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MICROBIOLOGIA – TORTORA – MICROORGANISMOS DA PELE E OLHO

Epiderme > externa, fina, camadas de céls epiteliais; a mais externa é o stratum corneum, que
são céls mortas contendo queratina (proteína à prova de água)

Derme > a mais interna, espessa, tecido conjuntivo; folículos pilosos e ductos permitem
entrada de microorganismos

Transpiração > fornece umidade e nutrientes para os micróbios; tbm possui sal e lisozima
capaz de matar alguns micróbios

Sebo > lipídeos, proteínas e sais que podem nutrir microorganismos

MEMBRANAS MUCOSAS

 Mucosas > levemente ácidas e muito unidas > dificulta proliferação microorganismos;
lisozima das lágrimas destroem a parede de algumas bactérias

MICROBIOTA NORMAL DA PELE

 Bactérias aeróbicas > produção ácidos graxos graças ao sebo; inibem crescimento de
outros microorganismos
 Resistentes ao ressecamento
 Muitos gram-positivos (estafilococos e micrococos)
 Crescem em pequenos agrupamentos
 Lavagem vigorosa não as elimina, mas as diminui
 Áreas com maior umidade (suor) possuem mais micróbios > odor nesses locais
 Difteroides: propionibacterium acnes (anaeróbio, cresce mais com as glândulas
sebáceas); (Corynebacterium xerosis > aeróbios); levedura Malassezia furfur > caspa
 Difteroides produzem ácido propiônico > diminui o pH da pele para 3 a 5
 Cetoconazol > antibiótico
 Erupções e lesões na pele não indicam necessariamente uma infecção

Vesículas > bolhas cheias de fluido e pequenas;

Bolhas > vesículas maiores que 1cm

Máculas > lesões planas vermelhas

Pápulas > lesão elevada

Pústulas > lesões elevadas com pus

Exantema > erupção da pele causada por doença

Enantema > erupção nas membranas mucosas causadas por doença

DOENÇAS BACTERIANAS DA PELE

 Estafilococos e estreptococos são comuns

INFECÇÕES POR ESTAFILOCOCOS

 Gram-positivos, esféricos, agrupamento irregular como cacho de uva


 Algumas produzem coagulase (coagula a fibrina no sangue) e outras não
 Cepas coagulase negativas representam 90% da microbiota normal da pele; são
patogênicas quando um corte invade a pele
 Biofilmes > material capsular (limo) produzido para bactérias para se protegerem de
desinfetantes e do ressecamento
 S. aureus > o estafilococos mais patogênico; comum nas passagens nasais; pode
sobreviver por meses nas superfícies; forma colônias amarelo-douradas, que as
protege contra a luz solar, que é antimicrobiana; as que não possuem pigmentação são
mais suscetíveis à eliminação por neutrófilos; geralmente coagulase-positivo (produz
coagulase), oq aumenta produção de toxinas danosas; alguns podem causar sepse
(inflamação generalizada pela resposta ao micróbio), gerando risco à vida
 Parede resistente à lisozima;
 Secreta proteína que bloqueia neutrófilos;
 Pode matar céls fagocíticas;
 Resistente à opsonização (imunologia; fixação de opsoninas –ex. imunoglobulinas –
aos epítopes de antígenos, permitindo a fagocitose
 Superantígeno, algumas cepas podem driblar o sistema imune totalmente
 Há cepas resistentes a antibióticos, presentes em infecções hospitalares e nas
comunidades
 Podem ir do sist respiratório até a pele, entrando no corpo por folículos pilosos
(furúnculo, que é um tipo de abscesso)
 Antibióticos não penetram bem os abscessos, sendo de difícil tratamento
 O furúnculo pode invadir tecidos vizinhos, causando dano extensivo (carbúnculo) >
causando febre
 Estafilococos são os maiores causadores de impetigo (infecção mto infecciosa que
afeta crianças de 2 a 5 anos), transmitido por contato; entra na pele por rupturas ou
ferimentos; tende a curar sem tratamento
 O impetigo pode ser bolhoso (causados por toxina) ou não bolhoso; surtos em
neonatos são um problema em hospitais
 Síndrome do choque tóxico (SCT) > causada por estafilococos e tampão vaginal
altamente absorvente > pode ser fatal, causa febre, vômitos, falência de órgãos (ex.
rins), etc., é produzida uma toxina da síndrome do choque tóxico 1, que se espalha
pela corrente sanguínea e é superantigênica; a maioria dos casos é não-menstrual

