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10/4/2018 Conquista de Damasco (1918) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Conquista de Damasco (1918)


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A conquista de Dam asco pelos Aliados tev e lugar
entre 26 de setembro e 1 de outubro de 1918, no âmbito Conquista de Damasco
do teatro de operações do Médio Oriente da Primeira
Guerra Mundial. Como o resto da Síria e Palestina, Primeira Guerra Mundial
Teatro do Médio Oriente
Damasco era uma cidade do Império Otomano. A tomada
da cidade pelos Aliados ocorreu na sequência da batalha
de Megido, da conquista de Haifa e da v itória na batalha
de Samakh, que abriram caminho para norte desde o mar
da Galileia, e do terceiro ataque transjordano, que abriu
caminho para Dara (Deraa).

Damasco foi capturada quando o Corpo Montado do


Deserto (Desert Mounted Corps) britânico e o exército
xarifal do Hejaz do príncipe Faiçal cercaram a cidade, Uma praça de Damasco em 1918
depois de uma perseguição a cav alo em direção a norte ao Data 26 de setembro — 1 de outubro de
longo das duas estradas principais para Damasco. Durante 1918
essa perseguição, foram atacados e capturados muitos Local Damasco
postos de defesa da retaguarda estabelecidos pelo que Desfecho Vitória dos Aliados
restav a do 4.º, 7 .º e 8.º exércitos otomanos. O êxito Beligerantes
militar em Damasco foi explorado politicamente por
Império Britânico Império Otomano
representantes da França, Reino Unido e da Rev olta
Índia Império Alemão
Árabe.
Austrália
A seguir às v itórias nas batalhas de de Sarom e de Nablus
(parte da batalha de Megido), em 25 de setembro, os Nova Zelândia
ataques combinados realizados pelo Corpo XX, Corpo XXI
e Corpo Montado do Deserto, apoiados por intensos França
bombardeamentos aéreos, tomaram todos os objetiv os.
Xarife de Meca
Os 7 .º e 8.º exércitos otomanos posicionados nos montes
da Judeia foram forçados a parar de combater e a retirar Hejaz
dev ido aos ataques em Tulcarém e em Tabsor. Isso, por
sua v ez, obrigou o 4.º Exército, posicionado a leste do rio Comandantes
Jordão, retirasse de Amã, onde decorria o terceiro ataque
Edmund Allenby Liman von Sanders
transjordano, para ev itar ser flanqueado, o que não
Edward Bulfin Mustafa Kemal
ev itou que fosse atacado pela Força de Chay tor (a
unidade do general neozelandez Chay tor). Em Harry Chauvel Cevat Paxá
consequência destas retiradas, os Aliados capturaram
Faiçal Oberst von Oppen

Unidades
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numerosos prisioneiros em Jenin, enquanto as colunas Corpo Montado do O que restava do Grupo
sobrev iv entes retirav am atrás de uma forte retaguarda Deserto de Exércitos Yıldırım:
dos combates de Samakh. Corpo XX Quarto Exército

O comandante da Força Expedicionária Egípcia (EEF), o Corpo XXI Sétimo Exército


general Edmund Allenby , ordenou ao tenente-general
Harry Chauv el, comandante do Corpo Montado do Força xarifal do Príncipe Oitavo Exército

Deserto, que perseguisse o que restav a dos três exércitos Faiçal


Corpo da Ásia (alemão)
otomanos e capturasse Damasco. A 4.ª Div isão de
Cav alaria iniciou a perseguição, atacando as retaguardas
ao longo da estrada interior em Irbid e em Ar Ramtha
(Er Remta) a 26 de setembro. No dia seguinte, o príncipe
Faiçal capturou Dara. A Div isão Montada Australiana atacou as retaguardas inimigas ao longo da estrada principal,
em Jisr Benat Y akub (Ponte das filhas de Jacó), a 27 de setembro, e ocupou Quneitra no dia seguinte. A mesma
unidade atacou em Sa'sa' nos dias 29 e 30, em Kaukab no dia 30 e no desfiladeiro de Barada no mesmo dia. Ainda no
dia 30, a 5.ª Div isão de Cav alaria atacou uma retaguarda em em Kiswe (al-Kiswa). Na sequência destes ataques e
av anços v itoriosos, foi ordenado à 3.ª Brigada de Cav alaria Ligeira que marchasse para norte de Damasco, passando
pela cidade na manhã de 1 de outubro e continuando a atacar as colunas em retirada, cortando a estrada para Homs.

Índice
Contexto
Movimentações de Liman von Sanders
Movimentações do Grupo de Exércitos Yıldırım
Planos e preparações de Allenby
Perseguições
Captura de Dara
4.ª Divisão de Cavalaria
Irbid, 26 de setembro
Er Remta, 27 de setembro
Dara, 28 de setembro
Dilli, 29 de setembro
Zeraqiye, 30 de setembro
5.ª Divisão de Cavalaria e Divisão Montada Australiana
De Kefr Kenna/Cana para Tiberíades
Jisr Benat Yakub, 27 de setembro
Deir es Saras, 27/28 de setembro
Quneitra, 28–30 de setembro
Avanços em 29 e 30 de setembro
Kaukab, 30 de setembro
5.ª Divisão de Cavalaria
Kiswe, 30 de setembro
Conclusão dos avanços da cavalaria
Damasco
Defesa
Cerco
Damasco, 1 de outubro
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Rendição
Administração
Ocupação
Continuação da perseguição
Marcha por Damasco de Chauvel a 2 de outubro
Reunião em Damasco a 3 de outubro
Demissão do governo alemão
Continuação da ocupação
Campo de prisioneiros de Kaukab
Problemas de abastecimentos
Requisições
Situação médica
Gripe espanhola e malária
12.º Regimento de Cavalaria Ligeira
Impacto das doenças na eficácia da EEF
Estado dos cavalos
Rescaldo
Cronologia
Notas
Referências
Bibliografia

Contexto
Após tomarem todos os objetiv os durante as batalhas de Sarom e de Nablus, quebrando a linha da frente otomana,
as tropas do Império Britânico prosseguiram com ataques de flanco com div isões de infantaria, ao mesmo tempo
que div isões de cav alaria cav algaram muitos quilómetros para rodear as forças inimigas. Isso resultou na destruição
de dois exércitos otomanos a oeste do rio Jordão e na retirada total de um terço dos soldados otomanos, muitos dos
quais foram obrigados a marchar depois do exército xarifal ter cortado o caminho de ferro do Hejaz. Metade das
tropas otomanas foram capturadas pela Força de Chay tor. O Grupo de Exércitos Y ıldırım (o grupo de exércitos que
reunia o conjunto das forças otomanas e germânicas), também perdeu a maior parte dos seus transportes e armas,
uma situação que foi agrav ada com os av anços subsequentes da Força Expedicionária Egípcia. [3 ]

A 22 de setembro, em Lajjun, antes de Haifa e aquilo que os registos militares designam como "um novo local de
desembarque para abastecimentos" terem sido capturados, quando o 4.º Exército otomano ainda detinha Amã e a
retaguarda inimiga ainda estav a posicionada em Samakh, Allenby partilhou resumidamente "pela primeira vez" a
Chauv el os seus planos para um av anço para Damasco. [4 ] A 26 de setembro as forças britânicas detinham o controlo
de todo o território capturado até uma linha que se estendia desde Jisr ed Damieh, no rio Jordão, até Narel Falique,
na costa do Mediterrâneo, onde também estabeleceram linhas de abastecimento. [5 ] Nesse mesmo dia,
destacamentos do corpos XX e XXI e do Corpo Montado do Deserto tinham-se deslocado para norte para cumprirem
tarefas de guarnição na planície de Esdrelão, em Nazaré e em Samakh, tendo sido postos transportes à sua
disposição. [4 ]

Movimentações de Liman von Sanders

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O comandante alemão das forças otomano-germânicas, Otto


Liman v on Sanders, estev e incontactáv el quase todo o dia 20
de setembro, desde a sua retirada apressada de Nazaré nas
primeiras horas da manhã até ao fim da tarde. Entretanto, o
4.º Exército otomano, ainda sem ordens, mantev e-se firme.
Liman continuou a sua v iagem por Tiberíades e Samakh,
onde ordenou que se formasse uma retaguarda no fim da
tarde. Chegou a Dara (Deraa) na manhã de 21 de setembro, a
caminho de Damasco. Ali ordenou que se estabelecesse uma
linha entre Irbid e Dara e recebeu um relatório do
4.º Exército, ao qual ordenou que retirasse sem esperar pela
chegada das tropas v indas do sul do Hejaz por comboio, para
que reforçassem a nov a linha defensiv a. [6 ][7 ][8 ]

Liman v on Sanders tinha achado que Dara estav a


"razoavelmente segura" dev ido às ações do seu comandante,
o major Willmer, que ele tinha colocado temporariamente no
comando da nov a linha da frente de Dara a Samakh.
Enquanto estev e em Dara durante o princípio da noite do dia
21, v on Sanders encontrou-se com líderes de v ários milhares
de drusos, que concordaram em manter-se neutros. [9 ] O
general alemão chegou a Damasco no fim do dia 23 de
setembro, quando o seu staff já lá se encontrav a. Ali ordenou Detalhe do mapa 23 do historiador militar Cyril
que o 2.º Exército, que estav a estacionado no norte da Síria, Falls [1] com os avanços da cavalaria britânica entre
av ançasse para a defesa de Damasco. [1 0 ] Dois dias depois, a 19 e 25 de setembro de 1918. Mostra o avanço da
5.ª Divisão para Nazaré, da 4.ª Divisão para Afula e
25 de setembro, Liman v on Sanders env iou o seu staff para
Beisan, da Divisão Montada Australiana para Lajjun,
Alepo. [1 1 ]
da 3.ª Brigada de Cavalaria Ligeira para Jenin, da
19.ª de Lanceiros para Jisr el Mejamie e da
4.ª Brigada de Cavalaria Ligeira para Samakh. São
Movimentações do Grupo de Exércitos Yıldırım
também mostradas as três principais linhas de
Os cerca de 6 000 ou 7 000 soldados alemães e otomanos retirada do 7.º Exército otomano e do Corpo da Ásia
que restav am do 4.º, 7 .º e 8.º exércitos tinham conseguido (Asien-Korps), que cruzavam o rio Jordão em
retirar para Damasco v ia Tiberíades ou Dara antes destes direção a leste.
locais terem sido capturados nos dias 25 e 26 de setembro,
respetiv amente, e encontrav am-se em Muzeirib ou a norte desta cidade. [1 2 ][1 3 ]

A 26 de setembro, o coronel Oberst v on Oppen, comandante do Corpo da Ásia (Asien-Korps; anteriormente parte do
8.º Exército), chegou a Dara com 7 00 homens, que incluíam a 205.ª Companhia de Pioneiros. [1 1 ] Liman v on
Sanders ordenou a v on Oppen que retirasse de comboio e o Asien-Korps deixou Dara às 05:30 do dia 27 , algumas
horas antes das tropas irregulares xarifais tomarem a cidade. O comboio de v on Oppen foi atrasado nov e horas por
uma interrupção na linha com 460 metros de comprimento, 48 km a norte de Dara, tendo chegado a Damasco na
manhã do dia 28. Foi então ordenado ao Asien-Korps que continuasse de comboio para Riaque, algumas dezenas de
quilómetros a noroeste de Damasco, onde dev eria reforçar a linha defensiv a. [1 4 ]

Planos e preparações de Allenby

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Depois da sua primeira reunião


com Chauv el em Lajjun a 22 de
setembro, onde se discutiu a
perseguição proposta, [5 ] Allenby
escrev eu a Henry Wilson, Chefe de
Estado-Maior do Exército
Britânico (Chief of the Imperial
General Staff), pressionando-o

O general Edmund para av ançar sobre Alepo —


Allenby, comandante «Estou firmemente convicto que a
geral aliado da frente única medida eficaz é avançar
do Médio Oriente em por etapas como no passado, a
1918 não ser que o Gabinete de Guerra
esteja preparado para
empreender uma operação naval e terrestre em larga
escala em Alexandretta e a abastecer por mar as forças
militares nela empregues.»[1 5 ]

Allenby descrev eu resumidamente o seu plano para av ançar


sobre Damasco a Wilson no dia 25 de setembro. Nesse
mesmo dia houv e uma conferência em Jenin com o pessoal
do estado-maior e do Corpo Montado do Deserto, a que se
seguiu no dia seguinte uma reunião dos comandantes de
unidade presidida por Allenby . [5 ] A primeira fase do plano Mapa 43 de Henry Gullett [2] das áreas do mar
Morto, Jericó, Samakh e a Estrada dos Peregrinos
"Damasco-Beirute" dev eria começar brev emente. Enquanto
de Ziza até Dara, com a 4.ª Brigada de Cavalaria
uma Div isão de infantaria marchav a a partir de Haifa para
Ligeira em Samakh, colunas otomanas em retirada,
norte pela costa até Beirute, três div isões do Corpo Montado o quartel-geral do 4.º Exército otomano em Dara e a
do Deserto av ançariam para Damasco. A quarta div isão, que Força de Chaytor em Amã a 25 de setembro
tinha tomado Amã, dev eria manter-se lá para capturar as
unidades do 4.º Exército otomano que estav am a retirar de Ma'an (218 km a sul de Amã). Segundo o plano de
Allenby , a Força de Chay tor v oltaria a juntar-se ao Corpo Montado do Deserto em Damasco. [1 5 ] No dia 27 foram
dadas ordens para av ançar. [5 ]

A 7 .ª (Meerut) Div isão do Exército da Índia Britânica só saiu de Haifa no dia em que Damasco foi tomada, a 1 de
outubro. As tropas da v anguarda britânica chegaram a Beirute no dia 8 de outubro. [1 6 ][1 7 ]

A Div isão Montada Australiana, comandada pelo major-general Henry W. Hodgson, av ançou para Damasco, a
140 km de distância, seguida pela 5.ª Div isão de Cav alaria do major-general H. J. Macandrew. Seguiram ao longo da
margem ocidental do mar da Galileia e à v olta dele na sua extremidade norte, atrav essaram o rio Jordão a sul do lago
de Hula, daí para Quneitra, atrav essaram o planalto de Hauran e daí dirigiram-se para Damasco. [1 8 ][1 9 ]

A 4.ª Div isão de Cav alaria indiana do major-general George de S. Barrow cav algou para norte a partir de Bete-Seã
(Beisan), atrav essou o Jordão em Jisr el Mejamie, antes de av ançar para leste v ia Irbid para Dara, com o objetiv o de
capturar o que restav a do 4.º Exército otomano em retirada. Se fracassassem nesse objetiv o, dev eriam continuar a
perseguição para norte ao longo da antiga Estrada dos Peregrinos e da linha ferrov iária do Hejaz até Damasco, a
230 km de distância. [1 9 ][2 0 ][2 1 ][2 2 ]

