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JORNALÍSTICO
Tópicos A bordados:
Inferência
Pode soar cômico, mas como tudo tem um porém, aqui não haveria
de ser diferente. Como toda Revolução, as conseqüências dessa não
tardariam a aparecer. Trata-se da interferência da velocidade na
qualidade do material jornalístico. Isso mesmo, as novas tecnologias
trouxeram, simultaneamente, possibilidades inovadoras aos
jornalistas e impaciência e competitividade avassaladorasaos editores
e chefes de redação. Resultado: Barrigadas, erros de informação,
equívocos gramaticais e acintes à credibilidade outorgada pela
sociedade aos profissionais do jornalismo estão sendo cometidos.
Segundo Manuel Castells em ‘A sociedade em rede‘(1999), essa nova dinâmica de
trabalho destaca o valor do capital humano em um universo estruturado em redes
telemáticas. Redes que permitem que o mercado financeiro funcione 24 horas por
dia, independentemente de uma estrutura física e levando em conta apenas a
velocidade em que as informações são propagadas.
O caso mais recente aconteceu no dia 20 de maio desse ano. A
Globonews, canal fechado de notícias da Rede Globo, informou que
um avião da companhia Pantanal havia caído em um prédio comercial
da zona sul de São Paulo. A emissora rapidamente entrou ao vivo com
imagens de um incêndio em São Paulo, informando que a causa era a
queda de um avião e narrando possíveis detalhes da queda.
O texto na web
Conforme foi dito, é sabido que as novas tecnologias da informação
alteraram, de uma forma ou de outra, o texto padrão até então
escrito pelos jornalistas. Mas, diferente do que foi
exemplificadaacima, essa alteração também agregou infindáveis
qualidades ao modo de fazer jornalístico e à linguagem inerente a ele.
Muitos profissionais se entusiasmaram logo com as novas
potencialidades que ‘o virtual’ deu ao jornalismo; Outros profetizaram
a sua chegada como o fim do jornalismo de boa qualidade.
Entretanto, o fato é que, um texto bem escrito continua sendo
fundamental para manter funcionando as engrenagens do jornalismo.
E quem tem bom texto para jornal impresso, rádio ou TV,
possivelmente terá bom texto para o Jornalismo Online.
O jornalista deve apenas observar que a maior diferença entre essas
mídias e o Online está no entendimento da leitura do internauta. Pois,
este apenas passa os olhos pelas telas à procura de palavras-chave.
Não tem tempo nem disposição para as grandes reflexões nem para
textos extensos e faz questão de ler o texto a sua maneira. Sem lhe
seja exigido um ordem ou um entendimento linear dos
acontecimentos.
E é por isso que, o jornalista online deve não apenas saber escrever,
como precisa saber como dispor o texto no suporte. Ou seja, esse
profissional tem de conhecer o mínimo dos tipos de letras, da
composição visual, do uso de cores, corte e edição de fotos, áudio e
vídeo utilizados no universo da web. Mas, por quê?Porque somente
dessa maneira, o jornalista vai ter noção dos instrumentos que
poderão ser utilizados por ele a fim de transmitir a informação da
forma mais clara, objetiva e fidedigna possível.
“Considero, então, que não há um ‘formato para a internet‘ ou ‘formato para a Web‘. Existem
diversas maneiras de se usar textos e outros conteúdos na mídia em rede. Cada uma tem
uma aplicação determinada, com vantagens e desvantagens”. (Nilson Lage)
Transposição pura
Maior disponibilidade do que o texto impresso, distribuição
instantânea, onipresença, rapidez e baixo custo de publicação,
facilidade de visualização, facilidade de impressão, são muitas as
facilidades trazidas pela web. Mas, ainda assim, muitos veículos não
enxergam na web um nicho de investimento e apenas transpõem o
texto do papel para a rede. A exemplo disso tem-se os três maiores
jornais impressos do Estado de Mato Grosso que, ainda que possuam
portais de notícias, nenhum tem um equipe responsável apenas pelo
portal. As notícias são completamente iguais às do jornal impresso.
E, logicamente, essa prática é condenável. Pois, assim como o texto
para o rádio, a TV e o jornal impresso têm a sua particularidade, o
texto para web também merece atenção especial. Porque, do
contrário, não se aproveita bem os recursos da mídia, como
hipertextos, fotografias, vídeos, áudios, entre outros.
‘A internet é o fim da profissão de jornalista. Ou pelo menos da dignidade dela. O mais digno,
barrigudo e pomposo jornalista corre o risco de ser xingado por um molequinho em Mogi das
Cruzes. Ou de ser contestado num detalhe qualquer por um sujeito vagamente
desequilibrado que mora entre pilhas de jornais velhos no Baixo Leblon. Não importa se o
texto estava liricamente, solenemente, melancolicamente, maravilhosamente escrito.‘
(Alexandre Soares Silva – Jornalista )
O mercado de trabalho
Dentro da era da ‘Sociedade da informação’, o mercado jornalístico,
em especial, o da web não poderia estar mais aquecido. Não é à toa
que jornal de papel, rádios e as próprias emissoras de TV estão
preocupadas com as proporções que esse nicho está tomando. Assim,
pelo menos uma vaga existe em toda a redação: a do jornalista que
coloca na Web matérias feitas para outras mídias. Mais empresas de
comunicação estão desenvolvendo redações especificamente para a
internet, e a disseminação de acesso por cabo de TV e por rádio
exigirá muitos profissionais multimídia.
Depois que do ‘boom’ da internet em 2000, o mercado para
profissionais da Web só fez crescer. Espaços nunca pensados para a
prática do jornalismo, como blogs, flogs, comunidades virtuais, entre
outros, já possuem credibilidade e acessibilidade igual ou maior do
que as demais mídias. Para se ter uma idéia, o blog jornalístico do
repórter Ricardo Noblat –mesmo com baixo investimento- possui mais
acessos hoje do que o jornal impresso da Folha do Estado.
Dados como este não deixam negar que está havendo sim uma
gigantesca reestruturação dentro da organização jornalística. Mas
apenas na Web, que é um mercado limitado, de qualquer forma. O
maior mercado para os conhecimentos de tecnologia online está nas
empresas e nas assessorias de imprensa empresariais, porque
empresas médias e grandes começam a desenvolver suas páginas
Web e suas intranets e já precisam de quem desenvolva conteúdo e
press kits para estes novos canais de informação.