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AS PESSOAS DE UMA CÉLULA

Dentro da estrutura de uma igreja em células existem algumas pessoas


fundamentais, e que elas desempenham funções básicas e imprescindíveis para o
funcionamento da célula.

1. O LÍDER

O líder de celular é alguém que se converteu, foi ao Encontro, batizou-se, fez o


Curso de Lideres Multiplicador, tornou-se líder em treinamento na célula durante algum
tempo, e agora, depois da multiplicação da célula, tornou-se líder e tem a sua própria
célula. Ele lidera uma célula de acordo com sua faixa etária, no próprio bairro ou região
da cidade onde mora.

O líder de célula é a figura-chave dentro da estrutura de células. Ele não precisa


ter um alto nível cultural ou intelectual e tampouco ser um grande conhecedor das
Escrituras. Não precisa saber responder a todas as perguntas sobre a Bíblia, nem ter uma
retórica impecável. Todavia, deve apresentar as seguintes características: ser cheio do
Espírito Santo, ser submisso, ser ensinável, ser transparente e ser tratável.

1.1. Ser cheio do Espírito

O que se espera de um líder, em primeiro lugar, é que ele seja cheio do Espírito
Santo. Isso vai gerar vida na célula e fazer frutificar o seu trabalho. É preciso uma vida de
oração íntima e diária com Deus e com a Sua Palavra. As pessoas vão à célula esperando
receber vida de Deus, e o líder cheio do Espírito vai manifestar alegria, intensidade,
profundidade e amor.

1.2. Ser submisso

Quem não aprendeu a se submeter, também não pode liderar. Não podemos tolerar
pessoas arrogantes, soberbas, jactanciosas e divisivas na liderança. Tais pessoas
acabam por esfacelar o Corpo de Cristo.

3. Ser ensinável

Isso significa: disposto a aprender com qualquer um, sem se julgar doutor em coisa
alguma. Líderes que se julgam conhecedores de tudo e nunca participam de reuniões de
treinamento e discipulado devem ser afastados, pois não trazem o Espírito de Cristo.

4. Ser transparente

O líder, como homem de Deus, deve andar na luz e não ocultar coisa alguma de
seu caráter. Isso é o que o torna alguém confiável. Ele não dissimula coisa alguma e os
seus problemas podem ser percebidos e, consequentemente, corrigidos.

5. Ser tratável

Se na sua transparência percebemos algo errado, ele deve ser suficientemene


aberto para permitir ser tratado e corrigido. Um líder não pode ser melindroso e deve estar
disposto a ouvir o que precisa e não somente o que lhe é agradável. Sem essas
características básicas, uma pessoa não deve ser constituída como líder de célula.

2. O AUXILIAR
O auxiliar é alguém que se converteu, foi ao Encontro, batizou-se, fez, ou está
fazendo o Curso de Lideres Multiplicador, e que está agora sendo treinado, de forma
prática, pelo líder de célula, para ser um líder, depois da multiplicação da célula que fazia
parte. Ele caminha junto com o líder e é o seu virtual substituto.

O líder em treinamento é um líder em potencial. Todo líder em treinamento deverá


tornar-se um líder de célula depois da multiplicação.

Todos os aspectos de caráter que se aplicam ao líder, devem ser observados na


vida do líder em treinamento, durante o tempo em que estiver sendo treinado.

Todo o trabalho que o líder de célula realizar deverá ser feito junto com o seu líder
em treinamento. Esta é uma forma prática de treiná-lo para fazer o mesmo depois, em
outra célula.

3. O ANFITRIÃO

O anfitrião é aquele que recebe os irmãos na sua casa com disposição e amor, para
o bom funcionamento de uma célula. Ele pode receber a célula por um tempo determinado
(por seis meses, por exemplo), ou pode ter a célula na sua casa por tempo indeterminado.
O que se espera dele é que seja hospitaleiro e receba bem os irmãos.

Um anfitrião pode receber mais de uma célula em sua casa em dias diferentes da
semana. Também é normal haver uma célula de adultos e outra de crianças se reunindo
simultaneamente na mesma casa.

