados, além da valorização,
Projetos luminotécnicos que pre- tes para os mesmos clientes. ornamentação e particularização,
zam por soluções estáticas tendem Ainda sobre a temperatura de cor, o tão próprias para espetáculos co-
a acomodar a percepção visual a correto alinhamento dessa grandeza mo para as vitrines. De fato, a Ilu-
uma condição de monotonia e luminotécnica aos elementos ex- minação Cênica pode se configu-
previsibilidade. Do contrário, postos nas vitrines tona-se funda- rar em uma ferramenta fundamen-
com a possibilidade de simulações mental para o resultado esperado. tal para as estratégias promocio-
versáteis e compatíveis com asso- Complementar a isso, o uso de fil- nais, por todas as possibilidades e
ciações mais interessantes, como tros para luzes coloridas pode ainda recursos disponíveis.
com a simulação das variações da proporcionar vigor e vivacidade, Mais e mais oportunidades surgem
luz no decorrer do dia, que se ca- desde que adequadamente e sutil- para Lighting Designers, em pro-
racterizam pela constante mudan- mente. Em outras condições, com duções artísticas e eventos pontu-
ça de temperaturas de cor e inten- exagero, pode ser atrativo e excitan- ais ou seriados. Outras podem es-
sidade, ou que se alteram sensivel- te, mas a relação da iluminação com tar mais afastadas dos palcos, em-
mente nas mudanças de estação os elementos expostos será comple- bora proporcionem as mesmas rea-
ou mudanças no clima, já se tor- tamente diferente – nesse caso, a luz lizações e satisfações. Muitas delas
nam diferenciais, intrigantes para será protagonista, em detrimento da podem estar evidentes, inclusive,
os consumidores mais atentos. marca ou produtos. na vitrine mais próxima...
Com esses elementos, a ilumina- Aliado a isso, as técnicas de Ilumi- Abraços e até a próxima conversa!
ção de varejo pode se tornar mais nação Cênica identificadas e anali-
atraente e chamativa quando o sadas em conversas anteriores, Para saber mais
projeto de iluminação é otimizado muitas delas associadas aos princí- redacao@backstage.com.br
para os produtos expostos, e que pios do Design e da Gestalt, criarão
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LUIZ CARLOS SÁ | www.backstage.com.br
ROQUE
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O Berço do Herói, proibida pela censura ditatorial em para a primeira leitura: Agildo Ribeiro, Nicette Bru-
1965. Dez anos depois, apoiado pela Globo, ele tentara no, Milton Gonçalves, Sidney Magal, Rogéria, Bem-
transformar a trama em novela, com esse mesmo títu- vindo Sequeira... um elenco estelar. Bibi olhou-me
lo, musicada por Edu Lobo e Caetano Veloso, mas a com aquela cara de “onde-você-estava-é-inútil-falar-
censura voltou a mostrar suas garras e Roque Santeiro de-atraso-de-avião-coisa-e-tal”. Baixei a cabeça e
acabou por só poder ir ao ar em 1985, com uma trilha desisti de falar do voo cancelado que me atrasara.
sonora que acabou por revelar – em dois discos – al- Pouco tempo depois, eu e Guarabyra nos recolhemos
guns dos maiores sucessos da discografia novelesca em algum lugar, não lembro onde, e matamos em uma
brasileira: as compostas por nós, Sá & Guarabyra (Ro- semana a trilha que nos cabia. Voltei com as músicas
que Santeiro, Dona – com o Roupa Nova - e Verdades e para o Rio e gravei com o produtor e arranjador Pedro
Mentiras), o De Volta pro Aconchego de Dominguinhos e Braga, enquanto a Claudia Alvarenga – preparadora
Nando Cordel (com Elba Ramalho), a Vitoriosa de Ivan vocal - tentava ensinar a cantar um elenco que em sua
Lins e Vitor Martins, os Mistérios da Meia Noite de Zé maioria não tinha a intimidade musical necessária.
Ramalho, o Santa Fé de Moraes Moreira... Nos ensaios, fiquei mais próximo de Dias e Bibi.
Foi lembrando disso que entendi a intenção de Dias Compartilhávamos a preocupação com a crise que co-
Gomes em retornar à ideia da comédia musical. meçava a mostrar sua
- Mas vocês já não cara no país e que, como
têm uma trilha do de costume, atingia
Edu com o Caeta- antes de tudo o en-
no? – perguntei ao tretenimento e as
Moysés. artes. Mas na verda-
- Esse material foi de não havia na-
perdido. O que te- quela época uma cul-
mos é o que o Caeta- tura do Musical, co-
no pegou das letras mo já existe hoje
originais do Dias e no Brasil. Dava-se
musicou. Mas falta mais importância
toda a parte do 2º ato. à parte do desem-
Eu queria que você e o penho teatral que
Guarabyra musicas- às habilidades vo-
sem as letras do Dias cais dos atores. O
que estão prontas e resultado acabou
completassem o resto. sendo aquém do
Claro que liguei pro esperado e com
Guarabyra na hora. To- 13 atores e 29 bailarinos/cantores na folha de paga-
pamos a empreitada. A trama era um terreno já bem mento, Roque Santeiro – o Musical não conseguiu se
conhecido por nós e de quebra ganharíamos em Dias sustentar em cartaz por mais de alguns poucos me-
Gomes um parceiro de peso, que havia muito admirá- ses, frustrando a todos que trabalharam duro por
vamos como escritor e teatrólogo. Mas o Moysés não seu sucesso.
parou por aí: No ano passado, a opereta brasileira idealizada por
- Queria também que você fizesse a direção musical... Dias Gomes foi devidamente resgatada em São Paulo,
Pedi um tempo pra pensar. Além de não ser minha es- com trilha sonora de Zeca Baleiro e direção de Débora
pecialidade – nunca havia feito algo semelhante – eu Dubois. Um elenco enxuto e uma produção de acordo
morava em São Paulo e esse tipo de trabalho exigiria com a realidade da nossa cultura tornaram possível o
uma presença constante. Mas Moysés cortou minhas renascimento desse brilhante texto, que parece não en-
preocupações maiores pela raiz: velhecer nunca, admitindo intermináveis releituras.
- Vamos ter um arranjador e uma preparadora vocal. Dias Gomes morreu aos 76 anos, em 1999, num absur-
Em dois ou três dias por semana aqui no Rio você re- do acidente de carro em São Paulo. Dele me resta uma
solve o principal da coisa. carinhosa dedicatória na contracapa de sua autobio-
Voltemos então à avenida Oswaldo Cruz, ao vetusto e grafia: “Para Sá, seu talento, seu profissionalismo, com
imponente prédio dos anos...40? 50?... A funcionária um forte abraço do Dias Gomes – Rio, 17/5/98”.
de Bibi abriu-me a porta. Na sala, os atores reunidos Foi uma honra trabalhar ao seu lado.
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