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CAPÍTULO 5

OPERAÇÕES EM AMBIENTE URBANO

ARTIGO I
GENERALIDADES

5-1. FINALIDADE
a. Ao longo da história os estrategistas militares viram as cidades
como centros de gravidade e de fontes de força nacional. Tais aspectos
induziram a ações em ambientes urbanos a se tornarem cada vez mais
freqüentes. As operações urbanas servem para uma variedade de propósitos
táticos e estratégicos, dentre eles, neutralizar ou estabilizar uma situação
política volátil, derrotar uma força inimiga que utilizou a proteção conferida pelo
terreno urbano para abrigar-se, dominar um importante nó rodoferroviário, etc.
Este capítulo descreve as técnicas, táticas e procedimentos que os pelotões
podem valer-se durante todo o planejamento e a execução de operações
militares ofensivas e defensivas em ambiente urbano.
b. As operações em ambiente urbano são caracterizadas por uma
combate não linear e a curta distância, com domínio do emprego das pequenas
frações de infantaria, grande dificuldade na avaliação do inimigo e identificação
de seu valor, além da existência de muitos civis situados na área de combate.
c. Nas condições que se apresentam no ambiente urbano crescem
de importância a população e a mídia, levando a um maior nível de controle
político até mesmo nas ações de nível tático acarretando regras de
engajamento mais restritivas.
d. Além disso, para o soldado, continuará havendo uma combinação
de extremo perigo, rápidas mudanças de situação e condições de caos e
incertezas. Com a presença cada vez maior de civis não-combatentes, será
fator importante para o planejamento, conhecer posturas e peculiaridades da
população de determinada área. Por outro lado, as operações de inteligência
continuarão a desempenhar papel extremamente importante.
e. É importante ressaltar que as batalhas de desgaste estão
ocorrendo nas cidades e o inimigo pode se esconder junto à população, assim
cabe aos Cmt Pel tratar as cidades como “terreno com pessoas”, entendendo o
efeito disso em suas unidades, armas e operações. Destaca-se também que a

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inteligência deve ser a mais agressiva possível, sob todos os aspectos
(humanos e sinais), mas o mais importante é a busca de resultado pela
exploração da sincronização. As operações de informações, mesmo no âmbito
do pelotão, devem ser conduzidas para levantar as forças adversas, os não-
combatentes e os meios de comunicação existentes.
f. Dentro desse contexto complexo, assimétrico, dinâmico e
extremamente perigoso tem destaque o emprego de tropas mecanizadas.
g. Seja em uma operação ofensiva ou defensiva, no ambiente
urbano, em seu planejamento o Cmt Pel deve considerar os seguintes:
(1) nem sempre o ponto mais alto é o táticamente mais favorável;
(2) a importância das informações de inteligência;
(3) a necessidade de evitar danos colaterias;
(4) a previsão de se operar sempre com relação a uma ameaça
assimétrica; e
(5) O estudo da população local e a caracterização da área são
primordiais para o sucesso do Plj e Exec da missão.

ARTIGO II
OFENSIVA
Momento desembarque Tropa
5-2. OPERAÇÕES OFENSIVAS
a. Generalidades
(1) O Pel Fuz Mec pode participar de um ataque a uma
localidade seja compondo a força de isolamento ou a força de investimento.
(2) No primeiro caso, o Pel deve isolar a localidade em sua zona
de ação, conquistando regiões que permitam destruir as forças inimigas que
tentem entrar ou sair na localidade e apoiar a força de investimento.
(3) Durante a fase inicial do investimento à localidade, os
fuzileiros, em princípio, deverão realizar o ataque embarcados até a conquista
da orla anterior, onde irão desembarcar e prosseguir juntamente com as VBTP
por entre as edificações, proporcionando segurança e designando alvos para
as VBTP.
b. Características gerais do combate em ambiente urbano
(1) Em decorrência dos aspectos militares anteriormente
enumerados, o combate no interior de uma localidade se reveste de
características como observação limitada; campos de tiro reduzidos;
dificuldades de controle e coordenação; descentralização máxima, até os mais
baixos escalões de comando; dificuldade de localizar o inimigo (devido à
pequena visibilidade e à ampliação e reflexão de som nas áreas
edificadas);dificuldade de comunicações; predomínio do combate aproximado,
estando os contendores separados, muitas vezes, apenas por um muro (ou
parede); dificuldade de apoio cerrado de artilharia e aéreo (por ser pequena a
margem de segurança, devido à proximidade do inimigo e às dificuldades

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Material Nec mobiliar Tropa
Tropa descentralizada para emprego "assimétrico"

deobservação e de comunicações); emprego freqüente do tiro aproximado,


mesmo para canhões de tiro tenso; reduzida eficiência de tiro indireto; maiores
necessidades de limpeza e de segurança em todas as direções, devido à
extrema compartimentação das áreas edificadas; desenvolvimento do combate
em três dimensões: frente, profundidade e altura; freqüência das ações
noturnas, devido à dificuldade de atravessar áreas à luz do dia; canalização do
movimento das viaturas pelas ruas longitudinais; plenitude dos obstáculos
artificiais; lentidão das operações; necessidade de controle de incêndio de
apoio cerrado de saúde e determinação judiciosa da posição dos materiais e
pessoal de engenharia. Reforço Mil Sau Pq Fração
c. Tipos de investimento em localidade
(1) Quando o Cmt tático determina o Obj a ser atingido por uma
força ao atacar uma localidade é decidido o tipo de investimento a ser
empregado de acordo com os fatores da decisão.
(2) Os tipos de investimento são:
(a) Sistemático - caracterizado pela necessidade de controle
total de uma área ou região.Nesta modalidade são realizadas operações de
limpeza casa a casa, onde o emprego de tropas de infantaria e VBTP serão
altamente necessárias.
(b) Seletivo - destinado a conquista de um acidente capital
dentro da localidade (aeroporto, refinaria, etc). Deve ser utilizada uma tropa
altamente móvel e com proteção blindada.
d. Fases do ataque a uma localidade
(1) O ataque a uma localidade se realiza em três fases:
(a) isolamento da localidade;
(b) conquista de uma área de apoio na periferia da
localidade; e
(c) progressão no interior da localidade.
(2) A primeira fase destina-se a isolar a localidade pela posse
dos acidentes capitais que dominam as VA à mesma. O atacante ocupa
posições fora da área edificada, de onde possa fornecer apoio de fogo à
entrada dessa área e à progressão através dela. Existem dois níveis de
isolamento da localidade que são:
(a) cerco: bloqueio de todas as vias de acesso à localidade;
(b) isolamento: bloqueio de todas as vias terrestres e fluviais
que dão acesso à localidade.
(3) A segunda fase consiste na progressão das forças do escalão
de ataque para a área edificada e a conquista de prédios ou áreas de apoio na
orla anterior da localidade, para eliminar ou reduzir a observação terrestre e o
tiro direto do defensor sobre as Via A à localidade. As cobertas e abrigos
oferecidos por esses prédios conquistados na periferia da cidade (área de
apoio) permitem ao atacante descentralizar o controle e deslocar a frente
armas de apoio e as reservas.

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(4) A terceira fase consiste na progressão sistemática, casa por
casa, quarteirão por quarteirão, através da área edificada. Nesta fase, adquire
particular importância a coordenação dos elementos empenhados, sendo
necessário designar-se limites perfeitamente definidos e direções balizadas por
pontos inconfundíveis, além de freqüentes linhas de controle. Ademais, é
imprescindível que todos os prédios sejam completamente vasculhados, para
que a progressão possa continuar sem focos de resistência à sua retaguarda.
e. Designação de objetivos
(1) Quando o Pel integrar o elemento encarregado apenas da
conquista da localidade, enquanto outros elementos a desbordam ou isolam,
receberá objetivos definidos e limitados no interior da localidade.
(2) Quanto à sua posição relativa, os objetivos marcados pela SU
ao Pel podem estar situados:
(a) fora da localidade, em acidentes capitais dominantes,
para os elementos encarregados de fixá-la ou isolá-la;
(b) nas orlas anterior e posterior da localidade e, às vezes,
entre ambas as orlas, para os elementos encarregados da limpeza da área
edificada.
(3) No interior da área edificada podem ser designados como
objetivos:
(a) instalações de utilidade pública, tais como terminais
ferroviários, usinas de energia elétrica, estações elevatórias ou de captação e
tratamento de água, postos telefônicos, portos, aeródromos, pontes, etc;
(b) instalações militares, como quartéis ou fortificações;
(c) edifícios da administração pública;
(d) pontos dominantes; e
(e) edificações de importância para o cumprimento da
missão da unidade.
(4) A forma geométrica da maioria da áreas edificadas facilita
adesignação de objetivos. O objetivo da orla anterior permite ao atacante
reajustar seu dispositivo, cerrar à frente as armas de apoio e descentralizar o
controle, tendo em vista a progressão no interior da localidade. O objetivo da
orla posterior, caracterizando a ultimar a limpeza da localidade, possibilitará, se
for o caso, o reajustamento e os reconhecimentos para o prosseguimento das
operações.Os objetivos entre as orlas anterior e posterior atendem às
necessidades de coordenação, limpeza e segurança.
f. Linhas de controle (L Ct)
(1) Em virtude da extrema compartimentação da área edificada e
das conseqüentes dificuldades de observação e de ligação, o controle tende a
descentralizar-se até os menores escalões de comando, como Pel e mesmo
grupo de combate, transformando o combate em uma série de pequenas ações
independentes que exigirão dos Cmt o máximo de iniciativa e entendimentodos
objetivos da missão.

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Emprego VBTP isolada

(2) Essa descentralização atinge, por vezes, até o escalão


esquadra e no que se refere as VBTP podem chegar a ser empregadas até
mesmo isoladas, quando o ideal é em seção para prestarem apoio mútuo na
progressão e observação assim como proteção e salvamento em caso de
avarias ou panes.
(3) Com essa questão da descentralização abordada no
planejamento deve se considerar o grande emprego do material de
comunicações, para cada homem ou no mínimo por esquadra possibilitando a
comunicação entre os integrantes do Pel que estão desembarcados, entre si, e
com os integrantes do Pel embarcados, motorista, atirador e Cmt do carro.
(4) O Btl assegura o controle das operações, marcando linhas de
controle, geralmente em ruas, as L Ct podem também ser demarcadas pelo
Cmt SU e até mesmo Cmt Pel dependo do estudo da missão.
(5) As frações devem informar ao escalão imediatamente
superior ao atingir uma linha de controle e, desta, só partirão para a seguinte,
mediante ordem.
(6) As linhas de controle dispensam os objetivos marcados entre
as orlas anterior e posterior da localidade com o propósito de coordenação.
Tem papel preponderante no controle do ataque, particularmente, durante a
terceira fase, e poderão ser designadas pelos diversos comandos até o Esc
Pel, inclusive.
g. Marcação de limites (Lim)
(1) A observação restrita e as dificuldades de controle tornam
necessário marcar limites até o escalão pelotão, inclusive. A marcação de
limites evita que as tropas amigas se ataquem umas às outras (evitar o
fratricídio), facilita o apoio mútuo e assegura o vasculhamento de todas as
construções da áreas edificada.
(2) Nas zonas densamente construídas, os limites passarão,
normalmente, por um dos lados da rua, ficando a área da rua incluída na Z Aç
de um único elemento.
(3) Nas demais zonas da área edificada, os limites passam por
dentro dos quarteirões, pelos quintais, de sorte que ambos os lados da rua
ficam incluídos na zona de um mesmo elemento.
h. Conduta do ataque a uma localidade
(1) O início da operação será precedido por um planejamento,
detalhado em anexo, tendo que levar em consideração os seguintes
fundamentos das Op Mil Ambi Urb para o seu pelotão:
(a) Desencadeie intensas operações de informações;
(b) Mantenha a capacidade de combate;
(c) Evite o atrito;
(d) Controle o essencial;
(e) Minimize o dano colateral;

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(f) Separe não-combatentes de combatentes;
(g) Preserve a infraestrutura fundamental;
(h) Restabeleça os serviços essenciais;
(i) Entenda a dimensão humana; e
(j) Fortaleça o ambiente de informações (colaboradores).
(2) O ataque se desenvolve na seqüência das três fases que
comportam seu planejamento. Não há, quanto à execução, demora prolongada
entre a segunda e terceira fases. Uma vez conquistada a área de apoio e
cerrados os meios à frente, tem início a terceira fase, como natural
prosseguimento da segunda.
(3) Um plano de ataque detalhado pode ser confeccionado com
base em plantas atualizadas da cidade, por intermédio de informações
complementares fornecidas por desertores e civis que tenham vivido na
localidade, são fontes de extrema importância as imagens coletadas de
plataformas aéreas ou satélites. Emprego GCB
(4) A escala mais apropriada é de até 1:10.000 para o nível Pel
até SU devido a necessidade de planejamento e execução em detalhe, além
disso o risco da operação aumenta pois é comum em área urbana a
desorienteção das tropas quando se utilizam cartas ou imagens com escala
maiores. Tecnologia Pssb Pq Fração
(5) É importante que as cartas e imagens de satélites ou aéreas
sejam atualizadas, pois a configuração da área urbana muda rapidamente.
(6) Durante a progressão das frações em qualquer fase da
operação os elementos de ponta, que estão mais a frente, devem informar
continuamente ao escalão superior, mesmo que informalmente, da forma mais
rápida possível a situação das zonas de ação em que progridem. Como por
exemplo o soldado esclarecedor ao se deparar com uma rua obstruída deve de
imediato informar ao Cmt GC e assim por diante, essas informações serão
coletadas e concentradas no Centro de Operações Táticas(COT) da Unidade
onde após aprocessadas constituirão em dados novos para uma retificação do
planejamento, se for o caso.
(7) O atraso no envio e processamento das informações pode
acarretar enormes prejuízos para o escalão atacante frente a uma situação que
esta sendo envolvido pela força defensora.
(8) As operações em áreas edificadas tem a característica de ser
multidimensional, naturalmente sendo uma região vantajosa ao defensor.
Pode-se, algumas vezes, ultrapassar quarteirões fortemente defendidos,
progredindo por baixo dos mesmos, utilizando galerias, redes de esgotos,
metrôs ou outras passagens subterrâneas. Outras vezes poderão ser utilizados
o teto, terraço ou sótão dos edifícios. O processo a utilizar varia em cada caso,
pois se deve esperar que o defensor tome as medidas para bloquear a Via A às
suas posições.

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i. Conquista da área de apoio.
(1) Processa-se de maneira semelhante ao ataque a uma
posição organizada em qualquer terreno.
(2) A fim de neutralizar as vantagens do defensor quanto a
observação, campos de tiros e abrigos, a progressão para a orla da cidade se
fará sob a proteção de fogos intensos de metralhadoras, lança-granadas,
morteiros(pesados e médios), VBCCC e VBR, artilharia e fogos aéreos, se
disponíveis. Empregam-se fumígenos com freqüência, seja para cegar
observatórios, seja para encobrir movimentos em terrenos descobertos.
(3) Após a conquista da área de apoio, na orla, o escalão de
ataque deve ser reorganizado, de sorte a permitir:
(a) o reajustamento do dispositivo das pequenas unidades,
particularmenteno nível pelotão, visando a constituir as equipes de
fuzileiros/exploradores - armas de apoio - viaturas blindadas;
(b) deslocamentos das armas de apoio e das reservas para
a orla da localidade; FraçõesTmp: Fuz/VBUT30/VBAC
(c) reajustamento dos planos feitos para a terceira fase.
(4) A demora na área de apoio deve ser reduzida ao estritamente
necessário a essa reorganização.
j. Progressão no interior da localidade
(1) Nesta fase as ações se descentralizam para os comandos
subalternos até o Esc Pel e, muitas vezes, grupo de combate ou esquadra.
(2) A progressão é lenta e coberta pelo fogo. Se possível, o
escalão de ataque evita progredir pelas ruas, porque são batidas pelos fogos
inimigos. Sua progressão poderá ser feita através dos quintais ou dos
quarteirões, através dos prédios, por brechas nas paredes, ou pelos telhados.
(3) As ruas transversais, mesmo que não tenham sido
designadas como linhas de controle, apresentam, às pequenas unidades, uma
ocasião de reajustamento do dispositivo, antes de prosseguir para a conquista
do quarteirão seguinte. As reservas devem progredir o mais à frente possível
para maior segurança do escalão de ataque, não apenas nos flancos, mas
também à retaguarda, ocupando prédios já conquistados, para impedir a sua
retomada pelo inimigo. Emprego Caçadores e Sist
Optrônico e de riscos para o
(4) Esta fase oferece possibilidade de surpresa
atacante, não só pela existência de armas da defesa em locais imprevisíveis e
difíceis de determinar, como também, pelo abundante emprego, por parte do
defensor, de minas, armadilhas e demolições preparadas e ainda, pela
utilização de vias de acesso subterrâneas, ao nível do solo, através dos
andares dos prédios e, mesmo, pelos telhados.
(5) O atacante deve seguir de forma rígida as medidas de
coordenação e controle impostas na manobra, isso evitará fratricídio e
diminuirá a possibilidade de alguma fração defensora envolver ou desbordar o

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atacante podendo ataca-lá pela retaguarda ou isola-la do apoio das outras
frações.
k. Limpeza da área edificada
(1) Nas localidades fortemente defendidas, a limpeza é feita casa
a casa, quarteirão por quarteirão, pelo escalão de ataque, à medida que
progride, permitindo, assim, que a reserva esteja em condições de emprego
numa missão qualquer.
(2) Nas localidades fracamente defendidas, as subunidades de
primeiro escalão progridem rapidamente através da área edificada para
conquistar as saídas na orla posterior. As subunidades que seguem à
retaguarda(reservas) tomam a seu cargo a limpeza da área.
(3) Este tipo de ação deve ser bem coordenado evitando o
fratricídio e o ataque da força defensora nos flancos e retaguarda do atacante,
a fraca resistência pode ser planejada com esse objetivo.
(4) Quer se penetre num prédio pelo telhado, por um andar do
edifício (através de brechas nas paredes, por exemplo) ou ao nível do solo, o
vasculhamento deverá se processar da parte mais alta da edificação para a
mais baixa, salvo se isso tornar-se inviável.
l. Emprego da reserva
(1) Apesar do pelotão não estabelecer reserva seu Btl
enquadrante estabelecerá uma reserva em função da Z Aç atribuída à U (se
integrante de um comando maior), da expressão da localidade (se agindo
isoladamente), da resistência que o inimigo possa oferecer e dos reforços
recebidos, se for o caso.
(2) As restrições do combate no interior das cidades e as
dificuldadesde movimento, observação e comunicações, tornam maiores as
necessidades de reservas no escalão SU do que no escalão U. Em
conseqüência, areserva do Btl será, normalmente, menor que a do combate
normal e poderá consistir de apenas um Pel. Pequenas reservas de SU são
mantidas bem à frente e a reserva da U segue as SU do escalão de ataque
com um intervalo de um a três quarteirões.
(3) A reserva tem como missões básicas repelir C Atq e realizar
alimpeza das resistências desbordadas, podendo, ainda, receber missão de:
(a) proteger um flanco exposto;
(b) atuar no flanco, sobre resistência inimiga que detenha
uma subunidade do escalão de ataque, beneficiando-se da progressão da
subunidade mais avançada;
(c) substituir um elemento do escalão de ataque; e
(d) corrigir erros de direção.