O ideal é termos células somente em casas onde os dois cônjuges são crentes.
Entretanto, reconhecemos que há circunstâncias em que este padrão não pode ser
seguido. Temos tido bons grupos que funcionam em casas onde apenas um dos cônjuges
é convertido. Se o não-convertido não se opõe, podemos ter uma célula saudável em sua
casa.

4. O SUPERVISOR

O supervisor é um líder de célula que multiplicou suas células diversas vezes. Ele
supervisiona uma quantidade “x” de células, de acordo com a sua capacidade e
disponibilidade de tempo. A princípio, ele pode supervisionar enquanto ainda lidera sua
própria célula. O nome supervisor, porque esta é a sua principal função: supervisionar as
células e zelar pela visão, para que não se degenere. Cuidar do rebanho do Senhor
juntamente com seu pastor.

5. O PASTOR DE REDE

O pastor de rede é um líder de célula bem-sucedido, que se tornou um supervisor,


cuja capacidade para liderar e multiplicar suas células foi reconhecida. Ele apascenta as
células debaixo de sua cobertura, edificando encorajando seus membros. O pastor da
Rede é responsável por uma quantidade de supervisores e suas respectivas células. Ele
se reúne uma vez por semana com eles, em grupo e, individualmente, com cada
supervisor.

ESTÁGIOS DE UMA CÉLULA NORMAL


Uma célula pode nascer basicamente de duas formas: Primeiro, ela pode nascer a
partir de uma obra pioneira; segundo, ela pode nascer vindo da multiplicação de uma outra
célula.

Normalmente, ela passará por quatro fases: comunhão, edificação, evangelismo, e


multiplicação, mas algumas células poderão passar de uma fase a outra tão rapidamente
que, talvez, nem percebamos; outras, porém, poderão demorar-se mais numa determinada
fase que a maioria. Cada célula possui características próprias. Seja sensível e perceba a
personalidade da célula. Existem células dinâmicas, células passivas, células alegres,
células jovens, células mais velhas e assim por diante.

1. Estágio da comunhão (primeiras 4 ou 6 semanas)

O alvo neste período é produzir vínculos e relacionamentos de comunhão. Os eventos


sociais devem ser mais frequentes, para que as pessoas se conheçam e criem intimidade
entre si. Será necessário dedicar pelo menos um mês inteiro para isso, até que haja
afinidade entre os irmãos. O processo pode ser acelerado, se for programado um retiro de
final de semana.

Nesse estágio, deve ser avaliado se as pessoas se sentem parte da célula ou não,
conforme os seguintes critérios:

a) Vínculos na célula

Quando visitar a célula, pergunte às pessoas se elas se sentem incluídas na célula ou


não. Verifique também se elas estão incluindo os outros no seu círculo de amizade.

Procure observar se as pessoas conseguem expressar seus pensamentos e


sentimentos no meio da célula. Verifique se, na hora de decidir uma questão, a célula tem
postura própria ou fica apática, esperando por uma definição do líder. Células apáticas são
células ainda desvinculadas. O que também pode ser observado na hora do
compartilhamento na reunião.

Observe como a comunhão acontece no final da reunião. Em grupos desvinculados,


as pessoas se dispersam rapidamente ou simplesmente ficam sentadas.

b) Entendimento do compromisso e do propósito

Todas as partes básicas da visão devem ser estabelecidas: a multiplicação (quando


a célula atingir a faixa de 15 membros), cada crente ser um ministro, cada casa se abrir
para receber a igreja e os outros objetivos básicos da célula (oração, comunhão e
edificação), e cada membro deve ter bem claro que tipo de compromisso se espera dele na
célula.