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A 3.ª (Lahore) e 5.ª (Meerut) div isões de infantaria, do Corpo XXI, foram guarnecer Haifa,
Nazaré e Samakh. O 2.º Batalhão do Regimento de Leicestershire e a 28.ª Brigada da
7 .ª (Meerut) Div isão foram transportadas em camiões para Haifa com prov isões para seis
dias, para render a 5.ª Div isão de Cav alaria na manhã de 25 de setembro. A 21.ª Brigada
da 7 .ª (Meerut) Div isão marchou ao longo da costa, chegando a Haifa no dia 27 . A
3.ª (Lahore) Div isão marchou para norte em direção a Jenin e seguidamente para Nazaré,
onde deixaram um batalhão antes de continuarem para guarnecer Samakh no dia 28. [5 ]

Perseguições
O major-general
Captura de Dara Henry W. Hodgson,
comandante da
O príncipe Faiçal tinha sido sido conv idado para uma participação limitada das suas Divisão Montada
tropas em 21 de setembro, quando um av ião da RAF lhe lev ou as notícias da ofensiv a Australiana
v itoriosa de Allenby e da destruição dos 7 .º e 8.º exércitos
otomanos à sua base av ançada em Azrak. O mesmo av ião
também lev ou instruções para o tenente-coronel Alan
Dawnay , responsáv el pela ligação entre a EEF e os árabes.
Faiçal foi informado que todas as rotas tinham sido fechadas
exceto, possiv elmente, a do leste do Jordão pelo v ale de
Jarmuque. Allenby sugeriu que as tropas xarifianas
fechassem essa rota e que «nenhum homem, nenhuma arma,
nenhuma carroça» dev eria escapar, mas deixou claro a
Faiçal que as suas tropas não dev eriam empreender
qualquer iniciativ a para norte, como av ançarem para
Damasco, sem que antes obtiv essem o seu
consentimento. [2 3 ] Allenby escrev eu ao príncipe árabe que
não hav ia objeções a que ele entrasse em Damasco logo que
ele considerasse que o podia fazer em segurança e informou-
o que ia env iar tropas para Damasco, que esperav a que
chegassem daí a quatro ou cinco dias. Contav a com a
cooperação das forças árabes, mas frisav a que estas não
dev iam abrandar a pressão na região de Dara, pois isso era
v ital para isolar as tropas turcas que estav am a retirar de
Ma'an, de Amã e de Es-Salt. [2 4 ]

Quando as tropas que restav am do 4.º Exército Otomano


retirav am para norte v ia Dara foram perseguidas ao longo de
«muitas milhas sem água» por tropas árabes que se Detalhe do mapa 38 de Falls [1] com os raides
«juntaram à força de Faiçal com consequências árabes ao caminho de ferro do Hejaz entre 17 de 27
de setembro na região de Dara
horríficas». [2 5 ][2 6 ] Três quartos do exército de 4 000
homens de Faiçal, incluindo a unidade de camelos de Nuri
esh Shalaan, eram irregulares. Na noite de 26 para 27 de setembro fizeram uma marcha forçada, cruzando a linha de
comboio a norte de Dara, a que arrancaram carris, e chegaram a Sheikh Sa'd, 24 km a noroeste de Dara, na
madrugada do dia 27 . O líder xeque beduíno Auda Abu Tai, da tribo Howay tat, capturou um comboio e 200
prisioneiros na estação de Ghazale. Por sua v ez, Talal, o neto do rei do Hejaz Hussein bin Ali, tomou Izra, alguns

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quilómetros mais a norte. Foram feitos 2 000 prisioneiros entre o meio-dia de 26 de setembro e o meio-dia de 27 de
setembro, quando os Anaza, uma confederação tribal árabe, atacou a retaguarda otomana que defendia Dara. Os
combates prosseguiram até meio da noite. [2 7 ]

Em Dara, o tenente-coronel T. E. Lawrence (Lawrence da Arábia) e o coronel Nuri Bei encontraram-se com Barrow
quando a 4.ª Div isão de Cav alaria entrou na cidade a 28 de setembro e acordaram cobrir o flanco direito da div isão
durante a perseguição em direção a norte para Damasco. [2 8 ]

4.ª Divisão de Cavalaria


A 4.ª Div isão de Cav alaria iniciou a perseguição do Corpo
Montado do Deserto v ia Dara, um dia antes da Div isão
Montada Australiana iniciar a sua perseguição em direção a
Damasco v ia Quneitra, com a 5.ª Div isão de Cav alaria como
reserv a. [2 2 ][n t 1 ]
Coluna de transportes da 4.ª Divisão de Cavalaria a
No dia 25 de setembro, o resto da 10.ª Brigada, v inda de atravessar o Wadi el-Bireh perto de Jisr el Mejamie
Bete-Seã, juntou-se ao regimento de cav alaria indiano 38th
King George's Own Central India Horse, da 10.ª Brigada de
Cav alaria, que estav a a guarnecer Jisr el Mejamie desde o dia 23. Foram-lhes dadas ordens para av ançarem o mais
rapidamente possív el para Irbid e Dara e contactarem a força árabe do príncipe Faiçal. A brigada saiu de Jisr
el Mejamie e atrav essou o Jordão a 26 de setembro, ao mesmo tempo que o resto da 4.ª Div isão de Cav alaria partiu
de Bete-Seã para Jisr el Mejamie, com a 11.ª Brigada de Cav alaria do Exército da Índia Britânica na sua retaguarda;
chegaram ao destino às 18:30 do mesmo dia. [3 1 ][3 2 ][3 3 ]

Irbid, 26 de setembro
No fim da tarde de 26 de setembro, a 10.ª Brigada de Cav alaria foi atacada pela guarda do flanco do 4.º Exército
otomano, que defendia fortemente os campos em v olta de Irbid. Estas tropas otomanas tinham sido a guarnição de
Amã (à exceção da sua retaguarda, que tinha sido capturada durante a tomada daquela cidade) e como não tinham
estado em combates intensos[n t 2 ][3 4 ] «ainda estavam intactas como força de combate, apesar de estarem em
retirada rápida». [1 8 ]

O 2.º Regimento de Lanceiros tentou um ataque a cav alo sem reconhecimento e sem conhecer o tamanho da força
defensiv a. A carga fracassou e os lanceiros tiv eram sev eras baixas, antes da artilharia ter conseguido posicionar-
se. [1 8 ][3 4 ][3 5 ]

Er Remta, 27 de setembro
Em Er Remta, [n t 3 ] a 10.ª Brigada de Cav alaria capturou outra posição fortificada de retaguarda depois de combates
intensos. [3 4 ] O 146.º Regimento, uma das unidades que restav a do 4.º Exército otomano, comandado pelo tenente-
coronel alemão Freiherr v on Hammerstein-Gesmold, tinha chegado a Er Remta um dia antes do ataque. [3 6 ]

O regimento 1/1 st Dorset Y eomanry da 10.ª Brigada cav algou a partir de Irbid, de onde partiu às 07 :30 do dia 27 , na
v anguarda das tropas britânicas, lev ando um esquadrão de metralhadoras. Um av ião britânico lançou uma
mensagem 3 km depois do Wadi Shelale, informando que em Er Remta não hav ia tropas otomanas. Porém, quando
dois soldados se aproximaram da aldeia, foram disparados tiros contra eles, de cerca de 900 metros de distância, e
300 soldados otomanos ou alemães saíram da aldeia para atacarem, com 100 homens na v anguarda, apoiados por

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outos 200 com quatro metralhadoras. Três soldados da


Dorset Y eomanry carregaram e capturaram um grupo de 50
inimigos que tinham atrav essado um uádi; o resto dos
defensores retirou de v olta para a aldeia, onde se seguiu um
combate corpo-a-corpo entre as casas. [3 7 ]

Foi ordenado à Central India Horse que av ançasse para


apoiar o ataque, mov endo-se em colunas de
esquadrões[n t 4 ] atrav és do Wadi Ratam, onde av istaram
150 defensores em retirada. Dois esquadrões formaram uma
linha numa frente ampla e carregaram sobre os soldados
otomanos dispersos, que tinham posto duas metralhadoras
em ação antes de serem atacados pela cav alaria indiana.
Foram capturados 60 prisioneiros e quatro metralhadoras.
Não longe dali foram capturados 90 prisioneiros e outras
quatro metralhadoras. [3 8 ]

Os combates terminaram cerca do meio dia, quando


chegaram a Er Remta o estado-maior da 4.ª Div isão de
Cav alaria e a 11.ª Brigada de Cav alaria. Estes tinham tinham
biv acado na noite anterior em Jisr el Mejamie com a
12.ª Brigada de Cav alaria, 4 km a leste do rio Jordão, de onde
saíram às 06:00 para Er Remta. [3 9 ] Detalhe do mapa 40 de Falls [1] do ataque a Irbid
pela 10.ª Brigada de Cavalaria
À frente da cav alaria, um av ião australiano fez um
reconhecimento sobre Damasco pela primeira v ez a 27 de
setembro. Foi observ ado que a estação ferrov iária estav a apinhada com centenas de v agões e carruagens e foram
av istadas colunas de tropas e v eículos em retirada nas estradas a sul, v indas de Dara e da Jordânia. [4 0 ]

Dara, 28 de setembro
Depois de ter passado a noite em Er Remta, o comandante Barrow da 4.ª Div isão de Cav alaria ordenou à 10.ª Brigada
que fizesse patrulhas para av eriguar se Dara estav a defendida. A brigada começou a patrulhar a área a leste de
Er Remta às 04:30 do dia 28, antes de av ançar em direção a Dara às 07 :00. No início da manhã chegaram a Dara, que
encontraram ocupada pelas tropas xarifianas do príncipe Faiçal. Encontraram-se com Lawrence, que os informou
que as tropas irregulares árabes tinham tomado Dara na tarde anterior. A 4.ª Div isão de Cav alaria entrou na cidade
nesse mesmo dia. [1 8 ][2 8 ][3 4 ]

Perto de Dara, foi encontrado um av iador britânico do 144.º Esquadrão da RAF que tinha sido capturado pelos
otomanos no dia 17 de setembro juntamente com outro camarada seu. Tinham marchado com os seus captores em
retirada de Es-Salt e com um soldado de cav alaria ligeira ferido, que tinham carregado numa carroça desde Mafraq.
O av iador descrev eu o terror medonho que tinha sido a retirada de Es-Salt para Mafraq, sob bombardeamento
constante, que não lhes tinham sido dadas rações depois de saírem de Amã, onde os turcos, segundo ele,
abandonaram todos os armazéns e perderam toda a v ontade de combater. Tinham saído de Dara num comboio
turco, que chocou com carris lev antados numa parte da linha que tinha sido destruída, mas só ele tinha tido forças
para escapar. [4 0 ]

Dilli, 29 de setembro
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A 10.ª Brigada de Cav alaria permaneceu em Dara de piquete


à estação de comboios e para recolher e tratar dos feridos
otomanos e enterrar os mortos. Biv acaram na noite de 28
para 29 no edifício da estação. A 11.ª e 12.ª brigadas foram a
Muzeirib buscar água. Barrow acordou com o coronel Nuri
es-Said, oficial do estado-maior do príncipe Faiçal, que as
suas tropas árabes cobrissem o flanco direito da 4.ª Div isão
de Cav alaria durante o av anço para Damasco, que dev eria
iniciar-se no dia seguinte. [4 1 ]

A perseguição ao longo de 110 km de Dara até Damasco pela


4.ª Div isão começou com as tropas xarifianas comandadas Estrada de Jisr el Majamie para Irbid a 29 de
por Nuri es-Said no flanco direito. Na v anguarda, tropas setembro, quando 30 camiões que abasteciam a
árabes irregulares (prov av elmente da tribo beduína jordana 4.ª Divisão de Cavalaria atravessavam o Wadi
Ghafur. A ponte colapsou devido ao peso dos
Beni Sakhr) assediav am as tropas otomanas. [4 2 ][4 3 ] Barrow
camiões, pelo que estes tiveram que atravessar o
relatou que enquanto cav algav am para norte passaram por
leito.
cerca de 2 000 corpos de soldados otomanos, pelos seus
transportes e pelos seus equipamentos abandonados. [4 4 ]

A div isão dirigiu-se para Xeique Misquim (Al-Shaykh Maskin), 21 km a nordeste de Muzeirib, às 14:00, onde se
juntou com a 10.ª Brigada, a qual deixou em Dara um esquadrão para cuidar dos feridos. A div isão, com falta de
mantimentos, dirigiu-se então para Dilli, onde biv acou na noite de 29 para 30 de setembro. [4 5 ] Foi env iado um
comboio com mantimentos, que saiu de Muzeirib com 13 v agões carregados com as últimas rações, que incluíam
nov e toneladas de cev ada e algumas ov elhas e cabras, que tinham sido capturadas em Irbid e Dara. [4 6 ]

Os meus prisioneiros acumulam-se. Hoje ouvi dizer que mil [...] se


“ renderam ao general Chaytor em Amã. Isso é provavelmente verdade; mas
ainda não está verificado. Se for verdade, eleva o total de prisioneiros

para bem mais de seis mil. Espero que a minha cavalaria chegue a
Damasco amanhã. As coisas também estão a correr sem dificuldades em
França e nos Bálcãs.
Ontem fui a Haifa e ao Monte Carmelo. A vista desde o Monte Carmelo para a baía é
adorável; muito parecida com a baía de Nápoles — sem o Vesúvio e Capri. A baía está
rodeada por montanhas exceto onde o rio Quisom corre desde o vale de Esdrelão. No
monte Carmelo está o Mosteiro Carmelita [...] Perto encontra-se um canhão longo
alemão, de grande calibre, que domina a baía e o vale. Disparou alguns tiros sobre as
nossas tropas, creio, e sobre dois contratorpedeiros que cooperavam na costa; mas não
fez estragos. O monte Carmelo é uma massa enorme de montanhas rochosas; outrora
coberto de árvores [...] Haifa é uma cidade grande, bem construída, entre a montanha e a
ponta sul da baía. Tenho uma villa fixa confortável para mim, se formos lá. Tenho o
caminho de ferro turco a funcionar, agora, daqui [Haifa] até Beisan e à ponte do Jordão
imediatamente a sul do lago Tiberíades. Contudo, não me vai ajudar muito a sul de Haifa;
pois tenho muito pouco material circulante para ele e as subidas são demasiado
íngremes para transportar grandes cargas.

— Carta do marechal Edmund Allenby para a esposa em 29 de setembro de 1918 [47].