5-3. ORGANIZAÇÃO DO ATAQUE A UMA EDIFICAÇÃO


a. Os pelotões raramente executam operações em áreas urbanas de
forma isolada, normalmente estas operações são executadas por SU ou

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escalões superiores. Este parágrafo discute os métodos utilizados por um
pelotão de fuzileiros para progredir em áreas edificadas.
b. Independente do maior escalão envolvido, nas operações militares
em ambiente urbano, as principais tarefas coletivas ofensivas nos níveis de
pelotão até esquadra consistem em atacar e realizar a limpeza de edificações,
com a finalidade de isolar os objetivos neutralizando o inimigo, possibilitar o
avanço dos elementos de ataque, eliminar os inimigos nas edificações e
consolidar e reorganizar a força.
c. Mesmo com as inúmeras conformações das áreas urbanas,
existem seis requisitos inter-relacionados para atacar uma edificação
defendida:
(1) isolamento do objetivo;
(2) apoio de fogo;
(3) aproximação;
(4) assalto e limpeza;
(5) consolidação; e
(6) reorganização.
d. A correta aplicação e integração destes requisitos reduz a
ocorrência de acidentes e acelera a realização da missão. O tipo de construção
a ser assaltada, as regras de engajamento, e a natureza da área urbana vão
determinar o método de execução. Comandantes de pelotão e companhia
devem considerar a missão, a sua finalidade, bem como o método que
utilizarão para alcançar os resultados definidos pela intenção do comandante.
e. O comandante pode obter o controle de uma edificação, um grupo
de edificações, ou uma área sem ter que combater com o inimigo. Por
exemplo, se os inimigos tem moral baixa ou são mal treinados, mal equipados,
ou sofrem falta de liderança, eles pode ser convencidos a se render ou afastar-
se do local, simplesmente com uma demonstração de força ou com a utilização
de uma campanha de operações psicológicas.
f. No outro extremo do espectro está o inimigo bem treinado que
está disposto a defender e tem os meios para resistir. Neste caso, o
comandante pode decidir, se as regras de engajamento permitirem, concentrar
suas armas de fogo direto e indireto e outros sistemas de apoio de combate
para a área de objetivo a fim de neutralizar o inimigo sem manobras de tropas
de assalto. Esse tipo de ação visa diminuir as baixas do atacante porém cabe
ressaltar que o emprego de fogos mesmo que concentrado e em massa não
substitui de forma alguma a limpeza das posições pela tropa a pé.
g. Destaca-se ainda que a utilização de armas de tiro curvo pode
gerar grande quantidade de escombros impedindo ou restringindo o avanço da
tropa que assalta, principalmente de veículos blindados, além disso existe a
possibilidade de danos colaterais.
h. Ao conduzir operações ofensivas urbanas, o comandante de
pelotão, normalmente organiza a fração em dois escalões:

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(1) escalão de assalto; e
(2) escalãode apoio.
i. Se elementos de engenharia estiverem disponíveis, serão
integrados ao escalão de assalto em tarefas específicas de desobstrução dos
acessos às edificações, remoção de obstáculos como portas, grades e cercas,
destruição de armadilhas e arrombamento. Se não houver engenharia
disponível, o comandante do pelotão pode designar uma equipe de tarefas
especiais no escalão de assalto ou no escalão de apoio.

1º GC

2º GC

Pel zulu
Designar Cb Aux 1 (Cmt VBTP)

3º GC

Gp Ap

Fig 5-1.Organização do pelotão para o comabate em área edificada (um exemplo)

j. O comandante do pelotão determina o tamanho e a composição


dos grupos com base na missão; nas tropas disponíveis; no tipo e o tamanho
do objetivo; se o terreno adjacente prevê abordagen descoberta ou coberta; na
organização e força das defesas inimigas; no tempo disponível; nas condições
meteorológicas; e nas implicações referentes a assuntos civis.
k. Os Cmt das 1ª Esq podem assumir o comando das VBTP com a
finalidade de apoiar a manobra de suas frações por meio do emprego do

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armamento da VBTP, ficando sua esquadra a comando direto do Cmt GC, o
Cmt pel determina isso visando obter o máximo das capacidades da viatura
blindada de sua fração.
l. O escalão de assalto é desiganado para eliminar, capturar ou
forçar a retirada do inimigo do objetivo e pode ser constituído de um, dois ou
três grupos de combate.
m. Os comandantes de grupo de combate podem organizar suas
duas esquadras em escalão de assalto e escalão de apoio de fogo ou manter o
GC como um grupo de assalto único.
n. Cabe lembrar que as técnicas de entrada foram concebidas para
serem executadas pela esquadra padrão de quatro homens. Isso não significa
que todos os quatro membros devem entrar em um cômodo para limpá-lo.
Devido à escassez de pessoal, duas esquadras de três homens podem realizar
operações de limpeza de cômodos, mas as esquadras de quatro homens são
mais adequadas para esta tarefa. Utilizar menos de três militares para esta
tarefa aumenta consideravelmente o risco para a esquadra.
o. Em espaços confinados, típicos das construções urbanas, frações
maiores do que os grupos de combate dificultariam o controle.

Fig 5-2. Esquadra pronta para a limpeza do cômodo

p. Para limpar grandes edifícios abertos, tais como hangares ou


armazéns, pode ser necessário usar dois grupos de combate simultaneamente,
empregando linhas de controle delimitadoras, para efetivamente limpar toda a
estrutura e fornecer a proteção da força.

5-11
Constituição de Frações Tmp

q. As missões do escalão de apoio incluem anular os sistemas de


armas inimigas e obscurecer a observação do inimigo no interior do objetivo e
estruturas adjacentes; isolar o objetivo com fogos diretos para evitar a retirada
do inimigo, a chegada de reforços, ou contra-ataque; obscurecer a observação
do inimigo sobre obstáculos colocados na rota de aproximação para o ponto de
entrada do objetivo; destruir as posições inimigas com armas de tiro tenso;
destruir ou anular a proteção blindada do inimigo com armas anticarro; proteger
determinados setores do objetivo; fornecer substitutos para o escalão de
assalto; fornecer o ressuprimento de munições, explosivos e pirotécnicos; levar
à frente equipamentos específicos que o escalão de assalto necessite para
continuar no ataque; evacuar feridos, prisioneiros e civis não combatentes;
abrir brechas em muros ou paredes através do fogo dos sistemas de armas
das VBTP.
r. O propósito do grupo de apoio de fogo é fornecer apoio de fogo
imediato para permitir ao escalão de assalto cerrar sobre o inimigo.
Normalmente, a VBTP fornecerá o apoio principal para o pelotão devido ao seu
sistema de armas. Os fogos de apoio devem ser rigorosamente controlados
para evitar gastos excessivos de munições e evitar o fratricídio.
s. A função do grupo de segurança é fornecer segurança aproximada
às VBTP, para que sejam desencadeadas as funções logísticas, de comando e
controle e de apoio de fogo.
t. No nível pelotão, o adjunto de pelotão controla o apoio de fogo das
VBTP, e o Sgt Cmt Gp Ap controla os sistemas de armas anticarro,
metralhadoras automáticas e todo oapoio de fogo desembarcado pelotão.

Divisão de funções

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Fig 5-3. Escalonamento dos grupos no interior da localidade

u. Além dos grupos de assalto e apoio de fogo são organizadas


equipes de desobstrução dentro do escalão de assalto e seu objetivo é
remover ou neutralizar obstáculos que dificultem a progressão do pelotão e
possibilitar ao escalão de assalto o acesso ao objetivo. A desobstrução pode
ser realizada através de elementos de engenharia recebidos em reforço ou
qualquer membro do pelotão, que tenha formação complementar para remover
obstáculos e realizar abertura de passagens. A equipe de desobstrução vale-se
de implementos de engenharia ou explosivos podendo ser empregada tanto na
remoção de obstáculos como arrombamento. Designação 01 Esqd
v. Face ao grande número de baixas, característica do combate em
ambiente urbano, o adjunto de pelotão, responsável pela logística da fração,
deve estar preparado para rapidamente retirar os feridos da zona de objetivo
para o posto de refúgio sabendo de que o uso das ambulâncias pode ser
impedido por entulhos nas ruas, barricadas e demolição de estradas, sendo
muitas vezes necessário o emprego das equipes de remoção de entulhos, ou a
remoção dos feridos a pé até um local onde as ambulâncias tenham acesso.
Tendo em vista a dificuldade de deslocamento no interior da localidade a
missão de remoção dos feridos pode ser delegada aos elementos dos próprios
GCs, também pode ser usado o veículo blindado do grupo de combate para dar
maior segurança e mobilidade nesta ação.

5-13
5-4. TÉCNICAS INDIVIDUAIS DE COMBATE EM AMBIENTE URBANO
a. Generalidades
(1) Antes do emprego coletivo os fuzileiros devem dominar todas
as técnicas individuais de progressão em localidade. As técnicas apresentadas
a seguir complementam as previstas no C 21-74 INSTRUCAO INDIVIDUAL
PARA O COMBATE e no CI 7-5/2 O PELOTÃO DE FUZILEIROS NO
COMBATE EM ÁREA EDIFICADA e devem ser praticadas em conjunto com o
tiro rápido, durante as instruções.
b. Técnicas de combate
(1) Observação pelo Processo Olhar Americano.
(a) É usado para se observar um setor, presumindo-se que
qualquer ameaça encontra-se a uma distância razoavelmente segura.
(b) Primeiro deve-se retirar o gorro ou o capacete para evitar
expor a silhueta do militar em demasia.
(c) Na sequência o militar deve se aproximar o máximo da
extremidade do muro ou abrigo que estiver ocupando, deitando-se de barriga
para baixo como se estivesse fazendo um exercício de flexão de braços, para,
dessa forma, impulsionar seu corpo para frente.
(d) Após a observação, deve deslocar-se horizontalmente
de forma a retornar para trás da parede.

Fig 5-4. Processo de olhar americano

(2) Observação pelo Processo Olhar Israelense


(a) Este processo é usado quando se tem uma
probabilidade grande de estar próximo a uma ameaça.
(b) Na posição de joelhos, o militar deve aproximar ao
máximo da extremidade da parede ou abrigo o qual está ocupando.
(c) Mantendo-se na posição de joelhos, ele deve
rapidamente expor sua cabeça para fora do abrigo e efetuar a observação,
retornando para trás logo em seguida.
(d) A observação deve ser rápida e durar no máximo 2
segundos.

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(e) Caso seja necessário realizar outra observação o militar
deve mudar sua posição.
(f) Por exemplo: abandonando a posição de joelho e
elevando um pouco mais seu corpo, ele pode realizar a observação na mesma
parede de uma posição mais elevada.
(g) Deve-se ter o cuidado de não projetar qualquer parte do
corpo ou do armamento antes de realizar tal técnica. Alem disto deve-se tomar
o cuidado do armamento estar sempre ao alcance do corpo e de ficar atento
quanto à projeção da sombra no chão que poderá denunciar sua posição
prematuramente.

Fig 5-5. Processo do olhar israelense

(3) Observação no interior de portas e janelas


(a) O primeiro cuidado que o militar deve tomar é olhar para
o chão e verificar os locais onde há incidência de luz, evitando assim sua
exposição. Para efetuar a observação o militar deverá ocupar o fundo do
cômodo e buscar o ângulo ou setor para fazer a observação, permanecendo
nas áreas de menor incidência de luz ou sombra.
(b) Deverá ainda manter seu armamento em condições de
pronto emprego.

Fig 5-6.Observação no interior de portas e janelas

5-15
(4) Passagem de janelas e portas
(a) Para ultrapassar uma janela o militar não deve projetar a
sua silhueta. Para tal, deverá tomar sempre cuidado com o seu armamento,
pois, devido ao tamanho do mesmo, acaba sempre por ser projetado de forma
a denunciar a posição do militar. Muitas vezes o militar se preocupa com a
sombra do seu corpo e acaba esquecendo a sombra ou projeção da silhueta do
seu armamento.
(b) Para se realizar a transposição de portas e janelas
abertas, deve-se proceder mantendo-se o cuidado com a segurança. Para tal,
enquanto o primeiro militar passa por debaixo da janela, outro cobre os ângulos
da mesma tomando uma posição um pouco afastada e realiza a cobertura.
(c) Durante o posicionamento deve haver a preocupação de
não deixar o armamento ser projetado pela porta ou janela. No caso das
portas, o militar deve aproximar com o máximo de cuidado fazendo o mínimo
de barulho possível e, se a porta estiver fechada, um dos militares deverá fazer
a segurança enquanto outros passam rapidamente em frente dela. Se a porta
estiver aberta o militar deverá usar atécnica do “fatiamento”, que será abordada
logo em seguida.

Fig 5-7. Passagem de janelas e portas

(5) Observações em becos, portas e janelas - “fatiamento”


(a) Para realizar este tipo de observação o militar deverá se
afastar do beco, porta ou janela e dividir os setores de observação como se
fossem fatias.
(b) Empregando a técnica “terceiro olho” e compactando sua
silhueta o máximo possível, deverá cobrir os ângulos dessas fatias de maneira
que seus pés não se abram mais que a distância dos ombros, bem como
evitando arrastar os mesmos para não fazer barulho.

5-16
(c) maneira ideal é que se caminhe com as laterais dos pés
e, ao mesmo tempo, ir “fatiando os setores”, ou seja, realizando sucessivas
tomadas de ângulo.
(d) O militar deverá manter-se atrás do anteparo (parede,
porta, etc.) enquanto desloca-se vagarosamente mantendo sempre a mesma
distância do mesmo, e evitando projetar sua silhueta e mantendo seu
armamento próximo do corpo em condições de uso. No caso de arma curta,
realizará sua observação através da massa do armamento. Utilizando arma
longa, o militar manterá a posição de pronto 2, ou seja, visando o setor de
observação e com o armamento próximo da posição de tiro.
(e) No caso de repentinamente deparar-se com alguma
ameaça o atirador a enquadra em pronto 3 e realiza os disparos.

Fig 5-8. Observações em becos, portas e janelas “fatiamento”

(6) Tiro suspenso baixo


(a) Esta é uma técnica usada para se fazer uma varredura
sobre muros baixos, carrocerias de caminhões, janelas de ônibus, sobre
divisórias ou em janelas que se encontram a uma distância considerável do
solo.
(b) Na presença de um muro baixo, encontrado
normalmente em áreas residenciais, um militar deverá tomar uma posição de
boa base com as costas apoiadas na parede e com seus joelhos flexionados
para frente de seu corpo.
(c) Desta forma franqueará seu corpo para que outro militar
possa subir e apoiar em seus joelhos.
(d) O militar que está servindo de apoio deverá permanecer
com as costas na parede enquanto o outro militar fica de pé apoiando-se nas
coxas do militar que serve de base.

5-17
(e) O militar que serve de base deverá segurar as pernas do
atirador, abraçando-as na altura dos joelhos e virando seu rosto para um dos
lados, ficando um de frente para o outro. Desta forma, o militar apoiado ficará
com as suas duas mãos livres para usar seu armamento, fazendo sua pontaria
sobre o muro no qual o militar que serve de apoio encontra-se encostado.
(f) Não se pode esquecer que sempre que uma dupla for
executar esta posição deverá haver um terceiro militar fazendo a segurança da
mesma.
(g) Esta posição pode ser modificada para o tiro suspenso
alto que serão utilizados os ombros do elemento de apoio

Fig 5-9. Tiro suspenso baixo

(7) Varredura dinâmica


(a) É usada no momento que se pressupõe que existe uma
ameaça dentro de um cômodo ou em um beco ou em qualquer área confinada
onde o contato será inevitável.
(b) O militar deve realizar esta varredura da forma mais
rápida possível.
(c) Ele deverá encostar a massa de mira de seu armamento
no anteparo de entrada da porta (ou esquina ou qualquer outro anteparo) e na
posição de tiro (Terceiro Olho) varre rapidamente todos os ângulos e procura o
alvo.
(d) Tal movimento deve ser realizado de forma rápida e
agressiva. Devendo somente ser interrompido caso o militar depare-se com o
agressor (alvo) para a realização dos disparos contra o mesmo.

