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"Auxílio-moradia"
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"Auxílio-moradia"
Fernando Lima (https://jus.com.br/883335-fernando-lima/publicacoes)

Publicado em 08/2000. Elaborado em 07/2000.


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Não quero parecer antipático ou pessimista, mas desconfio que seria muito melhor que o Tribunal de Justiça do Estado pensasse duas vezes, e procurasse evitar a
tentação de imitar o Tribunal Regional do Trabalho, para depois não ter que sofrer o vexame de ser obrigado a devolver uma vantagem pecuniária indevidamente
recebida.

Afinal de contas, todos sabemos que a Constituição em vários aspectos não tem sido cumprida, e que quando se trata de salários, todos reclamam e ninguém tem
razão. Recentemente, o Presidente FHC e o Congresso Nacional foram obrigados a desistir, pelo clamor popular, do acordo que permitia que políticos e parlamentares
recebessem o super-teto de R$21.600,00. Mais recentemente ainda, o Congresso aprovou o salário-mínimo de R$151,00 e aprovou também os pisos regionais, que
estão sendo contestados na Justiça.

Todos sabemos também que a mesma Constituição que garante um salário-mínimo que não é esse que foi aprovado, também garante aos magistrados a
irredutibilidade de vencimentos, o que deveria servir como proteção contra a depreciação da moeda ocorrida nestes seis anos do Plano Real, e também garante, há
dois anos, uma revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices (EC nº 19/98, art. 37, X). Dizem os juristas: a norma constitucional depende de
regulamentação, porque é uma norma de eficácia contida.

De qualquer forma, essa discussão sobre os salários, e especialmente sobre o auxílio-moradia, apenas contribui para a desmoralização dos Poderes, porque o povo
não compreende como é possível que o Congresso aprove um salário mínimo de R$151,00 e um super-teto de R$21.600,00, ou a solução de emergência do auxílio-
moradia para os magistrados.

Na realidade, tudo indica que a concessão desse auxílio é apenas uma forma dissimulada de conceder aumento à magistratura, pela impossibilidade de conceder um
aumento geral ao funcionalismo, que possa corrigir a defasagem do Plano Real. Nesse aspecto, ele se assemelha ao tristemente famoso qüinqüênio "em cascata",
concedido aos magistrados no governo Figueiredo, através de decreto-lei, sob o fundamento pseudo-jurídico da irredutibilidade dos vencimentos da magistratura.

Em toda essa discussão, existe um tema fundamental, que tem sido esquecido, exatamente o da relação entre os valores máximo e mínimo da remuneração dos
servidores públicos.
A Constituição de 1.988 já havia pensado no problema, prevendo no inciso XI do art. 37 que a lei fixaria o limite máximo e a relação de valores entre a maior e a menor
remuneração dos servidores públicos, mas isso nunca foi feito, e essa regra foi alterada pela Emenda Constitucional nº 19, de 04.06.98, que substituiu a determinação
(fixará) pela permissão (poderá fixar): "Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor
remuneração dos servidores públicos..." (art. 39, § 5º)

Portanto, se em dez anos, quando o Congresso era obrigado a fixar essa relação, a lei não foi feita, agora ficou ainda mais difícil, porque a Constituição apenas permite
que as leis estabeleçam essa relação e se ela estivesse fixada, é claro que a liberalidade dos governantes na fixação do teto ficaria bem mais limitada.

Nossas Constituições anteriores, para evitar esses vexames, de estarem os governantes a discutir seus próprios salários, determinavam que o Congresso Nacional
fixaria os subsídios para a legislatura seguinte, isto é, para aqueles políticos que ainda se iriam eleger, mas desde 1.978, infelizmente, essa regra foi rasgada, pelo
Congresso e pelos Legislativos estaduais e municipais, com a conivência dos Judiciários e dos Executivos.

Não existe novidade no auxílio-moradia, que agora se discute como solução de emergência, porque ele foi criado, no percentual de até 30% do vencimento do
magistrado, pelo parágrafo 3º do art. 65 da Lei Orgânica da Magistratura (https://jus.com.br/tudo/magistratura) Nacional (LOMAN), em 1.986, mas logo no ano seguinte
foi julgado inconstitucional pelo Pleno do STF, que por unanimidade, em 09.12.87, no julgamento da Representação nº1417/DF, sendo Relator o Ministro Moreira Alves,
decidiu que "O parágrafo 3º do art. 65 da Lei Complementar nº 35/79, acrescentado pela Lei Complementar nº 54, de 22.12.86, é inconstitucional, quer na esfera
federal, quer na estadual" (DJ 15.04.88 PG.08397 EMENT. VOL.01497-01 PG.00072)

Em conseqüência, no julgamento da Representação nº 1406/RS, sendo Relator o Ministro Francisco Rezek, em 04.05.88, também por unanimidade, o Pleno do
STF decidiu julgar inconstitucional a Resolução nº 01/87, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que concedia aos magistrados os benefícios de auxílio-
transporte e auxílio-moradia. (DJ 10.06.88 PG.14401 EMENT. VOL.01505-01 PG.00087)

