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1º Período, Ano Lectivo 2010-2011 1 de


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APONTAMENTOS DE FÍSICA E
QUÍMICA
1. Movimentos na Terra e no Espaço
1.1. Coordenadas Geográficas
Para indicar a posição de um local à superfície da Terra,
costumamos usar as coordenadas geográficas latitude e
longitude.
 Latitude: Ângulo medido para cima e para baixo do Equador, ao
longo de um meridiano. Varia de 0 a 90º, Norte ou Sul.
 Longitude: Ângulo medido para a esquerda ou para a direita do
semimeridiano de Greenwich. Varia de 0 a 90º, Este ou Oeste.
 Meridiano: Círculo máximo (passa pelos dois pólos, Polo Norte e
Pólo Sul), perpendicular ao Equador.
 Paralelo: Linha circular, paralela ao Equador, cujos pontos dessa
mesma linha se encontram a igual latitude.
Para localizar um ponto à superfície da Terra torna-se imperativo
saber qual a sua latitude e a sua longitude. Contudo, haverá
situações em que estas duas coordenadas serão insuficientes para
a localização de dado ponto, e nesses casos é necessário saber a
altitude.
 Altitude: Distância,medida na vertical, entre um dado local e o
nível médio das águas do mar.
1.1. Tempo e Relógios
O relógio é utilizado como medidor do tempo desde a
Antiguidade, em variados formatos. É uma das mais antigas
invenções humanas.
Tipos De Relógios. Evolução ao longo dos Tempos
É constituída por duas âmbulas transparentes, que comunicam
Ampulh entre si por um pequeno orifício que deixa passar uma
determinada quantidade de uma âmbula para a outra. O tempo
eta decorrido a passar de uma âmbula para a outra corresponde, em
princípio, sempre ao mesmo período de tempo.
Consiste em dois recipientes, colocados em níveis diferentes: um
na parte superior contendo o líquido, e outro, na parte inferior,
com uma escala de níveis interna, inicialmente vazio. Através de
Clepsidr uma abertura parcialmente controlada no recipiente superior, o
a líquido passa para o inferior, observando-se o tempo decorrido
pela escala.
Este tipo de instrumento evoluiu tecnicamente de forma a permitir
uma medição do tempo com maior exactidão.
Princípio da Clepsidra de Ctésibios:
Conforme desenvolvido por Ctésibios,
são utilizados três reservatórios (A, B,
C). O reservatório A contém uma maior
quantidade de água e seu objectivo é
alimentar água ao reservatório B, cujo
nível é mantido fixo por meio de um
alívio (dito '"ladrão"), ou dreno quase no
topo do mesmo. A água em B flui
continuamente por meio de um orifício
em sua base, indo para o recipiente C, o
qual é graduado para indicar o tempo
decorrido.
Esse vazão é constante, pois o nível do
recipiente B é constante.Mesmo com
essa significativa melhoria, tais relógios são ainda imprecisos, pois há factores
que influem na duração do fluxo de água:
 A variação da pressão atmosférica
 As impurezas da água
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 A temperatura da água
A fabricação de uma Clepsidra exige muita precisão, em especial no que se
refere ao orifício para vazão de água.
Um relógio de sol mede a passagem do tempo pela observação
da posição do Sol. Os tipos mais comunssão formados por uma
superfície plana que serve como mostrador, onde estão
marcadas linhas que indicam as horas, e por um pino ou placa,
cuja sombra projectada sobre o mostrador funciona como um
Relóg ponteiro de horas em um relógio comum. A medida que a posição
io de do sol varia, a sombra desloca-se pela superfície do mostrador,
passando sucessivamente pelas linhas que indicam as horas.
Sol Também existem relógios de sol mais complexos, com
mostradores inclinados e/ou curvos. Os relógios de sol
normalmente mostram a hora solar aparente, mas, com
pequenas alterações, também podem indicar a hora padrão, que
é a hora no fuso horário em que o relógio está geograficamente
localizado.
Mecanismo para medida do tempo baseado na regularidade da
oscilação (isocronismo) de um pêndulo.
A regularidade no movimento de um pêndulo foi estudada por
Galileu Galilei no século XVI, mas a invenção do relógio de
pêndulo é atribuída a Christian Huygens em 1656, na cidade de
Haia, Holanda. A fabricação começou em 1657 por obra de
artesãos holandeses e teve rápida difusão.
Relóg A partirdo século XX, este instrumento foi superado em precisão
io de Para relógio
pelo
um
a quartzo e pelo relógio atómico.
relógio de pêndulo ser um medidor de tempo preciso, a
Pênd amplitude do movimento deve ser mantida constante apesar de
ulo as perdas por atritoafectarem todo o sistema mecânico,
Variações na amplitude, tão pequenas quanto 4° ou 5°, fazem
um relógio adiantar cerca de 15 segundos por dia, o que não é
tolerável mesmo num relógio caseiro. Para manter constante a
amplitude é necessário compensar com um peso ou mola,
fornecendo energia automaticamente, compensando as perdas
devidas ao atrito.