5-18
(e) Cabe lembrar que o militar não devera titubear ao
realizar tal movimento e que caso tenha que realizar disparos contra o alvo, em
seguida de devera buscar voltar para trás do anteparo.
(f) Esta varredura pode ser feita com qualquer armamento,
embora os mais indicados sejam aqueles armamentos que possuem pequeno
comprimento de cano apos a massa de mira. Evitando-se assim que seja
denunciado prematuramente o atirador por ocasião da realização da varredura.
(g) No uso de armamentos com cano comprido pode-se
colocar a parte da ponta, no caso do FAL o quebra-chamas, na quina do
anteparo deixando a boca do cano livre para o tiro, dessa forma não se projeta
o cano a frente denunciando a posição.

Fig 5-10. Varredura dinâmica

(8) Controle do cano e gatilho


(a) Durante os deslocamentos o armamento deverá ser
posicionado de acordo com as necessidades da situação lembrando-se de
apontar a arma somente para o que se deseja atingir.
(b) O dedo deve ser mantido sempre fora do gatilho,
pressionando levemente o guarda-mato.
(c) Nas trocas de posição deve-se apontar-se o cano para
posições seguras.
(d) O cano nunca deve ser apontado para o companheiro.
(e) O gatilho deve ser tocado somente por ocasião do tiro.
(f) Fora de ação, as armas devem permanecer alimentadas
e travadas, podendo ser carregadas somente em caso de ação ou contato
eminente.

5-19
Fig 5-11. Controle de cano e gatilho

(9) Perfil de progressão


(a) Na progressão, o atirador encontra-se com o tronco
voltado para o alvo. As pernas devem possuir uma abertura que permitam que
os pés mantenham uma equidistância entre si semelhante à largura dos
ombros do atirador e fique com os joelhos suavemente flexionados. Os
cotovelos devem estar colados ao corpo e os dois olhos sempre abertos.
(b) O atirador utiliza nesta posição uma contraposição de
esforços do tipo “push & pull”,quando as mãos pressionam a arma contra o
corpo, puxando-a pelo punho e placa do guarda-mão, podendo ainda ser
utilizados o carregador, ou o punho anterior (quando a arma o possui).
(c) Contrapõe-se a esta ação o apoio da arma contra o
ombro. Deve-se buscar nesta oposição de esforços o ponto de equilíbrio ideal.
(d) Deve-se manter um perfil de altura constante ,curvando o
tronco e mantendo a arma em condições de pronta reação.

5-20
Fig 5-12. Perfil de progressão

5-5. PROGRESSÃO DA FRAÇÃO


a. Ao progredir em área edificada, grupos de combate e pelotões
utilizam variações da técnica de progressão, empregando medidas de
coordenação e controle como linhas de controle, setores de tiro, setores de
observação, faixas de progressão e itinerários de evacuação.
b. OBSERVAÇÃO- A frente normal de ataque para um pelotão em
localidade pode chegar a 180m, sendo normalmente esta dimensão atribuida a
duas quadras de 90m.
c. Os grupos de combate e esquadras empregarão as formações
constantes do Cap 2 deste manual.
d. Os comandantes devem estar cientes do aspecto multidimensional
do terreno urbano, tais como ruas, edifícios, subsolo e espaço aéreo.
e. Grupos de combate e pelotões são extremamente vulneráveis a
franco-atiradores, portanto, para evitar baixas as técnicas contra atiradores
devem ser muito bem ensaiadas. Dentro do Pel as melhores formas de
neutralizá-los são os atiradores do pelotão equipados com luneta, o sistema de
armas da VBTP e armas AC. Emprego Optrônico
f. Os franco-atiradores ou atiradores de precisão inimigos são alguns
dos motivos pelos quais a esquadra dispõe no mínimo de um militar, dotado de
fuzil com luneta, esse militar deve ser treinado previamente com técnicas de
tiro especiais e ações conta atiradores, ele trabalhará em prol de sua fração,
esquadra, ou em prol da progressão do GC como um todo. A neutralização de
atiradores inimigos também pode ser feita pelo fogo das VBTP com a

5-21
designação de alvos sendo realizada pelo pessoal desembarcado, esta técnica
de designação encontra-se descrita neste manual.
g. Nas operações em área edificada, o movimento das VBTP nas
ruas é protegido pelos fuzileiros a pé, que limpam a área eliminando os
inimigos equipados com armas anticarro, é bom lembrar que neste caso pode
também ser empregado o tiro da VBTP que utilizará técnicas de ação imediata
ou designação de alvos da tropa desembarcada para neutralizar armas AC. As
VBTP manterão o apoio aos fuzileiros com suas armas coletivas e possibilitam
o avanço do escalão de assalto.
h. As VBTP também podem fornecer obscurecimento com o
lançamento de granadas fumígenas porém, seus lançadores tem como objetivo
principal a defesa da VBTP. Para essa ação é muito importante observar a
direção e velocidade do vento assim como o gradiente.

Fig 5-13. As dimensões do terreno urbano (aéreo, topo, superfície, superfície interna,
superfície, subsolo e subsolo interno)

5-22
Fig 5-13A. As dimensões do terreno urbano (aéreo, nível do topo, superfície, superfície
interna, superfície, subsolo e subsolo interno)

i. Nas operações em área edificada, normalmente o movimento das


VBTP nas ruas pode ser feito de duas maneiras: uma esquadra de cada GC do
escalão de assalto acompanha uma VBTP proporcionando segurança para a
viatura, logo atrás da outra esquadra do mesmo GC; todo o escalão de assalto
progride em primeiro escalão e as VBTP progridem logo atrás protegidas pelo
escalão de apoio.

5-23
j. O escalão de assalto pode minimizar os efeitos dos fogos
defensivos do inimigo usando itinerários cobertos e abrigados para progredir,
movendo-se somente após o fogo do inimigo ser suprimido ou ter sua
observação obscurecida, progredindo à noite ou durante períodos de
visibilidade reduzida, deslocando-se por itinerários que não influenciem na
execução dos fogos de apoio amigo, transpondo áreas desabrigadas
rapidamente sob a cobertura de fumígenos e dos fogos do escalão de apoio de
fogo e movendo-se sobre os telhados não abrangidos pelos fogos do inimigo.

Fig 5-14.VBTP cobertas pelos fuzileiros dos gruposde combate

k. Para evitar a exposição nas ruas, os grupos de combate devem


deslocar-se, quando possível, através dos edifícios. Em áreas fracamente
defendidas é possível permitir que os fuzileiros desloquem-se pelas ruas e
becos sem limpar todos os edifícios com dois grupos de combate á frente, um
de cada lado da rua, apoiados por VBTP.
l. Em áreas onde não existam posições de arma anticarro pode ser
feita a progressão com os carros a frente acompanhados pelos fuzileiros.
m. A progressão dos fuzileiros é coordenada através das linhas de
controle, balizadas pelos limites anteriores das ruas transversais ao
movimento. Ao alcançar estas linhas as Esq e GC devem informar e aguardar
ordem para prosseguir.
n. Os objetivos devem ser claramente definidos e, se sua posse
garantir a segurança para o prosseguimento do escalão de assalto, deve ser
mantido por uma fração mínima de fuzileiros. Os Obj de segurança geralmente
são indicados pelo escalão Btl ou superior.

5-24
o. Para a ordem aos elementos de manobra podem ser empregadas
fotografias aéreas, imagens de veículos não tripulados aéreos ou terrestres,
fotografias coletadas por fonte humana e até mesmo imagens de satélites com
boa resolução com o objetivo de apresentar da forma mais clara possível,
objetivos de segurança e linhas de controle, além de outras medidas de
coordenação e controle. Utilização no nível subunidade, pelotão e abaixo de
cartas ou ortofotocartas com escala maior que 1:10.000 pode ser fator de risco
devido a pouca precisão que apresentam.
p. OBSERVAÇÃO- Ao empregar CC, juntamente com a tropa á pé,
os comandantes devem estar cientes dos efeitos de seus armamentos, das
consequências da fragmentação, da pressão da explosão, do tipo de munição,
do tipo de proteção do CC (blindagem reativa, sistemas de proteção ativa) e
como ela afetará os fuzileiros a pé.
q. Os comandantes de pelotão de fuzileiros devem repassar sua
manobra aos Cmt Pel ou Secção CC e vice-versa para evitar o fratricídio, é
ideal que até mesmo ensaios e matriz de sincronização sejam feitos em
conjunto para otimizar a coordenação e controle da manobra, estas atividades
são coordenadas pelo escalão enquadrante quando envolver dois pelotões e
pelo próprio Cmt de pelotão quando este receber uma Seção de carros para
operar em seu proveito.

5-6. ASSALTO À UMA EDIFICAÇÃO


a. O escalão de assalto, independentemente do tamanho, deve
rapidamente e violentamente executar o assalto e as operações subsequentes.
Uma vez que a impulsão tenha sido adquirida, é importante que seja mantida
para negar tempo ao inimigo para organizar uma resistência em outros pisos
ou em outras salas e cômodos.
b. Os comandantes de pequenas frações são responsáveis por
manter o ímpeto do ataque e não permitir que a progressão se torne
desorganizada.
c. Obstáculos podem ser lançados para retardar ou impedir o avanço
da tropa, porém os comandantes devem manter a impulsão do ataque e criar
rapidamente passagens nos obstáculos, ou canalizar o fluxo do assalto sobre
ou em torno dos obstáculos.
d. Deve se ter especial atenção pra obstáculos de canalizem o
movimento pois podem conduzir a tropa atacante a uma situação desfavorável
com uma região de emboscada, por exemplo.
(1) Abordagens
(a) Todas as rotas para o ponto de entrada são planejadas
com antecedência e o melhor caminho é confirmado e selecionado durante o
reconhecimento dos comandantes, quando for possível realizá-lo.

5-25
(b) Sempre que possível, a abordagem do ponto de entrada
deve ser feita em uma posição coberta e abrigada das vistas e fogos do
inimigo.
(2) Ordem de deslocamento
(a) O posicionamento de cada militar na formação tática da
fração, durante o deslocamento até o ponto de entrada, é determinada pelo
método de entrada e as suas ações subseqüentes. Este posicionamento deve
ser definido ou retificado no último local coberto e abrigado antes de chegar ao
ponto de entrada. O estabelecimento de uma ordem de deslocamento auxilia o
comandante no comando e controle da sua fração e minimiza o tempo de
exposição em áreas abertas e no ponto de entrada.
(b) Uma técnica que pode ser utilizada para definir a ordem
de deslocamento de uma esquadra é a numeração dos militares de um até
quatro. O militar número um deve ser sempre responsável pela segurança
frontal.O militar número dois pode ser o responsável pela condução de material
para arrombamento mecânico. O número três (cmt da esquadra) conduz
material para arrombamento explosivo, se for o caso, e o número quatro
conduz a espingarda Cal 12, além de seu armamento principal, esta
distribuição é uma sugestão podendo ser adptada para cada missão.
(3) Arrombamento
(a) Arrombamento Explosivo: é a técnica de arrombamento
que emprega meios explosivos para romper o obstáculo que obstrui o ponto de
entrada. A ordem de deslocamento sugerida para uma entrada com emprego
de explosivos sem o apoio da engenharia é a seguinte:
((1)) ordem crescente dentro da numeração dos homens;
((2)) o homem número um fornece a segurança no ponto
de entrada;
((3)) o homem número três (Cmt da esquadra) carrega e
instala a carga explosiva com segurança aproximada do número dois;
((4)) o número quatro fornece segurança à retaguarda;
((5)) após a instalação da carga explosiva, os membros
da esquadra retornam à sua configuração original e ocupam uma posição
abrigada atrás de escudo ou abrigo;
((6)) os membros da esquadra podem alinhar-se em um
ou em ambos os lados do ponto de entrada, se não houver proteção adequada
para a explosão.

5-26
Fig 5-15. Entrada com arrombamento explosivo

(b) Arrombamento balístico


((1)) É a técnica de arrombamento que emprega o tiro de
uma arma de pequeno calibre para romper o obstáculo que obstrui o ponto de
entrada.
((2)) A ordem de deslocamento sugerida para
umarrombamento balístico coloca o atirador, número quatro a frente, seguido
pelo homem número um, o homem número dois, e então o homem número três
(Cmt da esquadra).
((3)) Depois que a porta for arrombada, o atirador se
move para trás da formação e assume a posição do homem número quatro,
fazendo segurança da retaguarda.
(c) Arrombamento mecânico
((1)) É a técnica de arrombamento que emprega a força
mecânica, utlizando-se meios de fortuna ou equipamentos específicos, para
romper o obstáculo que obstrui o ponto de entrada.
((2)) A ordem de deslocamento sugerida para um
arrombamentomecânico é a esquadra em ordem crescente.
((3)) No ponto de entrada o Cmt da esquadra(número
três) traz o homem ruptura(número dois) à frente enquanto a equipe de assalto
fornece segurança local.
((4)) Depois que o arrombamento é feito, o arrombador
se afasta e fornece segurança local, enquanto a equipe de assalto entra no
ponto de entrada.
((5)) Os materiais empregados neste tipo de entrada
podem ser aríete, pé-de-cabra, marreta, alicate de corte de alta pressão, etc.

5-27
Fig 5-15A. Militar equipado com Kit arrombamento mecânico

e. Segurança
(1) Devido a ameaça multidimensional associada ao terreno
urbano, o grupo de assalto deve manter a segurança em 360º durante o
deslocamento até o ponto de entrada. Se o grupo de assalto parar nos
arredores do ponto de entrada para aguardar o homem ruptura completar sua
tarefa, o escalão de apoio de fogo deve fazer base de fogos para proteger o
escalão de assalto.
f. Ponto de entrada
(1) Entrar pelo topo e combater de cima para baixo é o melhor
método para assaltar um edifício. Isso força os defensores para baixo e para
fora do prédio onde o escalão de apoio de fogo pode envolvê-los. Este método
só é viável, no entanto, quando o acesso a um andar superior ou cobertura
pode ser alcançado a partir de janelas, telhados vizinhos, usando uma escada
ou aeronave de asa rotativa. Os telhados são considerados áreas perigosas
quando são cercados por prédios vizinhos mais altos, porque as forças
inimigas podem envolver o escalão de assalto. (Se estiver usando explosivos
no telhado, assegurar-se de que existe uma cobertura disponível para os
soldados.) Pode-se usar cordas ou outros meios para entrar nos pisos
inferiores através dos orifícios criados durante a ruptura.
(2) É crucial a observação que deve ser feita no local em que se
vai entrar e após a entrada no aspecto referente a minas e armadilhas que
podem ter sido deixadas pelo inimigo, é comum em operações no ambiente
urbano o defensor ao sair de sua posição deixa-la armadilhda com
acionamento remoto ou automático, isso é causador de muitas baixas.

5-28
(3) OBSERVAÇÃO- Os soldados devem considerar a utilização
de dispositivos e outras técnicas que lhes permitam o acesso ao nível superior
dos prédios sem o uso de escadas interiores. Esses dispositivos e técnicas
incluem, mas não estão limitados, telhados adjacentes, escadas de incêndio,
escadas portáteis e formações táticas de vários soldados enfileirados e
sobrepostos.

Fig 5-16. Escalão de assalto que entra através de nível superior utilizando escada

5-29
Fig 5-17. Entrada através de nível superior

5-30
Fig 5-17A. Entrada através de nível superior

g. Apoio de Fogo.
(1) O escalão de apoio isola o edifício com fogos diretos e
indiretos para apoiar o deslocamento do escalão de assalto até o ponto de
entrada.
(2) O escalão de apoio bate por fogos asvias de acesso ao
objetivo e as vias de acesso de blindados. Ele realiza fogos sobre o inimigo
neutralizando as posições inimigas dentro do objetivo e edifícios adjacentes,
para que o escalão de assalto possa chegar até o objetivo. O escalão de apoio
elimina qualquer inimigo que tente sair do prédio. A localização das unidades
vizinhas deve ser considerada na amarração dos fogos de apoio.
(3) Para encobrir o movimento do escalão de assalto o escalão
de apoio pode utilizar fumígeno. Se possível, a cobertura de fumígeno é
mantida até que o escalão de assalto entre no edifício.
(4) Dependendo das regras de engajamento, pouco antes da
manobra de ataque do escalão de assalto, o escalão de apoio aumenta os
fogos sobre o objetivo e continua até o escalão de assalto avançar. O escalão
de apoio realiza fogos nas janelas do edifício e continua até que o escalão de
assalto entre no edifício, em seguida muda os fogos para os edifícios
adjacentes para impedir a retirada do inimigo ou a chegada de reforços.