INFECÇÕES DE PELE POR ESTREPTOCOCOS

 Gram-positivos esféricos
 Crescem em cadeias
 Secretam hemolisina (alfa-hemolíticos, beta-hemolíticos, gama-hemolíticos), que
lisam eritrócitos ou outras células; não se sabe o que isso influencia na patogenicidade
do estreptococos
 Gama-hemolíticos: não-hemolíticos
 Beta-hemolíticos A ou T > muito associados a doenças humanas
 Estreptotocos do grupo A (beta-hemolóticos) da espécie Streptococcus pyogenes são
os beta-hemolíticos mais importantes, pois podem causar mtas doenças humanas, e
algumas podem ser fatais; possuem proteína M (que é um fator de virulência; esses
fatores são usados para driblar o sistema imune; se liga a neutrófilos?) que diferencia
mais de 80 tipos imunológicos, permitindo ao micróbio evitar a fagocitose; possuem
cápsula de ácido hialurônico, que é pouco imunogênico, não ativando muito o sistema
imune, pois se assemelha ao tecido conjuntivo humano; as bactérias GAS produzem
estreptocinases (dissolve coágulos sanguíneos), hialuronidase (degrada ácido
hialurônico), deoxirribonucleases (degrada DNA)
 Infecções na pele são locais, mas se entrarem nos tecidos, podem ser destrutivas
 S. pyogenes pode entrar a derme e causar uma doença séria chamada erispidela
(placas vemelhas e bordas elevadas), que pode causar sepse (inflamação generalizada
por resposta ao micróbio); dor de garganta e febre alta são sinais; S. pyogenes é
sensível a antibióticos beta-lactâmicos (cefalosporina)
 Estreptotocos são os agentes mais comuns causadores de doenças
 Estreptococos do grupo A (“bactéria comedora de carne”) causam fasciite necrosante,
destruindo tecidos muito rapidamente; mortalidade pode chegar a mais que 40%
 Pela fasciite necrosante, pode ocorrer síndrome do choque tóxico estreptocócica,
havendo liberação de proteína M, que se liga a neutrófilos, precipitando liberação de
enzimas danosas a órgãos

INFECÇÕES POR PSEUDOMONAS

 Bacilos bacterianos gram-positivos


 Aeróbios
 Comuns no solo e em águas
 Crescem em qualquer ambiente úmido, como filmes de sabão ou adesivos selantes
 Resistentes a mtos antibióticos e desinfetantes
 Pseudomonas aeruginosa é a mais comum, é um patógeno oportunista
 Causam surtos de dermatite (associada ao uso de piscinas, saunas, banheiras); mta
gente na água aumenta a alcalinidade do meio, o cloro fica menos efetivo; água
quente dilata os poros; frequente causador de otites externas nos nadadores
 P. aeruginosa > patógeno oportunista; afeta pacientes queimados; infecção de pus
azul-esverdeado, devido à produção de piocianina; se multiplica em vasos de flores,
água de lavagem de pisos, desinfetantes diluídos
 Resistência relativa a antibióticos

ACNE

 Doença de pele mais comum em humanos


 Classificações: acne comedonal, acne inflamatória, acne cística nodular
 Causada pelo entupimento do folículo pela descamação da pele + sebo
 Dieta não apresenta efeitos conhecidos na formação do sebo
 Contraceptivos e mudanças hormonais podem diminuir formação do sebo
 Acne comedonal (leve) > tratamento tópico como ácido azelaico, ácido salicílico ou
retinoides; esses agentes tópicos não afetam a produção de sebo
 Acne inflamatória (moderada) > originada da ação bacteriana (Propionibacterium
acnes, um difteroide anaeróbio, que metaboliza o glicerol do sebo, gerando ácidos
graxos livres que causam resposta inflamatória); pode-se formar pústulas e pápulas; a
terapia deve prevenir formação de sebo (agentes tópicos não são eficientes); usar
isotretinoína ou antibióticos; pode-se usar peróxido de benzoíla
 Acne cística nodular (severa) – presença de nódulos ou cistos (lesões profundas e
cheias de pus na pele); deixam cicatrizes na face e tronco

DOENÇAS VIRAIS DA PELE

 Mtas podem ser sistêmicas, de transmissão respiratória, mas com efeitos na pele

VERRUGAS (OU PAPILOMAS)

 Crescimentos cutâneos benignos causados por vírus;


 Podem ser transmitidos por contato ou sexual
 Há período de incubação de várias semanas antes que elas apareçam
 Ácido salicílico é efetivo
 Não são uma forma de câncer, mas alguns cânceres de pele e cervicais estão
associadas à infecção por papilomavírus

VARÍOLA (SMALLPOX)