Surgido em 1933, é baseado num cristal piezoeléctrico, o


Quartzo. Quando estimulado por energia eléctrica alternada, por
ser um material piezoeléctrico vibra em uma frequência fixa
Relóg (ressonância), definida pelo seu corte e lapidação, variando muito
io de pouco com a temperatura ou mesmo com a oscilação da energia.
Quart Esta vibração é amplificada por meio electrónico e isso vai
zo accionar um contador de tempo (motor síncrono) onde se obtém
relógios precisos e hoje muito baratos. A aferição da variação
diária do tempo chegou-se a uma precisão de 1/1.000
milissegundos.
Um relógio atómicoé um tipo de relógio que usa um padrão
ressonante de frequência como contador.
Como o próprio nome diz, é um medidor de tempo que funciona
baseado numa propriedade do átomo, sendo o padrão a
frequência de oscilação da sua energia. Como num pêndulo de
relógio, o átomo pode ser estimulado externamente (no caso por
ondas electromagnéticas) para que sua energia oscile de forma
regular. Por exemplo: a cada 9.192.631.770 oscilações do átomo
de césio-133 o relógio entende que se passou um segundo. Os
elementos mais utilizados nos relógios atómicos são hidrogénio,
rubídio e, principalmente, césio.
Relóg O seu funcionamento não é tão simples. Com base em estudos
io anteriores, os pesquisadores conhecem a frequência máxima
Atómi com que esses átomos libertam energia, a sua frequência de
co oscilação. Os mecanismos do relógio estimulam os átomos por
meio de microondas e ondas magnéticas, até atingir essa
frequência, que é interpretada como tempo de acordo com os
padrões já conhecidos.
O primeiro relógio atómico foi construído em 1949 nos Estados
Unidos. Uma versão aprimorada, baseada na transição do átomo
de césio-133 foi construído por Louis Essen em 1955 no Reino
Unido. Isto levou a uma definição internacionalmente aceita
acerca do segundo baseada no tempo atómico.
Desde 1967, a definição internacional do tempo baseia-se num
relógio atómico, assim como os relógios, satélites e aparelhos de
última geração. Ele é considerado o mais preciso já construído
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pelo homem e mesmo assim atrasa: 1 segundo a cada 65 mil


anos. Assim, o Sistema Internacional de Unidades (SI) equiparou
um segundo a 9.192.631.770 ciclos de radiação, que
correspondem à transição entre dois níveis de energia do átomo
de césio-133.