5-31
(5) Essa execução e mudança de fogos deve ser feita com muita
controle e coordenação para se evitar fratricídio.
(6) Se as regras de engajamento forem muito restritivas, o uso de
fogos de apoio pode ser restrito a locais inimigos conhecidos.
(7) O escalão de apoio também é responsável pelos civis
deslocados, prisioneiros de guerra e feridos.
h. Técnica de planejamento e designação de alvos segundo a
direção de assalto.
(1) Dada a necessidade de designação de alvos pelos fuzileiros
às VBTP ou aos elementos de apoio de fogo do pelotão, além da designação
por laser, infravermelho, por observação de tiro traçante ou por outros
processos, pode ser adotada a desiginação de alvos por meio da direção de
assalto.
(2) Nesta técnica, são atribuídos números às construções em um
padrão estabelecido conforme a direção de assalto. No exemplo mostrado
abaixo, as construções são numeradas consecutivamente, em um sentido anti-
horário. Além disso, as laterais dos edifícios são codificadas por cores de forma
consistente em toda a área do objetivo (BRANCO lado da direção de assalto;
VERDE lateral direita, PRETO lado da retaguarda; VERMELHO lado esquerdo;
AZUL telhado).
(3) Um edifício de forma irregular também é codificado seguindo
o mesmo padrão, apenas novas designações, BRANCO 1, BRANCO 2,
BRANCO 3, e assim por diante, da esquerda para a direita, foram adicionadas
para especificar qual parede vai ser atacada.
(4) As aberturas dos edifícios também são designadas
consecutivamente, com linhas e colunas, como mostra na figura abaixo. Por
exemplo: "OBJ 4, BRANCO, janela A1" é a janela inferior do lado esquerdo no
lado da direção de assalto do OBJ 4. Todas as designações são determinadas
em relação à direção de assalto.
(5) Essas técnicas de designação de edificações e alvos são
essenciais para a transmissão de informações e transporte de alvos para o
pessoal que esta embarcado, tanto para o tiro das armas coletivas como para
auxílio a navegação do carro.

5-32
Fig 5-18. Técnica de planejamento e designação de alvos segundo a direção de assalto

i. Técnica rápida(expedita) de designação de alvos


(1) O combate em ambiente urbano pode causar desorientação
nas tropas ou dificultar a determinação da direção de assalto no terreno, aliado
a isso existe a necessidade de designação de alvos para as viaturas blindadas.
(2) Nesse contexto torna-se necessário o emprego de uma
técnica rápida, ou expedita, de designação de alvos para o tiro das armas
coletivas embarcadas.
(3) Essa técnica é bastante simples e tem que ser de
conhecimento de todos militares do pelotão, tanto do pessoal embarcado
quanto desembarcado.
(4) O militar desembarcado faz contato com o elemento
embarcado na viatura, após o contato inicial informa a natureza do alvo,
natureza da edificação, direção e ponto de impacto desejado.
(5) A designação das janelas, andares ou portas deve ser feita
de baixo para cima, contando-se o térreo como primeiro andar, e após da
direita para a esquerda, a cor do imóvel é sua cor característica, não a
padronizada como na técnica anterior.
(6) Esse método rápido pode ser feito também com auxílio de
laser quando o carro dispuser de sistema de visão termal.

5-33
Fig 5-18A. Técnica rápida(expedita) de designação de alvos

5-7. CONDUTA NA ABORDAGEM


a. A tropa pode ter de combater para chegar ao ponto de entrada,
portanto, é necessário o adequado apoio de fogo durante todo o deslocamento
até o ponto de entrada.
b. Para iniciar a ação de entrada no edifício,pode ser necessário
atirar nas janelas e portas,e empregar granadas de fragmentação para a
limpeza dos cômodos.
c. Apesar das granadas de fragmentação produzirem baixas, as
granadas de efeito moral podem ser usadas como um dispositivo de distração
para fornecer à esquadra dois ou três segundos extras para dominaro cômodo.
Além disso podem ser empregadas granadas luz e som para atordoar o inimigo
quando da entrada, outro meio que pode ser utilizado é o lacrimogênio, porém
com maiores restrições pois pode afetar a tropa atacante se a mesma não
estiver com equipamento de proteção.
d. O pelotão presta apoio de fogo necessário para garantir a
segurança do escalão de assalto em todas as dimensões.
e. Embora seja preferível evitar entrar no cômodo a ser limpo através
de janelas e portas, pois são geralmente cobertas por fogos diretos ou
preparadas com armadilhas ou minas de tenoção vertical, as regras de
engajamento podem exigir o uso delas para realizar a entrada. Se as portas e
janelas não forem utilizadas para a entrada, todo o escalão de assalto deve ser
informado sobre essas zonas de perigo ao se aproximar do local da entrada.

5-34
f. Pode ser necessário criar uma cortina de fumaça com granadas
de mão fumígenas, com os cuidados de não cegar os fogos do escalão de
apoio de fogo, não obscurecer o ponto de entrada e não cegar o posto de
observação amigo.
g. Se possível, o assalto deve ser conduzido de modo a permitir que
o escalão de assalto continue o seu movimento sem ter que esperar no ponto
de entrada.
h. A simulação deve ser usada para confundir o inimigo quanto à
localização do ponto de entrada principal. Isto pode ser conseguido usando
granadas de fragmentação ou granadas de efeito moral em uma área que não
seja o ponto de entrada real.
i. O inimigo também pode utilizar dessa técnica para dissimular seu
real ponto de defesa.

5-8. MÉTODOS DE RUPTURA


a. Os três métodos de ruptura discutidos neste manual são: ruptura
explosiva, ruptura balística, e ruptura mecânica.
(1) Ruptura explosiva: este método de ruptura requer o uso de
uma composição explosiva como o TNT ou C4, ou uma carga fabricada de
forma dirigida contra o alvo.
(a) Paredes Exteriores: Uma das operações mais difíceis
para o escalão de assalto é romper paredes de alvenaria e concreto armado. O
C4 é normalmente utilizado em rupturas explosivas, porque é seguro, fácil de
usar, e disponível na cadeia logística.
(b) Se houver a previsão de realizar rupturas explosivas,
podem ser disponibilizados engenheiros ao pelotão para que possam conduzir
a ruptura e prestar assistência técnica aos fuzileiros envolvidos.
(c) A espessura típica das paredes exteriores de abrigos,
casamatas e bunkers é de 40 centímetros ou menos. Assumindo que todas as
paredes exteriores das fortificações são construídas em concreto armado, uma
regra para ultrapassar é colocar 10 quilos de C4 contra o alvo entre cintura e
altura do peito. Quando detonadas, isso normalmente abre um buraco grande o
suficiente para um homem passar. Em edifícios degradados, no entanto, uma
carga desse tamanho poderia por em escombros o edifício.
(d) Normalmente em edificações mais simples como
residências de até dois pavimentos utiliza-se uma armação improvisada de
material flexível com cordel detonante NP 10 ou variantes. A quantidade de
cordel detonante será de acordo com o mateial da edificação.Cabe lembrar que
o NP 10 possui 10g de nitropenta por metro.
(e) Quando os explosivos são utilizados para romper janelas
ou portas, a explosão deve eliminar qualquer armadilha nas proximidades da
janela ou batente da porta.

5-35
(f) Posicionamento de carga: coloque as cargas
diretamente contra a superfície a ser rompida em uma altura que possibilite o
acesso da tropa de assalto, aproximadamente entre a altura do joelho e da
cabeça.
(g) Quando o fogo inimigo impedir uma aproximação até a
parede, pode ser utilizada a técnica de prender a carga explosiva a uma haste
ou poste e desliza-la até a posição de detonação na base da parede.Cabe
lembrar que os fogos de armas leves não detonam os explosivos militares, que
são ,em regra preparados para suportar.
(h) Enchimento: sempre que possível, os explosivos devem
ser adicionados ou cercados com material de enchimento para direcionar a
explosão e aumentar a sua eficácia.O enchimento pode ser feito com sacos de
areia, cascalho, mesas, cadeiras ou entulhos.Muitas vezes não é possível
colocar enchimento nas paredes exteriores devido ao fogo inimigo. Uma carga
sem enchimento requer aproximadamente o dobro de explosivos de uma carga
com enchimento para produzir o mesmo efeito.
(i) Além do enchimento para ampliar o efeito da carga pode
ser realizado o direcionamento. O direcionamento da carga pode ocorrer com a
utilização de água, ou outro líquido de densidade semelhante, entre a carga e o
local de ruptura, aumentando sobremaneira o efeito desejado.
(2) Rupturabalística: este método requer o uso de uma arma de
tiro tenso disparando um projétil no ponto de ruptura.
(a) Para paredes externas, o uso do canhão da VBTP
utilizando preferencialmente munição químicas como a especifica para essa
ação PELE( penetrador com eficiência lateral reforçada) ou as mais comuns
como HE(auto explosiva), HESH(cabeça esmagável) ou até mesmo HEAT(auto
explosiva anticarro ou CANISTER(antipessoal), se as regras de engajamento
permitirem. Importante é que não devem ser empregadas as munições
cinéticas como APDS(flecha) ou APFDS(super-flecha), pois não geram efeito
desejado, sua penetração ultrapassa várias edificações e até 400m podem
causar dano aos fuzileiros desembarcados pois se soltam da munição .
(b) As recomendações acima se prestam também para
abertura de brechas em muros e paredes possibilitando uma passagem nova
aos fuzileiros, esse tipo de atividade deve ser treinada pelas guarnições e pela
tropa a pé.
(c) OBSERVAÇÃO: Para todos os casos especial atenção
deve ser dada a onda de choque que é gerada pelo disparo de canhões de
30mm ou maiores, ela pode causar danos sérios no aparelho auditivo dos
militares se próximos do canhão. Essas distância de segurança variam de
acordo com as especificações técnicas de cada armamento.
(d) O armamento da VBTP é uma arma eficaz quando
realiza um padrão de disparos em forma de espiral.
(e) Para os fuzileiros desembarcados, o disparo de
espingarda calibre 12 é eficaz nas maçanetas e dobradiças, enquanto que

5-36
outras armas de pequeno calibre (5,56 mm e 7,62 mm) revelaram-se
praticamente ineficazes nestes casos e não devem ser usadas, exceto como
último recurso, devido ao seu potencial ricochete contra a tropa e possíveis
efeitos colaterais contra inocentes civis.
(f) A ruptura balística não é a forma mais adequada de
ruptura e não deve ser considerado o principal método para ganhar a primeira
entrada em uma estrutura pois não fornece a surpresa, a velocidade e a
violência da ação necessária para minimizar as perdas da tropa amiga na
entrada inicial.
(g) Em determinadas situações, pode se tornar necessário o
uso de ruptura balística como um método de reserva. Uma falha na ignição de
uma carga explosiva ou baixas sofridas pelo escalão de assalto durante a sua
aproximação para o objetivo poderá exigir a utilização da ruptura balística como
um meio de entrada inicial para a estrutura.
(h) Outro caso é em que o escalão de assalto, devido aos
fogos intensos do inimgo não consegue sequer aproximar-se do local da
ruptura o que força a mesma ser feita de uma distância maior.
(i) A ruptura balística deverá ser sucedida por uma granada
de fragmentação, luz e som ou efeito moral antes da entrada nos cômodos.

Fig 5-19. Espiral padrão de disparo

(j) A surpresa é perdida na primeira entrada, e outros


métodos de violação são demasiadamente morosos e tendem a diminuir o

5-37
ímpeto da equipe de assalto, portanto após a realização da entrada inicial, as
rupturas balísticas com a espingarda Cal 12 podem se tornar o principal
método de acesso aos quartos posteriores dentro da edificação.
(k) É muito importante lembrar que as portas devem ser
consideradas um funil fatal, pois são geralmente cobertas por fogos, podem ser
armadilhadas ou estar com minas antipessoal de acionamento vertical.
(3) RupturaMecânica: este método requer um maior esforço
físico de um ou mais soldados utilizando ferramentas manuais, como
machados, serras, pés de cabra, aríetes ou marretas. A rupturamecânica não é
o método preferido para a entrada primária, pois pode ser demorado e
comprometer o elemento surpresa, no entanto, as regras de engajamento e a
situação podem exigir a utilização dessas ferramentas, devido à menor
probalidade de efeitos colaterais.
(4) OBSERVAÇÃO - Outra forma de ruptura não abordada neste
manual é a térmica, que vale-se de instrumentos de solda para abertura de
estruturas metálicas, sendo mais aplicada em operações de retomada de
embarcações.
(5) Local de ruptura: o sucesso do escalão de assalto, muitas
vezes depende da velocidade com que é aberto o acesso ao edifício. É
importante que o local de ruptura forneça ao escalão de assalto um acesso
coberto ou abrigado, uma entrada rápida e que possa ser apoiado pelos fogos
do escalão de apoio de fogo.
(6) Abertura de brechas- As brechas têm por finalidade fornecer
um meio seguro para a tropa se mover entre muros, paredes externas e pisos.
O explosivo plástico C4, pode ser usado para abrir brechas quando os meios
de ruptura mecânica falharem. O C4 vem embalado com um adesivo, ou
podem ser colocadas fitas adesivas sensíveis à pressão, que são ideais para
esta finalidade. As cargas devem ser interligadas com cordel detonante ou
circuitos elétricos equipados com espoletas elétricas para obter uma detonação
simultânea.
(7) Ruptura de paredes internas- As paredes internas da maioria
dos edifícios funcionam como repartições e não como suporte para a estrutura
dos prédios, por isso, cargas explosivas menores podem ser usadas para
rompê-las. Quando o C4 ou outros explosivos militares não estiverem
disponíveis, uma ou mais granadas de fragmentação ou uma mina antipessoal
pode ser usada para romper algumas paredes internas. Estes dispositivos
explosivos devem ser usados com enchimento para aumentar sua eficácia e
reduzir a quantidade de carga explosiva dirigida para a retaguarda. Deve ser
tomado extremo cuidado durante a utilização deste tipo de ruptura porque os
fragmentos podem penetrar paredes e causar baixas amigas. Se as paredes
forem feitas de gesso ou madeira, a ruptura mecânica pode ser mais eficaz.
(8) Cargas para ruptura de portas- Geralmente essas cargas são
flexíveis e lineares e podem ser utilizadas para romper as portas interiores e
exteriores. Estas cargas dão a equipe de ruptura uma vantagem pois podem

5-38
ser feitas com antecedência e são simples, compactas, leves e fáceis de
transportar.
(9) Janelas e entradas restritivas.-Independentemente da técnica
utilizada para realizar a entrada, se o local de ruptura restringe o movimento
para o cômodo ou edifício, o apoio de fogo aproximado deve ser utilizado até
que a equipe de assalto ultrapasse o obstáculo e consiga prover sua própria
segurança. Por exemplo: enquanto um soldado está transpondo uma janela e
entrando num cômodo, ele pode não estar em condições de executar fogos no
inimigo, por isso, em outra janela que tenha acesso ao mesmo cômodo deverá
haver outro soldado em condições de realizar fogos dentro do cômodo para
garantir a segurança do primeiro. O elemento do apoio de fogo aproximado
pode ser da equipe de limpeza do primeiro cômodo ou da equipe designada
para realizar a segunda ruptura.

5-9. ENTRADA E LIMPEZA DE UMA EDIFICAÇÃO


a. Grande parte do combate em áreas edificadas ocorre com
distâncias muito próximas, muitas vezes entre pequenos grupos de
combatentes dentro dos limites de um único cômodo.O sucesso ou fracasso é
determinado por ações individuais tomadas instintivamente por soldados e
equipes que se deparam com situações complexas. Uma das complexidades
freqüentemente encontrada é a mistura de militares e civis não combatentes no
mesmo prédio.
b. Princípios do combate em ambiente urbano
(1) Os princípios de combate em ambiente urbano são: surpresa,
velocidade e violência controlada. Estes princípios não mudam
independentemente das regras de engajamento. Os três princípios são
interdependentes e estão diretamente relacionados. A surpresa bem sucedida
permite maior velocidadee a violência controlada juntamente com a surpresa
aumenta a velocidade.
(a) Surpresa- É um dos elementos necessários para um
assalto bem sucedido. A equipe de assalto obtém a surpresa atacando o
inimigo na hora e local inesperados. As granadas de mão e granadas de efeito
moral são usadas para obter a surpresa. Essas técnicas são mais eficazes
contra um inimigo mal treinado. Uma ruptura explosiva ou balística
proporcionará também além do efeito surpresa, o efeito de atordoamento dos
ocupantes do cômodo.
(b) Velocidade- Fornece segurança para a equipe de
assalto, permite que os soldados usem os primeiros segundos de surpresa
para obter vantagem sobre o inimigo. No combate urbano, a velocidade não
significa pressa. Pode ser melhor descrita como uma "rapidez com cautela".
(c) Violência controlada- Elimina ou neutraliza o inimigo e
diminui suas chances de inflingir baixas amigas. A violência controlada não se
limita à aplicação do poder de fogo, envolve também, um soldado altamente

5-39
motivado e sua capacidade de dominar e controlar a situação de combate com
o mínimo de efeito colateral.
c. Operações de limpeza.
(1) Enquanto os soldados se preparampara entrar no cômodo,
após o contato, durante a entrada do cômodo e engajamento do alvo e
enquanto os soldados se movem ao longo dos corredores confinados até todo
o aparelho estar limpo é necessário agir com rapidez e segurança. Os
membros da equipe de assalto devem mover-se taticamente, abordando
simultaneamente os corredores que acessam um mesmo cômodo.
(2) Para evitar a fadiga, o ruído e a interferência durante a
movimentação, a equipe de assalto deve conduzir somente os equipamentos
necessários para a ação, permanecendo o restante do material embarcado nas
VBTP.
(3) O grupo de assalto procura chegar ao ponto de entrada do
cômodo sem ser detectado, na ordem correta de entrada e preparado para
entrar em um único comando ou sinal.
(4) Deve ser estabelecida uma segurança fora do aparelho para
proteger a equipe de assalto que está dentro do cômodo.
(5) A equipe de assalto deve passar imediatamente para as
posições que permitam o controle total do aparelho e proporcionam bons
campos de tiro; eliminar todos os soldados inimigos dentro dos cômodos com
fogos rápidos, precisos e eficientes; conquistar imediatamente e manter o
controle da situação e de todo o pessoal na edificação; confirmar se as baixas
dos inimigos são feridos ou mortos; erevistar, desarmar, deter e reunir todos os
prisioneiros e feridos inimigos.
d. Procedimentos em uma entrada e limpeza
(1) No cumprimento das missões de entrada e limpeza de
edificações os soldados podem transportar e utilizar pequenas algemas de
plástico flexível para controlar os detentos civis ou militares capturados;
aequipe de assalto deve realizar uma revista superficial do cômodo e
determinar se uma revista detalhada é necessária; evacuar os feridos logo que
estiverem fora do alcance das armas de fogo direto do inimigo; evacuar todos
mortos amigos; marcar os cômodos limpos usando marcas simples e
facilmente identificáveis de acordo com a legenda utilizada.
(2) Algumas marcas comuns podem ser feitas com tinta de
pulverizador, fita reflexiva, giz, fita adesiva e painéis. As marcações podem ser
colocadas na parede externa de andares limpos em edifícios para mostrar às
forças amigas o progresso da operação ofensiva, se isso não for proporcionar
informações para ainteligência inimiga.
(3) É necessário manter a segurança em todas direções
continuamente e estar preparado para reagir a um contato com o inimigo a
qualquer momento(deve ser dada prioridade à direção de ataque, mas a
segurança da retaguarda não deve ser negligenciada nunca).

