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A obra de Dilthey procura examinar detalhadamente cada setor da vida, propondo uma

Filosofia profunda a partir da ação reflexiva humana na própria vida. Inexplicável, secreta e
de impossível acesso a um conceito ou pelo conceito. A vida é substancialmente significativa
nas expressões, passagem discordantes nos embates de forças antagônicas, num modo de
mudança e identificação manifestas nas experiências novas. É característico da vida,
manifestar-se e objetivar-se em alegorias, emergindo relações sociais, pois todo o mundo
psicológico busca expressar-se num fora. Eis ai o motivo pelo qual a vida se apresenta como
uma raiz ao fenômeno histórico.
Em Dilthey, a vida brota no vínculo das relações sociais com o meio, a vida revela-se
removendo o véu que a encobre sendo ela mesma reveladora do segredo da própria vida,
recebendo e agindo em favor da verdade. A unidade vital psicofísica assinala-se e neste
diferenciar a vida brilha, revelando a conexão de vínculos indesatáveis do eu próprio e da
realidade-efetiva do mundo histórico. Neste vínculo vívido, na desordem sentimental, nos
sobrevém a humanidade desenhando o mundo psicológico na relação de valores como
categorias ordenadas.
Dilthey declara com impulso que a experiência vivida e o mundo extrínseco se
conectam a todo o momento numa relação de reciprocidade, nunca se separando. Entretanto,
em sua concepção, há possibilidade conectiva em que o mundo coexistente é reprodução
humana, ou seja, pertencente a um mundo psicológico, indicação axiológica e teleológica,
como objeto final. Isto significa que o mundo dos fenômenos emocionais, sua grandeza livre,
é pura imaterialidade, pois o conhecimento de si mesmo e o mundo em sua volta são
convergentes, mas não exclusivamente em graus de juízos. Esta ligação provoca em nós seres
viventes, plenas condições de sentir e perceber através dos sentidos, imaginações, sonhos e
capacidade intelectual e prática. Afeição, entendimento, desejo e força compreendem-se
tecido e construído num enredo. De fato, a compreensão deve ultrapassar o campo das
aparências, uma vez que esta é recíproca ao conhecimento que o indivíduo tem sobre si
mesmo e do meio prático social a qual pertence, em seus dilemas.
Como esclarecer então a expressão de uma construção do mundo histórico? Queremos
esclarecer que do ponto de vista de Dilthey o pensamento não é o um mero produto de
encadeamentos de juízos, não nasce de mecanismos simples do desejo de sentir, já que a ação
de se apropriar do mundo histórico brota da organização de nossa constituição psicológica.

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