Relógios atómicos utilizam sinais de microondas precisos, que os


electrões dos átomos emitem quando transitam entre níveis de
energia, NÃO UTILIZAM RADIOACTIVIDADE.
As frequências/períodos associados às transições electrónicas são
mais precisas e, portanto, com essas frequências podem-se
construir relógios mais precisos.
As transições entre os níveis de energia dão origem a riscas
hiperfinas, pois os níveis de energia têm valores próximos, o que
faz com que o valor da energia associada à transição entre esses
níveis seja muito pequeno, na gama das microondas.
O erro associado a estes relógios é de cerca de 10-9s/dia
10-9s1 dia=10-9s24 h=10-9s24h×3600 s=1,16 ×10-
14s
1.1. GPS: Global Positioning System
O GPS é um sistema de navegação que utiliza informação
proveniente de satélites, para fornecer com rigor as coordenadas
de um lugar: Latitude, Longitude e Altitude.
Foi desenvolvido pelo sistema de defesa dos E.U.A, para fim
militar.
É um sistema dividido em três partes:
 Segmento Espacial
 Segmento de Controlo
 Segmento do Utilizador.
1.1.1.Segmentos de Utilização do GPS
1.1.1.1.Segmento Espacial
É formado por 24 satélites, propriedade
dos E.U.A, que descrevem órbitas
aproximadamente circulares,
perpendiculares ao Equador, a cerca de 22.000 Km de
altitude.Percorrem duas voltas à Terra por dia.
As órbitas destes satélites estão contidas em seis planos, que
fazem um ângulo de 60o entre si. Em cada órbita existem quatro
satélites para que, em qualquer ponto da Terra estejam em linha de
vista pelo menos quatro satélites.
Os satélites obtêm energia de painéis solares, constantemente
voltados para o Sol. Cada satélite tem quatro relógios atómicos,
com uma precisão de 3 ns. Estes satélites transmitem/recebem
informações relativas a posição e tempo na banda dos microondas.
1.1.1.2.Segmento De Controlo
O Segmento de Controlo tem a sua “base-mor” numa estação
de controlo, em St. Louis. Existem ainda, para auxílio às funções de
vigia e controlo onze estações e monitorização
NGA(NationalGeospatial-Intelligence Agency), espalhadas pelo
Globo.
Existem ainda outras seis estações de monitorização,
pertencente à força aérea norte-americana, responsáveis pela
monitorização dos satélites. Na realidade, estas são responsáveis
por:
 Controlar as posições dos satélites, a velocidade e o
tempo marcado nos seus relógios;
 Analisar as condições atmosféricas que possam vir a
introduzir erros no sistema, visto que a velocidade de
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propagação das ondas electromagnéticas pode ser


afectada pela composição da atmosfera;
 Efectuar correcções às orbitas e relógios dos satélites
através do envio de informação codificada. Os relógios
dos satélites, extremamente precisos, ficam
sincronizados com os relógios dos receptores GPS que,
por razões económicas, são relógios de quartzo.
1.1.1.1.Segmento do Utilizador
É constituído pelos receptores do GPS e por quem os utiliza.
Os receptores de GPS caracterizam-se por:
 Receber e descodificar os sinais dos satélites;
 Poder receber e trocar dados com outros utilizadores
e com computadores;
 Permitir a quem navega dispor de mapas detalhados
de cidades e endereços úteis, obter a melhor rota até um
local desejado ou conhecer coordenadas de posição.
1.1.1. Como funciona um GPS?
Os satélites de GPS enviam sinais para os receptores através
de ondas electromagnéticas. Os satélites de GPS enviam os sinais
em instantes precisos. O receptor possui informação rigorosa do
instante em que cada satélite envia esses sinais. O sinal propaga-se
à velocidade da luz.
O tempo que decorre entre a emissão e a recepção do
sinal permite determinar a distância entre o receptor e o
satélite.

QUÊ A UTILIZAÇÃO DE RELÓGIOS ATÓMICOS


elógio de quartzo pode atrasar/adiantar, na m elhor das hipóteses, 1s
gio quartzo±1 s30 ×24 ×3600=±1 s2,6 ×106s=±3,86 ×10-7s/s
e período, de tem po, a luz percorre:
d=c×Δt ⟺ 3×108 ×3,86 ×10-7⟺d=115,8 m
o nos relógios que equipam os satélites é de 3 ns.
⟺ 3×108 ×3,00 ×10-9⟺d=0,30m

Em princípio, três satélites seriam suficientes para localizar a


posição de um lugar na Terra: Latitude, Longitude e Altitude.
Contudo, os relógios atómicos, altamente precisos, têm que estar
sincronizados para que as distâncias calculadas pelo método
anterior estejam correctas.
A sincronização dos relógios que equipam os satélites e os
receptores GPS é um aspecto essencial. Este problema é resolvido
com a introdução de um quarto satélite de referência.
1.1.2.Precisão de um receptor GPS
Os receptores comerciais permitem localizar um dado ponto
na Terra com uma margem de erro inferior a 10 metros. Segundo a
Teoria da Relatividade de Einstein, os relógios atómicos existentes
nos satélites sofrem atrasos. Tais atrasos, caso não fossem
corrigidos, tornariam o GPS inútil, pois o erro ao fim do dia seria de
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vários quilómetros. São as correcções introduzidas com base na