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Zeraqiye, 30 de setembro
O exército do xarife de Meca tinha av istado duas colunas de soldados alemães e otomanos, uma com 5 000 homens
em retirada a norte de Dara e outra com 2 000 homens a norte de Muzeirib, na Estrada dos Peregrinos. Quando a
coluna mais pequena passou por Tafas foi atacada pela cav alaria de tropas regulares e irregulares de Auda Abu Tai.
No dia 29, o exército xarifal atacou a coluna maior e pediu apoio à 11.ª Brigada de Cav alaria. [4 8 ]

A 4.ª Div isão de Cav alaria saiu de Dilli a 30 de setembro em direção a Kiswe (al-Kiswah), situada a 48 km de
distância, 16 km a sul de Damasco. [4 6 ] A maior parte do que restav a do 4.º Exército otomano estav a muito mais
perto de Damasco, em duas colunas principais. A primeira dessas colunas, formada com o que restav a da div isão de
cav alaria otomana e alguma infantaria, estav a a aproximar-se de Kiswe; a outra coluna seguia alguns quilómetros
atrás e era perseguida de perto por tropas árabes. [4 9 ]

A maior parte da div isão biv acou em Zeraqiy e às 16:30, ao passo que a 11.ª Brigada foi para Khiara, 10 km mais a
norte, onde av istaram a retaguarda do 4.º Exército otomano. As tropas árabes pediram apoio à 11.ª Brigada para um
ataque a essa retaguarda. As tentativ as do 29.º Regimento de Lanceiros para "decapitar" a coluna otomana não
tiv eram êxito, enquanto que a bateria Hants, que tinha sido env iada à frente para terrenos onde era muito difícil
operar os seus canhões, continuou a disparar até ao anoitecer. Durante a noite, os ataques contínuos das tropas de
Auda Abu Tai praticamente destruíram a coluna maior. [4 8 ] Só um batalhão alemão chegaria a Damasco intacto a 30
de setembro. [5 0 ]

No princípio da noite de 30 de setembro, a 4.ª Div isão de Cav alaria estav a ainda a 55 km de Damasco. [4 9 ][5 1 ]

5.ª Divisão de Cavalaria e Divisão Montada Australiana

De Kefr Kenna/Cana para Tiberíades


A 5.ª Div isão de Cav alaria foi rendida em Haifa pela infantaria na manhã de 25 de setembro e deixou imediatamente
a cidade em direção a Kefr Kenna (Kafr Cana), onde chegou e se concentrou cerca das 17 :00 do dia 26. [5 2 ][5 3 ]

A Div isão Montada Australiana (à exceção da 3.ª e da 4.ª brigadas de cav alaria ligeira, que se encontrav am,
respetiv amente, em Tiberíades e em Samakh) saiu de Kefr Kenna à meia-noite do dia 25 em direção a Tiberíades.
Chegaram à colina de Tel Madh, acima de Tiberíades, na madrugada do dia 26 e depois de uma curta paragem para
beber água e comer, continuaram a marcha para El Mejdel, na margem do mar da Galileia, 6,5 km a norte de
Tiberíades, onde chegaram no início da tarde. [3 3 ]

Ali esperou pela 5.ª Div isão de Cav alaria e pela 4.ª Brigada de Cav alaria Ligeira. A maior parte dos homens passaram
o resto da tarde a descansar e a tomar banho no mar da Galileia, mas foram env iadas algumas patrulhas tão longe
quanto Jisr Benat Y akub (Ponte das filhas de Jacó). Biv acaram no local durante a noite. [3 3 ]

Jisr Benat Yakub, 27 de setembro


A Div isão Montada Australiana, seguida pela 5.ª Div isão de Cav alaria e pelo estado-maior do Corpo Montado do
Deserto, saiu de Tiberíades no dia 27 para iniciar a perseguição até Damasco. [5 4 ][5 5 ][5 6 ] Em Jisr Benat Y akub, no
rio Jordão a norte do mar da Galileia, foram retidos durante v árias horas por uma força de retaguarda inimiga, o
Grupo de Tiberíades, constituído pelos sobrev iv entes das guarnições germano-otomanas de Tiberíades e de
Samakh. [n t 5 ][4 0 ] Liman v on Sanders tinha ordenado que se resistisse v igorosamente à perseguição da Força
Expedicionária Egípcia estabelecendo retaguardas a sul do lago de Hula. [5 7 ] A retaguarda otomana dinamitou a
ponte e estabeleceu fortes defesas com metralhadoras em posições estratégicas na margem oriental do rio que

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dominav am os v aus. [3 3 ][4 0 ] O rio em Jisr Benat Y akub era


A ponte de Jisr Benat Yakub reparada
profundo e com correntes fortes e as margens eram
íngremes, o que tornav a a trav essia difícil mesmo sem o fogo
das metralhadoras. [4 3 ][5 8 ][5 9 ]

O Régiment Mixte de Marche de Cavalerie ("Regimento


Misto de Marcha de Cav alaria", RMMC) francês da
5.ª Brigada de Cav alaria Ligeira cav algou atrav és de terreno
aberto para desmontar e atacar uma parte da retaguarda
inimiga que se encontrav a em edifícios situados na
extremidade ocidental da ponte danificada. Durante este
ataque frontal, os soldados franceses sofreram algumas Pintura de James McBey mostrando uma coluna de
baixas dev ido a não hav er apoio de artilharia. [6 0 ] O resto da lanceiros indianos atravessando a ponte em 1 de
5.ª Brigada de Cav alaria Ligeira procurou um v au a sul da outubro de 1918
ponte e acabou por atrav essar a nado no fim da tarde, mas
ficaram debaixo de fogo em terreno rochoso, onde ficaram
até ao romper do dia seguinte. [5 9 ][6 1 ]

Entretanto, o 4.º Regimento da 4.ª Brigada de Cav alaria


Ligeira conseguiu atacar com sucesso a posição inimiga
sobre o v au em El Min, 2,5 km a sul de Jisr Benat Y akub.
Durante a noite, algumas patrulhas atrav essaram o rio e
4.º Regimento continuou o seu av anço para
Ed Dora. [6 2 ][6 3 ] Pintura de 1919 de George Washington Lambert

A 3.ª Brigada de Cav alaria Ligeira av ançou para norte ao


longo da margem ocidental do Jordão até chegar à margem sul do lago de Hula, procurando um local onde pudesse
atrav essar o rio. [5 9 ][6 1 ] Um esquadrão do 10.º Regimento cruzou o rio ao pôr do sol e tomou uma posição
fortificada da retaguarda inimiga, capturando 50 prisioneiros e três peças de artilharia. À meia-noite, a brigada tinha
cruzado o rio tinha av ançado 6,5 km, cortando a estrada para Damasco em Deir es Saras, mas a força de retaguarda
principal otomana já tinha retirado. [6 2 ]

A unidade de engenharia Bridging Train ("comboio de pontes") do Corpo Montado do Deserto chegou durante a noite
em camiões e em cinco horas os sapadores construíram uma ponte prov isória para unir o tramo da ponte que tinha
sido destruído. Ao nascer do dia 28 de setembro, a Div isão Montada Australiana av ançav a na estrada para Quneitra,
seguida pouco depois pelos seus v eículos com rodas e artilharia, usando a ponte reparada. [6 2 ][6 4 ]

Deir es Saras, 27/28 de setembro


A 3.ª Brigada de Cav alaria Ligeira já tinha atrav essado o rio Jordão à meia noite e tinha av ançado 6,5 km para cortar
a estrada de Damasco em Deir es Saras, onde atacou uma forte força de retaguarda, que capturou, mas o grosso da
retaguarda otomana que tinha defendido Jisr Benat Y akub já tinha retirado. [6 2 ][6 5 ]

O primeiro av ião alemão av istado pela 3.ª Brigada desde o início das operações a 19 de setembro passou por cima da
brigada às 06:00 do dia 28. [6 5 ] Uma hora depois, três av iões bombardearam o biv aque do 8º Regimento da brigada,
mas foram repelidos por quatro av iões britânicos. [6 6 ] No caminho para Deir es Saras, o 11.º Regimento da
4.ª Brigada de Cav alaria Ligeira foi bombardeado às 08:00 por dois av iões e metralhado do ar, o que prov ocou
algumas baixas. [6 7 ]

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O 12.º Regimento de Cav alaria Ligeira saiu de Jisr Benat Y akub às 00:30 em direção a Deir es Saras do dia 28
acompanhado de quatro metralhadoras. Cruzaram o Jordão às 02:15 com os franceses do Régiment Mixte de
Marche de Cav alerie, para capturarem três canhões de campanha e uma metralhadora. Às 09:00, em Deir es Saras, o
regimento francês, ao qual se tinha juntado a 4.ª Brigada de Cav alaria Ligeira, v oltou a juntar-se à 5.ª Brigada. À
mesma hora, o 4.º Regimento de Cav alaria Ligeira, que desde Lajjun tinha estado junto com a 5.ª Brigada de
Cav alaria Ligeira, v oltou a juntar-se à 4.ª Brigada de Cav alaria Ligeira. Subsequentemente, a 4.ª Brigada seguiu a
5.ª Brigada em direção a Abu Rumet, com batedores a v igiarem extensas áreas nos flancos, enquanto um esquadrão
do 12.º Regimento escoltav a a unidade de transportes (Divisional Transport) v inda de Jisr Benat Y akub. [6 8 ]

Quneitra, 28–30 de setembro


O Grupo de Tiberíades germano-otomano, que tinha
montado as retaguardas de defesa do rio Jordão a sul do lago
de Hula, foi reforçado em Quneitra por tropas de Damasco.
Às 06:00, um v oo de reconhecimento aéreo da RAF
reportou que uma força de cerca de 1 200 homens estav a
posicionada nas terras altas em v olta de Quneitra.

Às 11:40, a v anguarda da Div isão Montada Australiana


estav a a subir as encostas de Tel Abu en Neda que dominam
Quneitra, parte dos montes Golã, ao mesmo tempo que o
corpo principal da div isão chegav a a Tel Abu el Khanzir. Às
12:50, um av ião deixou uma mensagem informando que não
hav ia tráfico na estrada a sul de Quneitra. [1 1 ][6 5 ][6 8 ][6 9 ]

Encontro das cavalarias inimigas

Quando as tropas da frente foram env iadas para fazer um


reconhecimento de um passo de montanha, às 13:00
encontraram a retaguarda da 20.ª Cav alaria Circassiana Mapa físico de 2011 dos montes Golã e regiões em
otomana, que carregou sobre os australianos intimando-os a volta, mostrando Haifa, Nazaré, o monte Hérmon, o
renderem-se. O sargento Fitzmaurice e as suas tropas mar da Galileia, Irbid, Dara, Quneitra, Damasco,
carregaram então com espadas desembainhadas sobre os Douma, Zahlé e Beirute. Note-se que o lago de Hula
já tinha sido drenado.
circassianos, matando alguns deles e tomando os restantes
como prisioneiros. [6 2 ][7 0 ]

Não ocorreram mais combates até à chegada da Div isão Montada Australiana a Quneitra. A 5.ª Div isão de Cav alaria
chegou cinco horas depois, tendo cruzado o rio Jordão. Ambas as div isões biv acaram a leste e a oeste da
pov oação. [7 1 ][7 2 ] A 4.ª Brigada de Cav alaria Ligeira passou por Quneitra às 15:30, seguindo em direção a
el Mansura, onde chegou às 16:00 para biv acar durante a noite. [6 8 ] A 3.ª Brigada de Cav alaria Ligeira biv acou 5 km
mais perto de Damasco, junto a Jeba, na estrada principal. Tinham v iajado 56 km em 34 horas, com os cav alos
selados, exceto duas horas em Deir es Saras. [6 5 ][6 7 ]

Ocupação de Quneitra

Situada no cimo duma linha de separação de águas, Quneitra distav a 64 km de Damasco, era a sede do gov erno local
de uma caza (div isão administrativ a otomana) no norte do distrito de Jaulan e uma das cidades circassianas mais
importantes da região que ia de Hauran até Amã. A administração imperial otomana tinha dado terras à numerosa

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colónia muçulmana que v iv ia na cidade e nos seus arredores cujos membros tinham sido forçados a sair das
prov íncias de Kars, Batum e Ardaã quando estas foram anexadas pela Rússia em 187 7 . [5 9 ][7 2 ][7 3 ]

Na área hav ia muitos distúrbios, com grupos de árabes e drusos que


patrulhav am o Hauran sempre prontos para capturar qualquer
comboio menos bem defendido. Dado que a infantaria mais próxima
se encontrav a em Nazaré, a quase 100 km de distância, o comandante
do Corpo Montado do Deserto Chauv el deu ordens ao general de
brigada Grant, comandante da 4.ª Brigada de Cav alaria Ligeira que
mantiv esse a ordem em v olta de Quneitra e protegesse as linhas de
comunicações. [7 2 ][7 4 ][7 5 ]

Grant comandou uma força de quatro regimentos de cav alaria para


Fotografia tirada a 28 de setembro de manter a ordem entre os circassianos hostis. O estado-maior da
1918 em Quneitra, após a rendição da 4.ª Brigada de Cav alaria Ligeira permaneceu em Quneitra com os
cidade ao major-general Henry Sherwood Rangers da 5.ª Div isão de Cav alaria. Estas tropas
W. Hodgson (ao centro), comandante da
guarneceram a cidade e organizaram as linhas de comunicação para
Divisão Montada Australiana; à direita: o
Damasco, a norte. Os Lanceiros de Hy derabad, estacionados em Jisr
brigadeiro Grant, comandante da
4.ª Brigada de Cavalaria Ligeira. Benat Y akub patrulhav a a região desde Safed, 50 km a sudoeste, a
noroeste do mar da Galileia, enquanto o 15.º Regimento da 5.ª Brigada
de Cav alaria Ligeira, baseado em Deir es Saras patrulhav a essa
região. [7 5 ][7 6 ][7 7 ]

Durante a tarde de 29 de setembro, quatro caças Bristol F.2 fizeram um raide sobre o aeródromo de Damasco e à
noite tinha sido montada uma base aérea em Quneitra. [4 0 ][7 8 ]

No mesmo dia, foram distribuídos às unidades cereais requisitados em Tiberíades, que chegaram em v eículos. Nessa
altura, toda a carne fresca que tinha sido requisitada para os soldados tinha sido consumida. A fim de alimentar as
tropas, os cav alos e 400 prisioneiros, foram requisitados mantimentos na região ocupada. Diariamente houv e
abastecimento abundante de carne fresca para os homens e bom feno para os cav alos, mas foi encontrado pouco
cereal. [7 9 ] Depois de requisitar dez ov elhas aos habitantes da aldeia de el Mansura, às 09:30 o 11.º Regimento de
Cav alaria Ligeira rendeu o 4.º Regimento nas patrulhas nas estradas de Summaka, Shek e Banias.