 Causada por vírus do gênero Orthopoxvirus chamado Variola vírus


 Existem duas formas, a varíola maior (mortalidade 20% ou mais) e varíola menor
(mortalidade menos de 1%)
 Transmissão via respiratória
 Infecta órgãos internos, depois sangue, depois pele (sintomas mais reconhecíveis)
 Primeira doença em que a imunidade foi artificialmente induzida;
 Vacinas
 Foi erradicada pois não existem reservatórios animais
 A vacina poderia causar danos a pessoas imunocomprometidas

VARICELA (CATAPORA) E HERPES ZOSTER

 Doença infantil branda


 Baixa taxa de mortalidade
 Mortes associadas a complicações (encefalites) ou pneumonias
 Lesões vesiculares duram de 3 a 4 dias, se enchem de pus, se rompem, formam
crostas e depois cicatrizam
 Comuns na face, garganta, costas; podem ocorrer no peito e ombros
 Se ocorre no início da gravidez, pode ocorrer danos graves ao feto em cerca de 2% dos
casos
 Síndrome de Reye > complicação severa da catapora, gripe ou outras doenças virais; a
infecção inicial cede, depois ocorre vômito persistente, disfunção cerebral, sonolência,
comportamento agressivo, seguido de coma e morte; taxa de mortalidade de 30%;
afeta crianças e adolescentes; uso de aspirina durante a febre na varicela aumenta
chances de desenvolvimento da síndrome de Reye
 Herpesvírus > vírus varicela zoster > penetra nervos periféricos > gânglio nervoso
central > permanece latente; diminuição da imunidade ou estresse > ativa o vírus >
causará herpes zoster; pode ocorrer dano nos nervos, afetando visão ou ocorrendo
paralisia
 Herpes zoster é mais comum a partir dos 20 anos; é provável que ocorra somente uma
vez
 Quem já contraiu varicela (catapora), está parcialmente imunizado para a herpes
zoster
 Com o passar dos anos a vacina perde a eficácia, então há pessoas que já foram
vacinadas e que apresentam varicela (catapora)

HERPES SIMPLES (vírus HSV)

 Vírus HSV-1 e HSV-2


 HSV-1 > transmissão na infância, por vias orais ou respiratória; 90% dos EUA já foi
infectado, mtos desenvolvem herpes labial (lesões dolorosas com vesículas de curta
duração próximas à margem vermelha dos lábios); desencadeado por exposição à
radiação ultravioleta, problemas emocionais, mudanças hormonais; é transmitido por
contato
 HSV-1 permanece latente no gânglio do nervo trigêmeo (ele faz comunicação entre a
face e o SNC)
 HSV-2 é transmitido geralmente por via sexual, causa a herpes genital; fica latente no
gânglio do nervo sacral
 Raramente o HSV-1 e HSV-2 podem se alastrar para o cérebro, causando encefalite
herpética (o HSV-2 é mais grave nesses casos)

SARAMPO

 Altamente contagioso
 Transmissão via respiratória
 Transmissão ocorre antes dos sintomas surgirem: a quarentena é ineficaz
 Vacina é parte da tríplice viral (sarampo, caxumba, rubéola)
 No brasil, o sarampo está praticamente controlado
 Não existe reservatório animal (assim como a varíola), mas o vírus eh mto infeccioso,
sendo de difícil erradicação
 Crianças antes dos 12 meses de idade são especialmente vulneráveis, pois a vacinação
não é feita antes dos 12 meses de idade, e os anticorpos da mãe já não são tão
eficazes
 Erupção se inicia na face e se dissemina para o tronco e extremidades
 Incubação de 10 a 12 dias; sintomas de resfriado; surgem manchas de Koplik
(manchas vermelhas com pontos centrais azul-esbranquiçados na cavidade oral)
RUBÉOLA

 Doença viral mto mais branda que o sarampo


 Erupções maculares (vermelhas) e febre baixa
 Transmissão via respiratória
 Incubação 2 a 3 semanas
 Complicações são raras
 Síndrome da rubéola congênita > defeitos graves de nascimento qdo a mãe se infecta
no primeiro mês de gravidez
 Mulheres em período fértil que não foram vacinadas contra a rubéola devem ser
identificadas; MAS A VACINA NÃO É RECOMENDADA PARA MULHERES GRÁVIDAS....
WHA THE FUCK, NÃO FAZ SENTIDO
 Vacina contra a rubéola (imunização dura pelo menos 15 anos)

ROSÉOLA INFANTIL

 Doença branda
 Muito comum
 Ocorre na infância
 Febre alta; erupção que cobre maior parte do corpo com duração de um ou dois dias
 A recuperação leva à imunidade definitiva
 Vírus herpevírus humanos (HHV-6, HHV-7), presentes na saliva da maioria dos adultos