5-40
Fig 5-20. Legenda de marcações em edifícios e cômodos

e. Regras de engajamento.
(1) O respeito às regras de engajamento estabelecidas pelo
escalão superior pode ser o fiel da balança na decisão de uma guerra. Apesar
destas regras serem elaboradas e estabelecidas pelos altos comandos,
normalmente suas violações ocorrem nos pequenos escalões e podem
ocasionar consequências catastróficas.
(2) O tempo de uma imagem ser disseminada via internet pode
demorar somente alguns minutos e alcançar efeito global.
(3) Além disso no combate contemporâneo é muito raro se
verificar a evacuação de uma cidade, em regra elas ficam habitadas, e o apoio
da população para se obter o sucesso no transcorrer das operações é

5-41
essencial por isso as regras de engajamento devem ser seguidas por todos e
supervisionadas até os menores escalões.
(4) Técnicas de limpeza especiais podem ser necessárias
quando regras de engajamento altamente restritivas estiverem em vigor. A
presença de civis não combatentes pode exigir que as unidades executem a
limpeza de apenas alguns edifícios selecionados especificamente para cumprir
a sua missão ao invés de usar o poder de fogo para neutralizar os edifícios
próximos ao objetivo.
(5) As razões para uma regra de engajamento altamente
restritiva são diversas, mas dentre elas podemos destacar:
(a) o uso de apoio de fogo pesado e demolições causariam
danos colaterais inaceitáveis;
(b) a população continua na localidade impedindo o uso de
armas de tiro curvo e de apoio do escalão superior, forçando a limpeza das
residências de forma sistemática; e
(c) o risco de fratricídio requer regras de engajamento
restritivas.
(6) Em uma situação onde as regras de engajamento não forem
restritivas, deve ser utilizado o poder esmagador dos fogos diretos e indiretos,
demolições e granadas de fragmentação valendo-se de tudo o que for
necessário para neutralizar o inimigo.

5-10. CONSOLIDAÇÃO E REORGANIZAÇÃO


a. O pelotão irá realizar a consolidação e a reorganização
imediatamente após cada ação, onde os soldados serão remanejados e a
munição será redistribuída.
b. A consolidação é a ação tomada pelo pelotão para garantir sua
segurança frente a um possível contra-ataque inimigo, e preparar-se para
continuar a missão. A consolidação deve ser rápida para repelir contra-ataques
inimigos e impedir que o inimigo se infiltre novamente em edifícios ou pisos
limpos.
c. Durante a consolidação as frações ocupam posições defensivas
sumariamente organizadas para garantir a segurança imediatamente após o
objetivo ter sido conquistado.
d. Os grupos de combate que realizaram missões como escalão de
assalto podem assumir uma missão de apoio a outro escalão de assalto, esse
revezamento é importante pois reduz a extrema fadiga que o combate em
ambiente urbano causa ao combatente, deixando-o em condições para o
combate continuado por mais tempo.
e. As frações devem defender as vias de acesso que incidem em sua
área, incluindo: brechas, pontos de passagem entre os edifícios adjacentes,
ruas e becos direcionados para o objetivo, linhas de metrô que passam sob o

5-42
objetivo e telhados de prédios vizinhos que possam servir de pontos de
passagem ou condução de fogos para o objetivo.
f. Depois de conquistar um andar ou prédio, membros do pelotão
devem ser designados para cobrir rotas de possíveis contra-ataques inimigos.
A prioridade deve ser dada inicialmente para garantir a direção do ataque.
Elementos de segurança do pelotão devem dar o alerta e disparar um pesado
volume de fogo sobre as forças inimigas que se aproximarem da posição de
consolidação.
g. A reorganização ocorre após a consolidação e compreende ações
de preparação do pelotão para continuar a missão, preenchimento das funções
de comando, recarregamento das armas, redistribuição de equipamentose
evacuação de mortos e feridos amigos, essas duas últimas atividades podem
não ser realizadas pelo próprio GC ou Pel Fuz, tendo em vista pouco tempo,
dificuldade de deslocamento em área urbana, necessidade de manter a
impulsão do ataque e o efetivo que pode estar muito reduzido. Assim o local
dos feridos e baixas deve ser balizado e informado ao Esc Sup sua posição.
h. Após a consolidação, os comandantes devem assegurar que
ocorra o ressuprimento e a redistribuição de munições; refazer as marcações
de edifícios que tenham sido apagadas; tratar e evacuar feridos amigos; com a
área do objetivo segura, começar a evacuar os civis, inimigos e feridos; reunir e
proteger os civis; restabelecer a cadeia de comando, substituindo eventuais
baixas; e reportar ao comando da SU as condições do pelotão para
prosseguimento.
i. Com o início dos combates existe a possibilidade de uma saída
em grande quantidade de moradores do interior da localidade, deve ser feito
um planejamento nos escalões SU e acima para providenciar eixo de
evacuação para essas pessoas assim como uma triagem já que entre elas
podem estar exfiltrando combatentes inimigos ou sendo levado suprimento as
posições inimigas a retaguarda do dispositivo do atacante, isso é importante
pois o Pel Fuz no escalão de assalto não terá efetivo para também, além de
sua missão, realizar essa atividade.

5-11. CONTINUAÇÃO DA MISSÃO DE ASSALTO


a. No prosseguimento de sua missão original, ou no recebimento de
uma nova missão, o Pel Fuz Mecdeve manter o ritmodo ataque, pois não pode
ser concedida ao inimigo a oportunidade de ocupar novas posições defensivas
preparadas ou preparar novas posições.
b. O escalão de apoio deve fornecer pessoal para substituições,
munições e suprimentos ao escalão de assalto e oescalão de apoio deve
deslocar-se para frente para garantir que seja prestado o apoio necessário ao
escalão de assalto, tal como o isolamento do novo objetivo.

5-43
ARTIGO III
DEFENSIVA

5-12. PLANEJAMENTO DA DEFESA


a. A missão principal do Pel Fuz Mec na defesa de uma área urbana
é manter a posse da área, impedindo, resistindo ou repelindo o ataque do
inimigo pelo fogo, combate aproximado ou pelo contra-ataque. Tal como
acontece com a maioria dos cenários de defesa, o pelotão vai defender
enquadrado dentro da Cia Fuz Mec.
b. Uma posição em que o inimigo possa facilmente desbordar não
tem valor defensivo, a menos que o inimigo venha a ser induzido a atacá-la. A
defesa deverá ter como característica a surpresa.
c. O Cmt Pel deverá conduzir seus homens pela liderança, devendo
ter especial atenção para as possíveis repercussões das ações de sua fração
perante aos órgãos de imprensa, minimizando possíveis danos contra
edificações e contra civís não combatentes. Deverá estabelecer grande
coordenação e controle nos limites de atuação de seu Pel Fuz Mec para
eliminar a probabilidade de fratricídio.
d. O Cmt Pel deve planejar e estabelecer seu dispositivo defensivo
levando em cosnideração a missão,o inimigo, o terreno, as condições
metereológicas, as implicações quanto aos assuntos civis, a disponbilidade de
tempo e de meios para o cumprimento da sua missão e as regras de
angajamento.
e. OBSERVAÇÃO- As dimensões da defesa estabelecida pelo
pelotão podem variar de 180 a 360 metros de frente e 180 a 270 de
profundidade.
f. O planejamento da defesa começa quando o Cmt Pel recebe a
missão ou determina a área a ser defendida, bem como durante a consolidação
após um assalto. O Cmt Pel deve usar sabiamente o terreno a seu favor.
Deverá designar para seu Pel a missão principal, escolher posições defensivas
simuladas para que o inimigo realize ataques sem sucesso ou que force-o a
realizar manobras demoradas, com a intenção de desgastá-lo e canalizar seu
movimento para uma posição de vantagem defensiva.
g. Deve ainda, o Cmt Pel, procurar realizar atividades que busquem
afetar o moral do oponente, promovendo emboscadas e provocando o fogo
fratricida.
h. Normalmente será dado ao Pel um setor de defesa ou uma
posição defensiva onde deve ser estabelecida sua defesa, normalmente com a
cobertura de fogos de elementos vizinhos e com a reserva da SU à retaguarda,
possibilitando maior profundidade na defesa.
i. Em uma área urbana, o defensor deve tirar vantagem das
coberturas e abrigos abundantes. É importante considerar as restrições à
capacidade do atacante para manobrar e observar.

5-44
j. Outro fato importante é o conhecimento detalhado do defensor
com relação ao terreno defendido em contrapartida ao desconhecimento e falta
de familiaridade do atacante.

5-13. DEFESA DE PONTO FORTE


a. Uma das tarefas mais comuns de um pelotão na defesa em área
urbana, é a defesa de uma posição, chamada no combate em ambiente urbano
de Ponto Forte, preferencialmente em uma edificação, parte de um edifício ou
em um grupo de pequenas edificações.
b. A defesa do pelotão é normalmente enquadrada dentro da missão
da SU. O Cmt do pelotão organiza a defesa do ponto forte posicionando seu
pessoal e suas VBTP com seus armamentos para maximizar as suas
capacidades.
c. Fogos de morteiros ou de artilharia são incorporados ao plano de
fogos do Pel para dar profundidade à área de engajamento.
d. O Cmt pelotão organiza a defesa em uma série de posições
individuais, colocando esquadras em posições de tiro para barrar vias de
acesso bem como batendo por fogos os obstáculos a fim de repelir o avanço
do inimigo e prover o apoio mútuo.
e. É importante que cada militar tenha mais de uma, três ou até mais
posições que possa ocupar para bater por fogos uma VA isso para poder se
deslocar entre as posições buscando iludir o inimigo quanto a sua real posição
e obter maior segurança contra tiro de armas coletivas e atiradores. Se o
comandante de Pel ou GC restringir o militar a uma posição de tiro somente e
com inflexibilidade para ele se deslocar o combatente será alvo fácil para o
atacante.
f. Caçadores recebidos pelo pelotão poderão ser posicionados para
apoiar a intenção do comandante na defesa, eliminando alvos compensadores
ou pré-determinados e permitindo que as armas AC do Pel possam engajar CC
inimigos. O caçador recebido pelo pelotão preferencialmente não deverá ter
estabelecida uma posição fixa mas sim uma área na qual poderá atuar, tendo
acesso livre em todo setor do Pel e até mesmo da SU.
g. Para o deslocamento do caçador inclusive admite-se que o
mesmo se desloque a frente das posições defensivas, após o LAADA, se
houver um estabelecido, devido a grande permeabilidade da área urbana para
deslocamento de um homem, ou dupla, por esgotos, dutos e outras passagens
e a capacidade desse de neutralizar alvos compensadores antes que cheguem
as posições defensivas.
h. O que foi descrito deve ser feito com extrema coordenação e
conhecimento de todos os integrantes do pelotão objetivando se diminuir o
risco de fratricídio, além disso podem ser determinados horários e locais livres
para esse tipo de emprego do caçador para que em outros momentos se possa
utilizar armamento coletivo e com tiro curvo sem dano ao atirador amigo. O

5-45
emprego de gestos, sinais de luz, símbolos, luz estroboscóbica e senhas
também é relevante.
i. É importante lembrar que o caçador além de ser utilizado contra
pessoal também pode ser empregado contra material ou contra viaturas
blindadas, para isso deve ser instruído das vulnerabilidades existentes no carro
passíveis de serem afetadas por armamento de menor calibre, como por
exemplo os periscópios.
j. O Pelotão pode receber uma ou mais peças de CSR em reforço,
porém o mais comum na defesa em localidade é o emprego por parte da SU de
suas peças AC de forma combinada (como seção) em Aç Cj a SU, com
prioridade de fogos para a fração que defende a frente principal.
k. As peças poderão ainda ter a missão de “caça-carro”, ocupando
posições previamente reconhecidas para cada fase da defesa. Os itinerários
para mudança de posição e retraimento devem ser reconhecidos e preparados,
valendo-se de passagens previamente abertas no interior das edificações.
l. Cabe lembrar que o trânsito das peças de CSR dentro das
posições do pelotão e da SU tem grandes chances de ocasionar fratricídio,
portanto deve ser muito bem planejado e ensaiado em todos os níveis. O ideal
é que o equipamento anticarro a ser empregado seja especial para emprego
em espaços comfinados.

5-14. PONTOS FORTES MUTÁVEIS


a. Os pontos fortes são importante medida a ser adotada dentro de
um ambiente urbano porém o combate por ser extremamente dinâmico e
assimétrico impõe o aprimoramento dessa técnica, se apresentando como sua
evoluçào a adoção de pontos fortes mutáveis.
b. Esse tipo de medida pode ser adotada por coordenação do próprio
Cmt Pel ou de escalão superior.
c. Pode ser descrita como a possibilidade de o GC ou a Esq não
tomarem uma posiçào fixa em um ponto forte, mas sim serem responsáveis por
ocupar mais de um ponto forte de acordo com aproximaçào do inimigo.
d. A questão é que se o posicionamento da fração for fixo ela será
alvo fácil para artilharia, aviaçào e tiro de carros inimigos, dessa forma o
comandante da fração recebe posicões alternativas para ocupar e se for
necessário irá bater acessos distintos, com isso pode iludir o inimigo quanto a
real posiçào de sua fração.
e. Embora a fração tenha pontos fortes diferentes que podem ser
ocupados mediante ordem ou de acordo com os acontecimentos o comandante
da fração deve estar smpre ciente que terá uma área na qual poderá atuar
livremente, isso evitará o risco de fratricídio, essa área deverá ser destinada
pelo Cmt Pel ou até mesmo SU.
f. Entre os pontos fortes devem ser previstos itinerários seguros de
exfiltração com alternativos se possível.

5-46
g. O comandante de pelotão pode adotar também um ponto forte de
segurança dentro de sua área de atuação ou, de acordo com autorização do
Cmt SU, até mesmo fora de sua área, este local serve de apoio para suas
frações subordinadas retrairem em caso de emergência e permanecerem em
segurança. Essa posição segura pode ser determinada pelo Cmt SU e
mobiliada por outros pelotões.

Fig 5-21. Defesa de um ponto forte

h. Posicionamento das VBTP


(1) As VBTP devem estar em locais cobertos ou abrigados onde
possam observar seus fogos na área de engajamento sem denunciar suas
posições.
(2) Deverão ser preparadas posições de tiro com desenfiamento
de couraça e posições de espera mais a retaguarda, onde possa ficar até que o
inimigo esteja no alcance de utilização do armamento da VBTP e onde se
possa avançar rapidamente para a posição preparada para executar o
engajamento. Após a neutralização do inimigo, deve-se retrair para uma
posição de espera e realizar ataques em posições de muda previamente
reconhecidas e preparadas.
(3) Da mesma maneira que a posição de tiro dos fuzileiros a
posição de tiro do carro também tem que ser mais de uma, no caso, principal,
suplementar e muda, ou até mais posições, se não forem tomadas essas
medidas a viatura blindada será alvo fácil contra o armamento inimigo.
(4) As VBTP também podem estar posicionadas dentro de
edificações, como galpões ou garagens de grande porte, quando possível, para
não serem observadas e aproveitarem a proteção das paredes.

5-47
(5) Em todaas as posições previstas para serem ocupadas pela
viatura devem ser preparados itinerários de retraimento que possibilitem uma
saída segura para o carro e a guarnição.
(6) As viaturas podem ser empregadas em apoio ao GC da qual
é orgânica e ainda de forma mais centralizada, de acordo com as ordens do
Cmt Pel, sob ocontrole do Adj Pel para executar fogos ou para manobrar
realizando uma ação dinâmica de defesa, nessa situação deve haver um local
seguro para a reunião dos carros.

