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Em O que mantém as democrias?

Os autores procuram
identificar os fatores decisivos que colaboram para a sobrevivência
das democracias uma vez estabelecidas. Eles argumentam que o
principal fator é o crescimento econômico. Quanto mais ricas forem
as democracias ou quanto maior por o seu crescimento anual,
maiores são as suas chances de sobrevivência a longo prazo. Como
dados empíricos provam que regimes autoritários não produzem mais
riqueza do que democracias, não tem fundamento o argumento de
que regimes autoritários favoreçam o surgimento de democracias e
devam ser, portanto, tolerados como maus necessários.

O autores também abordam outros fatores importantes para a


manutenção da democracia, como a situação internacional. Quanto
mais países são democráticos na região e no mundo, menos as
chances de surgirem regimes autoritários. Outro fator importante é o
aprendizado político. A experiência democrática no passado
desestimula possíveis golpes de estado, ao mesmo tempo que
fortalece a imagem das instituições democráticas.

Outros fatores, no entanto, tornam mais frágeis as recém-


fundadas democracias. Entre eles, o principal é o presidencialismo e a
fragmentação partidária, porque as eleições são “tudo ou nada” e as
chances de acontecerem paralizações no processo decisório são
muito grandes por causa da independencia entre o parlamento e o
executivo.

Em Islam and Authoritarianism Steven Fish procura saber se


existe alguma correlação empírica entre o Islã e os regimes
autoritários. Em um primeiro momento, o autor buscar descobrir se a
variável “regimes islâmicos” possue relevância explicativa. Para isso,
ele faz um cruzamento com outras variáveis, a saber: 1) O
desenvolvimento econômico, 2) A henrança colonial britânica, 3) A
herança comunista e 4) Os recursos naturais disponíveis.
Como essas variáveis se mostraram muito relevantes para
explicar o autoritarismo de países islâmicos, não existe uma relação
causal per se entre o Islã e os regimes autoritários. Não existem
também evidências de que estados islâmicos sejam mais violentos do
que outros, nem de que sejam mais ou menos seculares do que os
estados de maioria cristã.

No entanto Steven Fish desenvolve uma outra hipótese


explicativa: a conexão entre o Islã e a subordinação nas mulheres.
Segundo ele, existem dados empiricos que provam que as mulheres
em sociedades islâmicas são menos escolarizadas e de que existe
uma disparidade na proporção entre homens e mulheres. A sua
hipótese é de que as relações entre homens e mulheres refleteriam
as relações entre o governo e a sociedade, favorecendo o surgimento
de autoritarismos.

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