Teoria da Relatividade de Einstein que tornam o GPS tão eficaz.
1.1.3.Aplicações do GPS
Além da sua aplicação óbvia na aviação geral e comercial e na
navegação marítima, qualquer pessoa que queira saber a sua
posição, encontrar o seu caminho para determinado local (ou de
volta ao ponto de partida), conhecer a velocidade e direcção do seu
deslocamento pode beneficiar em muito com o sistema.
Actualmente o sistema está presente em automóveis com sistema
de navegação de mapas, que possibilita uma visão geral da área
que você está percorrendo.
A comunidade científica utiliza-o pelo seu relógio altamente
preciso. Durante experiências científicas de recolha de dados,
podem-se registar dados com precisão de microssegundos, quando
a amostra foi obtida. Naturalmente a localização do ponto onde a
amostra foi recolhida também pode ser importante.
Guardas florestais, trabalhos de prospecção e exploração de
recursos naturais, geólogos, arqueólogos, bombeiros… são
enormemente beneficiados pela tecnologia do sistema.
Fonte: Wikipédia, a Enciclopédia Livre
1.1.4.Galileo, Sistema de Navegação Europeu
Actualmente existem três sistemas de navegação por satélite: o
GPS norte-americano, o Glonass russo e o Compass chinês. Para
tornar a União Europeia independente da prestação de serviços
com base nesses sistemas, está a ser desenvolvido um sistema
europeu, que estará em funcionamento dentro de poucos anos, em
2012, o Galileo. Vocacionado para utilização civil, este sistema está
a ser desenvolvido com o apoio da Agência Espacial Europeia.
1.2. Localização da Posição. Coordenadas Cartesianas
Para estudar movimentos à superfície da Terra, podemos muitas
vezes ignorar a curvatura da Terra, considerando-a plana. Neste
caso é conveniente usar coordenadas cartesianas ao invés das
coordenadas geográficas.
1.2.1.Conceptualização
Movimento/Repouso:Nem sempre duas pessoas estão de acordo
relativamente a estes dois conceitos ou quando descrevem o
movimento de um corpo. Se eu estiver sentado num comboio
em movimento, estou em repouso em relação ao banco
onde me sento e em movimento em relação a alguém que
está a contemplar a paisagem, que entretanto fora
irrompida pelo comboio.
Referencial: Sempre que descrevemos o movimento de um corpo,
é necessário dizer “em relação a quê” é que ele se move. Ao
conjunto de referência associa-se um sistema de eixos ou
referencial.
Trajectória: Linha imaginária que une as diversas posições
ocupadas pelo corpo no seu movimento. As trajectórias podem ser
rectilíneas ou curvilíneas.
Centro de Massa: Quando estudamos o movimento de um corpo,
sem atender a rotações ou translações, ele pode ser representado
por uma partícula, centro de massa. Sempre que a trajectória é
rectilínea, o movimento será a uma dimensão, podendo ser descrito
por um único eixo, que se faz coincidir com a trajectória.
1.2.2. Gráficos posição-tempo para movimentos rectilíneos
Diz-se que uma partícula está em movimento em relação a um
dado referencial quando a posição dessa partícula variar, ao longo
do tempo, em relação a esse referencial.
A ilustração abaixo mostra as posições de um carrinho, que
pode ser considerado uma partícula, em intervalos de tempo de 1s,
movendo-se de A a F, passando sucessivamente por B, C, D e E.

X/m
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E D O A C F B
-3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
6
Quando fazemos x=x(t), o instante t é a variável
independente e a posição xa variável dependente. Por isso, numa
representação da função, t deve ser representado no eixo das
abcissas. Quando queremos representar graficamente a função
x=x(t), é útil fazermos primeiroumatabela com as variáveis.

Tempo Posição X
(s) (m) A linha que representa a função x(t) não
0 1 é a trajectória da partícula. A trajectória
da partícula. A trajectória da partícula é
1 1 a linha recta apresentada na figura.O
gráfico x(t) permite-nos contar a
2 4 “história” da partícula.
3 2 Parte da posição x=1m
Nos primeiros dois segundos, a
4 -1 partícula passou da posição
x=1m para x=4m (Ponto B); a
5 -3 distância percorrida é de
3m,deslocou-se positivamente,
6 3 distanciando-se da origem. A
função x(t) é crescente neste
intervalo de tempo
 Entre os instantes t=2s e t=5s, a partícula passou
da posição x=4m para a posição x=-3m (Ponto E). Primeiro
aproximou-se da origem, O, passou por esta e depois
afastou-se, movendo-se sempre no sentido negativo. A
função x(t) é decrescente neste intervalo de tempo
 Entre os instantes t=5s e t=6s, a partícula passa da
posição x=-3m para x=3m (Ponto F): 1º aproximou-se da
origem, O, ultrapassando-a e afastando-se desta, movendo-
se sempre positivamente. A função x(t) é crescente neste
intervalo de tempo.
 No instante t=2s, a função tem um máximo: a partícula
inverte o sentido do movimento, passando a movimentar-
se do sentido positivo para o sentido negativo.
 No instante t=8s, a função tem um mínimo: a partícula
inverte o sentido do movimento, passando a movimentar-
se do sentido negativo para o sentido positivo.
 A partícula passa pela origem do referencial em todos os
zeros da função x(t)
1.1. Distância Percorrida e Deslocamento
Consideremos a figura abaixo, que mostra as posições ocupadas
pelo centro de massa de um carinho telecomandado, que parte da
origem, O, se dirige para A, segue para B e, finalmente chega a C.