As quatro primeiras reuniões serão dedicadas, basicamente, ao entendimento da


visão, ao estabelecimento das alianças da célula e à compreensão dos objetivos e da
dinâmica da reunião da célula. Nunca é demais lembrar que a reunião é composta de: 4
Es, Encontro, Exaltação, Edificação e Evangelismo. E cada membro da célula deve
entender que nós somos uma igreja em células.

c) Princípios enfatizados

Muitas células, no começo, são apenas cultos nos lares. Trabalhe para mudar isso.
Fale, explique, exorte, mas não permita que uma célula seja apenas um culto familiar. Toda
célula deve ter, no mínimo, (um auxiliar) um líder em treinamento. O líder em treinamento
funciona como o DNA do grupo, ou seja, ele é quem leva as informações básicas que
edificarão a próxima célula dentro da visão. Se não houver líder em treinamento, a
tendência é que a próxima célula, resultante da multiplicação da célula atual, se fragilize e
a visão se degenere.

2. Estágio de edificação (do segundo ao quarto mês)

Esse é o estágio de conflito na vida da célula, no qual os relacionamentos terão de


passar do nível social para o pessoal. Nesse momento, é natural a ocorrência de conflitos
nos relacionamentos. Não pense que, com isso, a célula está decaindo, na verdade, é um
grande avanço, pois mostra que já não são indiferentes uns com os outros.

a) Relacionamentos pessoais

Nesta fase todos já devem se conhecer dentro da célula. Espera-se que o líder já
tenha sido reconhecido pela célula. Espera-se que a célula tenha avançado de um mero
culto doméstico para um grupo razoavelmente vinculado. Além disso, mais pessoas já
podem ministrar a Palavra e o compartilhamento na reunião deve estar bem mais
participativo.

Compreensão do propósito

Dos quatro propósitos, o da edificação deve ocupar a posição central. (Lembre-se de


que os quatro objetivos da célula são: comunhão, edificação, serviço e multiplicação.)

Muitos dos propósitos estabelecidos para a célula serão desafiados. As tensões


dentro da célula podem ser resolvidas pelos pactos ou alianças da célula.

Princípios enfatizados

Cada crente é um ministro. Estimule o revezamento da Palavra, monitore e estimule


o compartilhamento.

Na medida do possível, inclua o líder em treinamento na reunião de supervisão e


discipulado. Uma outra possibilidade seria fazer uma reunião mensal que incluísse o líder
em treinamento e o anfitrião da célula.

3. Estágio de evangelismo (depois do quinto mês)

Os membros da célula tornam-se livres para se expressar, se comprometer e falar


abertamente. É neste tempo que a célula torna-se um verdadeiro purê de batata, ou seja,
o relacionamento sai do nível pessoal para o nível comunitário.

Os objetivos a serem mais realçados na célula são a oração e a edificação. É também


uma fase em que a célula corre o risco de ficar embriagada consigo mesma, visto que os
relacionamentos são excelentes, a comunhão é real e a reunião é viva. Se não for
enfatizada a visão da multiplicação, a célula pode se estagnar.

Se acontecer de a célula não sofrer uma crise de multiplicação, é porque a visão não
foi assimilada apropriadamente.

a. Princípios enfatizados

Procure ajudar a célula através do projeto de oração e das vigílias. Nesse momento,
os jejuns devem ser comuns. Mais do que em qualquer outra fase, os eventos-ponte
precisam ser centralizados na vida da célula!
Em hipótese alguma, tolere uma célula sem um líder em treinamento nessa fase.
Procure mostrar a importância e a bênção da multiplicação. Comece a estimular
irmãos a cederem suas casas para a futura multiplicação. É tempo de localizar anfitriões.

4. Estágio de multiplicação (ou finalização)

Toda célula deve ter uma finalização de algum tipo, e cada membro deve estar atento
para isso, desde o início. Consideramos que uma célula se encerra ao se multiplicar. As
duas células resultantes da multiplicação são consideradas, então, duas novas células. E
como tais, talvez se torne necessário passarem novamente por todas as fases.

a. Princípios enfatizados

Esse é um tempo de celebração. O líder deve ajudar os membros a verem a


multiplicação como uma ocasião de alegria para todos os envolvidos. É tempo de planejar
a multiplicação. Espera-se que o líder em treinamento tenha tido oportunidade de realizar
todas as tarefas de um líder, ao lado do líder da célula. Se for necessário, ministre esse
manual de células para o líder em treinamento e para o anfitrião, para reafirmar a visão.

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