A 30 de setembro, o 11.º Regimento de Cav alaria Ligeira patrulhav a constantemente as linhas de comunicação na
região de Quneitra. Não foi possív el render ninguém durante mais de 24 horas, à exceção de um soldado, pois todos
os homens estav am de serv iço ou doentes no hospital. [7 5 ]

Entre os dias 19 e 30 de setembro, a 4.ª Brigada de Cav alaria Ligeira tinha perdido 7 3 cav alos (61 do 11.º Regimento,
prov av elmente em Samakh), dois camelos e v ários cav alos de tiro e carroças. Em Quneitra capturaram 445
prisioneiros, entre os quais 24 oficiais. [8 0 ]

Avanços em 29 e 30 de setembro
A força que continuou o av anço a partir de Quneitra era formada pelos 4.º e 12.º regimentos da 4.ª Brigada de
Cav alaria Ligeira, pela 3.ª e 5.ª brigadas, que eram seguidas pela 5.ª Div isão de Cav alaria. [4 9 ][7 6 ] O 4.º e
12.º regimentos eram conhecidos conjuntamente como "Força de Bourchier", do nome do seu comandante, o
tenente-coronel Murray Bourchier.

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Durante a manhã do dia 29 foram av istadas por reconhecimento aéreo colunas de soldados alemães e otomanos em
retirada. Deslocav am-se em v ários grupos e tinham cerca de 150 v eículos de tração animal e 300 camelos, a pouco
mais de 30 km a sul de Damasco. Nos arredores de Damasco foram av istados mais cerca de 100 soldados de
infantaria e camelos de carga. [8 1 ] Ainda durante essa manhã, uma unidade de reconhecimento da 11.ª Bateria
Ligeira Motorizada (Light Armoured Motor Battery; LAMB) foi atacada por uma força que se estimou ter 300
homens, com metralhadoras e pelo menos duas peças de artilharia, que mantinham uma posição de retaguarda a
32 km de Quneitra, na estrada para Damasco, 6,5 km a sul de Sa'sa'. Esta força aparentemente estav a div idida em
duas, com a da esquerda formada por 50 alemães, 7 0 otomanos, seis metralhadoras e quatro canhões. [6 5 ][8 2 ]

Combates em Sa'sa

O av anço foi retomado na tarde do dia 29 depois de terem


sido distribuídas rações, com a intenção de marchar durante
a noite, para capturar Damasco na manhã do dia
seguinte. [4 9 ][6 5 ][7 0 ] Às 15:00, a 3.ª Brigada de Cav alaria
Ligeira pôs-se em marcha, seguida pelo resto da Div isão
Montada Australiana às 17 :00. O 9.º Regimento foi à frente,
como guarda av ançada, com seis metralhadoras. Esta
unidade env iou um esquadrão com duas metralhadoras à sua
frente, o qual encontrou uma forte posição otomana. Esta
estav a em terreno elev ado com rochedos, com o flanco
esquerdo bem defendido por uma formação de lav a, e era
apoiada por metralhadoras e um canhão bem posicionado.
Às 19:00, o resto da 3.ª Brigada, tendo v isto o esquadrão sob
fogo de pelo menos uma bateria, estav a a av ançar para a
direita para atacar o flanco esquerdo inimigo. Por sua v ez, o
10.º Regimento foi env iado em frente para apoiar o ataque
no flanco direito. Contudo, o terreno em ambos os lados da
estrada era demasiado áspero para a cav alaria av ançar
durante a noite e o fogo das metralhadoras v arria a estrada,
pelo que a força de retaguarda inimiga logrou parar o
av anço. [5 6 ][6 5 ][8 2 ]

Enquanto o 9º e o 10.º regimentos continuav am a av ançar Detalhe do mapa 39 de Falls [1] dos combates em
lentamente, às 02:00 do dia 30, o 8.º regimento (menos um Sa'sa na noite de 29 de setembro
esquadrão) mov endo-se desmontado ao longo da estrada,
atacou de frente a posição inimiga. Esta foi finalmente tomada às 03:00 com a cooperação do 9º e do
10.º regimento, tendo sido capturadas cinco metralhadoras e alguns prisioneiros alemães. Alguns soldados inimigos
conseguiram retirar, mas foram perseguidos pelo 10.º regimento, que capturou dois canhões de campanha de
7 7 mm, duas metralhadoras e cerca de 20 prisioneiros. [4 9 ][6 5 ][8 2 ]

Dev ido à sua atuação durante o ataque em Sa'sa, dois membros do 4.º Regimento de Cav alaria Ligeira foram
condecorados. Esses homens lideraram duas patrulhas de flanco com três homens cada, que atacaram 122 alemães
com quatro metralhadoras que se preparav am para alv ejar o flanco da Div isão Montada. Os alemães foram
dispersados e acabaram por ser forçados a renderem-se. [8 3 ]

Kaukab, 30 de setembro

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A 3.ª e 5.ª brigadas e a Força de Bourchier (4.º e


12º regimentos) foram mandadas continuar e av ançar para
ocidente de Damasco para cortar as linhas de retirada para
Beirute (a oeste) e para Homs (a norte), [8 4 ][8 5 ] o que
fizeram de madrugada. Por seu lado, a guarda av ançada da
Div isão Montada Australiana av ançou para Khan esh Shiha,
em direção a Damasco, com a 5.ª Brigada de Cav alaria
Ligeira, seguindo-se-lhes como reserv a a 3.ª Brigada de
Cav alaria Ligeira, depois de se ter v oltado a reunir depois
dos combates em Sa'sa. [8 6 ]

A v anguarda atacou uma coluna a menos de um quilómetro


de Kaukab, capturando 350 prisioneiros, um canhão de
campanha, oito metralhadoras e 400 rifles. [8 7 ] Foi av istada
uma forte coluna a pouco mais de 3 km a tomar posição em
todos os locais que dominav am a cumeada de Kaukab (Jebel
el Aswad), desde a beira de um penhasco v ulcânico
estendendo-se para leste ao longo de terrenos altos. As
patrulhas estimaram que a força inimiga tiv esse 2 500
homens mas não hav ia sinais de terem tropas a proteger o
flanco direito. [8 8 ][8 9 ] O 4.º e o 12.º regimentos foram
mandados para a direita, enquanto o 14.º e o Regimento
Detalhe do mapa 39 de Falls [1] com os combates Misto de Marcha de Cav alaria (RMMC) tomaram uma posição
em Kaukab e Kiswe à esquerda com a 3.ª Brigada de Cav alaria Ligeira na
retaguarda. [8 8 ]

O flanco direito desprotegido foi rapidamente flanqueado pelo av anço RMMC. Ao mesmo tempo que duas baterias
disparav am de uma colina, às 11:15, o 4.º e o 12.º Regimento carregaram com espadas desembainhadas encosta
acima, o primeiro á esquerda e o segundo à direita, prov ocando a fuga dos defensores otomanos. Foram feitos 7 2
prisioneiros, 12 metralhadoras e numerosos soldados inimigos retiraram para as florestas em direção a Daraia. A
cav alaria otomana cav algou de v olta para Damasco. [9 0 ][9 1 ]

O RMMC continuou o seu av anço cav algando 8 km para a estrada Banias–Damasco, para lá de Qatana, e para
sudoeste de El Mezze, onde foram intensamente alv ejados por metralhadoras. O regimento desmontou para atacar a
posição inimiga, seguida por um esquadrão do 14.º Regimento de Cav alaria Ligeira, tendo av ançado lentamente ao
mesmo tempo que combatia ao longo da crista paralela à estrada, até que baterias de artilharia a cav alo av ançaram
pela estrada principal acima às 13:00 e começaram a disparar sobre a posição otomana, o que os fez silenciar. [9 0 ]

A distância entre Kaukab e Damasco era 16 km. [5 6 ]

5.ª Divisão de Cavalaria

Kiswe, 30 de setembro
A 29 de setembro, Mustafa Kemal Paxá (que anos depois adotaria o nome de Atatürk), comandante do 7 .º Exército
otomano, chegou a Kiswe (al-Kiswah), 16 km a sul de Damasco, com as suas tropas da frente. Liman v on Sanders
ordenou-lhe que continuasse para Riaque, a norte de Damasco. [9 2 ] Na manhã do dia 30, a coluna da frente do que

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restav a do 4.º Exército otomano, formada por uma div isão de cav alaria e alguma
infantaria, aproximou-se de Kiswe, sendo seguida pela 4.ª Div isão de Cav alaria ao
longo da Estrada dos Peregrinos, 48 km atrás. [4 9 ][9 3 ]

Foi ordenado à 5.ª Div isão de Cav alaria britânica, com o apoio da Bateria de
Artilharia a Cav alo de Essex (Essex Royal Horse Artillery, RHA), que atacasse a
coluna otomana de 2 000 homens que retirav a pela Estrada dos Peregrinos, 14 km
para leste. [5 5 ][9 3 ] Dois regimentos da 14.ª Brigada de Cav alaria indiana ignoraram
a forte guarnição de Kiswe, que ev itaram, para atacarem outra retaguarda, 5 km
mais próxima de Damasco. [9 4 ]

O 20.º Regimento de Cav alaria do Decão (20th Deccan Horse) e o 34.º Regimento
de Cav alaria de Poona (34th Poona Horse), ambos do Exército da Índia Britânica e
integrados na 14.ª Brigada de Cav alaria, foram obrigados a parar pela retaguardas Mustafa Kemal, comandante
inimigas quando se aproximav am da estrada, com as colinas do Jebel el Aswad à do 7.º Exército otomano
esquerda, a leste de Kaukab. A estrada estav a pejada de tropas e de v eículos e
também hav ia soldados otomanos em retirada mais a norte, aproximando-se de Damasco. [9 5 ]

Dois esquadrões do Deccan Horse atacaram e capturaram o ponto mais próximo nas colinas sobre o passo, enquanto
que à sua esquerda um esquadrão do Poona Horse carregou sobre a força germano-otomana apoiados pela Bateria
de Essex RHA, partindo-a em duas e espalhando a coluna. Foram capturados 190 inimigos, dos quais 40 oficiais. A
14.ª Brigada acabou por biv acar no cimo do Jebel el Aswad com 594 prisioneiros, tendo sofrido 5 mortos e 4
feridos. [9 6 ]

Conclusão dos avanços da cavalaria


A Div isão Montada Australiana e a 5.ª Div isão de Cav alaria chegaram a Damasco quatro dias depois de saírem de
Tiberíades, apesar dos atrasos causados pelas dificuldades do terreno e dos v ários combates nos quais as
retaguardas alemãs e turcas foram desbaratadas ou forçadas a render-se. [5 5 ][5 6 ] Tinham partido um dia depois da
4.ª Div isão mas chegaram com uma hora de diferença. [1 8 ]

Nos 12 dias entre 19 de 30 de setembro, as três div isões do Corpo Montado do Deserto marcharam mais entre 320 e
400 km. Algumas unidades cav algaram mais de 650 km. Entraram em ação em numerosos combates e capturaram
mais de 60 000 prisioneiros, 140 peças de artilharia e 500 metralhadoras. [9 7 ]

Damasco
O Manual do Exército Britânico de 1914–1918 descrev ia Damasco como o maior aglomerado urbano da Síria e
também uma "cidade beduína" situada num oásis, cuja maior parte fica a leste da cidade. Os aldeões árabes e os
nómadas que acampav am nos seus arredores tornav am os arredores de Damasco menos seguros do que o deserto. O
mesmo manual considerav a que era mais prov áv el que essa gente se juntasse a um ataque à cidade do que ajudasse
na sua defesa. No principal subúrbio, Salahiy eh, bem como em v olta dele, na extremidade noroeste da cidade,
v iv iam muitos curdos, argelinos e muçulmanos cretenses. Um quinto dos habitantes da cidade eram cristãos de
todas as denominações, incluindo arménios, e hav ia também uma comunidade judaica muito antiga. O resto dos
habitantes eram quase todos muçulmanos árabes. Os damascenos eram descritos como indiv idualistas, orgulhosos,
conserv adores e desdenhav am as interferências ocidentais. O manual referia ainda que a independência árabe
centrada em Damasco era um "sonho pelo qual eles lutarão". [9 9 ]

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Num liv ro publicado em 1926 pelo regimento britânico Prince of


Wales's Own Regiment of Y orkshire, é referida a "grande diversidade
de raças" presentes na cidade, sendo a mais comum a dos sírios que
usav am fez. Na Grande Mesquita eram realizados serv iços religiosos
não só muçulmanos como também cristãos, estando metade do
edifício reserv ada para estes últimos. A cidade estav a rodeada das
"mais belas hortas", tinha eletricidade e elétricos e muitas das casas
assemelhav am-se às da Riv iera. [1 0 0 ]

A mais antiga das cidades, alimentada e


O tenente Hector W. Dinning,[98] dos
Australian War Records no Cairo em
“ purificada pelo rápido Abana através do
qual só as suas caraterísticas mais

Damasco pouco depois da tomada da nobres são vistas pelo espectador
cidade distante, esperava naquela noite com os
seus doze mil soldados para se render
no dia seguinte. Assistindo junto aos
canhões naquela noite, pensei no que
muitos deviam ter pensado, que o
domínio ruinoso dos turcos estava
quebrado para sempre e que
brevemente a macia cobertura de
verdura cobriria as terras esqueléticas
pelas quais tínhamos passado,
restituindo-lhes o seu antigo encanto e
glória, e que um futuro sorridente iria
olhar com admiração este presente
turbulento quando ele recordou os
cruzados da Décima Cruzada e a sua
última grande cavalgada.
— Sargento M. Kirk patrick do 2.º Esquadrão de
Metralhadoras da Nova Zelândia (`2nd New Zealand
Machine Gun Squadron´), integrado na 5.ª Brigada
de Cavalaria Ligeira. [101].