5-15. DEFESA RÁPIDA


a. Enquanto se estiver operando em uma área urbana, é muito
provável que o Pel Fuz Mec seja chamado para realizar uma missão de defesa
rápida.
b. A defesa rápida é caracterizada pela pouca informação sobre as
forças inimigas e a falta de tempo para preparação da defesa. Todos os
procedimentos da tropa são os mesmos da defesa convencional, e muitas das
prioridades dos trabalhos da defesa rápida serão as mesmas. Normalmente as
VBTP com seus armamentos orgânicos apoiarão o Pel através da ocupação de
posições de combate sumariamente preparadas de acordo com a quantidade
de tempo disponível para o pelotão.
c. Ocupação e preparação das posições
(1) O grau de preparação que o pelotão é capaz de realizar vai
depender do tempo e meios disponíveis.
(2) Ocupando posições defensivas rápidas, o pelotão deve
aproveitar ao máximo as cobertas e abrigos já existentes, melhorando estas
posições conforme a disponibilidade de tempo.
(3) Primeiramente o pelotão estabelece a segurança com as
armas orgânicas das VBTP devido seu alcance e meios eletrônicos de
observação. Em seguida posiciona seus armamentos de emprego coletivo e
frações de fuzileiros, estabelecendo os setores de tiro para cada fração. As
melhorias nas posições e obstáculos podem ser dirigidas dentro das
prioridades do trabalho, não deixando de observar a prioridade dos trabalhos
estabelecidos pela SU.
(4) No mínimo, essas melhorias devem incluir:
(a) melhorias nos campos de tiro;
(b) cobertura contra observação e ataque aéreo;
(c) proteção adicional contra fogo direto;e
(d) camuflagem das posições individuais.
(5) As posições nas edificações devem ser construídas longe das
janelas e aberturas,nas sombras da parte interna das edificações, protegidas
de móveis ou de qualquer material conveniente, valendo-se da cobertura
oferecida pelas construções e buscando os melhores campos de tiro.

5-48
(6) Algumas das posições mais comuns na defesa rápida em
área urbana são cantos de prédios, atrás de paredes, janelas, buracos em
paredes ou seteiras e no alto de telhados.

Fig.5-22. Posições de tiro na defesa rápida

(7) As VBTP podem ser posicionadas na sombra de edifícios,


nas garagens ou em qualquer posição coberta e abrigada dentro deu ma
estrutura edificada. Ao posicionar a VBTP em áreas urbanas, o Cmt Pel Fuz
Mec deve considerar as vias de acesso inimigas, pensando sempre que o
inimigo pode atacar embarcado ou desembarcado. Considerar também os
acidentes capitais que facilitam a observação e campos de tiro e proporcionem
cobertas e abrigos, levantar locais que possuemriscos de incêndio eexplosões,
e áreas que ocasionam restriçõesdas comunicações.
(8) Os itinerários de retraimento na defensiva deverão ser
preparados e balizados com meticulosidade. Os entulhos e materias diversos
que existem em uma operação em ambiente urbano não poderão atrapalhar o
deslocamento das VBTP nesses itinerários, e também se faz necessário que os
militares que estejam combatendo em locais onde existam tais itinerários,
venham a reconhecer e ainda realizar treinamentos dos deslocamentos para
todas as fases do combate. Embora a fração faça a sua segurança ao retrair

5-49
podem ainda ser designadas frações com missào espefífica de segurança dos
itinerários.
(9) Com o passar do tempo o pelotão continua a melhorar as
suas posições de defesa rápida, podendo tornar-se uma posição defensiva
sumariamente organizada ou organizada. O Cmt Pel Fuz Mec juntamente com
seus Cmt GC deverão fazer ajustes contínuos de sua área de defesa, com o
objetivo de minimizar os danos, em caso de ataque inimigo, que porventura
poderiam resultar na queda do núcleo defensivo do Pel como um todo. A
prioridade dos trabalhos servirá de guia para melhorar a defesa, e os Cmt
Pel/GC deverãorealizar as seguintes tarefas:
(a) Escolher as melhores posições possíveis para as VBTP
e as armas do grupo de apoio de fogo.
(b) Construir barreiras e obstáculos.
(c) Construir posições individuais suplementares e de muda.
(d) Treinar ações de contra-ataque, se possível inclusive
com os carros, e as seqüências do reposicionamento na hora do engajamento.
(e) Melhorar a mobilidade.

(10) Melhoria da defesa


(a) Se o tempo permitir, os Cmt Pel/GC assegurarão as
seguintes melhorias:
(b) Cobrir e abrigar as VBTP e as posições das Mtr.
(c) Criar barreiras e melhorar os obstáculos já existentes.
(d) Melhorar as posições principais e alternativas.
(e) Preparar posições complementares.
(f) Desobstruir vias a serem empregadas, tanto como para
ocupar uma posição defensiva mais avançada, como para ocupar uma posição
de muda ou suplementar.
(g) Iniciar as patrulhas.
(h) Melhorar a camuflagem.
(i) Ensaiar contínuamente visando o contra-ataque e a
exfiltração.
(j) Planejar o descanso (rodízio).
(k) Integrar o plano de fogos de morteiros, armas anticarro
recebidas em reforço e armamento coletivo orgânico do pelotão e das VBTP.

5-16. PRIORIDADES DOS TRABALHOS E CONSIDERAÇÕES


DEFENSIVAS
a. As consideraçõe gerais defensivas em área edificada são
semelhantes a quaisquer outras operações defensivas. Posições de defesa em
áreas urbanas são geralmente construídas no interior dos edifícios e são
selecionadas com base em uma análise da área, das características individuais

5-50
de cada edificação a ser defendida ou adjacente, e as característicasdosistema
de armas orgânicos do Pel Fuz Mec.
b. Prioridade dos trabalhos de OT na defesa em ambiente urbano
devem atentar para:
(1) Escolha de posições vantajosas para as VBTP e armamento
coletivo do pelotão, com a finalidade de cobrir prováveis vias de acesso
inimigas. Deve-se atentar para que as armas se apoiem mutuamente e que
prestem cobertura de fogo para os Pel Fuz Mec adjacentes.
(2) Para bater as vias de acesso para CC as VBTP ocuparão
posições que possibilitem o apoio mútuo das Armas AC recebidas em reforço
pelo Pel.
(3) As Metralhadoras podem ser posicionadas tanto no nível do
solo, para aumentar os fogos rasantes, como no alto das edificações,
principalmente se escombros no solo impedirem os tiros rasantes, para ganhar
observação e alcance na cobertura das vias de acesso de tropa
desembarcada.
(4) Retirada dos civís da área de operações antes da
ocupaçãoda posição, se for possível.
(5) Limpeza dos campos de tiro, preparação de seteiras em
paredes, visando a surpresa dentro de um setor de tiro. Construção de
posições com cobertura aérea camuflada(interior e exterior das edificações).
(6) Identificação e reconhecimento de vias subterrâneas de
abordagem(esgotos, porões), bem como escadas e telhados.
(7) Estocagem de munições, alimentos, equipamentos de
combate a incêndios, e água potável.
(8) Construção de barreiras e obstáculos para canalizar retardar
ou barrar o avanço do inimigo nas passagens subterrâneas, vias de acesso
frontais e de flanco. Bater por fogos as barreiras ou obstáculos. Ocultar os
obstáculos da observação inimiga, quanto possível. Empregar os obstáculos
em profundidade(se possível) para quebrar a impulsão do ataque inimigo.

5-51
Fig 5-23. Obstrução de vias de acesso com obstáculos

(9) Balizar e melhorar os itinerários entre as posições principais,


bem como para posições de muda e suplementares. Melhorar os itinerários
entre as trincheiras, usando esgotos e túneis. Criar buracos em paredes e
passagens entre os cômodos ou edificações de forma que os Fuz não
necessitem se expor. Se necessário instalar cabos de rapel e escadas para
subida e descida entre os cômodos.
(10) Armadilhar as entradas principais das edificações ou acessos
mais prováveis do inimigo e se for possível, armadilhar a própria edificação
como um todo, visando sua destruição ao ser ocupada pelo inimigo. Tal prática
deve ser autorizada pelo comando da SU pois os entulhos que resultarão da
destruição podem vir a obstruir vias de contra-ataque ou vias utilizadas em
outra fase da operação.
(11) O GC e até mesmo as esquadras podem estar dotados de kit
para abertura de passagens, esse material pode ser composto, como exemplo,
por petardos, espoletas elétricas e cordel detonante, ou bananas(cilindro de
papel parafina) de dinamite, e deve ser empregado em situações onde a fração
tem a necessidade de abrir uma passagem através de muro ou parede para
retrair com segurança.
c. No estabelecimento de uma posição defensiva devem ser
consideradosos aspectos abaixo listados:
(1) Segurança
(a) A prioridade número um é estabelecer toda a segurança
do perímetro da área urbana em que o Pel Fuz Mec vai defender. Cada
posição deve ter pelo menos um Fuz para garantir a segurança durante todos
os preparativos das posições defensivas.

5-52
(2) Proteção
(a) Selecionar edificações ou locais que ofereçam uma
proteção contra tiros diretos e indiretos. Construções de concreto com três ou
mais andares fornecem proteção adequada, enquanto os edifícios construídos
de madeira, tapumes, ou outros materiais leves devem ser reforçados para
proporcionar proteção suficiente.Se possível, usar materiais improvidadas do
próprio ambiente urbano para reforçar a cobertura do edifício contra o ataque
de morteiros, de artilharia e aéreo. Preferencialmente não ocupar o primeiro e o
segundo andar de edifícios, pois estes andares serão batidos pelos fogos dos
CC inimigos devido a inclinação máxima de seu canhão. Sempre que possível
deve-se ocupar posições de ângulo morto para os canhões dos CC inimigos,
como por exemplo, porões e andares mais elevados.

Fig 5-24. Possibilidade de tiro e angulação do canhão CC inimigo em função da distância

(3) Dispersão
(a) A posição do pelotão não deve ser estabelecida em um
único edifício, se possível ocupar dois ou mais edifícios que permitam apoio
mútuo entre as posições. Uma posição em um prédio sem o apoio mútuo é
vulnerável a desbordamento, correndo o risco de isolamento da fração e
posterior destruição por parte do inimigo.
(4) Ocultação
(a) Não selecionar edificações que são óbvias para as
posições defensivas(facilmente alvejado pelo inimigo). Se ascondições de
segurança e campos de tiro obrigarem a ocupação de edificações expostas,
será necessário ao pelotão adicionar materiais de reforçopara aconstrução de
uma proteção adequada para as tropas que ocupam essas instalações.
(5) Campos de tiro
(a) Para evitar o isolamento individual das VBTP as
posições defensivas devem ter apoio mútuo em todasas direções. Quanto aos

5-53
camposde tiros, se possível, deve-se manter a aparência natural da área
circundante para que seja dificultada a identificação de nossas posições pelo
inimigo porém, pode ser necessário remover objetos ou entulhos que interfiram
no campode visão dos fuzileiros.
(6) Caminhos desenfiados
(a) As posições defensivas devem ter pelo menos um
caminho coberto e desenfiado para a infantaria desembarcada, que permita o
resuprimento, evacuação médica, reforço ou ainda a exfiltração do edifício sem
ser detectado. No mínimo ele deve oferecer proteção contra armas de tiro
tenso. A rota pode ser estabelecida através de sistemas subterrâneos, túneis
de comunicação, ou buracos nas paredesdos edifícios que permitam tais
movimentos. Os veículos do pelotão também devem ter caminhos desenfiados.
(7) Observação
(a) As posições em edifícios devem permitir a observação
das possíveis vias de abordagem inimigas e setores defensivos adjacentes.
Andares superiores oferecem a melhor observação, mas também podem atrair
o fogo inimigo. Podem ser instalados, quando disponíveis, equipamentos de
observação com controle remoto, utilizando esse material o operador pode se
manter em posição segura.
(8) Perigo de incêndio
(a) Se possível, evitar selecionar posições em edifícios onde
existam riscos de incêndio. Se essas estruturas com risco forem ocupadas,
deve-se reduzir o perigo de incêndio pelo umedecimento do assoalho,
colocando também de 1 a 2 (um a dois) centímetros de areia no chão, e o
fornecimento de extintores e equipamentos de combate a incêndio aos militares
que estiverem ocupando este cômodo ou edificação. Assegurar que cada
defensor esteja familiarizado com as rotas de retraimento em caso de incêndio.
(b) Lembrar que que esses locais com risco de incêndio
podem servir para se atrair o atacante e logo após ser iniciada a queima do
local, também podem ser preparadas edificações com esse objetivo, no entanto
deve se atentar para o controle do fogo gerado que pode se alastrar
rapidamente de acordo com o vento e proximidade de outras construções.
(9) Tempo
(a) O tempo é um elemento dentro do estudo da situação
em que o pelotão e os seus Cmt não tem nenhum controle. O fator mais
importante a considerar ao planejar o uso do tempo é oferecer aos Cmt GC
dois terços de todo o tempo disponível. A subunidade emite ao Cmt Pel Fuz
Mec uma Ordem de Operações com suas prioridades e intenção do comando,
quando o tempo não permite um planejamento ou uma emissão de ordem
detalhada. O pelotão irá completar a preparação defensiva tendo em mente as
prioridades operacionais e a intenção do comandante, de acordo a ordem de
operações ou ordem fragmentária recebida.

5-54
d. Preparação
(1) A preparação das posições individuais de combate do pelotão
será realizada no interior dos edifícios localizados na área de defesado pelotão,
além de poder abranger também os acessos dentro da localidade, como ruelas,
becos ou ruas para dificultar a mobilidade inimiga. Como em todas as posições
defensivas, a primeira tarefa do Cmt é estabelecer a segurança. Esta será
normalmente sob a forma de um posto de observação(PO). O PO deve ser
mobiliado com pelo menos dois militares, ou com equipamentos de
monitoramento remotamente controlados. Os Cmt GC, em seguida, distribuem
setores de defesa para cada homem, visando cobrir adequadamente toda a
área de responsabilidade do GC. O Cmt GC irá posicionar-se onde possa
melhor controlar seu grupo. O Cmt Pel designa o nível de segurança a ser
mantido. O restante do pessoal continua a trabalhar na preparação da defesa,
melhorias devem sempre ser realizadas conforme o tempo permitir.
e. Outras tarefas típicas
(1) Tarefas adicionais de preparação defensivas podem ser
exigidas nos porões, no piso térreo e nos andares superiores.
(2) Subsolos e térreo
(a) Porões requerem uma preparação semelhante a do piso
térreo. Qualquer sistema de metrô não utilizado pela defesa que pode facilitar o
acesso do inimigo às posições defensivas, deve ser bloqueado.
(b) Portas não utilizadas devem ser armadilhadas, pregadas,
bloqueadas ou reforçadas com móveis, sacos de areia ou outros expedientes
de campanha.
(c) Corredores se não forem utilizados para o movimento do
defensor, devem ser bloqueados com móveis, concertinas e armadilhados com
cordéis de tropeço.
(d) Escadas não utilizadas devem ser bloqueadas com
móveis e concertinas, armadilhadas com cordéis de tropeço ou removidas. As
escadas utilizadas para a locomoção dos defensores devem ser removidas ou
armadilhadas após seu uso.