DOENÇAS FÚNGICAS DA PELE E DAS UNHAS

 Infecções fúngicas são chamadas de micoses


 Microorganismos que resistem a altas pressões osmóticas e baixa umidade

MICOSES CUTÂNEAS

 Dermatófitos > fungos que colonizam pelos, unhas, e camada mais externa da
epiderme, crescem a partir da queratina presente nesses locais
 Infecções fúngicas são denominadas dermatomicoses, também conhecidas como
tíneas: tínea da cabeça (atinge o couro cabeludo, comum em crianças do ensino
fundamental, pode resultar em placas sem cabelo)
 Gatos e cachorros são frequentemente infectados por esses fungos causados em
crianças
 Umidade da área favorece infecções fúngicas
 Geralmente não penetra a pele, mesmo se ela estiver ferida

Três gêneros de fungos infectam micoses cutâneas:

 Trichophyton > infecta pelos, peles, unhas


 Microsporum > infecta apenas pelos ou pele
 Epidermophyton > afeta apenas pele e unhas

Drogas para tratamento: miconazol, clotrimazol

Pé de atleta é difícil de curar

Diagnóstico: exame direto de raspados da área afetada


MICOSES SUBCUTÂNEAS

 São mais sérias que as cutâneas


 Causadas por fungos que habitam o solo rico em vegetação em decomposição
 A esporotricose

CANDIDÍASE

 Microbiota bacteriana de membranas mucosas no trato geniturinário e da boca


suprimem crescimento de fungos, como a Candida albicans
 Quando antibióticos suprimem as bactérias ou há mudanças no pH, é possível o
crescimento de fungos
 Quando C. albicans cresce exageradamente, a infecção é chamada candidíase; recém
nascidos, que ainda tem pouca microbiota normal, possuem uma camada
esbranquiçada oral, chamada de candidíase oral
 Áreas da pele mais úmidas podem se infectar por esse fungo; principalmente no
diabetes e obesidade
 Áreas infectadas de cor vermelho vivo, com lesões nas bordas

INFESTAÇÕES PARASITÁRIAS DA PELE

SARNA

 Intensa coceira local


 Causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei, que escava túneis sob a pele e deposita seus
ovos
 Túneis podem ser visíveis, ou lesões na pele, devido à coceira
 Transmissão é por contato íntimo, inclusive sexual
 Tratamento tópico com permetrina; casos difíceis tratados com ivermectina oral

PEDICULOSE (PIOLHO)

 O piolho da cabeça (Pediculus humanus capitis) é diferente do piolho do corpo


(Pediculus humanus corporis)
 Só o piolho do corpo dissemina doenças (febre tifoide)
 As pernas são adaptadas para se agarrar aos cabelos do couro cabeludo
 Tratamento com Nix (inseticida baseado em permetrina), Rid (inseticida baseado em
piretrina), malation (Ovide) ou lindane
 Ivermectina oral pode ser utilizada

DOENÇAS MICROBIANAS DOS OLHOS

INFLAMAÇÃO DAS MEMBRANAS DOS OLHOS: CONJUNTIVITE

 Olhos vermelhos
 Haemophilus influenzae (bactéria) ou adenovírus (viral)
 Alergias podem ser a causa
 Pseudomona (bactéria, pode danificar seriamente os olhos)
 Lentes de contato mal higienizadas

DOENÇAS BACTERIANAS DOS OLHOS

 Podem ser os mesmos da pele e do trato respiratório superior

OFTALMIA NEONATAL

 Forma séria de conjuntivite causada por Neisseria gonorrhoeae (agente causador da


gonorreia) > infecção pelo canal do parto
 Muita formação de pus; pode ocorrer ulceração da córnea
 Tratamento tópico com antibióticos ou iodo-povidona

CONJUNTIVITE DE INCLUSÃO (CLAMIDIAL)

 Causada por Chlamydia trachomatis


 Infecção pelo canal do parto
 Se resolve espontaneamente
 Água de piscinas não tratadas com cloro
 Tratamento tetraciclina

TRACOMA

 Infecção ocular grave, maior responsável por cegueiras infecciosas


 Causada por Chlamydia trachomatis
 Transmissão por contato manual ou compartilhamento de objetos de uso pessoal,
como toalhas; moscas
 Infecções repetidas podem levar à triquíase > cílios se curvam para baixo e para dentro
dos olhos, lesionando a córnea e levando à cegueira
 Tratamento com azitromicina
 Prevenção por práticas de higiene
 Triquíase pode ser corrigida por cirurgia

OUTRAS DOENÇAS INFECCIOSAS DOS OLHOS

CERATITE HERPÉTICA

 Causada pelo mesmo vírus herpes simples do tipo 1 que causa o herpes labial
 Infecção da córnea, formação de úlceras profundas
 Causa mais comum de cegueira nos EUA
 Tratamento droga trifluridina
IMUNOLOGIA – ABBAS