Defesa
Liman v on Sanders ordenou às 24.ª, 26.ª e 53.ª div isões de infantaria, ao Corpo XX do 7 .º Exército e à 3.ª Div isão de
Cav alaria do 4.º Exército, sob o comando do coronel İsmet Bei (comandante do III Corpo do 7 .º Exército) que
defendessem Damasco. Ao Grupo de Tiberíades, comandado por Cemal Paxá (comandante do 4.º Exército) foi
também ordenado que defendesse a cidade, [9 2 ] ao passo que ao resto das forças otomanas foi ordenado que
retirassem para norte. [1 0 2 ]

Von Sanders percebeu que a defesa da cidade não era possív el e retirou o seu estado-maior (do Grupo de Exércitos
Y ıldırım) para Alepo, a norte. [1 0 3 ] Durante o dia 30 de setembro, as unidades em retirada passaram pelos postos de
controlo organizados pelo coronel v on Oppen, comandante do Corpo da Ásia em Riaque. A última formação a sair de
Damasco foi o 146.º Regimento, nesse mesmo dia. Ao saber que o desfiladeiro de Barada estav a fechado, v on
Hammerstein saiu da cidade pela estrada de Homs, seguindo o III Corpo, a 24.ª Div isão e a 3.ª Div isão de Cav alaria
em direção a Riaque. [9 2 ]

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Cerco
O primeiro reconhecimento aéreo de Damasco foi lev ado a cabo pela av iação
australiana no dia 27 de setembro, quando v iram a estação do Hejaz apinhada com
centenas de v agões e locomotiv as. Na mesma altura, foram av istadas colunas e
v eículos em retirada nas estradas de Dara e a norte de Jisr Benat Y akub. Durante a
tarde do dia 28, o aeródromo de Damasco foi bombardeado e incendiado. No dia
seguintes a cidade estav a a ser ev acuada. [4 0 ] Durante todo o dia 30, passaram por
Damasco v árias colunas de soldados otomanos e alemães em retirada. [1 0 4 ]

À meia-noite de 30 de setembro, a Div isão Montada Australiana estav a em


El Mezze, 3 km a oeste da cidade, 5.ª Div isão de Cav alaria estav a em Kaukab e a
4.ª Div isão de Cav alaria estav a em Zeraqiy e, 55 km a sul, na Estrada dos
Peregrinos. A 11.ª Brigada de Cav alaria encontrav a-se em Khan Deinun e as tropas
árabes a nordeste de Ashrafiy e. Harry Chauv el mandou a 5.ª Div isão de Cav alaria Otto Liman von Sanders, o
comandante em chefe das
para o leste de Damasco. [4 9 ][5 1 ]
forças otomano-germânicas
A Div isão Montada no Médio Oriente

Australiana foi para a área a


oeste da cidade para bloquear a estrada para Beirute e a
estrada para norte, em direção a Homs, Hama e Alepo e
ocupar Damasco. A 5.ª Div isão de Cav alaria foi para área a
sul da cidade para cortar a estrada de Dara. [5 8 ] A
14.ª Brigada da 5.ª Div isão de Cav alaria ficou a defender a
cumeada de Kaukab, que tinha sido tomada pelos 4.º e 12.º
regimentos. A 4.ª Div isão de Cav alaria e uma força árabe
estav am a combater o que restav a do 4.º Exército otomano
em v olta de Khan Deinun. Hav ia também notícias de tropas
árabes acampadas em Kiswe, poucos quilómetros a sul de
Detalhe do mapa 39 de Falls [1] com a situação Damasco. [4 4 ][5 0 ]
militar em redor de Damasco no princípio da noite
de 30 de setembro Às 02:00 do dia 1 de outubro, foi ordenado a uma unidade
dos Hussardos de Gloucester (da 13.ª Brigada de Cav alaria
do Exército da Índia Britânica) com uma secção de rifles Hotchkiss que capturasse a estação de telegrafia sem fios
(TSF) em Kadem. A estação foi destruída antes de terem conseguido tomá-la. De ocidente de Kadem, os soldados
v iram a destruição da estação de TSF e da estação ferrov iária antes de chegarem ao estado-maior da Div isão
Montada Australiana. [1 0 5 ]

Meia hora depois da unidade ter saído, o resto da 13.ª brigada da 5.ª Div isão de Cav alaria saiu de Kaukab em direção
a Kiswe, chegando a Deir Ghabiy e (que por engano julgaram ser Kiswe) antes das 04:30. Um esquadrão da Hodson's
Horse na v anguarda perseguiu e capturou cerca de 300 soldados otomanos antes de cav algar para Kiswe onde
capturou mais 300 prisioneiros. Depois da brigada ter chegado a Kiswe, v oltou a ser env iada de v olta para Kaukab.
Após ter deixado para traz 7 00 prisioneiros sob escolta, assumindo que o resto da 13.ª Brigada de Cav alaria o
reforçaria, o esquadrão da Hodson's Horse av ançou a galope com metralhadoras e rifles Hotchkiss contra uma
coluna de 1 500 otomanos que se mov ia a pouco mais de um quilómetro de distância. A unidade de artilharia da
4.ª div isão, que seguia a coluna otomana na Estrada dos Peregrinos, foi em auxílio do esquadrão, que entretanto
tinha ficado em apuros, possibilitando que se conseguisse desenredar-se, com a perda de uma peça Hotchkiss e
v ários cav alos. [1 0 6 ]

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Na frente europeia, o dia 30 de setembro foi marcado pela aceitação pela Bulgária dos termos do armistício proposto
pelos Aliados, na sequência da derrota do exército búlgaro em Salonica. A retirada da guerra dos búlgaros
significav a também que a capital otomana Constantinopla passav a a estar muito fracamente defendida. [1 0 3 ]

Damasco, 1 de outubro
Depois do desfiladeiro de Barada ter sido bloqueado, as colunas otomano-germanas continuaram a sair de Damasco
para norte pela estrada para Alepo. [1 0 7 ] Durante a noite de 30 para 1, uma grande coluna de tropas otomanas
formada pelo 146º Regimento, a última unidade otomana a sair de Damasco no dia 30, marchou ao longo da estrada
de Homs para Riaque, a noroeste de Damasco. Seguiam o III Corpo, a 24ª Div isão e a 3.ª Div isão de Cav alaria para se
concentrarem com as tropas que seguiram no último comboio otomano que saiu de Damasco, cerca das 21:00 de 30
de setembro. [9 2 ][1 0 8 ][1 0 9 ] Entre as forças otomano-germanas, só a de v on Oppen, que foi para Riaque de comboio
antes do desfiladeiro de Barada ter sido fechado, e o 146º Regimento que marchav a para Homs, se mantinham como
"formações disciplinadas". [1 1 ]

Rendição
A independência da Síria foi proclamada e a bandeira do Hejaz foi içada no palácio do gov ernador pelo emir Said Abd
el Kader, que formou um conselho prov isório para gov ernar a cidade até que o príncipe Faiçal assumisse
efetiv amente o poder. [4 4 ] O quartel-general tinha dado instruções no sentido de que fossem as tropas do príncipe
Faiçal as primeiras a entrar na cidade não obstante ter sido a Força Expedicionária Egípcia que ganhou a batalhas e
que chegou primeiro a Damasco. [1 1 0 ]

A 3.ª Brigada de Cav alaria Ligeira tinha biv acado fora da cidade na noite anterior, tendo estabelecido linhas de
piquete para garantir que nenhumas tropas entrav am na cidade exceto as tropas xarifianas regulares. Cumprindo
ordens para cortar a estrada de Homs, a brigada entrou em Damasco às 05:00 do dia 1 de outubro de 1918. [9 3 ][1 1 1 ]

O 10.º Regimento de Cav alaria Ligeira, guarda av ançada da 3.ª Brigada,


desceu por uma encosta íngreme até ao fundo do desfiladeiro de Barada e
chegou à estação de Dummar, onde v árias centenas de soldados otomanos
se renderam. [1 1 2 ][1 1 3 ] Na estação de Baramkie capturaram entre 500 e
1000 prisioneiros num comboio que estav a prestes a partir para
Beirute. [1 0 9 ] Tendo aberto um caminho, atrav essaram o desfiladeiro e
galoparam para o interior da cidade com as espadas desembainhadas.
Quando calv algav am pela cidade passaram pelo quartel de Baramkie, onde
estav am milhares de soldados otomanos que não interferiram nos seus
mov imentos, mas as ruas estav am cheias de gente, o que os forçou a
abrandar a marcha. [1 1 2 ][1 1 3 ]

No Serai (serralho, palácio), o palácio do gov erno ou do município, o


tenente-coronel A.C.N. Olden, comandante do 10.º Regimento de Cav alaria
Ligeira, aceitou a rendição da cidade pelo emir Said Abd el
Uma ponte sobre o rio Barada
Kader, [1 1 3 ][1 1 4 ][1 1 5 ] [n t 6 ] o gov ernador nomeado pelo gov ernador
fotografada em 1914
otomano demissionário Cemal Paxá na v éspera, 30 de setembro. A família
Kader era descrita como "apoiante de França". O seu incipiente gov erno
prov isório tinha que ser remov ido antes do príncipe Faiçal formar o seu gov erno. [1 1 7 ]

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Damasco estav a num estado de rev olta; tanto a administração civ il como a militar tinham desaparecido e Olden
av isou que dev ia ser posto termos aos tiroteios. [1 0 3 ][1 1 3 ] Pediu igualmente um guia para mostrar aos homens da
cav alaria ligeira australiana o caminho pela cidade até à estrada de Homs. [1 1 3 ][1 1 5 ]

Administração
A independência foi declarada quando ainda estav am em Damasco cerca de 15 000 soldados otomanos e alemães,
entre eles Cemal Paxá, o comandante do 4.º Exército. [1 1 8 ] Allenby escrev eu ao rei Hussein, o pai do príncipe Faiçal,
informando-o de que «as nossas forças combinadas» tinha entrado em Damasco e tinham feito mais de 7 000
prisioneiros. [1 1 9 ]

O exército árabe chegou a Damasco às 07 :30, quando o


10.º Regimento de Cav alaria Ligeira já tinha saído da cidade. Com ele
v inham T. E. Lawrence, Auda, o xerife Nácer, Nuri Xafaã, o emir de
Ruwalla. Encontraram-se no palácio do gov erno e declararam a sua
lealdade ao rei Hussein. [5 5 ][1 2 0 ][1 2 1 ] No período turbulento que se
seguiu à tomada de Damasco, ao contrário do poder militar, as
decisões políticas foram efetiv amente tomadas por um pequeno grupo
de oficiais britânicos relativ amente nov os que estav am no terreno.
Lawrence fazia parte desse grupo e aparentemente agia
independentemente, estando isolado do quartel-general e Londres.
Lawrence e os seus colegas tiv eram que tomar decisões rapidamente
O rio Barada em Damasco fotografado em
em situações muito difíceis e potencialmente explosiv as. [1 2 2 ]
1906

Algum tempo depois Shukri Paxá foi nomeado gov ernador de


Damasco. [1 2 1 ] As reiv indicações dos franceses e árabes, que tomariam uma grande parte do tempo de Allenby ,
eram complicadas pelas ações dos árabes, que lev aram os franceses a desconfiar do príncipe Faiçal. [1 2 3 ] O primeiro
gov erno árabe foi demitido em poucos dias e foi entregue a Ali Riza Pasha el Rikabi. [1 2 4 ]

A Damasco chegaram também oficiais franceses e italianos, representando os interesses dos seus países, além de
Y ale, um representante independente norte-americano junto da Força Expedicionária Egípcia, que se sentia
obstruído. [1 2 5 ]

No seu relatório telegrafado para o Departamento de Guerra britânico em 1 de outubro, Allenby escrev eu: «Na noite
passada, a Divisão Montada Australiana entrou nos arrabaldes de Damasco por noroeste. O Corpo Montado do
Deserto e o Exército Árabe ocuparam a cidade às 06:00 de hoje. Foram já contados mais de 7 000. A
administração civil continua nas mãos das autoridades existentes e todas as tropas, com a exceção de alguns
guardas, foram retiradas da cidade.» Depois resumiu os planos para a sua para Damasco à sua esposa:
«Provavelmente eu próprio partirei para Damasco amanhã; ficando amanhã à noite em Tiberíades e chegando a
Damasco no 3.º dia. Não tenciono ficar lá; e provavelmente estarei de volta no 4.º dia. [1 2 6 ]

Ocupação
Às 06:40 do dia 1 de outubro, Henry W. Hodgson,
comandando a Div isão Montada Australiana mandou
Duas semanas depois do general Allenby ter lançado
a Força de Bourchier patrulhar os arredores
o seu bombardeamento de artilharia às linhas
ocidentais de Damasco a sul do desfiladeiro de
inimigas, a grande força turca e alemã na Palestina
Barada. Os quartéis otomanos onde estav am 10 481
ocidental e oriental tinha sido destruída e os nossos

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soldados e 265 oficiais renderam-se ao 4.º Regimento prisioneiros ascendiam a 7 5 000. Dos 4.º, 7 .º e 8.º
de Cav alaria Ligeira. Estes prisioneiros foram postos exércitos turcos a sul de Damasco só escaparam
a marchar para um campo de concentração fora da alguns poucos milhares, perseguidos e com os pés
cidade, enquanto 600 homens que não conseguiam feridos. Praticamente todas as peças de artilharia, a
andar e 1 800 que estav am em três hospitais foram maior parte das metralhadoras, quase todas as
tratados. Foram colocados guardas nos principais armas ligeiras e transportes, todos os aeródromos,
edifícios públicos e consulados que depois seriam os seus equipamentos mecânicos e quase todos os
rendidos por tropas xarifianas. [1 2 8 ] av iões, um intricado e espalhado sistema telefónico
e telegráfico, grandes quantidades de munições e
A 26 de setembro, Allenby estimou que 40 000
todo o tipo de suprimentos — todos tinham sido
soldados otomanos estiv essem a retirar para
despojados, em catorze dias rápidos e dramáticos, a
Damasco. A perseguição do Corpo Montado do
um inimigo que durante quatro anos tinha resistido
Deserto tinha capturado metade deles. [1 1 ] O Corpo
aos nossos esforços para esmagá-lo. Foi uma
Montado do Deserto capturou um total de cerca de
derrota militar tão repentina e tão absoluta que
47 000 prisioneiros desde o começo das operações
talv ez não tenha paralelo na história da guerra. E
no dia 19 de setembro. Entre 26 de setembro e 1 de
ainda é mais notáv el porque foi conseguida com um
outubro, o corpo capturou 662 oficiais e 19 205
custo tão insignificante.
militares com outros postos. [1 2 4 ] Em Damasco e nos
arredores foram presos cerca de 20 000 militares — Descrição da escala da vitória pelo historiador
otomanos doentes, exaustos e desorganizados. [1 0 3 ] oficial australiano [1 2 7 ]
Antes do meio-dia de 1 de outubro foram capturados
na cidade 12 000 prisioneiros, bem como dezenas de
peças de artilharia de campanha e numerosas metralhadoras. [1 0 7 ] A 4.ª Brigada de Cav alaria Ligeira capturou
11 569 prisioneiros na cidade. [1 2 9 ] A 5.ª Div isão de Cav alaria tomou a seu cargo 12 000 prisioneiros
otomanos. [1 3 0 ] Todos os prisioneiros foram a pé para um campo de concentração instalado fora da cidade. [1 3 1 ]