-20 0 20 40 60
80 percorrida sobre a trajectória representa-se por Δs e
A distância
dá-nos o valor do comprimento da trajectória efectuada num
C intervalo de
determinado O tempo. A
Deslocamento é a grandeza que indica a variação da posição
de uma partícula, independentemente da trajectória efectuada, e
representa-se por Δr. O deslocamento é uma grandeza vectorial. O
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deslocamento tem origem na posição inicial e extremidade na


posição final.
Δr=Pfinal- Pinicial
Num movimento rectilíneo, o valor do deslocamento é dado pela
diferença das abcissas das posições final e inicial, marcadas no eixo
dos xx, que se fez coincidir com a trajectória.
Numa trajectória rectilínea, o módulo do deslocamento
só é igual à distância percorrida, se não existir inversão do
sentido do movimento. Sempre que há inversão no sentido
do movimento, numa trajectória rectilínea, a distância
percorrida é igual ao módulo do deslocamento.
1.2. Rapidez e Velocidade
1.2.1.
1.2.2.Rapidez Média
Razão entre a distância deslocamento e o intervalo de
percorrida pela partícula e o tempo.
tempo gastado pela partícula. vm=ΔrΔt
Unidade SI: m/s
rm=ΔsΔt Em movimentos rectilíneos, cuja
1.2.3.Velocidade Média direcção da trajectória coincide
Grandeza vectorial, com a com as abcissas, o valor da
direcção e o sentido do velocidade média é:
deslocamento. Quociente entre o vm=ΔxΔt
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1.2.4.Velocidade Instantânea (Velocidade)


A velocidade define-se num dado instante. É uma grandeza
vectorial, tangente à trajectória, que aponta no sentido do
movimento e cujo módulo indica a rapidez do movimento nesse
instante. A velocidade no instante t pode ser considerada igual à
velocidade média, no intervalo de tempo mais pequeno.
v=ΔrΔt
A velocidade de uma partícula varia se variar:
 O seu módulo (comprimento do vector);
 A sua direcção;
 O seu sentido.
NB: Em movimentos
Para movimentos rectilíneos curvilíneos, a
velocidade nunca é
 Se v>0 e a>0, movimento constante.
rectilíneo acelerado
 Se v>0 e a<0, movimento 1.1. Gráficos
rectilíneo retardado Posição/Tempo
 Se v<0 e a<0, movimento Vamos considerar o
rectilíneo acelerado seguinte gráfico
 Se v<0 e a>0, movimento posição/tempo:
Velocidade:
 Em A: Dada pelo declive da recta de comprimento t=1 a t=4.
B Tem valor positivo.
 Em B: Recta tangente, com declive nulo. A velocidade neste
ponto é zero. Neste ponto ocorre inversão do sentido do
A
C movimento.
 Em C: Dada pelo declive da recta de comprimento t=4 a t=9.
Tem valor negativo.
1.1. Gráficos Velocidade/Tempo
Uma partícula desloca-se numa trajectória rectilínea ao longo do
eixo dos xx, sendo o gráfico posição/tempo o seguinte.
A partir do gráfico velocidade-tempo, retiramos as seguintes
conclusões:
 T0 e T1 Velocidade = 0 m/s;
 T1 e T2 Velocidade> 0 e aumenta com o passar do tempo;
 T2 e T3, T3 e T4Velocidade <0. O corpo desloca-se no
sentido negativo, mas o seu módulo é cada vez maior.
 T4 e T5 Velocidade é constante e de valor negativo.
 T5 e T6  Velocidade aproxima-se do zero. Contudo, como o
movimento continua a ser negativo, as velocidades são
também negativas.