Formas de produzir doenças:

 Morte de céls do hospedeiro


 Liberação de toxinas que causam dano tecidual
 Estimulação da resposta imunológica
Características gerais de imunidade aos microorganismos

 Sistema imune inato > defesa inicial (mtos microorganismos driblam);


 Sistema imune adaptativo > resposta mais forte; sustentada, através de mtas céls
efetoras, anticorpos e céls de memória

As respostas são especializadas e distintas para cada microorganismo

Exemplos de especialização da imunidade adaptativa:

 Céls T CD4+ efetoras TH1, TH2, TH17


 Diferentes isotipos de anticorpos

Microorganismos possuem capacidade de evadir o sistema imune

Alguns microorganismos causam infecções persistentes ou latentes, não sendo eliminados,


isso é comum em vários vírus e algumas bactérias intracelulares

Infecções virais latentes: o DNA do vírus é incorporado ao da célula, mas nenhum vírus
infectante é produzido; bactérias podem sobreviver dentro das vesículas de endossomos nas
células infectadas; e quando o sistema imune estiver comprometido (câncer, AIDS), o
microorganismo latente pode ser ativado

A resposta imune pode causar mais danos do que o próprio microorganismo

A imunidade inata pode sofrer de defeitos hereditários ou adquiridos (AIDS)


IMUNIDADE A BACTÉRIAS EXTRACELULARES

 Se multiplicam fora da célula (sangue, lúmens, etc.)

Primeiro: induzem inflamação (causando destruição dos tecidos)

Segundo: produzem toxinas (endotoxinas – componentes da parede celular das bactérias - ou


exotoxinas – são secretadas pelas bactérias)

 Endotoxinas de bactérias gram-negativas (lipopolissacarídeo - LPS) é potente ativador


de macrófagos, células dendríticas, céls endoteliais
 Muitas exotoxinas são citotóxicas e outras causam doenças por vários mecanismos
IMUNIDADE INATA CONTRA BACTÉRIAS EXTRACELULARES

Os principais mecanismos dessa imunidade são:

(1) Ativação do complemento


(2) Fagocitose
(3) Resposta inflamatória

Ativação de complemento – peptideoglicanos da parede celular de bactérias gram-positivas e


o LPS em bactérias gram-negativas ativam o complemento da via alternativa; quando há
manose em suas superfícies, haverá ativação do complemento através das vias das lectinas,
provocando a opsonização (fixar imunoglobulinas em epítopos de antígenos, permitindo a
fagocitose) e a fagocitose aumentada contras as bactérias; poderá ocorrer lise das bactérias, e
esses subprodutos poderão provocar inflamação; ocorrerá ativação de leucócitos

Epítopos – menor porção do antígeno capaz de gerar resposta autoimune

Ativação de fagócitos e inflamação – fagócitos (neutrófilos e macrófagos) utilizam receptores


de superfície (receptores de manose e scavenger) para reconhecer bactérias extracelulares; e
utilizam receptores Fc e receptores de complemento para reconhecer bactérias opsonizadas
com anticorpos e proteínas do complemento, respectivamente. Produtos microbianos ativam
receptores do tipo Toll (TLRs) e sensores citoplasmáticos em fagócitos e em outra células.
Esses receptores podem ter diversas funções, como promover fagocitose (receptores manose
e scavenger) ou estimular atividades microbicidas dos fagócitos (principalmente os TLRs);
citocinas serão produzidas, induzindo infiltração de leucócitos nos locais de infecção
(inflamação)

IMUNIDADE ADAPTATIVA CONTRA BACTÉRIAS EXTRACELULARES

Imunidade humoral > (é a principal contra bactérias encapsuladas ricas em polissacarídeo)


importante contra bactérias extracelulares, bloqueia infecções, elimina microrganismos,
neutraliza suas toxinas; essas respostas podem ser contra polissacarídeos ou proteínas

Mecanismos efetores contra esse tipo de infecção – neutralização (mediada por afinidade com
IgG, IgM, IgA, esta última no lúmen das mucosas), opsonização (mediada por algumas
subclasses de IgG; a ativação do complemento é iniciada pela produção de IgM e subclasses de
IgG), fagocitose, ativação do complemento pela via clássica

Imunidade humoral é uma subdivisão da imunidade adquirida onde a resposta


imunológica é realizada por moléculas existentes no sangue, denominadas
de anticorpos, diferente da imunidade celular, que é realizada pelos linfócitos T e B.
Também há a ativação de CD4+ auxiliares, que produzem citocinas que induzem a inflamação
local, aumentam fagocitose e a microbicicidade de macrófagos e neutrófilos e estimulam
produção de anticorpos