Continuação da perseguição
Depois de ter aceite a rendição de Damasco, a 3.ª Brigada de Cav alaria
Ligeira rumou para norte pela estrada de Homs no dia 1 de outubro.
Env olv eram-se em escaramuças praticamente contínuas ao longo do
dia, em confrontos brev es mas intensos, perseguindo os otomanos.
Nesse dia capturaram 7 50 prisioneiros e v árias
metralhadoras. [1 3 2 ][1 3 3 ]

Entretanto, a 13.ª Brigada de Cav alaria (da 5.ª Div isão de Cav alaria)
av ançou para leste da cidade para a outra estrada de Homs, onde
entraram em contacto com a 14.ª Brigada de Cav alaria, que tinha
passado por Damasco às 10:30 também atrav és da porta Bab Tuma,
Cavalaria australiana em Khan Ayash
para estabelecer pontos de controlo. [1 0 9 ][1 2 1 ]

No dia seguinte, às 06:15 de 2 de outubro, foi reportado que uma longa coluna estav a a tentar escapar para norte.
9.º Regimento de Cav alaria Ligeira saiu a galope às 06:45 e rapidamente alcançou o principal corpo da coluna. Foi
ordenado a dois esquadrões que av ançassem para Khan Ay ash (a norte da cidade de Adra), para a frente da entrada
de um passo de montanha. Logo que cortaram a estrada à frente, um terceiro esquadrão atacou o flanco da coluna
inimiga, que se rendeu antes do combate começar. [1 3 4 ] Foram capturados mais de 2 000 prisioneiros, incluindo um

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comandante de div isão e o estandarte do 146º Regimento, o único estandarte otomano capturado por australianos
na Primeira Guerra Mundial. Esse regimento tinha sido recentemente classificado como uma das duas "formações
disciplinadas" inimigas. [1 1 ][1 3 2 ][1 3 3 ]

Marcha por Damasco de Chauvel a 2 de outubro


Quando chegou a Damasco, Chauv el disse ao seu estado-maior para
«montar o meu acampamento num pomar limpo fora da cidade, que
pensei que fosse mais adequado depois do que eu tinha visto do local.
Depois voltei ao meu acampamento, almocei e fiquei inundado pelos
problemas de abastecimento, recolha de prisioneiros, ordens para o
dia seguinte, etc., começando por, antes de tudo, enviar uma
mensagem por avião para Lord Allenby, dizendo-lhe o que eu tinha
feito.» Nessa mensagem, o comandante australiano também
informav a Allenby que as forças árabes do Reino do Hejaz se
mostrav am muito pouca disposição para colaborarem com os
Harry Chauvel, comandante do Corpo
britânicos e a fazer com que a população pensasse que tinham sido
Montado do Deserto, marchando com as
suas tropas em Damasco, no dia 2 de eles que tinham expulsado os turcos. «Foi por isso que Lawrence lhe
outubro de 1918 pediu que mantivesse os seus homens fora da cidade e eles não têm
qualquer intenção de lhe pedir qualquer conselho [...] Estão a
preparar o consulado britânico para si. Se for para lá não estará a definir-se como o conquistador deste país mas
antes como o aliado contributivo. Deve tomar posse da casa de Cemal Paxá, a qual é a melhor deste local, que eles
estão a reservar para Faiçal.» Chauv el disse também que imperav a o caos completo na cidade, com os bazares
fechados e que toda a "melhor classe de gente" estav a aterrorizada com a ideia da turba do Hejaz mandar na cidade.
Chauv el decidiu por isso organizar para o dia seguinte uma marcha pela cidade com praticamente todas as unidades
representadas, com artilharia, carros blindados e tudo o mais, além de tomar posse da casa de Cemal Paxá. [n t 7 ]

Allenby tinha dado instruções a Chauv el para trabalhar com Lawrence até que ele chegasse, mas Lawrence estav a
preocupado com a pretensão de Faiçal gov ernar a Síria e opunha-se a uma demonstração de força. [1 3 6 ] Contudo,
Chauv el ordenou uma "demonstração de força para intimidar os elementos turbulentos na cidade", que ele próprio
liderou[1 3 7 ] e na qual participaram não só as forças britânicas (incluindo as unidades australianas, neozelandesas e
indianas), mas também os Caçadores de África (Chasseurs d'Afrique) e Spahis franceses. [1 2 4 ] A marcha começou às
12:30 e acabou às 15:00. As unidades estav am de v olta ao biv aque de El Mezzo às 16:00. [1 3 8 ]

Reunião em Damasco a 3 de outubro


A 25 de setembro, Chauv el tinha perguntando a Allenby — «E acerca desses árabes? Há um rumor que eles terão a
administração da Síria.» — e este respondeu que acreditav a que sim. [1 3 9 ] O gov erno britânico queria que Faiçal
gov ernasse a Síria a partir de Damasco e que as suas forças controlassem a cidade. [1 1 0 ]

Num telegrama env iado ao Departamento de Guerra a 30 de setembro, Allenby declarav a que não tinha intenções de
passar a jurisdição da "Administração do Território Inimigo Ocupado", liderada pelo general Mone, para a área de
influência francesa e que nomearia pessoalmente oficiais franceses em locais da área "azul" francesa onde fosse
necessária administração. Esses oficiais ficariam sob as suas ordens como comandante-em-chefe da Força
Expedicionária Aliada. Essas ordens seriam transmitidas atrav és do seu principal "oficial político" (Chief Political
Officer). Allenby informou que não estenderia a "Administração do Território Inimigo Ocupado" para locais a leste
do Jordão na "área B", como Es-SaltEs-Salt e Amã, mas até que uma administração árabe fosse formada iria nomear

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oficiais britânicos para salv aguardar os interesses dos habitantes. Em


relação à "área A", nomeadamente a cidade de Damasco, Allenby
tencionav a reconhecer a administração árabe local, que esperav a já
encontrar a funcionar, e nomear oficiais de ligação franceses quando
isso fosse necessário. As comunicações do comandante britânico com
a "Missão Política Francesa" continuariam a ser efetuadas atrav és do
Chief seu Political Officer. Allenby informou que com isso esperav a
preserv ar os interesses franceses e árabes ao mesmo tempo que
assegurav a que o controlo supremo permanecia nas suas mãos como
comandante em chefe. [1 4 0 ]
O general Chauvel saindo do seu quartel-
general em Damasco

Na tarde de 2 de outubro, Chauv el recebeu uma mensagem do chefe


de estado-maior de Allenby informando-o que chegaria a Damasco no
dia seguinte às 13:00 e que pretendia instalar-se no Hotel Victoria. No
princípio da manhã de 3 de outubro, Lawrence informou Chauv el que
o emir Faiçal chegaria a Damasco nessa tarde e que tencionav a fazer
uma entrada triunfal às 15:00, entrando na cidade a galope como um
conquistador árabe de antigamente, à frente de 300 cav aleiros.
Chauv el escrev eu nas suas memórias que, atendendo a que Faiçal
tinha tido muito pouco a v er com a "conquista" de Damasco, aquela
Faiçal e Lawrence com outros oficiais em entrada triunfal não lhe agradou muito, mas como os árabes iriam ter
Damasco a administração da cidade pensou que não faria mal e autorizou que se
realizasse. [1 4 1 ]

Na manhã do dia 3, Chauv el foi informado que Allenby não passaria a


noite em Damasco, pois tencionav a v oltar a Tiberíades, pelo que teria
que sair de Damasco o mais tardar às 15:00. Acompanhado pelo
brigadeiro Charles Godwin, Chauv el foi para Kaukab de automóv el
para se encontrar com Allenby . Quando o encontrou, informou-o que
tinha concordado que Shukri Paxá fosse o gov ernador de Damasco.
Allenby disse-lhe que tinha feito bem mas que hav ia complicações
dev ido ao facto dos franceses terem mandato sobre a Síria e que
queria encontrar-se com Faiçal imediatamente. Foi então que Chauv el
O príncipe Faiçal saindo do quartel- o informou que o emir só chegaria às 15:00 e que iria fazer uma
general de Chauvel em Damasco
entrada triunfal, ao que Allenby replicou que não podia esperar até
essa hora e que fossem buscar Faiçal de carro para se encontrar com
ele imediatamente; depois disso podia v oltar a sair para a entrada triunfal. [1 4 1 ]

Obedecendo às instruções de Allenby , assim que v oltou a Damasco Chauv el ordenou a ao capitão Ly ons, do seu
estado-maior, que fosse ao encontro de Faiçal no seu carro, lev ando uma nota onde explicav a o que se passav a e lhe
pedia que fosse para a cidade no carro. O emir árabe chegou ao Hotel Victoria cerca das 14:30, onde se encontrou
com Allenby , o general Bols, Chauv el, Godwin, Lawrence, o xarife Nasir, Nuri Bei e outros dois oficiais britânicos,
possiv elmente Stirling e Cornwallis. [1 4 1 ]

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Allenby disse a Faiçal para «moderar os seus objetivos e esperar decisões de Londres». [1 4 2 ] Explicou-lhe que a
França iria ser a potência "protetora" ou "mandatada" da Síria e que, na qualidade de representante do seu pai, o rei
Hussein bin Ali, Faiçal controlaria a Síria sob orientação e apoio financeiro dos franceses, mas não o Líbano e a
Palestina, [1 4 1 ] cuja administração ficaria a cargo dos franceses. [1 4 3 ] A administração árabe só controlaria o
interior da Síria, não se estendendo ao Líbano, que se considerav a ir desde a fronteira norte da Palestina
(aproximadamente Tiro até ao golfo de Alexandreta. Iria ser nomeado imediatamente um oficial de ligação francês
para Faiçal, que para já trabalharia com Lawrence, que dev eria assisti-lo. [1 4 1 ]

Faiçal objetou com muita v eemência que o conselheiro que Allenby lhe tinha env iado (Lawrence) lhe tinha
assegurado que os árabes iriam administrar toda a Síria à exceção da Palestina, incluindo o acesso ao Mediterrâneo
atrav és do Líbano, se as suas forças chegassem ao norte da Síria até ao fim da guerra. [1 4 4 ] Reclamou igualmente que
não sabia nada da pretensão de França sobre o Líbano, [1 4 5 ] pois estav a a contar com a asssistência britânica, que
um país sem um porto não lhe serv ia e que se recusav a a ter um oficial de ligação francês ou a reconhecer qualquer
orientação dos franceses. [1 4 1 ]

O comandante em chefe britânico v irou-se então para Lawrence e


perguntou-lhe se ele não tinha dito a Faiçal que os franceses teriam o
protetorado da Síria, ao que ele respondeu que não, pois nada sabia
disso. Allenby replicou então que ele pelo menos certamente que
sabia que os árabes nada teriam que v er com o Líbano, ao que
Lawrence respondeu que também não sabia. [1 4 1 ] Depois de mais
discussões, Allenby disse a Faiçal que enquanto decorressem
operações militares, toda a administração ficaria sob o controlo de
Allenby como comandante supremo, não obstante os gov ernos
francês e britânico terem concordado em reconhecer o estatuto de Lawrence conduzindo um carro blindado
beligerantes aliados contra o inimigo comum às forças árabes que em Damasco em outubro de 1918
combatiam na Palestina e na Síria. [1 4 4 ] Para o comandante britânico,
o príncipe árabe era um tenente-general sob o seu comando e que dev eria obedecer ás suas ordens. Faiçal acabou
por aceitar essa decisão e saiu do hotel e da cidade com os seus homens (exceto Lawrence) para v oltar e fazer a sua
entrada triunfal. Na opinião de Chauv el, esta causou pouco impacto, pois a maior parte da população já tinha v isto
Faiçal entrar e sair da cidade. [1 4 1 ]

Após a saída dos árabes Lawrence disse a Allenby que não trabalharia com um oficial de ligação francês e que tinha
direito a tirar licença, a qual ele tencionav a gozar indo para Inglaterra. Allenby concordou em tom ríspido e
Lawrence saiu da sala. Chauv el relata que a seguir o comandante britânico mostrou compaixão por Lawrence e
disse-lhe que ia escrev er a Cliv e Wigram, secretário particular do rei, para que arranjasse uma audiência com o rei.
Além disso, ia escrev er também ao Foreign Office (Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico) a explicar o
ponto de v ista dos árabes. [1 4 1 ]

Allenby saiu de Damasco para ir para Tiberíades pouco depois e Lawrence deixou Damasco rumo a Inglaterra na
manhã seguinte. [1 4 1 ]

Demissão do governo alemão


No mesmo dia 3 de outubro, o gov erno alemão demitiu-se, quando os seus exércitos estav am em retirada na
sequência de uma série de derrotas. [1 0 3 ]

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10/4/2018 Conquista de Damasco (1918) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Continuação da ocupação
O 12.º Regimento de Cav alaria Ligeira biv acou a pouco menos de um quilómetro a leste de Kefrsuse a partir de 1 de
outubro, enquanto o Esquadrão "A" permanecia 13 km a sul de Damasco. O Esquadrão "C" ficou com a missão de ser a
guarda da cidade, reportando a Lawrence, e o Esquadrão "B" ficou com a guarda do comboio da div isão. A 4 de
outubro o regimento rendeu a 5.ª Div isão de Cav alaria na guarda da cidade e mov eu o seu biv aque para sudoeste de
El Mezzo. [1 3 8 ]

Às 07 :00 de 7 de outubro, um av ião alemão Taube lançou três


bombas a cerca de 400 metros do quartel general do regimento sem
causar v ítimas. Uma hora depois, o quartel general do regimento
mudou-se para Damasco, juntamente com os esquadrões "A" e "B",
montando biv aque na "Casa Branca", mil metros a ocidente do quartel
de Caseme. Por sua v ez, o Esquadrão "C" biv acou perto do Hospital
Francês, na estrada de Alepo, não muito longe do Hospital Inglês. Ali
prosseguiram v árias missões de guarda. [1 3 8 ]

No seu relatório de 8 de outubro de 1918 para Henry Wilson, Allenby


informav a que o número total de prisioneiros capturados pela Força
O regimento Gloucester Yeomanry na Expedicionária Egípcia ultrapassav a os 7 5 000 e estimav a que não
marcha de Chauvel em Damasco no dia 2
teriam escapado mais do que 17 000 homens dos 4.º, 7 .º e 8.º
de outubro
exércitos inimigos, os quais não dev iam ter mais do que 4 000
espingardas. 25 000 prisioneiros ainda estav am em Damasco e estav a
a ser complicado tirarem-nos de lá dev ido ao seu estado de saúde precário e à falta de ambulâncias e camiões.
Dev ido a hav er um surto de cólera em Tiberíades (onde Allenby tinha o seu quartel general), a cidade não podia ser
usada como ponto de paragem para a ev acuação dos prisioneiros. Destes, 16 000 estav am doentes ou feridos. [1 4 6 ]

