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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

ESCOLA SUPERIOR DE DESENHO INDUSTRIAL


GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

GABRIELA SOUZA E SILVA FREITAS

FICHAMENTO

“HISTÓRIA DA VIDA PRIVADA 2


DA EUROPA FEUDAL À RENASCENÇA”
PÁG 411- 448

GEORGES DUBY
PHILIPPE BRAUNSTEIN
DOMINIQUE BARTHÉLEMY

PETRÓPOLIS
2017
GABRIELA SOUZA E SILVA FREITAS

“HISTÓRIA DA VIDA PRIVADA 2”


FICHAMENTO – 411-438

Trabalho apresentado no primeiro semestre do ano


letivo do ano de 2017, como requisito avaliativo
parcial à disciplina de História da Arte e
Arquitetura do curso de Graduação em Arquitetura
e Urbanismo da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro.

Professor: Dr. Guilherme Moerbeck

PETRÓPOLIS

2017
 Séculos XI – XIII

- Séculos XI e XII

 Guerras locais
 Necessidade de proteção, principalmente para a aristocracia
* Sistemas e estratégias construtivas priorizando a proteção e a desvalorização
do conforto.
 Torreões
* “Vestígios mais bem conservados da arquitetura profana desse tempo”.
(p.412)
* Madeira: já degradada
 A arqueologia contemporânea busca meios de conhecer o real passado através
de cada vestígio encontrado
 A arqueologia do século XIX: Visão idealizada do torreão como algo
negativo, assim como muitas coisas ligadas à era medieval;
 Embora seja perfeitamente possível imaginar o cenário da vida medieval, suas
relações sociais, o que para o autor é o mais interessante, não é totalmente
explícito.
 Dificuldade na atribuição de nomes exatos para os espaços;
* Turris: torre
* Domus: habitação
* Camera: quarto
* Sala: sala
 A torre a habitação

* Residência x fortificação

 Surgimento das torres:


* Meados do século X
* Não necessariamente partes usadas como habitação permanente;
* Complexos palaciais
- Integração e dominação de uma cidade
- Envolvidas por um muro (castrum)
- Núcleo protourbano
- Castelos:
* Morada do senhor feudal
* multiplicidade de funções
* Aix, palácio de Carlos Magno
* aula – residência de um soberano; corte (PRIBERAM)
* Tempo de Luís IV – Palácio de Laon → presença de torre (ou aula
fortificada)
* Doué-la-Fontaine: descoberta de presença de uma aula espaçosa que servia
como residência secundária de um príncipe, em que seus pavimentos inferiores
(que se transformaram em celeiros e calabouços) serviram de base para a
instalação de uma torre.
* Val de Loire e Normandia: locais em que iniciaram a inserção de torres em
castelos.
- Torreão de Langeais, 994- Fouque Nerrra, conde d’anjou
* Inicialmente usado como bastião para fins bélicos, depois adaptado para
servir de residência, até ser novamente destinado a funções militares.

* “O caso mais frequente consiste em uma


germinação do torreão com um corpo de habitação
contínuo de onde se pode vir ali se refugiar em caso
de necessidade: ele não desempenha um papel
central nem realmente ativo na defesa das fortalezas:
é antes um reduto protegido por seu isolamento ou
por sua excentricidade em relação às outras
defesas”. (p. 417)

* Inglaterra Normanda- 1066 em diante: Uso do torreão como habitação


permanente;

 Fortificações secundárias
* Não necessariamente residenciais
* Podem abrigar a família de um cavaleiro
“ (...)o ponto mais elevado do castelo de Olivet
não está destinado à residência; a casa toma lugar
apenas em um exíguo terreiro, entre a torre e a parte
menos vulnerável do recinto; um outro terreiro, mais
largo e menos defensável, abriga alguns animais
domésticos”. (p.417)

* Residência com forma de aula e adornada com móveis, cozinha separada


e capela, ou seja, uma réplica reduzida de um castelo.
* Torre como “covil dos guerreiros sós” – Miracles de sainte Foy
* Domus e turris
- “Torre é a metonímia da família” (p.418)
- “Torre é o futuro da casa” – elevação progressiva da aula
- Torre como parte da casa destinada a ser refúgio em caso de perigo
(função semelhante a um bunker).

 Os graus de desconforto
* “Entre aula e torreão, frisa-se por vezes a indistinção” (p.419), ou seja, o
torreão pode ser definido como uma aula fortificada, e se este possuir mais vãos,
entre outras mudanças, irá se assemelhar a uma aula.

* No entanto, os torreões passam a se distanciar das aulas ao deixarem de ser


erguidos a partir de plantas retangulares para assumirem formas quadradas e
cilíndricas.

* É denominada aula uma sala grande e pouco exposta com grandes janelas.

* A presença de lareiras em alguns torreões podem ser testemunhos de que


havia alguma preocupação com o conforto ambiental naqueles espaços.

* “No final do século XII, os maiores feudais apenas começam a descobrir a


horrível tristeza das habitações, tão mal iluminadas e arejadas, em que se
amontoam com sua família e seus servidores na mais estranha promiscuidade
". (RITTER; Raymond)

- A palavra “promiscuidade” é empregada, no sentindo em que na


atualidade, onde há uma clara divisão de cômodos com um grande nível de
privacidade para cada um dos habitantes de uma residência, é estranho pensar
que muitos dividiam o mesmo espaço ao mesmo tempo sem particularidade.

- Ao longo do tempo, os torreões passam a ter mais aberturas e os ambientes


passam a ter um nível maior de privacidade.

 A mutação do final do século XII


- Maior desejo de segurança, principalmente contra traições por parte de quem
é permitido adentrar na torre.
“[...]em consequência da exclusão de todo
habitante estrangeiro em período de perigo, o
senhor do castelo já não era obrigado a deixar
penetrar um homem no interior do recinto
superior, se não estivesse plenamente seguro de
sua fidelidade [...]” (D’AUXERRE; HUGHES)

- Torreões “mais habitáveis e mais defensáveis”

 A época da casas-fortalezas
- No século XII, alguns cavaleiros “deixam de residir nos castelos principais”
- Necessidade de evidenciar prestígio em suas habitações;
- No entanto, a distinção da casa da pequena nobreza para o do camponês é
dada pela mobília, que para o primeiro grupo evidenciava o caráter
aristocrático da residência.

 A sala e o quarto
- Sem divisão clara entre os dois cômodos;
- Alcova: área destinada ao leito→ lugar mais privado

BARTHÉLEMY, Dominique. Os Arranjos do Espaço privado: Séculos XI-


XIII. In: DUBY, Georges (org.). História da Vida Privada 2: da Europa feudal
à Renascença. São Paulo: Companhia das Letras, 2009

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