1.1. Aceleração
Aceleração é uma grandeza vectorial que mede a variação da
velocidade num determinado intervalo de tempo.
Em trajectórias rectilíneas, a aceleração tem SEMPRE a mesma
direcção da velocidade. Se a direcção e o sentido do movimento
forem os mesmos da velocidade, então o movimento é acelerado.
Se a direcção da aceleração for a mesma da velocidade mas os
sentidos forem opostos, então o movimento é retardado.
Unidade SI: m/s2
am=ΔvΔt
1. Da Terra à Lua
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1.1. Forças
 As Forças resultam sempre de interacções entre dois corpos.
 Essas interacções podem ser de dois tipos:
○ De Contacto: Se o agente que exerce a força tem de
entrar em contacto com o objecto onde a força actua, a
força é de contacto.
○ À Distância: São forças que actuam quer os corpos
estejam em contacto quer exista uma certa distância
entre eles.
1.1. Forças fundamentais da natureza.
Issac Newton concluiu que a força responsável pela queda de
uma maça é a mesma força que mantém a Lua no seu movimento
em torno da Terra e a mesma que actua entre os astros que
observamos no céu.
Tal como Newton, os físicos procuraram sempre distinguir as
forças da Natureza e atribuir-lhe unidades.
A estrutura do Universo, tal como existe hoje, deve-se a
quatro interacções (forças) fundamentais da Natureza.
 Força Gravítica
 Força Electromagnética
 Força Nuclear Forte
 Força Nuclear Fraca
1.1.1.Força Gravítica
A força gravítica que a Terra exerce sobre os corpos que se
encontram junto dela é bastante evidente para nós.A queda de
uma maçã de uma macieira deve-se à interacção entre a maçã e o
planeta Terra.
Esta interacção é do mesmo tipo da que ocorre entre a Terra e
a Lua, ou entre a Terra e o Sol. A força resultante destas
interacções dá-se o nome de força gravítica.
As observações e reflexões de Galileu, no século XVII,
levaram-no a afirmar que, no vazio, todos os corpos, grandes ou
pequenos, caem com a mesma aceleração.Foi apenas com Newton
que se passou a entender melhor a força gravítica, de forma
matemática, e se passou a explicar, também matematicamente, o
movimento dos corpos.
 A força gravítica é sempre atractiva.
 A sua intensidade relativa é pequena mas o seu
alcance é infinito.
 Está na origem da formação das galáxias, estrelas e
planetas. Responsável pelo movimento dos astros,
pelas marés e pela retenção da atmosfera. É a ela que
se deve a estabilidade do Universo e, em particular, do
Sistema Solar.
1.1.1.Força Electromagnética
 Pode ser atractiva ou repulsiva.
 Tem um alcance infinito.
 Está na origem dos fenómenos eléctricos e magnéticos.
 É a responsável pela coesão dos corpos e está na base da
ligação química
 É responsável pelos fenómenos químicos e bioquímicos.
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1.1.1.Força Nuclear Forte


 Responsável pela união dos protões com os neutrões para
formar o núcleo atómico.
 É a mais intensa das quatro forças fundamentais da Natureza
(O facto de manter unidas cargas do mesmo sinal, que se repelem, prova
que é que é mais forte do que a força electromagnética.)
 Tem alcance muito curto, 10-15m.
1.1.1.Força Nuclear Fraca
 Responsável pelo decaimento radioactivo de certos núcleos,
pois consegue transformar protões em neutrões.
 É essencial para a vida no nosso planeta, pois desempenha
um papel decisivo na produção de energia pelo Sol.
(Transformação de hidrogénio em hélio, com a consequente libertação
de energia, faz-se as custas da interacção fraca).

Nuclear Electromagn Nuclear Gravitaci


Forte ética Fraca onal
Alcance 10-15m Sem limites 10-16m Sem
limites
Interactu
a entre Interactua
quarks Interactua Interactua entre as
Interacç entre todas as entre massas de
ão cargas electrões todos os
eléctricas corpos