O comandante da Força Expedicionária Egípcia (EEF) referia ainda que Damasco estav a tranquila e os preços da
alimentação na cidade tinha descido 20% em relação aos que eram praticados durante a ocupação otomana. Faiçal
tinha-o informado que não iria fazer qualquer proclamação sem o consultar, mas estav a preocupado em relação às
intenções dos franceses. Em Amã hav ia alguma miséria e doenças, mas as autoridades médicas estav am a lidar com a
situação. O comandante britânico classificav a a situação na área de Amã-Es Salt como "satisfatória". [1 4 6 ]

Campo de prisioneiros de Kaukab


Em Kaukab, aos 10 000 prisioneiros iniciais juntaram-se mais 7 000, transferidos de um campo em El Mezze em
"condições deploráveis". Nos primeiros dias morriam 7 0 prisioneiros por dia no campo, um número que desceu
para 15 por dia após o tenente-coronel T. J. Todd, do 10.º Regimento de Cav alaria Ligeira, ter assumido o comando
do campo a 7 de outubro, substituindo dois esquadrões do 4.º Regimento de Cav alaria Ligeira e um esquadrão do
11.º Regimento, comandado pelo major Bailey . [1 4 7 ][1 4 8 ] Todd achou que a alimentação era pobre, tinham sido
criadas condições para cozinhar e que não hav ia medicamentos nem ligaduras para os doentes e feridos, dos quais
3 000 precisav am urgentemente de cuidados médicos. [1 4 8 ]

Todd mandou transferir os homens mais fracos para casas na aldeia, forneceu cobertores, env iou médicos sírios
para tratar os enfermos, organizou os prisioneiros em companhias comandadas pelos seus próprios oficiais e foram
criadas estruturas sanitárias. Quatro oficiais médicos prisioneiros começaram a trabalhar no campo, mas nenhum
falav a inglês. No primeiro dia foram enterrados 69 mortos, no dia seguinte 17 0. No dia 8 foram recebidos cinco
fogões móv eis otomanos e foi preparada sopa para os doentes. No ribeiro foram instaladas quatro bombas de água

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que passaram a abastecer quatro bebedouros para os


prisioneiros. Nos relatórios env iados diariamente eram pedidos
com urgência cobertores, medicamentos e desinfetantes. [1 4 8 ]

No dia 9 de outubro, 7 62 oficiais e 598 militares otomanos de


outras patentes foram env iados para o campo, onde dev eriam
ficar enquanto não houv esse condições para fazer ev acuações
para o Jordão. No dia seguinte chegaram dois intérpretes e Todd
foi nomeado comandante dos prisioneiros de guerra da área de
Damasco. No dia seguinte, as rações alimentares já eram
"razoavelmente satisfatórias" mas continuav am a faltar
medicamentos, cobertores e desinfetantes. [1 4 8 ]

No dia 18 de outubro foi ev acuado por estrada o primeiro lote


de mil prisioneiros, organizados em grupos de 100, comandados
pelos seus oficiais. Seguiram-se outros nos dias seguintes. No dia
30, a chamada unidade de Jacob, rendeu o 10.º Regimento de
Cav alaria Ligeira, que saiu do campo a caminho de Homs às
15:30. [1 4 7 ][1 4 8 ]

Problemas de abastecimentos Prisioneiros no campo de Kaukab

Damasco estav a a 240 km das bases da Força Expedicionária


Egípcia (EEF) e Alepo estav a a 320 km além de Damasco. [1 4 9 ]
As maiores dificuldades causadas por estas grandes distâncias
eram o abastecimento de mantimentos e o apoio médico, pois
não era possív el manter serv iços de fornecimentos regulares ao
longo das extensas linhas de comunicação. [1 5 0 ] Os portos
capturados foram rapidamente organizados como bases
av ançadas de abastecimento dos av anços tanto do Corpo XXI de
Bulfin como do Corpo Montado do Deserto de Chauv el. [1 5 1 ] Os
fornecimentos começaram a ser desembarcados em Haifa a 27
Tropas britânicas e camelos em Trípoli em de setembro. Durante a primeira semana, foram ali
outubro de 1918 descarregadas mil toneladas por dia, mas não hav ia meios para
mov er todos os abastecimentos ao longo dos 140 km que
separav am Haifa de Damasco e os 120 km entre Afula e
Damasco. Foi criado um depósito em Samakh, de onde os
abastecimentos eram transportados em camiões para
Damasco. [1 5 2 ]

No início da perseguição, a linha de abastecimento começav a


em Haifa, passav a por Nazaré e seguia para Tiberíades e Samakh,
mas quando o Corpo Montado do Deserto chegou a Damasco, o
corpo estav a a mov er-se mais depressa do que as suas colunas
Condutores britânicos em Damasco em
novembro de 1918 de abastecimento. Os principais problemas logísticos eram os
estragos na linha férrea entre Haifa e Samakh, cuja repação foi
concluída a 30 de setembro, e as péssimas condições em que se

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encontrav a um trecho da estrada entre Jisr Benat Y akub e Quneitra. [1 5 3 ] Esse trecho, com cerca de 1,5 km,
demorav a em média um dia ou dia e meio a percorrer. Hav ia apenas uma estrada estreita e sinuosa e a trav essia do
Jordão era feita por uma ponte estreita que só permitia a passagem de um camião de cada v ez e que se partiu v árias
v ezes. Os camiões demorav am três dias para percorrer os 140 km entre Samakh e Damasco. A maior parte das tropas
estav am acampadas ao longo desta estrada, nos arredores de Damasco, e como esta era a única estrada pela qual elas
e os camiões v indos do terminal ferrov iário de Samakh podiam chegar a Damasco, era frequentemente
bloqueada. [1 5 0 ]

No dia 4 de outubro, o comboio de rações av ariou-se, deixando o 12.º Regimento de Cav alaria Ligeira com duas
refeições em falta. [1 3 8 ] A partir de 19 de outubro os abastecimentos de mantimentos, rações de chá, leite e açúcar
para as duas div isões de cav alaria passaram a ser desembarcados em Beirute e carregados em camiões para Damasco
e Balbeque. [1 5 4 ][1 5 5 ]

No seu relatório de 22 de outubro para Wilson, Allenby informav a estar a trabalhar nas pontes ferrov iárias caídas do
v ale do Jarmuque. Até que estiv essem reparadas, os transportes eram feitos por camelos e camiões. Propunha
também que o transporte por estrada se concentrasse na estrada costeira para norte a partir de Haifa, seguidamente
na estrada entre Trípoli e Homs e depois na estrada de Beirute para Balbeque. Esperav a conseguir manter essas
estradas transitáv eis durante as chuv as. Com essas estradas e com o caminho de ferro entre Haifa, Damasco e
Riaque, Allenby contav a ter os problemas logísticos resolv idos. Contudo, a norte de Riaque o caminho de ferro era
de bitola padrão, pelo que não podia ser usada dev ido ao facto do material circulante que circulav a até Riaque ser de
bitola métrica. [1 5 6 ]

Requisições
Os quase 20 000 homens e os cav alos do Corpo
Montado do Deserto dependeram em grande medida
Depois de treze dias a carne enlatada e biscoito, era
de abastecimentos locais a partir de 25 de setembro
bom ter carne e pão fresco nov amente; o borrego
de 1918 até à tomada de posse da área pelos franceses
era o melhor e o pão, apesar de escuro, áspero e
em 1919. [1 5 8 ] Entre 25 de setembro e 14 de outubro,
pesado, ainda assim ficav a muito à frente do
o Corpo Montado estev e dependente daquilo que
biscoito. Já era tarde para os famosos damascos de
conseguiu requisitar à população local para alimentar
Damasco, mas hav ia uv as para toda a gente, peras,
os cav alos. Por sorte, não houv e falta de água exceto
maçãs e romãs, e também passas de uv a e outros
em uma ou duas ocasiões. [1 5 9 ]
frutos secos e especialidades de doces orientais. O

O abastecimento de comida para as tropas e para os melhor de tudo era que de todos os acampamentos

20 000 prisioneiros dependia das requisições locais, se v ia e ouv ia muita água a correr.

uma ativ idade que exigia "paciência e uma mistura


— Relato do correspondente de guerra e historiador
de firmeza e tato". [1 6 0 ] A tarefa de requisição era
oficial australiano Henry S. Gullet [1 5 7 ]
realizada com "extrema dificuldade e sem de alguma
forma privar os habitantes de comida
essencial". [1 6 1 ] O pão e a carne para os soldados
eram também obtidos localmente em larga medida. [1 5 5 ] Foram requisitados cereais armazenados em Damasco e
ov elhas e bov inos da região. [1 4 7 ]

Situação médica

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Dev ido aos tumultos e à situação política incerta, no primeiro dia da ocupação nenhuma unidade médica entrou em
Damasco, que então tinha cerca de 250 000 habitantes. As primeiras unidades médicas começaram a chegar à
cidade no dia seguinte. [1 6 2 ]

Muitos dos 3 000 prisioneiros otomanos doentes e feridos encontrav am-se em seis grupos de hospitais. Num deles,
em Babtuma, estav am internados 600 pacientes; noutro grupo estav am 400; no hospital de Merkas encontrav am-se
650 feridos grav es; no quartel de Beramhe hav ia 900 pacientes; num edifício perto da estação de Kadem hav ia 1 137
pacientes. O comandante Chauv el ordenou que esses doentes e feridos fossem a primeira prioridade dos serv iços
médicos. [1 6 2 ]

Apesar de se terem registado alguns casos de cólera em Tiberíades,


que foram rapidamente erradicados, não houv e nenhum em Damasco,
mas entre os prisioneiros hav ia casos de tifo, febre tifoide, febre
recorrente, oftalmias, pelagra, sífilis, malária e gripe. As ambulâncias
de campo do Corpo Montado do Deserto trataram mais de 2 000 casos
e foram internados 8 250 pacientes em hospitais de Damasco. As
ev acuações eram feitas sobretudo por comboios rodov iários para os
portos mais próximos e depois por nav ios-hospital. [1 6 3 ] Nos
primeiros dias, todos os feridos e doentes grav es foram mantidos em
O hospital otomano de Damasco pouco Damasco dev ido às dificuldades da v iagem de 230 km até Haifa. [1 6 4 ]
depois da entrada na cidade do
4.º Regimento de Cavalaria Ligeira. A A primeira parte da v iagem para Haifa era feita em camiões, de
fotografia mostra soldados australianos, Damasco até Samakh, mas era tão fatigante que tinha que ser feita em
entre os quais se encontra o seu duas etapas. A primeira etapa, de 68 km, era até Quneitra, onde a
comandante, o tenente-coronel Bourchier,
ambulância de campo da 4.ª Brigada de Cav alaria Ligeira tratav a dos
a reunirem os 10 000 prisioneiros
otomanos capturados. pacientes durante a noite. A segunda etapa era primeiro até Rosh
Pinna, onde hav ia um posto de receção da 4.ª Brigada. Os camiões
seguiam depois para Samakh, onde os pacientes eram colocados em
comboios para Haifa. Depois da v iagem, os pacientes ficav am a cargo de uma ambulância de campo britânica até que
um nav io-hospital os lev asse para o Egito. [1 6 4 ] Também foram usadas ambulâncias motorizadas, mas estas
av ariav am-se frequentemente e hav ia dificuldades de fornecimento de combustív el. [1 5 0 ]

Os camiões disponív eis eram insuficientes para a ev acuação dos doentes, feridos e prisioneiros. Os mais de 10 000
prisioneiros na área de Damasco representav am um grande peso no abastecimento de mantimentos. Finalmente
decidiu-se que os camiões de munições fossem usados na v olta para transportar doentes e feridos, o mesmo
acontecendo com os camiões de abastecimento para os prisioneiros. [1 6 4 ]

Durante a perseguição pela Div isão Montada Australiana e 4.ª e 5.ª div isões de cav alaria, os doentes e feridos em
número crescente foram mantidos em postos de recolha. Ali aguardav am pela ev acuação, que era feita pelos
camiões de abastecimento que regressav am da frente. [1 6 5 ] Num mosteiro acima da margem do mar da Galileia e de
Tiberíades, os monges trataram de pacientes australianos que «pensavam estar em casa» — ao longo de muitas
centenas de metros, a margem estav a plantada de eucaliptos e comiam peixe fresco, bananas e laranjas recém
colhidas num pomar próximo. [1 6 6 ]

Foi ordenado à 4.ª e à 5.ª div isões de cav alaria na área de Riaque-Moallaka que parassem com as ev acuações para
Damasco até que se estabelecesse uma rota até Beirute. [1 6 7 ] Um Combined Clearing Hospital[n t 8 ] foi
desembarcado em Beirute a seguir à ocupação daquela cidade a 11 de outubro, que gradualmente passou a ser a
principal rota de ev acuação de Damasco v ia Moallaka, uma distância de 114 km. [1 6 8 ]

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A estrada de Damasco para Beirute, que passa sobre a cordilheira do


“ Antilíbano em direção a ocidente, é razoável. Percorre depois uma planície
entre as duas cordilheiras e sobre a cordilheira do Líbano. A estrada no

lado oriental da cordilheira, depois de uma ponte dinamitada ter sido
reparada, era boa. Contudo, era muito íngreme e sinuosa durante várias
milhas na descida para a costa, envolvendo muitas curvas apertadas, pelo
que era ainda mais perigosa, em muitos casos os travões das
ambulâncias motorizadas não aguentavam.
— Tradução livre da descrição da estrada entre Damasco e Beirute na “História Oficial dos
Serviços Médicos do Exército Australiano”.[168].