5-55
Fig 5-25. Bloqueio de escadas e corredores

(e) Janelas: a princípio todos os vidros devem ser removidos


para não denunciar as posições nas janelas ocupadas; janelas de andares
inferiores não utilizadas devem ser tapadas com madeiras ou sacos de areia
para impedir a observação e acesso.
(f) Andares: devem ser preparadas posições defensivas em
diferentes andares; porões são posições defensivas muito boas, por
oferecerem proteção adicional contra as armas pesadas de fogodireto; os
canhões da maioria dos Carros de Combate não conseguem baixar seus tubos
além de - 10º (menos dez graus).
(g) Tetos: pode ser realizada a instalação de suportes
(pilares de madeira) paratetos que porventura não possam suportar o peso dos
escombros dos andares superiores.
(h) Cômodos desocupados: as passagens devem ser
bloqueadas com móveis, escombros e concertinas se estes cômodos não
forem utilizados pela defesa.
(3) Andares superiores
(a) Os andares superiores exigem a mesma preparação que
o andar térreo. As janelas dos andares superiores não precisam ser
bloqueadas, mas devem ser cobertas com tela de arame, lonas, ponchos, ou
outro material pesado para evitar que granadas sejam lançadas do exterior. A
cobertura deve ser solta na parte inferior e colocada para o lado de fora, para
permitir que a granada “escoe” para fora do cômodo ao ser arremessada.
(4) Itinerários no interior das edificações
(a) Estes itinerários são necessários para que a força
defensiva possa mover-se dentro do prédio com agilidade podendo exercer a
defesa ante as forças inimigas de qualquer direção. É necessário planejar e
construir vias de retraimento para permitir a evacuação rápida de um

5-56
cômodoou de um prédio. Buracos devem ser feitos através das paredes entre
os cômodos para permitir acirculação entre os quartos sem que seja
necessário utilizar os corredores. Os buracos deverão ser marcados para os
defensores localizá-los facilmente tanto de dia como à noite. Deverão ser
realizados ensaios para que todos se familiarizem com os itinerários interiores.
(5) Prevenção de incêndios
(a) Os edifícios que tem o chão,tetos e vigas em madeira
exigem medidas de prevenção intensa contra incêndio. O piso do sótão e
outros pisos de madeira devem ser cobertos com cerca de 1 a 2 centímetros de
areia ou terra.Devem ser posicionados materiais de combate a incêndios(terra,
areia, extintores de incêndio, cobertores,baldes de água) em cada andar para
uso imediato.A energia elétrica e o gás devem ser desligados.
(6) Comunicações.
(a) As operações urbanas exigem planejamento centralizado
e execução descentralizada, e as comunicações desempenham um papel
importante neste processo.
(b) Estruturas que estejam em uma elevada concentração
de linhas de energia elétrica podem prejudicar as comunicações em ambiente
urbano e afetar a capacidade do pelotão enviar e receber mensagens.Muitos
prédios estão construídos de tal forma que as ondas de rádio não irão passar
por eles.
(c) Sinais visuais podem ser utilizados, mas muitas vezes
não são eficazes por causa dos pequenos ângulos de observação e pela
proximidade de uma instalação para outras das edificações e muros. Os
sinaisconvencionados devem ser taxativamente ensaiados, amplamente
divulgados,e entendidos por todos.
(d) O aumento do ruído do combate em ambiante urbano faz
com que o uso efetivo de sinais sonoros fique prejudicado. Sinais verbais
podem denúnciar a posição da fração e as intenções ao inimigo.
(e) Mensageiros e fio podem ser usados como outros meios
de comunicação. O fio deve ser considerado um meioalternativo e seguro de
comunicação se os meios ativos estiverem indisponíveis.
(7) Demolição parcial
(a) A demolição de partes da edificação pode proporcionar
uma cobertura adicional à ocultação do posicionamento das armas automáticas
ou servir como um obstáculo contra o inimigo.
(b) Devido ao perigo inerente associado a essa modificação
estrutural de uma edificação, os engenheiros devem executar essa tarefa se
não for possível poderá ser feito por elementos de manobra, mas sempre com
autorização do escalão superior.
(c) O Cmt Pel deve limitar esse tipo de procedimento entre
seus subordinados, de modo a não impedir o seu próprio movimento dentro do
ambiente urbano. O pelotão deve receber a permissão do escalão superior

5-57
antes de começar a demolição deu uma ou mais edificações no seu setor
defensivo.
(8) Telhados
(a) O Pelotão deve posicionar obstáculos sobre os telhados
dos edifícios de topo plano, para evitar que helicópteros desembarquem tropas,
permitindo o acesso para a edificação pelo telhado.
(b) Cobrir os telhados que são acessíveis pelas estruturas
adjacentes com concertinas, e ou outros expedientes de campanha e vigiá-los.
Bloquear as entradas de edifícios e dos telhados, se compatível com o plano
geral de defesa.
(c) Remover ou bloquear qualquer estrutura no exterior de
um edifício que poderia ajudar o atacante na escalada do prédio para ter
acesso aos andares superiores ou para o telhado. Inclui-se neste sentido a
demolição de tetos feitos de concreto, para dificultar o eventual desembarque
de uma tropa aerotransportada.
(d) Como edificações de teto plano (laje) próximas umas das
outras possibilitam a utilização de seu teto como via de acesso, pode-se
preparar armadilhas nestas posições tais como concertinas, ouriço ou a própria
quebra do teto nas suas partes adjacentes as outras edificações, ocasionando
a queda do inimigo ao abordar a próxima edificação.
(9) Obstáculos
(a) O posicionamento dos obstáculos deve ser adjacente
aos edifícios para torna-los mais eficientes na tarefa de canalizar, impedir ou
retardar o movimento de veículos blindados e infantaria desembarcada.
(b) Para economizar tempo e recursos na preparação da
defesa, os Cmt Pel/GC deverão valer-se de todos os materiais disponíveis na
localidade, tais como automóveis, motocicletas e entulhos em geral, para criar
obstáculos.
(c) Os Cmt Pel/GC devem supervisionar a construção de
obstáculos para garantir que estejam vinculados as edificações e áreas de
entulho, aumentando sua eficácia. Os engenheiros que estiverem em apoio
direto podem dar assessoramento no emprego de obstáculos e minas.
(d) Os princípios de emprego de minas terrestres e de
obstáculos não mudam na defesa em um ambiente urbano, no entanto, as
técnicas mudam. Por exemplo, enterrar e esconder as minas nas ruas é difícil
devido ao concreto e o asfalto. Minas podem ser colocadas em boeiros, portas,
entulhos lançados nas ruas, em sacos de areia porém, sempre com uma
técnica correta de camuflagem.
(e) Equipamentos e materiais de construção civil devem ser
localizados e inventariados. Estes equipamentos podem ser usados como
materiais de engenharia ativos (se a tropa não tiver a sua disposição
equipamentos de engenharia militar) ou em substituição de equipamentos de
engenharia militar danificados. Se a defensiva está se desenvolvendo em solo

5-58
dos países de nações amigas, a coordenação e a autorização para o uso
desses materiais deve ser feita antes do uso para com os donos desses
equipamentos civis.
(10) Campos de tiro
(a) Os campos de tiro são áreas de uma arma ou de um
grupo de armas que podem cobrir de forma eficaz pelo fogo uma frente
defensiva, de uma posição determinada. Após as posições defensivas serem
selecionadas e os indivíduos terem ocupado suas posições designadas, o que
vai determinar o distanciamento entre as posições é a maximização do poder
de fogo deste campo de tiro.
(b) Os Cmt Pel/GC, individualmente deverão observar os
seus campos de tiro a partir de suas posições e também do ponto de vista do
inimigo. A limpeza dos campos de tiro deverá ser seletiva de forma a melhorar
a posição e não comprometê-la. Se necessário, a posição deverá ser mudada
para atingir uma maior eficiência do campo de tiro.
(c) Dentro de seus campos de tiro, os Cmt GC irão designar
um setor primário e um setor alternativo de tiro para cada sistema de armas.
Cada sistema de armas tem requisitos específicos para seu setor de tiro, e o
Cmt Pel juntamente com os Cmt GC deverão garantir que estes requisitos
sejam cumpridos. Cada posição é verificada para garantir que os campos de
tiro possam fornecer o máximo de oportunidade para o engajamento inimigo e
cobrir com fogo qualquer ângulo morto dentro do setor de tiro.
f. Posições de armas anticarro
(1) É necessário empregar armas anticarro em áreas que
maximizem as suas capacidades. Posicionar as armas AC em andares
superiores ou em porões e em apoio as VBTP quando possível.
(2) A necessidade de um posicionamento coberto e abrigado
poderá exigir que a guarnição da arma se posicione e dispare de dentro de um
edifício, ou por trás da cobertura de um edifício.
(3) O Cmt Pel Fuz Mec deve fazer todos os esforços para
empregar as armas AC dentro da seção para que o mesmo alvo possa ser
engajado de duas posições diferentes.
(4) Outra consideração é a segurança oferecida pela tripulação
das VBTP as peças AC. Isso énecessáriopara permitir que o atirador se
concentre em localizar e combater as ameaças blindadas inimigas.
(5) É melhor que se utilize armamento AC específico para
espaço confinado pois sua área de sopro é menor e não causa danos aos
componentes da peça AC.
(6) Para a escolha da posição correta das peças AC deve-se
estudar a angulação para cima e para baixo máximas que as viaturas inimigas
admitem isso diminuirá ou anulará a possibilidade de o atacante atingir com
seu armamento principal a arma AC do defensor.

5-59
(7) Quanto a posição das armas AC devem ser escolhidas
posições principal, suplementar e muda, além disso deve-se ter um itinerário de
retraimento previsto para exfiltrar a peça já que ela é um alvo compensador.
(8) Outra questão importante sobre as armas AC é que elas não
necessariamente ocuparão uma posição fixa, ou posições alternativas, as
peças podem ter suas posições como previsto anteriormente mas podem estar
com movimento livre na área de defesa do Pel, SU ou escalão superiores, e
mediante ordem ocuparem suas posições.
(9) Essa forma de emprego deixa as peças AC como caçadoras
de veículos blindados, cumprindo a missão pela finalidade sem posição fixa no
terreno elas terão acesso à uma área onde, com trânsito livre, podem destruir
mais carros inimigos e serem mais flexíveis no seu emprego.
(10) Para a realizaçào da atividade acima é necessário dotar as
peças com equipamentos de comunicações assim como adotar medidas de
coordenação e controle dentro do Pel e SU para evitar o fratricídio contra essas
peças e manter o controle sobre elas.

Fig 5-26. Posições de tiro do de arma AC em apoio às VBTP

g. Posições do caçador
(1) Os caçadores são diretamente subordinados ao comando da
OM porém, quando em reforço ao pelotão são uma força multiplicadora do
poder de combate, fornecendo capacidade de observação e de comando e
controle para localizar e atingir alvos inimigos.
(2) Caçadores operam normalmente em equipes de dois
homens, o que provê ao caçador uma maior segurança e outro par de
olhospara observação e para localizar e identificar alvos, entretanto em
localidade pode-se acrescentar mais um elemento de segurança com a missão
de proporcionar segurança à retaguarda durante os deslocamentos dentro da
localidade, abordagens das edificações e na tomada de posições de tiro.

5-60
(3) Os Comandantes devem permitir que os caçadores
selecionem suas próprias posições. Os caçadores devem escolher posições
onde não sejam facilmente identificados, e onde possam proporcionar o
máximo de benefício ao Pel ou a SU.
(4) É importante não confundir o caçador recebido pelo Pel da
SU ou Unidade com aquele elemento de cada esquadra que esta equipado de
fuzil com luneta e pode realizar tiro com maior precisão, esse trabalha em prol
da esquadra e GC e tem menos flexibilidade para execuar suas missões, mas
mesmo assim o Cmt pel, quando a situação exigir e permitir, pode montar
provisóriamente equipe de atiradores de precisão dentro de sua fração, para
isso utilizará os atiradores dos GC.
(5) As equipes de atiradores, ou turmas de atiradores provisórias,
do Pel servem para dar uma maior flexibilidade e multiplicar o poder de
combate do pelotão aumentando sua capacidade de observação, busca e
engajamento de alvos, elas não tem constituição padrão mas devem ser
constituídas, no m,inimo pelo atiradore de precisão da Esq mais um militar. As
equipes de atiradores de precisão do Pel recebem missões determinadas de
neutralização de alvos específicos, realizam missões de neutralização de alvos
de oportunidade, podem manter observação sobre um determinado local na
localidade ou buscar informaçòes mais precisas e oportunas na área do Pel.
(6) A ação das turmas de atiradores se limitam a área do pelotão
podendo atuar também na área da SU e até da Unidade, se for necessário de
acordo com a missào e a necessidade de emprego de caçadores na localidade.
Nesse caso assim como no emprego descentralizado de armas anticarro deve-
se adotar medidas de coordenação e controle especiais além de equipar com
rádios os componentes da equipe.
(7) Outro aspecto importante é que o caçador também pode ter a
missão antimaterial, além da antipessoal, o que ocorre é que ele não tem
capacidade de destruir veículos inimigos porém com a instrução correta ele
adquiri conhecimento que vai o habilitar para neutralizar ou pelo menos causar
danos graves aos veículos inimigos, como exemplo disso pode-se citar a
execução de tiro de fuzil 7,62mm contra periscópios e visores de optrônicos
das viaturas blindadas, no momento em que acertar esses alvos o atirador vai
estar diminuindo a capacidade de combate do blindado atacante.

5-61
Fig 5-27. Posição de caçador

5-17. CONDUTA NA DEFESA


a. O comportamento de defesa em uma área urbana é semelhante
ao comportamento de defesa em qualquer outra área.As normas gerais de
ação na defesa são listadas no Capítulo 4 deste manual.

5-18. CONTRA-ATAQUE
a. Pode ser dada a um pelotão a missão de contra-atacar para
retomar uma posição de defesa, para destruir ou retirar um ponto de apoio do
inimigo ou para desorganizar um ataque inimigo, desgastando seu flanco e
forçando-o a parar o seu movimento e estabelecer uma defesa sumária.
b. As tropas de fuzileiros mecanizados são especialmente aptas ao
cumprimento de missões de contr-ataque devido á sua proteção blindada,
mobilidade e poder de fogo.
c. Em um contra-ataque o pelotão estará enquadrado no nível da SU
para poder combater cada provável penetração inimiga. Ele deve ser bem
coordenado e executado violentamente. Contra-ataques devem ser
direcionados para o flanco do inimigo e apoiado por fogos diretos e indiretos.
d. Se possível os fuzileiros devem combater em conjunto com as
VBTP e as VBC.As VBC devem liderar o contra-ataque, pois tem como
características a mobilidade, o poder de fogo, e relativa proteção blindada,
mais acentuadas do que as VBTP dos fuzileiros, tornando-se capazes de
executar a missão de um contra-ataque. Elas são ideais para destruir blindados
inimigos, armas anticarro,e algumas fortificações com sua arma principal e o
poder de engajar a infantaria inimiga com a sua metralhadora coaxial. Esse
recurso ajudará a infantaria na execução de parteda sua missão.
e. A missão de contra-ataque é planejada e coordenada como parte
da operação defensiva. Cabe salientar que pelo fato do pelotão defensor
conhecer o terreno, haver ensaiado os contra-ataques e pelo inimigo já estar
desgastado e sofrendo pressão, o pelotão pode contra-atacar até um pelotão.
f. Considerações para o planejamento de um contra-ataque podem
incluir:

5-62
(1) localização de frações amigas;
(2) localizaçãode civis;
(3) identificação da região capital de defesa da SU;
(4) identificar as hipóteses de emprego da defesa;
(5) identificar os locais e os momentos de início dos contra
ataques;e
(6) identificar quem determina ou inicia a execução do contra-
ataque.
g. As medidas de coordenação e controle necessárias para a
realização do contra-ataquei incluem:
(1) zona de reunião ou uma posição de bloqueio;
(2) ponto de partida, via de acesso/eixo de progressão,e ponto
de liberação( se necessário);
(3) posição de ataque;
(4) linhade partida ou linha de contato;
(5) zona de ação, a direção do contra-ataque;
(6) objetivo; e
(7) linha limite de progressão.

ARTIGO IV
MULTIPLICADORES DO PODER DE COMBATE

5-19. GENERALIDADES
a. Uma importante lição aprendida a partir de recentes operações em
área edificada é a necessidade de um sistema combinado de armas
completamente integrado.
b. A natureza das operações em área edificada é a essência da
infantaria. No entanto, o combate em ambiente urbano nunca deve ser
exclusivamente um combate de infantaria.
c. Um poderoso sistema de armas combinadas adequadamente
empregado em uma área edificada irá reforçar o cumprimento da missão.
d. Além do soldado fuzileiro é necessário defender uma área
edificada, a integração com as viaturas blindadas, o emprego criterioso da
engenharia, a total integração com a aviação do exército e força aérea, meios
de apoio de fogo da OM e do grande comando enquadrante, judicioso emprego
das comunicações, e uma rede logística eficiente em todos os níveis.
e. Este artigo aborda os multiplicadores de combate mais comuns
que podem ser disponíbilizados para o pelotão de Fuz durante a execução do
combate em área edificada.

5-63
5-20. CARROS DE COMBATE VBUT30 - VBAC
a. Com base nas considerações da análise do estudo de situação e
das regras de engajamento, pode surgir uma situação que exija a colocação de
carros de combate (CC) em apoio direto a missão dos fuzileiros mecanizados.
b. Este parágrafo discute táticas e técnicas utilizadas por tropas de
fuzileiros quando trabalham em conjunto a carros de combate, esse conceito
aqui abrange sobre rodas e lagartas.
c. Organização do emprego de VBCCC em operações mecanizadas
(1) Manobra
(a) os comandantes devem compreender os princípios de
emprego das forças de fuzileiros e carros de combate para maximizar as suas
capacidades e assegurar o apoio mútuo.
(b) Na manobra de fuzileiros reforçada pelo apoio de carros
de combate, os fuzileiros apoiam os carros de combate infiltrando-se na área
edificada, informando a presença de obstáculos, identificando as principais
posições inimigas e desorganizando sua defesa.
(c) Os fuzileiros oferecem segurança para os CC destruindo
e eliminando armas anti-carro e designando alvos compensadores para CC e
VBTP.
(d) Os CC apoiam os fuzileiros progredindo junto com eles
ao longo de uma via de acesso para proporcionar apoio de fogo com seu
sistema de armas.Também fornecem o transporte de tropas quando a situação
inimiga permitir. Carros de combate nunca devem progredir e manobrar
individualmente. O menor nível de emprego da VBCCC é uma seção (dois
veículos).
(e) As viaturas blindadas são meios eficientes no emprego
para bloquear rua e isolar áreas impedindo a exfiltração do inimigo.
(f) Experiências no combate moderno demonstram que não
se devem empregar carros de combate isoladamente pois os mesmos
necessitam de apoio na execução de fogos e observação, assim como em
caso de exfiltração por neutralização, pane ou impedimento em uma VA.