No julgamento do Mandado de Segurança nº20939/MG, impetrado contra ato do Presidente do TRT que determinou a
suspensão do pagamento de auxílio-transporte e auxílio-moradia para os Juízes Presidentes de Juntas e os Juízes do TRT da
3ª Região, sendo Relator o Ministro Aldir Passarinho, em 07.11.90, também por unanimidade, o Pleno do STF negou provimento
ao Mandado, nos seguintes termos: "Mandado de segurança de que se conhece, mas ao qual se nega provimento, até porque
o ato impugnado decorreu de decisão do STF que, apreciando pedido de cautelar na Rep. nº 1.417-DF, suspendeu os
efeitos do mencionado parágrafo 3o do art. 65 da LOMAN, o que tem efeito "erga omnes". Ademais, a Representação 1.417 já
foi julgada em definitivo, tendo sido declarada a inconstitucionalidade daquele mesmo dispositivo legal". (DJ 14.12.90
PP.15109 EMENT. VOL.01606-01 PP.00032)

Esse parágrafo 3o do art. 65 da LOMAN, após ser julgado definitivamente inconstitucional pelo STF, teve sua eficácia suspensa
pelo Senado Federal em 1.993, através da Resolução nº31.
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Além disso, recentemente, a Emenda Constitucional nº 19/98 estabeleceu que a remuneração dos magistrados será feita exclusivamente pelo subsídio, vedado o
acréscimo de qualquer outra espécie remuneratória. E mais: o Pleno do Tribunal não se pode conceder qualquer reajuste ou vantagem, através de uma simples
resolução administrativa, porque a Constituição Federal exige lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, para a própria fixação ou alteração do
subsídio.

Dispõe o parágrafo 4º do art. 39 da Constituição Federal que "O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e
Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de
representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI".

O inciso X do art. 37, a que se refere o citado parágrafo 4º, estabelece que "a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente
poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem
distinção de índices".

Transcrevemos a seguir o texto "Política Salarial", muito pertinente, que demonstra a opinião do MP Estadual sobre o auxílio-moradia: "O Ministério Público do Pará
não escapa da crise que assola o funcionalismo público em geral. Como todos os servidores públicos, Procuradores e Promotores de Justiça, bem como os servidores
administrativos do Ministério Público, não têm reajuste salarial desde o início do Plano Real, em julho de 1.994. A defasagem salarial dos membros e servidores chega
a ser angustiante, face aos compromissos, sempre crescentes, com o sustento, a educação (https://jus.com.br/tudo/educacao) e a saúde de suas famílias. Mas, como
em todo setor da economia nacional, no Ministério Público também surgem vozes reclamando o reajuste de vencimentos ou a criação de gratificações, inclusive, mais
recentemente, a extensão do auxílio-moradia. A Procuradoria-Geral de Justiça é sensível a tais reclamos. Mas a política salarial do Ministério Público está engessada,
desde junho de 1.998, quando entrou em vigor a Emenda Constitucional nº 19 (Reforma Administrativa), que trocou o "sistema de Vencimentos" pelo regime de
"subsídio fixado em parcela única" para inúmeras categorias de servidores especiais, como magistrados, membros do Ministério Público, Procuradores e Advogados do
Estado, policiais civis e militares, e detentores de mandatos eletivos, e proibiu a concessão de "qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação
ou qualquer outra espécie remuneratória" (CF/88, art. 39 § 4º, c/c o art. 128, § 5º, I, c)". Desde a vigência dessa Emenda, o Colégio de Procuradores de Justiça perdeu
a competência, como a perdeu o Pleno do Tribunal de Justiça, para conceder reajustes ou vantagens através de simples resolução administrativa. Isso agora somente
é possível por meio de lei aprovada pela Assembléia Legislativa. Quanto ao auxílio-moradia, é sabido que a vantagem foi concedida por liminar do STF, não por razões
de peso jurídico, mas por conveniência política, a fim de abortar a programada e anunciada greve dos juízes federais. Ao Ministério Público não apetece defender a
extensão da vantagem concedida ao arrepio das normas constitucionais, tanto que a Procuradoria Geral da República atacou a liminar por via de agravo regimental
(https://jus.com.br/tudo/agravo-regimental) até hoje não julgado. Qualquer alteração salarial na esfera do Ministério Público depende da interminável novela de
definição do teto constitucional pautado no subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, a ser fixado em lei de iniciativa conjunta dos Presidentes da República,
da Câmara, do Senado e do STF. Como se tudo isso não bastasse, sobreveio a Lei de Responsabilidade Fiscal, que impõe drástica redução nos gastos com pessoal
no âmbito de todos os Poderes e do Ministério Público". (informativo PGJ- ano I, nº 1- junho-julho/2000)

Por todas essas razões, creio que os magistrados não devem nem exigir nem aceitar o imoral artifício jurídico do auxílio-moradia, exatamente porque o que deve ser
exigido é o respeito à garantia constitucional da irredutibilidade de vencimentos, sem a qual o Judiciário será apenas um apêndice do Executivo, sem a necessária
independência para o desempenho de sua missão constitucional.


 (https://jus.com.br/imprimir/331/auxilio-moradia)



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Informações sobre o texto


Uma versão resumida foi publicada no jornal O Liberal, de Belém, 06.07.2000

Como citar este texto (NBR 6023:2002 ABNT)

LIMA, Fernando. "Auxílio-moradia" (https://jus.com.br/artigos/331/auxilio-moradia). Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 5
(https://jus.com.br/revista/edicoes/2000), n. 44 (https://jus.com.br/revista/edicoes/2000/8/1), 1 (https://jus.com.br/revista/edicoes/2000/8/1) ago.
(https://jus.com.br/revista/edicoes/2000/8) 2000 (https://jus.com.br/revista/edicoes/2000). Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/331>. Acesso em: 8 fev. 2018.

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