Gripe espanhola e malária


Durante a perseguição, o Corpo Montado do Deserto passou pelas áreas de malária
das margens do mar da Galileia e combateu nas áreas de malária do rio Jordão
entre Jisr Benat Y akub e o lago de Hula. Poucos dias depois das operações na área
de Damasco terem terminado, as epidemias de malária e de gripe espanhola (gripe
pneumónica) que então assolav am o Médio Oriente espalharam-se rapidamente,
infetando muitos soldados. [1 6 9 ]

A epidemia atingiu rapidamente proporções alarmantes em Damasco, espalhando-


se ao longo das linhas de comunicação a sul da cidade e também para norte.
Praticamente todos os infetados nos primeiros estágios da doença eram casos
grav es. Os fornecimentos médicos ficaram rapidamente em falta, ao mesmo tempo
que a alimentação era inadequada para uma dieta lev e e hav ia falta de cobertores e
colchões, pois dev ido ao facto de não hav er instalações para os desinfetar, em Um condutor australiano do
4.º Regimento de Cavalaria
muitos casos eles tinham que ser destruídos. [1 7 0 ]
Ligeira, que saiu de Sydney
em junho de 1915 e morreu
O Corpo Médico Australiano, comandado pelo coronel Rupert Downes, ficou
de malária em Damasco a
responsáv el por cuidar dos doentes em Damasco. [1 7 1 ] O major W. Ev ans, DADMS
17 de outubro de 1918
(v ice-diretor dos serv iços médicos)[n t 9 ] da Div isão Montada Australiana, foi
nomeado Oficial Médico Principal de Damasco e ficou responsáv elpela
reorganização do sistema hospitalar. [1 7 2 ]

Aos casos de malária maligna contraídos no v ale do Jordão a sul de Jisr ed Damieh antes da ofensiv a, juntaram-se
cada v ez mais casos contraídos no mesmo v ale, mas a norte de Jisr ed Damieh e em redor de Beisan. [1 7 3 ] Na semana
que terminou a 5 de outubro, foram registados em hospitais como doentes mais de 1 246 soldados do Corpo
Montado do Deserto; na semana seguinte foram reportados mais 3 109 casos. Muitos dos que tinham contraído e
sofrido de malária prev iamente no v ale do Jordão encontrav am-se agora num clima diferente, cansados e
extenuados por duas semanas de operações quase constantes, e tiv eram recaídas ou contraíram gripe
espanhola. [1 7 4 ][1 7 5 ]

Na “História Oficial dos Serviços Médicos do Exército Australiano”, publicada em 1938, Rupert Downes relata que
durante a primeira semana em Damasco se registou um surto muito intenso de doenças febris grav es. Na altura
desconhecia-se a natureza exata dessas doenças e em casos continuaram a ser tema de debate. Em Damasco hav ia
então uma epidemia de gripe pneumónica e os médicos suspeitaram, em muitos casos com fundamento, de
disenteria, tifo, cólera, doenças transmitidas pelos mosquitos Phlebotomus e outras febres. A observ ação clínica
minuciosa não era fácil nas condições existentes e muitas pirexias foram diagnosticadas como gripe, disenteria ou
até cólera. Suspeitou-se ainda de um surto de febre cefalorraquidiana. A chegada de uma Estação de Diagnóstico de

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Malária a 12 de outubro ajudou a clarificar a situação. Todos os supostos casos de cólera e de febre cerebral, bem
como uma grande parte dos de disenteria, eram afinal malária. Em grande parte dos doentes inicialmente
diagnosticados como sofrendo de gripe cujo sangue foi analisado, foi encontrado o parasita da malária e o
diagnóstico foi mudado essa doença. Para o oficial médico australiano, era ev idente que, em simultâneo com um
surto de gripe pneumónica se assistiu a um grande aumento dos casos de malária maligna, tanto no Corpo Montado
do Deserto como na Força de Chay tor. A administração de três injeções de 12 grãos (7 7 7 mg) de bicloridrato de
quinina rev elav a-se suficiente para fazer desaparecer, pelo menos temporariamente, os parasitas do sangue durante
o período febril. [1 7 6 ]

Dev ido a uma interrupção das ev acuações a 10 de outubro, o único posto de


receção de doentes em Damasco da 5.ª Div isão de Cav alaria em 11 de outubro tinha
entre 800 e 900 pacientes grav es, que sofriam principalmente de
broncopneumonia e de malária maligna, e ocorreram muitas mortes. Alguns caso
de diarreia malárica foram diagnosticados como cólera — a estação de diagnóstico
de malária só chegou no dia seguinte. O pessoal médico, muitíssimo reduzido,
estav a exausto e hav ia falta de materiais médicos, medicamentos e cobertores.
Cem soldados da cav alaria ligeira foram destacados para tarefas de apoio médico.
No dia seguinte foram ev acuados numerosos pacientes por um comboio de
camiões e a chegada de um fornecimento de leite aliv iou a situação. O posto de
receção de doentes da Div isão Montada Australiana também chegou nesse dia e
aliv iou a sobrecarga do posto da 5.ª Div isão, que nessa tinha recebido 1 560
doentes australianos e britânicos, do total de 3 150 doentes registados em todas as
unidades médicas. No hospital de Babtuma, o número de pacientes otomanos
cresceu de 900 para 2 000. [1 7 7 ] Os prisioneiros de guerra doentes foram retidos
Campas de soldados mortos
em Damasco dev ido à falta de alojamentos no Egito. [1 6 7 ]
em Damasco. A que está
em primeiro plano é de
O número de nov os casos de doença do pessoal dos serv iços médicos cresceu a
R.T. Cowan, do
uma taxa superior ao dos casos nas unidades de combate e não chegav am reforços.
10.º Regimento de Cavalaria
Ligeira, que morreu de A perda de oficiais administrativ os tornou-se um problema grav e para a eficiência
malária no dia 24 de outubro dos serv iços. O posto de receção da 4.ª Div isão de Cav alaria estev e parada por não
de 1918. ser possív el deslocar-se dev ido às baixas por doença dos seus elementos. Apenas
duas ambulâncias motorizadas tinham condutores. [1 6 8 ] Muitos médicos
adoeceram, incluindo membros do estado-maior. 23 dos 99 oficiais médicos das três div isões montadas do Corpo
Montado do Deserto adoeceram, incluindo o coronel Rupert Downes, comandante do Corpo Médico Australiano,
que adoeceu a 6 de outubro e não hav ia quem o pudesse substituir no comando. O comandante médico da
5.ª Div isão de Cav alaria não adoeceu, mas estav a com a sua unidade no av anço sobre Alepo. [1 6 8 ][1 7 3 ]

A 14 de outubro a situação estav a rapidamente a melhorar e dois dias depois a ev acuação decorria de forma descrita
como "satisfatória". Após uma v isita a Damasco do seu v ice-comandante a 11 de outubro, o comandante dos serv iços
médicos da Força Expedicionária Egípcia, estacionado em Ramla, env iou para Damasco 100 soldados que estav am a
caminho de França. Estes chegaram à cidade no dia 18 e no dia seguinte chegaram 18 carros do Comboio Motorizado
de Ambulâncias e a 25.ª Casualty Clearing Station rendeu os serv iços médicos Div isão Montada Australiana no
tratamento dos doentes.O Corpo Montado do Deserto entregou a administração dos doentes em Damasco para as
linhas do quartel-general de comunicação no início de nov embro, depois dos combates com os otomanos terem
terminado. [1 6 7 ]

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Três semanas depois de Damasco ter sido ocupado, no dia 22 de outubro, Allenby reportav a ao Departamento de
Guerra que as doenças estav am a causar problemas. Os mosquitos tinham sido controlados e o v ale do Jordão tinha-
se tornado "quase uma estância de saúde de v erão". A malária maligna "em território turco" estav a a derrubar muita
gente, mas tinha um bom comandante médico, que estav a a fazer tudo o que estav a ao seu alcance, mas todas as
camas estav am ocupadas. Tinha intenções de env iar milhares de pacientes para Malta, mas aparentemente os
doentes e feridos de Salonica tinham ocupado a maior parte das camas que lá existiam. Dizia igualmente que a saúde
dos prisioneiros otomanos estav a a melhorar e que a sua taxa de mortos estav a a diminuir. Ainda estav am milhares
de prisioneiros em Damasco, à espera de poderem ser transportados para o Egito, mas os transportes eram
insuficientes. [1 7 8 ]

Do total de 330 000 membros da Primeira Força Imperial Australiana que saíram da Austrália durante os quatro
anos de guerra, 58 961 morreram, 166 811 foram feridos e 87 865 adoeceram. [1 7 9 ][1 8 0 ] Nunca houv e tantos casos
de malária nas forças armadas australianas como os que se registaram a seguir ao av anço para Damasco. [1 8 1 ]

12.º Regimento de Cavalaria Ligeira


Segundo o diário de guerra de 8 de outubro, os homens do 12.º Regimento de Cav alaria Ligeira estav am "longe de
estar bem" e precisav am de um bom descanso para não ficarem completamente esgotados. No dia 12 descrev ia-se a
sua situação como estando "em muito mau estado" e cada dia que passav a aumentav a o número de homens que
adoecia. No dia 14, ainda hav ia muitos homens com febre e todos os dias eram usados 5 prisioneiros para tratarem
dos cav alos e fazerem limpezas, pois de outra forma não hav eria pessoal suficiente para as tarefas de guarda. No dia
17 de outubro faltav a um oficial e 144 militares de patentes inferiores. No dia seguinte a unidade recebeu oito
reforços. No dia 19 o pior já tinha passado e reportav a-se que o estado dos soldados estav a a melhorar de dia para
dia. [1 3 8 ]

Impacto das doenças na eficácia da EEF


As baixas nos dois corpos de infantaria foram elev adas mas essas unidades, estacionadas atrás da frente em áreas
liv res de malária perto de terminais ferrov iários e hospitais, não eram necessárias para operações militares, exceto a
7 .ª (Meerut) Div isão indiana, que av ançou para ocupar Beirute e Tiberíades. As perdas no Corpo Montado do
Deserto eram alarmantes porque qualquer av anço futuro estav a fortemente dependente da sua capacidade de
combate. [1 7 5 ]

Média de baixas por doença em percentagem [182]

Divisão Montada Anzac Divisão Montada Australiana

Período Admitidos Evacuados Admitidos Evacuados

15–30 setembro 5,49 4,97 3,27 3,04

outubro 7,79 6,30 6,16 4,86

novembro 2,79 2,47 4,20 3,35

dezembro 1,68 1,52 1,53 1,20

O número de infetados com malária, principalmente do tipo maligno, duplicou entre 1 de setembro e 1 de outubro,
de 2,85% para 5,51%, tendo afetado praticamente de forma igual tanto nos soldados indianos como nos soldados
europeus. Apesar da taxa de mortalidade não ter sido elev ada, houv e quatro v ezes mais mortes em Damasco do que
houv e entre 19 de setembro e 1 de outubro, antes da tomada da cidade. Das 47 9 mortes registadas em hospitais, só
menos de 20 foram de ferimentos. [1 8 3 ]

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10/4/2018 Conquista de Damasco (1918) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Estado dos cavalos


Os cav alos que tinham estado em ação, inclusiv e os que não estav am nas melhores condições, sobrev iv eram a
longas marchas carregando cerca de 130 kg e recuperaram rapidamente, mas o mesmo não aconteceu com os que
tinham chegado mais posteriormente. [1 6 0 ]

Durante a Batalha de Megido e a conquista de Damasco, entre 15 de setembro e 5 de outubro, 1 021 cav alos
morreram em combate ou por outros causas. De um total de 25 618 animais env olv idos nas campanhas, 3 245
receberam tratamento em hospitais v eterinários ou secções v eterinárias móv eis. Sofriam principalmente de
escoriações, debilidade, febre e cólicas ou diarreia. Depois de terem sido curados, 904 v oltaram ao serv iço. [1 4 7 ]

Rescaldo
A conquista de Damasco foi uma v itória de tal forma decisiv a
que tornou improv áv el a ocorrência de outras grandes
batalhas no teatro de operações do Médio Oriente, apesar da
guerra continuar. A única coisa que separav a a Força
Expedicionária Egípcia dos montes Amano e das montanhas
do Tauro, já em plena Anatólia, passou a ser apenas a
distância. [1 8 4 ]

Os aliados estimav am que os recursos do Império Otomano


estiv essem quase esgotados, mas não hav ia certezas e a
desconhecia-se a capacidade dos otomanos para substituir
os exércitos que tinham perdido. As perturbações
económicas resultantes da guerra prov ocaram penúria de
alimentos por toda a Síria e Líbano em 1918. [1 8 4 ][1 8 5 ]

A 7 .ª (Meerut) Div isão, av ançando ao longo da costa


mediterrânica, ocupou Beirute a 7 de outubro e Trípoli a 13
de outubro, o que significou a captura de dois portos
importantes, a partir dos quais se podia fazer o
abastecimento da perseguição pelo interior para
norte. [1 8 6 ][1 8 7 ] Essa perseguição foi realizada pela
5.ª Div isão de Cav alaria, que chegou a Balbeque a 10 de
outubro e a Homs três dias depois. Aí receberam ordens a 20
de outubro para av ançar para Alepo, a 190 km de distância.
Cav algaram sem a 4.ª Div isão de Cav alaria, mas com o apoio
Mapa 41 de Falls [1] do avanço para Alepo entre 1 e
do exército xarifiano e a 2.ª, 11.ª e 12.ª baterias ligeiras
28 de outubro de 1918
motorizadas (Light Armoured Motor Batteries) e a
1.ª (Australiana), 2.ª e 7 .ª patrulhas ligeiras (Light Car
Patrols). [1 8 8 ][1 8 9 ]

Alepo foi tomada pelo exército xarifiano do príncipe Faiçal com o apoio de carros blindados e da 15.ª (Serv iço
Imperial) Brigada de Cav alaria a 25 de outubro. [1 9 0 ][1 9 1 ] No dia seguinte, a 15.ª Brigada atacou retaguardas
fortificadas em Haritan, 13 km a noroeste de Alepo. A 27 de outubro, foi dada ordem à Div isão Montada Australiana
para av ançar para norte, para apoiar a 5.ª Div isão de Cav alaria. [1 9 2 ][1 9 3 ]

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Cronologia
Cronologia da conquista de Damasco

Notas
Este artigo foi inicialmente traduzido do artigo da Wik ipédia em inglês, cujo título é «Capture of Damascus (1918)»,
especificamente desta versão (http://en.wik ipedia.org/w/index.php?title=Capture_of_Damascus_(1918)&oldid=68850355
3).

1. Estes avanços são frequentemente apresentados como uma "corrida por Damasco".[29][30]
2. não tinha estado "heavily engaged", segundo as palavras do marechal Wavell.[34]
3. Atualmente as grafias latinas mais comuns do que era então a aldeia de Er Remta são Ar Ramtha, Al-Ramtha e Ar-
Ramsa.
4. No original: "in column of squadrons in extended order".
5. Tiberíades e Samakh foram tomadas pelos britânicos no dia 25 de setembro.
6. O historiador militar Cyril Falls apresenta a pessoa que rendeu Damasco como "Mohammed Said", mas mais tarde fala
em dois irmãos, "Mohammed Said" e "Abd el Kadir".[116]
7. Trecho baseado num discurso proferido num jantar por Chauvel em 1923.[135]
8. "Combined Clearing Hospital" significa algo como "hospital combinado de `trocas´".
9. DADMS é a sigla de Deputy Assistant Director of Medical Services.

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