Mantém Mantém os É Mantém


a átomos responsável os
Efeito agregaçã agregados pela planetas
o nuclear uns aos radioactivid nas suas
outros ade órbitas
Intensid 1 10 10 10
ade
 A força fraca é 10-5 vezes mais fraca que a força forte.
 O seu alcance é de 10-16m.
1.1. 3ª Lei de Newton
Lei de Gravitação Universal
Já vimos que as forças aparecem aos pares, porque resultam
de interacções entre dois corpos.
Existe, neste conjunto,
F Terra/Maçã
uma interacção à
distância.
Existem, neste conjunto,
F Maçã/Terra um par de forças, FTerra/Maçã
e FMaçã/Terra. Estas forças
estabelecem entre si um
par acção-reacção.
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1.1. 2ª Lei de Newton Existem duas interacções:


Lei Fundamental da 1. Interacção
mesa,
entre o livro e a
representada pela
Dinâmica força An, Força de contacto.
(Rné a força que a mesa
exerce no livro)
Rn 2. Interacção entre a mesa e a
Terra, FgeF'g, Forças à
An distância.
O livro não penetra na mesa
Fg nem começa a levitar,
porqueRneFganulam-se. Isto
acontece porque ambas são
iguais em módulo, e têm
sentidos opostos. Não
constituem um par
acção/reacção, porque estão
aplicadas no mesmo corpo.

F'g

Quando uma força actua num


corpo, podem acontecer as
seguintes alterações de
velocidade:
 A Velocidade varia só em intensidade;
 A Velocidade varia só em sentido;
 A Velocidade varia só em intensidade e sentido.

1. Se a velocidade do corpo é nula, a força faz mover o corpo.

3ª Lei de Newton
Se um corpo A exerce uma forca sobre um Corpo B, o Corpo B
exerce também uma força sobre o Corpo A, de igual direcção e
intensidade, mas com sentidos opostos.
FA/B=-FB/A
Características que constituem um par acção/reacção:
 Tem o mesmo módulo e direcção;
 Têm sentidos opostos;
 Actuam em corpos diferentes e, por isso, os seus corpos nunca
se anulam;
 Resultam da mesma interacção
Lei da Gravitação Universal (Lei da Gravidade de Newton)
Dois corpos atraem-se exercendo, um sobre o outro, uma força que é
directamente proporcional às suas massas e inversamente
proporcional ao quadrado da distância entre os seus centros de
massa
F=Gm1m2r2,G=6.67×10-11N∙Kg-2∙m-2
Escola Secundária Carlos Amarante Página
1º Período, Ano Lectivo 2010-2011 14 de
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2. Se a força tem a mesma direcção da velocidade, ela só faz


variar a intensidade (ou módulo) da Nesta
velocidade.
figura, podemos
verificar que o módulo da
f velocidade aumentou. Isto
acontece sempre que a
força aplicada tem a
v mesma direcção e sentido
v da velocidade. Se a força
se mantiver constante, o
movimento será rectilíneo
uniformemente acelerado.
Aqui, a velocidade e a força
têm também a mesma
direcção (o movimento é
rectilíneo). Contudo, tendo
a força sentido oposto à
velocidade, vai provocar
uma diminuição da
intensidade desta. O
movimento será rectilíneo
uniformemente retardado.
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1º Período, Ano Lectivo 2010-2011 15 de
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f3. Se a força não tiver a direcção da velocidade, faz mudar a


v
direcção da velocidade, podendo ou não alterar o seu módulo.
v
v Neste caso, v Neste caso, só há
há alteração alteração da
no módulo e direcção da
F na direcção velocidade. O
da F módulo da
velocidade. velocidade é
constante.
Foi o Inglês Isaac Newton que estabeleceu a relação entre a força e
Movimento
a aceleração, válida para qualquer corpo de massaUniforme.
Circular constante.
Newton demonstrou que:
 A aceleração média adquirida por uma partícula é
directamente proporcional à força aplicada.
 Se aplicarmos a mesma força a corpos diferentes, verificamos
que a∝ 1m.

2ª Lei de Newton
A resultante das forças que actuam sobre um corpo de massa
constante é directamente proporcional à aceleração adquirida
por ele, sendo a constante de proporcionalidade igual à massa
do corpo.
Fr=massa×aceleração ⟺Fr=m⋅a
N.B: 1 Newton é a força que provoca num corpo de 1 kg de
massa uma aceleração de 1m/s2.

1ª Lei de Newton
A 1ª Lei de Newton é um caso particular da 2ª Lei de Newton, e
enuncia-se do seguinte modo:
Se a resultante das forças que actuam num corpo for nula, o
corpo permanecerá em repouso se estiver inicialmente em
repouso, ou terá movimento rectilíneo uniforme se estiverem
movimento.

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