5-64
Fig 5-28. CC em apoio direto aos fuzileiros

Fig 5-29. CC progredindo com apoio de fuzileiros

5-65
Fig 5-29A. Seção CC progredindo com fuzileiros cerra a frente, o segundo carro cerra a frente

(2) Comando e Controle


(a) Os pelotões de fuzileiros devem ter condições de ligar-se
com a SU e com os elementos de apoio de fogo durante todas as fases da
operação; o comandante do pelotão deve garantir que o comando e controle
permaneçam em alta prioridade.
(b) Os CC e os fuzileiros mecanizados devem trabalhar em
estreita colaboração até o nível pelotão. Os fuzileiros e as tripulações dos CC
devem saber se comunicar por rádio, telefone, e sinais visuais. Antes do início
de uma operação os comandantes de fuzileiros e CC devem coordenar os
métodos de comunicação e os tipos de sinais que serão utilizados. Para a
comunicação imediata e direta com a tripulação do CC os fuzileiros podem
utilizar o telefone fixado no exterior da VBC.
(c) Durante a fase de planejamento de uma operação os
comandantes de fuzileiros e CC devem prever tempo suficiente para a
realização de planejamento detalhado e ensaios. O objetivo destas atividades é
verificar se as comunicações de longo e curto alcance são eficazes, e se cada
fração entendeu a sua missão. Além das comunicações, devem ser ensaiadas
as formas de designação de alvos tanto com designadores infravermelho, com
tiro traçante, e com as técnicas de designação de alvos vistas no artigo I deste
capítulo.
(d) OBSERVAÇÃO:Considerações sobre o Sistema de
Armas. Ao operar em conjunto com carros de combate, o comandante dos
fuzileiros deve ser conhecedor das capacidades, limitações e efeitos dos
sistemas de armas dessas viaturas. Ele deve compreender os perigos que
estes sistemas proporcionam aos seus soldados durante a operação em
conjunto e garantir que seus soldados sejam informados sobre estes perigos. A

5-66
figura 5-18 mostra a diferença nas capacidades da VBTP e do CC no que diz
respeito aos setores de tiro em área edificada. Observe que uma VBTP pode
atingir um alvo no 9º ou10º andar de um prédio á 20 metros de distância,
enquanto que um CC precisa de 90 metros para atingi-lo.
(e) Esses dados são genéricos, deve-se estudar os
equipamentos inimigos para verificar as angulações máxima e mínima que os
tubos dos canhões podem atingir.
(3) VBTP
(a) A função primordial do sistema de armas das VBTP em
área edificada é proporcionar apoio de fogo aos fuzileiros e romper paredes
externas. O sistema de armas da VBTP pode ser muito útil em área edificada
porque, dependendo do armamento pode penetrar paredes de concreto de até
16 centímetros (Can 30mm) de espessura e pode facilmente penetrar
estruturas residenciais comuns. Confirmar este dado
(b) Tanto o Can 30mm como a Mtr .50 são eficazes contra
estruturas de terra e de areia reforçada. A VBTP dotada de Mtr.50 ou Can
30mm pode executar tiros com elevação de seu sistema de armas entre 60º e -
10º. O sistema de armas pode ser usado eficazmente contra edifícios ocupados
pelo inimigo e fortificações.

Fig 5-30. Setores de tiro em área edificada

(c) OBSERVAÇÃO- Ao empregar esses sistemas de armas


para apoiar o ataque dos fuzileiros, os comandantes devem estar cientes dos
efeitos explosivos e conseqüências da fragmentação, bem como da onda de
choque gerada pela pressão da explosão, e como ela afetará a tropa a pé no
terreno.

5-67
5-21. ENGENHARIA
a. Normalmente uma SU receberá em reforço um grupo de
engenheira de combate, podendo chegar até um pelotão de engenharia de
combate. A maioria dos trabalhos manuais de engenharia, como a preparação
das posições de combate, deverá ser realizada por unidades de fuzileiros,
apoiadas por elementos de engenharia que fornecem supervisão técnica e
equipamentos pesados.
b. Quando receber elementos de engenharia o Cmt pel deve realizar
um criterioso estudo para seu emprego e principalmente para a localização dos
materiais de engenharia, experiências no combate moderno demonstram que
uma das maiores dificuldades das tropas que combatem em localidade é o
deslocamento de elementos e tropa de engenharia no interior da área urbana.
Vtr dotação?
c. Durante as operações ofensivas, a equipe de sapadores do
pelotão de engenharia pode ser passada em apoio ao pelotão de fuzileiros que
estiver designado para realizar o ataque principal. Esta equipe pode utilizar
explosivos para destruir fortalezas e pontos fortes que não podem ser
destruídos com o armamento orgânico da unidade de manobra, localizar e
remover minas, armadilhas e explosivos improvisados que dificultam o
movimento da unidade de manobra, e realizar missões de ruptura.
d. Durante a defesa de uma área edificada a engenharia pode apoiar
o pelotão de fuzileiros construindo sistemas complexos de obstáculos e
auxiliando na construção de posições defensivas e pontos fortes.
e. OBSERVAÇÃO- Ao empregar explosivos juntamente com o
escalão de assalto, os comandantes devem estar cientes dos efeitos e
conseqüências da fragmentação destes explosivos, bem como da pressão da
explosão, e como ela afetará os fuzileiros no terreno.

5-22. MORTEIROS
a. Os morteiros são os principais responsáveis pelos fogos indiretos
disponíveis no batalhão. Sua missão é dar apoio de fogo imediato às unidades
de manobra. Morteiros são adequados para o combate em áreas edificadas
devido à sua elevada letalidade, ângulo acentuado de queda, e reduzida
distância mínima de emprego. Os comandantes devem coordenar o plano de
apoio de fogo de morteiro com a artilharia, como parte do sistema geral de
apoio de fogo.
b. A missão do pelotão de morteiros é desencadear fogos para
apoiar a manobra, especialmente contra a infantaria inimiga desembarcada.
Morteiros também podem ser usados para obscurecer a observação do inimigo
e para iluminar a área de alvos durante a noite. A integração efetiva das peças
de manobra com os fogos de morteiro é a chave para o sucesso do combate
em ambiente urbano no nível companhia e pelotão de fuzileiros.
c. A seleção de posições de morteiro depende do tamanho dos
edifícios, do tamanho da área edificada e da missão. A utilização de estruturas
já existentes (por exemplo, garagens, edifícios de escritórios ou viadutos) para

5-68
esconder as posições é recomendada para proporcionar a máxima proteção e
minimizar o esforço de camuflagem. As peças de morteiro não devem ser
montadas diretamente no concreto, no entanto, sacos de areia podem ser
usados como um assoalho. O assoalho de sacos de areia deve ser constituído
de duas ou três camadas, ficar perfeitamente encostado em uma calçada ou
parede, e estender, pelo menos, um saco de areia além da largura da placa
base. Os morteiros normalmente não são colocados no topo de edifícios pois a
falta de cobertura os torna vulneráveis, o efeito da pressão nos andares abaixo
pode vir a ferir pessoas e o choque no chão pode enfraquecer a estrutura do
piso do teto do prédio. Morteiros não devem ser colocados no interior de
edifícios com telhados danificados, a menos que a estabilidade da estrutura
tenha sido verificada.
d. Durante o combate em ambiente urbano o tiro de morteiro com
munição HE é mais usado do que qualquer outro tipo de arma de fogo indireto.
O uso mais comum e valioso de morteiros é na execução de fogos de
interdição. Uma de suas maiores contribuições é neutralizar outras armas de
tiro curvo inimigas, interromper o suprimento, os esforços de evacuação, e os
reforços na retaguarda do inimigo. Embora os fogos de morteiro sejam muitas
vezes dirigidos contra estradas e outras áreas abertas, a dispersão natural dos
fogos indiretos poderá resultar em muitos danos para os edifícios e para a
população civil. Os comandantes devem ter cuidado ao planejar fogos de
morteiro durante o combate em ambiente urbano para minimizar danos
colaterais. Munições auto-explosivas com espoleta de retardo, especialmente
de cal 120 mm, apresentam bons resultados quando usadas em estruturas de
construção leve dentro das cidades, mas não tem um bom desempenho contra
o concreto armado encontrados em grandes áreas urbanas. Ao utilizar munição
auto-explosiva no combate em ambiente urbano, normalmente as espoletas de
retardo são empregadas contra inimigos dentro de edificações. O uso de
espoletas de proximidade deve ser evitado porque a natureza das áreas
edificadas faz com que as espoletas de proximidade funcionem
prematuramente. Espoletas de proximidade, no entanto, são úteis para atacar
alvos como Postos de Observação nos topos de edifícios. Durante a Segunda
Guerra Mundial e nos recentes conflitos no Oriente Médio, fogos de morteiros
têm sido amplamente utilizados durante o combate em ambiente urbano para
negar o uso de ruas, parques e praças para o inimigo. No contexto de fogos de
interdição empregam-se espoletas de percussão.
e. Nas operações ofensivas as munições iluminativas são
empregadas para iluminar o objetivo, já nas operações defensivas, a
iluminação é realizada atrás das tropas amigas para colocá-las nas sombras e
colocar as tropas inimigas na luz, isto porque os edifícios reduzem a eficácia da
iluminação, criando sombras. A iluminação contínua exige uma estreita
coordenação para produzir o efeito desejado. O emprego de granadas
iluminativas deve ser estabelecido pelo comando da OM, que em seu estudo
de situação avalia as vantagens e desvantagens do emprego deste tipo de

5-69
munição. Caso nossa tropa possua grande quantidade de meios de visão
noturna e o inimigo não possua, é mais vantajoso combater sem iluminação.
f. Ao planejar o uso de morteiros os comandantes devem considerar
os fatores abaixo:
(1) Posicionar observadores nos níveis superiores dos edifícios
para que a designação de alvos e o ajuste de fogos possam ser realizados de
forma eficaz A tarefa de tomar posição correta e conduzir tiro curvo em área
edificada é extremamente difícil exigindo treino dos observadores avançados.
(2) Os comandantes devem compreender os efeitos da munição
corretamente para estimar o número de rajadas necessárias para a cobertura
do alvo específico. Os efeitos do uso de granadas fumígenas podem criar
cortinas de fumaça indesejadas ou condições de visibilidade limitada, que
podem interferir na manobra do pelotão e até da SU como um todo.
(3) Observadores avançados devem ser capazes de determinar
os ângulos mortos. Ângulo morto é a área em que os fogos indiretos não
podem alcançar o nível da rua por causa dos edifícios. Esta área é um refúgio
seguro para o inimigo. De forma expedita, para os morteiros o ângulo morto é
cerca de metade da altura do edifício.
(4) As peças de morteiros devem proporcionar sua própria
segurança.
(5) Os comandantes devem dar especial atenção e coordenar
muito bem os deslocamentos das peças de morteiro para que não interrompam
o apoio de fogo ás operações.
(6) Assim como as peças anticarro, as peça de morteiro também
deve prever no mínimo mais de uma posição para execução do seu tiro, além
disso, deve prever também itinerários de retraimento para uma posição segura.
Deve-se dar especial atenção ao local onde serão armazenadas as munições
pois os danos causados por uma explosaão em localidade podem ser severos.

5-23. ARTILHARIA
a. Durante o combate urbano a artilharia de campanha presta apoio
direto, apoio geral ou em último caso é passada em reforço as Unidades de
Infantaria. Caso se tenha certeza da saída de civis da área edificada, deve-se
empregar a artilharia de forma maciça.
b. Quando a artilharia de campanha apóia o combate em áreas
urbanas deverá ter especial atenção quanto à segurança, devido à proximidade
das frações amigas com a posição inimiga e os danos colaterais a população
civil. Ao planejar o apoio de fogo, os Cmt devem considerar os itens abaixo:
(1) a limitada observação de áreas é em áreas urbanas;
(2) correções de tiro são difíceis de realizar, pois os edifícios
bloqueiam a observação e consequentemente o ajuste das concentrações;
(3) designação de alvos é difícil em terreno urbano, pela
existência de muitas cobertas e itinerários desenfiados;

5-70
(4) os observadores avançados devem ser capazes de
determinar os locais de ângulos mortos.
c. Para a coordenação de fogos serão utilizadas medidas de
coordenação permissivas e principalmente medidas restritivas como "área de
fogo proibido", com a finalidade de proteger os civis e instalações críticas de
valor histórico ou cultural.
d. O emprego da artilharia no modo de fogo direto para destruir as
fortificações deve ser considerado, especialmente quando as posições inimigas
de defesa são bem preparadas.
e. As VBCOAP M 108/M109 são extremamente eficientes em
neutralizar alvos de concreto pelo tiro direto.
f. A perfuração no concreto dependendo da munição do M109 155
mm, pode ir de 36 centímetros até 2,2 metros de penetração.
g. Ao empregar a artilharia no modo de fogo direto na área urbana, é
importante que a infantaria possa atuar conjuntamente, oferecendo cobertura,
pois os obuseiros AP, possuem baixa proteção e só atiram parados.
h. Um observador avançado poderá ser recebido pelo Pel Fuz Mec,
para que este militar faça as correções necessárias dos tiros de artilharia, para
o tiro indireto.
i. Poderão ser empregados, no ambiente urbano, sistemas de
designação de alvos que facilitam o emprego de armas de tiro curvo, como por
emplos a designação por sistema de grade e de numeração de edificações.

Fig 5-31.Sistema de grades e sistema de numeração de edificacões

5-24. AVIAÇÃO DO EXÉRCITO


a. As unidades de infantaria podem receber apoio por alguns
helicópteros, como por exemplo o HM-1, HM-2, HM-3, H-A. Os helicópteros de
ataque podem proporcionar fogo em áreas para suprimir alvos e realizar tiros
de precisão para destruir alvos específicos ou destruir previamente estruturas
que possam ser utilizados pelo inimigo.

5-71
b. Os helicópteros de ataque fornecem informações de
reconhecimento em tempo real através da visada direta da área de operações.
Isso facilita a capacidade do Cmt de pelotão de efetivamente coordenar e
integrar todos os aspectos da sua missão. Os helicópteros de ataque também
podem auxiliar os trabalhos de inteligência, vigilância e reconhecimento
integrado com as comunicações. O controle operacional dos helicópteros de
ataque permanecerá no nível do batalhão ou superior, no entanto, helicópteros
de ataque podem auxiliar diretamente do ar a coordenação com as companhias
e pelotões durante operações de combate no solo.

Fig 5-32. Abordagem de edificação com emprego de aeronave de asa rotativa

c. Os helicópteros de manobra são utilizados para o transporte de


pessoal e de suprimentos. Estas aeronaves não possuem armamento para o
ataque, possuem apenas sistemas de armas para a sua autodefesa.
d. As aeronaves de asa rotativa também podem ser empregadas no
combate em localidade como posto de comando e posto de observação para
observadores avançados de armas de tiro curvo.
e. Quando a tropa que emprega aeronaves tiver o domínio do
espaço aéreo podem ser colocados painéis sobre as habitações ocupadas pela
tropa com o objetivo de diminuir risco de fratricídio.

5-25. ARMAS ANTICARRO

5-72
a. Algumas das limitações de emprego é o deslocamento após o
engajamento, a possibilidade do engajamento de fogo em profundidade, mais
os obstáculos do terreno, o aumento das zonas de riscos e a preocupação com
a segurança em torno das peças.

Fig 5-33. Emprego de armamento AC

b. Embora as armas anticarro sejam concebidas para destruir


veículos blindados, elas também podem ser usadas para danificar ou destruir
fortificações, destruir portas e arrebentar paredes de edifícios para criar pontos
de entrada. Podem ser usadas ainda, para confundir o inimigo com fumígenos
momentos antes do assalto. Os sistemas mais avançados que possuem
sistema termal podem ser usados para detectar atiradores e caçadores ou
eliminá-los com mísseis de longo alcance.
c. Apesar da existência de armas AC específicas para o uso dentro
de edificações, combate em espaço confinado, a maioria dos CSR e Lança
Rojão são extremamente perigosos para seus operadores na execução de um
tiro de dentro de um cômodo de pequenas dimensões. Só em combate, e
quando não existe outra opção tática, as armas anticarro devem ser disparadas
de dentro de um local fechado e ainda assim devem atender aos seguintes
requisitos mínimos:
(1) edifícios feitos de madeira ou materiais leves devem ser
reforçados para reduzir os danosque podem ocorrer pelo disparo;
(2) todos os objetos e detritos devem ser removidos da área de
sopro da arma pois a queima dos gases à retaguarda fará com que os objetos
soltos voem ao redor do recinto, podendo ferir a guarnição ou o atirador da
arma AC.
(3) a áera de sopro dos lança rojão utilizados pelo exército tem
um raio mortal de 5 metros e um raio de segurança de 60 m á retaguarda,

5-73
portanto é proibitiva a utilização de AC dentro de um cômodo com extensão
menor que 5 metros.
5-26. CAÇADORES E ATIRADORES DE PRECISÃO
a. Os caçadores são um importante e eficaz multiplicador do poder
de combate. Ao conduzir operações defensivas em áreas urbanas, o caçador
pode ser usado como parte dos elementos de apoio para fornecer informações
precisas dos campos de tiros de longo alcance através da sua capacidade de
observação. O Pel Fuz Mec poderá receber uma turma ou um grupo de
caçadores do Btl, a fim de realizar uma tarefa de missão específica.
b. Como já citado nesse capítulo podem ser formadas por ordem do
Cmt SU ou Pel turmas de atiradores, utilizando os atiradores de precisão dos
GCs, essas equipes terão liberdade de deslocamento em uma certa área de
atuação e poderão receber missões específicas ou de oportunidade do escalão
enquadrante.

5-27. ELEMENTOS DE INTELIGÊNCIA


a. Durante as operações o pelotão pode receber meios de
inteligência como disponibilidade de VANT ou aeronave de asa rotativa para
levantamento de informações, além de poder receber para determinadas
missões apoio em inteligência de fontes humanas.
b. Combates modernos demonstraram que o apoio de inteligência,
principalmente fonte humana auxilia na execução com confiabilidade de
missões pontuais em ambiente urbano, reduzindo o risco de efeitos colaterais.
c. Não deve se esquecer entratanto que todos elementos do pelotão
são fonte de inteligência humana. ]

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