EFEITOS PREJUDICIAIS DAS RESPOSTAS IMUNES A BACTÉRIAS EXTRACELULARES

Inflamação (são autolimitadas) – pela produção de espécies reativas de oxigênio e enzimas


lisossomais

choque séptico – sua fase inicial é causada pela ativação de macrófagos pelos componentes
celulares das bactérias, como LPS e peptideoglicanos, estimulando produção de “tempestade
de citocinas” (as principais citocinas são TNF, IL-6, IL-1) ; haverá colapso circulatório e
coagulação intravascular disseminada; para isso ocorrer, esses superantígenos são capazes de
estimular células T em excesso (ou mesmo todas), produzindo grande qtde de citocinas
Tbm podem existir anticorpos produtores de doenças, que deixam sequelas como em
infecções estreptocócicas da garganta ou da pele, que ocorrem semanas ou meses após as
infecções terem sido controladas; outro exemplo é a febre reumática, causada pela proteína
M da parece celular bacteriana

EVASÃO DA RESPOSTA IMUNOLÓGICA POR BACTÉRIAS EXTRACELULARES

Virulência – mecanismos que possibilitam aos microrganismos resistir à imunidade inata;


bactérias com cápsulas ricas em polissacarídeo são mais virulentas, pois resistem à fagocitose;
mtas bactérias gram positivas e negativas possuem ácido siálico, que inibe a ativação do
complemento pela via alternativa

A variação de antígenos de superfície – capacidade de alterar antígenos; alteração na sua pili


(que contém antígenos em sua superfície); tbm pode haver alteração na superfície do LPS e de
outros polissacarídeos; a produção de antígenos também pode ser alterada, e a liberação de
antígenos em vesículas de membrana também pode ocorrer
IMUNIDADE CONTRA BACTÉRIAS INTRACELULARES

Bactérias intracelulares facultativas podem sobreviver e se replicar dentro de fagócitos

IMUNIDADE INATA CONTRA BACTÉRIAS INTRACELULARES

A resposta imune inata é mediada por fagócitos (neutrófilos e macrófagos) e células natural
killer (NK); neutrófilos e depois fagócitos ingerem e tentam destruir essas bactérias, mas elas
são resistentes; há a ativação de células NK, que produzem IFN-y, ativando macrófagos,
matando a bactéria fagocitada; tbm há produção de IL-12 e IL-15; geralmente a imunidade
inata não é o bastante e requer a imunidade adaptativa

A IMUNIDADE ADAPTATIVA CONTRA BACTÉRIAS INTRACELULARES

Células T recrutam fagócitos (imunidade celular)


Células T CD4+ ativam fagócitos, que matam microrganismos que estavam vivos dentro dos
fagócitos

Células T CD4+ se diferenciam em efetoras TH1

Linfócitos T citotóxicos CD8+ (CTLs) destroem céls infectadas, eliminam microrganismos que
escapam aos mecanismos de morte dos fagócitos

As células T ativam macrófagos e induzem a produção de substâncias microbicidas, como


óxido nítrico, espécies reativas de oxigênio e enzimas lisossomais

Se os fagossomos transportarem as bactérias fagocitadas para o citosol ou se elas escaparem


dos fagossomos e entrarem no citoplasma das células, haverá resposta de células T CD8+; pois
no citosol, os microrganismos não podem ser destruídos por fagócitos, mas comente pelas
células T CD8+ que são citotóxicas, que são ativadas por células CD4+

A ATIVAÇÃO DOS MACRÓFAGOS CONTRA MICRORGANISMOS INTRACELULARES PODE CAUSAR


LESÃO TECIDUAL, que pode ser devida a reações de hipersensibilidade do tipo tardia;

As bactérias intracelulares podem persistir por longos períodos e causar estimulação


antigênica crônica e ativação de céls T e macrófagos, podendo causar inflamação
granulomatosa (por excesso de granulócitos em torno dos microrganismos); isto é comum na
tuberculose

AS DIFERENÇAS ENTRE INDIVÍDUOS NOS PADRÕES DE RESPOSTAS DAS CÉLS T A


MICRORGANISMOS INTRACLULARES SÃO IMPORTANTES NA PROGRESSÃO DA DOENÇA E DA
EVOLUÇÃO CLÍNICA, como por exemplo inadequada ativação dos macrófagos pode causar
lesões nos tecidos subjacentes; ou pode-se ter forte imunidade mediada por células e níveis
baixos de anticorpos, podendo favorecer a criação de granulomas, além disso também há
diferentes padrões de diferenciação de céls T e produção de citocinas nos indivíduos
EVASÃO DA RESPOSTA IMUNOLÓGICA POR BACTÉRIAS INTRACELULARES

Estratégias para evasão:

 Escapar para o citosol


 Inibição da fusão do fagolisossomo
 Eliminação direta ou inativação de substâncias microbicidas (espécies reativas de
oxigênio)

A resistência à eliminação mediada por fagócitos pode resultar em infecções que duram anos,
sem cura aparente e podem ser difíceis de erradicar

IMUNIDADE CONTRA FUNGOS > MICOSES

Fungos presentes no ambiente > esporos penetram os humanos

Alguns se manifestam somente em indivíduos imunodeprimidos (principal causa de infecções


fúngicas)
Deficiência de neutrófilos é comum quando há aparecimento de infecções fúngicas, bem
como terapia para o câncer disseminado e rejeição ao transplante

 Podem viver em tecidos extracelulares


 Podem viver dentro de fagócitos
 As respostas imunológicas contra fungos são uma combinação de respostas a bactérias
extracelulares e intracelulares
 Pouco se sabe sobre essas infecções

IMUNIDADE INATA E ADAPTATIVA CONTRA FUNGOS

Principais mediadores: neutrófilos; macrófagos

Pacientes com neutropenia > muito suscetíveis a essas infecções

Os fagócitos reconhecem os fungos através dos TLRs (toll-like receptors) e de receptores


lectina chamados de dectinas

Neutrófilos liberam substâncias fungicidas, como espécies reativas de oxigênio e enzimas


lisossomais e fagocitam os fungos

Principal mecanismo de imunidade adaptativa contra fungos: imunidade celular: são utilizados
mecanismos contra bactérias intracelulares; céls CD4+ e CD8+; TH17 (estimula a inflamação e
neutrófilos e monócitos destroem os fungos); TH1 (que pode provocar inflamação
granulomatosa); anticorpos específicos

IMUNIDADE CONTRA VÍRUS

 Intracelulares obrigatórios;
 Utilizam componentes do ácido nucleico e mecanismo de síntese de proteínas do
hospedeiro para se multiplicar
 Entram nas células utilizando moléculas da superfície da célula
 O vírus altera a síntese proteica da célula, lesionando e matando a célula (infecção
lítica – ocorre lise da célula)
 Pode causar infecções latentes
 NA PREVENÇÃO, a imunidade inata utiliza interferons tipo I (IFN) e a adaptativa utiliza
anticorpos neutralizantes
 APÓS A INFECÇÃO, na resposta inata, as células NK matam as céls infectadas e na
resposta adaptativa, são utilizados o linfócitos T citotóxicos CD8+ (CTL)

RESPOSTAS ADAPTATIVAS (OU SEJA, AS TARDIAS) UTILIZAM OS LINFÓCITOS T, AS RESPOSTAS


INATAS (OU SEJA, AS IMEDIATAS), OUTROS MECANISMOS
IMUNIDADE INATA CONTRA VÍRUS

Principais:

 Interferons tipo I (inibem infecções em células infectadas e não infectadas) que são
produzidos assim:
(1) Reconhecimento de DNA e RNA viral pelos TLRs (Toll-like receptors) endossomais
(2) Ativação de receptores citoplasmáticos tipo RIG e da via STING
(3) Há a ativação de proteínas quinases, ativação de fatores de transcrição de IRF e
transcrição do gene interferon tipo I
 Células NK (destroem céls infectadas): agem antes das respostas imunes adaptativas
terem se desenvolvido

IMUNIDADE ADAPTATIVA CONTRA VÍRUS

 Mediada por anticorpos, que vão bloquear a ligação do vírus e tbm entram nas células
hospedeiras, e por linfócitos T citotóxicos CD8+, que matam as céls infectadas (os
linfócitos T de alta afinidade são os mais eficazes)
 Vírus podem ser extracelulares no início da infecção ou após as céls sofrerem lise
 Anticorpos antivirais impedem a ligação do vírus nas céls hospedeiras, evitando
infecção inicial e tbm sua proliferação
 Anticorpos tbm podem opsonizar partículas virais e promover sua depuração por
fagócitos
 Atgivação do complemento pode participar da imunidade viral mediada por anticorpos
através da fagocitose e pela lise direta de vírus com envoltórios lipídicos
 Imunidade humoral (adaptativa) é importante, por ser específica, podendo ser
ativada por infecção prévia ou pela vacinação, mas não pode erradicar uma infecção
estabelecida

A ELIMINAÇÃO DOS VÍRUS QUE RESIDEM DENTRO DAS CÉLS É MEDIADA POR CTL (LINFÓCITOS
T CITOTÓXICOS CD8+), QUE MATAM AS CÉLS INFECTADAS, cuja principal função é:

 Vigilância contra infecção viral

Elas reconhecem:

 Peptídios virais, citosólicos

Processo de apresentação cruzada - Se a célula infectada é uma cél de tecido e não uma cél
dendrítica, a cél infectada pode ser fagocitada pelas céls dendríticas, que apresentam os
antígenos virais para as céls T CD8+ imaturas

A diferenciação completa de CTLs CD8+ geralmente requerem citocinas produzidas pelas céls T
CD4+ auxiliares ou coestimuladores expressos nas céls infectadas

Céls T CD8+ sofrem proliferação maciça em infecções virais, e a maioria são específicas para
alguns peptídeos virais

Algumas das céls T ativadas diferenciam-se em CTL efetores, que podem matar qualquer cél
nucleada infectada

Os CTLs tbm podem ativar secreção de citocinas como IFN-y, que ativa fagócitos que pode ter
alguma atividade antiviral

EM INFECÇÕES LATENTES, O DNA VIRAL PERSISTE NAS CÉLS DO HOSPEDEIRO, MAS O VÍRUS
NÃO SE REPLICA OU DESTROI AS CÉLS INFECTADAS
Latência > estado de equilíbrio entre infecção e a resposta imune, pois os CTLs não conseguem
erradicar esses vírus, que podem permanecer nas céls infectadas durante toda a vida do
indivíduo, quando há imunudeficiência o vírus pode se tornar ativo. Isto é comum na família
dos herpes-vírus

EM ALGUMAS INFECÇÕES VIRAIS, A LESÃO NO TECIDO PODE SER CAUSADA POR CTLs, então
em algumas infecções, as pessoas imunossuprimidas não desenvolvem a doença, mas somente
são portadoras. As pessoas com sistema imune intacto desenvolve a doença. Exemplo:
Hepatite B; isso ocorre porque algumas proteínas virais contêm sequências de aminoácidos
que também estão presentes em alguns antígenos do próprio corpo do hospedeiro, sendo
que o sistema imune atacará os próprios antígenos do corpo

OS VÍRUS PODEM ALTERAR SEUS ANTÍGENOS E PORTANTO DEIXAM DE SER ALVOS DE


RESPOSTA IMUNE, como antígenos:

 Glicoproteínas da superfície reconhecidas por anticorpos;


 Epítopos de céls T

Mudança antigênica - mutações pontuais e rearranjo dos genomas de RNA, como na influenza,
podendo se diferir muito das cepas prevalentes, eh isso que cria vírus distintos como da gripe
aviária ou suína; o vírus do HIV-1 também funciona assim, devido a uma elevada taxa de erro
na transcrição reversa do seu genoma de RNA durante a reprodução viral; a variação
profilática poderia ser direcionada contra proteínas virais invariantes
ALGUNS VÍRUS INIBEM A APRESENTAÇÃO DE ANTÍGENOS DE PROTEÍNAS CITOSSÓLICAS
ASSOCIADOS AO MHC (COMPLEXO PRINCIPAL DE HISTOCOMPATIBILIDADE) DE CLASSE I

Os vírus produzem proteínas que bloqueiam diferentes etapas do processamento, transporte e


apresentação dos antígenos; como resultado, as células infectadas não podem ser
reconhecidas ou mortas pelas CD8+ CTL; células NK são ativadas especialmente na ausência de
moléculas de MHC de classe I

Podem haver proteínas produzidas que são antagonistas competitivos de citocinas, como IFN-
y, TNF, IL-1, IL-18

Exaustão > sinalização de receptores inibitórios das célula T, por exemplo; as respostas
imunológicas contra o vírus são iniciadas, mas são interrompidas prematuramente

OS VÍRUS PODEM INATIVAR OU DESTRUIR CÉLULAS IMUNOCOMPETENTES, como o HIV que


infecta e elimina células CD4+

IMUNIDADE CONTRA PARASITAS (PROTOZOÁRIOS, HELMINTOS, ECTOPARASITAS – carrapatos


e ácaros)

 30% da população sofre dessas infestações


 Maiores responsáveis por morbidade e mortalidade em países subdesenvolvidos
 Complexos ciclos de vida, existência de hospedeiros intermediários
 A maioria dessas infecções são crônicas, pois o sistema imune inato não é eficaz nessa
eliminação; os parasitas resistem bem às tentativas de eliminação

IMUNIDADE INATA CONTRA PARASITAS

 A principal contra protozoários é a fagocitose, mas eles são resistentes; eles


apresentam receptores de superfície reconhecidos por TLRs e ativam os fagócitos
 Helmintos podem resistir a substâncias microbicidas, por possuírem tegumentos
espessos. Alguns helmintos podem ativar a via alternativa do complemento

A IMUNIDADE ADAPTATIVA CONTRA PARASITAS

(TERMINAR DE ESTUDAR PARASITO)

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